Blogs

Olhar com atenção

sexta-feira, 07 de agosto de 2020

Para pensar:
"A persistência é o caminho do êxito.”
Charles Chaplin

Para refletir:
“A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.”
Oliver Goldsmith

Olhar com atenção

Alguns de nossos vereadores andam muito preocupados com o desenrolar dos atritos recentes envolvendo a Câmara Municipal e setores sensíveis da prefeitura, em especial o de recursos humanos.

Para pensar:
"A persistência é o caminho do êxito.”
Charles Chaplin

Para refletir:
“A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.”
Oliver Goldsmith

Olhar com atenção

Alguns de nossos vereadores andam muito preocupados com o desenrolar dos atritos recentes envolvendo a Câmara Municipal e setores sensíveis da prefeitura, em especial o de recursos humanos.

Temem, evidentemente, que a parte menos nobre de suas atuações, notadamente a prática de fidelizar votos familiares através da obtenção de empregos - terreno sempre fértil para o florescer de práticas como as rachadinhas - venha à tona, permitindo que os eleitores pudessem dimensionar o custo que alguns mandatos representam à municipalidade.

Ratoeira

Por qualquer ângulo que se analise, devemos ter dias interessantes pela frente.

Afinal, estes vereadores terão de se expor em algum momento.

Não nos discursos, sempre bonitos, mas nos atos e nas posturas.

Ao leitor, cabe apenas observar com atenção.

Última chamada

Por outro lado, a coluna sabe bem que até agora avistou-se apenas a ponta do iceberg dos problemas ocorridos no quintal da prefeitura, e que desdobramentos maiores e mais sérios se aproximam rapidamente.

Por isso, se alguém não está confortável com tudo o que andou vendo ou ainda vê, posicionar-se agora contra tudo o que existe de condenável parece ser a última oportunidade de uma saída minimamente honrosa, antes que seja tarde demais.

Quem avisa, amigo é.

De aluguel?

A coluna escreveu ontem, 6, que a isenção editorial praticada neste espaço nada contra fortes marés, e que infelizmente é artigo raro entre os veículos de comunicação brasileiros.

Pois bem, a esse respeito parece necessário chamar a atenção do leitor para o comportamento de um veículo com histórico bastante delicado quando o assunto é ano eleitoral em Nova Friburgo.

Será?

Oito anos atrás o veículo em questão publicou uma notícia muito desabonadora a respeito de uma candidatura, que tarde demais se revelaria inverídica.

Tempos depois, uma pessoa bastante respeitada na cidade confidenciou a este colunista ter testemunhado o exato momento em que outro candidato ditou, por telefone, o que um repórter deveria escrever neste episódio.

Sem pudores

Quatro anos mais tarde, às vésperas das eleições de 2016, o mesmo veículo publicou pesquisa de opinião absolutamente descolada da realidade, em edição cuja tiragem foi, quase que integralmente, transportada para cá.

Naquele mesmo ano, já depois das eleições, um personagem que agora pretende se candidatar a prefeito abordou este colunista oferecendo uma coluna neste mesmo veículo, nos mesmos moldes da que publicamos aqui.

Com um pequeno detalhe: “mas você vai ter que falar bem de mim”.

Sem sutiliezas

Naturalmente não houve negociação, e qualquer possibilidade de que este colunista pudesse confiar na idoneidade do político em questão morreu ali mesmo.

E por que tudo isso voltou à lembrança agora?

Bom, porque este mesmo pré-candidato tem reproduzido em suas redes sociais diversas notícias que lhe são amplamente favoráveis, publicadas justamente neste mesmo veículo, não raramente lhe atribuindo a paternidade de capital político alheio.

Filtro

Cabe ao leitor, portanto, adotar alguns filtros antes de acreditar em tudo o que anda sendo publicado por aí, porque, infelizmente, tem muito comunicador que engorda o próprio patrimônio a cada quatro anos.

E à Justiça Eleitoral fica o alerta para que acompanhem esse desenrolar com atenção, pois o cenário está prontinho para a ocorrência de crimes eleitorais.

Aliás, caso a Justiça queira mais detalhes sobre o que está sendo dito, basta entrar em contato com a coluna.

Esperança

A coluna publica hoje, 7, um tocante relato de um leitor, pai de uma amiga muito querida, que sobreviveu à Covid-19 e desejou dividir sua experiência com todos nós.

Entendendo que depoimentos como este nos chacoalham em relação à banalização dos riscos, nos transmitem um sopro de esperança consciente, e ao mesmo tempo nos convidam a uma reflexão a respeito do valor da vida e das pequenas coisas, desejamos que o título escolhido: “Eu sobrevivi” possa se repetir em outras edições, com relatos de natureza semelhante.

A coluna somente pede aos leitores os leitores que os relatos não sejam muito longos, por favor.

Eu sobrevivi (1)

“Meu nome é Vicemar Montechiare, estive internado no Hospital Municipal Raul Sertã em Nova Friburgo, e gostaria de contar um pouco do que vivi durante os 19 dias em que fiquei lá.

No dia 4 de julho fui internado devido a sintomas de febre e uma tomografia do tórax com resultado de mais de 50% dos meus pulmões infectados com a suspeita do assombroso Covid-19. Assim que recebi o resultado não acreditei muito, pois sempre apresentei um quadro gripal nessa época do ano, mas infelizmente neste ano não era tão simples: estamos falando de um vírus para o qual ainda não existe a cura.”

Eu sobrevivi (2)

“Nesse dia começou a minha luta no combate ao nosso inimigo e pela minha vida. Fui encaminhado à parte da medicação sendo observado e monitorado, fiz o swab para ter a certeza do resultado, onde passei três dias até que comecei a ter a temida falta de ar... Fui direcionado ao CTI para que lá pudesse ser monitorado a maior parte do tempo e então lá passei mais dez dias de muita luta, medo, solidão, muitos altos e baixos, muita incerteza do que estava realmente acontecendo, mas durante os quais me mantive ‘tranquilo’ devido a todo o atendimento e carinho dos profissionais que ali estavam.”

Eu sobrevivi (3)

“Após todos esses dias eu tive a graça de Deus de me manter em um quadro clínico bom para que eu pudesse ser transferido para a semi-intensiva, e dali ter a alta. Passei mais seis dias sendo observado para, aí sim, no dia 23 de julho receber a tão esperada alta e a minha nova data de aniversário, porque sim, eu nasci de novo.

Primeiramente eu agradeço a Deus por ter me dado a chance de continuar escrevendo a minha história, depois agradeço imensamente a todos que estão na linha de frente ao combate à Covid-19.”

