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Vivendo em Família 24 horas por dia em quarentena - Parte 1

quinta-feira, 02 de abril de 2020

Muitas famílias estão num alto estresse por precisarem estar em casa o tempo todo em isolamento devido à pandemia do vírus corona. O que está ocorrendo? Perdeu-se o amor de uns pelos outros? Será que não mais existia amor e cada um empurrava o relacionamento com a barriga? E agora que marido e mulher têm de estar juntos o tempo todo surge a necessidade de ajustar os afetos do casal?

Muitas famílias estão num alto estresse por precisarem estar em casa o tempo todo em isolamento devido à pandemia do vírus corona. O que está ocorrendo? Perdeu-se o amor de uns pelos outros? Será que não mais existia amor e cada um empurrava o relacionamento com a barriga? E agora que marido e mulher têm de estar juntos o tempo todo surge a necessidade de ajustar os afetos do casal?

Agora precisamos encontrar maneiras de lidar com esta situação inesperada de tensão familiar. Claro, é mais tenso e conflituoso quanto maior era o desajuste já existente  entre o casal e os filhos. Quando escuto que algumas mães comentam que estão ficando loucas com seus filhos em casa neste momento de quarentena, me pergunto: Será que estas crianças são realmente terríveis? Será que estas mães deixavam seus filhos com babás, eletrônicos, TV, escola integral, avós, e agora não sabem como lidar com eles?

As crianças em isolamento social também sofrem. Podem ter medo, ansiedade, dúvidas, insegurança. Agora é hora de acolher seus filhos, orientá-los, deixá-los fazer perguntas e responder com cautela, verdade, carinho, e não com grosseria, impaciência e nervoso. Se seu filho ou filha está com medo, pare com tudo, deixe o celular de lado, desligue a TV, apague o fogo no fogão para não queimar a comida, e dê uns minutos de atenção para ele ou ela. Olhe nos olhos da criança, pergunte o que ela quer saber, o que está sentido. Deixe ela falar. Repito, deixe ela falar. Ela precisa e tem o direito de expressar medo, ansiedade, insegurança, e você, pai, você mãe, tem que estar ali para dar acolhimento para este pequenino, pequenina ou para este jovem. Esta é sua função como pai e como mãe.

Quando você orientar seu filho com o que ele quer saber, sem muitos detalhes, sem enfocar tragédias, sendo objetivo e usando linguagem que ele entenda, isto promoverá na criança proteção, segurança, e diminuirá a ansiedade dela. Se ela chorar e falar que está com medo, deixe ela chorar um pouquinho. Coloque-a no seu colo, faça um carinho nela, e diga que tudo vai ficar bem, que papai está ali, mamãe também, e que Deus nos ajuda e protege. Isto trará grande alívio para a criança. A criança tem sentimentos de angústia sim! Ela sabe que algo está ocorrendo e que não é bobagem, porque ela não está indo na escola, não está brincando com os amiguinhos no playground, na pracinha, no quintal de casa, ou mesmo na calçada. Então, dando acolhimento e orientação simples e verdadeira para ela, ela conseguirá lidar com este momento difícil para ela também.

Voltando à questão dos casais agora em confinamento em casa por causa da pandemia, este é um momento em que é possível cada um pensar no que está pendente no relacionamento, no que precisa conversar, ajustar, corrigir, entender, perdoar, e usar parte do tempo para conversar sobre isto. Agora é um tempo de oportunidade de não mais adiar o que está engasgado na vida conjugal. É boa hora de conversar para encontrar soluções e saídas para uma melhor qualidade de vida familiar.

Mas é verdade que os casais que já estavam pelas pontas em termos de brigas, talvez alguns em vias de separação, que já viviam distantes afetivamente, agora tendo que conviver o dia todo no mesmo ambiente, não é fácil, e pode sair muita faísca, e piorar tudo. Mas existe a opção de cada um, marido e esposa, parar e pensar consigo mesmo, decidindo que precisa fazer sua parte para lidar com esta situação não só de isolamento devido à uma pandemia, mas porque a situação conjugal precisa de soluções.

É também verdade que nos lares onde existia abusos, gritarias, violência, e agora talvez mais tenso devido a problemas financeiros, a situação fica agravada e necessita ajuda.

Vamos ver na coluna Saúde Mental e você da próxima quinta-feira, 9, algumas ideias do que fazer para minimizar, resolver, ou evitar conflitos em casa diante deste isolamento devido à Covid-19. Um grande e primeiro passo é cada um decidir, escolher lutar consigo mesmo para se controlar, e começar a pensar sozinho o que é necessário fazer da sua parte para evitar discussões, agressividade, ironia, críticas. Agora é hora de um ajudar o outro. Agora é hora de apoio e não de crítica. Agora é hora de se humilhar e deixar o orgulho de lado e reconhecer que todos estamos no mesmo barco. Não somos melhores e nem piores que ninguém. Pense nisso. Comece com isso. Respeite esta pessoa que está aí em sua casa.

Na segunda parte deste artigo trarei dicas práticas para um melhor convívio em casa neste momento de medo, insegurança, dúvidas, ansiedade e incerteza. Mas comece agora, decida agora ajudar a si e a todos se controlando emocionalmente para não perturbar ninguém dentro de casa.

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Ajustes necessários

quarta-feira, 01 de abril de 2020

Para pensar:
Encare a realidade como ela é, não como foi ou como você deseja que ela seja.” Jack Welch

Para refletir:
“A intuição precisa ser comandada pelo saber. Ela, só, não chega.” Milton Santos

Ajustes necessários

Para pensar:
Encare a realidade como ela é, não como foi ou como você deseja que ela seja.” Jack Welch

Para refletir:
“A intuição precisa ser comandada pelo saber. Ela, só, não chega.” Milton Santos

Ajustes necessários

A coluna nutre profundo respeito pelas instituições, e manifesta isso na prática muitas vezes abrindo mão de furos a fim de não esvaziar ou atrapalhar o trabalho de órgãos responsáveis por situações que merecem este tipo de atuação, mesmo quando esse trabalho demora muito a ser realizado.

