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Entre mulheres, palavras e orvalhos

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Vou aqui relatar uma interessante experiência literária que tive recentemente. Com todas as dificuldades que enfrentamos neste ano de 2020, a literatura, mais uma vez nos mostrou seu poder de superação. É a expressão humana que está constantemente pronta a ir além. De apontar para horizontes, mesmo quando as nuvens carregadas retiram do nosso olhar o encontro da paisagem com o céu. É a arte que se aventura ao vazio, preenchendo-o com palavras cuidadas por pensamentos inquietos e mãos sensíveis. É o culto à beleza humana que nunca se esgota, mesmo nos tempos de pandemia.

Vou aqui relatar uma interessante experiência literária que tive recentemente. Com todas as dificuldades que enfrentamos neste ano de 2020, a literatura, mais uma vez nos mostrou seu poder de superação. É a expressão humana que está constantemente pronta a ir além. De apontar para horizontes, mesmo quando as nuvens carregadas retiram do nosso olhar o encontro da paisagem com o céu. É a arte que se aventura ao vazio, preenchendo-o com palavras cuidadas por pensamentos inquietos e mãos sensíveis. É o culto à beleza humana que nunca se esgota, mesmo nos tempos de pandemia.

Participei da coletânea Juntas e Diversas Contos, organizada por Márcia Lobosco, que reúne contos inéditos, escritos exclusivamente por mulheres, ilustrados com os sensíveis traços, também femininos. No início do processo de produção textual, nos momentos de inspiração, eu me lembrei de um texto escrito, guardado há mais de vinte anos, que ficava perambulando entre outros na minha pasta verde de páginas rascunhados. Foi uma das minhas primeiras tentativas de escrever um conto, que consistia no registro de uma memória, em que narrei o dia em que descobri o meu primeiro fio de cabelo branco. Foi uma relíquia que retirei daquele baú que todo mundo tem em que são repousados nossos melhores diamantes. Repousados porque a todo instante podem voar, ganhar novas formas e descobrir outros abrigos. E foi isso o que aconteceu. O texto em papel amarelado, escrito à mão, provavelmente com Caneta Bic, foi habitar num livro atual. Recebeu adornos e maquiagem. Ficou pronto para se apresentar ao leitor.

Ao ler os contos da coletânea, entrei em contato com a sensibilidade e a intuição feminina de cada uma das autoras, porém não tanto diferente uma das outras, até naqueles escritos em estilo ficcional. Ah, a mulher, não posso compará-la a nenhum outro ser que não seja mulher. Talvez porque pressinta que o feminino tenha o poder de perceber a alma de todos os seres que habitam neste planeta, inclusive das montanhas, que foram o mote do livro. Será que nossas montanhas são femininas? A palavra já é. Entretanto a rocha, coberta pela mata, é um ser feminino? Acredito que sim. Porque delas emanam uma tal emoção, uma tal empatia para com as pessoas que vivem em suas terras, que suscitam tamanha inspiração, ternura e receptividade. Porque acolhem e alimentam os mais variados tipos de vida.

Qual a mulher friburguense que não tem a firmeza de uma Catarina? O poder de purificar como as águas que nascem nos picos e nas encostas do Caledônia? A fertilidade de suas florestas? A dor das queimadas? Ah, as montanhas e nós mulheres friburguenses nos encontramos, nesta coletânea, entre palavras e orvalhos, e mostramos a resiliência que guardamos no ventre. Nossos textos viajaram do presente ao passado, encontraram-se com pessoas que já se transformaram em estrelas, refizeram caminhos e escalaram montanhas. Foi uma relação prazerosa. Mas tinha outro jeito de ser?

Esta experiência nos fez montanha. Com certeza. E se alguém assim me chamar, vou sentir orgulho das florestas que habitam meu corpo e dlos rios que correm em minhas veias.

 

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Eu acredito na rapaziada

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Diante de um enorme desafio sem precedentes, questionou-se a um jovem se ele iria encará-lo, ao que ele respondeu de forma óbvia que sim. Ele não era de se curvar às barreiras. Havia aprendido que ser forte também é uma questão de treinamento, de aprimoramento. Habitava nele uma força interior que impulsionava a energia para a execução e a transposição de qualquer obstáculo.

Diante de um enorme desafio sem precedentes, questionou-se a um jovem se ele iria encará-lo, ao que ele respondeu de forma óbvia que sim. Ele não era de se curvar às barreiras. Havia aprendido que ser forte também é uma questão de treinamento, de aprimoramento. Habitava nele uma força interior que impulsionava a energia para a execução e a transposição de qualquer obstáculo.

Tem gente que olha para o céu e agradece quando as oportunidades surgem ainda que venham acompanhadas de dedicação extrema, de trabalho árduo. Gente que acolhe uma missão e por ela se transforma no melhor que pode ser. Gente que não se acomoda, que encara, vai à luta, mesmo diante das dificuldades e da desconfiança dos outros, das indagações constantes sobre se é ou não capaz de dar conta do que está por vir. É claro que ele é capaz. Ele acredita nisso e faz acontecer.

