Blog de massimo_18840

Começando

quinta-feira, 03 de dezembro de 2020

Para pensar:
"Ninguém foge da lei universal. Tudo que plantamos, somos obrigados a colher. Tudo que oferecemos ao próximo, somos obrigados a receber de volta.”
Scheila F. Scisloski

Para refletir:
“Se você quer conhecer o fim, olhe para o início.”
Provérbio africano

Começando

Para pensar:
"Ninguém foge da lei universal. Tudo que plantamos, somos obrigados a colher. Tudo que oferecemos ao próximo, somos obrigados a receber de volta.”
Scheila F. Scisloski

Para refletir:
“Se você quer conhecer o fim, olhe para o início.”
Provérbio africano

Começando

No dia 24 de novembro de 2020, há menos de dez dias, portanto, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro propôs uma ação civil pública, vejam só, por atos de improbidade administrativa, com pedido liminar de indisponibilidade de bens em face de 1) Suzane Menezes, ex-secretária municipal de Saúde, 2) Bruno Cesar Villas Boas de Moraes, ex-secretário municipal de Governo; 3) Paulo Eduardo de Souza, ex-diretor geral do Hospital Raul Sertã; 4) Global Trade Indústria de Alimentação; 5) Ricardo Silveira Mora; e 6) Renato Pinheiro Bravo, prefeito municipal.

Aspas (1)

“A presente demanda possui, assim, escopo na persecução de atos de improbidade administrativa que ocasionaram prejuízo ao erário como decorrência da contratação levada a efeito no PA 7.226/17, referente à contratação emergencial de empresa especializada no fornecimento de alimentação a pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã, pelo período de 180 dias.”

E os outros? (1)

A essa altura, o leitor mais bem-informado pode estar se perguntando: “mas por que só este contrato? Afinal, não foram vários?”

Tio Massimo responde: sim, foram. Ocorre que neste caso específico a fonte de recursos utilizada para amparo à contratação foi a fonte 0001 (Recursos de Impostos e Transferências de Impostos), o que justifica a competência da Justiça Estadual uma vez que se trata de recurso integrante do patrimônio originário do ente público municipal.

E os outros? (2)

Os demais contratos emergenciais referentes ao mesmo objeto foram encaminhados ao conhecimento do Ministério Público Federal, uma vez que a fonte de recursos neles utilizada é proveniente de receita da União (fonte 0007).

Na eventualidade (bastante provável) dos demais contratos emergenciais para o mesmo serviço também redundarem em judicialização, o nome do secretário de Saúde terá de ser atualizado.

Sem receios

Mais uma vez, o Judiciário é muito claro e seguro em suas afirmações, empregando termos mais contundentes do que este espaço geralmente utiliza.

Um exemplo: os citados “deram azo a toda sorte de ilegalidades quando da contratação da empresa para o fornecimento de refeições aos pacientes e funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã, com violação de princípios constitucionais e dos procedimentos legais necessários à deflagração de procedimento licitatório, culminando em fabricada dispensa, direcionada à contratação da aludida sociedade empresária como prestadora do sobredito serviço ao HRS”.

Aspas (2)

Outro exemplo: “Renato Bravo, na qualidade de prefeito de Nova Friburgo, assinou o contrato emergencial eivado de ilegalidades, dispensando a contratação através de licitação, causando dano ao erário, como também se omitiu em relação ao seu dever de controle e fiscalização – já que tinha o dever de realizar o controle finalístico e de legalidade, evitando, assim, a ocorrência de lesão ao erário.”

A coluna poderia ocupar uma página inteira com argumentos utilizados e situações descritas, mas a essa altura o leitor já conhece bem a história.

Avancemos, portanto.

Desdobramento

Na última segunda-feira, 1º, a juíza Fernanda Telles concedeu a medida liminar requerida para demandar a indisponibilidade dos bens dos demandados até o alcance de R$ 377.667.

O tipo de informação que torna curioso, por exemplo, relembrar que teve candidato a prefeito cujo patrimônio declarado foi sensivelmente reduzido entre 2016 e 2020.

Uma daquelas coincidências da vida, claro.

Entendimentos

Em meio a tudo isso, o certo é que todos que tiveram contato com a materialidade reunida estão convencidos quanto ao sobrepreço praticado e também quanto ao dolo dos envolvidos.

Nesse contexto, a coluna pode acrescentar que não é coincidência que o primeiro secretário de Saúde tenha pedido exoneração após apenas 45 dias de governo.

E mais: a postura do MPRJ eleva a expectativa em torno das ações do MPF na mesma linha (e este espaço segue aberto para atualizações a este respeito).

Será?

Como se vê em peças como essas, e se verá muitas vezes no futuro, esta coluna jamais exagerou nas críticas que fez à atual gestão.

Muito ao contrário.

E, ainda que não exista mais no atual governo relevância que justifique lhe dedicar espaço, a coluna não pode deixar de registrar a gravidade e o volume de declarações que tem acumulado a respeito de dificuldades que estariam sendo criadas durante o período de transição para complicar ao máximo os trabalhos iniciais da próxima gestão.

Aspas (3)

“O governo está preparando a cama para que o próximo prefeito não consiga pagar os salários.”

“O próximo prefeito terá de fazer inúmeras escolhas de Sofia na gestão da Saúde e para manter os salários em dia.”

“Estou querendo largar a vida pública, porque desanima demais ver o que estou vendo nesses últimos dias.”

Todas estas frases foram ditas a este colunista por fontes as mais confiáveis, que transitam no centro da atual gestão municipal.

Resta esperar que, pela primeira vez, estejam equivocadas.

Bom combate

Até porque, quanto a essa suposta indignidade, cabe dizer que tem muita gente vendo e registrando o que está se passando, e este espaço está aberto a dar visibilidade a qualquer situação que possa ser comprovada nessa linha.

Aliás, se alguém estiver desconfortável com algo que eventualmente esteja testemunhando, que acumule provas.

Existem canais para dar visibilidade a tais atos, caso eles ocorram de fato.

Os leitores sabem que esta coluna é um deles, e sempre preserva suas fontes.

Parabéns!

A Uerj, há décadas muito bem representada em Nova Friburgo pelo Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), celebra amanhã, 4 , gloriosos 70 anos de história.

A partir das 15h, a TV Uerj transmitirá ao vivo a solenidade comandada pelo reitor, professor Ricardo Lodi Ribeiro, que apropriadamente se dará de forma virtual, em conformidade com as restrições demandadas pelos esforços de combate ao novo coronavírus.

À toda a comunidade da Uerj, e em especial do IPRJ, nossos parabéns e os votos de que os próximos 70 anos sejam ainda mais férteis.

Revisão semanal

A coluna não se furta a criticar, mas também sabe reconhecer atitudes acertadas.

Desde o momento em que o Palácio Barão de Nova Friburgo estabeleceu que faria a revisão das bandeiras indicativas do grau de isolamento social devido a pandemia a cada duas semanas este espaço manifestou sua discordância, sob a argumentação de que qualquer reação que eventualmente se revelasse necessária demoraria demais a ser implementada.

Por mais transtornos que cause, a coluna sempre defendeu que a revisão fosse semanal, e recentemente a prefeitura voltou a trabalhar com esse intervalo.

Uma postura adequada, no entendimento deste jornalista.

Filhos do isolamento

Chegamos a dezembro e será interessante monitorar daqui para a frente de que maneira a pandemia afetou - se é que afetou - os trabalhos de dona cegonha.

Os “filhos da pandemia” estão chegando, e parece oportuno perguntar: o número de nascimentos vai subir?

Vai cair?

As turmas escolares dos nascidos em 2021 terão mais ou menos alunos do que o normal?

Ou nada irá mudar?

Espaço aberto

Se alguém, nas muitas clínicas que fazem pré-natal, ou nos muitos hospitais da cidade que realizam partos, puder e quiser compartilhar dados gerais a esse respeito, desde já agradecemos.