E é com o respaldo desses anos de parceria que sentimos ser necessária uma conversinha entre amigos, para que possamos todos melhorar o trabalho em equipe nestes tempos em que oferecer informação de qualidade é algo que pode salvar vidas.

Precisa melhorar

A coluna não quer ser injusta com ninguém, nem irá deixar de ser producente enveredando pela busca por responsabilidades.

Partimos do princípio que estamos todos do mesmo lado e com os mesmos objetivos, e por isso este espaço acredita que ninguém irá se ofender quando dizemos - com muito respaldo para isso - que a situação aqui em Nova Friburgo não está sendo de forma alguma satisfatória no que diz respeito à atualização de informações oficiais.

É de se supor que todos tenham plena consciência disso.

Discrepância

Ultimamente a coluna tem sido procurada inclusive por profissionais da Saúde, angustiados com a grande discrepância entre os dados oficiais e a realidade observada cotidianamente e, sobretudo, com os efeitos dessa distância informativa sobre uma população que naturalmente é levada a acreditar que o contexto oferece menos riscos do que o que aqueles que se observa na prática.

Desde o início estamos dizendo que os números oficiais não deveriam reduzir o empenho preventivo, mas na prática sabemos que não é assim que funciona, ao menos para muitos.

Unificação de dados

A coluna também entende que muitas informações procedem da esfera estadual, e que os testes são insuficientes e os resultados demoram a chegar.

Mas existem muitas coisas que podemos e precisamos fazer para melhorar o que temos visto.

De imediato, as redes pública e particular precisam estar alinhadas e em constante comunicação para cruzamento de dados, e também para dar total transparência à população sobre o que estamos vivendo, por mais que alguns torçam o nariz para isso.

Desobstruir as vias

É preciso entender que a imprensa respeita o papel do governo como fonte oficial de informação, e ninguém que faça jornalismo responsável quer subverter isso.

Mas as informações não podem ser contidas, e quando não encontram uma via oficial suficientemente larga para que sejam escoadas acabam vazando por vias alternativas e eventualmente virando sensacionalismo e histeria antes mesmo de serem confirmadas.

A única forma de evitar isso é municiar a imprensa séria com dados e respostas em quantidade e qualidade maiores do que as que vêm sendo oferecidas atualmente.

Clareza

Esse espaço fica a disposição para reforçar a cobrança à esfera estadual, mas também espera que nossos próprios boletins sejam mais precisos, listando, por exemplo, testes positivos realizados também por via particular, testes positivos pós-óbito, e perfis dessas pessoas (gênero, idade, comorbidades, bairros...).

Da mesma forma todas as categorias listadas precisam estar bem explicadas, inclusive trazendo informações básicas como, por exemplo, se os números de suspeitos e internados já foram somados ou não.

Sinais

À população a coluna pode afirmar que o contato com muitos médicos nas redes pública e privada desenha um cenário no qual existem, aqui em Nova Friburgo, “dezenas de tomografias indicando quadros compatíveis com os efeitos da Covid-19”.

De acordo com uma fonte na Fiocruz, em todo o Sudeste o número de casos de mortes causadas por doenças respiratórias subiu 512% no mesmo período de 2019 para 2020, indicando que existem muitos casos não diagnosticados da doença no Brasil, e não há motivos para acreditar que por aqui seja exceção.

Eficácia

É importante enfatizar, por fim, que apesar do atraso e da subnotificação em relação a nossos números oficiais, já são sensíveis os efeitos positivos do isolamento social sobre a curva de contágio brasileira.

Tais esforços ainda podem e precisam melhorar, e para isso é importante que a população seja tratada de forma honesta e madura, a fim de que compreenda que a situação é mais séria do que pode parecer, mas as medidas que estamos adotando são eficazes e muito necessárias para a preservação de vidas.

Recomendação

Certamente voltaremos ao tema nos próximos dias, mas por ora a coluna recomenda fortemente que os leitores busquem, no YouTube, o programa Roda Viva com o biólogo Atila Iamarino, que foi ao ar na segunda-feira, 30 de março.

Como as informações têm se tornado obsoletas muito rapidamente, quanto antes os amigos leitores puderem ver, melhor.

Sessão virtual

O Plenário da Câmara Municipal irá votar, nesta quinta-feira, 2 de abril, a proposta que trata da implantação das sessões virtuais no Poder Legislativo de Nova Friburgo, em sessão ordinária marcada para às 10hs.

A medida pretende possibilitar o funcionamento do Plenário durante a emergência de saúde pública relacionada ao coronavírus.

Como

Se aprovada, a comunicação por áudio e vídeo entre os participantes das sessões será feita por meio de aplicativo multiplataforma para smarthfones previamente habilitado, através de conexão com a internet, que permita discussões e votações com transmissão instantânea. A matéria prevê ainda que o registro das votações, realizadas verbalmente, será feito por meio de ata.

Nestas sessões serão votadas apenas matérias de interesse público inadiável e/ou que se relacionem às ações de saúde pública de prevenção e contenção da Covid-19, que não possam aguardar a normalização da situação vivenciada.

Detalhes

Ainda segundo a resolução, as convocações serão feitas por WhatsApp 24 horas antes das sessões, e será possível apresentar emendas e/ou substitutivos aos projetos.

Pareceres das comissões permanentes ficam dispensados, exceto os da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento, que poderão ser apresentados por escrito ou verbalmente na sessão.