Dá a sensação de que pessoas com esse perfil de enfrentamento e superação trazem em seu DNA a marca da coragem, apesar de todo medo pelo novo, pela missão grandiosa que pode estar por vir. Seria bom se os jovens fossem incentivados e encorajados a darem o melhor de si para vencerem a si mesmo e aos desafios impostos pela vida. Podem ser grandiosas oportunidades de crescimento e evolução, instrumentos úteis à formação de uma sociedade em que superar desafios pessoais em prol de um objetivo, de um projeto, de um trabalho seja valorizado.

Não é questão de retorno financeiro. Não apenas. É questão também de repercussão social. De ser exemplo para outras pessoas que continuam investindo sua energia e acreditando que vencer obstáculos pode ser uma forma eloquente de crescimento pessoal e profissional. Ser jovem que ensina jovem; que acredita em jovem; que aprende com jovem; que compartilha com jovem. Ser jovem que vai encarar sim, o que der e vier, com dignidade e hombridade. É disso que estou falando.

Que esse jovem corajoso que vai vencer o mundo – o seu mundo, tenha força e sabedoria para investir o mais nobre de si na construção de algo melhor. Há que se endossar cada palavra e concordar com Gonzaguinha quando pronunciou a bela canção que diz assim: “Eu acredito é na rapaziada/ que segue em frente e segura o rojão/ eu ponho fé é na fé da moçada/ que não foge da fera e enfrenta o leão. Eu vou à luta com essa juventude/Que não corre da raia a troco de nada/Eu vou no bloco dessa mocidade/Que não tá na saudade e constrói a manhã desejada.”

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Retrospectiva 2020

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Em pouco mais de um ano assinando esta coluna de educação financeira, já é meu segundo mês de dezembro fazendo parte da incrível equipe de A VOZ DA SERRA. Este, já é o segundo texto tratando da retrospectiva anual – e, cá entre nós, um ano bastante louco. Enfim, gostei tanto da ideia de escrever sobre retrospectivas que o processo vai se tornar habitual: nas últimas semanas de dezembro, podem contar comigo para uma rápida retrospectiva econômica e financeira do ano.

Em pouco mais de um ano assinando esta coluna de educação financeira, já é meu segundo mês de dezembro fazendo parte da incrível equipe de A VOZ DA SERRA. Este, já é o segundo texto tratando da retrospectiva anual – e, cá entre nós, um ano bastante louco. Enfim, gostei tanto da ideia de escrever sobre retrospectivas que o processo vai se tornar habitual: nas últimas semanas de dezembro, podem contar comigo para uma rápida retrospectiva econômica e financeira do ano.

Entretanto, voltando ao “ano bastante louco”, é hora de começarmos a falar sobre 2020; período claramente marcado, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), pela “maior crise sanitária mundial da nossa época”: a pandemia da Covid-19. O ano começou com muita expectativa positiva: o Ibovespa alcançava recordes históricos; o número de CPFs cadastrados na B3 (a bolsa de valores do Brasil) aumentava consideravelmente; vínhamos de aprovações de importantes reformas no Congresso; e, apesar do baixo crescimento em 2019, as projeções para o PIB em 2020 estavam relativamente altas. Bom... tudo parecia ir por água abaixo quando o mundo passou a sofrer os impactos do lockdown (necessário) e, em março, seis circuit breakers marcaram o processo de queda do principal índice brasileiro em mais de 46%. Não satisfeito, março também nos reservara uma guerra comercial entre Rússia e Arábia Saudita. O motivo? Petróleo!

Em meio a quarentenas, isolamentos e lockdowns, o mundo se viu estagnado e a grande commodity estava diante de um grande processo de ajustes entre oferta e demanda; trazendo a tona o resultado dessa equação: mudança nos preços. Durante o processo de desvalorização que se estendia desde o final de 2019, a cotação do petróleo tipo Brent sofreu desvalorização de 30% da noite para o dia ao abrirem os mercados de negociação no dia 9 de março; resultado do aumento da oferta e redução de até 20% do preço do petróleo bruto fornecido pela Arábia Saudita. Foi o estopim para uma longa fase de acordos internacionais até definir um consenso entre preços e produção.

A propósito, como entramos no assunto de políticas comerciais internacionais, vale ressaltar o que era para ser a grande “cereja do bolo” para 2020; o acontecimento que seria (e reafirmo, seria) o principal agente responsável pelas incertezas do ano: as eleições americanas. Nos últimos anos, as relações comerciais e diplomáticas entre China e EUA não têm sido nada saudáveis e a derrota de Trump pode marcar o início de novas estratégias coalizão entre os países. Contudo, uma coisa é certa: China é a mais nova superpotência e pode, sim, por fim ao imperialismo estadunidense. Portanto, cabe a estes países elaborar estratégias saudáveis, mas projetar possibilidades é muita especulação e prefiro controlar a ansiedade enquanto aguardo o tempo trazer nossas respostas.

