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Reflexões sobre o tempo

segunda-feira, 06 de abril de 2020

Com a tão repentina chegada do Corona Vírus, as paredes serenam e não mais limitam a vontade irresistível de ultrapassá-las. Aos poucos, vão se tornando resignadas companheiras durante o isolamento, ficando solidárias a este modo de estar solitário. Tão silenciosas como o tempo que circula entre elas, que não mais transpassa suas estruturas rígidas, deixando pensamentos, emoções e afazeres bailarem nos espaços vazios. O tempo se torna inexistente como, de fato, é. A quietude das paredes, então, passa a mostrar a verdade que as pessoas fazem questão de não perceber: o tempo não existe.

Com a tão repentina chegada do Corona Vírus, as paredes serenam e não mais limitam a vontade irresistível de ultrapassá-las. Aos poucos, vão se tornando resignadas companheiras durante o isolamento, ficando solidárias a este modo de estar solitário. Tão silenciosas como o tempo que circula entre elas, que não mais transpassa suas estruturas rígidas, deixando pensamentos, emoções e afazeres bailarem nos espaços vazios. O tempo se torna inexistente como, de fato, é. A quietude das paredes, então, passa a mostrar a verdade que as pessoas fazem questão de não perceber: o tempo não existe.

Aristóteles afirmou que o homem precisou criar os calendários, as horas e os minutos para evitar o caos, mas os animais não usam relógios porque não sentem necessidade em organizar seus dias; eles o vivem. Ah, os pirilampos ficam fosforescentes ao anoitecer e não precisam de alarmes que lhes avisem que está na hora de se apagarem; o nascer do sol lhes é suficiente. As cigarras, ao sentirem o calor do verão, cantam operetas nas árvores. A Dama-da-Noite exala perfume quando as estrelas enfeitam o céu.

Esse vírus nos fez retirar a palavra tempo do vocabulário porque agora sentimos o jeito dos momentos pelo o que sentimos e fazemos. Para alguns pode ter o ritmo do sapateado, para outros o som do canto do rouxinol. Ainda há quem sinta o sabor do azedo quando o vivenciam. A vida se realiza no vai e vem do acontecer, como a espuma do mar que desaparece na areia. Nada se repete e tudo se faz de novo. Acordamos para um amanhecer diferente e nunca comemos a mesma torta de maçã.

A vida acontece do brilho da lua cheia ao quarto minguante, como a gota d´água que brota na nascente e rio abaixo vai, deslizando em corredeiras, despencando em cachoeiras, batendo em pedras, descansando em poços. Até no mar desaguar. 

A ciranda da vida roda sem pedir consentimentos. Cada um vai sendo e fazendo sua história. Com o gosto de mel ao de fel, cada um vai regando suas hortas, trabalhando nas colheitas, temperando e degustando as refeições.

O covid 19 nos mostra que em qualquer instante pode haver uma caixa de surpresa. Nestas épocas de pandemia, quando a tampa abriu, escutamos os ruídos do trovão. Mas, amanhã, queremos ver os raios de sol.  


 

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Às avessas

sábado, 04 de abril de 2020

Para pensar:

“Sem pureza na ação, a verdadeira natureza do Ser não pode ser reconhecida.”

Sathya Sai Baba

Para refletir:

“Caminho para a paz é destruir a inimizade, não o inimigo.”

Frei Raniero Cantalamessa

Às avessas

Para pensar:

“Sem pureza na ação, a verdadeira natureza do Ser não pode ser reconhecida.”

Sathya Sai Baba

Para refletir:

“Caminho para a paz é destruir a inimizade, não o inimigo.”

Frei Raniero Cantalamessa

Às avessas

A mitologia grega eternizou Midas, Rei da Frígia, com uma das histórias mais fascinantes de nosso imaginário coletivo, cuja principal virtude é demonstrar que mesmo uma habilidade aparentemente tão valiosa quanto transformar em ouro tudo o que se toca pode representar, de fato, uma maldição muito dolorosa e mesmo mortal.

Popularmente, a história tem inspirado diversas metáforas a respeito de pessoas que aparentemente alcançam sucesso em tudo o que fazem, e prosperam em várias frentes.

Dedo podre

Mas, claro, entre os personagens reais parece haver também aqueles que seriam Midas às avessas, pessoas com esse estranho dom de transformar em problema tudo o que contaminam através do toque.

Aparentemente temos personagens assim em Nova Friburgo atualmente.

Historinha

Permitam que este colunista conte uma historinha rápida.

No início deste ano, a coluna apurou junto ao governo estadual que Nova Friburgo havia recebido um repasse de R$ 18 milhões oriundos do Programa de Financiamento aos Municípios na Área de Saúde (FinanSUS).

Pois bem, este que vos escreve jamais mencionou isso antes, mas entende que uns e outros olharam para parte significativa desses recursos e começaram a ter ideias sobre possíveis aplicações que pouco ou nada tinham a ver com a destinação original, na saúde pública.

Notícia aguardada

Com a mesma justiça, a coluna sabe que diversos projetos começaram a ser amarrados no âmbito da Secretaria de Saúde, e uma das possíveis notícias - a de que as rescisões dos ex-funcionários da UPA de Conselheiro, ainda nos tempos do Instituto Unir Saúde, seriam quitadas com esse dinheiro - foi especialmente ansiada por este colunista, que há tempos aguarda pela oportunidade de divulgar uma notícia boa e de grande alcance vinda do governo municipal.

Diversas vezes perguntamos sobre atualizações a esse respeito.

Insulto

Pois bem a aguardada notícia nunca chegou, mas de uns dias para cá vários desses ex-funcionários começaram a ser procurados pelo escritório de advocacia contratado pela Organização Social Unir Saúde, com propostas que eles próprios assumem ser próximas a 50% do valor devido a cada profissional.

Apurações ainda incompletas indicam que a OS recebeu os valores que lhe eram devidos, e agora está fazendo propostas em relação a algo que é um direito evidente de cada ex-funcionário.

Ora, perdoem a sinceridade, mas isso só pode ser descrito como um insulto.