Para a apresentação de projetos legislativos desses conteúdos, a Secretaria de Expediente fará atendimento de segunda à sexta das 9h às 13h no Portal da Cidadania, na Rua Augusto Spinelli.

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Devolução de mercadorias

quarta-feira, 01 de abril de 2020

Devolução de mercadorias
A indústria friburguense e as confecções de médio e grande porte se deparam com um novo problema. Além dos estoques de seus galpões, cujas encomendas estavam prontas para serem despachadas, muitos compradores iniciaram o processo de devolução de produtos. Estão mandando de volta o que compraram. Em alguns casos, preferem pagar o fretamento da devolução do que ficar com a mercadoria.

Devolução de mercadorias
A indústria friburguense e as confecções de médio e grande porte se deparam com um novo problema. Além dos estoques de seus galpões, cujas encomendas estavam prontas para serem despachadas, muitos compradores iniciaram o processo de devolução de produtos. Estão mandando de volta o que compraram. Em alguns casos, preferem pagar o fretamento da devolução do que ficar com a mercadoria.

Pagamento da folha
A grande maioria com produções paradas, observando as medidas de restrição e seguindo conselhos da Organização Mundial de Saúde, demonstram preocupação em quitar as folhas de pagamento deste e dos próximos meses.

Emprego como prioridade
Reuniões virtuais entre os maiores empresários demonstram preocupação com a recessão que já vem se acumulando desde 2014. O que se sente é um grau de responsabilidade social em evitar ao máximo as demissões. O problema é que entre a intenção e a realidade há um grande abismo.

Sem caixa
Poucas, para não dizer raras, têm reservas para segurar a situação que se avizinha por mais de um mês. Com a projeção de retomada lenta de produção e venda, a situação se agrava. Consenso é que se torna primordial pacotes governamentais de incentivo e de financiamentos para evitar o colapso social do desemprego em larga escala.

Falta de condições
O problema maior é a demora de se tomar decisões. Entre o anúncio e a efetivação das medidas há um tempo considerado crítico. A burocracia é outra dificultadora. Ou seja, de nada adiantam as medidas aventadas, se não mudar ou afrouxar regras que praticamente inviabilizam a habilitação para se chegar aos supostos recursos.

Corrida contra o tempo
O mesmo ocorre com as medidas de socorro a autônomos, trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores individuais. Até o socorro chegar na ponta, grife-se - no bolso das famílias – lá se vai quase um mês. Será que todos tem essa possibilidade de espera?                     

Gasolina mais barata
Motoristas já percebem a grande queda no preço dos combustíveis nos postos de Nova Friburgo. Na maioria, o litro da gasolina está R$ 0,30 mais barato em comparação com duas semanas antes das restrições de circulação por conta do Covid-19.

Por que?
Dois fatores podem explicar o menor preço de meses: a queda no preço do barril de petróleo por conta da guerra comercial entre países asiáticos e do leste europeu e a baixa procura por conta da pandemia. Numa rápida pesquisa, o preço mais baixo que encontrei foi de R$ 4,19 a gasolina/litro e o mais alto R$ 4,99.

Grande queda
Antes da pandemia, não se encontrava em Nova Friburgo gasolina mais barata que R$ 4,69. Resta saber se os preços se manterão após a o retorno parcial das atividades. Se for pela guerra comercial internacional - deveriam. Se for pela pandemia tendem a aumentar. Mas mesmo assim, na conjunção dos fatores, uma queda deveria se manter.

Quando?
O retorno normal das atividades é discussão diária. A maioria dos especialistas em saúde, especificamente no Estado do Rio falam em pelo menos oito semanas. Dada a especificidade da situação do interior fluminense, hoje parcialmente isolado territorialmente da região metropolitana. Colhi a opinião do pneumologista Renato Abi-Râmia. Mesmo com menor número de casos e o isolamento sanitário, ele acredita também nesse prazo com o início de uma transição do isolamento total para o parcial.

Palavreando
“Se nós prestássemos mais atenção nos nossos poderes. Nós temos muitos poderes. O sorriso é um deles. É um poder magnífico que produz milagres. Preste atenção! Não existem milagres grandes ou pequenos. Milagre é milagre sempre”.

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    Frases de incentivo nas portas fechadas de lojas da Ariosto Bento de Mello. A empatia como remédio

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Leituras e releituras

quarta-feira, 01 de abril de 2020

A ira, o único pecado que, segundo o narrador, Deus se permite cometer

O grande poeta João Cabral de Mello Neto disse que estava velho demais para se arriscar com leituras novas, que poderiam não valer a pena, e que por isso não lia mais, só relia. Eu ainda não abri mão de leituras novas, mas sempre tive o hábito de revisitar livros que me ficaram na memória e na emoção. E agora, que um vírus, essa porcaria tão pequena que nem se pode enxergar, está nos assustando e nos obrigando a ficar em casa, tenho dedicado ainda mais tempo à releitura.

A ira, o único pecado que, segundo o narrador, Deus se permite cometer

O grande poeta João Cabral de Mello Neto disse que estava velho demais para se arriscar com leituras novas, que poderiam não valer a pena, e que por isso não lia mais, só relia. Eu ainda não abri mão de leituras novas, mas sempre tive o hábito de revisitar livros que me ficaram na memória e na emoção. E agora, que um vírus, essa porcaria tão pequena que nem se pode enxergar, está nos assustando e nos obrigando a ficar em casa, tenho dedicado ainda mais tempo à releitura.

