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Tristeza

terça-feira, 04 de agosto de 2020

Para pensar:

"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”

Maurice Switzer

Para refletir:

“Onde estão nossos valores?

Onde está nossa ética?

Onde está nossa decência?

Foram todos exauridos com o passar dos anos.”

Allann Xavier

Tristeza

A coerência não raramente nos cobra um preço alto.

Para pensar:

"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”

Maurice Switzer

Para refletir:

“Onde estão nossos valores?

Onde está nossa ética?

Onde está nossa decência?

Foram todos exauridos com o passar dos anos.”

Allann Xavier

Tristeza

A coerência não raramente nos cobra um preço alto.

Por que o que é certo continua sendo certo mesmo quando um crápula o pratica - e isso é sempre positivo -, e o errado continua sendo errado mesmo quando uma pessoa querida é a autora - e isso nos obriga a criticar, por vezes asperamente, pessoas das quais gostamos.

Hoje é um desses dias.

Ingenuidade

Exatamente às 14h desta segunda-feira, a não mais do que 50 metros da Câmara Municipal, o colunista teve um encontro fortuito com uma das pessoas convocadas a prestar esclarecimentos ao Legislativo naquele mesmo horário, a respeito das incorporações salariais.

E, inocentemente, acreditou que teria uma surpresa positiva, que as cadeiras afinal não ficariam vazias, que teríamos esclarecimentos, satisfações, e a coluna não precisaria estar aqui, mais uma vez, narrando um ato do mais profundo desrespeito à transparência, à representação parlamentar e, mais do que tudo, ao próprio pacto social.

Ausência

Como o leitor já deve estar sabendo, tanto o procurador-geral quanto as duas servidoras convocadas por unanimidade pelo plenário da Câmara decidiram não comparecer à casa legislativa às 14h desta segunda-feira, 3, e deste modo privaram de respostas e esclarecimentos importantes toda a sociedade friburguense.

Existem consequências previstas para este tipo de atitude, e é preciso que tais consequências sejam devidamente observadas pelo Judiciário, sob pena de se abrir um precedente sob todos os aspectos inaceitável.

Deveria bastar

Muito mais do que uma questão relacionada ao Direito, contudo, estamos falando é sobre decência aqui, e a coluna tem batido sempre nesta tecla.

Servidor público deve sim satisfações à população e a seus representantes legítimos, toda vez que venham a pairar dúvidas a respeito de suas condutas.

Lei alguma deveria ser necessária para assegurar a presença de um servidor neste tipo de circunstância.

O respeito à coletividade deveria ser razão mais do que suficiente.

Desrespeito

Dito isso, a coluna pode atestar que as dúvidas existentes nestes casos em questão mais do que justificam a convocação, como ficou bastante claro a todos que se deram ao trabalho de assistir à apresentação através do canal da Câmara no YouTube.

Aliás, quem não viu deveria ver.

E é por isso que a coluna não irá perder tempo com discussões de natureza jurídica aqui.

Sob o ponto de vista ético - que é o que efetivamente nos interessa - nada poderia justificar tamanho desrespeito à população.

Repúdio

As justificativas apresentadas para as ausências seguiram a linha de que o debate não teria sido técnico.

Conversa fiada.

Esta coluna tem um longo histórico a lhe respaldar quando afirma que teria dado todo o espaço para divulgar os argumentos que viessem a ser apresentados, mesmo que não fossem convincentes.

E claro, se fossem convincentes, teriam aqui também todos os elogios merecidos.

Oportunidade perdida

Ademais, a apresentação do vereador Professor Pierre foi essencialmente técnica, como todo mundo pode ver no YouTube.

Qualquer insinuação neste sentido, portanto, é leviana e covarde.

De fato, a postura adotada pelos convocados é própria de quem não tem argumentos conclusivos para agir como age, e pior: tem consciência disso.

E se tal interpretação está em alguma medida equivocada, a oportunidade de mostrar isso foi deliberadamente perdida.

Enquanto isso...

O colunista tem testemunhado com grande tristeza o tratamento que vem sendo reservado à imensa maioria dos servidores municipais.

Tem visto de perto o empobrecimento, a diminuição do padrão de vida, o drama.

E diz com muita concretude que o corte do vale transporte neste mês de julho vai significar, na prática, que muitos servidores e suas famílias vão comer menos neste mês de agosto.

Infelizmente, ao escrever estas linhas, não faltam nomes e rostos no pensamento.

O que acontece em nossa prefeitura neste momento é desumano.

P.S.

A coluna de hoje já havia sido escrita quando recebemos nota assinada pelas servidoras Ana Paula Navega dos Santos e Gisele Busquet, justamente as duas que haviam sido convocadas a comparecer no plenário.

A nota é grande demais para que possa ser publicada na íntegra, nesta edição.

Mas traz posicionamentos técnicos que a coluna faz questão de publicar em oportunidade próxima.

Segue amanhã

Evidentemente teria sido muito melhor se este debate tivesse ocorrido no plenário.

Mas, se temos a oportunidade de publicar argumentos de ambas as partes neste espaço, então os leitores certamente não serão privados destas informações.

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Das cartas ao poder das inovações, AVS não perde a conexão

terça-feira, 04 de agosto de 2020

A viagem começa carimbando o passaporte para  percorrermos os caminhos da história do selo, reverenciando uma trajetória no Brasil que festeja a data de 1º de agosto pela emissão do primeiro selo postal dos Correios, em 1843. Contudo, a primeira comunicação escrita em terras brasileiras foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha anunciando ao rei de Portugal, D. Manoel, a “descoberta do Brasil”. E foi bem depois que D. Pedro II aprovou a reforma postal brasileira, colocada em prática em 1842.

A viagem começa carimbando o passaporte para  percorrermos os caminhos da história do selo, reverenciando uma trajetória no Brasil que festeja a data de 1º de agosto pela emissão do primeiro selo postal dos Correios, em 1843. Contudo, a primeira comunicação escrita em terras brasileiras foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha anunciando ao rei de Portugal, D. Manoel, a “descoberta do Brasil”. E foi bem depois que D. Pedro II aprovou a reforma postal brasileira, colocada em prática em 1842. O Caderno Z do último fim de semana veio repleto de curiosidades desde os primórdios do primeiro selo, conhecido como “Olho-de-Boi”. Minha mãe contava o caso de uma moça que, de tanto esperar cartas do namorado, acabou se apaixonando pelo carteiro e deu até casamento.