Contudo, não param por aí os dados de impactos negativos. Como efeito colateral ao ano atípico, o índice de desemprego aumentou (crescente e a 14,6% no final do 3T20), a expressividade da população em situação de insegurança alimentar também é maior (no mundo, dois bilhões de pessoas são incapazes de ter acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para o ano inteiro) e o número de empresas declarando falência também teve maior relevância (mais de 700 mil empresas fechadas). Nesta quarta-feira, 16, enquanto escrevia esta coluna, o mundo computava mais de 73,5 milhões de casos notificados e 1,6 milhão de mortes decorrentes da nova doença; números brutais capazes de evidenciar o alto impacto direto sobre a humanidade.

Precisamos ambientar nossos processos econômicos a fim de estabelecer modelos capazes de compreender e considerar aspectos humanos e naturais. Ainda há muito o que estudar. Sorte a nossa termos tempo e pessoas dispostas ao novo ao nosso lado para as futuras conquistas. Como vemos, nos ciclos, as possibilidades de recomeço, que 2021 seja de esperanças renovadas.

 

 

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Breve história da assistência hospitalar

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Desde a ocupação do Brasil, os portugueses nunca se preocuparam com a assistência hospitalar de seus colonos e colonizados. Esta função era exercida pelas Irmandades da Misericórdia cujo estatuto visava, entre outras obras piedosas e caritativas, a cura dos enfermos. Estabelecidas no Brasil nas vilas mais importantes a partir de meados do século 16, as irmandades eram associações constituídas por pessoas católicas de posses, denominadas de confrades ou irmãos. Eram dirigidas por um provedor, função muito disputada, por mordomos, mesários e oficiais.

Desde a ocupação do Brasil, os portugueses nunca se preocuparam com a assistência hospitalar de seus colonos e colonizados. Esta função era exercida pelas Irmandades da Misericórdia cujo estatuto visava, entre outras obras piedosas e caritativas, a cura dos enfermos. Estabelecidas no Brasil nas vilas mais importantes a partir de meados do século 16, as irmandades eram associações constituídas por pessoas católicas de posses, denominadas de confrades ou irmãos. Eram dirigidas por um provedor, função muito disputada, por mordomos, mesários e oficiais. O provedor era geralmente um indivíduo muito rico ou com alto cargo na administração do governo.

As obras de misericórdia eram espirituais e corporais sendo relacionadas no “compromisso”. Entre as corporais deveriam remir os cativos, visitar os presos, curar os enfermos, cobrir os nus, dar de comer aos famintos, dar de beber a quem tem sede, dar pouso aos peregrinos e enterrar os mortos. As irmandades instalavam santas casas, também conhecidas como nosocômios, casas de expostos e rodas, bem como recolhimentos de órfãos para crianças enjeitadas. Era a única assistência à infância nos quatro primeiros séculos de nossa história.

Igualmente as irmandades alimentavam os presos das cadeias pois o governo não fornecia o seu sustento até o século 19. Para aumentar as suas rendas o governo lhes autorizava explorar o serviço funerário na arrecadação do imposto da tumba. O cemitério da vila de Nova Friburgo era administrado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, fundada em 11 de julho de 1858. As irmandades mantinham-se graças ao auxílio dos particulares e do povo em geral. Recebiam de testamentos somas de dinheiro, mantimentos, escravos, fazendas de cultura e criação, prédios, entre outros legados. Mesmo assim sempre enfrentaram dificuldade financeira para dar conta de atender a população pobre e desassistida.

Não se pode afirmar que o atendimento nas santas casas era dos melhores e daí o medo geral da população dos hospitais. O índice de mortalidade era altíssimo. Já os ricos se tratavam apenas em casa. As santas casas de misericórdia recebiam escravos, alienados mentais, pacientes com todo tipo de doença infectocontagiosa, à exceção dos leprosos que eram encaminhados para os lazaretos.

No século 19, na vila de Nova Friburgo a Câmara Municipal estimulava pessoas caridosas a ampararem os idosos e inválidos e fornecia medicamentos aos “indigentes”. Procurava-se por famílias para abrigar crianças expostas ou abandonadas. Até aproximadamente o primeiro quartel do século 20, o governo geral ainda era ausente no campo da assistência hospitalar. Os indigentes, desvalidos e enfermos pobres contavam tão somente com as santas casas de misericórdia, algum auxílio das câmaras e da caridade da população. Os médicos colaboravam e davam assistência gratuita às classes sociais desfavorecidas.

Na segunda década do século 20 a Benemérita Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Nova Friburgo prestava auxílio aos doentes carentes na Santa Casa. Com a construção do Hospital Regional de Nova Friburgo (atual Raul Sertã) a irmandade passou a administrá-lo juntamente com a prefeitura que assumiu depois toda a gestão. A criação do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não resolveu o problema da população desfavorecida pois dava atendimento hospitalar somente às pessoas que tinham carteira de trabalho, ficando fora os trabalhadores informais e os trabalhadores do campo, que eram a maioria. Eram registrados como “indigentes” pois não tinham direitos.