De Machado de Assis, reli a obra-prima ”Quincas Borba”, prima de outros personagens de primeira, principalmente de seus primos Dom Casmurro e Brás Cubas. Na trama, o modesto e ingênuo professor Rubião fica milionário, ao se tornar herdeiro de Quincas Borba. Não convém dizer mais do que isso, talvez apenas acrescentar que Rubião vai conquistar a (falsa) amizade do casal Palha e apaixonar-se por Sofia, esposa do (falso) amigo. Amor de enlouquecer, como se verá ao longo do desenrolar dos acontecimentos. Não sendo possível nem conveniente contar aqui a história toda, transcrevo a única piada explícita desse livro cheio de humor tão amargo e irônico.

“Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona — um triste molambo de mulher, — chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.

“ —  É minha, meu senhor; isto é tudo que eu possuía neste mundo.

“ — Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?”

Reli também “Xadrez, truco e outras guerras”, de José Roberto Torero. Narrativa que, com humor sutil e corrosivo, revela o quanto a ambição e vaidade dos poderosos podem custar caro, a cara e a vida dos humildes, que são esses que vão para a guerra, morrer no lugar dos que têm poder. Mais ou menos inspirado na Guerra do Paraguai, o livro trata da ira, o único pecado que, segundo o narrador, Deus se permite cometer.

Ambição, violência, amor e morte se misturam desde o palácio do rei até os campos de batalha, onde soldados dos dois lados se atacam irados, sem saber por que morrem e sem saber por que matam. Só como aperitivo, aí vão alguns trechos colhidos ao acaso durante a leitura:

“A vitória tem muitas mães, mas a derrota é sempre órfã”.

— Coronel, a ira é para o soldado o que o capim é para o jumento.

— Devo-lhe a vida./ — Então não me deves nada.

— Tens a língua afiada demais. / — Sempre é bom, se nos falta a faca.

— E quem será o novo inimigo?/ — O país do Leste./ — É um país pequeno e fraco./ — Eu sei. Por isso vou atacá-lo”.

— Se nos contentarmos em sermos como somos, nunca seremos o que poderíamos ser.

Agora tenho nas mãos “As coisas boas da vida”, de Rubem Braga, o “inimitável sabiá da crônica”, como o chamou Paulo Mendes Campos. Basta esse apelido para se perceber o cronista inigualável que Rubem Braga foi. Do livro, limito-me a transcrever esse trechinho em que ele lamenta o estado a que ficou reduzido o riacho que, quando menino, ele via passar ao lado de sua casa: “Não, esta crônica não pretende salvar o Brasil. Vem apenas dar um testemunho, perante a História, a Geografia e a Nação de uma agonia humilde: um córrego está morrendo. E ele foi o mais querido, o mais alegre, o mais terno amigo de minha infância”.

Bem, creio que os leitores, inteligentes como são, perceberam que, por falta de assunto, vali-me de autores que andei relendo nesses dias de reclusão forçada. Posso não ter sido muito criativo, mas o leitor não tem do que se queixar, porque, ao menos dessa vez, dei-lhe a oportunidade de ler textos de qualidade nesta coluna.

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As máscaras e o Covid-19

quarta-feira, 01 de abril de 2020

Muito se tem falado sobre as máscaras cirúrgicas simples e a N-95.  Nesses tempos de pandemia, as pessoas simplesmente passaram a compra-las indiscriminadamente e elas desapareceram do mercado. E o que pior, quando as achamos, são vendidas por preços abusivos. No entanto, qual o valor desse tão cobiçado objeto na atual situação em que estamos vivendo?

Muito se tem falado sobre as máscaras cirúrgicas simples e a N-95.  Nesses tempos de pandemia, as pessoas simplesmente passaram a compra-las indiscriminadamente e elas desapareceram do mercado. E o que pior, quando as achamos, são vendidas por preços abusivos. No entanto, qual o valor desse tão cobiçado objeto na atual situação em que estamos vivendo?

A máscara que as pessoas usam normalmente é a mais comum, feita em polipropileno não tecido (TNT), isenta de fibra de vidro, na cor branca, atóxica, não estéril e não inflamável. Pode ter um clique nasal para auxiliar a fixação junto ao rosto; já a N-95 é para proteção das vias respiratórias e redução da exposição contra certos aerodispersóides em uma faixa de tamanho de partículas de 0,1 a 10 micra (diâmetro aerodinâmico médio) ou maiores. É recomendado ainda para uso como barreira de nível médio (máscara cirúrgica) em procedimentos nos quais exista risco de respingos ou projeções de sangue e outros fluidos corpóreos potencialmente contagiosos sobre a face do usuário. Neste caso, deve ser utilizado em conjunto com protetor facial ou óculos de segurança, preferencialmente do tipo ampla visão.

Dito isso, de acordo com as recomendações de virologistas e da própria OMS (Organização Mundial da Saúde) o uso de máscaras de polipropileno, deveria ser somente feito pelas pessoas infectadas, impedindo assim a dispersão do vírus. O mais importante, para quem não está contaminado, é lavar as mãos com frequência ou com aplicação de álcool gel (quando esse é encontrado), evitando esfrega-las no rosto, olhos ou nariz. É importante manter os locais bem arejados, evitar concentração de pessoas e manter uma distância mínima de um metro e meio entre os indivíduos. A transmissão é feita pelas gotículas em suspensão no ar, provenientes da tosse, em particular, ou do contato das mãos com superfícies onde elas se depositam e, em seguida, passadas no rosto.

Quanto à N-95 ela é mais para uso do pessoal que trabalha em hospitais, principalmente em CTI onde, aliás, deve ser usada em conjunto com outros EPIs (equipamento de proteção individual); mesmo assim, muitos médicos e paramédicos têm se infectado, pois é muito importante a maneira como se retira esses equipamentos e é, aí, que pode ocorrer a contaminação.

