Antecipação do 13º salário: a oportunidade para ajustar suas finanças

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Como forma de injetar liquidez na economia e favorecer o consumo, o presidente Lula assinou um decreto para o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, a serem pagos em duas parcelas nas folhas de abril e maio. Portanto, é hora de entendermos o que representa este pagamento e como nos comportar diante desta antecipação.

Inicialmente conhecido como Gratificação de Natal, o 13º foi implementado no Brasil em 1962 com o intuito de recalcular o salário anual do trabalhador assalariado. A lógica é simples: considerando quatro semanas por mês, a conta não bate quando se sabe que, ao longo de um ano, temos 52 semanas. Por isso, são 13 pagamentos de salário ao longo do ano. Prática comum em outros países ao redor do mundo, como Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e, entre outros, Espanha – que chega a ter, inclusive, o 14º salário. Se esta é a maneira correta para o cálculo anual de salário eu não sei, mas acredito estar no caminho do desenvolvimento social.

            Portanto, já que não é um salário extra – é direito –, devemos sempre considerá-lo como parte do orçamento e ter planejado o que fazer com o dinheiro. Então, o que fazer com o 13º salário?

  • Eliminar dívidas e evitar contrair novas é o primeiro grande passo para alcançar o equilíbrio financeiro. Por isso, de antemão, o primeiro destino do dinheiro deve ser para arcar com as dívidas existentes, seja quitando ou apenas amortizando-as. Consulte o CET – Custo Efetivo Total dos seus contratos e dê prioridade para a quitação dos créditos mais caros (aqueles com o maior CET).
  • Caso você não possua dívidas ou já conseguiu quitá-las e sobrou algum dinheiro, a segunda alocação planejada dos recursos do 13º vai para os seus gastos futuros. O final de ano, por exemplo, sempre vem com alguns custos sazonais, como o Natal e viagens por exemplo; então, já que não tem mais dívidas, aproveite. Mas lembre-se, assim como o final do ano, o início do ano também tem seus custos extras: material escolar, matrículas, IPTU e IPVA são exemplos de gastos que podem comprometer suas finanças pessoais.
  • Agora, se essas alternativas já não se enquadram a sua realidade, é sinal de que seu 13º salário encontrou um orçamento bem planejado e executado. Chegou a hora de investir. Comece sempre pela consolidação de sua reserva de emergências para, em seguida, dedicar seus investimentos para prazos mais relevantes.
  • Por fim, sem dívidas, com orçamento definido e investimentos sendo feitos, tudo o que seu dinheiro lhe reserva é o gozo das boas decisões. Use-o como bem entender, mas dê preferência para o que te faz aproveitar a vida.

Como já foi dito, o 13º salário não é mais considerado como bonificação. É lei e, portanto, parte do seu salário anual; precisa – e deve – fazer parte do seu orçamento. Use-o com sabedoria, estratégia e planejamento para um ano mais leve e cheio de saúde financeira. O primeiro semestre de 2024 já se aproxima do final, e se você ainda não fez o seu orçamento anual, ainda há tempo de pegar papel e caneta para organizar suas finanças para a segunda metade do ano. Quem sabe o 13º não seja a oportunidade de alinhar suas expectativas de futuro para alcançar tão sonhados objetivos.

Publicidade
TAGS:

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.