Rogério Albertini, funcionário dos Correios desde 1985, relata suas vivências e ressalta a raridade das cartas “escritas à mão” e dos cartões de Natal. Eu gostava de colocar todos na árvore natalina e depois os guardava na caixa dos enfeites. No ano seguinte, era gostoso lembrar as mensagens recebidas anteriormente. Com todas as transformações, Albertini acrescenta: “A tendência é realmente os selos e as cartas virarem peças de museu...”. Mas, restará a inegável paixão dos colecionadores. Por isso mesmo, aguardamos o selo comemorativo dos 75 anos de A VOZ DA SERRA, marco alcançado neste ano de 2020. Vamos festejar de um jeito ou de outro!

1º de agosto é o Dia Nacional da Suíça e para nós, que temos colonização oriunda dos primeiros imigrantes suíços, autorizados pelo rei D. João, a data é de extrema importância. Este ano, as celebrações ocorreram basicamente no formato virtual por conta da pandemia do coronavírus. A festa do ano passado ainda soa em nossos corações!

Vinicius Gastin contou a trajetória de Felipe Conceição, o friburguense que tem percorrido vários clubes, fortalecendo sua carreira dentro do futebol brasileiro e até fora do Brasil. Agora ele se destaca no RB Bragantino e comandará a equipe no Campeonato Brasileiro da Série A. Como bem disse Gastin: “Digno de aplausos”. Muito sucesso!

Adriana Oliveira nos trouxe uma maravilhosa reportagem sobre o Monsenhor Mielli, que teria feito 98 anos no último dia 30 de julho. Que narrativa empolgante com relatos de episódios que confirmam, cada vez mais, a brilhante personalidade do padre muito amado por todos nós. Girlan Guilland, também conhecedor de tantos fatos marcantes e históricos, ressaltou: “Monsenhor Mielli foi muito mais do que um líder religioso católico, mas um visionário pelo ideal da educação”. Todas as homenagens em honra à memória do inesquecível padre são bem-vindas e há de ser significativa a ideia de um enredo para o carnaval de 2022. Afinal, foi o monsenhor o “apaziguador dos ânimos” na fundação da Imperatriz de Olaria. O enredo será, certamente, santificado na passarela do samba!

Ana Borges entrevistou a médica geriatra Thaís Valle Duarte Folly que em suas considerações sobre a atual crise do coronavírus, destacou: “ A pandemia nos trouxe inúmeras mudanças para todas as faixas etárias. Seja na esfera social, econômica ou psicológica, o isolamento nos fez repensar a nossa rotina, nossas prioridades e o que realmente entra no que consideramos essencial ou não para nossas vidas.” Esse repensar é uma receita e deveria ser adotado como o primeiro mandamento para o novo normal.

Uma pesquisa constatou a queda do interesse por lives. Isso não é de surpreender, pois, com tantas atividades liberadas, o povo quer mais é interagir e deixar de ser mero assistente no sofá da sala. Em Nova Friburgo, por exemplo, a bandeira vermelha “desbotou” e perdeu a rigidez de sua cor. Agora muita coisa pode funcionar, mesmo com o aumento para 1.221 casos de Covid-19 e 69 óbitos registrados até a última sexta-feira, 31 de julho. Será que estamos nos acostumando ou será o novo normal?

Na coluna “Massimo”, tivemos boas ponderações sobre a quarentena e sobre “como iremos sair deste período de provações”. Pergunta o colunista:  “Seremos pessoas melhores?...”. E mais: “Será que toda essa experiência nos ajudará a amadurecer de alguma forma?” Tomara, pois precisamos da bandeira branca, aquela bandeira da paz!

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Os 15 anos de Maria Clara

terça-feira, 04 de agosto de 2020

No último domingo, 2, o dia foi de alegrias a mais para o casal Jackson e Danielle Vassalo Pinto. É que para alegria dos amigos e familiares, em especial os avós corujas, os paternos José Carlos (Jacutinga) e Eliane e Rogério e Marileuzes (maternos), a graciosa Maria Clara Vassalo Pinto comemorou, em família devido ao isolamento social, seus 15 anos de idade.

 A jovem aniversariante é uma aplicada estudante, além de ótima jogadora de voleibol. Nossos parabéns à Maria Clara que aparece aí na foto com o irmão Vinicius e os pais.

Bodas de Granito

No último domingo, 2, o dia foi de alegrias a mais para o casal Jackson e Danielle Vassalo Pinto. É que para alegria dos amigos e familiares, em especial os avós corujas, os paternos José Carlos (Jacutinga) e Eliane e Rogério e Marileuzes (maternos), a graciosa Maria Clara Vassalo Pinto comemorou, em família devido ao isolamento social, seus 15 anos de idade.

 A jovem aniversariante é uma aplicada estudante, além de ótima jogadora de voleibol. Nossos parabéns à Maria Clara que aparece aí na foto com o irmão Vinicius e os pais.

Bodas de Granito

No último dia 29 de julho, o admirado casal Corrado e Hisae Spallanzani  (foto) completou, com grande orgulho, 48 anos de feliz união matrimonial, portanto estão a dois anos, de chegar a majestosa Bodas de Ouro.

Para este encantador casal, que se uniu em 1972 na Igreja do Espirito Santo, em São Paulo, e dois anos depois chegou a Nova Friburgo, fincando raízes, celebraram o aniversário de casamento recebendo as merecidas congratulações das filhas Renata Yumi, Adriana Sayuri e Alessandra Mitie. dos netos Amanda Mayumi, Eduardo Hideki, Ana Mitico e Maria Keiko; do genro Vinicius Roza, demais familiares e uma legião de amigos e admiradores. Aos casal Corrado e Hisae, nossas congratulações com votos contínuas felicidades.