Até breve

A coluna de hoje foi a última de 2020.

Na reta final de um ano que exigiu muito de cada um de nós, e tendo pela frente outro que deve abrigar uma enorme crise humanitária mundial e reservar desafios tão grandes quanto este que está se encerrando, é chegado o momento de recarregar as baterias e reequilibrar as energias.

Gratidão

A todos que dão vida e sentido a este espaço, e que tanto respaldo nos deram nos momentos turbulentos que 2020 reservou, toda a gratidão deste colunista e os votos de um fim de ano de muita saúde, paz e união.

Se Deus permitir, estaremos juntos em 2021 desde o primeiro dia, cobrindo a posse dos vereadores, a eleição do novo presidente da Câmara e a posse do prefeito eleito, Johnny Maycon, poucos dias antes de celebrarmos a vida na ocasião do décimo aniversário da tragédia climática de janeiro de 2011.

Assunto, como se vê, não vai faltar.

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Finalmente

quarta-feira, 02 de dezembro de 2020

Para pensar:
"Legado não o que você deixa para as pessoas, legado é o que você deixa nas pessoas.”
Deive Leonardo

Para refletir:
“A pontualidade é uma virtude e está no mesmo nível do respeito e da honestidade. Embora a primeira não leve às demais, pessoas respeitosas e honestas, geralmente são pontuais.”
Marislei Brasileiro

Finalmente

Para pensar:
"Legado não o que você deixa para as pessoas, legado é o que você deixa nas pessoas.”
Deive Leonardo

Para refletir:
“A pontualidade é uma virtude e está no mesmo nível do respeito e da honestidade. Embora a primeira não leve às demais, pessoas respeitosas e honestas, geralmente são pontuais.”
Marislei Brasileiro

Finalmente

Na turbulenta segunda-feira, 30 de novembro, o Cremerj anunciou que entrará com ação judicial contra a Prefeitura de Nova Friburgo, “devido à situação calamitosa do setor de ortopedia do Hospital Municipal Raul Sertã”, acrescentando que “o serviço enfrenta uma grave falta de insumos, como atadura e gesso”.

“Não é de hoje que o Cremerj sinaliza que a ortopedia passa por problemas. Recentemente, o Conselho Regional de Medicina realizou duas fiscalizações no hospital e os relatórios foram enviados ao Ministério Público para as providências cabíveis.”

Sempre positivo

A coluna entende que esta medida provavelmente cumpre a alardeada promessa de um “escândalo” nessa reta final de governo, e entende ser muito correto que o órgão fiscalize mesmo a situação, apure responsabilidades e, se for o caso, aponte caminhos para a solução dos problemas.

Nada melhor que uma boa investigação para que a verdade venha à tona e possamos saber se alguém precisa responder por algo, ou se tudo o que era possível foi feito.

Desconfortos (1)

Dois fatores, todavia, incomodam este colunista nesse episódio.

O primeiro é o momento em que a virada da trama se deu, logo após as eleições e num momento em que uma importante mudança nos rumos da administração se anuncia.

Provavelmente é só coincidência, mas, de qualquer modo, não deixa de ser conveniente.

E o outro advém da longa demora para que o Cremerj se manifestasse publicamente em meio a tudo o que andou se passando na rede municipal de saúde pública, e não apenas no governo atual.

Desconfortos (2)

Nada contra a postura atual - muito ao contrário.

Mas ao colunista simplesmente parece que coisas muito mais sérias andaram acontecendo no passado recente, e, ao menos na parte que conseguimos ver, não tiveram a mesma atenção.

Resta acreditar, no entanto, que as intenções do órgão sejam as mais nobres possíveis.

Currículos

Alguns leitores pediram mais detalhes a respeito dos nomes indicados pelo prefeito eleito Johnny Maycon para sua equipe de transição.

Abaixo, portanto, a coluna reproduz uma breve biografia de cada um, à exceção do vereador Professor Pierre, que o leitor já conhece bem.

Hugo

Hugo Leonardo de Carvalho é psicólogo de formação, graduando em Direito e pós-graduando em Direito Tributário. Possui aproximadamente dez anos de experiência atuando em multinacionais e no poder público municipal, como concursado no cargo de fiscal de tributos, desde o ano de 2018. Atualmente, acumula a função de coordenador da fiscalização de ISS, o Imposto sobre Serviços.

Thiago

Thiago Parreira Ferreira Coimbra. Servidor Público concursado. Advogado. Pós-graduado em Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Ficou lotado na Subsecretaria de Recursos Humanos por mais de oito anos. Membro da Comissão Permanente de Inquérito Administrativo por quase cinco anos. Experiência em Direito Administrativo, com destaque em improbidade administrativa e combate à corrupção. Também com experiência em Direito Previdenciário e Trabalhista.

Kelle

Kelle Barros Carvalho de Freitas, 39 anos, é graduada em Ciências Contábeis e também tem formação em Gestão de Negócios, com experiência de 20 anos, sendo 12 de atuação no setor privado e oito na administração pública, exercendo as funções de contadora da Secretaria de Fazenda e secretária de Fazenda no município de Macuco. Atualmente contadora, estatutária, responsável pelo setor de auditoria da Controladoria-Geral do município de Nova Friburgo.

Marciano

Marciano da Silva Rego tem especialização em Gestão da Clínica pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês; MBA em Gestão Estratégica em Tecnologia da Informação pela FGV, e é pós-graduado em auditoria em Sistemas de Saúde pela Unesa. É professor livre docente do Centro de Estudos Alexandre Vasconcellos nas áreas de gestão de pessoas e organizações; possui mais de 15 anos de experiência na área de Gestão e Técnico em Contabilidade. 1° Tenente reformado da Força Aérea Brasileira, cursou Administração Hospitalar pela Universidade da Força Aérea.

Caroline

Caroline Moura Klein é professora com 25 de anos de experiência nas redes pública e privada, servidora concursada da prefeitura desde 2001, se formou em Letras e possui pós-graduação em Administração, Orientação e Supervisão Escolar. Atuou na Secretaria de Educação como coordenadora do ensino fundamental e foi  diretora da Escola Municipal Rui Barbosa, dos Ceffas Rei Alberto e Flores de Nova Friburgo, ambas unidades conveniadas com o Ibelga. Atualmente é diretora da Escola Municipal Dante Magliano.

Yuri

Yuri Guimarães Felisberto Bezerra, 30 anos, é servidor concursado da prefeitura desde 2008. Trabalhou em diversas secretarias, como Cultura, Comunicação e no gabinete do prefeito. Formou-se em Direito e é advogado desde 2016. Esteve cedido à Câmara Municipal de Nova Friburgo na função de assessor parlamentar na atual legislatura, e retorna para a prefeitura em 2021 a convite do prefeito eleito Jhonny Maycon.

Transição

O prefeito Renato Bravo também já escolheu os membros de sua equipe que irão participar da transição de governo. A escolha foi anunciada através de publicação no Diário Oficial eletrônico na noite de segunda-feira, 30 de novembro.

Veja nesta página, em reportagem logo abaixo da coluna, quem vai integrar o grupo de transição da atual gestão.  

Menos um

A coluna ontem, 1º, registrou o encerramento das atividades da Luau TV em Nova Friburgo, e hoje tem o desprazer de informar que, depois de quase 45 anos de circulação, o jornal O Debate, de Macaé, encerrou suas atividades como veículo impresso.

O veículo que registrou toda a história recente de Macaé teve a sua última edição em papel nas bancas no sábado, 28 de novembro, e também não terá mais a versão em arquivo pdf, nos moldes de um jornal tradicional.

O site do veículo continua ativo, assim como as redes sociais.

Tempos difíceis

Na reportagem em que informou o fim da edição impressa, a direção do jornal explicou que a pandemia do coronavírus piorou muito a situação da editora responsável pela publicação, listando uma série de dificuldades que A VOZ DA SERRA conhece muito bem.