Existe uma histeria coletiva com relação a atual pandemia, estimulada pela mídia mal intencionada, ávida em transmitir desgraças e mais desgraças, esquecendo que um alerta bem feito e bem substanciado é muito mais eficaz. Lembro-me da famosa enchente que assolou a cidade do Rio de Janeiro, em 1961. Foi a cobertura diária, mostrando a desgraça dos mais pobres, massacrando os ouvidos e olhos das pessoas com notícias a todo momento que alavancou a Rede Globo e a tornou líder de audiência a partir daí. Na pandemia atual, ela age da mesma maneira, em busca da retomada perdida da preferência do telespectador.

Confesso que desisti, pois estava chegando num ponto de estresse tamanho que, fatalmente, iria comprometer a minha saúde.  Hoje, respeitando esse período de quarentena, limito-me a assistir o Jornal da Record, às 19h45, a TV-5, francesa, aos filmes dos canais fechados e a uma boa leitura.

Mas, a cabeça não deixa de trabalhar, pois existe a certeza de que a quarentena horizontal vai levar a economia mundial à bancarrota, exceto os chineses, grande beneficiados por esta crise, por mais que o “embaixadorzinho de olhos rasgadinhos” fique irritado quando se toca nesse assunto. Regimes de esquerda sempre cultivaram a arte de mentir e quem nos garante que a situação na China voltou realmente à normalidade? Na realidade quem mais lucrou e está lucrando com a desgraça dos outros é a China, cuja economia vai sair desse período muito mais fortalecida.

Portanto, talvez o isolamento vertical, ou seja, dos idosos, imuno depressivos e crianças, pelo risco que essas podem trazer para os demais, seja uma condição a ser estudada, a partir de agora.

O Covid-19 é genuinamente “Made in Chine” e ainda é tempo de repensarmos e começarmos a recusar produtos daquele país. Podem ser mais baratos, mas às custas de trabalho escravo e cheios de risco.

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Pelas obras

quarta-feira, 01 de abril de 2020

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13.)

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13.)

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

 Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável que encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível que esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável que estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Extraído do livro Fonte Viva; Espírito Emmanuel; Médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quartas-feiras, 14h; quintas-feiras, 20h e domingos, 17h.
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Avenida Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Quem diria?

terça-feira, 31 de março de 2020

Para pensar:

“A qualidade mais valiosa para o aprendizado é uma atitude positiva.”

Bobbi DePorter

Para refletir:

“A sabedoria não vem do acerto, mas do aprendizado com os erros.”

Monja Coen

Quem diria?

Poucos meses atrás, numa postagem pessoal em rede social, este colunista se perguntou o que teria de acontecer, a que ponto teríamos de chegar, para que conseguíssemos perceber que estamos todos no mesmo barco.

Para pensar:

“A qualidade mais valiosa para o aprendizado é uma atitude positiva.”

Bobbi DePorter

Para refletir:

“A sabedoria não vem do acerto, mas do aprendizado com os erros.”

Monja Coen

Quem diria?

Poucos meses atrás, numa postagem pessoal em rede social, este colunista se perguntou o que teria de acontecer, a que ponto teríamos de chegar, para que conseguíssemos perceber que estamos todos no mesmo barco.

Naquela altura, se alguém lançasse a hipótese de uma pandemia como a da Covid-19, na qual o cuidado coletivo se revela tão importante para a preservação de vidas de pessoas queridas, este que vos fala certamente teria concordado que sim, em tal contexto a união de todos seria mesmo inevitável.

Incrível

Não é fácil, portanto, constatar e admitir que estamos desperdiçando oportunidade tão preciosa de reflexão, insistindo numa politização de algo que é maior, é global e universal, por vezes ignorando lições aprendidas à custa de muita dor em nações que tiveram menos tempo para se preparar para o problema.

Maniqueísmo

Cerca de dez dias atrás proliferavam nas redes sociais fotos pessoais legendadas por dizeres evocando a quarentena, por vezes recorrendo ao uso de palavrões como forma de enfatizar sua importância.

De lá para cá, no entanto, muitos mudaram de entendimento tão logo os primeiros efeitos da quarentena começaram a surgir (alguém pensou que seria fácil?) e o discurso na própria presidência da República começou a mudar.

E assim, de uma hora para a outra, quem defende o isolamento passou a ser tratado como alguém que “não se importa com os pobres ou liberais”, ou que “torce pelo vírus”!

Bom senso

Gente, sério, como foi que chegamos a esse ponto?

Qual a dificuldade em aceitarmos que não existe divisão aqui, o que acontecer à saúde afetará a economia, e vice-versa?

Enquanto nos atacamos, defendendo posturas radicais de um lado ou de outro, o bom senso nos diz que devemos observar caso a caso, analisar a situação de cada profissão, de cada necessidade pessoal, a fim de que façamos o máximo que seja possível em favor da economia, dentro dos limites estabelecidos pela Saúde.

Para ninguém esquecer

Em meio a tudo isso, uma loja na Rua Dante Laginestra deixou aos clientes uma mensagem que convida à serenidade: “Tudo passa!”.

Tão simples, e tão verdadeiro.

É hoje

Até o fechamento desta edição continuava prevista para hoje, 31, a conclusão do processo licitatório para a digitalização de nossa rede municipal de saúde pública.

A coluna espera que todas as etapas sejam de fato cumpridas, e que a preparação tenha sido capaz de estimular a participação de número satisfatório de concorrentes, uma vez que o serviço é de enorme importância, e já não podemos mais nos permitir a existência de contratos que sejam vantajosos a apenas uma das partes.

Rins e pulmões

A Aliança Brasileira de Apoio à Saúde Renal (Abrasrenal) alerta para a necessidade de o Ministério da Saúde, prefeituras e os governos estaduais adotarem medidas especiais para atender o paciente renal durante a pandemia do coronavírus.