Que decepção

E o Hospital de Campanha de Nova Friburgo, hein? Quando pensamos que a classe política já extrapolou em tudo o que podia fazer em desfavor do dinheiro público, nos deparamos com esse banho de água fria: o anúncio do fim do projeto que nem sequer chegou a ser aberto. Aí, cabe indagações: como ficamos? Como todo o  dinheiro que foi investido ali será devolvido ao povo?

Empossada no Rotary

Desde o último dia 28 de julho, o Rotary Clube Imperador sob a atual presidência de Gustavo Jachelli conta agora com mais uma valorosa integrante para somar forças nas atividades daquele clube de serviços: trata-se de Núbia Monnerat Gremion Soares (foto).

 A cerimônia de entrega do certificado, através de sessão on-line devido a impossibilidade de realizações das reuniões presenciais, se deu no Nu.Stúdio de Arquitetura. Na ocasião, Núbia recebeu os parabéns dos pais Walmir e Lúcia e do namorado Lucas. Congratulações à Núbia com votos de total êxito.

Jubileu de pérola

Na manhã do último domingo, 2, a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Riograndina, esteve em festa. De maneira virtual, devido à pandemia, foi celebrado com missa solene presidida pelo novo bispo diocesano Dom Luiz Antonio Ricci, o aniversário de 30 anos de ordenação sacerdotal, do padre Roberto José Pinto, que está à frente daquela igreja atualmente.

O padre Roberto é um amigo de décadas passadas, desde quando atuou, entre 1975 e 1989, como balconista da antiga loja de materiais de construção Cadima. Parabéns padre Roberto!

Vivas para a Isabella

Na tarde do último domingo, 2, com reduzido número de familiares nestes tempos de impossibilidade de aglomerações devido à pandemia, a gatinha Isabella Silva Jardim comemorou seu 5° aninho de vida.

Por esta especial razão, enviamos os parabéns com votos de um brilhante futuro para a querida Isabella, que aparece aí na foto junto à mãe Eliziene Silva Jardim e o pai, o estimado amigo Humberto José dos Santos Damasceno, o conhecido Humberto da Ambulância. Parabéns!

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    Vivas para a Isabella

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Desacreditar da verdade

terça-feira, 04 de agosto de 2020

A busca pela verdade sempre motivou a humanidade. Desde a era clássica, pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles divagaram exaustivamente sobre ela no intuito de defini-la e identificá-la no agir humano e social. A mesma questão instigava Pôncio Pilatos. Diante daquele que é a própria verdade, o governador romano releva a angústia do seu coração: “O que é a verdade?” (cf. João 18, 37-38). No seu silêncio, Jesus vai além da conceituação do termo. Ele revela que a verdade é a retidão do agir e da palavra humana, sem duplicidade, simulação e hipocrisia (cf.

A busca pela verdade sempre motivou a humanidade. Desde a era clássica, pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles divagaram exaustivamente sobre ela no intuito de defini-la e identificá-la no agir humano e social. A mesma questão instigava Pôncio Pilatos. Diante daquele que é a própria verdade, o governador romano releva a angústia do seu coração: “O que é a verdade?” (cf. João 18, 37-38). No seu silêncio, Jesus vai além da conceituação do termo. Ele revela que a verdade é a retidão do agir e da palavra humana, sem duplicidade, simulação e hipocrisia (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2468).

É certo que a cultura relativista e individualista perpetrada na sociedade hodierna, tem afogado no coração do homem o amor à verdade. Vivemos como se ela não mais importasse ou até mesmo inexistisse. Vivendo fechado na cela do seu egoísmo e alimentado pelo desejo de satisfação pessoal, o homem produz um mundo estéril de relações supérfluas e interesseiras.

O papa emérito Bento XVI, define a verdade como um ‘lógos’ que cria ‘diá-logos’ e, consequentemente, comunicação e comunhão. Santo Tomás de Aquino ressalta sua importância para a sadia relação entre os homens, pois ela é condição sine qua non para a confiança recíproca (cf. Summa theologiae, 2-2, q. 109, a. 3).

O relativismo da verdade, presente no contexto atual e cultural, tende a dificultar a construção de uma boa sociedade e de um verdadeiro desenvolvimento humano integral. A vivência em comunidade sem o valor absoluto da verdade é frágil. Sempre que as opiniões se divergirem, germinará a semente do ódio e da divisão, e se anulará qualquer possibilidade de ajuda mútua.

O escritor e filósofo russo Fiódor Dostoiévski adverte para o risco de uma vida ancorada na mentira. “Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo” (Os irmãos Karamazov, II, 2).

Assim, a desvalorização da verdade tende a dividir a humanidade em pequenos grupos polarizados que defendem a todo preço suas próprias ‘verdades’, fechados ao diálogo e ao crescimento.

Vivemos um contexto muito polarizado. A facilitação da divulgação das opiniões pelas mídias sociais faz agravar ainda mais diferenças, muitas vezes fundamentadas em inverdades. Com o intuito de defender as ideologias, rompe-se com facilidade a barreira da dignidade e da justiça, promovendo o descrédito do outro, forçando sua representação como inimigo fomentando os conflitos (cf. Mensagem o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 13 mai. 2018).

A construção de um mundo melhor e mais justo só será possível se nos comprometermos com a busca da verdade em todas as relações. A busca do homem pela verdade e o questionamento sobre a realidade ganha sentido à luz da eterna verdade, que é Jesus. Por isso, façamos a experiência de propagar com austeridade o Evangelho, lembrando-nos sempre que todo o que é da verdade ouve a voz de Cristo.

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Quando as vozes da ciência e da literatura se entrelaçam

segunda-feira, 03 de agosto de 2020

Estava pensando, no início desta semana, que, nesta coluna, tenho abordado apenas alguns estilos, como o conto, a crônica e a poesia, ficando limitada a uma parte do universo literário. Hoje, vou me dedicar ao entrelaçamento entre as vozes da ciência e da literatura. 

Estava pensando, no início desta semana, que, nesta coluna, tenho abordado apenas alguns estilos, como o conto, a crônica e a poesia, ficando limitada a uma parte do universo literário. Hoje, vou me dedicar ao entrelaçamento entre as vozes da ciência e da literatura. 

