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Terra Nova, lugar de memória do desastre climático de 2011

quinta-feira, 07 de janeiro de 2021

Nos encontramos na iminência de completar dez anos do maior desastre climático registrado no Brasil. Este sinistro ocorreu na madrugada do dia 12 de janeiro de 2011 na região serrana fluminense, envolvendo, pelo menos, 11 municípios atingidos pelo desastre. Fui procurar em Nova Friburgo um lugar de memória deste trágico acontecimento, aquilo que a imaginação investe de aura simbólica e o encontrei no conjunto habitacional Terra Nova.

Nos encontramos na iminência de completar dez anos do maior desastre climático registrado no Brasil. Este sinistro ocorreu na madrugada do dia 12 de janeiro de 2011 na região serrana fluminense, envolvendo, pelo menos, 11 municípios atingidos pelo desastre. Fui procurar em Nova Friburgo um lugar de memória deste trágico acontecimento, aquilo que a imaginação investe de aura simbólica e o encontrei no conjunto habitacional Terra Nova.

O artigo científico “Vulnerabilidade socioambiental, redução de riscos de desastres e construção da resiliência, lições do terremoto no Haiti e das chuvas fortes na Região Serrana, Brasil.”, de Carlos Machado de Freitas e outros foi a minha fonte para apresentar algumas informações sobre esta tragédia. Segundo os autores na subestação Ypu, naquele dia choveu 220 milímetros em 24 horas, sendo acima de 80 milímetros considerado situação de alerta para a região. Os autores nos informam que faleceram em Nova Friburgo 429 pessoas, 4.528 ficaram desalojadas e 789 desabrigadas.

Alguns prédios e residências desabaram e a infraestrutura do município ficou totalmente comprometida, principalmente no que se refere às pontes. A indústria, o comércio, a agricultura e os serviços sofreram grandes prejuízos resultado da paralisia de suas atividades. O desastre climático provocou danos potencializados no município em razão da ocupação desordenada de áreas de proteção ambiental, como margens de rios e encostas, tanto por parte do poder público como por ocupações ilegais.

Passemos então aos acontecimentos que se sucedem. No distrito urbano de Conselheiro Paulino, que até meados do século 20 era essencialmente rural, foi construído um conjunto habitacional para abrigar as famílias que perderam os seus imóveis no desastre climático. Uma linda plantação de rosas do imigrante japonês Motomo Watanabe foi desapropriada para dar lugar a construção do conjunto habitacional. Era uma das últimas plantações de flores de corte do vale do Rio Grande restando hoje apenas a localidade do Sítio dos Afonsos, cuja família Afonso ainda vive do amanho da terra.

O condomínio Terra Nova possui nove conjuntos com variado número de blocos em cada um deles totalizando 2.200 unidades. Os apartamentos têm uma área de 42 metros quadrados que compreende sala, dois quartos, banheiro e cozinha, sem área de serviço. Para a edificação destes modestos apartamentos foram investidos aproximadamente R$ 292 milhões, sendo R$ 163 milhões do Governo Federal destinado a construção e o aporte de R$129 milhões do governo estadual para a desapropriação do sítio e urbanização da área.

Iniciaram-se, portanto, os problemas. Em artigo publicado em A VOZ DA SERRA em 17 de abril de 2017, intitulada “Delator diz que houve propina nas obras do Terra Nova”, o ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, declarou em delação premiada que essa empreiteira teria pago R$ 5 milhões em propina das obras de construção do conjunto habitacional Terra Nova para a campanha do governador Luiz Fernando Pezão, a pedido do ex-governador Sérgio Cabral.

Dispensa comentário as relações espúrias de diversos políticos com a construtora Odebrecht. Qual foi a consequência de agrupar quase oito mil pessoas em um conjunto habitacional? A resposta é dada pela mídia onde o Terra Nova está sempre associado a notícias de tensões entre os moradores relativo ao direito de vizinhança, típicas de aglomerações, e ainda matérias de confronto de determinado grupo de moradores infratores com a Polícia Militar.

Ficarei em apenas três exemplos, “Tiroteios constantes têm assustado moradores do Terra Nova”, reportagem de A VOZ DA SERRA de 22 de novembro de 2016; “Policiais militares de Nova Friburgo sofrem ataque por traficantes no Terra Nova”, TV Zoom, noticiário de 19 de outubro de 2020; “PM apreende carga de drogas em operação no Terra Nova”, reportagem de A VOZ DA SERRA de 4 de setembro de 2020. O que se depreende são uma sucessão de fatalidades divididas em diversos atos de um drama dos moradores do Terra Nova.

O primeiro ato foi o desastre climático desalojando estas famílias. O segundo um esquema de corrupção dos governos federal e estadual na edificação do conjunto habitacional Terra Nova. O terceiro ato uma população vulnerável e desassistida, tendo o seu “lar, doce lar” tão somente nas matérias policiais. A omissão do governo em promover a melhoria das condições de vida da população, um déjà vu, cai sempre no colo da Polícia Militar, que certamente não gostaria de desempenhar o papel de repressor nesta tragédia em três atos.

Fui consultar no site do arquivo do Governo Federal o discurso da então presidente Dilma Rousseff, que em novembro de 2015 inaugurou um dos blocos do conjunto habitacional que ela denominou de “Residencial Terra Nova 7”. Segundo a ex-presidenta “...É Terra Nova mesmo, porque vocês estão inaugurando aqui não só as casas, mas também uma nova vida (...) se eu voltar aqui daqui a um ano, o que eu vou ver? Eu vou ver que estas casas adquiriram uma outra face, uma outra imagem. Elas vão estar de uma certa forma refletindo cada uma das famílias que moram aqui. Vão ter um jeito mais humano (...) eu assumo o compromisso com o governador que nós vamos ajudar sim, a fazer aqui um posto de saúde, um posto para a segurança pública. Vamos ajudar a fazer escola e vamos ajudar a fazer creche...”