Para alegria de muitos que se acostumaram a escolher as próprias “verdades”, são mesmo tempos muito difíceis para a imprensa séria, sobretudo em mídia impressa.

Legado

Por aqui, todavia, seguimos remando contra a maré, impulsionados pela tenacidade de quem veio antes de nós e pelo suporte manifestado sistematicamente pelos leitores e pela maior parte da sociedade.

Nesta semana, inclusive, nossa longa história de 75 anos foi devidamente registrada num selo comemorativo, cujo lançamento teve de ocorrer sem a pompa merecida em razão dos protocolos de segurança impostos pela pandemia de Covid-19.

É isso. Seguimos juntos e, enquanto estivermos por aqui, temos um legado pelo qual zelar.

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Coerência

terça-feira, 01 de dezembro de 2020

Para pensar:
"Somente os tolos exigem perfeição, os sábios se contentam com a coerência.”
Provérbio chinês

Para refletir:
“Tem que haver coerência entre o pensamento, as palavras e as atitudes. Senão, pensar pra quê?”
Edith Vaz de Araújo

Coerência

Para pensar:
"Somente os tolos exigem perfeição, os sábios se contentam com a coerência.”
Provérbio chinês

Para refletir:
“Tem que haver coerência entre o pensamento, as palavras e as atitudes. Senão, pensar pra quê?”
Edith Vaz de Araújo

Coerência

O leitor conhece bem a opinião deste colunista a respeito da atual gestão municipal, e a bem da verdade já não vemos mais muita pertinência em dedicar espaço a esse tipo de manifestação, exceto, como ocorreu na semana passada no caso das dietas enterais, quando alguma situação emergencial precisa ser observada.

Mas, apesar da falta de confiança em algumas das pessoas que ainda se encontram na prefeitura, esta coluna jamais foi covarde ou oportunista.

Toda crítica publicada aqui foi devidamente fundamentada.

Sem oportunismo

Quando, por exemplo, um pedido de impeachment foi apresentado ao plenário da Câmara Municipal, esta coluna não se furtou a manifestar o entendimento de que carecia de fundamentação - ainda que outras possíveis fundamentações não faltassem para a elaboração de uma peça com a robustez necessária para dar sustentação a uma comissão processante.

O fato é que aquela não nos parecia robusta o suficiente, e fomos coerentes com tal entendimento.

Quem quer lembrar?

Da mesma forma, quem se vê limitado à alegação de que este espaço critica movido por questões financeiras não fará força para lembrar que em dado momento de 2019 - já com o Diário Oficial eletrônico em operação, portanto - este colunista telefonou para o então subsecretário de Comunicação Social para dizer que estava sentindo falta de notícias positivas e abrir espaço para a elaboração de uma matéria de capa com base em dados confirmáveis que nos foram prometidos para as horas seguintes.

Em confiança o jornal rodou a capa com uma foto do atual prefeito, e até hoje ainda estamos aguardando o material que nos havia sido prometido.

Nem ao menos nos avisaram que ninguém ia mandar nada...

Quebra de confiança

Enfim, águas passadas. A questão é que este espaço tem a consciência muito tranquila quanto ao fato de jamais ter atirado pelas costas, e seguirá com a mesma conduta até o fim.

Neste fim de semana, por exemplo, redes sociais e grupos de WhatsApp deram grande repercussão a um áudio que prometeu a divulgação de escândalos e expôs a existência de uma quebra de confiança em algum trecho do curto caminho que liga a Prefeitura de Nova Friburgo à direção do Hospital Raul Sertã (ou parte dela), passando pela cúpula da Secretaria de Saúde.

Contexto

Diante do que foi exposto no áudio que viralizou, a coluna solicitou à Secretaria de Saúde - e foi atendida prontamente - informações e comprovações a respeito do andamento dos processos administrativos pertinentes ao fornecimento de órtese, prótese e materiais especiais (OPME) ao Hospital Raul Sertã.

Em essência, o que foi possível apurar está descrito nas notas a seguir.

Processo

No dia 11 de setembro deste ano a direção do HMRS informou a secretaria, via ofício, a respeito da suspensão do fornecimento de OPME por parte da empresa Agamed, atual fornecedora, bem como solicitou que fossem tomadas as medidas judiciais cabíveis a fim de compelir a empresa contratada a regularizar o fornecimento.

De posse de tais informações a Secretaria encaminhou os autos do processo administrativo 19.474/2014 à Procuradoria-Geral do Município, que por sua vez distribuiu ação judicial que atualmente tramita na 3ª Vara Cível.

Inadimplência

A Secretaria registra também que no dia 25 de novembro - quatro dias após o vencimento do contrato em questão - recebeu do HMRS relatórios dos materiais entregues à unidade, discriminando o período e os pacientes atendidos.

O hospital também relatou que a empresa fez a entrega parcial dos materiais faltantes, mas ainda se encontra a situação de inadimplência para com o município, inviabilizando qualquer nova contratação.

De propósito?

Ao longo deste período também houve chamamento público para o credenciamento de empresas especializadas para o fornecimento de OPME, mas por duas vezes esta operação terminou deserta.

Há quem acredite que não tenha sido algo casual, posto que as empresas invariavelmente lucram mais em contratos emergenciais, mas tal intencionalidade é algo que a coluna não pode cravar por falta de confirmação.

Licitação

Paralelamente, foi aberto processo licitatório para aquisição de OPME através do sistema de registro de preços, que se encontra atualmente na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

Ao que consta, em fase de pesquisa de preços.

Resta ver se terá efeito.

A coluna também recebeu diversos documentos embasando tais informações, e outros, como notificações extrajudiciais direcionadas a fornecedores, cobrando a entrega de materiais.

Prudência

A coluna entende que há procedimentos que não são fáceis ou não dependem exclusivamente da gestão municipal, e que esforços foram levados adiante a fim de tentar suprir este desabastecimento.

Não jogaremos gasolina nessa fogueira.

Parece, ao contrário, prudente aguardar pelos fatos nos próximos dias, dando transparência à população quando novas informações vierem à tona.

Em suma, é isso.

Vácuo

A coluna encerra os trabalhos de hoje com uma nota triste em razão da interrupção das transmissões da Luau TV, canal 5 do sistema por assinatura RCA, que papel tão relevante desempenhou por tanto tempo no cenário da comunicação social friburguense.

Seu vasto acerto contou e preserva parte significativa da história friburguense, e aqui a coluna saúda a todos que em alguma medida ajudaram a escrever a história da “Fábrica de Sonhos”, na torcida para que todo este acervo seja preservado e, dentro do possível, disponibilizado às gerações futuras.

Obrigado por tudo, Luau TV.

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Normalizando

sábado, 28 de novembro de 2020

Para pensar:

"Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.”

Khalil Gibran

Para refletir:

“O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra. E ninguém se conhece enquanto não sofreu.”

Alfred de Musset

Normalizando

Diante da seriedade do que a coluna relatou em nossa edição de sexta-feira, 27, cabe atualizar que a Secretaria Municipal de Saúde se mobilizou para providenciar a compra de dietas enterais para os pacientes intubados.

Para pensar:

"Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.”

Khalil Gibran

Para refletir:

“O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra. E ninguém se conhece enquanto não sofreu.”

Alfred de Musset

Normalizando

Diante da seriedade do que a coluna relatou em nossa edição de sexta-feira, 27, cabe atualizar que a Secretaria Municipal de Saúde se mobilizou para providenciar a compra de dietas enterais para os pacientes intubados.

O empenho já foi realizado e a situação promete ser normalizada no início da próxima semana.

A questão, todavia, é assegurar que não volte a se repetir nunca mais, neste ou em qualquer outro governo.

Paciente intubado, lutando pela vida, não pode ter problemas de (des)nutrição.