A literatura oferece subsídios à atividade científica em suas diferentes áreas, como humanas, biológicas e tecnológicas, responsáveis pela construção de saberes que envolvem as relações do homem com o mundo. A ciência não é constituída pelo saber empírico, adquirido naturalmente nas experiências diárias, mesmo estando na vida quotidiana as motivações essenciais à sua estruturação. A ciência está pautada no conhecimento adquirido através de objetivos e métodos específicos, tendo a finalidade de explicar objetivamente a realidade para proteger e melhorar a qualidade de vida dos seres. 

As áreas do conhecimento possuem enfoques especiais e utilizam-se da literatura para registrar a produção e a atualização do saber, construídos através de estudos e pesquisas válidos. São conhecimentos que precisam ser difundidos para que as ciências atendam às necessidades humanas. 

Surge, então, neste aspecto, um desafio: como adequar a linguagem científica aos grupos distintos de cidadãos, inseridos em ambientes culturais próprios. É necessário que todos, sejam crianças, adultos ou idosos, tenham acesso, por exemplo, ao conhecimento produzido pela ciência odontológica. 

 Os manuais de saúde, mesmo sendo elaborados com intuitos pedagógicos, precisam recorrer à arte literária para atraírem as pessoas, envolvendo-as nos assuntos que os justificam. Ah, não é uma tarefa fácil. Jamais podem ser “ameaçadores”, nem conterem informações equivocadas. Muito menos desconsiderarem a inteligência daquele que tem facilidade de acesso a informações de pouca utilidade. Como falar sobre os cuidados dentários com citadinos e indígenas? Certamente, o escritor terá de se utilizar de padrões de linguagem especiais para cada grupo de leitores.      

Podemos considerar a transposição da linguagem científica e acadêmica, para a coloquial uma viagem estilosa e delicada, capaz de tocar o leitor a ponto de prender sua atenção, estimulá-lo a rever e modificar seus hábitos. Estou querendo dizer que as vozes da ciência estão para transformar modos de ser e fazer da população. São para evitar a estagnação do sujeito em hábitos inadequados, já enraizados.  

 

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E depois?

sábado, 01 de agosto de 2020

Para pensar:
"Somente um idiota responde uma pergunta com outra pergunta.”
Senhor Barriga

Para refletir:
“À criança que amanhã será homem; à semente que amanhã será fruto; ao casulo que amanhã será mariposa.”
Professor Girafales

E depois?

Uma das grandes perguntas que têm marcado estes meses de quarentena é como iremos sair deste período de provação.

Para pensar:
"Somente um idiota responde uma pergunta com outra pergunta.”
Senhor Barriga


Para refletir:
“À criança que amanhã será homem; à semente que amanhã será fruto; ao casulo que amanhã será mariposa.”
Professor Girafales

E depois?

Uma das grandes perguntas que têm marcado estes meses de quarentena é como iremos sair deste período de provação.

Seremos pessoas melhores? Daremos mais valor à saúde ou ao contato com pessoas queridas? E os pequenos momentos de lazer, serão devidamente valorizados? Continuaremos a trabalhar em casa, e a consumir via internet?

Ou, numa abordagem um pouco mais filosófica mas não menos importante ou concreta: será que toda esta experiência nos ajudará a amadurecer de alguma forma?

Trânsito

Em algumas frentes talvez já seja possível arriscar palpites.

No trânsito, por exemplo, o colunista tem colecionado indícios de que o período de quarentena definitivamente não foi bem assimilado por número significativo de condutores, em especial motociclistas profissionais.

Ao que parece, os maus hábitos adquiridos ao longo de meses de ruas vazias acabaram sendo incorporados às rotinas de muita gente.


Daltonismo adquirido

Sábado passado, 25 de julho,por exemplo, no curto intervalo até que acendesse a luz verde no semáforo que fica em frente à Igreja Luterana, este que vos escreve testemunhou três motociclistas ignorando o sinal vermelho.

Um deles, de fato, esteve muito perto de colher lateralmente um carro que saía da Rua Trajano de Almeida.

Tudo isso em aproximadamente um minuto...

Absurdo

Já nesta sexta-feira, 31 de julho, um cidadão escapou por pouco de ser atropelado na Rua Monsenhor José Antônio Teixeira por um motociclista que trafegava na contramão em alta velocidade.

Moradores, inclusive, afirmam que a cena é corriqueira, e duplamente perigosa.

Afinal, justamente por estarem na contramão, os motociclistas aceleram ainda mais.

Absurdo completo.

Perigo

Ali pertinho, na Rua Augusto Spinelli, o sinal na esquina com a Rua Monte Líbano estava apagado na tarde desta sexta-feira, e não é necessário ser doutor no assunto para perceber os riscos que essa situação implica.

Também no intervalo de um minuto o colunista presenciou diversos motociclistas seguindo rumo às Braunes sem referências sobre o fluxo paralelo, em situações que por pouco não geraram ocorrências.

Ali, definitivamente, é um ponto que necessita de algum plano B para o caso de pane no semáforo.

Bairro Suíço (1)

Praticamente desconhecido há pouco mais de duas décadas, o mirante do Bairro Suíço tem se tornado um ponto de interesse cada vez mais popular entre os friburguenses.

A proliferação de residências, a existência de uma casa noturna, a vista privilegiada do centro da cidade, o recente trabalho realizado pelo movimento Montanhe-se e a própria saturação da quarentena se uniram para aumentar o fluxo de pessoas e veículos, sobretudo nos fins de semana.

Bairro Suíço (2)

Sobre o triste acúmulo de lixo e a presença de materiais cortantes, outras reportagens já abordaram o tema anteriormente.

Mas, seguindo a abordagem voltada ao trânsito, vale destacar que vários trechos na estrada que leva ao mirante estão com o asfalto deteriorado ou até mesmo solto.

Como resultado, a passagem fica em meia pista em diversos pontos, representando um risco para atropelamentos ou colisões frontais.

Um lugar tão bonito e especial, há tempos faz por merecer mais atenção por parte da municipalidade.

Briga de foice

Não será apenas entre os pré-candidatos a prefeito que a disputa promete ser acirrada e de baixo nível.

Dentro das nominatas, também tem muito aspirante a uma cadeira no plenário disposto a tudo para conseguir a (re)eleição.

