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Os frutos

sábado, 18 de julho de 2020

Para pensar:

"Algumas pessoas nunca aprendem nada, porque entendem tudo muito depressa.”

Alexander Pope

Para refletir:

“Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.”

Bertrand Russell

Os frutos

Para pensar:

"Algumas pessoas nunca aprendem nada, porque entendem tudo muito depressa.”

Alexander Pope

Para refletir:

“Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.”

Bertrand Russell

Os frutos

O leitor que tenha alguma familiaridade com a política sabe bem que os discursos definitivamente não são a maneira mais fácil de separar o joio do trigo, uma vez que quem não tem lastro para levantar certas bandeiras ou justificar a confiança popular que ciclicamente pleiteia geralmente não tem embaraços quanto a preencher tais lacunas com informações inventadas ou distorcidas.

Em resumo: ainda que haja diferenças perceptíveis no falar, é na conduta que residem os frutos pelos quais a árvore deve ser identificada.

Conduta

Quanto à fiscalização, por exemplo, são evidentes duas posturas muito distintas.

De um lado existem fiscalizadores que defendem determinadas bandeiras o tempo todo, indo às últimas consequências no processo de apuração e levando informações ao conhecimento da Justiça.

E de outro há aqueles que fiscalizam apenas esporadicamente, como forma de extorsão, sobretudo em período eleitoral.

Estes últimos, se conseguem o que querem, nunca mais tocam no assunto.

Mera coincidência

Tomando exemplos ao acaso, qualquer semelhança com a realidade sendo mera coincidência, poderíamos dizer que o leitor pode ter certeza de estar diante de representantes do segundo grupo se algum dia topar com um vereador fazendo pesados ataques à empresa que faz transporte escolar ou para tratamento fora de domicílio, para em seguida nunca mais voltar ao assunto; ou um vereador que apresente requerimento de informações a respeito da adesão a uma ata de registro de preços superfaturada e em seguida não faça nada a respeito; ou ainda um vereador que assuma a Secretaria de Saúde e, ao ter acesso a informações comprometedoras, prefira usar isso como trunfo para ter influência e indicar dezenas de pessoas, do que comunicar à Justiça.

Sorte a nossa

O mesmo vale, ainda pensando em exemplos ao acaso, para nomeados que, diante de uma CPI incumbida de investigar possíveis irregularidades na Saúde, afirmem ter provas sobre a ocorrência de ilícitos, e no momento de tornar isso público façam de tudo para não serem mais encontrados.

Ou para o vereador que se esforça para presidir uma CPI voltada a investigar os serviços prestados por uma concessionária, e na prática atua como defensor da empresa.

Sorte a nossa que jamais tivemos qualquer uma dessas situações por aqui, não é verdade?

Alívio

Quando observamos, portanto, toda a dinâmica que ao longo do atual governo municipal desconfigurou por completo a relação poder concedente/concessionária, no que diz respeito ao transporte coletivo, é um alívio saber que vivemos numa cidade livre deste tipo de prática.

Do contrário, imaginem só, alguém poderia suspeitar das intenções, nas vilas marginais, quando tentou-se prorrogar por mais cinco anos um contrato que todos sabiam ser improrrogável.

Ou quando da recusa a reajustar a tarifa, enquanto havia um contrato a assegurar poder de negociação ao Palácio Barão de Nova Friburgo.

Ainda bem

Ou pior: alguém poderia acreditar que a situação de extrema fragilidade em que o governo atualmente se encontra pudesse ter sido evitada caso tivesse dada, desde o início, a devida atenção à nova licitação, ou que ataques recentes à empresa pudessem ser fruto, imaginem só, de alguma insatisfação impublicável.

Ter essa paz de espírito quanto à honestidade de todos os agentes públicos envolvidos nessa degeneração é reconfortante, porque não seria exagero dizer que vivemos atualmente uma profunda crise de bastidores relacionada ao transporte coletivo que pode, sim, chegar ao extremo de paralisar temporariamente o serviço, com consequências inimagináveis.

Coincidências

De fato, todo este cenário faz lembrar uma antiga profecia dos índios Sinimbu, encontrada há algumas décadas em pintura rupestre na Caverno do Eco, próxima ao Morro da Cruz, e traduzida recentemente por um antropólogo grego chamado Ironicus Maximus.

De novo, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Profecia

“Naqueles dias, nos domínios do grande cão de pedra, a corrupção chegou a tal ponto que o principal cocheiro da cidade era obrigado a distribuir onças e garoupas a 11 dos 21 caciques do conselho tribal, além de mensageiros e comunicadores, do glutão de uma tribo marginal e diversos outros parasitas sociais, para que pudesse continuar a circular suas carroças.

Por fim, o empreendimento do cocheiro ficou em real situação de falência e o negócio acabou sendo passado a um grupo forasteiro, que passou a sofrer os ataques de quem não queria perder a fartura de outrora.”

Pé no freio

Pouco após o início do processo de flexibilização, como observou-se também em diversas cidades de clima e porte parecidos com Nova Friburgo, o acentuado aumento no número de casos e a evolução das taxas de ocupação em CTIs destinados ao tratamento da Covid-19 alterou o contexto rumo aos parâmetros que determinam a bandeira vermelha, e toda a paralisação das atividades a ela atrelada.

A notícia é evidentemente desanimadora, e deveria servir de convite à reflexão de quem se comportou diante da flexibilização como se a pandemia tivesse terminado.

Quanto ainda teremos de perder antes de amadurecermos, hein?

A propósito...

Desde a última segunda-feira, 13, os repórteres de A VOZ DA SERRA Guilherme Alt e Fernando Moreira têm enviado constantes solicitações à prefeitura pedindo informações sobre as taxas de ocupação dos leitos de enfermaria e CTI dos hospitais de Nova Friburgo.