Transição

A pouco mais de um mês da mudança de governo, e com muitas informações complexas a serem transmitidas, as equipes de transição têm uma tarefa árdua pela frente.

Em especial a do governo recentemente eleito, que tem muito o que tomar pé, enquanto precisa também compor as próprias equipes e dialogar com vereadores em busca de entendimentos que assegurem o mínimo de governabilidade sem apelar para o velho toma lá, dá cá.

Não é tarefa fácil.

Equipe

Alguns dos responsáveis pela missão de assegurar a continuidade dos serviços já eram de conhecimento deste colunista, outros foram conhecidos nesta sexta-feira, 27, quando um ofício protocolado pelo prefeito eleito, Johnny Maycon, indicou os sete integrantes de sua comissão de transição administrativa.

São eles: o vereador Pierre da Silva Moraes, Hugo Leonardo de Carvalho, Caroline Moura Klein, Marciano da Silva Rego, Yuri Guimarães Felisberto Bezerra, Kelle Barros Carvalho de Freitas e Thiago Parreira Ferreira Coimbra.

Destaque engajado

A entidade norte-americana March of Dimes, organização de apoio a famílias de crianças com nascimento prematuro, está apresentando uma campanha criada pela Area 23, de Nova York, com o objetivo de arrecadar fundos para famílias de recém-nascidos durante a pandemia de coronavírus.

A produção teve início há alguns anos, quando o cineasta brasileiro Jean Paulo Lasmar (JP) começou a documentar a gravidez de sua esposa Sylvia. Gabriel, filho do casal, nasceu prematuramente e JP registrou a luta para salvar a vida do bebê, que teve que usar respirador para sobreviver - do mesmo tipo que as pessoas que estão sofrendo de sintomas graves da Covid-19 precisam usar.

Pertinência

Certo, e o que isso tem a ver conosco?

Bom, ocorre que além do tema ser universal, a campanha também teve participação importante de outro brasileiro, criado justamente aqui, em Nova Friburgo.

O publicitário Thiago Fernandes, há alguns anos atuando em Nova York, consta na ficha técnica da campanha como diretor criativo.

Um talento local a serviço de uma causa nobre e necessária, sendo devidamente reconhecido mundo afora.

Expoentes

E já que falamos em destaques, a fisioterapeuta friburguense Maria Lina Leite foi finalista pelo segundo ano consecutivo do Contrology Awards, considerado o Oscar do Pilates na América do Sul.

Ainda que o prêmio não tenha visto, ser finalista de um concurso continental em duas edições seguidas é algo que atesta a qualidade da fisioterapia praticada em nossas montanhas.

A coluna parabeniza Maria Lina, e toda a classe de profissionais por ela representada.

Data importante

O amigo Girlan Guilland, sentinela das datas históricas de Nova Friburgo, lembra ao colunista que nesta segunda-feira, 30 de novembro, completam-se 149 anos desde a assinatura do Decreto nº 1.637, que elevou a vila à categoria de Comarca.

”O ano era 1871, ainda no Segundo Império, sob o Governo de Dom Pedro II. E 19 anos antes da elevação de Nova Friburgo à Cidade, em 1890. Coincidentemente ainda no ano que foi promulgada a Lei do Ventre Livre (Lei Rio Branco), que deu liberdade aos filhos de escravos nascidos no País a partir de então, 28 de setembro de 1871.”

A coluna, como sempre, agradece pelas informações.

Cápsula do tempo

Na tarde desta sexta-feira uma cena emocionante e silenciosa teve lugar em nossa cidade.

Sem que fosse possível a realização de um velório, amigos e amigas do contador Leonardo Mesquita, que infelizmente foi vencido pela Covid ao fim de uma luta muito aguerrida pela vida, realizaram um cortejo final até o crematório luterano.

Leonardo tinha 49 anos, era uma pessoa muito querida, e deixa esposa e um casal de filhos. O caçula com apenas um mês de vida, o pequeno João Pedro, a quem a coluna dedica a nota que encerra os trabalhos desta semana.

Testemunho

Querido João Pedro, quando você crescer e tiver chance de ler estas palavras, saiba que seu pai foi um sujeito sensacional, trabalhador, honesto, e acima de tudo, bem-humorado e inteligente.

O tipo de pessoa que anima um ambiente e faz todo mundo à sua volta se sentir melhor.

Tenho a certeza de que, lá de cima, ele cuida de você e há de cuidar até o momento do reencontro, que não tem pressa para ocorrer, posto que será eterno.

Pode se orgulhar de seu pai. Ele fez por merecer.

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Inadmissível

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Para pensar:
"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.”
Confúcio

Para refletir:
“A covardia é a mãe da crueldade.”
Michel de Montaigne

Inadmissível

A coluna falou ontem, 26, a respeito das dietas enterais, próprias para pacientes intubados, que desde o último sábado, 21, se esgotaram nos estoques do Hospital Raul Sertã.

Para pensar:
"Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.”
Confúcio

Para refletir:
“A covardia é a mãe da crueldade.”
Michel de Montaigne

Inadmissível

A coluna falou ontem, 26, a respeito das dietas enterais, próprias para pacientes intubados, que desde o último sábado, 21, se esgotaram nos estoques do Hospital Raul Sertã.

Também lembramos que, ao longo dos últimos meses, em duas oportunidades o estoque chegou a níveis críticos e a coluna atuou nos bastidores para informar a Secretaria Municipal de Saúde sobre o problema a fim de que pacientes em situação muito fragilizada não ficassem desguarnecidos.

Aos que gostam de dizer que a coluna só faz criticar, fica aí registrado um bom exemplo do tipo de atuação colaborativa que sempre tentamos estabelecer.

Sério demais

Pois bem, a coluna consultou dois nutricionistas a respeito da gravidade desta situação, e recebeu respostas para lá de alarmantes.

Usando termos bem mais pesados do que estes, os profissionais disseram que sim, a falta de dietas enterais pode sim agravar os quadros clínicos de quem já está lutando pela vida.

E isso, meus amigos, é sério demais.

Pode haver atenuantes, mas não há justificativas.

É o tipo de coisa que simplesmente não pode acontecer.

Início difícil

A situação envolvendo as dietas enterais - e a promessa é de que os estoques serão abastecidos hoje - serve também como indicativo do tipo de situação que a próxima gestão municipal irá encontrar.

Os procedimentos licitatórios para fornecimento de alimentação hospitalar, por exemplo, não devem ser concluídos a tempo de serem aproveitados pelo próximo governo em seus primeiros dias.

E aí o que acontece? Contrato emergencial, é lógico.

Leviandade

Para quem acompanha nossa política com a devida proximidade está muito fácil antever o quadro que se desenha, e é importante que a população esteja a par dos fatos, porque as campanhas de desinformação serão intensas e constantes.

O leitor certamente verá, por exemplo, muitas postagens atacando o próximo governo por contratos emergenciais em seus primeiros dias, ironizando o fato do vereador Johnny Maycon ter se posicionado tantas vezes contra eles, e eliminando das narrativas todo o contexto deixado pela atual gestão que, em alguns casos, não deixa outra alternativa imediata.

Pais e filhos

É evidente que se contratos emergenciais se tornarem uma prática ou continuarem a acontecer após o prazo necessário para regularização dos processos, então algo estará errado.

Não seria razoável, no entanto, responsabilizar este ou qualquer outro governo pelo cenário que encontra ao assumir um novo mandato.

Exceto, é claro, em casos de reeleição.

Destrancou

Conforme a coluna havia previsto, a pauta da Câmara Municipal foi destrancada para a sessão ordinária desta quinta-feira, 26, na medida em que o projeto do Executivo que solicitava autorização legislativa para abertura de crédito suplementar superior a R$ 2,7 milhões para aquisição de cestas básicas utilizando recursos do combate à Covid-19 foi apreciado, primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça, e depois pelo plenário.