Eu sobrevivi (4)

“Estou falando de todos os profissionais do hospital, da recepção, serviços gerais, copeira, enfermagem, médicos, a todos sem exceção que estão sendo incansáveis e não me deixaram desistir de acreditar que eu sairia dessa.

Já em casa, minha família - que também foi incansável na luta junto com todos pela minha vida - me contou que precisei tomar uma medicação a qual o hospital não tinha e não tínhamos tempo hábil para agir de outra forma que não fosse comprando.

O meu propósito é passar para a população: consciência sobre o vírus, pois sim, ele existe e ainda não existe a cura; empatia / respeito / compaixão com quem está na linha de frente; existem sim muitas dificuldades no hospital, porém toda a equipe está sendo incansável na luta por todas as vidas.

Foto da galeria
Eu sobrevivi (4)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Divisão de tarefas

sexta-feira, 07 de agosto de 2020

Dia desses assisti a um documentário que retratava o dia a dia de uma família cuja distribuição de tarefas domésticas não existia, visto que todas elas “naturalmente” recairiam sofre a figura feminina que na casa residia. Era uma crítica. Mas nem é preciso assistir a obras para sabermos qual é a realidade vivida por muitas mulheres assoberbadas com o rol infinito de afazeres em seus lares acumulados com todas as suas outras inúmeras funções.

Dia desses assisti a um documentário que retratava o dia a dia de uma família cuja distribuição de tarefas domésticas não existia, visto que todas elas “naturalmente” recairiam sofre a figura feminina que na casa residia. Era uma crítica. Mas nem é preciso assistir a obras para sabermos qual é a realidade vivida por muitas mulheres assoberbadas com o rol infinito de afazeres em seus lares acumulados com todas as suas outras inúmeras funções.

É no mínimo intrigante pensarmos que em pleno século 21, os membros de uma família não compreenderem que cuidar do lar é dever de todos que nele habitam e não atribuição exclusiva das mulheres, vez ou outra repartida por favor ou altruísmo dos demais.

Muito temos ouvido falar, discutido, estudado, lido e dialogado a respeito do machismo estrutural deveras arraigado em nossa sociedade. Ele é real e certamente nocivo a muitas mulheres, por mais que às vezes pareçam mais uma mensagem subliminar ao invés de uma verdade escancarada. Fato é que muitas de nós, mulheres, sentimos na pele as consequências da sobrecarga mental, emocional e física deste acúmulo infinito de atribuições até os dias de hoje.

Os últimos meses têm sido atípicos e desafiadores para todo mundo. É inegável. A pandemia e suas imposições repentinas, fáticas, refletiram na necessidade real de reclusão da maior parte das pessoas em suas casas, apontando o afastamento social como necessidade de proteção, questão de sobrevivência e em muitos casos, obrigação. E infelizmente, esse contexto se apresentou nas vidas de muitas mulheres como uma avalanche ainda mais onerosa.

Alguns dados apontam que durante este período, muitas mulheres procuraram por cuidados médicos e psicológicos em decorrência do esgotamento físico e mental, outras tantas foram diagnosticadas com síndrome de burnout em seus trabalhos, inúmeras mais foram vítimas de violência doméstica por parte de seus parceiros em incidência ainda maior neste período de confinamento e tantos outros problemas com os quais nos depararemos se olharmos para os lados.

Observamos atualmente muitas mulheres exaustas tendo de trabalhar, tomar decisões, preocuparem-se com o equilíbrio da família, cuidar de sua saúde mental, cuidar dos filhos, auxiliar com as aulas remotas, com os deveres de casa, com sua educação, sobreviver em meio à pandemia, preocupar-se com as pessoas e ainda por cima cozinhar, arrumar, lavar, limpar, passar, providenciar as compras, desinfetar tudo que entra e sai e mesmo arcar com os custos da casa. Não é fácil e a balança tende a ser desequilibrada em desfavor delas.

Obviamente esta não é a realidade de todas. Não é a minha, felizmente. Acho lindas as famílias conscientes nas quais se propõe uma convivência em equilíbrio e cooperação. Homens e mulheres que cooperam mutuamente e se revezam nas funções da família e que se apoiam. Há um número cada vez maior de pessoas cientes de seus verdadeiros papéis nos lares e que batalham dia após dia para reverterem o machismo que leva a crer que os homens que contribuem em seus afazeres domésticos estão ajudando as mulheres.

Na verdade, estão fazendo o que deve ser feito, a obrigação da boa convivência, os preceitos da boa higiene, a cooperação em uma sociedade igualitária e porque não, com mais amor. Aquilo que deve ser feito independente do gênero de quem o faz. Há muitos de nós batalhando até mesmo por divisão de tarefas com respeito, por sermos conscientes de que a sobrecarga para um dos lados, além de nociva à saúde é injusta.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Consumismo não é apenas consumo

sexta-feira, 07 de agosto de 2020

Há um vilão por trás das finanças pessoais de todo indivíduo e talvez você esteja passando por isso. Estamos, todos, sujeitos às nossas grandes vontades (não dá para chamar de sonho) e viver num sistema que incentiva o consumo e pode agravar a situação. Hoje, vamos conversar sobre como o consumismo pode afetar negativamente suas finanças e, ainda mais importante, sua qualidade de vida.

Há um vilão por trás das finanças pessoais de todo indivíduo e talvez você esteja passando por isso. Estamos, todos, sujeitos às nossas grandes vontades (não dá para chamar de sonho) e viver num sistema que incentiva o consumo e pode agravar a situação. Hoje, vamos conversar sobre como o consumismo pode afetar negativamente suas finanças e, ainda mais importante, sua qualidade de vida.

Contudo, antes vamos elaborar um conceito de riqueza. O enriquecimento, mesmo que com pouco dinheiro, é algo possível. E quando eu falo em enriquecimento, não falo em acumulo de bens ou ostentação; eu falo de qualidade de vida. É difícil você ver alguém por aí cujo sonho seja ter um bom plano de saúde e educação de qualidade, mas encontra a cada esquina pessoas sonhando com o carro zero.

É possível viver com o necessário que te faz bem. É esse o motivo de eu orientar – e praticar – o minimalismo: a redução do custo em prol da qualidade de vida. Considerar os pequenos gastos do dia a dia; evitar gastos supérfluos; criar metas reais e alcançáveis com um planejamento adequado: tudo isso vai te ajudar a conquistar seus grandes objetivos.