Os repórteres pediam mais transparência na divulgação destes dados, mais especificamente no que diz respeito aos dados relativos aos fins de semana.

De fato, a crescente taxa de ocupação evidenciada a cada boletim divulgado durante esta semana evidenciou ainda mais a necessidade de informações sobre todos os dias de cada semana.

Interesse de todos

Em resposta a questionamentos complementares enviados nesta sexta-feira, 17, a Secom reconheceu a legitimidade da insistência e informou que vai passar a detalhar melhor os próximos boletins.

A mudança mais significativa será justamente a inclusão das taxas de ocupação dos sábados e domingos, nos boletins das segundas-feiras.

Exemplo bacana do comprometimento com a informação de qualidade nas duas pontas do trabalho, que facilitará o trabalho jornalístico como um todo, com benefícios diretos para a população.

Troca de experiências

Na próxima sexta-feira, 24, uma live com início previsto para 10h e encabeçada pelo MercoSerra irá reunir os secretários municipais de Saúde de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, para uma pertinente troca de experiências envolvendo estratégias de prevenção e as práticas que têm alcançado melhores resultados.

O encontro poderá ser acompanhado através do canal da Acianf no YouTube.

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Dr. Dermeval Barbosa Moreira entrega o primeiro título do Hospital São Lucas

sábado, 18 de julho de 2020

Edição de 18 e 19 de julho de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchete:

Edição de 18 e 19 de julho de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchete:

  • Dr. Dermeval entrega primeiro título do Hospital São Lucas e afirma que confia em todos os friburguenses - No início da semana, o médico Dermeval Barbosa Moreira, em ato informal, fez a entrega do certificado de reserva de ações, número 1, do Hospital São Lucas, a um dos primeiros adquirentes, o sr. José Newton Bizzotto – um dos proprietários do Supermercado Bizzotto. Representando a direção da Casa de Saúde São Lucas, estiveram presentes os cardiologistas Mário Haiut e Jesuíno Olívio da Cunha, além de jornalistas e corretores do empreendimento, convidados para assistirem as solenidades. Na ocasião, o dr. Dermeval Barbosa Moreira, rapidamente, afirmou simbolizar aquela entrega ao sr. José Newton Bizzotto, “uma verdadeira outorga da confiança que depositou em todos os friburguenses, no momento em que lhes passo às mãos os destinos da empreitada a que ora nos lançamos, cujas metas buscam alcançar melhores condições para o bem-estar de todo o povo desta cidade”. Acredito — frisou o conhecido médico — "que, muito em breve, os objetivos iniciais do corpo médico da Casa de Saúde São Lucas, estarão plenamente concretizados, graças à decisiva colaboração que o povo de Nova Friburgo começa a prestar-lhe”.
  • Saramago Pinheiro é o novo presidente da Assembleia Legislativa do nosso Estado - O operoso e prestigiado deputado Darcílio Alves foi eleito o primeiro secretário da Casa do Povo.
  • Dr. Paulo Vassallo de Azevedo - Para desincompatibilizar-se, já que é candidato pela legenda do MDB ao legislativo estadual, deixou as funções de chefe de gabinete do prefeito Amâncio Azevedo, o dr. Paulo Vassallo Azevedo, que desde o primeiro dia da atual gestão desempenha com brilho e entusiasmo o mencionado cargo.
  • Tenente Manoel Carneiro de Menezes - O prefeito Amâncio Azevedo acaba de designar o prestimoso e querido chefe do Departamento de Turismo, tenente Manoel Carneiro de Menezes, para a chefia de seu gabinete, na vaga decorrente do afastamento do titular, dr. Paulo Vassallo Azevedo, que deixou o cargo para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa de nosso Estado.
  • Mensagem de Geremias na reabertura da Assembleia destaca pontos básicos de seu governo - Durante 40 minutos, o governador Geremias de Mattos Fontes apresentou aos deputados um relato do que foram os seus três anos e meio de administração, enumerando as principais obras, com destaque para os empreendimentos considerados de infraestrutura e para implantação do Centro de Processamento de Dados, que, segundo afirmou, colocou o Estado do Rio numa posição vanguardeira na tecnologia do país. O chefe do Executivo destacou também a criação da Secretaria de Água e Saneamento, como um procedimento inédito, objetivando concentrar técnica e recursos na solução do problema do abastecimento de água e instalação de esgotos em todo o território fluminense. Lembrou que vai deixar iniciada a obra do interceptor oceânico, destinado a eliminar a poluição da Baía de Guanabara. Outros empreendimentos citados pelo governador numa área de importância foram: a criação do "holding" financeiro da Nova Coderj; construção do Centro de Abastecimento de Tribobó, a unificação das concessionárias de energia em torno da CELF, que passou a deter o controle de 70% do território estadual; a construção de 17 subestações de energia e a implantação das cooperativas de eletrificação rural, que até o final do ano serão 20 em todo o Estado: criação do Serviço Médico Volante e construção de 2.186 salas de aula.
  • MDB - A base fluminense do partido não aceitou participar da Mesa da Assembleia, nos cargos inexpressivos que lhe foram destinados pela agremiação oficial que somente tornou-se majoritária pelo "grande jogo" das conquistas por adesões, pelas cassações e pela excepcional condição política proporcionada pelo “Partido de cima".
  • Torrington: A fábrica Torrington, situada em Olaria, recebeu a visita de diretores que vieram da América do Norte. Mais detalhes em nossa próxima edição. 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Rita de Cássia Cordeiro (6); Paulo Fernando Costa (18); Marcos Haiut (19); Roberto Ventura El-Jaick (20); Tunney Kassuga, João Queiroz Teixeira, Germando Ferreira de Carvalho, Carlos Jacob Marchon, Georg Henze, Janine Jordão e Marcelo Merecci (21); Kátia Rocha (22); Lúcia Mello e Souza, Carlos Curio e Roberto Solon de Pontes (23); Renato Albino Filho, Regina Coeli, Jayro Winter, Flávio Folly e Paulo Humberto Chaves (24); Henrique Malheiros (25).