Podemos colocar essas promessas não cumpridas como o quarto e último ato desta tragédia. Não há no Terra Nova escola, creche, posto de saúde, área de lazer e falta água frequentemente. A bíblica Terra Nova é tão somente um lugar de memória da tragédia climática, associada permanentemente às matérias policiais.

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    Conjunto Residencial Terra Nova (Foto: Henrique Pinheiro)

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    O Terra Nova está sempre nas matérias policiais. (Foto: Acervo 11° BPM)

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    Imagem da tragédia de 2011 (Foto: Acervo Pessoal)

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Comece o novo ano com iluminação

quinta-feira, 07 de janeiro de 2021

Nosso cérebro é atrofiado. O encéfalo humano, conhecido como cérebro, num adulto pesa cerca de um quilo e meio. Quando Deus criou Adão, ele tinha quase quatro metros de altura, as pessoas viviam em média 900 anos. Imagina o cérebro de Adão! Não se gabe de sua inteligência. Também não a deprecie. Seja humilde o suficiente para admitir que somos atrofiados, encolhidos, lesados, mesmo sendo você uma pessoa brilhante em termos de aquisições culturais, financeiras, espirituais.

Nosso cérebro é atrofiado. O encéfalo humano, conhecido como cérebro, num adulto pesa cerca de um quilo e meio. Quando Deus criou Adão, ele tinha quase quatro metros de altura, as pessoas viviam em média 900 anos. Imagina o cérebro de Adão! Não se gabe de sua inteligência. Também não a deprecie. Seja humilde o suficiente para admitir que somos atrofiados, encolhidos, lesados, mesmo sendo você uma pessoa brilhante em termos de aquisições culturais, financeiras, espirituais.

Quando começamos um novo ano, zeramos o calendário e iniciamos a contagem dos dias e meses novamente. Janeiro, Fevereiro, Março, até Dezembro. E a experiência dos anos vividos? O que tem acontecido em nossa mente com o passar dos anos? Estamos mais iluminados para compreender melhor detalhes do sentido da vida? Ou continuamos, ano após ano, com uma visão tacanha, materialista, consumista, egoísta?

Se você amadurece ao longo do tempo, com certeza surge em seu caráter humildade como contrário de arrogância, misericórdia em lugar de rigidez e agressividade, prontidão para perdoar ao invés de condenar, desapego material como oposto de ganância e outras coisas bonitas da Luz.

A aquisição de iluminação para uma qualidade de existir proveitosa é um milagre. Não vem por um mestrado, doutorado ou pós-doutorado. A compreensão intelectual não é suficiente para a iluminação chegar em nosso cérebro. Parafraseando o segundo passo dos doze sugeridos pelos Alcoólicos Anônimos e outros grupos de ajuda mútua, viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos conduzir para a sanidade.

Não há luz inerente em nossa mente produzida ou gerada por nós mesmos. Impossível. Se você quer começar um novo ano com iluminação para que sua vida melhore e seja mais frutífera do que nos anos passados, é preciso acreditar e pedir esta luz ao Poder Superior que eu chamo de Deus Criador do Universo. Só assim, na luz, é possível qualquer político, empresário, clérigo, leigo, magistrado agir em benefício da comunidade. Sem isso só existe conflito de interesses pessoais e corrupção.

Analisando seus pacientes cardíacos o dr. Dean Ornish, ligado à Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, verificou que faltava luz neles para que seus problemas cardíacos pudessem ser curados. Ele percebeu, em seus estudos, que era necessário algo mais além de uma dieta vegetariana, prática de atividades físicas, redução do colesterol e do estresse também para haver melhora da função cardiovascular. Ele começou a entender a importância dos aspectos emocionais e espirituais para a pessoa. Por isso teve sucesso com seus pacientes.

Quando ele, como cardiologista e pesquisador, colocou um grupo de pacientes com doença cardíaca na qual artérias coronárias estavam entupidas em graus diferentes, em um programa de reabilitação que envolvia exercícios físicos, dieta vegetariana, grupo de apoio para lidar com o estresse, redução do colesterol, aprendizado sobre como lidar com as emoções e desenvolvimento espiritual, houve uma redução das placas de ateroma (gordura) nas artérias coronárias! Sabe lá o que é isso? Imagina que maravilha é uma pessoa poder evitar ter que se submeter a uma cirurgia cardíaca usando método assim, simples, não invasivo?

Dr. Ornish, em seu importante livro “Amor e Sobrevivência - A Base Científica para o Poder Curativo da Intimidade”, colocou este texto: “Comecei a compreender que a escolha não está entre trabalhar ou não trabalhar, realizar ou não realizar, mas é a intenção por trás da ação, não a ação propriamente dita, que determina se o trabalho conduz à cura e à alegria ou ao sofrimento e à doença. Um dos meus provérbios zen favoritos diz: ‘Antes da iluminação, corte lenha, carregue água; depois da iluminação, corte lenha, carregue água.’ As ações parecem iguais, o trabalho pode ser pesado, mas a motivação é completamente diferente.” Completamente diferente.

Sugestão para você ter uma vida útil, produtiva, eficaz para seu bem e o das pessoas: procure a iluminação. Vai fazer toda a diferença entre uma vida que vale à pena para si e para sua comunidade e uma vida medíocre, vergonhosa e corrupta.