Ainda mais porque, no formato atual da disputa, e em meio às costuras que estão sendo feitas, em especial na órbita do Palácio Barão de Nova Friburgo, já podemos afirmar com certeza que teremos alguns candidatos ficando de fora, mesmo que com votações expressivas.

Mau sinal

Na prática, isso é um péssimo sinal.

Primeiro, porque lança as campanhas a um clima no qual muitos acreditam que vale tudo.

Depois, porque a própria representatividade do plenário acaba sendo prejudicada.

E, por fim, porque a existência de suplentes com grandes votações sempre se traduz em composições de primeiro e segundo escalão ditadas por critérios políticos, e não técnicos.

E a continuação desses vícios é tudo que não precisamos nessa altura de nossa história.

Anistia

Entre as matérias aprovadas pelo plenário de nossa Câmara Municipal na última semana está uma indicação legislativa apresentada pelo vereador Wellington Moreira que propõe anistias das primeiras multas aplicadas aos empresários em função da pandemia.

A principal linha argumentativa leva em consideração o caráter inusitado do fechamento do comércio e das indústrias, do isolamento e das medidas sanitárias, para ponderar que muitos talvez não tenham compreendido de forma correta todas as determinações e por isso tenham cometido equívocos.

Aprendizado x punição

De acordo com a assessoria do parlamentar, o projeto valoriza o aprendizado e não a punição, uma vez que não poupa da multa os reincidentes.

Resta ver, contudo, se será acatado pelo Executivo.

Apocalypse now

Ainda estamos entrando em agosto e o ano de 2020 já assegurou seu lugar de destaque entre os mais bizarros na história recente da humanidade.

E, como se não bastasse tudo o que já sabemos de cor, chega agora a notícia impensável de que o seriado Chaves deixará a programação do SBT após 36 anos de exibições que tiveram enorme impacto sobre nossa cultura popular.

Se isso não é um sinal dos tempos, então...

Saudoso Teixeirinha

O saudoso cantor gaúcho Teixeirinha, que em dezembro completará 35 anos de falecimento, tem um fã incondicional em Nova Friburgo. O ex-vereador Joel de Sá Martins externa toda essa paixão pelo eterno Rei do Disco aos fins de semana na Rádio Friburgo AM, apresentando o programa Relembrando Teixeirinha.

A edição da madrugada deste sábado, 1º, das 3h30 às 5h30, foi especial para Joel que relembrou os 44 anos de sua recepção a Teixeirinha em Nova Friburgo, no antigo hotel Sans Souci. Em 31 de julho de 1976, o cantor fez um show no campo do Nova Friburgo F.C. com a produção de Joel de Sá Martins e do compositor Horizonte, com grande sucesso.

E aí?

Na próxima segunda-feira, 3 de agosto, o procurador-geral do município é aguardado no plenário da Câmara Municipal, juntamente a duas servidoras, a fim de que sejam prestados esclarecimentos sobre incorporações de alto valor em grupos específicos sobre as quais pairam dúvidas incômodas.

A convocação tem início às 14h, e será transmitida ao vivo pelo canal da Câmara Municipal no YouTube.

O que se espera

De forma antecipada a coluna reafirma que espera dos convocados uma postura comprometida com a transparência irrestrita, e coerente com aquilo que se demanda de servidores públicos em nossos dias.

Que compareçam e apresentem argumentos técnicos.

Sem floreios, sem vitimização, sem desvios do tema.

Se, ao fim do encontro, conseguirem dissipar todas as dúvidas, este espaço terá enorme satisfação em lhes dar o devido crédito.

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Chega em Friburgo mais uma remessa de tubulações para o novo sistema de água

sábado, 01 de agosto de 2020

Edição de 1º e 2 de agosto de 1970.
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchete:

Edição de 1º e 2 de agosto de 1970.
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchete:

  • Novo abastecimento d’água - Dez carretas de transportes atravessaram a cidade, conduzindo centenas de tubos de ferro fundido, destinados ao novo abastecimento d'água. A encomenda ultrapassou 700 milhões de cruzeiros, que serão pagos totalmente pela administração municipal, sem participação do Serviço Autônomo. O prefeito Amâncio Azevedo, tomou o "pião na unha" no caso da demora na execução dos serviços, podendo-se esperar grandes novidades no setor e certamente Friburgo não passará mais um verão com deficiências na oferta do precioso líquido.
  • Avenidas marginais ao Rio Bengalas em pandarecos - Nossas avenidas marginais ao Rio Bengalas estão praticamente abandonadas. É demais a moleza da firma que realiza o serviço de recuperação, ou melhor, que não o realiza. Enquanto isso, os transeuntes que se danem, os veículos que dêem muitas voltas e queimem muita gasolina para contornar o trecho esburacado. 
  • Juri - Foi a julgamento no Tribunal do Júri de Friburgo José de Aguiar Ferreira, que em janeiro, na Avenida Júlio Antônio Thurler, tentou assassinar a tiros de garrucha, o pintor José Rubens de Oliveira, conhecido como "Zezinho Pintor", que estava amasiado com a esposa do réu. O Tribunal, após longos debates aceitou a tese da defesa, desclassificando o crime de tentativa de homicídio, e classificando-o como lesões corporais leves, tendo sido o acusado apenado em sete meses de detenção, cuja pena foi dada como cumprida.
  • Álvaro de Almeida concorrerá à Assembleia Legislativa - O eleitorado friburguense já  atinge a casa dos 30 mil, ficando assim o município colocado dentre os dez primeiros do Estado do Rio. Podemos informar com segurança, que o deputado do MDB, Álvaro de Almeida, somente disputará, na vindoura eleição, uma cadeira na Assembléia Fluminense, concorrendo novamente ao cargo que tanto ilustrou na Casa do Povo. 
  • Governador inclui verba para construir Centro de Saúde - A dotação foi consignada por determinação do próprio governador Geremias de Mattos Fontes. Além da verba para o Centro de Saúde, o orçamento prevê recursos para a construção de dois postos de saúde, em Olaria do Cônego e Conselheiro Paulino.
  • Candidaturas do MDB nas ruas - Dois candidatos à sucessão do prefeito Amâncio Azevedo já saíram às ruas: Joel Batista Jonas e Lafayette Bravo Filho. É claro que mais uma legenda surgirá na disputa. Vários redutos medebistas têm esperanças de demover o dr. Waldir Costa da recusa de postular o cargo que o atual prefeito deixará em 31 de janeiro de 1971. Com três pretendentes, pensa o MDB conquistar a mais estrondosa vitória de todos os tempos, já que a oposição em Friburgo cada dia mais está fortalecida e preparada para os embates das urnas.