 

Foto da galeria
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Previsível

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Para pensar:
"Você não pode fazer nada a respeito do quão longa será sua vida, mas pode fazer sobre sua largura e sua profundidade.”
H.L. Mencken

Para refletir:
“A ave que se habitua com a paisagem rasteira, perde o gosto pela altura.”
Provérbio indiano

Previsível

Para pensar:
"Você não pode fazer nada a respeito do quão longa será sua vida, mas pode fazer sobre sua largura e sua profundidade.”
H.L. Mencken

Para refletir:
“A ave que se habitua com a paisagem rasteira, perde o gosto pela altura.”
Provérbio indiano

Previsível

Conforme alguns já anteviam, a Procuradoria-Geral do Município se recusou, na tarde de quarta-feira, 15, ao receber cópia do ofício 29/2020 da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento, mantendo sua postura de aproveitar toda e qualquer oportunidade de atrasar a apreciação das contas da Prefeitura de Nova Friburgo relativas a 2018.

Está no seu direito?

Sim, está.

É uma postura digna?

Bom, aí cabe a cada um avaliar.

Útil

Em meio a tudo que poderia ser dito sobre o atual comando da PGM, talvez o predicado mais negativo seja reconhecer que ela está alinhada e em perfeita harmonia com o atual governo municipal.

A pressão pela mudança de comando, por sinal, se deu exatamente em busca disso, como ademais também ocorreu na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

O tempo provou que o perfil valorizado pela atual administração é muito específico, a partir de uma interpretação bastante própria do termo “cargo de confiança”.

Descrédito (1)

Criticar tal postura, todavia, seria chover no molhado, não fosse por um exemplo bastante concreto e sintomático que nos foi dado por muitas vozes na quarta-feira, 15.

Veja o leitor que o grau de confiança na atual gestão municipal é tão frágil, que bastou um dia um pouco diferente para que começassem a circular boatos de que estaria em curso uma articulação para levantar fundos destinados ao comércio de votos ou sentenças.

E que, a partir de tal movimentação, o destino das contas poderia ser alterado, no plenário ou fora dele.

Descrédito (2)

Tal teoria - que carece de materialidade e a coluna evidentemente não chancela - não circulou fora dos muros da Prefeitura, mas dentro deles.

E não foi ecoada apenas por servidores insatisfeitos, mas também em médios escalões, onde, em teoria, informações privilegiadas deveriam circular.

A coluna evidentemente se posiciona contra toda e qualquer informação leviana e inverídica - e é disso que se trata, até se prove o contrário -, mas lamenta que o atual nível de descrédito do Palácio Barão de Nova Friburgo, e também de um bom punhado de vereadores, tenha sim muitas razões para ser justificado.

Desigualdade

O leitor sabe bem que a Prefeitura Municipal é, de longe, o maior empregador em Nova Friburgo.

Infelizmente, contudo, as condições oferecidas a grande parte desse funcionalismo estão longe de serem justas.

De fato, tem muita gente que se mata de trabalhar para receber, ao fim de cada mês, um salário mínimo, ou pouco mais que isso.

Pessoas que geralmente pagam aluguel, e levam uma vida muito, muito apertada.

Faz tempo

Sendo muito franco, essa é uma situação que diz mal, em maior ou menor grau, de todas as gestões recentes, e que se torna ainda mais aviltante quando se observa a diferença de tratamento reservada a indicações de natureza política, a partir de critérios raramente técnicos.

Em campanha todos dizem que isso vai mudar, mas na prática tudo se mantém, quando não se acentua.

Justiça

Todavia, não apenas pelo devido respeito a quem de fato carrega o piano da administração municipal, mas também pelo próprio impacto que a prefeitura desempenha - ou precisa desempenhar - na economia friburguense, sobretudo no contexto de retração econômica que temos pela frente, é crucial que a distribuição de valores dentro da folha de pagamento seja menos discrepante, e que isso mude sem demora.

Que tal?

Ao próximo prefeito, portanto, a coluna deixa aqui uma sugestão, que não traria qualquer impacto sobre o valor total da folha, mas certamente seria muito benéfica para melhorar a vida de servidores e ampliar a capacidade de consumo de nossa população: encerrar as gratificações, mesmo que temporariamente, e acrescentar a divisão proporcional do valor economizado aos vencimentos dos servidores de carreira, até que eles possam ser aumentados de forma definitiva.

Em especial entre os que ganham menos.

Não é mais tolerável que as GNs sejam utilizadas como moeda de troca.

Avanço (1)

Ainda a esse respeito, a coluna faz questão de registrar uma notícia positiva por parte do governo municipal, que acaba de sancionar e promulgar a lei municipal 4.742 que altera o vencimento base dos agentes comunitários de saúde e de endemias, em adequação ao disciplinado na lei federal 13.708/2018.

O rendimento das categorias, que era de R$ 1.100,33, passará a ser de R$ 1.400.

Avanço (2)

E mais: atendendo a cobrança da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento da Câmara Municipal, o Executivo concordou em realizar o pagamento de maneira retroativa a janeiro de 2019.

O alcance ainda é pequeno, o aumento ainda é restrito, e a motivação da iniciativa foi externa.

Mas, ainda assim, é uma notícia positiva e que merece registro.