Resumo

A VOZ DA SERRA publica na página 3 desta edição reportagem sobre o contexto desta apreciação, mas a coluna pode resumir dizendo que, por mais desconfortável que estivesse com a forma como se deu todo o episódio, os vereadores jamais votariam contra a distribuição de cestas básicas, tanto mais num contexto em que parcela tão grande de nossa população efetivamente depende de suporte momentâneo para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência digna.

Grilos

As vozes, todavia, que começaram a espalhar em redes sociais e grupos de WhatsApp que a distribuição de cestas básicas estava interrompida por responsabilidade da Câmara Municipal foram, mais uma vez, tendenciosas e reducionistas, posto que o contexto é mesmo delicado e demandava debates.

As últimas eleições, no entanto, deixaram bem claro que vozes levianas são acolhidas por um número cada vez menor de pessoas.

Que bom.

Alívio

Em meio a todas as tensões que permeiam os corredores da Câmara Municipal atualmente, a sessão desta quinta-feira, 26, teve um momento de bem-vindo alívio graças ao talento da jovem cantora Tatila Krau, que nessa oportunidade recebeu seu (justíssimo) título de cidadã friburguense, por intermédio do vereador Zezinho do Caminhão.

Após a deliberação de todas as matérias, e antes que o tiroteio recomeçasse nos discursos finais, durante alguns minutos todos tiveram a chance de relaxar ao som de uma das mais belas vozes do Brasil cantando o clássico “Tente outra vez”, de Raul Seixas e Paulo Coelho.

A chamada Casa do Povo faria bem se tivesse mais momentos como esse.

Vale ver

Aliás, a interpretação de Tatila está disponível em meio a gravação da 74ª sessão ordinária, e se alguém se animar a ver, vale a pena continuar mais um pouco e ouvir também os discursos finais, em especial dos vereadores Marcinho e Zezinho do Caminhão, para uma compreensão um pouco mais ampla a respeito do que está acontecendo, e do que vem pela frente.

Nosso futuro

Diversas notícias publicadas nas páginas deste jornal sugerem uma escalada na violência, se não em números absolutos (informações que coluna não detém) ao menos em brutalidade e exposição.

Em meio a todas as dificuldades que aguardam o próximo governo, investir em urbanismo e promoção de condições mínimas de desenvolvimento das próximas gerações surge como uma frente que não pode ser negligenciada.

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Alerta máximo

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Já fazia tempo que a coluna não falava sobre a pandemia de Covid-19, não por ela ter abrandado, mas para não saturar ainda mais o assunto e acabar aprofundando o chamado “efeito blasé”, a insensibilidade da população a tudo que tenha relação com o tema.

O contexto atual, contudo, impõe que sejam divididas algumas informações importantes com a população, a fim de que redobrem os cuidados e evitem, de todas as maneiras possíveis, contrair a doença, sobretudo neste momento específico.

Pico

O mês de novembro não precisou nem chegar ao fim para bater todos os recordes relacionados a número de contágios e atendimentos em nossa cidade.

Em especial nos últimos dias, certamente como reflexo das campanhas eleitorais e das próprias eleições realizadas num momento em que grande parte da população havia perdido o medo da doença, o contingente de doentes explodiu.

No Hospital Raul Sertã, por exemplo, o número de internados, que geralmente flutuou entre cinco e nove na semana passada, chegou a 21 nesta terça-feira, dia 24.

Saturação

Nos hospitais particulares o cenário não é diferente.

Na Unimed o número de atendimento diários para Covid mais do que dobrou, e na cidade inteira a disponibilidade de leitos corre o risco de saturar.

Para piorar, o estoque de dietas enterais do Hospital Raul Sertã zerou no último sábado, 21, concretizando um quadro que não chegou a ocorrer em semanas anteriores em parte porque essa coluna alertou a Secretaria de Saúde em duas ocasiões distintas sobre a iminência do problema.

Uma situação dramática, que precisa de solução definitiva, e que representa mais um motivo e tanto para ninguém querer ficar doente neste momento. 

Momento delicado

Para o comércio, a explosão no número de casos não poderia ocorrer em momento pior.

Justo na semana da Black Friday, quando tantos empresários esperam amenizar os prejuízos acumulados ao longo do ano.

E, claro, é também um momento de risco sanitário, uma vez que as promoções habituais devem atrair grande número de pessoas a lojas e supermercados.

Situação muito delicada e perigosa que, mais uma vez, enfatiza a pertinência do investimento em e-commerce e serviços de entrega como caminho para preservar interesses econômicos sem sacrificar as demandas da saúde pública.

Por falar nisso...

E já que tocamos no assunto, a coluna levantou junto à empresa especializada Wx3 um breve comparativo de meses recentes com o mesmo período de 2019.

Em agosto, o volume de vendas foi aproximadamente o dobro do mesmo período no ano passado.

Em setembro e outubro o aumento foi próximo a 90%, e em novembro, antes que pudessem ser observados os efeitos do recente aumento no número de casos de Covid-19, o aumento era pouco superior a 20%.

É de se esperar que essa margem cresça nos próximos dias.

Na política

O meio político também tem sido afetado pela Covid.

O deputado federal Glauber Braga divulgou que está com sintomas da doença, e na Câmara Municipal a informação, na manhã desta quarta-feira, 25, era de que havia ao menos três pessoas infectadas.

Aliás

E já que falamos no Legislativo, a coluna não chegou a registrar, mas a pauta da Câmara Municipal foi trancada na semana passada em razão do término do prazo para apreciação do projeto de lei 856/2020, de autoria do Executivo Municipal, para abertura de crédito especial em valor pouco superior a R$ 2,7 milhões para a compra de 27 mil cestas básicas.

O vereador Marcinho Alves protocolou denúncia a esse respeito junto ao Ministério Público, na qual lista diversas situações que entendeu serem suspeitas, entre as quais a entrega ter começado a ocorrer antes do empenho dos recursos.

A coluna entende, todavia, que a pauta deve ser destrancada em breve, possivelmente já na sessão de hoje, 26.

Festival de corais

O amigo e mestre Eloir Perdigão informa que neste ano de 2020 não será possível a realização do Festival de Corais de Olaria, que ele próprio organiza todos os anos nas igrejas Nossa Senhora das Graças e São Roque.

A pandemia do novo coronavírus infelizmente impossibilitou os ensaios dos grupos.

“Este ano seria a 11ª edição do evento. Fica para o próximo ano, se Deus quiser.”

E ele há de querer.

A propósito...

E já que mencionamos Olaria, foi confirmada a informação de que a tradicional Universidade Católica de Petrópolis (UCP) vai ocupar as instalações do antigo Colégio Nossa Senhora das Graças como detalha reportagem na página 10 desta edição.

Inicialmente serão oferecidos cinco cursos de graduação na modalidade de ensino à distância (EAD): Pedagogia, Administração, História, Teologia e Filosofia (os mais recentes da instituição), mas essa lista deve aumentar nos próximos anos, a depender da procura.

Gigante

O tópico foge completamente à nossa jurisdição, mas a coluna não poderia deixar de lamentar a morte prematura de Diego Armando Maradona, gênio dos gramados que foi personagem central para o resgate da autoestima argentina após o trauma das Malvinas.

Por tudo o que significou e simbolizou, por todas as controvérsias que protagonizou, Maradona era umas das personalidades mais conhecidas no mundo todo, e agora é mais uma estrela a se apagar nesse doloroso ano de 2020.

O personagem e sua história, no entanto, são eternos.

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Trocando as bolas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Quem tem mais de 40 anos provavelmente irá se lembrar de uma clássica comédia dos anos 80, que no Brasil ganhou o nome de “Trocando as bolas”, e que durante anos integrou aquele famoso rol de filmes habituais da Sessão da Tarde.