A solicitação principal é que sejam montados nos hospitais de campanha de todo o Brasil um serviço especial para concentrar os doentes renais que venham a contrair a Covid-19.

Risco e exposição

O diretor-geral da Abrasrenal, Gilson Silva, alerta que além de ser grupo de risco para agravamento do coronavírus, os doentes renais estão mais expostos porque precisam circular pela cidade para receber o tratamento de diálise de três a cinco vezes por semana.

"Esse é um grupo significativo da população que é obrigado a usar transporte público e transitar para dialisar, se não morre. Eles têm uma exposição maior porque já são mais suscetíveis imunologicamente e, se forem infectados, expõem os demais pacientes das clínicas de diálise. Poucos estados, até o momento, planejam criar um espaço especial para internar doentes renais no hospital de campanha. Isso precisa ser implementado com urgência pelos Estados."

Segue

"A falta de realização de exames de diagnóstico de coronavírus em todos os pacientes suspeitos é um fator que aumenta ainda mais a nossa preocupação. Esses pacientes frequentam clínicas e dividem salas de diálise com outros 30, 40 doentes; todas as semanas. Em algumas clínicas, chegam a circular 400 até 500 pacientes. Precisam ir a postos de saúde para buscar medicamentos para anemia e doença óssea e também terão que ir para vacinação para gripe comum. Além disso, de acordo com o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) 66% tem hipertensão ou diabetes, a idade média do renal é de 58 anos; sendo 35% deles acima de 65, ou seja, tem a maioria tem mais de um motivo para estar no grupo de risco", acrescenta o diretor-geral da Abrasrenal.

Inscrições abertas

A Fundação Cecierj abriu nesta segunda-feira, 30, as inscrições para o Vestibular Cederj 2020.2.

Ao todo estão sendo oferecidas 8.109 vagas, distribuídas por 17 cursos na modalidade de Ensino Superior a Distância (EaD) em regime semipresencial, nos 34 polos regionais instalados em todo o estado do Rio de Janeiro.

Os cursos são oferecidos pelas universidades públicas Cefet-RJ, Uenf, Uerj, UFF, UFRJ, UFRRJ e UniRio.

Inscrição

Interessados terão até o dia 14 de maio para fazer a solicitação.

A inscrição é realizada somente pelo site do Instituto Selecon, organizador do concurso.

Serão oferecidas vagas para os cursos de Licenciaturas em Ciências Biológicas (916), Física (375), Geografia (320), História (200), Letras (300), Matemática (830), Pedagogia (1.125), Química (338) e Turismo (335).

Vagas

Há vagas também para cursos de bacharelado em Administração (761), Administração Pública (400), Ciências Contábeis (480), Engenharia Meteorológica (50), Engenharia de Produção (400), além de cursos de Tecnologia em Sistemas de Computação (529); Tecnologia de Gestão de Turismo (250), Tecnologia em Segurança Pública e Social (350).

As vagas para o curso de Tecnologia em Segurança Pública e Social são destinadas somente aos profissionais da ativa da Segurança Pública: Agentes Penitenciários, Agentes Portuários, Bombeiros, Guardas Municipais, Policiais Civis e Militares do Estado do Rio de Janeiro, Policiais Rodoviários Federais, Policiais Federais, membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e Policiais Civis e Militares de outros Estados da federação.

Prova

O concurso será realizado por meio de prova objetiva prevista para o dia 14 de junho.

O exame será composto por 80 questões de múltipla escolha e uma redação.

O resultado da prova de múltipla escolha será divulgado no dia 29 de junho, e o resultado final do vestibular sairá no dia 13 de julho de 2020.

A coluna deseja boa sorte aos leitores que eventualmente venham a tomar parte no processo de seleção.

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A hora e a vez do abraço virtual!

terça-feira, 31 de março de 2020

A plataforma de embarque, o Caderno Z, está muito bem representada na página 7, trazendo-nos a entrevista com a psicogeriatra, doutora Thatiana Erthal, O tema “confinamento e solidão” é a tônica do momento e em se tratando dos idosos, as sensações de angústia podem vir à tona. A recomendação de isolamento requer que os idosos permaneçam em casa. Mas como mantê-los resguardados sem que isso lhes cause transtornos de humor ou afetem o ânimo de vida?

A plataforma de embarque, o Caderno Z, está muito bem representada na página 7, trazendo-nos a entrevista com a psicogeriatra, doutora Thatiana Erthal, O tema “confinamento e solidão” é a tônica do momento e em se tratando dos idosos, as sensações de angústia podem vir à tona. A recomendação de isolamento requer que os idosos permaneçam em casa. Mas como mantê-los resguardados sem que isso lhes cause transtornos de humor ou afetem o ânimo de vida? A doutora ressalta que o perfil do idoso hoje é formado, em geral, de pessoas “que se cuidam, passeiam, viajam, dançam e movimentam com destreza as tecnologias”. Justamente por essa interação, Thatiana observa que, “por conta do confinamento”, há o “idoso angustiado e ansioso”.

Também não é para menos, pois o coronavírus é mesmo de assustar. Contudo, a psicogeriatra dá algumas dicas para os idosos: Não deixem de tomar suas medicações habituais, façam exercícios físicos em casa, coloquem coisas em ordem etc. Uma dica importante da doutora é para que “ocupem a mente com atividades prazerosas e produtivas”. Eu vou citar a quarentena de minha tia Maria Luiza (leitora assídua de A VOZ DA SERRA). Exausta com a TV ligada dia e noite nos noticiários, ela passou a fazer contas, equações e exercícios de livros de matemática. Já até encomendou que alguém lhe traga um novo caderno. E não é que ela está bem mais calma!