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Pausa

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Há momentos na vida em que pausas se fazem mais que necessárias, por uma série de motivos. Talvez seja mais interessante projetá-las com estratégia, inteligência e planejamento, compreendendo sua importância. Não sei se as pessoas conseguem. O que vejo com bastante frequência é a pausa forçada. Aquela imposta pela vida, pelas circunstâncias, por fatores externos. Ou mesmo quando o corpo grita, a saúde é prejudicada, as forças se esvaem e aí, não resta outro caminho, senão sentir na pele os sinais e ... parar.

Há momentos na vida em que pausas se fazem mais que necessárias, por uma série de motivos. Talvez seja mais interessante projetá-las com estratégia, inteligência e planejamento, compreendendo sua importância. Não sei se as pessoas conseguem. O que vejo com bastante frequência é a pausa forçada. Aquela imposta pela vida, pelas circunstâncias, por fatores externos. Ou mesmo quando o corpo grita, a saúde é prejudicada, as forças se esvaem e aí, não resta outro caminho, senão sentir na pele os sinais e ... parar.

Recebemos cotidianamente uma avalanche motivacional para seguirmos sempre em frente, haja o que houver, venha o que vier. E por mais que realmente seguir em frente por vezes seja o caminho mais recomendável, percebo que não raras vezes precisamos é de uma pausa efetiva para respirarmos, para nos reconectarmos, para reunirmos forças, renovarmos o repertório, oxigenarmos a mente e darmos consolo ao corpo, muitas vezes tratado com tanta displicência ao longo dos dias de rotina pesada.

Nosso templo precisa de cuidados. E ouso dizer que precisamos priorizá-lo, elevá-lo ao patamar do topo, vertermos nossa atenção, nossas ações, em prol dele, sem o qual simplesmente não temos como seguir adiante. Isso envolve todos os cuidados com nossa saúde física, mental, espiritual... envolve ser presente, respirar com atenção, ler bons livros, pensar em coisas boas, sonhar com um futuro bom, exercitar o corpo, trabalhar com gratidão, amar e ser amado, cuidar das relações e tudo aquilo que é intangível, primordial e que faz a vida ter sentido.

Essa pausa a que me refiro não é o ficar estático. É o respeito ao tempo de florir-se, de não atropelar a si próprio em nome dessa correria desvairada que impõe barulho em nossas vidas. É o saber respeitar limites, dar descanso ao corpo e refrescar a mente de maus pensamentos, de demandas, além da conta e telas coloridas. É o dispersar-se menos com o que não interessa e deixar a mente fluir.

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Consciência de consumo

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Os tempos são difíceis, a recessão é uma realidade e o consumo desajustado pode causar sérios danos futuros. A falta de planejamento é o maior problema tecnicamente solucionável no meio financeiro e é lhe auxiliar neste ponto, o objetivo da coluna de hoje. Contudo, vale ressaltar brevemente a relevância do fator psicológico do consumo; quando maus hábitos fazem parte da rotina de consumo, este é um ponto importante a ser considerado.

Os tempos são difíceis, a recessão é uma realidade e o consumo desajustado pode causar sérios danos futuros. A falta de planejamento é o maior problema tecnicamente solucionável no meio financeiro e é lhe auxiliar neste ponto, o objetivo da coluna de hoje. Contudo, vale ressaltar brevemente a relevância do fator psicológico do consumo; quando maus hábitos fazem parte da rotina de consumo, este é um ponto importante a ser considerado.

A profunda – e incrivelmente rápida – crise de 2020 tem deixado rastros marcantes na economia real: o desemprego segue crescendo, alguns projetos de lei cogitam possíveis recontratações (acordadas) com reajuste salarial e, ainda assim, o consumo tem aumentado – principalmente no setor do varejo. Veja, o consumo não é nem de longe um problema primário para a economia; pelo contrário, é importante no processo de superação de crises e uma das formas de tornar isso possível é o controle inflacionário promovido pelo consumo regular – ou incentivado. Todavia, quando o consumidor não tem dinheiro para assumir compromissos os problemas começam a aparecer. Primeiramente dentro de casa, com a crise no orçamento doméstico, e posteriormente com o impacto no mercado de crédito.

Portanto, planeje-se, o consumo inconsciente pode causar danos enormes em tempos como os atuais. E o principal deles é diretamente no seu bolso. Ficam aqui, então, algumas dicas de como estabelecer o consumo saudável no seu cotidiano:
• Compare e estude os preços: saiba o que precisa comprar e comece a ter seu planejamento bem definido; assim você terá tempo para pesquisar preços e, acredite, você vai se surpreender com possibilidade de boas economias.
• Compre o que for comprar: a sua convicção, como consumidor, é o que vai ditar a relação entre o vendedor e você. Caso não queira comprar algo fora do planejado, não compre. Cuidado com as técnicas de vendas.
• Fique atento na internet: lojas virtuais devem receber cuidados especiais, atente-se sempre à veracidade e confiabilidade dos sites; as compras na internet envolvem uma série de riscos que podem ser evitados com conhecimento e um pouco de bom senso. Procure saber se a loja virtual é verídica; desconfie de preços extremamente fora dos valores de mercado; cuidado com a divulgação indevida de seus dados pessoais; e confira o valor do frete.
• Antes de parcelar, faça as contas: parcelamentos parecem ser uma “mão na roda”, mas sem o devido planejamento e estudo do seu orçamento, podem ser a semente do caos nas suas finanças. Lembre-se, no próximo mês virão novos consumos e você não merece viver para pagar boletos.

Educação Financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos, é a rotina de todos que usam dinheiro como ferramenta de aquisição.

Por que comprar o que não é necessário? Pagar juros depois ou poupar antes? Vale a pena pesquisar preços? Só você tem o controle de como gastar seu dinheiro e alocar suas finanças pessoais. Por isso, tome boas decisões. Pense nisso!