Foi graças ao médico Hésio de Albuquerque Cordeiro (1942-2020), criador do Sistema Único de Saúde (SUS), que o serviço clínico e hospitalar se universalizou dando acesso gratuito a todos os brasileiros. Foi um grande avanço na história da saúde coletiva do país. Pioneiro na articulação entre medicina e ciências sociais, Cordeiro criou um sistema público de saúde menos excludente e desigual.

Atualmente sete em cada dez brasileiros dependem do SUS que é financiado com recursos dos governos federal, estadual e municipal. O município tem que aportar pelo menos 15% de sua receita. O problema é que os municípios e os estados estão sendo cada vez mais pressionados pelo Governo Federal para colocar mais recursos.  No SUS existe o programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) considerado um dos melhores programas de saúde pública do mundo, segundo a OMS, a Organização Mundial de Saúde. Constituído por agentes de saúde, na maioria mulheres e que moram nas comunidades, atendem determinado número de famílias a domicílio.

Fazem parte de cada núcleo da ESF um médico, uma enfermeira e um auxiliar de enfermagem. Os agentes visitam as famílias orientando no pré-natal, controle da pressão arterial, cuidados básicos da higiene etc. Este programa atende 160 milhões de brasileiros. Quando não conseguem resolver o caso em nível domiciliar as pessoas são encaminhadas para as unidades básicas de saúde. Existem mais de 40 mil espalhadas pelo país.

Porém, como essas unidades básicas não funcionam a contento, as pessoas naturalmente se dirigem ao pronto-socorro dos hospitais que ficam congestionados. Logo, dão injustamente uma péssima imagem do SUS. Porém, o problema não é propriamente do sistema e sim da má gestão e corrupção neste setor. O mais temerário é que o Governo Federal vem diminuindo a cada ano o orçamento da saúde e para 2021 houve mais um corte de recursos minando este sistema. Ainda que com todos os problemas, alguém já disse que se não fosse o SUS, seria a barbárie.

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    Hésio Cordeiro(1942-2020) criador do SUS implantou um sistema público de saúde favorecendo as classes populares

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    Alimentos levados à cadeia pela Irmandade do Santíssimo Sacramento,1839, Jean-Baptiste Debret

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    Santa Casa de Misericórdia de Nova Friburgo, 1948

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Lições da perda

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Alguém disse: “Quando você perder, não perca a lição.” Os únicos erros que estamos condenados a repetir são os que falhamos em tentar aprender com eles. Cometer erros ocorre com todos nós em relação a muitas coisas, compras, vendas, decisões, relacionamentos. As pessoas mais brilhantes cometem erros. As pessoas inteligentes cometem erros. As pessoas com inteligência emocional e humildade cometem erros e aprendem com eles. Isto porque elas pensam no que fizeram e no que erraram. E tentam se lembrar disto mais adiante na vida delas.

Alguém disse: “Quando você perder, não perca a lição.” Os únicos erros que estamos condenados a repetir são os que falhamos em tentar aprender com eles. Cometer erros ocorre com todos nós em relação a muitas coisas, compras, vendas, decisões, relacionamentos. As pessoas mais brilhantes cometem erros. As pessoas inteligentes cometem erros. As pessoas com inteligência emocional e humildade cometem erros e aprendem com eles. Isto porque elas pensam no que fizeram e no que erraram. E tentam se lembrar disto mais adiante na vida delas.

As pessoas mais impulsivas, as que vivem muito no automático rotineiro podem ter mais dificuldade em perceber seus erros e aprender com eles. Viver no automático significa não pensar sobre seu próprio comportamento, falta de auto-observação, necessidade de melhor e mais abrangente consciência de si. É possível conseguir isto.

A vida prática (não idealizada) tem mais que ver com a busca de atingirmos alvos e menos com sempre acertar. Acertar é um processo. Por exemplo, você consegue acertar o tempo todo sem cometer erros em todos os seus relacionamentos? Em muitas coisas na vida nós arriscamos e falhamos mesmo querendo acertar. Daí se faz necessário redimensionar a diferença entre o que almejamos e o que realmente alcançamos. Alguém disse que a vida deveria ser duas, uma para ensaiar e outra para viver. Mas como é uma só, acertamos e erramos. E o mais importante, então, é aprender com o que erramos para que possamos tentar evitar repetir os mesmos erros depois com seus consequentes sofrimentos.

Se você somente lamentar pela perda ou falha cometida ou se atacar por ter errado e nunca usar isto como aprendizado, terá perdido algo importante. Provavelmente cometerá o mesmo erro várias vezes e terá sofrimentos desnecessários em si e os provocará nos outros. Se você não se curar do que te feriu, você vai sangrar em cima de pessoas que não te cortaram. Ou seja, se você não aprende com seus erros, vai machucar pessoas que não tem nada que ver com eles.

Um ditado usado em grupos de ajuda mútua diz que insanidade é você repetir os mesmos erros e querer resultados diferentes. E muitos fazem isso. Repetem os mesmos erros vez após vez. Por que não aprendem? Será que só aprenderão com a dor?