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Angústia pode matar

quinta-feira, 07 de janeiro de 2021

Confesso que não tive ânimo para recomeçar a escrever minha coluna, conforme tinha previsto, a partir desta semana. O meu grau de angústia em função da atual pandemia estava quase no limite, e chegou ao máximo na última segunda-feira, 4, quando soube que um de meus enteados testou positivo para o coronavírus. O pior é que estive com ele, no Natal, pois como estava em férias em Friburgo, veio almoçar conosco, no dia 25 de dezembro.

Confesso que não tive ânimo para recomeçar a escrever minha coluna, conforme tinha previsto, a partir desta semana. O meu grau de angústia em função da atual pandemia estava quase no limite, e chegou ao máximo na última segunda-feira, 4, quando soube que um de meus enteados testou positivo para o coronavírus. O pior é que estive com ele, no Natal, pois como estava em férias em Friburgo, veio almoçar conosco, no dia 25 de dezembro.

No dia 26 quando ele foi embora, esteve com uma sobrinha, muito gripada e que estava sem máscara, e quatro dias após sua chegada em casa, começou a ter sintomas típicos de uma gripe, com febre, dores pelo corpo, tosse com expectoração, porém sem perda do paladar e do olfato. Ligou para mim e me perguntou se deveria fazer o teste de Covid. Como ele trabalha numa repartição, com outras pessoas, disse-lhe que o exame era mandatório, pois a doença pode se manifestar como um simples resfriado, mas só o exame comprovaria tratar-se ou não de uma virose.

Eu, que já não estava bem, a beira de uma depressão, fiquei extremamente preocupado e, nessas horas, ser médico é um pesadelo, pois tudo que você sente, mesmo uma dor no dedão do pé, pode ser devido à gripe chinesa. Para piorar as coisas, nesta terça-feira, 5, ele me telefonou e me deu a triste notícia de que tinha testado positivo. Devo frisar que ele, provavelmente, se contaminou durante sua viagem de volta, de carro e com muitas paradas no caminho. Disse-me ainda que estava muito bem, com saturação de oxigênio de 96%, sem febre, somente um pouco rouco e ainda com tosse.

Após uma noite mal dormida, mesmo orientado por uma colega avaliando que dificilmente eu estaria infectado, já que se tinham passado 12 dias de um contato, sem que houvesse comprovação de nada, mas não sosseguei enquanto não fui fazer o teste do swab nasal. E, na hora do almoço recebi a auspiciosa notícia de que meu exame estava negativo, e que até aquele momento eu estava livre dessa praga do século 21, que maltrata e mata nossos irmãos do mundo inteiro. Respirei aliviado, tirei um peso da consciência e creio que conseguirei dormir melhor depois desse resultado.

A humanidade não está preparada, atualmente, para enfrentar esse tipo de pandemia, haja visto as aglomerações que se formaram nas festas de fim de ano, seja no Brasil, seja no exterior. Depois de quase um ano de isolamento social e confinamento, as pessoas chutaram o balde e se aglomeraram como se nada estivesse acontecendo, aboliram as máscaras e esqueceram-se das precauções inerentes a esse momento crucial pelo qual passamos.

É preciso manter o foco, a pandemia não acabou e a vacinação está apenas começando, e vai demorar muito até que se imunize toda a população mundial, pois se estima que ela chegou a 7,8 bilhões, em julho de 2020. Isso quer dizer que os testes da fase 3 chegaram ao seu final e que os órgãos que regulam a fabricação e venda de produtos farmacêuticos, em todos os países, estão começando a dar o aval para a fabricação em massa, dos vários imunizantes disponíveis até agora. Mas, vejam bem, se são necessárias duas doses para garantir uma imunização eficaz, serão necessárias 15,6 bilhões de doses. Haja tempo para que essa produção seja alcançada e que toda a população mundial esteja vacinada.

Portanto, um pouco de cuidado nunca é demais e continua sendo indispensável o uso de máscaras, a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel, a limpeza das compras ao se chegar de supermercados, padarias, lojas e etc e evitar a todo custo aglomeração, pois nesse caso fica impossível manter o distanciamento social. Devemos nos lembrar, sempre, que hoje já temos 1.857.274 mortos no mundo inteiro e, no Brasil estamos próximo dos 200 mil.

Todo cuidado é pouco e os mais jovens têm de entender que eles também são suscetíveis de contraírem a doença, e o que é mais grave, de passarem para os mais idosos, que são um grupo de alto risco. Vamos continuar a usar máscaras, mesmo com o advento da vacina. Essa será um coadjuvante a mais na luta contra a pandemia iniciada na China.

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Eles e nós

quarta-feira, 06 de janeiro de 2021

Como atiram mal policiais e bandidos americanos!

Como atiram mal policiais e bandidos americanos!

Não é desfazer dos nossos, mas presidentes cinematográficos são os americanos. É só assistir a dois ou três filmes de aventura para chegar a essa conclusão. Tem filme em que The President entra no Number One e parte para enfrentar terroristas ou alienígenas só com a cara e a coragem e o apoio da plateia. De fato, não demora muito e os céus se enchem de explosões, enquanto, ao som de alguma música triunfante, o herói volta para a Terra, onde o esperam os aplausos de seus compatriotas e o abraço da primeira-dama. Tem filme em que potências estrangeiras armam longos planos para matar o homem e, na hora agá, um segurança se mete entre a bala fatal e o peito presidencial, o qual sai de cena com uma rapidez de fazer inveja a Usain Bolt. Terrorista se dão ao trabalho de passar anos planejando uma cilada, subornando seguranças e se infiltrando entre os convidados para o baile na Casa Branca. E, nos dez minutos finais da história, acabam descobertos por um faxineiro distraído ou por uma humilde secretária.