O minimalismo é um estilo de vida; e como tudo, basta achar o seu ponto de equilíbrio. Viver com menos roupa da moda, celular de alta tecnologia ou barzinho no fim de semana, pode acabar te trazendo outras oportunidades e você passará a viver com mais investimento em educação, viagens, saúde, bem estar, cultura e o que mais você considere parte da sua essência. É claro, cada pessoa tem suas prioridades e isso é natural. O importante é entender a ideia de que menos pode ser mais.

Você realmente precisa de tudo o que tem? Ao contrário do consumo, o consumismo não é natural; é algo inserido na nossa sociedade e, em contrapartida ao minimalismo, o American Way of Life (o estilo de vida americano) que surgiu no século passado como uma alternativa para os Estados Unidos superarem suas crises financeiras, foi difundido no mundo todo, principalmente nos países emergentes. Isso nos trouxe o consumismo desenfreado que, aliado à precária educação financeira, fez do trabalhador e consumidor um refém de suas próprias dívidas. No Brasil, em 2019, o número de inadimplentes passava dos 63 milhões de pessoas.

Todavia, o interessante disso tudo, é perceber uma ligeira mudança no cenário nacional. Em 2017, uma pesquisa feita no Brasil pela PwC, mostra que o consumidor está dividido entre a aquisição de bens de consumo e a busca por experiências (viagens, cultura e conhecimento, por exemplo): 50% para cada lado. Não obstante, outra pesquisa realizada no mesmo ano, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que criaram juntos o Indicador de Consumo Consciente (ICC), aponta um percentual de apenas 28% de consumidores conscientes. Um cenário ainda preocupante.

Ainda precisamos estudar muito sobre nossas finanças e parar de correr para nos salvar de nós mesmos. Pense nisso!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ecos

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Para pensar:
"A verdadeira sabedoria de um homem não está em suas palavras, está na coerência entre o que ele fala e o que ele faz!”
Fredjoger

Para refletir:
“Quem quer fazer alguma coisa encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa.”
Provérbio árabe

Ecos

Para pensar:
"A verdadeira sabedoria de um homem não está em suas palavras, está na coerência entre o que ele fala e o que ele faz!”
Fredjoger

Para refletir:
“Quem quer fazer alguma coisa encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa.”
Provérbio árabe

Ecos

Os leitores Marco Cavalcanti e Alisson Caetano enviaram mensagens ecoando as denúncias da coluna quanto à grande incidência de motociclistas trafegando na contramão ou desrespeitando sinais de trânsito, em situação que parece ter se agravado desde o início da quarentena.

Também têm sido frequentes - incrível isso ainda acontecer! - relatos a respeito da presença da chamada linha chilena em diversos locais utilizados para soltar pipa.

Isso é um absurdo, e à coluna só resta apelar aos motociclistas para que se protejam, e aos leitores conscientes que ajudem a combater essa prática. 

Bairro Suíço

“Prezado Massimo, em relação aos vândalos que insistem em sujar o alto do Bairro Suíço, acreditamos que somente com uma atuação maior da Polícia Militar e a instalação de câmeras (Cidade Inteligente) será possível coibir essa atuações de destruição do local.

Contudo, quanto ao péssimo estado do caminho que leva até o alto, a situação é reflexo do grande fluxo de caminhões que abastecem uma grande caixa d’agua que se encontra lá no cume, o asfalto está sendo destruído.”

A mensagem foi enviada em nome de FriburgoLegal.

De volta aos treinos

Invadindo um pouco a praia do colega Vinicius Gastin, a coluna registra que nesta semana, após a testagem de todos os atletas e da comissão técnica para Covid-19, foram retomados os treinamentos dos times de vôlei do Flamengo, agora sob a supervisão do premiadíssimo técnico Bernardinho.

A notícia nos diz respeito porque uma das atletas é a jovem Maithê Kler Carpi, friburguense de 14 anos, que é levantadora do time infantil e vem trilhando um caminho muito promissor no esporte.

À talentosa e esforçada Maithê, a coluna deseja toda a sorte na carreira.

Retratação?

Conforme dissemos ao fim da coluna de ontem, após nosso horário de fechamento da edição de quarta-feira, 5, chegou a esta coluna um pedido de retratação enviado pelo procurador-geral do Município, Ulisses da Gama.

Lamentavelmente a manifestação do procurador não traz qualquer argumento técnico que responda os muitos questionamentos levantados durante a convocação de segunda-feira, mas apenas ataques genéricos a este espaço e aos vereadores que mais têm questionado sua postura no exercício do cargo. 

A parte que nos cabe

Evidentemente não é razoável esperar que a coluna abra espaço para críticas a terceiros, tanto mais quando se observa que o procurador teve todos os meios disponíveis para manifestar tais entendimentos pessoalmente, e optou por não fazê-lo.

As críticas direcionadas à coluna, no entanto, reproduzimos abaixo na íntegra.

Aspas

“Sem jamais se querer ater-se à burocracia ou mesmos a ditames legais, o fato é que que a aludida coluna traz em seu conteúdo insinuações, comentários ‘soltos’ e incertezas factuais, enfim, elucubrações vazias de razão lógica, que pode (sic) levar o leitor desatendo (sic) a imaginar que somente o lado formado por um número reduzido de vereadores estaria a deter suposta razão jurídica, legal e ética sobre o tema novamente em análise.

O que nem de longe poderia ser levado a sério e muito menos ser aquilatado como correto e aceitável do ponto de vista jurídico/legal/ético/moral. A verdade, com a devida vênia, é que

tanto o Procurador Geral do município, assim como as servidoras públicas de longa data integrantes do quadro permanente da Administração Municipal, tiveram razões legais, jurídicas, morais e éticas suficientes para não comparecer à aludida assentada, idealizada por certo vereador, apoiada por seu fiel escudeiro, e que resultou em novos insultos, infames e ataques à honra dos que estão à serviço do Poder Público local.”

Aspas (2)

“O que se viu no vídeo no qual passou a dita audiência, assim como no que foi dito por este nobre jornal em nome daqueles que atuaram como se estivessem num ‘palanque em plena

campanha eleitoral’, foi simplesmente um desperdício de dinheiro público com um evento político de cartas marcadas, invenções, ilações sobre teses jurídicas, interpretação pessoal

relacionado ao tema incorporações de gratificações – concedidas a quem fizera jus e dentro da legalidade, diga-se de passagem – e demais insultos e agressões verborrágicas, covarde acusação de ‘formação de quadrilha’, esta insinuada pelo fiel escudeiro do principal idealizador do factoide político. Uma lástima só! Isso já seria suficiente – diante mesmo dos precedentes – em motivar os interessados em não comparecerem à audiência!”