Essencialmente, a trama brinca com a eterna discussão a respeito do quanto o ambiente e as condições ofertadas afetam (alguns diriam que determinam) o comportamento e a postura de cada um, na medida em que dois milionários excêntricos fazem uma aposta a respeito dos comportamentos que seriam observados caso um cidadão em situação de rua e um executivo de sucesso tivessem suas vidas trocadas do dia para a noite.

Novos papéis

Na política friburguense, ao longo dos próximos anos, veremos algo mais ou menos nessa linha.

Políticos que até aqui sempre foram fiscalizadores, sempre cobraram, serão agora fiscalizados e cobrados.

E outros, que sempre navegaram nas águas tranquilas do assistencialismo, que sempre fizeram dos próprios gabinetes verdadeiros balcões de favores e negócios, que sempre adotaram o discurso populista de que “criticar é mais fácil do que fazer”, agora tentarão ser convincentes enquanto encenam um papel que jamais quiseram interpretar.

Reducionismo

O meio político costuma utilizar muito a metáfora segundo a qual a bancada de oposição seria a pedra e a bancada de governo seria a vidraça.

O colunista, contudo, não se sente confortável com essa ilustração, pois ela dá a entender que a oposição sempre irá criticar, que isso “faz parte do jogo político”, como se tudo não passasse de um teatro às avessas, onde são os atores que riem da plateia.

Não, não é bem assim.

Realidade local

A questão é que, entre erros e acertos, ao menos em mandatos recentes, Nova Friburgo esteve muito mais bem servida de quadros políticos na oposição do que na situação.

Um reflexo, é claro, de gestões municipais abaixo da crítica, que dependeram fortemente de costuras e loteamentos de poder para que pudessem contar com apoio no plenário, e, por isso mesmo, se cercaram de vereadores afeitos a esse tipo de visão menor a respeito do que significa exercer um mandato.

E as urnas têm deixado bem claro que a população compreendeu isso.

Ameaçados

Ocorre, caros amigos, que caráter não é o tipo de virtude que se pode comprar em farmácias.

Quem não chegou ao plenário em razão da confiança popular, mas dos favores e empregos que conseguiu, só pode mesmo ver a política como “um jogo”.

E, nesse jogo, uma gestão que esteja fechada a práticas de apropriação da coisa pública só pode ser tratada como uma ameaça por quem pendurou mais de 50 pessoas no cabide municipal ao longo dos últimos anos.

Desse tipo de gente, não dá para esperar uma oposição legítima ou qualificada.

Jogando contra

De fato, várias declarações já têm sido dadas nesse sentido, longe dos microfones.

Já teve gente dizendo que irá elaborar indicações legislativas “defendendo” medidas de apelo populista que todos sabem que não cabem no orçamento, já teve gente dizendo que vai bombardear o governo com requerimentos de informação na esperança de que algum deles não seja respondido no prazo e isso possa suscitar complicações de natureza jurídica ao próximo governo.

Vacina

Numa visão mais ampla, tudo parte de um plano que pretende reduzir a popularidade e a confiança popular para, caso a chance apareça, apresentar um pedido de impeachment do governo que nem ao menos começou.

Acreditem, essa palavra já andou sendo usada.

A coluna avisa antes, para que os leitores já tenham os necessários anticorpos quando o espetáculo começar.

Faz sentido?

Afinal, cabe questionar: faz algum sentido que um vereador espere se tornar oposição para apresentar indicações legislativas, quando no passado recente teve portas abertas para lutar por tais ideias com muito mais efetividade?

Faz sentido que alguém que indicou uma centena de nomeados, fazendo, na prática, que todos nós pagássemos mensalmente (e muito caro) pelo seu capital eleitoral, venha agora falar em economicidade?

Faz algum sentido que um vereador que esteve anos no epicentro do governo comece o próximo mandato cheio de dúvidas sobre o contexto administrativo inicial?

Esperança seletiva

A comédia à qual nos referimos no início da coluna também ilustra bem essa situação.

Antes da narrativa abraçar uma segunda reviravolta, o ambicioso executivo efetivamente chega ao fundo do poço moral quando sua desgraça parece não ter limites.

Por outro lado, o morador de rua alçado a negociador na Bolsa de Valores se revela talentoso e à altura dos desafios quando a vida lhe oferece uma chance.

Voltando ao nosso contexto, se não dá para esperar uma oposição qualificada por parte de quem jamais se importou de fato com o interesse coletivo, ao menos dá para ter alguma esperança de que bons fiscalizadores se esforcem por entregar o tipo de gestão que sempre cobraram de governantes que lhes antecederam.

Tomara que sim.

Desanimador

Em meio a tudo isso seguem borbulhantes as costuras voltadas à eleição do próximo presidente da Câmara de Vereadores, num cenário francamente desanimador.

Cargos, cargos, e mais cargos. Aparentemente, tem gente que não consegue ver nada além disso.

E o que dizer de políticos que já não gozam da confiança popular e que terão grande dificuldade para que consigam voltar ao plenário municipal, atuando como caciques, como se controlassem vereadores recém-eleitos?

A população definitivamente precisa dar mais atenção a quem elege no Legislativo...

Vigilância (1)

De sua parte, a coluna entendeu perfeitamente o recado das urnas, e dará total visibilidade a qualquer manobra que tenha por finalidade impedir a mudança na forma de governar que foi exigida pela população.

Estaremos aqui para cobrar coerência dos novos governantes, e criticar no que for necessário.

Nessa tarefa, fiscalizadores éticos e verdadeiros, terão aqui um eco para suas demandas.

Vigilância (2)

Mas, da mesma forma, seguiremos vigilantes para que o novo governo erre ou acerte pelas próprias pernas, e não em função de armadilhas e sabotagens promovidas por quem depende do sofrimento alheio para se perpetuar na política.

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Sem limites

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Em nossa edição passada falamos sobre a corrida eleitoral pelo comando do Legislativo, e sobre o empenho de alguns para fazer da Câmara Municipal um instrumento de chantagem e sabotagem ao prefeito eleito.

Mas a continuidade da apuração revela que os planos são mais amplos do que haviam parecido no primeiro momento.

Legislativo inchado

Passou despercebido, por exemplo, que o presidente da Câmara também pode, por suas próprias atribuições, responder pela nomeação de grande quantidade de servidores em seu ambiente administrativo, e naturalmente isso já está sendo utilizado como moeda de troca por quem pretende angariar votos entre os vereadores, muitos dos quais devendo empregos a quem trabalhou por suas respectivas eleições.

É nisso que dá eleger vereador em troca de favores pessoais, mas quem se submete a isso não se importa, não é mesmo?

Consciência

Aliás, se quisermos ser justos, não dá para culpar apenas o eleitor que ainda vê nas eleições uma oportunidade de faturar uns trocados, sem se dar conta de que se vender votos fosse bom negócio, político algum ia querer comprar.

Também já passou da hora de bons candidatos começarem a escolher as nominatas que irão integrar com um pouco mais de compromisso com a sociedade.

Afinal, fazer parte de uma nominata de cartas marcadas para a eleição de chantagistas serve apenas para direcionar votos confiados de maneira consciente a um terceiro que não é digno de recebê-los.

Do que nos livramos

E o que dizer sobre o candidato a prefeito que vem tomando parte nas reuniões de composição da próxima mesa diretora falando em nome dos vereadores eleitos pela coligação que o apoiou, como se tivesse total controle sobre eles?

Um comportamento de apropriação de poder muito mais coerente com os vídeos que foram divulgados durante a campanha e sempre tratados como “fora de contexto”, do que com a campanha em si.

Serve bem para ilustrar o tipo de risco que a cidade correu nessa última eleição.

E, claro, é no mínimo desrespeitoso para com a imagem de quem acabou de ser eleito.

Primeiro teste

O fato é que esta corrida eleitoral se apresenta como primeiro teste ao que se pode esperar da nova geração de vereadores.