Infelizmente sim. Muitos aprendem somente com o sofrimento e quando chegam no fundo do poço. Quando você chega no fundo de um poço não tem mais para onde descer. Fundo de poço pode ser coisas diferentes para pessoas diferentes. Para uns pode ser o divórcio, para outros a prisão, ou a falência financeira, uma doença grave por descuido da saúde, uma internação na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de um hospital devido à uma overdose de álcool ou outra droga, entre outras coisas.

Mas podemos aprender. Podemos aprender com nossos erros. Podemos aprender. Mas a pergunta é: Está você aberto, aberta para aprender? Quer aprender com seus erros? Ou ainda não está pronto (ou pronta), para amadurecer naqueles aspectos nos quais você mais repetidamente erra?

Quando é que uma pessoa não está pronta para evitar erros? Quando ela permanece na negação, o que significa não admitir que tem problemas e negar que causa problemas para os outros devido ao seu jeito de agir. Uma pessoa não está ainda pronta para evitar erros quando ela é orgulhosa, arrogante, corrupta contumaz, e carente de humildade, mansidão e honestidade.

Quando você perder, não perca a lição. Abra os olhos da consciência. Ao invés de se perguntar: “Por que isto ocorreu comigo?”, troque para: “Para que isto ocorreu comigo? O que posso aprender com isto?” Esta é uma postura sábia que promoverá alívio de sofrimentos desnecessários na vida.

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A fé vitoriosa

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio:

— Nenhuma escola religiosa triunfará com o Pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros.

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio:

— Nenhuma escola religiosa triunfará com o Pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros.

E talvez porque se manifestasse justificada expectativa em torno dos apólogos que a sua divina palavra sabia tecer, contou, muito calmo:

— Na época da fé selvagem, três homens primitivos com as suas famílias se localizaram em vasta floresta e, findo algum tempo de convívio fraternal, passaram a discutir sobre a natureza do criador. Um deles pretendia que o todo-poderoso vivia no trovão, outro acreditava que o pai residisse no vento e o terceiro, que ele morasse no sol. Todos se sentiam filhos d’Ele, mas queriam à viva força a preponderância individual nos pontos de vista. Depois de ásperas altercações, guerrearam abertamente.

Um dos três se munira de pesada carga de minério, outro reuniu grande acervo de pedras e o último se ocultara por trás de compacto monte de madeira. Achas de lenha e rudes calhaus eram as armas do grande conflito.

Invocam todos a proteção do supremo senhor para os seus núcleos familiares e empenhavam-se em luta. E tamanhas foram as perturbações que espalharam na floresta, prejudicando as árvores e os animais que lhes sofreram a flagelação, que o todo-compassivo lhes enviou um anjo amigo.

O mensageiro visitou-lhes o reduto, na forma de um homem vulgar, e, longe de retirar-lhes os instrumentos com que destruíam a vida, afirmou que os patrimônios de que dispunham eram todos preciosos entre si, elucidando-os tão-somente de que necessitavam imprimir nova direção às atividades em curso.

Explicou-lhes que os três estavam certos na crença que alimentavam, porque Deus reside no sol que sustenta as criaturas, no vento que auxilia a natureza e no trovão que renova a atmosfera. E, com muita paciência, esclareceu a todos que o criador só pode ser honrado pelos homens, através do trabalho digno e proveitoso, ensinando o primeiro a transformar os duros fragmentos de minério em utensílios para o trato da terra, nas ocasiões de sementeira; ao segundo, a converter as achas de lenha em peças valiosas ao bem-estar, e, ao terceiro, a utilizar as pedras comuns na edificação de abrigos confortáveis, acrescentando, em tudo, a boa doutrina do serviço pelo progresso e aperfeiçoamento geral. Os contendores compreenderam, então, a grandeza da fé vitoriosa pela ação edificante, e a discórdia terminou para sempre...

O mestre fez pequena pausa e aduziu:

— Em matéria religiosa, cada crente possui razões respeitáveis e detém preciosas possibilidades que devem ser aproveitadas no engrandecimento da vida e do tempo, glorificando o Pai. Quando a criatura, porém, guarda a bênção do Céu e nada realiza de bom, em favor dos semelhantes e a benefício de si mesma, assemelha-se ao avarento que se precipita no inferno da sede e da fome, no intuito de esconder, indebitamente, a riqueza que Deus lhe emprestou. Por isto mesmo, a fé que não ajuda, não instrui e nem consola, não passa de escura vaidade do coração. Pesado silêncio desceu sobre todos e André baixou os olhos tímidos, para melhor fixar a mensagem de luz.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Mudança de AM para FM

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A nossa eternamente querida Rádio Nova Friburgo que em junho de 2021 vai completar 75 anos de existência, está há dias de um passo importantíssimo em sua admirável trajetória histórica.

A partir da próxima segunda-feira, 21, a emissora deixará de ser AM, passando assim a operar em FM (frequência modulada) podendo ser sintonizada no canal 107,5, com maior alcance e melhor qualidade de som.