Via fácil

A esse respeito a resposta da coluna será breve, posto que todo este episódio indigno já teve mais espaço do que faz por merecer.

Em vez de responder às inúmeras questões levantadas durante a convocação, o procurador mais uma vez tomou a via fácil da alegação de motivações eleitorais.

Com relação à parte que nos cabe, o leitor é testemunha de que a coluna não se pauta por qualquer interesse eleitoral ou econômico, mas sim por confiança e respeito.

Custo evidente

Muito ao contrário, a isenção editorial é postura que fatalmente custa muito caro no Brasil, e qualquer leitor atento o suficiente sabe valorizar esta posição, tão rara atualmente entre os maiores veículos de comunicação do País.

Se, em respeito à população, o procurador tivesse ido ao plenário, e lá não tivesse encontrado a oportunidade de expressar seus argumentos, teria aqui um espaço a lhe defender voluntariamente, como já ocorreu a tantos personagens diversas vezes no passado.

Mesma linha

Após todos estes anos seguindo a mesma linha de atuação, os leitores habituais já conhecem bem os valores que prezamos, e a transparência é o maior deles.

Obter apoio neste espaço depende única e exclusivamente das escolhas que cada agente público faz, da forma como se porta diante de interesses coletivos e, acima de tudo, do respeito que conserva (ou não conserva) pela inteligência da população.

Neste espaço, elogios precisam ser conquistados.

Antes tarde

Inclusive, por sorte, temos hoje a oportunidade de fazer um elogio ao prefeito Renato Bravo, em razão da nomeação de Osório Júnior Tardim como secretário de Turismo.

Técnico em Turismo e Hospitalidade e também Técnico em Guia de Turismo, Júnior é servidor de carreira da repartição, e conhece como poucos a realidade do setor agora sob sua responsabilidade.

Seria ótimo se todas as pastas vivessem realidade semelhante, e melhor ainda se a nomeação de um quadro de carreira tivesse ocorrido alguns anos antes.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Breve história das trocas alimentares

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Os portugueses foram importantes agentes de dispersão, trazendo plantas e animais para o Brasil, assim como exportando dessa colônia para suas outras possessões. Neste artigo vamos nos limitar apenas às frutas, hortaliças, legumes, bulbos e especiarias. Eram nativos do Brasil o caju, o mamão, o maracujá e o abacaxi que foram levados para Goa, na Índia, vindo de lá a manga.

Os portugueses foram importantes agentes de dispersão, trazendo plantas e animais para o Brasil, assim como exportando dessa colônia para suas outras possessões. Neste artigo vamos nos limitar apenas às frutas, hortaliças, legumes, bulbos e especiarias. Eram nativos do Brasil o caju, o mamão, o maracujá e o abacaxi que foram levados para Goa, na Índia, vindo de lá a manga.

Algumas espécies africanas e asiáticas aclimatadas em Portugal foram enviadas para o Brasil como a laranja, o limão, o gergelim e o arroz. O cacau da América espanhola seria somente introduzido e cultivado no sul da Bahia em 1780, mas levaria mais de um século e meio até se tornar um produto de exportação.

De todos os produtos coloniais o mais valioso era a cana-de-açúcar plantada para render um excedente para exportação. Vieram diretamente do continente africano o inhame, a banana, o coqueiro, o dendê, o gengibre, o quiabo, o feijão-fradinho, a mamona, o caruru e a bertalha. No século 19, a região de Macaé de Cima era conhecida como terras dos inhames, mas também há referência da localidade de Inhames no primeiro distrito de Nova Friburgo.

Essa iguaria que significa “comer” vem de ñame, iñame, igname, yame, yam, yams até chegar a inhame. Do Brasil, poucas espécies foram encaminhadas para a África a exemplo do amendoim, do abacaxi e da mandioca. Este último produto, como no Brasil, se torna um gênero de primeira necessidade no continente africano. Os portugueses também trouxeram para o Brasil o marmelo, o figo, o damasco, o pêssego, o melão, a pera, a tâmara e a romã. No final do século 19 há o registro de cultivo de pera, maçã, nozes, cereja, marmelo, amora e uva nas terras frias, hoje distrito do Campo do Coelho, dando-lhe uma paisagem que se assemelhava às planícies europeias.

 Nossas florestas, contudo, eram prolíficas. Eram frutos da floresta que deixaram de ser comercializados mocuguê, sapucaia, pitomba, araçá, ibacurupari, ibanemixama, imbu, araticum, guri, caía, iapina, audá, ingá, juá, maçaramduba, murici, ibaraé, guabiraba e guabiroba. Da cabreúva e da copaíba se extraíam bálsamos aromáticos.

Dois terços dos nomes das árvores, plantas, animais, rios e topônimos são de origem tupi-guarani. Sapucaia vem do tupi “fruto que faz saltar o olho”. Esses frutos são cápsulas lenhosas, contendo sementes semelhantes a castanhas e são comestíveis. O africanismo era igualmente aplicado a nomes de lugares e acidentes geográficos como murundu e cafundó e de animais como camundongo e marimbondo.

O luso-brasileiro importou do dialeto quimbundo o nome de um alimento proveniente do milho, o fubá, que faz o prato denominado de angu. O milho era muito cultivado em Nova Friburgo e comercializado para alimentar as tropas de muares. Os colonos suíços contribuíam com a economia local principalmente com a cultura do milho e subsidiariamente com o plantio de batata, feijão e a produção de mantas de toucinho, influência da charcuterie portuguesa.

Por falar em fubá, em São Pedro da Serra fazia-se o “brissi”, uma massa de fubá com torresmo e assada no forno. Na década de 1830, o município de Nova Friburgo cultivava café, milho, cana-de-açúcar, feijão, batata, arroz, tabaco, mamona, realizando-se experiências na produção de chá, trigo, centeio e com criação de gado bovino e mulas. D. João VI trouxe o chá contratando especialistas chineses para ensinar o seu plantio.

Um oficial português, Luiz d’Abreu, capturado pelos franceses e preso nas ilhas Maurício, conseguiu fugir e roubar algumas sementes antes de deixar a ilha. Veio para o Rio de Janeiro em 1809 trazendo em sua bagagem sementes de cravo, canela, noz-moscada, damasco, castanha, fruta-pão, cânfora, toranja, abricó, abacate, sagüeiro e cajá-manga. Presenteou D. João VI com a Roystonea oleracea, uma palmeira nobre de altura imponente que passou a ser plantada nas fazendas dos aristocratas do café.