Hora de união

A coluna evidentemente se coloca à disposição para ajudar os ex-funcionários na reivindicação de seus direitos, e entende que seria digno por parte da prefeitura unir forças com o intuito de assegurar que cada um receba integralmente o que lhe é devido.

Caso o Ministério Público do Trabalho deseje se manifestar publicamente sobre o tema, o espaço fica igualmente aberto.

Abandono

O leitor sabe que, em ano eleitoral, muitas consultas informais de opinião são feitas por diversos partidos, a fim de levantar as mais diversas informações.

Meses, por exemplo, atrás o colunista teve acesso a um desses levantamentos, e basicamente ele apontava que o maior fator da insatisfação do friburguense - evidentemente estamos falando de um cenário anterior à Covid-19 - não era a saúde pública, mas o que foi descrito como “estado de abandono da cidade”.

Naturalmente tais informações devem ser consideradas com muitas ressalvas, mas o resultado indicado foi exatamente este.

Cobranças

Tal apontamento fornece o gancho para uma situação bastante inusitada que andou tirando o vereador Wellington Moreira do sério, chegou a ser judicializada, e envolve outro exemplo de prática que aparentemente vem ocorrendo às avessas em nossa cidade.

Em essência, o vereador encaminhou diversos ofícios denunciando a carência de alguns serviços públicos básicos para localidades específicas, em especial nas cercanias da Rua General Osório e transversais, e também no Tingly, entre outros exemplos.

Polêmicas

E ficou louco da vida quando ouviu de alguns moradores - e a coluna teve oportunidade de ouvir o mesmo relato por parte de uma moradora - que um serviço público que vinha sendo realizado próximo à General Osório estaria sendo interrompido para que os trabalhos fossem concentrados na rua onde reside o vereador.

“A rua onde moro sempre recebe mais atenção do que as outras”, protesta Wellington, acreditando que o objetivo por trás da situação seria desgastar sua imagem.

O que importa

Polêmicas à parte, o fato é que a questão foi parar no Ministério Público, e quando o município alegou que as ruas em questão estariam sim recebendo a atenção necessária o vereador foi a campo e fez dezenas de fotos que dão total razão ao resultado apontado meses atrás pela tal pesquisa de opinião.

De fato, espaços como a Praça da Bandeira, a Rua Alberto Rangel (subida da Fundação) e a até mesmo a creche Leda Tavares de Moreira encontravam-se até pouco tempo atrás em situação inaceitável, e a coluna abre espaço para que os leitores informem se algo mudou a esse respeito.

Lembrete

Encerrando os trabalhos da semana, um lembrete simples.

Se o leitor possui carro ou moto, não os utiliza há muito tempo, e não precisa quebrar o isolamento social para ter acesso ao veículo, então não deixe de fazer o motor funcionar por alguns minutos de vez em quando, preferencialmente utilizando álcool em gel após tocar em suas superfícies.

Manter os veículos operacionais neste período de quarentena não é apenas uma questão de economia, mas pode também ser importante numa eventual situação de emergência.

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Quatrocentas casas para trabalhadores na Vila Amélia

sábado, 04 de abril de 2020

Edição de 4 e 5 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 4 e 5 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • A administração do prefeito Amâncio Azevedo doa o terreno, no qual a Cohab-RJ (Companhia de Habitação do Estado do Rio de Janeiro) construirá conjuntos residenciais para a casa própria dos humildes industriários e comerciários friburguenses. O presidente da Companhia, engenheiro Januzzi, em constantes entendimentos com o chefe do Executivo do nosso município para o início urgente das obras. As casas populares acima referidas serão construídas paralela e independentemente dos conjuntos da Cooperativa Habitacional local. Quase mil novos lares serão erguidos na Vila Amélia , graças ao homem público que governa Nova Friburgo e que não só facilitou e coordenou a doação das áreas, como ainda, pessoalmente todos as providências complementares.
  • Numa eloquente demonstração de desprendimento, o prefeito Amâncio Azevedo, que tinha absolutamente garantida pelo voto do povo uma cadeira no Parlamento Nacional ou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio, não concorrerá nas próximas eleições, permanecendo na função de prefeito até o último dia do seu mandato.
  • Adutora de Olaria - A administração municipal realizou concorrência pública para aquisição de tubulação e peças da qual participaram a Metalúrgica Barbará e Ferro Brasileiro, tendo vencido esta última. Desta forma, completa a aquisição de material para a construção de adutora do bairro Olaria, com recursos exclusivos da Prefeitura de Nova Friburgo, totalizando a quantia de Cr$ 600 milhões de cruzeiros velhos, independentemente das quantias que estão sendo gastas com a construção do reservatório, Cr$ 100 milhões velhos, e mais CrS 80 milhões para assentamento da adutora, cuja concorrência foi vencida pela firma Santa Bárbara, totalizando assim, cerca de 800 milhões para a “obra do século”, servir também ao povo de Olaria. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto participa ativamente da fiscalização, sem ônus para a prefeitura, quer amortizando as parcelas do empréstimo, quer contribuindo com 220 milhões de cruzeiros velhos para a adutora de Olaria, tendo seu diretor, dr. Paulo Ximenes, se empenhado para a concretização da obra.
  • Coederj tem novo superintendente: o economista Delfim Augusto Rodrigues - O Conselho de Curadores do Centro de Processamento de Dados, homologou a escolha do economista Delfin Augusto Rodrigues para diretor-superintendente daquele órgão, em substituição ao sr. Emílio Soares, que assumiu a Secretaria de Finanças. O escolhido já pertencia aos quadros técnicos do CPDERJ onde dirigia o Departamento de Organização e Métodos, sendo um dos pioneiros de sua implantação no Estado. Além de economista, o sr. Delfim Augusto Rodrigues é bacharel em Direito, possuindo curso da Escola Superior de Guerra e diversos outros especializados em processamento de dados e auditoria. Trata-se de um conhecido e admirado técnico brasileiro do assunto respeitado nas esferas da eletrônica aplicada à matemática. A sua escolha, pois, repercutiu de forma a mais simpática, nos meios administrativos.
  • Sociais
  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Elizabeth Silva Ventura (3); Denise Coutinho (4); Célia Araripe (5); Cid Cardoso, Maria Faria Spinelli, Alba Maria Caputo Cariello (6); Elias Caputo (8); Geraldo Ventura, Elza Côrtes Cúrio (9) e Ezídio da Silva Assis (10). 