Mas também há coisas em que eles são piores do que nós. Novamente podemos encontrar comprovação nos filmes. Quantos filmes você já viu em que os bandidos — presos com justiça —, ou o mocinho — injustamente preso —fazem o maior sacrifício para escapar da prisão? É tanto cavar túneis, arrombar paredes e pular muros que metade da sessão se gasta nessa trabalheira. Método também muito usado e bem mais prático é atrair o guarda para perto da cela e dar-lhe uma gravata mortal. Depois, é acomodar-se na sela de um cavalo que estava dando bobeira do lado de fora ou ligar o carro que algum descuidado tinha deixado ali por perto, com a chave na ignição e tudo mais. E aí, basta desviar-se dos tiros e ganhar o mundo. Aliás, como atiram mal policiais e bandidos americanos! Quatro ou cinco deles descarregam suas metralhadoras contra o fugitivo e nenhuma bala o atinge, nem de raspão. Já o carro, coitado, fica mais furado do que uma peneira, se me permitem usar essa expressão antiga. Mas, se é o mocinho que está fugindo, basta que ele dê um tiro para trás e dois ou três dos seus perseguidores vão direto para o céu — se é que existe céu para bandidos.

Quanto aos nossos bandidos... é outro nível. Nem precisam sair da prisão, porque de lá mesmo tocam seus negócios, por meio de celulares ou pombos-correios. E caso resolvam arejar as ideias ou rever os amigos, saem pela porta da frente, geralmente por descuido de quem os vigiava e que depois exclama, sinceramente surpreso: “Mas ele tava aí ainda agorinha! Como é que esse cara sumiu assim no de repente?!” E, no caso extremo de um ou mais presos precisarem cavar um túnel para ver o sol lá fora, ninguém vai aborrecê-los, querendo impedir a conclusão da obra.

A política é outra atividade em que estamos à frente dos americanos. Com toda a tecnologia que têm, eles levam semanas para saber quem ganhou a eleição. Pior ainda: nem sempre é o mais votado que leva.  Aconteceu com Hilary Clinton, aconteceu com Al Gore, que ganharam nas urnas, mas perderam no Colégio Eleitoral. Nós, não. Nós sempre damos posse ao mais votado, embora frequentemente o tiremos do cargo antes da hora. Mas no mesmo dia da eleição, à noitinha, ficamos sabendo quem vai nos governar. E até houve uma época em que, com meses de antecedência, o povo era informado de quem tinha vencido a eleição, e por acaso era sempre um general.

Eles têm suas virtudes e seus defeitos, nós temos nossos defeitos e nossas virtudes. A diferença é que nós os adoramos ingenuamente, e eles solenemente nos ignoram.

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2021! Feliz A VOZ DA SERRA para todos nós!

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Bem-vindo 2021!... Lá vamos nós embarcando no caderno especial da Retrospectiva 2020 publicado na edição especial de fim de ano de A VOZ DA SERRA. Mês a mês, o caderno exibiu uma perfeita sintonia entre os acontecimentos e o capricho da organização dos temas e, no arremate, as charges de Silvério. Como não amar e reverenciar tanta eficiência?! No mês de janeiro, por exemplo, a construção civil pretendia gerar 150 mil postos de trabalho em nossa cidade. Em fevereiro, a Estação Livre estreou a reforma do lado norte.

Bem-vindo 2021!... Lá vamos nós embarcando no caderno especial da Retrospectiva 2020 publicado na edição especial de fim de ano de A VOZ DA SERRA. Mês a mês, o caderno exibiu uma perfeita sintonia entre os acontecimentos e o capricho da organização dos temas e, no arremate, as charges de Silvério. Como não amar e reverenciar tanta eficiência?! No mês de janeiro, por exemplo, a construção civil pretendia gerar 150 mil postos de trabalho em nossa cidade. Em fevereiro, a Estação Livre estreou a reforma do lado norte. Em março, já se falava em Covid com 22 casos suspeitos e as confecções começavam a fabricar máscaras.

O mês de abril, abriu um leque de emoções com os 75 anos de A VOZ DA SERRA. Em maio, entre outros destaques, o termômetro na Avenida Alberto Braune registou 1 grau no amanhecer. Em junho, a Justiça suspendeu liminar de flexibilização da quarentena. Em julho, bandeira amarela levou muita gente para as ruas e a profissão de motoboy em alta pela demanda das entregas.

Agosto chegou com o desgosto do aumento dos casos de coronavírus. Contudo, as cerejeiras aprontaram o mais lindo cenário na cidade, com a floração tardia. Setembro com as queimadas, frente fria, e feriadão do dia 7, fora de contexto, com aglomeração e desrespeito de distanciamento em Lumiar. As campanhas eleitorais pipocaram no mês de outubro e a pandemia firme e forte, apesar da liberação de cinemas, casas de festas e clubes sociais. O foco em novembro tinha que ser a eleição do novo prefeito, Johnny Maycon.

Fechando o ano conturbado, bandeira vermelha e, no geral, muitas mortes e milhares de infectados ao longo dos meses. Dezembro de temporais, da posse dos eleitos, greve de motoristas da empresa de ônibus Faol. O lançamento, pelos Correios, do selo personalizado dos 75 anos de A VOZ DA SERRA chegou como um belo presente para todos nós – uma verdadeira joia no joio de 2020, um ano atípico, com perdas humanas irreparáveis. Ufa! Agora é 2021 e, apesar de trazermos um enorme ranço do ano velho, vamos nos reprogramar.