De origem asiática os portugueses trouxeram o chuchu, a jaca, o jambo-rosa e a soja. O nome local para a soja era “amendoim de Angola” sugerindo uma transferência via África. Igualmente recebemos do colonizador hortaliças como mostarda, chicória, couve, acelga, espinafre, alface, salsa, hortelã, cebolinha, legumes como berinjela, abóbora, nabo, cenoura, repolho, pepino e temperos como cominho, cebola, alho, colza, endro, açafrão, coentro, pimenta do reino, canela e rosas para a água medicinal. Não faltaram as uvas e o trigo.

Crisophyllum imperiale ou guapeba imperial era a fruta preferida de D. Pedro I e D. Pedro II. Nativa da Mata Atlântica entre o Rio de Janeiro de Minas Gerais está ameaçada de extinção. Durante o Segundo Império já era rara pelo fato da madeira ser utilizada na construção de navios. Uma árvore que me encantou quando visitei a histórica Fazenda Canteiro foi a de urucum, utilizado como tempero e que os indígenas faziam uso para pintar o corpo.

Na também histórica Fazenda São Clemente tive a oportunidade de experimentar a ameixa-de-madagascar no pomar-parque que possui árvores frutíferas de países africanos e asiáticos, importados no século 19. Nativa da África tropical e de Madagascar são saborosíssimas, com a polpa muito suculenta. Seus frutos são arredondados de cor inicialmente vermelha, depois purpúreo-escura quando maduros. O arbusto era utilizado pelo paisagista Auguste François Marie Glaziou, que servia a Imperador D. Pedro II e que projetou esse pomar-parque.

  • Foto da galeria

    Flor e fruto da sapucaia na Fazenda São Clemente (Acervo: Marcello Monnerat)

  • Foto da galeria

    Na Fazenda Canteiro me encantei com a árvore de urucum (Acervo pessoal)

  • Foto da galeria

    Na Fazenda São Clemente experimentei a ameixa de madagascar no pomar-parque (Acervo pessoal)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Angústia existencial e psicológica

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade.

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade. Muito artistas de várias áreas possuíam ou possuem angústia e a manifestaram ou manifestam pelas suas obras de artes, seja pintura, escrita, escultura, teatro, música. A produção de obras de arte pode ser uma defesa contra a loucura, contra a angústia paralisante. Da mesma forma que o trabalho para muitos empresários de sucesso financeiro.

Vários filósofos chamam de “angústia existencial” o que a Bíblia se refere ao sofrimento mental humano produzido pelo pecado. Há a angústia existencial, de origem espiritual, e há a angústia psicológica de origem em traumas e disfunções emocionais nos relacionamentos, especialmente na infância numa família difícil e numa pessoa sensível. 

Quando Naum no capítulo 1 e verso 9 na Bíblia diz que não virá a angústia a segunda vez, ele está admitindo que nessa existência todos temos angústia espiritual, existencial. Então, concordo com Kierkegaard que aprender a lidar com a angústia é saúde. Um paradoxo, não é? Porque a angústia é uma anormalidade que não mais existirá na Nova Jerusalém, mas aqui nessa vida ela é “normal” no sentido de existir em todo ser que nasce de mulher. Então, saúde mental tem mais que ver com aprender a administrar a angústia do que eliminá-la, porque não dá para eliminá-la. 

Dependentes químicos, incluindo os alcoólicos, tentam eliminar a angústia com a droga de escolha. Mas a angústia permanece ali, perturbando entre uma dose e outra da droga. Por isso, o grande desafio para eles, e para nós, é ficarmos sóbrios e aguentar a angústia sem usar alguma droga, que pode ser álcool, cocaína, maconha, crack, Rivotril e outros psicotrópicos, sexo, trabalho, compras, comida, controlar os outros, ganhar dinheiro etc.

Entendo que há dois tipos de verdades: a que produz informação (doutrinas) e a que produz salvação (espiritualização). Muitas igrejas cristãs têm abundância da primeira e carência da segunda. Tenho conhecido pessoas não religiosas cheias de espiritualidade. A Bíblia dá um ótimo exemplo disso como o centurião que pediu a Jesus para curar o servo dele. Ele tinha religião espiritualidade embora não tivesse religião doutrina ainda. E Jesus chamou a atenção para o povo dizendo que Ele não tinha visto tamanha fé na "igreja" da época como a daquele pagão. 

A vantagem da visão bíblica da angústia é que ela é (1) mais abrangente, e não superficial ou unilateral. Ou seja, ela vai além do social, do biológico e do psicológico. Ela atinge o “coração”, parte virtual de nossa mente de onde procedem o que contamina nosso caráter. Ela é também (2) verdadeira porque não tem pessoa que nasce sem esta desgraça (des-graça, falta de graça). A visão bíblica também é (3) a única que mostra a solução da angústia, que tem que ver com a glorificação, processo de mudança na estrutura humana que será feita por Deus assim que Jesus voltar em breve nos que ficarão do lado da verdade e da justiça. 

O melhor que a Psicologia pode oferecer é alívio da ansiedade de origem na dinâmica emocional mental pessoal. Podemos aprender (psicoeducação) a administrar nossa ansiedade de modo que ela não mais surja em nossa vida como ataques de pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo etc. É possível entender as causas psicológicas da ansiedade e praticar algumas orientações sobre a redução dela. Podemos nos tornar menos ansiosos num nível psicológico.

Algumas pessoas não sabem o que é angústia. Estranho, não é? Talvez elas sejam mais felizes por não terem consciência da angústia pessoal que possuem. Deus é honesto. Ele diz “estarei com ele na angústia” (Salmo 91:15). Ou “o que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica” (Salmo 119:50). Há angústia em todos nós. Tanto no Papa Francisco como no presidente e sua igreja. Tanto no bilionário Bill Gates quanto no mais simples funcionário de Tecnologia da Informação aí da instituição onde você trabalha. Paulo, o apóstolo diz que quando chegaram à Macedônia ele sentiu “temores por dentro”, ou seja, angústia. Ezequiel, homem de Deus, diz que naquele dia estava triste e angustiado, mas a mão do Senhor era forte sobre ele (Ez.3:14). 

Então nessa existência ter angústia não é ausência de Deus. É tanto a falta de sua presença como existia no Éden antes da queda, como tem sua (da angústia) extensão psicológica (carências afetivas, tensões na família, medo da pandemia, sofrimento de religiosos por terem chefes ditadores, perseguidores etc. 

