Deve ser complicado morar na Via Expressa, em Olaria, em dias de festa

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Dia 16 de maio comemorou-se os 207 anos de fundação da cidade de Nova Friburgo. Não faltou combustível para o prefeito festeiro festejar essa data. Mais uma vez, o ponto escolhido para as comemorações foi o terreno ao lado do Cieps de Olaria, local tradicional de atividades de lazer ou cultural da cidade. Ali se realizam festas, shows e instalações de circos, que fazem a alegria da garotada e, por que não, dos adultos, também. Vou confessar que o meu sonho de criança, era fugir num circo e viver essa vida de aventuras. Oportunidades não faltaram, pois na minha época de Rio de Janeiro, a Pça. Onze era o local de instalação das grandes empresas circenses da época.

No entanto, o local é passagem e chegada de três bairros importantes da cidade, Olaria, Cônego e Cascatinha, sem falar no Sítio São Luís, Vargem Grande e Granja do Céu, o que torna a via um corredor extremamente movimentado. Então, em dias comuns o barulho do tráfego já é intenso, o que já incomoda um pouco a vida de quem mora nas proximidades, na hora do rush, principalmente. Mas, imaginem nas festas, quando o vai e vem de pessoas, o barulho das músicas, nem sempre agradáveis de se ouvir, o burburinho das conversas se torna infernal. Sem falar no trânsito que fica caótico, pois nos dias 16 e 17, num trecho da Via Expressa, colocaram divisórias na pista e adotou-se o trajeto em mão e contramão. Bem, pelo menos não fecharam a via e desviaram todo o tráfego de Olaria para o Cônego e Cascatinha pela Avenida Júlio Antônio Thurler. Aliás, esse era o caminho normal, antes da implantação da Avenida João Pires Barroso (nome da Via Expressa), nos idos de 1992, mais precisamente no dia 9 de março.

Não deve ser fácil morar nesses condomínios, nos dias de fuzarca, pois a barulheira começa muito antes, com a instalação das barracas de venda de alimentação, das caixas de som, sem contar com o barulho dos motores de caminhões e furgões, transportando todo esse material. Terminada a festa, ainda têm de suportar o “day after” para a devolução da via totalmente liberada. Outro problema, esse inerente à má educação do povo brasileiro, é o cheiro de urina que fica ao longo da ciclovia, nas imediações do terreno. O número de banheiros químicos é insuficiente e as pessoas aliviam-se onde encontram um lugar disponível.

Na realidade foram dois dias (sexta e sábado) de balbúrdia, pois no domingo de manhã o local começou a ser liberado e, à tarde, o trânsito estava fluindo normalmente pelos dois lados da via. Aliás, esse não é o comportamento habitual, pois já que se gastou dinheiro com aluguel do espaço e da instalação de toda a traquitana, o domingo também é aproveitado, só se encerrando a festa à tarde. Os moradores das adjacências ficaram aliviados.

Além da Fri Fest foi montada uma programação especial para marcar a data. As comemorações incluíram o tradicional desfile cívico-militar e um concerto da Banda Sinfônica Campesina Friburguense. O desfile, como não podia deixar de ser, foi realizado na Avenida Alberto Braune, começando com o hasteamento das bandeiras em frente à prefeitura. À noite, as homenagens continuaram com a apresentação da Banda Sinfônica Campesina Friburguense no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, em um concerto especial que celebrou a história e a música de Nova Friburgo. O evento contou com participações especiais do tenor Agni de Souza e da mezzosoprano Isabela Passos.

Mais um ano de vida da nossa querida Nova Friburgo, uma cidade rica em história, tradições, com uma trajetória cultural importante e, o fato de não ser mais bela, se deve à falta de comprometimento de alguns prefeitos que não compreenderam a sua importância no cenário estadual e do Brasil. Me mudei para cá há exatos 48 anos, cresci profissionalmente, criei meus filhos e aqui pretendo ficar até quando Deus permitir. Parabéns, Nova Friburgo.

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