A professora Janaina Botelho nos apresentou o livro “Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente”, do professor Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes. Meu primeiro investimento em 2021 será adquirir um exemplar da obra, pois eu amo entrevistas. Basta dizer que minha monografia de conclusão do curso de Jornalismo foi um estudo de 65 entrevistas do professor Maurício Siaines, em A VOZ DA SERRA. Ao professor Gazé, nesta oportunidade, expresso o meu agradecimento pelo muito que aprendi e cresci na Candido Mendes. Gratidão eterna!  

Em “Sociais”, dois gigantes aniversariando nos últimos dias do ano: Henrique Amorim, editor-chefe de A VOZ DA SERRA e Carlos Rapiso, contador conceituado na cidade. Sem exagero, é difícil fazer as contas do bem que esses dois queridos promovem em Nova Friburgo. Alguns povos antigos diziam que os iluminados nasciam em dezembro. Tudo a ver! Parabéns.

As máscaras serão adereços ainda por muito tempo e torná-las estilosas garante um visual bem bonito. As tendências para o novo ano são alentadoras, mas de extrema responsabilidade. Como ressalta a pesquisadora de astrologia, Ananda Dantas, é preciso “calçar os sapatos dos outros”, pois isso nos ajuda a entender que as pessoas têm suas necessidades específicas. Eu gosto dessa filosofia, pois cada um tem os seus valores e neles deve pautar seu caminho. Cada pessoa é única e com seu único mapa.

Simone Beck define 2021 como Ano Cinco  - O Papa do Tarot, que ensina: “para encontrar é preciso procurar, para obter resposta é preciso perguntar...”. E mais: “A verdade é uma provocação capaz de nos sacudir, arrancando-nos do pesado sono da inconsciência. Para Dwaldo Ghizi - “precisaremos  lançar um novo olhar de fé e de esperanças sobre o mundo e nós mesmos, despidos de pré-conceitos e verdades absolutas, dispostos a sair das nossas zonas de conforto e buscar, em cada dia do novo ano, a melhor versão de nós mesmos”.

Enfim, como destaca o médico psiquiatra, dr. Cesar Vasconcellos, “Viver um dia de cada vez no ano novo!” Mais do que antes, um dia de cada vez está de bom tamanho para o grande despertar da nossa consciência de mundo!

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Quase setentão!

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Quase setentão!

Na próxima quinta-feira, 7, o pujante distrito friburguense de Conselheiro Paulino completa 69 anos. Anteriormente conhecido como Fazenda de Taboas, passou a ter seu novo nome oficializado a partir da lei estadual 1.428, assinada naquela data pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Ernani do Amaral Peixoto. Atualmente, o distrito de Conselheiro Paulino, além de populoso, é um importante polo industrial figurando como uma das grandes forças econômicas de Nova Friburgo.    

TG e Brasília, com livro

Quase setentão!

Na próxima quinta-feira, 7, o pujante distrito friburguense de Conselheiro Paulino completa 69 anos. Anteriormente conhecido como Fazenda de Taboas, passou a ter seu novo nome oficializado a partir da lei estadual 1.428, assinada naquela data pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Ernani do Amaral Peixoto. Atualmente, o distrito de Conselheiro Paulino, além de populoso, é um importante polo industrial figurando como uma das grandes forças econômicas de Nova Friburgo.    

TG e Brasília, com livro

O sargento do Exército Brasileiro, Geraldo Valim Pelúzio, que marcou época em Nova Friburgo, especialmente entre 1990 e 1995 como instrutor do Tiro de Guerra 01-010, deixou saudades em muitos amigos por aqui, assim como levou consigo, registrado para sempre em seu coração, a grande honra de ter sido homenageado com o título de cidadão friburguense, em 13 de setembro de 1996.

Radicado nos últimos tempos em Brasília, após entrar para a Reserva do Exército no posto de capitão, o sempre querido Pelúzio vem se dedicando a outra e admirável ocupação à parte: Ele estreou como escritor e lançou recentemente entre familiares e amigos em Brasília, o livro "Aventura 1896 - A epopeia das famílias Peluzzo e Mariottini".

A obra narra história das famílias italianas que deixaram seu país para aportarem no Rio de Janeiro, e que daí, seguiram para Itaperuna e dali, se erradicaram em Mimoso do Sul-ES. Com satisfação dos ares friburguenses, certamente endossada por muitos dos amigos e admiradores que deixou por aqui, nossas congratulações ao Pelúzio, na foto durante o lançamento.

Salve o Sader!

Amanhã, 6, Dia dos Reis Magos, temos entre nós um rei a mais da simpatia como aniversariante entre nós. Isso, porque o libanês mais friburguense de todos, o gente boa Gilberto Sader (foto), completa mais um ano de vida.

Por esta alegre razão, nossas congratulações ao querido Sader, empresário de destaque em nossa cidade, com votos de saúde, paz, alegrias, felicidades e sucessos.

Vivas em dupla

E por falar em aniversariantes, temos mais um amanhã, 6: trata-se do amigo  Carlos Magno da Silva, o Maguinho, presidente da banda Campesina Friburguense, inclusive de forma dupla. Isso, porque ele e a banda de música que presidente completam mais um ano de vida neste dia. Parabéns em dose dupla!

Sorte sem preço

Em nossa coluna da semana passada, mencionamos sobre o maior bolão da história da Mega Sena da Virada numa cidade de Santa Catarina com 42 cartões de quinze dezenas adquiridos por 58 apostadores com cotas individuais de R$ 22 mil.

Fica claro que a sorte é para quem tem e não quem deseja ou pode tentar comprar, pois só dois ganhadores, um de São Paulo e outro de Sergipe, levaram o super prêmio da mega de R$ 162 milhões para cada.

Feliz 2021

Uma vez mais, iniciando agora propriamente este novo ano, desejo um próspero e maravilhoso 2021 para todos os leitores de Etc & Etc!