O que a gente faz na vida para fugir da angústia “não está no gibi” como se dizia antigamente. E a maioria não sabe que foge da angústia no que faz e no que se torna. Isto porque o jeito como nos tornamos como pessoa é a maneira que nos causa menos dor. Mesmo que tenhamos nos tornado pessoas complicadas. É o melhor que conseguimos ser até agora. É a defesa da angústia. Claro, podemos ter/ser uma defesa disfuncional ou funcional e graças a Deus, gradativamente, passo à passo, bem lentamente, na medida em que aguentamos, podemos caminhar para ser/existir com melhor capacidade de lidar com nossa angústia e, assim, nos tornarmos melhores pessoas. Especialmente mais misericordiosas com a gente mesmo e com os outros. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Vaidade

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Para pensar:

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.”

Honoré de Balzac

Para refletir:

“A vaidade é um princípio de corrupção.”

Machado de Assis

Vaidade

Vaidade: eis a palavra central para que se possa compreender, de fato, o que se passou em nossa cidade na tarde de segunda-feira, 3.

Porque a vaidade, por sua própria natureza, não se deixa esconder.

Para pensar:

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.”

Honoré de Balzac

Para refletir:

“A vaidade é um princípio de corrupção.”

Machado de Assis

Vaidade

Vaidade: eis a palavra central para que se possa compreender, de fato, o que se passou em nossa cidade na tarde de segunda-feira, 3.

Porque a vaidade, por sua própria natureza, não se deixa esconder.

O vaidoso jamais resistirá, por exemplo, à tentação de valorizar publicamente o próprio conhecimento, a própria experiência, ou ao impulso de ridicularizar um adversário.

Também por isso, irá sempre preferir ambientes controlados e protegidos para se exibir.

É muito fácil, portanto, reconhecer uma pessoa vaidosa.

Insegurança

Da mesma forma, um vaidoso jamais se permitiria fugir de um debate - e o verbo a ser utilizado só pode ser este - se acaso tivesse a convicção de que seus argumentos são irrefutáveis, se tivesse a certeza de que seria capaz de encurralar o debatedor, e assim expor a própria superioridade.

Não, um vaidoso jamais foge de um debate “por não se sentir obrigado a ir”.

Foge porque jamais entra numa disputa se não tiver a certeza de que irá vencer, tendo méritos ou não.

Dolo

Todavia, quando o debate em questão diz respeito a condutas públicas, e um vaidoso demonstra que prefere se sujeitar a imbróglios jurídicos do que debater num ambiente neutro, só nos resta tirar duas conclusões: 1) ele obviamente não está tão convicto a respeito da lisura de suas motivações e dos meios que empregou; e 2) talvez já não acredite tanto assim na eficiência da Justiça.

A primeira destas conclusões gera um desdobramento automático, pois, na prática, significa que existe consciência a respeito da questionabilidade daquilo que foi feito, e, portanto, dolo em alguma medida.

Gradação

De fato, existe uma gradação a respeito das dificuldades de convencimento envolvidas no que se passou segunda-feira: 1) convencer a respeito da legalidade das incorporações; 2) convencer de que as incorporações não se deram entre pessoas que, em alguma medida, se tornaram úteis ao sistema; 3) convencer a respeito da moralidade das incorporações; 4) convencer de que a ausência no debate público poderia ser moralmente justificada.

Última que morre

O colunista pode antecipar que o último destes itens é, ao menos em relação a este que vos fala, impossível.

O terceiro item também seria muito, muito difícil.

Com relação aos dois primeiros, contudo, restava uma sincera esperança de que pudesse haver explicações plausíveis.

Cereja do bolo

Em meio a sinais tão claros para quem dá a devida atenção às entrelinhas - onde, de fato, a verdade se esconde - a sessão desta terça-feira, 4, na Câmara Municipal reservou a cereja do bolo.

Eis que, em dada altura, o vereador que mais indicou nomeações no mandato atual saiu em defesa de quem ganha muito bem para guardar este e outros segredos, de quem sabe o quanto custa este tipo de mandato parasita, não apenas em valores absolutos, mas em comprometimento da eficiência administrativa.

Tocante, não?

Praxe

No entendimento deste colunista, quem não se sente em condições de enfrentar um debate público para justificar os próprios atos não tem condições morais de exercer um cargo público, muito menos nos primeiros escalões.

No atual governo, no entanto, estão todos bem amparados.

Basta observar que, na tarde desta terça-feira, 4, os quatro representantes do Executivo que eram aguardados para a rodada de oitivas que integra o processo de defesa da prefeitura no processo de avaliação das contas de 2018 também não compareceram à Câmara.

Revelador

Posturas análogas para problemas semelhantes.

Na falta de argumentos, sabotagem aos procedimentos previstos.

Na prática, o Palácio Barão de Nova Friburgo tem se esforçado por transferir para o Judiciário a atribuição Legislativa de apreciar suas contas.

E, ao agir desta forma, desde já se mostra incapaz de apresentar defesa convincente, e lança sombras sobre os possíveis desfechos de algo que já vem errado desde o nascedouro.

Contraditório

A coluna assumiu o compromisso de abrir espaço à manifestação enviada pelas servidoras Ana Paula Navega dos Santos e Gisele Busquet Nunes a respeito das incorporações salariais.

As justificativas quanto ao não comparecimento à convocação já foram publicadas na edição de ontem, 4, em matéria específica sobre o tema.

Seguimos, portanto, com as justificativas para as incorporações.

Aspas (1)

“Esclarecemos, oportunamente, que em relação a matéria que o nobre vereador pretende que prestemos esclarecimentos, ou seja, ‘sobre condutas adotadas nos processos administrativos em que contam concessões de incorporações e de consequentes acumulações salariais que contrariam decisões judiciais federais, no âmbito da Justiça do Trabalho’, nos compete a manifestação enquanto servidoras públicas municipais no exercício dos nossos direitos de petição perante à Administração Pública Municipal.”

Aspas (2)

“Subsidiamos nossos pedidos pela via administrativa dentro do prazo prescricional legal e, posteriormente, pedimos reconsideração do parecer baseando-nos em fato novo, mediante duas decisões judiciais transitadas e julgadas de servidoras públicas em situação funcional idênticas às nossas.