Se uma casa com um ou dois idosos é um caso à parte, imaginemos uma casa de repouso como o Lar Abrigo Amor a Jesus e a Casa São Vicente de Paula? As duas instituições também estão com medidas restritivas para evitar qualquer perigo de contaminação em seus ambientes. Eventos com o público estão suspensos e há restrição de visitas com sintomas virais. Até o famoso Yakisoba Solidário do Laje foi cancelado. Contudo, coisa alguma será em vão para manter a salubridade das casas e dos internos.

A Secretaria Municipal de Educação, sabiamente, suspendeu as aulas até 15 de abril e não haverá expediente nas unidades públicas escolares. A proposta do governo estadual é a de disponibilizar aulas no formato online, de acordo com o convênio firmado na plataforma Google Classrom. A Prefeitura de Nova Friburgo vai oferecer também conteúdo de entretenimento educativo para que os pais possam colocar em prática com os filhos os conteúdos pedagógicos, amenizando um pouco a falta do ensino escolar presencial. O Sesc, por exemplo, disponibiliza videoaulas gratuitas em seu canal do Youtube, como aulas de vários ritmos e até lições sobre cultivo de horta e frutas.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio deste ano foram cancelados e a realização do evento está prevista para 2021. Porém, está mantido o nome dos jogos – “Tóquio 2020”. A Copa Rio foi suspensa, assim com outras atividades esportivas. Tudo fica para depois, acertadamente, já que o “pico da pandemia” no Brasil ainda vai começar. Que horror!

As medidas de solidariedade e assistência social estão a todo vapor. O governador Wilson Witzel fez um apelo aos empresários e a sociedade em geral para arrecadar doações de cestas básicas e a previsão é de que seja feita a distribuição de um milhão de cestas. A Câmara de Deputados aprovou projeto de lei que prevê também a distribuição de alimentos da merenda escolar para as famílias dos estudantes da rede pública. Com a medida, pretende-se manter a renda do trabalhador do campo, enquanto a crise do coronavírus não for superada.

A Câmara Federal aprovou ainda o auxílio de R$ 600 por mês para os trabalhadores informais. Evidentemente, há uma série de requisitos para o cadastro. Ideias vão surgindo, assim como a sugestão de André Montechiari, de inserir Nova Friburgo como polo de fabricação de máscaras. Tudo ainda em estudos.

Em Massimo, as máximas do Papa Francisco indicam o caminho: “Estamos todos no mesmo barco. Todos. Ninguém se salva sozinho!” Esta, sim, é a nossa oportunidade de intensificar nossa visão do todo e entendermos que o que acontece no outro lado do mundo tem a ver com a nossa existência em terras brasileiras. Força para todos nós!

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Bodas de Suely e Nilsinho

segunda-feira, 30 de março de 2020

Bodas de Suely e Nilsinho

Com pequeno atraso mais ainda em tempo de satisfação, parabenizamos o casal Suely e Nilsinho da Silva (foto) em razão dos 46 anos de feliz união completados no último dia 23, portanto, Bodas de Alabastro.

Juntamente com seus filhos, genros, noras, netos e demais familiares, nossos parabéns com votos de contínuas felicidades ao querido Nilsinho e Suely.

S.O.S. garis e braçais

Bodas de Suely e Nilsinho

Com pequeno atraso mais ainda em tempo de satisfação, parabenizamos o casal Suely e Nilsinho da Silva (foto) em razão dos 46 anos de feliz união completados no último dia 23, portanto, Bodas de Alabastro.

Juntamente com seus filhos, genros, noras, netos e demais familiares, nossos parabéns com votos de contínuas felicidades ao querido Nilsinho e Suely.

S.O.S. garis e braçais

Mais uma semana de quarentena está iniciada, por conta da prevenção ao novo coronavírus. E o querido amigo desta coluna, o jornalista Girlan Guilland, levanta uma justa preocupação com os funcionários municipais, notadamente os trabalhadores braçais e os nossos bravos garis, que constituem um público vulnerável socialmente.

Por conta disso, Girlan está sugerindo ao prefeito uma campanha específica para esses servidores, buscando minimizar possíveis efeitos da pandemia. Segundo ainda sua sugestão, a primeira dama, Cristina Bravo, seria a pessoa ideal para coordenar esse tipo de ação, que deverá ainda contar com participações das várias secretarias municipais, a exemplo de Serviços Públicos, RH, Assistência Social, entre outras.

José e não Luiz

Apesar de atrasado, mas por justa atenção ao telefonema da leitora  Solange para a redação deste jornal, reparamos a nota publicada por esta coluna no último dia 17, sobre a pracinha na confluência da Rua Sete do Setembro com Avenida Euterpe Friburguense que tem nome oficial, embora vá passar a ser conhecida também pelo apelido de Praça do Lúpulo.

Em função de um informe do colega de imprensa Eloir Perdigão, o nome correto e antigo daquele espaço é Praça Professor José de Oliveira Silva e não Luiz como divulgamos.          

Simples assim!

Nos constantes e intermináveis comentários nas redes sociais, está ficando claro que alguns políticos devem mesmo estar vibrando com a possibilidade da transferência das eleições deste ano para 2021 ou 2022, o que contribuiria para que a astronômica verba de R$ 3 bi fosse empregada na saúde e economia...

Casa D’Itália: nova diretoria

Como fruto de recente assembleia, a Casa D’Itália de Nova Friburgo elegeu sua nova diretoria tendo a frente Álvaro Ney Mello Bachini como presidente.