Pílulas

  • O panorama político dentro do MDB está em efervescência. Os esquemas lenta e inteligentemente preparados para a próxima eleição foram destroçados em minutos. O deputado Álvaro de Almeida sentindo-prejudicado por alas do próprio partido que preside, rompeu as baterias, contou em reunião o “caso da onça” desautorizou toda e qualquer articulação em torno do seu nome para disputar o cargo de prefeito na sucessão de Amâncio Azevedo e promoveu a sua inscrição como candidato à deputação estadual. A coisa teve efeito de bomba das mais fortes e a verdade é que a cúpula medebista ainda não saiu do torpor que a decisão ocasionou, como era lógico que ocasionasse.
  • Com a irrevogável atitude do deputado Álvaro de Almeida, a atenção partidária está inteiramente voltada para os apelos em direção ao dr. Waldir Costa, no sentido de que o ilustre cirurgião, venha a aceitar a sua candidatura a prefeito. Reina no seio do MDB a confiança de que o "Bisturi de Ouro" atenda ao chamamento geral do partido.
  • No campo da deputação federal, o MDB sofre uma enorme perda com a desistência do atual deputado Edgar de Almeida, e bisar o mandato. Edgard está desiludido com certas manobras espúrias de elementos da cúpula estadual, tendo em carta ao partido, comunicado sua desistência de concorrer.

Sociais

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Maria Weidauer (1º); Mário Carpenter Meyer (3); Alberto da Rosa Pinheiro, Luiz de Oliveira Rocha e Henrique Teixeira de Bleauclair (5); Maria do Carmo Nader, Regina Novelli (6).

 

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Mais transporte

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Para pensar:
"Não há ninguém mais fácil de enganar do que um homem honesto; muito crê quem nunca mente, e confia muito quem nunca engana.”
Baltasar Gracián y Morales

Para refletir:
“Não se iluda, simpatia nunca foi sinônimo de retidão e retidão nunca foi sinônimo de simpatia.”
Ivan Teorilang

Mais transporte

Para pensar:
"Não há ninguém mais fácil de enganar do que um homem honesto; muito crê quem nunca mente, e confia muito quem nunca engana.”
Baltasar Gracián y Morales

Para refletir:
“Não se iluda, simpatia nunca foi sinônimo de retidão e retidão nunca foi sinônimo de simpatia.”
Ivan Teorilang

Mais transporte

Ao longo dos últimos dias várias notícias direta ou indiretamente relacionadas ao transporte coletivo friburguense se acumularam, e hoje a gente aproveita para atualizar este tema um pouquinho.

Forma de pagamento (1)

Dias atrás a coluna noticiou que a empresa de ônibus Faol havia começado a quitar alguns débitos com a municipalidade, e agora podemos trazer mais detalhes a esse respeito.

Durante a audiência virtual de conciliação realizada no último dia 21 a empresa reconheceu o débito de R$ 5.395.120, 23, o equivalente à soma das execuções de quatro processos distintos.

A coluna entende que grande parte desse débito foi herdada quando da aquisição da empresa.

Forma de pagamento (2)

Acordou-se que o valor seja pago mediante entrada de R$ 322.602,91, dos quais R$ 232.684,25 estão bloqueados por ordem do Juízo, concordando que este montante seja transferido para a conta do município; aos quais será acrescido R$ 89,918,67, que será pago até hoje, 31.

O restante da dívida, que totaliza R$ 5.072.517,32, será pago em 59 parcelas, vencendo-se a primeira no próximo dia 30 de agosto e as seguintes no dia 30 dos meses subsequentes, com incidência da correção monetária, prevista no Código Tributário Municipal.

Como garantia do débito, a Faol oferece o imóvel onde funciona sua sede.

Subsídio

Com relação ao pagamento do subsídio, interrompido há quatro meses, até a tarde desta quinta-feira, 30, ele não havia sido retomado.

E, ainda que a posição da coluna a esse respeito seja bastante conhecida e aponte para uma auditoria independente das contas e a elaboração de plano de mobilidade que permita um equilíbrio econômico justo combinado a um serviço tão eficiente e barato quanto possível, cabe registrar que, neste momento excepcional da pandemia, o colunista é inteiramente favorável ao subsídio, desde que atrelado ao compromisso de que o número de ônibus em circulação seja suficiente para evitar o excesso de lotação em todos os horários.

Algo que precisaria ser acordado com números bem definidos e devidamente fiscalizados.

Investimento preventivo

Deveria ser interesse prioritário da administração municipal reduzir a lotação no contexto atual, inclusive como forma de investimento preventivo em Saúde.

E, para tanto, seria sim compreensível o financiamento da operação em moldes menos lucrativos, com mais cadeiras vazias, em caráter temporário.

Este, no entanto, parece ser mais um exemplo de onde recursos poderiam ser bem empregados, caso não tivessem sido comprometidos em frentes menos nobres ou eficientes.

Fala, leitor!

O entendimento da coluna encontra respaldo em manifestações de vários leitores.

“Eu, como cidadão e trabalhando como representante comercial pelas ruas da cidade, tenho visto todo o esforço dos comerciantes dos mais variados segmentos para atender e cumprir todas as medidas sanitárias. Mas não existe flexibilização correta se o transporte coletivo não funciona. Com a flexibilização, muitas pessoas dependem do transporte público para trabalhar, e sofrem com a superlotação que acaba com qualquer tipo de precaução. É um absurdo a situação de Friburgo.”

O leitor em questão preferiu ter sua identidade preservada.

Vergonha

Também nos últimos dias foi registrado mais um episódio lamentável de vandalismo nos banheiros da Estação Livre.