Não bastasse tais decisões transitadas e julgadas, em recente decisão, ou seja, no dia no dia 24 de julho de 2020, a juíza da 1ª Vara do Trabalho de Nova Friburgo, também concedeu o mesmo direito de incorporação a outra servidora, afirmando em seu julgado que tanto o servidor celetista quanto o estatutário integram o quadro permanente do município fazendo jus aos direito da lei municipal 3.385/2004, dando assim, robustez ao nosso direito.”

Aspas (3)

“Por esta razão, o pedido feito pautou-se em situações absolutamente idênticas as nossas, onde o Poder Judiciário posteriormente ao indeferimento do primeiro pedido administrativo, confirmou sentenças, e Tribunal Regional do Trabalho manteve o reconhecimento ao direito de incorporação de servidores nas mesmas condições que as ora peticionantes.

Destarte que o direito de petição do servidor para “defesa de direitos”, assegurado no artigo 5º, LXXXIV, ‘a’ da Carta da República, teve como fundamento a garantia também constitucional da isonomia, que veda o tratamento diferenciado para servidores nas mesmas condições. Concluímos, assim, que na posição de servidoras públicas, possuímos o direito de petição de postular, como demais servidores assim também o fizeram.”

Pertinente

A esse respeito, a coluna entende ser pertinente observar que as duas servidoras entraram no passado com ações na Justiça e tiveram seus pedidos considerados improcedentes em decisões que transitaram em julgado, antes de adotarem a rota administrativa, já na atual gestão da PGM, fundamentando-se em decisões favoráveis de outras servidoras, sem menções às decisões judiciais já existentes para seus casos específicos.

Pós-fechamento

A coluna de hoje já estava fechada quando o procurador-geral do município enviou ao Massimo um pedido de espaço ao contraditório.

A respeito dele a gente conversa na coluna de amanhã, 6.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Sujeiras e limpezas

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos

— É o banho! Não tem outra! Você já viu alguém ficar doente de sujeira? Nunca, né? Agora, o sujeito toma banho, pega um vento pelas costas, cai logo de cama. Sujeira nunca matou ninguém, mas limpeza demais é prejuízo certo pra saúde. Muita gente já morreu por causa dessa mania de tomar banho todo dia.

Os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos

— É o banho! Não tem outra! Você já viu alguém ficar doente de sujeira? Nunca, né? Agora, o sujeito toma banho, pega um vento pelas costas, cai logo de cama. Sujeira nunca matou ninguém, mas limpeza demais é prejuízo certo pra saúde. Muita gente já morreu por causa dessa mania de tomar banho todo dia.

Com argumentos sólidos como esse é que Paulão sustentava suas teses. E bastava ficar um pouco mais próximo dele para sentir o cheiro e perceber que, ao contrário do que ocorre entre os adultos, nele se reuniam teoria e prática, pregação e ação. Tanto que corria entre a molecada da vizinhança que a mãe, Dona Matilde, pelo menos uma vez por semana pegava o filho pela orelha e o enfiava embaixo do chuveiro. Isso com um filho de treze anos e já bem mais alto do que ela.

Outra teoria de Paulão, semelhante à primeira, era de que lavar a cabeça com frequência provocava queda de cabelo. Com dados irrefutáveis, doutrinava os demais meninos do bairro:

— Teu pai é careca? Não é, né? E ele lava a cabeça todo dia, usando aquele negócio cheiroso que rico usa, o tal do xambu? Agora vê os alemães lá da fábrica: tudo careca, é ou não é? O motivo tá na cara: rico lava a cabeça todo dia.

E se ponderassem com Paulão que na fábrica tinha também alemão com cabelo, ele explicava que isso era porque “esse alemão ou já foi criado no Brasil ou tinha babá brasileira. Aí, já viu, né? Relaxavam e não davam banho na criança. Sorte dele, que não ficou careca igual a seus convertorrâneos. Ou então é peruca!”

Nunca pude seguir integralmente os ensinamentos desse meu amigo de infância, talvez porque minha mãe tinha opiniões inteiramente contrárias às dele e era mais enérgica do que Dona Matilde. Mas, falando francamente, não discordo inteiramente do que ele dizia. Basta observarmos que os franceses até pouco tempo atrás não eram chegados ao banho diário, e essa é a razão provável de terem inventado tantos perfumes, com os quais tentavam substituir a água e o sabão. A desculpa era que na França a maioria das casas tinha banheira e não chuveiro. Como encher uma banheira exige muito tempo e paciência, o pessoal acabava desistindo e deixava a faxina corporal para a próxima semana.

Parece que com o aumento do número de chuveiros, a situação melhorou um pouco, mas ainda hoje os franceses perderiam para os índios brasileiros, que viviam mais dentro dos rios do que na terra, eram quase anfíbios. Razão pela qual os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos, e estes fugiam dos recém-chegados por causa do mau cheiro que deles provinha. Então quando levantavam o braço para enfiar a espada no pobre do selvagem... as axilas lusitanas matavam mais do que as armas. Num dos livros de Graciliano Ramos há uma cena que bem mostra que esse negócio de banho não é costume universal. Algumas pessoas conversam numa sala e a certa altura uma senhora pede licença para recolher-se, porque ia banhar-se. Mal ela virou as costas e um dos presentes sussurrou para outro: “Mulher porca!” Ou seja, porca porque precisava tomar banho, necessidade que não aflige as pessoas limpas por natureza.

E não se pense que a nobreza é mais asseada do que a plebe. Numa carta de Napoleão (ninguém menos do que Napoleão!) o grande general pede a sua esposa que ela não tome banho nos próximos três dias, porque ele está voltando para casa e cheio de saudades. Assim também é demais! Mas, enfim, é coisa de francês, é très chic!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A independência do Poder Judiciário

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Mas, sem saber o teor dessas sugestões, em função do descrédito e ridicularização porque passa a corte suprema brasileira, com componentes completamente politizados e sem o devido respeito que, em teoria, seus membros deveriam merecer, precisamos com urgência de um reposicionamento do que deveria ser um STF, e a implantação de freios ou de maneiras de censurar ou punir aqueles que se afastam do objetivo principal do STF, que é a defesa inconteste da Constituição nacional e a salvaguarda de decisões judiciais, sem que isso caísse na banalização. Do jeito que a coisa vai daqui a pouco os seus componentes estarão discutindo até briga de marido e mulher.

A coisa chegou a tal banalização, que um deputadinho mineiro entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da República, pois ele exibia uma caixa de hidroxicloroquina, após a negativação dos seus exames da Covid 19. Ora bolas, médicos ainda podem receitar os medicamentos que julgarem necessários e não vai ser um deputadinho que vai contestá-lo. Se existem estudos prós e contra tal medicamento, cabe ao médico e, somente, a ele decidir o que é melhor para o paciente que o procura.