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Recomeçar com responsabilidade

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Ao iniciar um novo ano, um novo ciclo de vida, de sonhos e experiências, renasce no coração da humanidade a esperança de um futuro melhor. O ano de 2021 não seria diferente. Na verdade, a expectativa desta nova fase deu-nos forças para chegar ao fim de 2020, superando cada adversidade que nos sobreveio.

Ao iniciar um novo ano, um novo ciclo de vida, de sonhos e experiências, renasce no coração da humanidade a esperança de um futuro melhor. O ano de 2021 não seria diferente. Na verdade, a expectativa desta nova fase deu-nos forças para chegar ao fim de 2020, superando cada adversidade que nos sobreveio.

Mas, o recomeçar de um novo ano, por si só, não mudará a realidade vivida por nós. Não podemos entregar a vida e o futuro nas mãos do destino. É tempo de recomeçar e dar sentido à nossa vida, traçar metas, delinear soluções e ampliar a mente e o coração na certeza de que não estamos sozinhos e de que ninguém pode viver só.

Neste sentido, o Papa Francisco no último domingo, 3, em sua alocução ao final do Angelus chamou-nos a atenção para a responsabilidade individual, principal ferramenta para conter a disseminação da Covid-19.“Sabemos que as coisas vão melhorar na medida em que, com a ajuda de Deus, trabalharemos juntos para o bem comum, colocando no centro os mais fracos e desfavorecidos. Não sabemos o que 2021 vai nos reservar, mas o que cada um de nós e todos nós juntos podemos fazer é nos comprometer um pouco mais a cuidar uns dos outros e da criação, a nossa casa comum” (Angelus, 03 jan. 2020).

Infelizmente, neste ano em que temos alimentado nossa esperança com a descoberta das vacinas contra o novo coronavírus, também temos testemunhado o crescimento exacerbado de pensamentos e atitudes individualistas. Contudo, esta mesma esperança tem sido ceifada pelo vírus do egoísmo e da indiferença, pois a busca de interesses partidários e nacionalismos fechados, que maculam o verdadeiro valor de sermos uma família humana, tem impedido que este bem seja acessível a todos.

Neste sentido, o sumo pontífice advertiu: “Não podemos deixar que nos vença o vírus do individualismo radical, tornando-nos indiferentes ao sofrimento doutros irmãos e irmãs. Não posso passar à frente dos outros, colocando as leis do mercado e das patentes de invenção acima das leis do amor e da saúde da humanidade”. E, concluiu: “Peço a todos, nomeadamente aos líderes dos Estados, às empresas, aos organismos internacionais, que promovam a cooperação, e não a concorrência, na busca de uma solução para todos: vacinas para todos, especialmente para os mais vulneráveis e necessitados em todas as regiões da Terra. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis e necessitados!” (Mensagem Urbi et orbi, 25 de dezembro de 2020).

Esta denúncia e apelo do santo padre, nos alerta para a necessidade de vencer a tentação de cuidar apenas dos próprios interesses, buscando satisfazer apenas o próprio prazer. Cada um de nós deve ser protagonista na batalha contra estes vírus que ameaçam a nossa sadia convivência como irmãos, herdeiros do mesmo amor de Pai. É urgente e necessário que todos nós, assumindo nosso lugar no mundo, cuidemos uns dos outros. Atitudes simples poderão salvar a vida de muitas pessoas. Cada qual cuidando de si, cuidaremos de todos.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Aos sobreviventes

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Faço desta coluna uma carta aos sobreviventes, posto que assim me sinto. Sobrevivi à tragédia de 2011 e termino 2020 com saúde.

Acordei em 2021 com a paz dos náufragos que se deitam sobre a areia e descansam, olhando as nuvens que se movimentam no céu. Durante o café da manhã, Robson Crusoé, Malu Mulher, Jean Valjean e tantos outros personagens passearam pelo meu imaginário como conselheiros da manutenção da vida. Foi uma bela companhia.

Ah, a literatura nunca deixa de nos assistir! Cura-nos da estupidez. 

Faço desta coluna uma carta aos sobreviventes, posto que assim me sinto. Sobrevivi à tragédia de 2011 e termino 2020 com saúde.

Acordei em 2021 com a paz dos náufragos que se deitam sobre a areia e descansam, olhando as nuvens que se movimentam no céu. Durante o café da manhã, Robson Crusoé, Malu Mulher, Jean Valjean e tantos outros personagens passearam pelo meu imaginário como conselheiros da manutenção da vida. Foi uma bela companhia.

Ah, a literatura nunca deixa de nos assistir! Cura-nos da estupidez. 

Em dez anos, os friburguenses enfrentaram a tragédia de 2011, o Covid19, fatalidades e outros infortúnios. Agora, estamos ante 2021. Deveras prontos! Sempre que ando pelas ruas da cidade, vejo o friburguense fazer a vida com esperança. Apesar dos desafios, durante este tempo, quase 3. 650 dias, o destino desafiou a coragem e a força de superação da população. 

Penso que os dias iniciais de 2021 sejam propícios para compreendermos os acontecimentos que marcaram esta época. Seria bom que nos sentemos confortavelmente para assistir ao filme deste tempo, quando teremos a oportunidade de avaliar nossos feitos, erros e acertos. Será um momento de reconhecimento e amadurecimento. Afinal, fomos protagonistas e vivenciamos o acontecer de batalhas, derrotas e vitórias. Participamos do fazer histórico.  