 

Foto da galeria
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Saudade do nosso cotidiano de cada dia

sábado, 04 de abril de 2020

Saudade. Estou com uma saudade daquelas de tanta gente. Gente que nem sabe ou poderia imaginar que estou com saudade delas. Saudade tipo do Léo, do Marquinho, do Reginaldo, dos camaradas lá do Bar América. Da Rivana, a maravilhosa da Rivana. Saudade da Ana Paula no Willa, da Kátia do Casarão. Saudade da menina que me atende lá no Baião e também do senhor que trabalha naquela pastelaria que me fugiu o nome agora. Saudade do tanto de gente que cumprimento na Alberto Braune. Saudade daquela senhorinha, das tantas senhorinhas que pedem informação na fila do banco. Saudade do cotidiano.

Saudade. Estou com uma saudade daquelas de tanta gente. Gente que nem sabe ou poderia imaginar que estou com saudade delas. Saudade tipo do Léo, do Marquinho, do Reginaldo, dos camaradas lá do Bar América. Da Rivana, a maravilhosa da Rivana. Saudade da Ana Paula no Willa, da Kátia do Casarão. Saudade da menina que me atende lá no Baião e também do senhor que trabalha naquela pastelaria que me fugiu o nome agora. Saudade do tanto de gente que cumprimento na Alberto Braune. Saudade daquela senhorinha, das tantas senhorinhas que pedem informação na fila do banco. Saudade do cotidiano. Desse cotidiano de ruas abarrotadas, de buzina, de ônibus atrasado, de fila, de guarda-chuva em marquise, de cobrador de estacionamento, de gente que te olha torto só porque você não votou no Bolsonaro e de outras que te olham tão estranho quanto porque você não é petista. Saudade dessa discussão, mas olho no olho. De rede social, estou cheio. Porque na rede, falta o tom de voz que mostra respeito e empatia.

Não tenho saudade do vazio. Cidades fantasmas não são cidades, porque cidades precisam de gente para serem cidades. Um publicitário, Wilson Peixoto, define bem: “Saudade é a essência em estado latente do amor”. Com muita saudade da minha Nova Friburgo. Das suas segundas, quartas e sábados. Da barraca do Pelé, da cocada da esquina da Renver, da Arlete na Rua Portugal, do Chiquinho da banca, do Vovô em seu bar, em Lumiar.

Estou com saudades da minha vovó, dos meus irmãos e dos meus pequeninos afilhados... Miguel, Tiago, Davi. Saudade do Davi (outro Davi), filho do Marcellinho, que nasceu em meio a essa pandemia e que nem pude conhecer ainda, a não ser por foto. Saudade da turma dos tantos trabalhos, porque home office não é tão divertido quanto cumprir horas no serviço. Saudade da Naiara, de todas as minhas amigas e amigos de longa data, de curta data, de outras vidas. Do Gui e do amigo famoso (Bernardo Dugin) dos amigos flamenguistas, tanto quanto dos vascaínos, tricolores e botafoguenses. Andrezin, Bruno, Hugo, Thiago, Marcos Vinicius, Dani, João Victor, compadre Bernardo (outro Bernardo famoso), Raphinha, Rafael, Rafão, Gustavo, Lucas, Digão, Filipes... Luís Filipe, Charanga, Pinguin e a família toda dele e a família da Tamara e tantas outras famílias de amigos e mais amigos de todas as tribos... Do time todo do Friburguense.

Quanta saudade também dos meus papos no FIFA (Tomás). Saudade daquela amizade que comecei a me encantar e que o encantamento está cheio de saudade de seguir a se encantar. Saudade do jantar de aniversário que nem aconteceu, mas que estou devendo, Mathias. Saudade, saudade, saudade... Saudade de você que me lê agora. Saudade... esse sentimento tão bonito.

Tenho até saudade das reuniões chatas e mais ainda daquelas de traçar futuro, sonhar junto. Teremos futuro? Saudade gigante que me faz perceber que eu amo muitas pessoas e amo o cotidiano que divido ou multiplico com elas. Mas sabe? Eu fiz uma escolha para minha saudade, pelas nossas saudades. Vai durar mais uns dias, duas semanas talvez, um mês... Não sei. Prefiro ter saudade que vai acabar no reencontro do que saudade eterna de nunca mais poder ver, exatamente do jeito que nos vimos da última vez, de nunca mais ter essas coisas, viver isso e aquilo que passa tão despercebido no dia a dia de pessoas que esperam o ônibus ou as que se aglomeram nos bares da Monte Líbano ou as poucas e boas que enchem a minha casa... e o meu coração de sentimento bom.

Por isso, estou em casa o tanto quanto posso, recolhido com a minha saudade que logo, logo – acaba. Tudo isso aí vai passar e a gente há de ser feliz como diz aquela música. Que música? Ah! São tantas que dizem que sorriremos de novo, que nos veremos de novo, que vamos nos reencontrar... Quer saber? Escolhe você a música, cada um escolhe uma que haveremos de cantar bonito e forte para acabar com essa saudade, nessa nossa saudade da roda de samba com o Bigode Serrano e toda música que a gente dança juntinhos com Vitor Ferraz ou Sam Lucca ou os dois juntos. Com a Bruninha Petribu e o Alan no intervalo... Todos nós felizes e vencedores dessa batalha pela vida, vencida graças ao amor incondicional que nos dedicamos uns aos outros.

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Válvula de escape

sexta-feira, 03 de abril de 2020

Para pensar:
“A maior descoberta de qualquer geração é que os seres humanos podem modificar suas vidas alterando sua maneira de pensar.” Albert Schweitzer

Para refletir:
“Até que ele estenda seu círculo de compaixão a todas as coisas vivas, o homem não encontrará a paz.” Albert Schweitzer

Válvula de escape

Para pensar:
“A maior descoberta de qualquer geração é que os seres humanos podem modificar suas vidas alterando sua maneira de pensar.” Albert Schweitzer

Para refletir:
“Até que ele estenda seu círculo de compaixão a todas as coisas vivas, o homem não encontrará a paz.” Albert Schweitzer

Válvula de escape

Confirmando expectativas, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade, na manhã desta quinta-feira, 2, a resolução 724/2020 que torna possível a realização pontual de sessões virtuais para deliberações inadiáveis nesse período atípico de pandemia e isolamento social.