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Bate papo

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Para pensar:
"O mesmo sol que derrete a manteiga, endurece o barro.”
Provérbio indiano

Para refletir:
“Nunca ande por trilhas, pois assim só irá até onde outros já foram.”
Graham Bell

Bate papo

Se ontem, 15, a coluna abriu espaço para questões de utilidade (e responsabilidade) pública, hoje ela convida os amigos para uma conversa informal sobre alguns temas e comportamentos que demandam serenidade de nossa parte.

Sempre atual

Para pensar:
"O mesmo sol que derrete a manteiga, endurece o barro.”
Provérbio indiano

Para refletir:
“Nunca ande por trilhas, pois assim só irá até onde outros já foram.”
Graham Bell

Bate papo

Se ontem, 15, a coluna abriu espaço para questões de utilidade (e responsabilidade) pública, hoje ela convida os amigos para uma conversa informal sobre alguns temas e comportamentos que demandam serenidade de nossa parte.

Sempre atual

O colunista sempre teve especial interesse pelo período histórico que compreende as origens (tantas vezes distorcidas) da Primeira Guerra Mundial e segue até o fim da pandemia de gripe de 1918.

Felizmente existem alguns livros excelentes dedicados a narrar vários dos episódios ocorridos neste intervalo, que de várias maneiras ajudaram a desenhar as bases do mundo como hoje o conhecemos.

Podemos recomendar alguns deles.

Sugestões

Quem quiser entender de fato o contexto do assassinato de Francisco Ferdinando, e a forma como o atentado teve sua narrativa alterada ao longo das décadas ao sabor dos propósitos mais variados - a começar pela própria declaração de guerra à Sérvia -, faria bem ao ler “O Gatilho”, do jornalista inglês Tim Butcher.

Por sua vez, o livro “Gripe”, de Gina Kolata, é leitura obrigatória para quem quiser saber mais sobre a terrível gripe erroneamente conhecida como “espanhola”, sobre a história das pandemias, e sobre o fascinante esforço da humanidade por recuperar o material genético do vírus de 1918, tantas décadas após o surto.

Bom investimento

A primeira destas sugestões infelizmente não foi publicada no Brasil, mas pode ser encontrada na internet, inclusive em português de Portugal. Já o segundo livro foi publicado por aqui, e não deve ser difícil de ser encontrado por um leitor interessado.

Naturalmente não se tratam de leituras fáceis, mas ambos recompensam fartamente o esforço do leitor por atravessar uma ou outra contextualização eventualmente demorada.

E antes que os amigos concluam que enlouquecemos de vez, permitam-nos reproduzir pequenos trechos do 1º capítulo de “Gripe”.

Aspas

“Os médicos do Exército tentaram de tudo para deter a epidemia. Inoculavam as tropas com vacinas feitas a partir das secreções dos corpos de pacientes ou da bactéria que eles achavam que causasse a doença. (...) No hospital Walter Reed, os soldados mascavam tabaco todo dia, acreditando que com isso afastariam a gripe. (...) O médico contou que as vacinas eram apenas uma ‘sopa’ feita de sangue e muco dos pacientes da gripe, filtrada para eliminar as células maiores e os detritos. Quando era injetada, o braço ficava horrivelmente dolorido. ‘ E todos pensavam que ela realmente fazia efeito’.”

Mudou muito?

Lendo estas linhas 102 anos depois, tudo soa muito atrasado, não?

Porém, se é fato que a comunidade científica aprendeu muito desde então, é igualmente verdade que a natureza humana permanece a mesma, e segue sujeita aos efeitos do medo, da desconfiança, das seduções propagandistas, e continua reagindo da mesma maneira num ambiente de extrema polarização.

Em 2020, como em 1918, não são poucas as pessoas buscando atalhos para o fim da pandemia, ou acreditando que a cura já existe e nos é escondida em razão de interesses inconfessáveis.

Roupa do rei

Dar crédito a tais teorias, contudo, implica aceitar a mais absoluta incompetência ou a total conivência de diversas pessoas próximas, que conhecemos há muito tempo, e cujo esforço por aprender os caminhos da biologia pudemos testemunhar.

Tais devaneios, a despeito dos conhecidos atos criminosos já cometidos pela indústria farmacêutica, só poderiam ser levados a sério num ambiente tão intoxicado quanto o que nos cerca atualmente.

De fato, qualquer análise isenta terá de reconhecer que, apesar dos pesados interesses infiltrados, o saldo da farmacologia ao longo dos tempos é extremamente positivo.

Atalhos

Certo, e por que falar sobre tudo isso agora?

Bom, porque a nossa Câmara Municipal tem apresentado algumas sugestões relacionadas ao combate à Covid-19, e entre elas está uma indicação legislativa que pressupõe a existência de um coquetel padrão para o tratamento da Covid-19.

Gente, a medicina aprendeu muito nos últimos seis meses, e está evidenciado que o vírus e os tratamentos experimentados até aqui exercem efeitos individualizados e distintos, em meio a muitas variáveis que ainda não foram devidamente isoladas.

Não existem atalhos.

Achismos

Há que se confiar no julgamento de quem estudou para isso e está na linha de frente, aprendendo na prática o comportamento daquilo que estamos enfrentando.

São muitos os registros históricos de problemas causados pelo ignorar de protocolos (leiam sobre a campanha de vacinação dos Estados Unidos em 1976, por exemplo), sob a justificativa de que não podemos esperar até que a ciência reconheça resultados conclusivos.

Achismos e politizações, nessa altura do campeonato, atrapalham muito mais do que ajudam.

Nossa parte

Se, em vez de seguirmos na busca por atalhos ou por indícios que “confirmem” aquilo em que estamos decididos a acreditar, estivéssemos comprometidos com os comportamentos que sabemos serem eficientes, certamente vidas e empregos estariam sendo economizados em larga escala.

Façamos, portanto, a nossa parte.

