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Investir é se educar
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
Conhecer as opções e os objetivos de diferentes produtos financeiros, também é educação financeira. Hoje eu quero desabafar; botar para fora toda a minha indignação da exploração pela falta de conhecimento. Aqui, neste espaço, minha missão sempre foi dividir aprendizado. Contudo, apesar de um cenário difícil - quiçá cruel –, me motivo ao perceber o quão distante estou de cumpri-la. Neste texto, vou abrir algumas práticas comuns de grandes instituições financeiras responsáveis pela, antes dita, exploração pela falta de conhecimento.
Antes de mais nada, títulos de capitalização não são investimentos; não é qualquer título de renda fixa que vai ser bom para você; e por fim, mas não menos importante, escolhas ruins fazem você perder dinheiro. Que tal um pouco de conhecimento para chegarmos juntos a uma conclusão? Pode ser o caminho para desenvolver seu senso crítico financeiro.
- Seu dinheiro perde poder de compra com o passar do tempo;
- Depender de sorte não é investir;
- Você precisa saber o tempo de resgate dos seus investimentos;
- Se todo investimento tem risco, qual é o do seu investimento?
Títulos de capitalização e títulos de renda fixa são os produtos de captação mais populares em grandes instituições financeiras. Um, de fato, é investimento e pode ser uma ótima opção se escolhido com cautela e entendendo as necessidades do cliente investidor; o outro, por sua vez, é apenas uma péssima decisão a ser tomada para o seu dinheiro.
- Títulos de capitalização: lembrando mais uma vez (em alto tom de ironia), não são investimentos! Basicamente, funcionam como um tipo de economia programada na qual o banco está autorizado a fazer determinada retirada mensal de sua conta corrente para comprar o título. Parece uma boa ideia pelo ponto de vista poupador, mas vai por mim: seria melhor deixar aplicações programadas na caderneta de poupança. Estes títulos são formas de captar dinheiro para os bancos e a única forma de você, cliente, sair com alguma rentabilidade é ter a sorte de ser contemplado nos sorteios que são feitos periodicamente. No final das contas, quem ganha mesmo é o banco, pois ao final do período predeterminado do título só retorna ao cliente a quantia aplicada ao longo do tempo; sem – ou pouquíssima – nenhuma rentabilidade.
Ou seja, você perde dinheiro.
- Títulos de renda fixa: neles você pode investir “sem medo” (entre muitas aspas). O primeiro passo a ser dado é a transparência dos dados acerca do investimento. Liquidez, risco e rentabilidade são os três pontos a serem muito bem analisados em seus investimentos – inclusive em renda fixa. Dia desses, numa ligação com um novo cliente, identifiquei mais um caso lamentável da falta de transparência: numa agência bancária, seu gerente havia recomendado um determinado CDB sob a alegação de uma boa escolha. Assim, sem ao menos transparência como base de um bom argumento. Por fim, o cliente se viu num produto com prazo de vencimento (liquidez) acima de dez anos. Contudo, ainda que o resgate pudesse ser antecipado e em poucos dias o dinheiro estivesse disponível, o cliente só teria direito ao capital alocado inicialmente e sem a incidência de juros.
Ou seja, o cliente perdeu dinheiro (e você também).
Investir é fundamental para construir patrimônio e projetar o futuro com qualidade de vida. Não desista por experiências ruins; você só precisa de uma orientação especializada. O mundo tem passado por grandes mudanças e, com isso, novas profissões vêm surgindo; inclusive a de assessores e consultores de investimentos. Ademais, o que você realmente precisa, independente do profissional intermediador, é a atenção e sabedoria de quem pode, de fato, manter transparência e vontade de disseminar educação financeira.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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