E mais que isso: o aparato já foi inclusive testado e aprovado.

Obviamente existem restrições ao que pode ser feito de forma não presencial, mas de qualquer modo o Legislativo passa a ter assim uma válvula de escape para dar andamento a questões urgentes.

Água e luz

E já que falamos no plenário, cabe registrar que há poucos dias o vereador Isaque Demani encaminhou dois ofícios ao prefeito Renato Bravo.

No primeiro deles sugere que sejam abatidas duas faturas das concessionárias Águas de Nova Friburgo e Energisa, defendendo que o custeio da conta d’água se dê através do abatimento de multas - que, por sinal, muita gente acredita que a prefeitura não faça qualquer questão de cobrar.

Quanto ao consumo de energia, o vereador sugere a utilização de valores arrecadados a título de contribuição de iluminação pública.

Alimentos e higiene

Parece improvável que qualquer uma dessas sugestões ganhe concretude, mas o segundo ofício, que sugere “alinhar e reprogramar o orçamento da Secretaria de Assistência Social”, sobretudo a fim de assegurar alimentação e kits de higiene à fatia de nossa população mais atingida pelos efeitos da quarentena, não apenas soa mais factível como também uma argumentação bastante oportuna.

O espaço fica aberto para divulgar qualquer medida nesse sentido, caso o governo julgue válido.

Calendário eleitoral (1)

Ainda que nos bastidores haja muitas incertezas a respeito do andamento do processo eleitoral em meio à pandemia da Covid-19, a verdade é que o calendário eleitoral continua válido, e reserva vários procedimentos para este mês de abril.

O dia 1º, por exemplo, marcou o início da propaganda institucional (que vai durar até 30 de julho) destinada a incentivar a participação feminina, dos jovens e da comunidade negra na política, bem como a esclarecer os cidadãos sobre as regras e o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro.

Calendário eleitoral (2)

Hoje, 3, por sua vez, é o último dia em que se considera justa causa a mudança de partido pelos detentores do cargo de vereador para concorrer a eleição majoritária ou proporcional.

E amanhã, 4, estaremos a 180 dias da data prevista para a ida às urnas, o que traz diversas implicações.

Entre elas, por exemplo, este sábado marca a data até a qual todos os partidos políticos que pretendam participar das eleições de 2020 devem ter obtido registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Segue

Além disso, também é a data até a qual “os pretensos candidatos a cargo eletivo nas eleições de 2020 devem ter domicílio eleitoral na circunscrição na qual desejam concorrer e estar com a filiação deferida pelo partido, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior”, e a data a partir da qual “é garantido, às entidades fiscalizadoras, o acesso antecipado aos sistemas eleitorais desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral e o acompanhamento dos trabalhos para sua especificação e desenvolvimento, para fins de fiscalização e auditoria, em ambiente específico e sob a supervisão do TSE”.

Atípico

Na prática, tudo isso significa que olhares mais atentos já poderão identificar diversas movimentações voltadas à corrida eleitoral, expondo um pouco do que teremos pela frente.

Não é, evidentemente, o tipo de quadro que consigamos ver por inteiro, numa apreciação rápida, mas ao menos ele está aí, para que possa ser analisado devidamente.

O fato é que as próximas eleições serão muito atípicas, seja o cronograma mantido ou não.

E em Nova Friburgo mais ainda, a julgar pela movimentação (e fragmentação) das forças.

Os mais experimentados talvez se lembrem das eleições presidenciais de 1989...

Luz e sombras (1)

Foi protocolada nesta quinta-feira, 2, por via digital, uma representação junto ao Ministério Público Estadual em face do prefeito Renato Bravo.

A iniciativa coube ao ex-vereador Cláudio Damião, que questiona a contratação dos serviços por adesão à a Ata do município de Araguaína, no Tocantins, pelo valor de R$ 46.842.000.

Aspas

“Não encontro justificativa para o prefeito cancelar uma licitação que estava marcada e cujo objetivo era contratar uma empresa para a manutenção da rede de iluminação pública e decidir aderir a ata de outro município. (...) Quais foram os parâmetros utilizados? Ele levou em conta que o contrato de quatro anos ultrapassará o seu governo já em final de mandato?”, questionou o autor da peça.

Luz e sombras (2)

A coluna entende que outras representações análogas já foram protocoladas, e que a Justiça tem em mãos material suficiente para tocar suas próprias apurações.

Por ora, este espaço se limita a dizer que não está gostando absolutamente nada do que vem encontrando, e que as mesmas informações são conhecidas também no Legislativo e se encontram à disposição do Ministério Público.

São sólidos os indícios de que erros delicados foram cometidos ao longo do caminho, e parece oportuno que o governo reavalie o quanto antes a continuidade do contrato.

Unidos

Na tarde de terça-feira, 31 de março, o Rotary Club Nova Friburgo Suspiro realizou a doação de 2.850 sabonetes, que serão destinados a famílias carentes de Nova Friburgo.

A ação não foi isolada, e busca minimizar a propagação do coronavírus em nossa cidade.

Os sabonetes foram entregues à Secretaria de Assistência Social, que fará a destinação às famílias.

O Rotary Club Nova Friburgo Caledônia foi parceiro na ação.

Espaço aberto

A coluna aproveita o gancho para se colocar à disposição para a divulgação de campanhas de arrecadação e auxílio em nossa esfera municipal, desde que devidamente comprovadas.

É momento de união de esforços e proteção a quem precisa, e qualquer iniciativa séria nesse sentido pode contar com o apoio deste espaço.

Mas, por favor, sem interesses eleitorais, ok?

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E o chocolate?

sexta-feira, 03 de abril de 2020

E o chocolate?