Idade nova no dia 20

A nossa eternamente querida Rádio Nova Friburgo que em junho de 2021 vai completar 75 anos de existência, está há dias de um passo importantíssimo em sua admirável trajetória histórica.

A partir da próxima segunda-feira, 21, a emissora deixará de ser AM, passando assim a operar em FM (frequência modulada) podendo ser sintonizada no canal 107,5, com maior alcance e melhor qualidade de som.

Idade nova no dia 20

No próximo domingo, 20, o dia será todo do querido garotão, o galã da foto, Miguel Almeida Oliveira Ferreira de Souza. Neste dia especial, ele vai completar seu 13° aniversário para alegria maior dos pais Adão e Jane.

Se unindo aos seus irmãos Marcos Nilo e Mônica Duda, assim como demais familiares e muitos amigos do CEC, onde ele é um aplicado aluno, enviamos os parabéns com os votos de tudo de bom ao querido Miguel.

Vivas ao super Ed

Renovadas congratulações ao prezado amigo e conhecido cidadão angrense que encontra-se há muitas décadas radicado em Nova Friburgo, Edemorino Raimundo Oliveira. Ele estreou nova idade na última sexta-feira, 11, e, por isso, merece os parabéns.

Ao querido Ed, que aparece aí na foto com a amada esposa, Ângela Maria, enviamos os nossos votos de contínuas felicidades, sucessos, saúde e tudo de bom extensivo também a sua linda família.

Livro ficou para hoje

O lançamento do livro "O mundo é pequeno demais para nós dois", que o simpático George dos Santos Pacheco lançaria na noite de terça-feira passada, dia 8, conforme inclusive Etc & Etc noticiou na última edição, acabou não ocorrendo devido as fortes chuvas que caíram naquela oportunidade em Nova Friburgo, causando sérios transtornos.

Em razão disso, o lançamento ocorrerá na noite de hoje, dia 15, no Grão Café. Vamos conferir!

Marcelle aniversariou

Ainda em tempo de satisfação, que por sinal foi compartilhada pelos familiares e muitos amigos, parabéns uma vez mais à sempre bela e simpática Marcelle Braune (foto).

Isso por que ela celebrou mais um ano de vida e, merecidamente, recebeu o carinho especial de suas filhas Mariana e Luísa, e do neto João Marcelo. Vivas para a Marcelle!

Bonde da Gambiarra é bronze!

A querida jovem Ilana Guilland é, sem dúvida, uma garota de ouro e mais uma vez encheu os pais Rose e o admirado jornalista Girlan Guilland,  de orgulho e felicidade ao receber, no último dia 9, juntamente com seus familiares e amigos a medalha de bronze no concurso ‘Brasil Design Award 2020’, categoria Impacto Positivo.

Tão importante conquista foi obtida por Ilana com o seu projeto de conclusão da graduação na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), intitulado "O Bonde da Gambiarra".

Como esta nossa coluna anunciou na semana passada, a premiação - uma das mais importantes do setor em âmbito nacional - foi transmitida numa live especial, na última quarta-feira, 9, pelo canal do YouTube da Abedesign, a Associação Brasileira das Empresas de Design, que promove o BDA há dez anos consecutivamente.

Parabéns à Ilana que foi uma das três vencedores entre os quase 200 trabalhos inscritos e que contou com mais de 1.400 participações de profissionais das maiores empresas brasileiras, entre as quais Bradesco, Itaú, Cielo, Credicard, Kopenhagen, Natura e O Globo e revista Época, entre outros.

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“Estai sempre alegres!” (1Ts 5,16)

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Esta semana a liturgia da Igreja Católica celebrou o ‘Domingo Gaudete’, conhecido como o Domingo da Alegria. Isto inspirado pelas palavras do apóstolo Paulo na segunda leitura: “Estai sempre alegres!” (1Ts 5,16). É verdade que, à primeira vista, estas palavras nos incomodam profundamente. Questionamentos como: não posso me entristecer? Como ser alegre o tempo todo com tudo isto que está acontecendo ao nosso redor? São apenas alguns dos que vêm em nossa mente.

Esta semana a liturgia da Igreja Católica celebrou o ‘Domingo Gaudete’, conhecido como o Domingo da Alegria. Isto inspirado pelas palavras do apóstolo Paulo na segunda leitura: “Estai sempre alegres!” (1Ts 5,16). É verdade que, à primeira vista, estas palavras nos incomodam profundamente. Questionamentos como: não posso me entristecer? Como ser alegre o tempo todo com tudo isto que está acontecendo ao nosso redor? São apenas alguns dos que vêm em nossa mente.

Quando nos deparamos com a limitação da nossa condição humana e/ou com as dores e sofrimentos é comum, e até normal, nos entristecermos e nos abatermos. Estes sentimentos não são contrários à alegria de que fala São Paulo. Ela é capaz de sobreviver, inclusive, em meio às dificuldades. Ela subsiste sempre! É compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. Não é uma alegria qualquer!