Os sanitários chegaram a ficar fechados por 48 horas em razão dos reparos, ocorridos pela 24ª vez somente em 2020.

Cá entre nós, isso é absolutamente vergonhoso e inaceitável.

O prejuízo, neste caso mais recente, girou em torno de R$ 3.500.

Foram roubados fios, disjuntores, interruptores, tomadas, lâmpadas, registro e torneiras, entre outros itens.

Tiradentes

No último dia 28, o vereador Zezinho do Caminhão, em resposta a apelos da comunidade do Loteamento Tiradentes, em Amparo, protocolou representação na qual requer o apoio do Ministério Público para que medidas cabíveis sejam tomadas no sentido de assegurar a oferta de um plano alternativo emergencial para que a comunidade volte a ser contemplada com o transporte coletivo, bem como para que seja levado adiante o processo licitatório e a realização das obras necessárias na Rua Jerônimo de Castro e Souza, que dá acesso ao loteamento.

Vai baixar?

Em meio a tudo isso, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade e em primeira discussão, na sessão desta quinta-feira, 30, o decreto legislativo que susta os efeitos do decreto do Executivo que havia estabelecido o valor da tarifa em R$ 4,20, com subsídio que se iniciou em R$ 300 mil e depois subiu para R$ 400 mil, antes de ser interrompido há quatro meses.

A coluna entende que após a publicação do decreto, que tem o vereador Zezinho do Caminhão como autor, o vereador Marcinho Alves como co-autor, e foi assinado também pelos vereadores Professor Pierre, Johnny Maycon e Wellington Moreira, a tarifa deve voltar a ser de R$ 3,95.

Questionamento

Os vereadores têm consciência de que não é atribuição do Legislativo baixar ou subir o valor da tarifa, mas entendem que o Palácio Barão de Nova Friburgo agiu de maneira irregular ao reajustar a tarifa num momento em que os vínculos de continuidade do serviço eram (e ainda são) muito precários.

Nas palavras de Zezinho do Caminhão: “A prefeitura teve dois anos de vigência de contrato para conceder o reajuste, e não o fez. A motivação não está no valor. Se tivessem feito isso naquelas oportunidades, não haveria nenhum problema jurídico agora com a Câmara.”

Contaminação

A esse respeito, a coluna se permite dizer algumas palavras.

A condição atual de nosso transporte coletivo é retrato do acúmulo das piores práticas existentes na gestão da coisa pública.

Tanto na política quanto entre comunicadores e uma ou outra organização social, existe um histórico de pessoas que colocaram interesses pessoais à frente dos coletivos no momento de lidar com a concessionária, e muitas decisões ou determinações foram tomadas por razões diferentes daquelas que foram divulgadas.

Joio e trigo

Assim como na sociedade existe quem cometa vandalismos como os que narramos aqui, na política também existe o joio e o trigo.

Existe quem lute habitualmente pela legalidade, e quem o faça apenas quando não obteve êxito na tentativa de negociar a própria influência.

E Friburgo não é diferente.

Portanto, no momento de interpretar o que está ocorrendo agora, o leitor deve se perguntar sobre o histórico dos envolvidos, e dali tirar suas próprias conclusões.

Por quê? (1)

Por que, afinal, a prefeitura não concedeu os reajustes enquanto o contrato estava em vigor, e alterou tão profundamente o próprio discurso quando se viu diante da possibilidade do caos, se um serviço essencial viesse a ser interrompido?

Por que não se dedicou plenamente à licitação, preferindo se esforçar em favor da prorrogação de um contrato sabidamente improrrogável?

Por quê? (2)

Por que alguns vereadores fiscalizam apenas empresas específicas, em momentos específicos?

Porque de resto, entre os poucos fiscalizadores de fato - e todo friburguense deveria ser capaz de reconhecê-los nesta altura do mandato - eles estão fazendo apenas o que acreditam ser correto, e não há nada de condenável nisso.

Já o restante...

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A inflação do lobo-guará

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Os mês de julho marca o aniversário da nossa moeda, o Real; em julho de 1994 a nossa atual moeda começou a circular no país. No entanto, neste 2020 – pra variar – teremos mais mudanças: a partir do mês de agosto passam a circular no país as cédulas de R$ 200. Mas quais são os motivos que motivaram essa atitude do Banco Central do Brasil em conjunto com o Conselho Monetário Nacional (CMN)? Há muita coisa envolvida.

Os mês de julho marca o aniversário da nossa moeda, o Real; em julho de 1994 a nossa atual moeda começou a circular no país. No entanto, neste 2020 – pra variar – teremos mais mudanças: a partir do mês de agosto passam a circular no país as cédulas de R$ 200. Mas quais são os motivos que motivaram essa atitude do Banco Central do Brasil em conjunto com o Conselho Monetário Nacional (CMN)? Há muita coisa envolvida.

Em entrevista, Carolina Bastos – diretora do CMN – afirmou que a medida não tem cunho inflacionário. Segundo ela, "temos um sistema de metas. No momento, a inflação é baixa, estável, e controlada". Será?

No Brasil, passamos por grandes projetos econômicos a fim de superar a realidade hiperiflacionária da época; muitos falharam, mas um foi eficaz: o Plano Real. A partir de sua criação, em 1994, o nosso sistema monetário contava com notas de R$ 1, R$ 5, R$ 10, R$ 50 e R$ 100; mas em 2001 e 2002 foram adicionadas, respectivamente, ao sistema, as cédulas de R$ 2 e R$ 20 com o intuito de diminuir a circulação de cédulas e economizar com novas impressões. A lógica era simples: com duas notas de R$ 20 é possível possuir a mesma quantia de quatro notas de R$ 10.

Mas qual o intuito de criar uma nova cédula após 18 anos de um sistema inalterado? O Banco Central insiste em dizer que a mudança é uma estratégia adotada em meio as necessidades da crise da Covid-19 e, por isso, serão impressos R$100 bilhões em dinheiro de papel. Mais uma vez, serão esses os únicos motivos?