Tema rebaixado a menor diante da pandemia e do próprio significado da Páscoa – a vida – as projeções de venda de chocolates foram para o lixo. Às vésperas da Semana Santa, o impacto já é sentido amplamente nas encomendas dos ovos caseiros, artesanais e/ou “gourmetizados”.

Queda nas encomendas

E o chocolate?

Tema rebaixado a menor diante da pandemia e do próprio significado da Páscoa – a vida – as projeções de venda de chocolates foram para o lixo. Às vésperas da Semana Santa, o impacto já é sentido amplamente nas encomendas dos ovos caseiros, artesanais e/ou “gourmetizados”.

Queda nas encomendas

Quem apostava na renda extra e se planejou para tal já busca uma reinvenção para os insumos adquiridos e que não se transformarão em ovos. Mesmo com entrega em casa, venda e encomenda online, a busca pelo produto é de baixa para média, segundo empreendedores que consultei.  

Queda nas vendas

Não é diferente no comércio tradicional dos ovos industrializados. Mesmo nos supermercados, onde o fechamento não foi proibido, a compra de ovos de chocolate não é uma prioridade das famílias e a iguaria se acumula nas gôndolas. Alguns já optam pela redução brusca no preço.

E o bacalhau?

O mesmo vale para outros produtos comuns à Páscoa. O bacalhau é um deles. Com o medo na queda da renda e também com a impossibilidade das tradicionais reuniões familiares, o produto virou secundário. Não há registro de falta do produto por conta das restrições sanitárias, uma vez que o bacalhau é importado. Na sexta-feira santa, próximo dia 10, o bacalhau deve ser trocado por peixes mais em conta.

Viagem x Ceia

Ao mesmo tempo em que se prevê queda na compra de pescados, ameniza-se que com a pandemia, muita gente não vai viajar no feriadão. Assim, a queda na venda seria um tanto equilibrada por esse fator, mesmo que aja uma opção por produtos mais baratos. 

Organização

E aí vai o alerta. Como muitos não consomem carne na sexta-feira santa, e que mesmo com a pandemia, é previsível que aja uma procura maior em peixarias da cidade. Espera-se um mínimo de organização para evitar aglomerações. Espera-se isso do poder público, do comércio que vende tal produto e dos próprios consumidores.

Medidas básicas

Que as medidas de higiene sejam adotadas. Que o distanciamento nas possíveis filas também, atendendo ao que preconiza a Organização Mundial de Saúde. Resta saber como será o consumo que, fatalmente, deve sofrer queda nas vendas em comparação ao ano passado.

Corte brutal de gastos

Pesquisa de nível nacional deve refletir de maneira bem semelhante o pensamento friburguense. A sondagem aponta que 69% cortaram gastos; 60% afirmam que mantiveram a compra de alimentos em supermercados, mercearias e sacolões, enquanto 26% reduziram. Outros 47% diminuíram a compra de refeições prontas e 69% mantiveram internet e TV a cabo. O setor que teve mais redução de gastos em compras foi o de roupas: 64% reduziram despesas nesse setor.

Sociedade dividida

Realizada pela FSB Pesquisa para o banco BTG Pactual, pouco mais da metade dos entrevistados (51%) acha que deve ser total o isolamento das pessoas, enquanto 42% acham que só pessoas em grupos de maior risco deveriam ficar em casa. A pesquisa mostra que 11% já perderam emprego após a pandemia; 43% disseram ter medo grande ou muito grande de perder o emprego, enquanto 46% já tiveram ou acham que terão redução parcial ou total de renda.

Comércio de roupas o mais afetado

Outra pesquisa, realizada pela Demanda Pesquisa e Marketing Digital aponta que o maior medo, no entanto, é com o colapso na saúde (52%). Já 50% temem pelo aumento do desemprego e 43% acreditam numa eventual recessão econômica e 41% na possível quebra de empresas. Sobre as alterações de rotina, entre as maiores privações estão as atividades ao ar livre (87%), eventos (83%) e visita a bares e restaurantes (82%).

Enem digital

O Exame Nacional do Ensino Médio deste ano está confirmado e em meio à pandemia, estão passando despercebidas uma série de novidades. Pela primeira vez, a prova será aplicada também de forma digital. No entanto, serão apenas 100 mil vagas para quem quiser participar desse novo modelo de provas. O aumento da disponibilidade do Enem Digital será gradativo até 2026.

Obrigatoriedade de foto

O Enem Digital será aplicado em 11 e 18 de outubro, já o exame tradicional (impresso) será realizado em 1º e 8 de novembro. As provas terão o mesmo formato para as duas modalidades. Outra novidade, está na inscrição do Enem 2020: agora é obrigatória a inclusão de foto ao se inscrever no exame.

Palavreando

“Você pode ajudar as pessoas. Você pode mudar a vida de uma pessoa. Com atitudes pequenas, você pode fazer grandes coisas. É o que podemos chamar de heroísmos cotidianos. E você nem precisa de capa de super-herói ou de quilos de gel nos cabelos. Você só precisa ter intenções boas e trabalhar com elas”.

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Quarentena

sexta-feira, 03 de abril de 2020

Este não é um “texto cabeça”. Definitivamente não é. Mas poderia ser. Está difícil dissociarmos nossa existência nesses dias da crise abissal enfrentada pela humanidade. Quem está tendo oportunidade de aprofundar suas reflexões com o coração aberto para o aprendizado, quem está fortalecido o bastante para encarar os perigos reais de frente e quem tem amor pelo próximo suficiente para pensar em ser útil uma hora dessas, provavelmente está crescendo e muito.

Este não é um “texto cabeça”. Definitivamente não é. Mas poderia ser. Está difícil dissociarmos nossa existência nesses dias da crise abissal enfrentada pela humanidade. Quem está tendo oportunidade de aprofundar suas reflexões com o coração aberto para o aprendizado, quem está fortalecido o bastante para encarar os perigos reais de frente e quem tem amor pelo próximo suficiente para pensar em ser útil uma hora dessas, provavelmente está crescendo e muito.

