Recomeçar com responsabilidade

A Voz da Diocese

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 04 de janeiro de 2021

Ao iniciar um novo ano, um novo ciclo de vida, de sonhos e experiências, renasce no coração da humanidade a esperança de um futuro melhor. O ano de 2021 não seria diferente. Na verdade, a expectativa desta nova fase deu-nos forças para chegar ao fim de 2020, superando cada adversidade que nos sobreveio.

Mas, o recomeçar de um novo ano, por si só, não mudará a realidade vivida por nós. Não podemos entregar a vida e o futuro nas mãos do destino. É tempo de recomeçar e dar sentido à nossa vida, traçar metas, delinear soluções e ampliar a mente e o coração na certeza de que não estamos sozinhos e de que ninguém pode viver só.

Neste sentido, o Papa Francisco no último domingo, 3, em sua alocução ao final do Angelus chamou-nos a atenção para a responsabilidade individual, principal ferramenta para conter a disseminação da Covid-19.“Sabemos que as coisas vão melhorar na medida em que, com a ajuda de Deus, trabalharemos juntos para o bem comum, colocando no centro os mais fracos e desfavorecidos. Não sabemos o que 2021 vai nos reservar, mas o que cada um de nós e todos nós juntos podemos fazer é nos comprometer um pouco mais a cuidar uns dos outros e da criação, a nossa casa comum” (Angelus, 03 jan. 2020).

Infelizmente, neste ano em que temos alimentado nossa esperança com a descoberta das vacinas contra o novo coronavírus, também temos testemunhado o crescimento exacerbado de pensamentos e atitudes individualistas. Contudo, esta mesma esperança tem sido ceifada pelo vírus do egoísmo e da indiferença, pois a busca de interesses partidários e nacionalismos fechados, que maculam o verdadeiro valor de sermos uma família humana, tem impedido que este bem seja acessível a todos.

Neste sentido, o sumo pontífice advertiu: “Não podemos deixar que nos vença o vírus do individualismo radical, tornando-nos indiferentes ao sofrimento doutros irmãos e irmãs. Não posso passar à frente dos outros, colocando as leis do mercado e das patentes de invenção acima das leis do amor e da saúde da humanidade”. E, concluiu: “Peço a todos, nomeadamente aos líderes dos Estados, às empresas, aos organismos internacionais, que promovam a cooperação, e não a concorrência, na busca de uma solução para todos: vacinas para todos, especialmente para os mais vulneráveis e necessitados em todas as regiões da Terra. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis e necessitados!” (Mensagem Urbi et orbi, 25 de dezembro de 2020).

Esta denúncia e apelo do santo padre, nos alerta para a necessidade de vencer a tentação de cuidar apenas dos próprios interesses, buscando satisfazer apenas o próprio prazer. Cada um de nós deve ser protagonista na batalha contra estes vírus que ameaçam a nossa sadia convivência como irmãos, herdeiros do mesmo amor de Pai. É urgente e necessário que todos nós, assumindo nosso lugar no mundo, cuidemos uns dos outros. Atitudes simples poderão salvar a vida de muitas pessoas. Cada qual cuidando de si, cuidaremos de todos.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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