Veja, não há problema nenhum em termos cédulas expressivas circulando; a União Europeia, por exemplo, possui notas de € 500 (quinhentos euros). Isso representa, numa única cédula, mais de R$ 3mil e agora você vai começar a entender a origem do verdadeiro problema. Numa outra analogia cambial, a nossa maior cédula atual (R$ 100) vale menos de 20 dólares; surge aqui o problema.

Apesar das declarações do BC e do CMN, verdade seja dita: acumulamos inflação nas últimas décadas. Em 1995, o salário mínimo chegou a R$ 100; hoje, R$ 1.045. Percebe como o Real perdeu seu poder de compra? Isso acontece devido a inflação, que provoca o aumento dos preços de produtos e serviços. Segundo estudos, passados 26 anos desde o Plano Real, nossa moeda já perdeu mais de 80% do seu valor de compra.

De fato, a inflação medida pelo IPCA está cada vez mais equilibrada, voltando a patamares já observados entre 2005 e 2010. O problema é que em momento algum ela foi plenamente controlada a ponto de fortificar nosso poder de compra; por isso a necessidade de implementar novas estratégias para cumprir o objetivo de reduzir a circulação de grande volume de cédulas.

Cabe a nós compreender a boa relação com o dinheiro; não há política econômica para substituir a importância da educação financeira e é este o meu objetivo aqui: tornar-lhe crítico acerca dos assuntos financeiros. Afinal, percebe a diferença entre esta coluna e todos os outros artigos econômicos? Busco sempre visões – possivelmente – disruptivas.

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Viva a tecnologia

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Inevitáveis têm sido os estranhamentos, as surpresas e as reflexões sobre esse mundo novo, que ao mesmo tempo em que parece não ter engatinhado, já aprendeu a voar: o mundo virtual, a conectividade constante e a partilha de afetos e de vidas pelas redes sociais. Sinto que as vidas, os desejos, os passos, os afazeres, as perdas, os anseios, os familiares das pessoas nunca antes haviam sido tão expostos como nos últimos tempos.

Inevitáveis têm sido os estranhamentos, as surpresas e as reflexões sobre esse mundo novo, que ao mesmo tempo em que parece não ter engatinhado, já aprendeu a voar: o mundo virtual, a conectividade constante e a partilha de afetos e de vidas pelas redes sociais. Sinto que as vidas, os desejos, os passos, os afazeres, as perdas, os anseios, os familiares das pessoas nunca antes haviam sido tão expostos como nos últimos tempos.

Há filhos de estranhos cujo crescimento podemos acompanhar com sensação de proximidade ainda maior do que os próprios parentes que se encontram em almoços de domingo. Sem nunca sequer temos os conhecido. Porque seus rostos nos são apresentados às vezes por foto de exame de ultrassonografia. Porque não há mais necessidade de irmos à maternidade para sanar a ansiedade e a curiosidade de conhecer “ a carinha bebê”. Basta esperar algumas horas (às vezes, minutos) e alguém se encarregará de apresenta-lo ao mundo virtual, aos amigos reais, aos amigos de amigos, conhecidos e estranhos que estranhamente (e aqui cabe o plenonasmo) estão aguardando para conhecer a face da nova vida que chegou ao mundo. Muitas vezes, sequer os pais são conhecidos. Nunca os abraçamos. Não trocamos palavras, não compartilhamos momentos.

Venho percebendo que prestar satisfação sobre tudo tem sido uma conta cobrada e cara para algumas pessoas. Nos avisam se está tudo bem, se não está, se alguém nasceu, partiu... se o emprego vai bem, se a dieta está em dia, o que se faz na companhia de amigos. Por vezes, é até cansativo acompanhar em tempo real as vidas das pessoas que circulam por nossas telas. Tenho às vezes a sensação de que muitas pessoas fazem coisas apenas para dizer que fizeram. Para que terceiros saibam que foram feitas. Vivem no piloto automático, na ânsia de cumprir o roteiro e mostrar para os demais que o cronograma está sendo cumprido. Não sei se vivem tão bem cada momento, quando cada imagem por vezes denota personagens afoitos por provarem que fazem cada vez mais coisas legais.

 Às vezes, mesmo que o seu acesso às redes sociais seja muito limitado, se participar de alguma rede social, provavelmente tem conhecimento sobre o paradeiro de muitos conhecidos, de pessoas com as quais pouco trocou palavras na vida. Sabe o que comeram no almoço, a marca do vinho que bebem, as roupas preferidas, os lugares por onde passaram, as principais paisagens avistadas. Se bobear, aproximando alguma imagem, se informa até sobre número de voo e as poltronas em que sentaram-se no avião. Tudo isso, sem esforço algum. Hoje em dia, sabemos de pessoas sem precisarmos conquistar sua confiança, sem conversas longas por telefone para que saibamos o que têm feito e quando percebemos que elas sumiram - das redes – supomos porque será.

A vida multitarefas demanda de você o pensamento acelerado e distribuído nas muitas distrações mentais que demandam nosso pensar contínuo. Hoje em dia, depois que a pandemia deu as caras e chacoalhou as nossas vidas, é ainda mais intensa a interação virtual. E ainda mais cansativa. Mesmo assim, frente à necessidade de afastamento social, não posso imaginar como seria se não pudéssemos ver e saber das pessoas por algum outro canal que não fossem as visitas, os abraços e as conversas.

Aflijo-me em imaginar em como as famílias se conectavam antigamente em meio a pandemias e guerras. Como faziam as pessoas sem que pudessem ver os semblantes dos entes amados frente a uma imposição de isolamento. Como trocavam notícias, informações e cuidados à distância se não tinham a tecnologia como aliados. Basta imaginarmos vivermos esses últimos meses sem proximidade com as pessoas sem o milagre da comunicação. Inimaginável.

Graças à tecnologia, conseguimos proximidade com as pessoas, abraços ainda que virtuais no dia do aniversário. Podemos compartilhar o dia, o que fazemos com aqueles que nos importam. Podemos por vezes trabalhar sem sair de casa, aliviar as saudades em um clique, rever nossos familiares e amigos que estão por aí, no mundo. Nesses meses de confinamento, percebi que temos em mãos ferramentas poderosas sem as quais seria difícil vivermos. São as dores e as delícias desse mundo novo. E viva a tecnologia!

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