Tenho lido muitos comentários nas redes sociais finalizados pela hastag “vai planeta”. E essa expressão tem me remetido a uma sensação de esperança. Será que todas essas pessoas que fazem uso dela estão deveras apostando suas fichas na pandemia provocada pelo novo coronavírus como instrumento para nossa melhora enquanto humanidade? Será que elas têm razão? Seria possível sairmos melhores do caos? Todas as crises advindas serão mesmo presságios de bons acontecimentos?

Há momentos em que nos vemos em um beco em saída. Olhamos para um horizonte escuro e procuramos pelo sinal de luz. E por vezes, não o encontramos. Desesperamo-nos, pois estamos acostumados a esbanjar feixes de claridade por aí. Mas a realidade nua e crua nos mostra a escassez, nos revela que da noite para o dia, muitas coisas podem mudar drasticamente. Estamos preparados para encarar essa verdade?

Sinto estarmos vivendo um estado de profundas transformações e esforço-me para resgatar em meu arcabouço sentimental, as melhores ferramentas para verdadeiramente crer que serão para melhor, de alguma maneira. Fácil não está sendo. A “quarentena” mundial está fazendo doer a saúde, o coração, a saudade, o bolso, a paz, a fraternidade, a família, a fé.

O que estamos enfrentando, todos juntos, provoca as mais sensíveis dores e ouso dizer que de alguma delas, ninguém escapa. Não sei vocês, mas eu ando confusa até mesmo em relação aos métodos criados por nós para “tentarmos fazer o tempo passar”, para “aproveitarmos melhor o tempo em casa”, “para descansar nesses dias de isolamento”. Parece difícil de engolir. Não estamos todos imbuídos em simplesmente fazer o tempo passar. Não temos o que aproveitar. Ou temos?

Enquanto estamos confabulando sobre essas, hoje, superficialidades, tem gente morrendo, tem gente sofrendo, tem uma infinidade de pessoas preocupadas, angustiadas, apavoradas. Gente sem trabalho, gente passando fome. Há solidão, pobreza e falta de ar. O mundo não é o umbigo de quem está malhando em casa e escolhendo qual o cômodo de sua mansão confortável irá ostentar no próximo post.

Quando bravateamos a receita do prato maravilhoso, o ar puro respirado no quintal frondoso, os passeios ao ar livre sem ninguém no meio do caminho ou o trabalho em home office, podemos de alguma maneira estar afrontando aos que continuam dependendo dos transportes coletivos aglomerados para trabalhar, aos que estão na linha de frente nos serviços essenciais, aos que estão desesperados nos hospitais, aos familiares que estão rezando incessantemente pela cura de um ente querido contaminado.

Enquanto uns e outros investem todo seu tempo discutindo política de forma leviana e cega, que se recusam a pensar fora da caixa e a enxergar o mundo para além de si próprios, há outros milhares morrendo pela omissão e pelos erros de alguns outros que estão no poder. Tudo isso é muito duro de encarar. Acabamos por perceber, na doença e na tristeza, quem são as pessoas com quem não queremos manter relação depois, simplesmente porque não conseguem se conectar senão com suas próprias mazelas. Que ignoram as dores dos outros. Que desconhecem da empatia ou a usam em proveito próprio. Que jogam com interesses, esperanças, necessidades dos outros.

Está difícil crer em dias melhores. Mas eles chegarão. O tempo passará de qualquer maneira e quem sobreviver, poderá tentar retomar a vida e tomara que em outro patamar.

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A grande crise de 2020: como minimizar impactos negativos

sexta-feira, 03 de abril de 2020

É difícil trocar o tema quando se vive um momento histórico, não vai ser fácil voltar a falar de outros temas. Hoje, todavia, vou abordar possíveis medidas capazes de reduzir os impactos decorrentes da conjuntura atual; o coronavírus tem sido um agente devastador da saúde e economia global, mas quando associado, ainda, a guerra do petróleo que também estamos vivendo e pouco se fala, as consequências têm tomado proporções ainda maiores.

É difícil trocar o tema quando se vive um momento histórico, não vai ser fácil voltar a falar de outros temas. Hoje, todavia, vou abordar possíveis medidas capazes de reduzir os impactos decorrentes da conjuntura atual; o coronavírus tem sido um agente devastador da saúde e economia global, mas quando associado, ainda, a guerra do petróleo que também estamos vivendo e pouco se fala, as consequências têm tomado proporções ainda maiores.

Afinal, diante de tantas circunstâncias prejudiciais à qualidade de vida, como minimizar os impactos negativos? Esta é uma pergunta amplamente autoquestionável da população e também venho recebendo com certa frequência de meus clientes. Vamos às medidas amenizadoras.

O primeiro passo é refletir sobre o cotidiano, temos passado muito mais tempo dentro de nossas casas, isso aumenta o consumo de determinados serviços básicos – como água, luz e gás, por exemplo – e pode causar grandes alterações no valor a ser cobrado pelas concessionárias pela distribuição do serviço. Atente-se para consumos desmedidos e aproveite o momento para revisar se há possíveis desperdícios ao longo de sua infraestrutura residencial.

Contudo, vale a pena reforçar, o corte da distribuição de serviços básicos por inadimplência estão, por hora, cancelados. Em Nova Friburgo foi criado um Comitê Setorial de Crise para coordenar e supervisionar tais medidas referentes a concessão de serviços públicos. A nível estadual (Rio de Janeiro) e nacional, os respectivos parlamentos adotaram medidas para determinar a suspensão das interrupções dos serviços por, pelo menos, 60 dias. Mas é claro – e vale ressaltar –, caso você tenha recursos para arcar com os pagamentos, a boa fé do consumidor entra em vigor.

Partindo para outros aspectos de atos governamentais mediante a crise, algumas medidas também têm sido tomadas. O 13º salário da Previdência Social e abono salarial do PIS/Pasep serão adiantados e todos os pagamentos serão feitos até junho. Contudo, caro leitor, atente-se para um ponto extremamente – e faço questão de frisar – importante: até aqui, nenhuma medida apontada nesta coluna representa, de fato, injeção de capital na economia nacional. Então leve em consideração que muitos dos recursos responsáveis por basear os planejamentos de final/início de ano podem se desmantelar por chegarmos lá sem poder contar com esse dinheiro; então comece a estudar suas finanças e se planeje, pois o final de 2020 será completamente atípico para o seu bolso.