E deixemos que a ciência faça a dela.

Nas alturas

E já que estamos falando sobre a pandemia do novo coronavírus, a conceituada Prospect Magazine elaborou uma lista com o que considerou ser os 50 pensadores mundiais mais destacados na “era da Covid-19”.

A lista inclui gente do quilate do cultuado sociólogo e filósofo Jürgen Habermas, de 91 anos de idade, e também a friburguense Ilona Szabó de Carvalho, cujo trabalho é muito mais reconhecido pela comunidade internacional do que entre nós.

Em tempo...

A triagem para a eleição dos top 10 nesta lista está sendo feita por votação popular, na página da revista na internet.

Se alguém quiser participar, é só se manifestar por lá…

Reciclar

O leitor Fernando Teixeira, sempre preocupado com a questão ambiental, busca apoio da coluna para pedir pelo retorno das caçambas de lixo reciclável em nossa cidade.

A coluna registra a demanda, assumindo o compromisso de dar espaço à divulgação do retorno, caso venha a ser atendido pela concessionária responsável por esse serviço.

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Fazenda São Clemente (Parte 1)

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

A exploração do ouro de aluvião nos córregos dos rios Grande e Negro no Vale do Paraíba fluminense, possivelmente foi o que motivou o alferes a se estabelecer nos sertões do Macacu, na capitania fluminense. João Clemente Pinto, casado com Teresa Joaquina da Silva Pinto obteve no ano de 1809, naqueles sertões, uma concessão de terras denominada de sesmaria doadas pelo vice-rei a homens de cabedais. Essa sesmaria estava localizada nas cabeceiras de um ribeirão no qual João Clemente Pinto batiza de Ribeirão de Nossa Senhora das Areas.

A obtenção da Carta de Ordem de Sesmaria se concretizou em 11 de maio de 1812 e dois anos depois, os sertões do Macacu receberam o predicado de município de São Pedro de Cantagalo. Outros membros da família Clemente Pinto igualmente emigraram para o Brasil. Tudo indica que o sobrinho de João Clemente, Antônio Clemente Pinto, futuro 1º barão com honras de grandeza de Nova Friburgo chegou ao Brasil no ano de 1807, com 12 anos de idade.

Em 1819, no entanto, João Clemente Pinto faleceu, sete anos depois de ter obtido a concessão de sesmaria. O filho do casal, Francisco Clemente Pinto (1803-1872), igualmente alferes, solicitou uma sesmaria nessa região em 1822, ano em que essa modalidade de aquisição de terras foi extinta no país. Os Clemente Pinto, entre 1809 e 1822 já eram proprietários de três sesmarias, pois Dona Teresa Joaquina da Silva Pinto havia igualmente solicitado esse benefício na mesma ocasião que o marido.

Os sesmeiros dessa região, depois de esgotado o ouro de aluvião migraram sua atividade econômica para a produção de alimentos como milho, feijão, cana-de-açúcar, fabricação de toucinho e criação de gado. Exportam os produtos de sua lavoura para o Rio de Janeiro, por meio de tropas de mulas. Paulatinamente, o café migra dos arredores do Rio de Janeiro para o Vale do Paraíba fluminense e as fazendas de Cantagalo se tornaram importantes unidades de produção contribuindo com significativa parcela na exportação para o exterior.

Francisco Clemente Pinto tornou-se um rico cafeicultor e proprietário de dez fazendas. Além da fazenda São Clemente era proprietário de Matta Porcos e Bella Vista, para citar apenas as mais importantes. Francisco Clemente Pinto recebeu o título de comendador da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa. Com o falecimento do comendador, a Fazenda São Clemente foi herdada pelo seu sobrinho homônimo.

Francisco Clemente Pinto nasceu em 11 de setembro de 1843 e fez os seus estudos de engenharia na Bélgica. Casou-se com Eulália Amélia de Oliveira Barcelos, que passou a chamar-se Eulália Clemente Pinto, com quem teve nove filhos. A Fazenda São Clemente, localizada em Boa Sorte, 5º distrito do município de Cantagalo tinha em seu apogeu uma área de 700 alqueires. No ano de 1883, há o registro de que possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos. Era uma das mais importantes unidades de produção de café do município de Cantagalo. Foi visitada pelo Barão Johann Jakob Von Tschudi, pelo imperador D. Pedro II, em 26 de fevereiro de 1876 e pelo dr. Luiz Monteiro Caminhoá.

No último quartel do século 19 teve início a decadência da produção de café no Vale do Paraíba fluminense. Alguns fatores concorreram para esse declínio como o esgotamento do solo, o surgimento de pragas nas lavouras, a abolição da escravidão e a crise do Encilhamento na República. Consequentemente alguns barões do café, ou seus descendentes, foram perdendo suas fazendas por dívida, em leilões.

A Fazenda São Clemente superou a crise produzindo café de boa qualidade, participando da Exposição Universal Colombiana de Chicago, realizada em 1893, tendo sido inclusive premiada. A Exposição de Chicago havia sido idealizada para celebrar o quatrocentésimo aniversário da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Entretanto, no ano de 1907, o engenheiro Francisco Clemente Pinto se viu obrigado a recorrer a um empréstimo hipotecário, junto ao Banque Belge de Prêts Fonciers, com sucursal na cidade do Rio de Janeiro. Como não conseguisse honrar com o pagamento do financiamento perdeu a fazenda para o banco, arrematada pelo coronel José Affonso Fontainha Sobrinho. Francisco Clemente Pinto faleceu em 1921.

Fonte: Pesquisa de Marcelo Monnerat. Continua na próxima quinta-feira.