Os demais cargos no biênio 2020/2022 ficaram assim ocupados:  vice-presidente Sandro Celano; secretário Luigi Mastrângelo; diretor financeiro Luiz Fernando Bachini; tesoureiro José Luiz Mastrângelo; diretor social Marcele Bachini e diretor cultural Rodrigo Orlando. Conselheiros fiscais: Dante Laginestra Neto (presidente), Leonardo Fiasca e Humberto Lignori.  Conselho dos Sábios: Alberto Masciavé, Domênico Pasquale Viola, Giuseppe Lo Manto, Matteo Unia e Domênico Celano.

Parabéns e ótimo mandato à nova diretoria da Casa D’Itália de Nova Friburgo, vista na foto.

Vivas ao Dr. Mauro!

Na próxima sexta-feira, 3 de abril, o conhecido juiz de Direito, dr. Mauro Nicolau Júnior, que possui muitos amigos na cidade e aqui por Nova Friburgo deixou muitas saudades, estará aniversariando, para satisfação também da esposa, Célia, filhos e demais parentes. Desde já, as nossas congratulações ao magistrado.

Bem vindo abril!

Fechando março hoje, 31, que o mês de abril seja realmente melhor, trazendo a marca da superação e de novos e melhores dias para todos nós!

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    Casa D’Itália: nova diretoria

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Assim não dá para continuar

segunda-feira, 30 de março de 2020

Faz tempo que li o Ponto de Mutação (1982), de Fritjof Capra, filósofo e
escritor austríaco. Também autor de O Tao da Física (1975). Eu me lembro
que, na época, o livro, bastante debatido pelas suas inéditas ideias, aborda as
mudanças intensas que o planeta vem sofrendo. Sua obra é influenciada pelo I
Ching, O Livro das Mutações, que descreve, através dos oráculos, a dinâmica
entre Yang e Yin. A força da energia de yang, o masculino e ativo, certamente
muito mal utilizada, construiu os métodos de dominação e exploração que

Faz tempo que li o Ponto de Mutação (1982), de Fritjof Capra, filósofo e
escritor austríaco. Também autor de O Tao da Física (1975). Eu me lembro
que, na época, o livro, bastante debatido pelas suas inéditas ideias, aborda as
mudanças intensas que o planeta vem sofrendo. Sua obra é influenciada pelo I
Ching, O Livro das Mutações, que descreve, através dos oráculos, a dinâmica
entre Yang e Yin. A força da energia de yang, o masculino e ativo, certamente
muito mal utilizada, construiu os métodos de dominação e exploração que
devastam o planeta e reprime o Yin, o feminino, criativo e intuitivo. Tal dinâmica
estruturou um modo de pensar que provocou o desmatamento, a poluição, a
escravidão humana e animal. O momento que vivemos hoje, marcado pela luta
do mundo contra um microscópico organismo, o coronavírus, o Covid 19, está
fazendo com que as cidades do planeta parem e as pessoas se recolham, é
decorrente deste modo de conceber a vida humana na Terra.
Mais do que nunca, acima de divergências políticas, interesses
econômicos e guerras, este minúsculo vírus exige uma ação conjunta de todos
os povos para eliminar a sua ação devastadora, que coloca em risco a
existência humana no planeta, principalmente a dos idosos.
A compreensão da vida requer uma perspectiva ampla. Entretanto, hoje,
este entendimento tende a ser simplificado e repartido. A força da modernidade
nos induz a tê-lo, mesmo que seus propósitos, veiculados pelos quatro cantos
da Terra, ainda possam ser divergentes desta premissa. O planeta, os povos, a
natureza são indissociáveis; tudo está intimamente interligado. Nada é
individualizado; tudo está suscetível à dinâmica do todo, fazendo-se necessário
conhecer profundamente as formas de existências físicas e naturais em sua
totalidade.
Hoje, caminhando pela mata, o pensamento de Capra me fez pensar nos
modos como a natureza vem preservando a vida há milhares de anos. A
natureza sabe proteger cada vida sua. É sábia quando a folha de uma árvore
não cai imediatamente no solo quando morre; há um tempo para se desprender
do galho e tombar no chão. Por sua vez, a terra a absorve, deixando-se

adubar. Os frutos são comidos pelos passarinhos, cujas sementes, através das
fezes, germinam o solo. Cada gota de orvalho umedece a terra, penetra no
solo e alimenta o lençol freático. As matas ciliares protegem os rios, enquanto
suas águas regam a vegetação que as protegem. O bater das asas de uma
borboleta interfere em todo o ambiente natural. Tudo tem sentido e harmonia.
A natureza é de uma imensa simplicidade. Porém conhecê-la decorre de
um saber sofisticado que tem por finalidade exercer interferências na política,
na economia e nos modos de viver dos povos. É um domínio intelectual que,
de todo e qualquer modo, tem de estar voltado para o bem-estar da população.
E nem sempre isso acontece.
A construção deste saber é responsabilidade das ciências. É dos
governantes o compromisso para com ações respeitosas, sejam políticas,
econômicas, ideológicas ou religiosas. Cabe a cada um dos habitantes da
Terra a preservação da vida, seja humana, animal e vegetal. Inclusive a dos
seres brutos, como as montanhas e rochas.
Infelizmente, a vida humana do planeta ainda não está educacionalmente
preparada para adequar-se à natureza que o acolhe. Certamente, este
momento será um aprendizado. Além de sofrido, custará a vida de muitos,
especialmente daqueles que ainda possuem uma experiência e um saber a
transmitir aos mais novos.
Inesperadamente, o momento de mutação invadiu os horizontes. Ao
admirar um passarinho pousar numa exuberante folha de uma samambaia do
mato, entendi que o surgimento deste vírus é mais uma sábia maneira da
natureza nos dizer que assim não dá para continuar.
Salve Fritjof Capra!

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