Agora vamos abordar a injeção de capital para conter a desaceleração econômica e manter a dignidade de cidadãos feitos reféns de tamanha crise. O Bolsa Família iniciará o processo de novos cadastramentos e alcançará mais um milhão de beneficiários dependentes do programa. Em complemento, haverá, também, o suporte do programa apelidado de “Coronavoucher”; medida responsável pela distribuição de um auxílio que pode variar de R$ 600 a R$ 1.200 para quem cumprir uma série de pré-requisitos.

Decidi escrever a coluna de hoje com um toque jornalístico, trazendo algumas informações indispensáveis para o momento e reunidas em um pequeno texto de leitura prática. Na próxima semana, penso em trazer algumas reflexões acerca do tema – não vai ser possível falarmos de outra coisa – a fim de trabalharmos nosso senso crítico e entender o que está havendo.

Não obstante, por hora, planeje-se

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Digitalização

quinta-feira, 02 de abril de 2020

Para pensar:
“Vamos conjugar o verbo amar com a própria vida.” Ana Nery

Para refletir:
“A enfermagem é uma arte; e realizá-la como arte requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!” Florence Nightingale

Digitalização

Para pensar:
“Vamos conjugar o verbo amar com a própria vida.” Ana Nery

Para refletir:
“A enfermagem é uma arte; e realizá-la como arte requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!” Florence Nightingale

Digitalização

Conforme a coluna havia antecipado, ocorreu mesmo nessa terça-feira, 31 de março, o processo licitatório para “contratação de empresa especializada para concessão de licença de uso de software com prestação de serviços de manutenção, suporte técnico e customizações para a área de gestão de saúde pública municipal, sistema de cadastro, consultas, faturamento, emergência, exames, farmácia, almoxarifado, internação, centro cirúrgico, atenção básica, business intelligence, prontuário eletrônico do paciente, aplicativo mobile, portal da transparência, registro de ponto mobile para atender às necessidades da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo”.

Esperança

Na prática, essa descrição toda se refere à tão necessária digitalização dos dados de nossa rede municipal de saúde pública, que, sendo devidamente executada, tem potencial para gerar enormes benefícios à gestão, aumentando o faturamento, o controle, a transparência e a eficiência dos serviços prestados.

O colunista acumulou muitos motivos para manter um pé atrás com a atual gestão municipal, mas entende que essa é uma notícia muito positiva e torce para que esse fio de esperança seja preservado e bem aproveitado.

Dados

A vencedora do pregão foi a empresa A4PM Analytics For Public Management LTDA, pelo valor de R$ 4.540.000,00.

Na tarde de ontem, 1º, quando esta coluna estava sendo fechada, a prefeitura estava em reunião com a empresa vencedora realizando um check list.

A coluna pretende acompanhar a realização deste trabalho com atenção, fiscalizando mas também abrindo espaço para divulgar os avanços que venham a ser obtidos.

Respiradores (1)

Uma das informações mais importantes para nossa população, neste momento de pandemia de Covid-19, diz respeito ao quadro de respiradores disponíveis para os friburguenses.

Pois bem, a coluna atualizou esses dados junto à rede pública, e os divide agora com os leitores.

Respiradores (2)

Neste momento existem 31 respiradores no Hospital Raul Sertã e outros seis na Maternidade, mas nem todos estão operacionais.

Quando do momento desta apuração, oito destes 37 estavam com algum tipo de defeito.

Além deles, outros 29 já foram comprados, mas ainda não existe data prevista para a entrega.

A coluna entende, inclusive, que o Palácio Barão de Nova Friburgo já considera alguma medida jurídica para assegurar o recebimento dos equipamentos o quanto antes.

Respiradores (3)

De fato, a apuração indica que a chegada de tais respiradores é de enorme importância, pois a maioria dos respiradores da rede pública já está sendo utilizada.

A coluna não tem os dados da rede particular, mas deixa o espaço aberto e convida os hospitais a entrarem em contato para dividir tais informações, a fim de que possamos manter esse quadro atualizado e assim tenhamos força para pressionar fornecedores ou outras esferas de governo no sentido de fortalecermos nossa rede de suporte.

Não podemos deixar, enfim, que alguém sofra entre nós por falta deste equipamento.

Transporte coletivo

O panorama em relação aos respiradores reforça ainda mais a importância do isolamento, e chama atenção para os pontos fracos de nossos esforços de prevenção.

Evidentemente um deles - talvez o maior deles - se encontra nos transportes coletivos, e precisamos dar a devida atenção ao tema.

Por aqui, a empresa Faol informa ao colunista que os ônibus estão sendo higienizados a cada viagem.

Uma medida de grande importância, que precisa continuar.

Transporte coletivo (2)

A coluna, todavia, continua a receber mensagens de leitores alertando para a escassez de ônibus em circulação e a grande lotação em algumas linhas e horários, que fragiliza todo o sacrifício do isolamento social e torna especialmente doloroso o sacrifício de quem está comprometendo a própria renda familiar em favor da segurança coletiva.

De modo específico, o colunista recebeu relatos vindos de Riograndina, dando conta da espera de aproximadamente uma hora na manhã desta quarta-feira pelo ônibus que seguiria para o Centro, e naturalmente o fez com grande quantidade de passageiros.

Espaço aberto

Cabe ao poder concedente se reunir com a concessionária para ver o que pode e precisa ser feito no sentido de proteger ao máximo quem precisa fazer deslocamentos desta natureza.

A coluna abre espaço para ajudar e dividir informações de interesse público com os leitores.

Casa de palha (1)

A coluna também não pode falar sobre respiradores sem se lembrar - pelo visto estamos ficando velhos - de apuração feita anos atrás pelo então vereador Cláudio Damião, quando da CPI da Saúde realizada no mandato passado.

À época foi levantado que dos 40 ventiladores pulmonares existentes, apenas 19 funcionavam. Os outros 21 estavam com defeito, e não havia reserva.