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    A Fazenda São Clemente possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos ( Acervo pessoal)

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    A família Clemente Pinto é originária de Santa Maria de Aboadela, em Portugal ( Acervo pessoal)

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    Casa sede da Fazenda São Clemente, em Cantagalo (Acervo pessoal)

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Aceitar nossa impotência nos liberta

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Muitas vezes podemos sofrer consequências de maus tratos dos outros e depois, anos mais tarde, quando aquelas pessoas que nos fizeram sofrer não estão mais por perto, ou estão mas não mais nos perturbam, apresentamos sintomas. Estes sintomas foram construídos porque eram defesas que havíamos construído para lidar com aqueles maus tratos feitos contra nós. Mas o tempo passou, a pessoa foi embora, morreu, ou está perto ainda, mudada para melhor ou não, e as defesas agora nos aprisionam.

Isto é mais ou menos como você fraturar um osso da perna, o médico coloca gesso, você precisa usar um apoiador para andar, e depois que o gesso é retirado e você recupera aquele membro com fisioterapia, você ainda quer usar o apoiador. Ele não é mais necessário, como algumas defesas psicológicas que usamos no passado, mas insistimos em usá-las. Assim ficamos presos com limitação da liberdade de ação desnecessariamente.

Uma das prisões neste caso pode ser o ressentimento, a mágoa de quem nos tratou mal. Então, para a liberdade em nós, será necessário exercer o perdão que pode ficar menos difícil de dar se procurarmos compreender o por que aquela pessoa agia daquela maneira. Quem sabe ela copiava a maneira como foi tratada quando criança. Talvez reagia com medo. Talvez era presa pelo vício em algo. A compaixão e o perdão, portanto, poderão ser aplicados para com ela dentro de nosso coração, o que nos aliviará.

Veja este depoimento fantástico: “Em criança, cresci esperando que meus pais alcoólicos me dessem o amor de que eu precisava. Quando saí de casa, transferi essa expectativa para o meu namorado alcoólico. Vivia para o seu amor e esperava que ele mudasse seu comportamento que estava me ferindo. Enquanto me apeguei à esperança de que ele iria me amar da maneira que eu queria ser amada, me tornei prisioneira do alcoolismo. Depois de frequentar o Al-Anon [grupo de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos www.al-anon.org.br] por algum tempo, comecei a compreender o quanto da minha vida tinha sido gasto esperando que os outros mudassem para que eu pudesse ser feliz. Eu tinha perdido muito tempo tentando mudar as coisas que não podia controlar. Quando finalmente aceitei que não podia controlar a maneira de beber do meu namorado, fiquei livre. Também percebi minha impotência perante os meus familiares. Senti alguma tristeza junto com esse despertar espiritual, mas o Al-Anon me manteve ocupada aprendendo sobre alcoolismo como doença e seguindo em frente com os passos. Eu me perguntava por que deveria tentar combater o alcoolismo, então decidi admitir que o alcoolismo é mais poderoso do que eu. Agora estou livre para descobrir a pessoa dentro de mim que é animada, divertida, amorosa e digna de amor. Hoje estou aprendendo a me dar o amor incondicional e a aceitação que sempre quis receber das pessoas que não os tinham para dar. A única pessoa que pode me amar do jeito que quero ser amada sou eu mesma.”

(Fonte: Esperança para Hoje, p.361, 2018, Grupos Familiares Al-Anon do Brasil.) 

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Utilidade pública

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

A coluna abre espaço para alguns comunicados que entende serem pertinentes, envolvendo responsabilidades que precisam ser compartilhadas entre toda a sociedade.

Hemocentro

Como já dissemos algumas vezes por aqui, o impacto da pandemia de Covid-19 sobre a rotina de coleta de sangue foi grande, não apenas em Nova Friburgo mas no mundo inteiro.

Compreensivelmente, diversos doadores preferiram se manter distantes do ambiente hospitalar, e como a demanda não cessa o resultado é dramático.

Parece oportuno, portanto, frisar mais uma vez que o ambiente da coleta em Nova Friburgo é isolado e independente, e que toda e qualquer doação será de enorme importância neste momento.

Insuficiente

No último sábado, 11, passado, inclusive, foi realizada uma coleta extra com o objetivo de reforçar o estoque.

Das 23 pessoas que compareceram, 20 efetivamente doaram.

A participação, contudo, foi aquém do esperado, e a necessidade de novas doações é grande.

O hemocentro funciona na Rua General Osório, 324, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 11h30.

Como doar

O doador deve ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais), pesar mais de 50 quilos e portar documento de identidade original, com foto.

Doadores podem marcar dia e horário para atendimento pelo telefone 2523-8084.

Vale lembrar, por fim, que todo o material utilizado para a coleta é descartável.

Dívida animal

A querida Emilene Imbroinise fez uma postagem na última segunda-feira, 13, cujo conteúdo a coluna toma a liberdade de reproduzir.

“Hoje, dia 13 de julho, faz um mês que a nossa querida protetora de animais Valéria Lima faleceu. Estamos trabalhando incessantemente para conseguirmos um local apropriado para todos os seus cães. Ainda temos cães no abrigo e em lares temporários aguardando adoção. Pedimos novamente a ajuda de toda a população na divulgação dos cachorros que ainda estão precisando de um lar. Enquanto tiver cachorro da Valéria sem ter para onde ir, não vamos parar de trabalhar. Ninguém larga a pata de ninguém.”

Segue

“Esses bichinhos que Valéria carinhosamente chamava de crianças estão órfãos de sua mãezinha e agora precisam ganhar uma nova casa, um cantinho quentinho com água e comida para viverem em segurança. Valéria deu a vida por esses animais. Deixou de fazer uma importante cirurgia para não se afastar dois dias do abrigo. Trabalhou até a última gota de suas forças, saiu do abrigo praticamente carregada. Vamos honrar todo o esforço da Valéria divulgando seus cães que ainda precisam ser doados. Todos juntos nessa corrente do bem! Contato pelo WhatsApp: Janaína (22) 9 9943 1912.”