O Papa Francisco advertiu, em uma de suas homilias, que a alegria deve ser a respiração do cristão. Mas, esclareceu: “A alegria não é viver de risada em risada. Não, não é isso. A alegria não é ser engraçado. Não, não é isso. É outra coisa. A alegria cristã é a paz. A paz que está nas raízes, a paz do coração, a paz que somente Deus pode nos dar. Esta é a alegria cristã. Não é fácil preservar esta alegria” (28 de mai. 2018).

As dificuldades sempre estarão presentes em nossas vidas. Contudo, estas contrariedades não podem nos roubar a alegria. Elas são uma realidade com a qual temos que conviver. E nossa alegria não pode ficar à espera de dias sem contratempos, sem tentações e dores.

O santo padre ao falar sobre a santidade no mundo atual, lembrou que “existem momentos difíceis, tempos de cruz, mas nada pode destruir a alegria sobrenatural, que ‘se adapta e transforma, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados’. É uma segurança interior, uma serenidade cheia de esperança que proporciona uma satisfação espiritual incompreensível à luz dos critérios mundanos” (Gaudete et exultate, 125).

A alegria verdadeira tem um fundamento sólido, não se apoia em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade, situação econômica desafogada e tantas outras. Estas, sem dúvida, são coisas boas, mas não podem garantir a alegria eterna do coração. É preciso descobrirmos todos os dias que a base sólida da alegria de que nos fala o apóstolo é a certeza de que o Senhor está sempre perto de nós.

Assim, só “poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente presente na nossa vida, se não o tivermos perdido, se não tivermos os olhos turvados pela tibieza ou pela falta de generosidade” (Falar com Deus I, p.78). Em muitas ocasiões, principalmente em tempos difíceis como este que vivemos, é necessário nos dirigir a Deus num diálogo íntimo e sincero, abrindo nossa alma com toda confiança no Deus que se fez próximo de nós, que tocou a nossa dor. Nesta relação de amor e confiança encontraremos a fonte da verdadeira e eterna alegria. “Ainda um pouco de tempo – sem dúvida, bem pouco –, e o que há de vir virá e não tardará” (Hb 10,37) e com ele chegarão a paz e a alegria!

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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O cotidiano sob os olhos do cronista

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Ao pegar o livro de crônicas do nosso professor de português Robério José Canto, O Dia em que o Trem não Chegou, sua última publicação, em que ele reúne crônicas publicadas, tive o prazer de me deliciar com seus textos, tão bem escritos. Ah, como ele sabe usar o humor e a ironia com maestria! Para compô-lo, além do mais, é preciso ter o domínio da nossa língua, tão complexa e delicada, mesmo que romântica. 

Ao pegar o livro de crônicas do nosso professor de português Robério José Canto, O Dia em que o Trem não Chegou, sua última publicação, em que ele reúne crônicas publicadas, tive o prazer de me deliciar com seus textos, tão bem escritos. Ah, como ele sabe usar o humor e a ironia com maestria! Para compô-lo, além do mais, é preciso ter o domínio da nossa língua, tão complexa e delicada, mesmo que romântica. 

Eu diria que a crônica é como um estalo, tal qual o estouro de uma bola de inflar, que expõe um momento do cotidiano de um lugar. Que mostra de maneira inteligente o que está acontecendo sob o ponto de vista de um observador atento e minucioso. Talvez o cronista seja o escritor que mais precise de feeling para captar como as pessoas estão vivendo e reagindo, experimentando esperanças e fazendo o acontecer. Entre o abrir e o fechar de olhos, o cronista nota algo para refletir e comentar. É um ser em busca de motivos para sentir-se inserido e justificar suas inquietações. Fazer-se escritor. Pode ser um fato corriqueiro, porém revelado com criatividade e arte. Seu trunfo é a capacidade que possui de transformar o que já é sabido em algo interessante, de revelar um ponto de vista com sabedoria, como um gato debaixo de uma janela pode ser uma situação divina ao cronista, tal qual considerou nosso professor Robério em sua publicação anterior. 

A palavra crônica vem do latim chronica, que significa a narração a respeito de um acontecimento, respeitando a ordem dos fatos. A crônica nasceu na antiguidade, surgiu quando os reis precisavam de ter ciência dos fatos, das transações e dos conflitos; era um relato minucioso dos acontecimentos feito por um enviado. É um estilo literário que se caracteriza por uma narrativa curta, que não se detém com profundidade em um tema. Hoje, é um texto publicado em revistas e jornais.

Há leitores que apontam a crônica como sua leitura preferida, talvez por ser o cronista um filósofo, um pensador do seu tempo, que conversa de modo informal com pessoas da sua geração. Robério proseia sobre as verdades do Brasil com sutileza, sobre a vida, trazendo à tona fatos inusitados de tempos e lugares diferentes, bem como capta os mínimos detalhes da vida, enriquecendo-os com ditos populares. 