Pior: houve também um episódio no qual faltou energia, o gerador não funcionou, e os respiradores, aparentemente visto sem bateria, também não funcionaram.

Casa de palha (2)

Provavelmente é chover no molhado, mas o fato é que nossa cidade poderia estar muito mais bem preparada nesse momento se tivesse contado com uma classe política de melhor qualidade nas últimas décadas.

E isso, claro, passa fundamentalmente por mudar os parâmetros adotados no momento de votar.

Mesma mão

Será, enfim, que algum dia conseguiremos entender coletivamente que a mão que entrega o cheque é a mesma que desvia, abandona e mata?

Inclusive, não custa lembrar que tem político que agora (literalmente) faz campanha em favor do isolamento, mas que à época da CPI da Saúde fez de tudo para atrapalhar as investigações...

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A mesopotâmia fluminense

quinta-feira, 02 de abril de 2020

O município de São Sebastião do Alto possui uma benéfica posição geográfica. Situa-se entre dois importantes rios, o Grande e o Negro. É na localidade de Guarani que esses dois rios se encontram para formar o Rio Dois Rios que desagua no Paraíba do Sul. Em virtude dessa vantagem geográfica São Sebastião do Alto recebeu do prefeito Hermes Ferro a denominação de mesopotâmia fluminense. Logo, existe nesse município um grande potencial para o desenvolvimento da agricultura devido à riqueza de seus recursos hídricos.

O município de São Sebastião do Alto possui uma benéfica posição geográfica. Situa-se entre dois importantes rios, o Grande e o Negro. É na localidade de Guarani que esses dois rios se encontram para formar o Rio Dois Rios que desagua no Paraíba do Sul. Em virtude dessa vantagem geográfica São Sebastião do Alto recebeu do prefeito Hermes Ferro a denominação de mesopotâmia fluminense. Logo, existe nesse município um grande potencial para o desenvolvimento da agricultura devido à riqueza de seus recursos hídricos.

As primeiras sesmarias concedidas no território do atual município de São Sebastião do Alto datam do final do século 18. Francisco Clemente Pinto, primo do primeiro Barão de Nova Friburgo possuía fazendas em Ibipeba e Valão de Barro. Os grandes fazendeiros dessa região possuíam em média entre 100 e 200 escravos. São Sebastião de Alto era um importante produtor de café e deu ensejo a formação de uma elite cafeeira altense.

As terras de São Sebastião do Alto atraíram colonos suíços como os Dafflon, Leimgruber, Lutterbach e Wermellinger e no final do século 19 muitos colonos italianos. Merece destaque Cornélio de Souza Lima proprietário da Fazenda São Feliciano do Córrego dos Índios, que depois a rebatizou de Fazenda São Marcos. Ele estabeleceu em sua propriedade uma colônia de imigrantes italianos adotando o sistema de parceria agrícola. Nessa ocasião houve uma crise nacional de falta de mão-de-obra na lavoura que foi suprida com a vinda de colonos europeus, principalmente de italianos.

Entre as muitas famílias que vieram para a Fazenda São Marcos podemos citar as de Nicola e Pietro Temperini, Luigi Latini, Floriano Segalotti, Angelo Fratani, Carlo Badini, Luigi Sagretti, Pasquale Talarico, Constantino Castrini, Giovanni Pietrani, Ettore Bonan, Luigi Bollorini, Enrico Campagnucci, Secondo Bochimpani e Luigi Margaritini. Já a partir de 1920, o município diversifica sua atividade agrícola e expande a pecuária leiteira como alternativa ao declínio da produção de café.

Em 7 de dezembro de 1892, São Sebastião do Alto finalmente emancipou-se após passar por diversos processos de anexação a outros municípios. Porém, no ano de 1943, São Sebastião do Alto quase foi extinto por determinação do interventor do estado Ernani do Amaral Peixoto. Correu o risco de ter o seu território partilhado entre Itaocara e o novo município de Cordeiro que se pretendia criar. Graças ao empenho do prefeito Hermes Ferro o governador voltou atrás em sua decisão e os altenses mantiveram a sua autonomia. Essa campanha entrou na história do município como a Guerra da Autonomia.

Os dois políticos mais importantes e que governaram sucessivamente durante décadas São Sebastião do Alto foram os médicos Hermes Pereira Ferro e Antônio José Segalote Pontes. O censo econômico de 1960 revelou que São Sebastião do Alto possuía o segundo rebanho bovino do Estado do Rio perdendo apenas para Itaperuna. No ano seguinte foi considerado o maior produtor de feijão.

Atualmente a produção de legumes tem se destacado e notadamente o cultivo de tomate. No ano de 1962, iniciou-se a política de erradicação de cafezais antieconômicos através da criação do Gerca (Grupo Exclusivo da Recuperação Econômica da Cafeicultura). Milhões de cafezais antieconômicos, de baixa qualidade e de produtividade foram arrancados e os produtores rurais indenizados. Esse programa teve como objetivo diminuir a dependência do país da agricultura cafeeira. Abriu-se espaço para o incremento de outras culturas agrícolas e da pecuária nas áreas liberadas pela erradicação dos cafezais passando a ter uma produção agrária diversificada.

No entanto, a pecuária necessitava de pouca mão-de-obra e as outras culturas agrícolas que substituíram o café não absorveram os trabalhadores rurais que foram dispensados. Consequentemente inúmeros trabalhadores do campo ficaram sem emprego ocasionando o êxodo rural. Ainda que com tanto progresso, São Sebastião do Alto registrou ao longo de sua história um dos maiores índices de criminalidade do Estado do Rio de Janeiro.

Quando indaguei essa circunstância ao fazendeiro local Didymo Lopes Martins, ele me respondeu que a animosidade na região era em razão do clima muito quente. De fato, estudos científicos tem demonstrado que em lugares mais quentes o índice de violência é mais elevado. De acordo com os cientistas a violência aumentará no mundo inteiro em razão do aquecimento global.

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    A historiadora Janaína Botelho e pecuarista Luiz Latini no Vale do Muribeca

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    Fazenda Praia da Areia, típica casa de vivenda de S.S

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    Plantação de tomate em São Sebastião do Alto

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