Destrancou

A coluna tem algumas atualizações importantes relacionadas ao Legislativo Municipal.

De imediato, cabe registrar que a pauta foi destrancada pelo período de cinco sessões, como prazo inicial para que as tramitações previstas sigam seu curso e as contas de 2018 da Prefeitura de Nova Friburgo possam finalmente ser avaliadas.

A contagem se inicia nesta quinta-feira, 16, e tudo indica que o período será marcado por sessões bastante densas, com muitas matérias importantes para serem deliberadas.

Sem recesso

Inclusive por isso, e também pelo compromisso de que a apreciação das contas aconteça o quanto antes, o plenário concordou por unanimidade em não fazer o habitual recesso de meio de ano em 2020.

Diante de todas as peculiaridades deste ano, dos atrasos que se impuseram e dos prazos para que algumas questões sejam votadas, o mês de julho será devidamente aproveitado.

Perspectivas

O que a coluna diz a partir daqui já não são fatos, mas avaliações a partir daquilo que, neste momento, se apresenta como tendência.

Diante do que precisa ser cumprido formalmente, parece razoável estimar que as contas - salvo alguma nova tentativa de atrasar os procedimentos por parte do Executivo - sejam apreciadas em algum momento nos primeiros dez dias de agosto.

E, naturalmente, se isso vier a se cumprir, é provável que a pauta da Câmara volte a ser trancada momentaneamente, ainda em razão do julgamento das contas.

Resta esperar para ver se tais previsões se confirmam.

Inesquecíveis

Informações oficiais nos indicam que, até o momento em que estas linhas eram escritas, 45 pessoas haviam sucumbido à Covid-19 em território friburguense.

Em meio a tantas atualizações corremos o risco de perder a dimensão do real significado destes números, e toda a dor que eles concentram.

E este marco, em especial, chama a atenção da coluna por representar aproximadamente 10% do total de mortes registradas entre friburguenses quando da tragédia climática de 2011.

Conhecemos a dor

O paralelo entre as duas mortandades tem a curiosa propriedade de relembrar o quanto foi doloroso o que vivemos nove anos atrás, e também de enfatizar o tamanho do problema que temos no momento atual.

Com uma diferença essencial: atualmente, podemos fazer algo a respeito.

Em memória de todos os amigos e familiares inesquecíveis que se foram, a coluna apela a leitores que certamente conhecem a dor da perda para que sigamos firmes em nosso esforço coletivo em favor da proteção, da saúde e da vida.

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Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras

quarta-feira, 15 de julho de 2020

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

Antes de mais nada existe um ditado que diz: “Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras”. Na história recente do país tivemos vários ministros polivalentes, escolhidos para pastas que nada tinham a ver com suas formações. Delfim Neto, economista, foi além de ministro da Fazenda, de 1967 a 1974,  embaixador do Brasil na França entre 1974 e 1978, ministro da Agricultura em 1979 e do Planejamento, de 1979 a 1985. José Serra, também economista, com Fernando Henrique Cardoso ocupou a pasta do Planejamento, Orçamento e Gestão e, também, a da Saúde. Foi  ministro das Relações Exteriores do Brasil, no governo Michel Temer. Portanto, o general Pazuello ser ministro da Saúde do atual governo não deve provocar maiores chiliques. O importante é saber indicar seus assessores, que sendo competentes, tornarão a gestão tão profícua como se um especialista fosse.

Aliás, diga-se de passagem, duas coisas: a primeira, que médicos não são, em princípio, bons administradores, a não ser aqueles que se especializam em administração e gestão. Claro que há exceções. Segundo, o primeiro mandato de Luís Inácio teve o seu mérito, não pelos conhecimentos do presidente, mas pelas escolhas que fez, dos componentes do primeiro escalão.

Foi perfeita a resposta dada pelo atual ministro da Defesa: “O Ministério da Defesa informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares.... O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem–estar de todos os brasileiros.... A mobilização desta pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.

A Operação Covid-19, criada em 19 de março de 2020, estabeleceu dez comandos conjuntos espalhados por todo o Brasil, além do Comando Aeroespacial (Comae). Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos 20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação.

É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal  equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo.... Este ano, em face à pandemia causada pelo novo coronavírus, os Ministérios da Defesa e da Saúde, em ação conjunta, intensificaram a assistência à saúde prestada a indígenas em diversas localidades carentes e isoladas do país.

As mais de 200 missões em aldeias indígenas somente na Amazônia Ocidental, realizam atendimentos de saúde, promovem cuidados básicos de saúde e orientam sobre a prevenção de doenças, sempre respeitando os aspectos socioculturais, condizentes com a realidade de cada etnia.” 

Gilmar Mendes é conhecido por declarações polêmicas e acintosas o que nos dá direito também de questionar a composição do STF. No atual, apenas dois ocupantes são juízes togados, sendo os demais advogados, o que para mim é uma aberração, pois em se tratando da suprema corte, ela deveria abrigar apenas juízes concursados, advindos de um concurso sabidamente rigoroso. Poderíamos, portanto, seguir a mesma linha de raciocínio de Gilmar Mendes, afirmando que o STF, promulga sentenças ou habeas corpus estapafúrdios, pois seus membros não têm o conhecimento nem o traquejo de um magistrado. Muitas das vezes, seus atos são muito mais políticos do que jurídicos, o que é condenável.

A bem da verdade, se houvesse um exame psiquiátrico na admissão dos membros do STF, seguramente, Gilmar Mendes seria reprovado.  As suas declarações que geraram todo esse desconforto seriam, também, passíveis de enquadramento no processo de Alexandre de Moraes, pois não passam de fake-news.

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