Está nas mãos deles decidir se estão dispostos a comprometer a própria isenção e a governabilidade em razão de benefícios próprios, ou se vão renovar de fato o plenário e dar o devido respeito à confiança popular que os elegeu como representantes.

Se vão se submeter aos interesses de caciques, ou vão agir pelas próprias cabeças.

Que escolham com sabedoria, pois têm poder de decisão e uma longa carreira pela frente.

Parece justo?

Um amigo chama a atenção da coluna para uma situação para lá de bizarra.

O resultado final de nossas eleições indica que temos suplente para o plenário que não recebeu nenhum voto(!), nem mesmo o próprio, ao passo que temos candidato que recebeu mais de 930 votos e nem suplente é.

A intenção do legislador pode ter sido boa ao estabelecer a eleição proporcional, mas, em meio a tantos partidos sem qualquer fumaça ideológica, parece que os interesses de caciques estão se impondo demais à vontade popular nas eleições proporcionais, não concordam?

Reconhecimento

E já que falamos sobre justiça, parece necessário dedicar algumas palavras ao vereador Professor Pierre, que, ao longo do mandato que está se encerrando foi, sem sombra de dúvida, um dos mais atuantes vereadores do Brasil.

Este colunista é testemunha do quanto ele sacrificou sua vida particular ao longo dos últimos anos, incapaz de flexibilizar um comprometimento com a cidade e os interesses coletivos que lhe roubou muitas horas de sono e de convívio familiar.

Mesmo durante o período eleitoral, boa parte de seu tempo foi investido na conclusão de uma peça fiscalizatória de enorme escopo, que ainda há de ter profundas repercussões sobre a administração pública friburguense.

Produção

Ao longo dos últimos quatro anos seu gabinete produziu mais de três mil páginas entre relatorias de natureza legislativa e fiscalizatória, que incluem o novo Regimento Interno, a nova Lei Orgânica Municipal, e as diversas operações legislativas que reuniram denúncias muito bem fundamentadas sobre a gestão municipal.

O tipo de material que, caso contasse com a mesma atenção dedicada pelo Judiciário às esferas estadual e federal, já teria rendido consequências de alcance difícil de estimar.

Referência

De fato, este seu último mandato se consolida como referência do tipo de relevância que cada vereador pode alcançar, se estiver realmente disposto a trabalhar, sem cair nas armadilhas da popularidade fácil ou do tráfico de influências.

Que possa servir de exemplo ao sangue novo que chega para oxigenar o plenário a partir de 2021.

Revelador

Publicar este tipo de reconhecimento a personagem tão odiado no submundo de nossa política sempre rende ataques apaixonados e desqualificados em redes sociais.

Mas isso não é ruim não.

Ao contrário, é revelador.

Porque basta ver o tipo de gente que rosna a cada elogio feito a políticos sérios, para compreender o naipe das pessoas que tantas vezes viram seus planos frustrados através de sua atuação.

Apoio

Ao longo da semana passada a coluna recebeu centenas de mensagens de apoio.

Certamente mais de 300 e todas foram lidas com atenção.

Só nos resta agradecer a todos os que escreveram, todos os que frequentam este espaço, todos os que não negociam votos e, em meio a tanto veneno despejado em redes sociais, tanta mentira, tanta polarização e simplificações, ainda tentam ser razoáveis, justos e serenos.

Fundamental

Esse apoio é fundamental, como é fundamental que essas vozes sejam ouvidas, pois é muito fácil estabelecer o silêncio quando alguém fala sozinho.

E é muito fácil entender que tem gente querendo calar este espaço e este jornal.

 

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Câmara Municipal

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Para pensar:
"O moedor de vozes é a chantagem, mãe da vileza contra todo o bem.”
Anderson Carmona

Para refletir:
“Em política, remédios brandos frequentemente agravam os males e os tornam incuráveis.”
Marquês de Maricá

Câmara Municipal

Para pensar:
"O moedor de vozes é a chantagem, mãe da vileza contra todo o bem.”
Anderson Carmona

Para refletir:
“Em política, remédios brandos frequentemente agravam os males e os tornam incuráveis.”
Marquês de Maricá

Câmara Municipal

Dando continuidade à nossa semana de análises do contexto político friburguense para os próximos quatro anos é chegado o momento de falar sobre as informações que envolvem o Legislativo Municipal e a composição do plenário que a população escolheu para a próxima legislatura.

Cabo de guerra

De imediato, existe a questão da eleição do presidente da Casa, e as articulações nesse sentido estão super aquecidas, como não poderia deixar de ser.

A rigor, esta deve ser a matéria política mais importante das próximas semanas, pois envolve repercussões de alcance imprevisível sobre o que serão os próximos anos de nossa história.

Tentemos, portanto, ser o mais claro a respeito do que efetivamente está em jogo.

Em dívida

O maior chantagista de nossa política opera na Câmara Municipal, e não é preciso dar qualquer dica para que o leitor que acompanha as sessões com o mínimo de interesse saiba exatamente sobre quem estamos falando.

Além dele, há um bom punhado de parlamentares cuja base eleitoral se sustenta sobre a obtenção de empregos e favores, e essa turma assume o novo mandato em dívida com tais apoiadores.

Em áudio direcionado a pessoas “que se beneficiaram de seu mandato”, por exemplo, um desses parlamentares fala sobre consolidar os votos de 50 famílias, e que “quem está com ele vai continuar com ele.”

E agora?

Já entenderam, não é?

Para que possa sobreviver na política, essa bancada depende do toma lá dá cá.

Obviamente estamos falando de vereadores de perfil governista, que estão acostumados a trocar apoio em plenário por zonas de influência na administração.

Outros, como o chantagista citado acima, fazem uso de informações comprometedoras para controlar postos de saúde, secretarias, e por aí vai.

Mas, e quando o prefeito eleito não tem nada que possa suscitar esse tipo de ameaça?

E quando ele diz que não vai negociar cargos?

Rir ou chorar?

Uma cena ocorrida nesta semana chegou a ser engraçada.

Quando um vereador falava justamente sobre o iminente fim do toma lá dá cá, diversos parlamentares começaram a articular, ali mesmo, uma aliança que fosse capaz de alçar, à presidência do Legislativo alguém imbuído de defender os interesses desta bancada assistencialista/chantagista ora ameaçada.

A ideia

A ideia é simples: com um negociador à frente do Legislativo, a governabilidade corre o risco de ficar seriamente comprometida, e a bancada do pedágio passa a ter algo em mãos para que possa “trabalhar”.

O plano desse grupo trabalha com duas possibilidades, caso venha ter sucesso: ou o futuro prefeito dobra os joelhos e deixa entrar a “boiada”, ou a Câmara asfixia seu governo e prepara armadilhas para a cassação de sua chapa, alçando justamente um chantagista ao Palácio Barão de Nova Friburgo, uma vez que o presidente do Legislativo é, também, o 2º nome na linha de sucessão.

Renovação

De modo previsível estão se desenhando uma chapa governista e outra pedagista mas, em meio a tudo isso, há que se considerar que o próximo plenário terá nada menos que 11 rostos novos, o que significa dizer que os novatos serão maioria e já chegam à casa com um poder coletivo muito grande, ainda que não formem exatamente um grupo coeso e monolítico, posto que representam partidos e pensamentos próprios.

O fato é que nem todos parecem muito satisfeitos com as opções que se apresentam, e parece existir a predisposição à formação de uma terceira chapa, que não se identifica com o perfil pedagista, mas também não parece muito confortável com um governismo que neste primeiro momento lhes parece um tanto áspero ou radical.

Será?

O colunista também entende que muitos vereadores estão buscando maneiras de aumentar o número de assessores a que têm direito, na contramão do que determina o TAC assinado com o Ministério Público.