Sim, senhor, como dizia Alice, a vida é uma aventura! É por esta razão que os escritores criam histórias de superação por todos os cantos do mundo, começando por Hilíada. Uma história sem enfrentamentos e superações não tem atrativo ao leitor, muito menos ao escritor para compô-la. Estes anos, enfim, nos exigiram raça, principalmente 2020 que mudou radicalmente e abruptamente nossos modos de viver. De fato, assumimos a posição de vanguarda no jogo da vida. Em todos os episódios desafiadores tivemos que buscar a criatividade para superarmos dificuldades. Fomos notabilizados por nossas realizações! 

Que possamos nos sentar à mesa com Fernando Pessoa nas mãos e pensar em 2021 com lucidez para superarmos nossas fraquezas.

Deixo, aqui, uma das suas sábias frases para reflexão.

 “Afasta-te da ignorância e da ilusão também. Vira o rosto às decepções do mundo; desconfia dos teus sentidos; eles te mentem. Mas dentro do teu corpo – escrínio das tuas sensações – procura no impessoal o Homem Eterno; e, tendo-o procurado, olha para dentro; tu és Buda”.

(Os Dois Caminhos, em a Voz do Silêncio, ed. Civilização Brasileira, 1997)

 

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O retrato falado de nova friburgo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Ao finalizar um ano tão difícil, uma boa notícia: o lançamento do livro “Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente” do Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes e que durante muitos anos foi colunista de A Voz da Serra. Para a elaboração do livro, o Prof. Gazé selecionou 61 entrevistas das 170 que realizou nos últimos cinco anos em um programa na Luau TV, ao lado de Juca Berbert.  

Ao finalizar um ano tão difícil, uma boa notícia: o lançamento do livro “Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente” do Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes e que durante muitos anos foi colunista de A Voz da Serra. Para a elaboração do livro, o Prof. Gazé selecionou 61 entrevistas das 170 que realizou nos últimos cinco anos em um programa na Luau TV, ao lado de Juca Berbert.  

Provavelmente deve ter sido difícil a seleção, pois passaram pelos entrevistadores pessoas que deram significativa contribuição ao município de Nova Friburgo. O resultado foi o registro de um memorável conteúdo em variados ramos de atividades como educação, política, medicina, segurança pública, empreendedorismo, gastronomia, história, assistência social, comunicação, música e esporte.

Extraí alguns trechos interessantes da obra. Dermeval Barbosa Moreira Neto quando perguntado sobre a sua aproximação com Heródoto Bento de Melo, superando o episódio do passado com o seu pai Vanor Tassara Moreira durante o golpe militar, respondeu que a sua família sempre foi do perdão. Renato Abi-Râmia indagado se pretendia largar a política depois de mais de 30 anos de militância declarou que a política não se larga e que iria continuar participando dos movimentos políticos. Pierre de Moraes, conhecido como Prof. Pierre, revela que Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Cristovam Buarque são as suas referências, tendo influenciado a sua trajetória política.  O chef de cozinha José Hugo Celidônio traz em sua entrevista uma inusitada informação: a de que 80% da mão-de-obra em restaurantes de São Paulo são oriundas do Nordeste. Já o deputado federal Glauber Braga quando questionado sobre quais foram as suas reais dificuldades no Parlamento respondeu que “desde o início, senti que não podia ser nariz em pé e que nem poderia mudar todas as relações instituídas ao longo de décadas.” O radialista e publicitário Carlos Rosemberg nos informa que sua família não queria que ele fosse para o rádio. Achava que não seria uma boa profissão e que iria se meter em confusões. As cantoras não tinham grande fama sendo rejeitadas pela sociedade. Mas quando Edmo Zarife foi para a Rádio Globo ele foi atrás, contratado pela Rádio Tupi. O ex comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Espanha, declarou em sua entrevista que “os maiores corruptos de nosso país são os homens do colarinho branco, que estão em Brasília. Seria uma covardia imputar todos os problemas de nossa sociedade na nossa polícia.” Braulio Rezende, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, traz revelações sobre o terrível episódio no governo de Heródoto Bento de Melo. Segundo Rezende, “Ele (Heródoto) sofreu um acidente, numa estação de trem, e eu recebi um telefonema da filha dele informando que ele havia caído e batido a cabeça, sendo levado para o hospital (...), ele saiu do hospital e voltou a se sentir mal (...). Mas a intenção dele era reassumir o governo. E chegou a fazer uma reunião sobre secretariado. Mas a família achou por bem que ele não assumisse, porque ele tinha momentos de apatia, de dificuldade, e não tinha saúde para voltar à prefeitura.” Na deliciosa e descontraída entrevista com o jornalista e escritor Zuenir Ventura fica o registro do friburguense de coração que declara: “Tudo na minha vida aconteceu por acaso. Fui jornalista por acaso, escritor por acaso, acho que fui concebido por acaso.” O médico endocrinologista Max Kunzel se referindo ao sistema de saúde, critica a opção pelos planos privados porque os cidadãos já pagam impostos para obter este serviço. O maestro, músico e compositor Wagner Tiso concedeu a honra de participar em Retrato Falado, abordando sua carreira. O ponto alto foi quando aconselhou os músicos afirmando: “Se tiver que dormir na rua, durma. Não desista. Com a emoção, a vontade de lutar aumenta. Faça qualquer esforço para realizar seus sonhos”. O compositor Martinho da Vila, igualmente um dos convidados, não poupou esforços em elogiar a Sociedade Musical Campesina declarando que “não tem nenhuma banda no mundo como a Campesina Friburguense, com uma história tão longa, centenária, com uma formação musical tão eclética, é uma maravilha”. Já o jornalista, radialista e ex-deputado estadual Wanderson Nogueira declarou que Nova Friburgo perdeu um pouco de sua identidade ao longo dos últimos anos, bem como sua característica de vanguarda e de empreendedorismo. O prof. Hamilton Werneck faz uma excelente exposição sobre a obra de Paulo Freire emprestando a sua expertise como conferencista e de seus inúmeros livros no campo da educação. Foram também entrevistados o político Renato Bravo, o ex-vereador Alexandre Cruz, o deputado estadual Comte Bittencourt, Gerson ‘canhotinha de ouro’, José Carlos Araújo, o Garotinho, o médico Renato Meressi, o ex-vereador Jorge Carvalho, o delegado Henrique Pessoa, entre muitos outros políticos, empresários, prestadores de serviços, educadores e profissionais de comunicação.