A primeira coisa que deveria ser discutida é o famoso jeitinho brasileiro, muito usado pelos membros do STF, para interpretar a nossa Carta Magna. Afinal, a constituição foi feita para se cumprida, não interpretada. Aliás, foi o que fez o dr. Ricardo Lewandowsky, ao cassar o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e manter seus direitos políticos intactos. Lá está escrito no artigo 85: 4º – efeitos da condenação por crime de responsabilidade.

A Constituição Federal, quanto ao processo e julgamento do processo de impeachment, estabelece que funcionará como presidente, o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Outro ponto que deveria ser levado em consideração é a obrigatoriedade dos membros do STF serem juízes togados e não simples advogados. Querem excrecência maior do que seu atual presidente, dr. Dias Toffolli, que é bacharel em Direito, mas sem nenhum outro predicado. Pelo menos eu não encontrei, após várias buscas. O exemplo que sempre uso para esse disparate é indicar um médico, que nunca foi cirurgião, para titular da cadeira de Cirurgia Geral, de uma faculdade de medicina. Ou, nas Forças Armadas, um sargento dar ordens num general.

Mas, os pontos mais polêmicos dessa instituição são a vitaliciedade do cargo e o critério de escolha. Deus me livre se deputados e senadores fossem vitalícios, o país já estaria quebrado desde a instalação da República. Como qualquer cargo público, deveria ter um princípio, meio e fim. Poderia ser de oito anos, como é o mandato dos senadores. Com isso, teríamos uma alternância de poder e de ideias. E, aí, cairíamos no critério de escolha. Continuaria sendo de indicação exclusiva do presidente da República, mas baseado numa lista tríplice saída através do Congresso Nacional, da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e do chefe do Poder Executivo. Mas, a sabatina por que passa o escolhido, no senado, deveria ser uma avaliação rigorosa e não uma simples homologação, como é atualmente.

Com relação ao afastamento de um membro do STF, por infringir conceitos éticos e morais, poderia continuar nas mãos do Senado, mas seu presidente não poderia engaveta-los, como é feito sistematicamente. Esse teria a obrigação de colocar em plenário, para deliberação, pedidos de impeachment de membros do STF, cujas ações fossem incompatíveis com sua atuação. Creio que com isso, teríamos um STF muito mais enxuto e cumprindo sua verdadeira função.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O ministro sábio

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Mateus discorria, solene, sobre a missão dos que dirigem a massa popular, especificando deveres dos administradores e dificuldades dos servos.

A conversação avançava, pela noite a dentro, quando Jesus, notando que os aprendizes lhe esperavam a palavra amiga, narrou, sorridente:

— Um reino existia, em cuja intimidade apareceu um grande partido de adversários do soberano que o governava. Pouco a pouco, o espírito de rebeldia cresceu em certas famílias revoltadas e, a breves semanas, toda uma província em desespero se ergueu contra o monarca, entravando-lhe as ações.

Mateus discorria, solene, sobre a missão dos que dirigem a massa popular, especificando deveres dos administradores e dificuldades dos servos.

A conversação avançava, pela noite a dentro, quando Jesus, notando que os aprendizes lhe esperavam a palavra amiga, narrou, sorridente:

— Um reino existia, em cuja intimidade apareceu um grande partido de adversários do soberano que o governava. Pouco a pouco, o espírito de rebeldia cresceu em certas famílias revoltadas e, a breves semanas, toda uma província em desespero se ergueu contra o monarca, entravando-lhe as ações.

Naturalmente preocupado, o rei convidou um hábil juiz para os encargos de primeiro ministro do país, desejoso de apagar a discórdia; mas o juiz começou a criar quantidade enorme de leis e documentos escritos, que não chegaram a operar a mínima alteração.

Desiludido, o imperante substituiu-o por um doutrinador famoso. O tribuno, porém,

conduzido à elevada posição, desfez-se em discursos veementes e preciosos que não modificaram a perturbação reinante.

Continuavam os inimigos internos solapando o prestígio nacional, quando o soberano pediu o socorro de um sacerdote que, situado em tão nobre posto, amaldiçoou, de imediato, os elementos contrários ao rei, piorando o problema.

Desencantado, o monarca trouxe um médico à direção dos negócios gerais, mas tão logo se viu em palácio, partilhando as honras públicas, o novo ministro afirmou, para conquistar o favor régio, que o partido de adversários da Coroa se constituía de doentes mentais, e fez disso propaganda tão ruinosa que a indisciplina se tornou mais audaciosa e a revolta mais desesperada.

Pressentindo o trono em perigo, o soberano substituiu o médico por um general célebre, que tomou providência drástica, arregimentando forças armadas nas regiões fiéis e mobilizando-as contra os irmãos insubmissos. Estabeleceu-se a guerra civil. E quando a morte começou a ceifar vidas inúmeras, inclusive a do temido lidador militar que se convertera em primeiro ministro do reino, o imperante, de alma confrangida, convidou um sábio a ocupar-se do posto então vazio. Esse chegou à administração, meditou algum tempo e deu início a novas atividades. Não criou novas leis, não pronunciou discursos, não censurou os insurretos, não perdeu tempo em zombaria e nem estimulou qualquer cultura de vingança.

Dirigiu-se em pessoa à região conflagrada, a fim de observar-lhe as necessidades.

Reparou, aí, a existência de inúmeras criaturas sem teto, sem trabalho e sem instrução, e erigiu casas, criou oficinas, abriu estradas e improvisou escolas, incentivando o serviço e a educação, lutando, com valioso espírito de entendimento e fraternidade, contra a preguiça e a ignorância.

Não transcorreu muito tempo e todas as discórdias do reino desapareceram, porque a ação concreta do bem eliminara toda a desconfiança, toda a dureza e indecisão dos espíritos enfermiços e inconformados.

Mateus contemplava o Senhor, embevecidamente, deliciando-se com as ideias de bondade salvadora que enunciara, e Jesus, respondendo-lhe à atenção com luminoso sorriso, acrescentou para finalizar:

— O ódio pode atear muito incêndio de discórdia, no mundo, mas nenhuma teoria de salvação será realmente valiosa sem o justo benefício aos espíritos que a maldade ou a rebelião desequilibraram. Para que o bem possa reinar entre os homens, há de ser uma realidade positiva no campo do mal, tanto quanto a luz há de surgir, pura e viva, a fim de expulsar as trevas.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.