Ainda é cedo para esse tipo de análise, mas este colunista não ficará surpreso, a partir do que andou farejando, se a via encontrada passar, por exemplo, pela nomeação de um assessor para cada comissão, o que em tese é permitido apenas sob circunstâncias especiais, exceções feitas à CCJ e à Comissão de Finanças e Orçamento.

É esperar para ver.

E aí?

E o que tiramos a partir de todo esse tabuleiro?

A interpretação deste colunista - e é bom frisar que estamos falando de uma leitura subjetiva - é a de que o futuro governo não deve confundir a firmeza de suas posições e seus propósitos com aspereza ou distanciamento.

O diálogo precisa ser preservado no fazer político, sem que isso signifique comprometer as regras que se encontram no cerne da campanha que se sagrou vencedora.

Por vezes, um tratamento cordial basta para abrir portas, sem envolver nada ilícito.

E, se em alguma dessas conversas alguém tentar dar o bote, é só gravar e expor.


 

 

Perfil desejado

A leitura do momento e do que promete vir pela frente sugere que o melhor para o município seria se a Câmara fosse liderada por um vereador experiente e ético, com força e conhecimento suficientes para assegurar a governabilidade e praticar a isenção, sem comprometer a independência dos poderes nem tampouco se curvar às necessidades chantagistas dos vereadores que, se não conseguirem dobrar o governo, sabem que não têm muitas chances de reeleição daqui a quatro anos.

Quantos parlamentares se enquadram nesse perfil?

Não muitos, com certeza.


 

Engajamento

À população, fica o alerta para que acompanhem esta corrida de perto e atentamente, e se manifestem se sentirem ser necessário.

O eleitor maduro, que anseia por mudanças mas preza pela independência dos poderes, deve agora se posicionar no sentido de assegurar que tenhamos um verdadeiro governo pela frente, capaz de levar adiante suas propostas e ideias, e não uma guerra de interesses paralisando a administração.


 

O que se espera

Fiscalizadores honrados e comprometidos com o interesse coletivo.

É disso que precisamos no plenário, e é isso que a sociedade espera.

Tanto de quem ficou, quanto de quem está chegando.

Seguiremos de olho.

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Balanço eleitoral

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Para pensar:
"Um estadista pensa nas próximas gerações, um populista pensa nas próximas eleições.”
James Freeman Clarke

Para refletir:
“O sucesso eventual do populismo depende de alimentar-se do fracasso e da miséria de muitos.”
Alessandro Loiola

Balanço eleitoral

Para pensar:
"Um estadista pensa nas próximas gerações, um populista pensa nas próximas eleições.”
James Freeman Clarke

Para refletir:
“O sucesso eventual do populismo depende de alimentar-se do fracasso e da miséria de muitos.”
Alessandro Loiola

Balanço eleitoral

Na reta final da campanha a coluna manifestou, por duas vezes, o entendimento de que ao menos quatro grupos representavam grandes riscos à população friburguense, a partir do histórico de alguns de seus integrantes mais destacados.

A boa notícia é que, quando a corrida afunilou, nenhum desses grupos brigou, de fato, pela vitória.

Menos mal

Ao que parece, o eleitor friburguense foi capaz de identificar as ciladas, as apelações, os comunicadores vendidos, e perceber que tinha gente disposta a tudo para comandar a prefeitura.

Ao menos no que diz respeito ao Executivo, apesar de todos os perigos de uma eleição que poderia ter sido definida com menos de 20 mil votos, os atalhos e o jogo sujo não preponderaram.

Fragilidade

Claro, muita gente talvez se sinta desconfortável com o fato de que, no patamar de votos em que os cargos se definiram, um grupo suficientemente grande e coeso, como é o caso da comunidade evangélica, teve a força necessária para determinar os rumos da campanha.

Certamente, num contexto menos fragmentado e pontuado por duas ou três fortes referências políticas, teriam sido necessários mais votos e a composição do eleitorado teria de ser um tanto mais diversificada, o que sempre é o ideal.

Memória

Basta, todavia, dar uma breve olhada nos grupos em disputa para perceber que a cidade não se livrou apenas de um governo com o qual jamais teve identificação, mas também de um bom punhado de alternativas que contavam justamente com a exasperação e o desespero do eleitor para espalhar desinformação, alimentar medos e preconceitos, interpretar estereótipos, fazer assistencialismo, confundir e tirar algum benefício do caos.

A cidade esteve perto sim de cavar mais alguns palmos no fundo do poço, e é de se esperar que Justiça faça agora a sua parte e a população não se esqueça de quem é quem.

Derrotados

De fato, não foram apenas grupos políticos que foram derrotados, mas todo um modo rasteiro de fazer política, baseado, sobretudo, em populismo barato e mentiras espalhadas por vozes de aluguel em redes sociais e grupos de WhatsApp.

De forma impiedosa as urnas mostraram que os elogios e ataques unilaterais promovidos sem cessar por essa turma - que vive tentando valorizar o próprio passe junto aos políticos que os financiam -, no fim das contas foram peso morto, fizeram muito pouca diferença.

Posicionamentos vendidos, no frigir dos ovos, possuem traços em comum.

Gratidão

Por outro lado, o jornal que tantos atacam, que “embrulha peixe”, com sua postura de não se vender e a isenção de quem dá espaço a críticas e notícias positivas conforme cada ato faça por merecer, goza da confiança de quem leva a própria opinião a sério e se torna obstáculo a quem é pago para aumentar o distanciamento entre aquilo que é feito e aquilo que é noticiado.

De fato, em meio a todos os ataques sofridos nesses últimos dias, as manifestações de apoio por parte dos leitores contam-se às centenas, bem como são numerosos e espontâneos os comentários em defesa do jornal em postagens difamatórias.

A todos os leitores que nos dão este respaldo, nosso muito obrigado.

Tônica

E é importante que todos saibam que essa deve ser a tônica dos próximos anos.

O prefeito eleito sinaliza a disposição para enfrentar esquemas longamente enraizados na administração municipal, seguindo em rota de colisão com interesses que certamente hão de revidar.

E sabemos que não faltam difamadores ansiosos por financiamento para que o ataquem, dizendo o que seus senhorios não poderiam falar publicamente.

A se confirmar tal expectativa, a difamação tende a ser intensa.

Em espera

Este colunista, por tudo o que viu nos últimos quatro anos, está dando um voto de confiança a Johnny Maycon e aguardando pelos fatos.

Se o novo prefeito mantiver a postura que adotou no Legislativo e realmente comprar essas brigas, cortar boquinhas, revisar contratos deficitários e enfrentar o toma lá dá cá, encontrará neste espaço o respaldo necessário.

Desnecessário dizer que, se tomar os rumos adotados por governos recentes, encontrará as mesmas críticas que seus antecessores encontraram.

A torcida, contudo, sempre foi e sempre será a favor.

Ler o momento

De todo modo, o importante é que o cidadão esteja atento, porque no fim das contas é o apoio popular que dará forças (ou não) a todo este enfrentamento.

A população quer realmente mudança e renovação?

Quer de verdade o fim de privilégios, de contratos suspeitos, da falta de transparência, de nomeações ou caminhos para furar filas?

Se sim, então o momento é de cobrar quem prometeu tudo isso, e também de lhe dar sugestões e o crédito necessário, prestando menos atenção a quem depende da perpetuação de políticos chantageáveis para que possa sobreviver.

Até qualquer dia

A coluna de hoje se encerra com uma nota muito triste, lamentando o falecimento do querido Padre Salomão.

Homem desprovido de qualquer interesse pessoal, qualquer vestígio de malícia ou ambição, que dedicou a vida inteiramente ao próximo, sempre feliz por servir.

Que privilégio o de quem teve oportunidade de conviver e aprender com ele, tanta sabedoria inata em sua simplicidade e seu silêncio, tanto exemplo a ser seguido.

Vá com Deus, querido amigo. E obrigado por tudo.

Já sentimos saudades.

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