O livro traz depoimentos reveladores e ninguém melhor do que o Prof. Gazé para conduzir este elenco, e como bem disse o Prof. Candido Mendes de Almeida, “Gazé, o seu negócio é gente”. Uma leitura prazerosa que recomendo. O livro encontra-se disponível nas livrarias da cidade. Um Feliz Ano Novo a todos os leitores de A Voz da Serra.

  • Foto da galeria

    Prof. Alexandre Gazé, pró-reitor da Universidade Candido Mendes

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    Wagner Tiso foi um dos 170 entrevistados pelo Prof. Gazé

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    Retrato Falado, uma radiografia da sociedade e de nossa gente

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Viver um dia de cada vez no Ano Novo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Aqui estão informações que podem nos ajudar a viver de maneira mais serena e produtiva em termos de experimentar melhor qualidade de relacionamentos um dia de cada vez no novo ano que chega.

Comece o novo ano pensando e decidindo cada dia que você pode só por hoje tentará viver este dia apenas, e não enfrentará todos os seus problemas de uma vez. Dê um passo de cada vez, um dia de cada vez, só por hoje.

Aqui estão informações que podem nos ajudar a viver de maneira mais serena e produtiva em termos de experimentar melhor qualidade de relacionamentos um dia de cada vez no novo ano que chega.

Comece o novo ano pensando e decidindo cada dia que você pode só por hoje tentará viver este dia apenas, e não enfrentará todos os seus problemas de uma vez. Dê um passo de cada vez, um dia de cada vez, só por hoje.

Diga a si mesmo em cada dia do ano novo: Só por hoje vou ser feliz. Lembrando que ser feliz não é o mesmo que ficar eufórico e agitado. E também não significa se sentir bem só quando compra algo ou adquire um bem material. Ser feliz tem muito que ver com evitar se concentrar no lado difícil da vida e dos relacionamentos. E valorizar as pequenas coisas que são bênçãos em sua vida, como ter água na torneira, comida na mesa, um trabalho, um lar, amigos, parentes que ajudam, uma fé religiosa saudável, entre outras coisas.

Cada dia que você acordar no novo ano, tome estas resoluções, que serão só por um dia. Não precisa pensar nelas como se fossem algo a ser feito a vida toda, mas só por hoje. Estas coisas vão te dar satisfação. No entanto, eles exigem força de vontade. Você não precisa de força de vontade para fazer o que é fácil. Mas com boa vontade e algum esforço é possível fazer algo sem desejo, mas necessário. Faça o seguinte:

1. Só por hoje, tentarei viver este dia apenas, e não enfrentarei todo o meu problema de uma vez. Posso fazer algumas coisas por doze horas que me chocariam se eu sentisse que precisava mantê-las ativas pelo resto da vida.

2. Só por hoje, serei feliz. E além do que comentei acima, a felicidade tem mais que ver com seu interior do que com questões externas, tem que ver com atitude mental.

3. Só por hoje, vou me ajustar ao que é, ao que está na realidade, e não vou tentar ajustar tudo aos meus próprios desejos. 

4. Só por hoje, vou cuidar do meu corpo. Vou exercitá-lo, cuidar bem dele e nutri-lo, e não abusar dele nem negligenciá-lo; para que ele seja uma máquina perfeita para minha vontade.

5. Só por hoje, vou tentar fortalecer minha mente, vou estudar. Vou aprender algo útil, não vou ser um preguiçoso mental o dia todo. Vou ler algo que exige esforço e concentração.

6. Só por hoje, vou exercitar minha mente de três maneiras: a)Farei uma boa ação para alguém sem anunciar nas redes sociais ou de outra forma. b)Farei pelo menos duas coisas que não tenho vontade de fazer mas que sei que são úteis. c)Não vou mostrar a ninguém que meus sentimentos estão feridos. Eles podem estar feridos, mas hoje não vou mostrar.

7. Apenas só por hoje vou ter a melhor aparência que puder, irei me vestir o mais apropriadamente possível, sem querer ser objeto de desejo sexual, vou falar baixo, agir com cortesia, sem buscar exaltação própria, sem ficar exaltando ou bajulando as pessoas, não vou criticar nem um pouco, nem encontrar defeitos em nada, e não tentarei controlar e nem melhorar ninguém.

8. Só por hoje, terei um programa. Vou escrever apenas o que espero fazer a cada hora. Posso não segui-lo exatamente, mas o terei. Isso vai me salvar de duas coisas ruins: a pressa e a indecisão.

9. Só por hoje, terei pelo menos meia hora tranquila, sozinho, e relaxarei. Durante esta meia hora, algum tempo, vou pensar em Deus, vou orar, para ter um pouco mais de perspectiva e sentido para a minha vida.

10. Só por hoje, não terei medo. Sobretudo não terei medo de ser feliz, de desfrutar o que é belo, de amar e de acreditar que aqueles que amo me amam.

Este programa “só por hoje”, sendo praticado, irá ajudar muito na construção de sua felicidade independentemente se você vive com alguém que seguirá isto ou não. Seguindo este programa diário de pensamento alegre e construtivo, seu novo ano, um dia de cada vez, será melhor. Feliz Ano Novo só por hoje.

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