É um livro que pode ser lido com a tranquilidade dos pombos, uma vez que o leitor tem a prerrogativa de escolher os textos sem se preocupar com a sequência para, depois, deitar-se sob as nuvens da tarde e pensar, dormitar, ler...        

 

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A VOZ DA SERRA faz história na história de Nova Friburgo!

sábado, 12 de dezembro de 2020

Como teria sido viver na Chácara do Chalet e ter pertencido a uma aristocracia que frequentava as festas, bailes, concertos e exposições de arte no casarão, o chalet do Barão de Nova Friburgo? Eu imagino o encantamento de se ter, entre os convidados, o imperador D. Pedro II e a imperatriz Thereza Christina. No passar do tempo, o glamour não se perdeu e o Caderno Z traz um tanto de conhecimentos do muito que se tem para saber. Como bem disse o ex presidente do Nova Friburgo Country Clube, Roosevelt Concy, “respire fundo, a história está no ar”.

Como teria sido viver na Chácara do Chalet e ter pertencido a uma aristocracia que frequentava as festas, bailes, concertos e exposições de arte no casarão, o chalet do Barão de Nova Friburgo? Eu imagino o encantamento de se ter, entre os convidados, o imperador D. Pedro II e a imperatriz Thereza Christina. No passar do tempo, o glamour não se perdeu e o Caderno Z traz um tanto de conhecimentos do muito que se tem para saber. Como bem disse o ex presidente do Nova Friburgo Country Clube, Roosevelt Concy, “respire fundo, a história está no ar”. Apesar de todas as dificuldades vividas em 2020, para o atual presidente do clube, Celso de Oliveira Santos, a gestão conseguiu “avançar com o restauro do Chalet” graças ao empenho dos sócios e dos abnegados amigos colaboradores.

“A redescoberta de um bem precioso” traz o relato da historiadora Vanessa Melnixenco e do curador do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, Luís Fernando Folly. Desde as paredes de taipa aos trabalhos de decoração, o casarão retrata o bom gosto do Barão Antônio Clemente Pinto. Nas obras de restauração, o cuidado minucioso de manter a criação primeira foi fundamental para o primor do restauro. “Os retoques foram feitos pontualmente de forma a interferir o menos possível no desenho original”.

A pesquisadora, Camila Dias Amaduro, graduada em História, conta-nos que a fortuna do Barão chegou a ser mais volumosa do que a do próprio imperador. Porém, ele era um empreendedor bem sucedido que deu início “a um processo de desenvolvimento e urbanização” não somente em Nova Friburgo, mas em regiões vizinhas. Fascinante também é a histórica colher de pedreiro, a trolha do Chalet, símbolo maçônico do início das obras e que foi oferecida ao imperador D. Pedro II.

Um povo que preserva a sua história tem muitas chances de lançar uma visão mais aguçada para o futuro. Isso porque o passado é um grande livro de experiências, sejam elas positivas ou não, todas nos deixam ensinamentos. Por essa razão, um brinde ao lançamento do livro “Memórias do Legislativo Friburguense, 200 anos de História da Câmara Municipal de Nova Friburgo”. A obra conta com a participação de renomados historiadores, contando ainda com pesquisas em livros de atas e documentos disponíveis na Fundação Dom João VI. Nossa cidade agradece e parabéns a todos os envolvidos.

Em “Esportes”, Vinicius Gastin nos contempla com mais história e as  expectativas do Nova Friburgo Futebol Clube. Luiz Fernando Bachini e Juca Bravo Berbert (meu primo) esbanjam otimismo para 2021, na estimativa de vencerem as dificuldades impostas neste ano, por conta da pandemia. Sucesso!

O paratleta friburguense, Rodrigo Garcia, está com um sorriso ainda mais intenso, pois, entre os projetos da categoria A da Lei Aldir Blanc, está o documentário “No mar”, que narra a sua relação com a natação. Sua trajetória é mesmo digna de louvor.

A pandemia está aí com bandeira vermelha. O comércio tem autorização para funcionar com horário estendido, como de costume, na época natalina. Espera-se que o povo não forme aglomerações nas lojas e que os lojistas saibam controlar a invasão dos consumidores. O Natal é todo dia e ninguém se afobe, extrapolando as medidas de restrições, porque o melhor presente é ainda a preservação da vida. Falando nisso, mil vivas para o querido Pedro Osmar que se recupera da Covid-19 e já teve alta do Hospital Raul Sertã.

O centenário de Clarice Lispector neste mês de dezembro é uma comemoração importante, pois somos apaixonados pela sua pessoa singular e sua grandiosa obra literária. Há registros na Fundação Dom João VI de que Clarice visitou nossa cidade durante um fim de semana e escreveu, em sua coluna no Jornal do Brasil, alguns elogios: “Friburgo me fascina. Tem casas cor-de-rosa e azul. A natureza fica tranquila quando chove”. Sem tirar o brilho dos elogios de Clarice, se tem uma coisa que tira o sossego dos friburguenses, ultimamente, é quando chove. Ainda mais se for um temporal de verão!

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