Blogs

Segue o jogo

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Para pensar:
"O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo.”
Júlio e Augusto Hare

Para refletir:
“Não há contradição entre disciplina e iniciativa. Elas complementam-se.”
Textos judaicos

Segue o jogo

O colunista gostaria de começar os trabalhos de hoje, 12, pedindo desculpas pelo desabafo de ontem, 11, mas realmente a dose de decepção para com pessoas até pouco tempo atrás admiradas foi muito grande.

Para pensar:
"O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo.”
Júlio e Augusto Hare

Para refletir:
“Não há contradição entre disciplina e iniciativa. Elas complementam-se.”
Textos judaicos

Segue o jogo

O colunista gostaria de começar os trabalhos de hoje, 12, pedindo desculpas pelo desabafo de ontem, 11, mas realmente a dose de decepção para com pessoas até pouco tempo atrás admiradas foi muito grande.

A má-fé de tanta gente, especialmente evidente em período eleitoral, só não desanima mais porque felizmente os leitores estão aí para nos lembrar que ainda existe gente disposta a encarar a realidade como ela é, imperfeita, multifacetada, contraditória, e por vezes frustrante.

Termômetro?

Aproveitando a vastidão de sua equipe, a Stam promoveu uma simulação de votação para prefeito entre seus quadros.

Ao todo foram contabilizados 856 votos, o que representa um contingente bastante considerável, ainda que não necessariamente representativo da realidade municipal como um todo.

A coluna naturalmente não pode divulgar o resultado, mas pode dizer que ele está de acordo com as previsões para esse nicho específico do eleitorado, e diverge significativamente da única pesquisa oficial divulgada até o momento em que estas linhas eram escritas.

De olho

Ainda assim, a leitura mais objetiva segue a mesma, quando se observa que o número de votos brancos ou nulos supera, por larga margem, o do candidato mais votado.

A disputa certamente será decidida em seus instantes finais, e esse é mais um motivo para que as autoridades e a sociedade fiquem de olho muito atento para eventuais esquemas de boca de urna.

Ao eleitor, caso seja confrontado com algo do gênero, cabe perguntar: quem financia tais operações?

Como irá governar quem quer vencer a qualquer preço?

Básico

Algumas pessoas andaram dizendo, por leviandade ou incapacidade de compreensão, que a pesquisa publicada por A VOZ DA SERRA havia sido impugnada.

Ora, qualquer um com boa-fé que tivesse buscado se informar teria visto que a que foi impugnada foi outra, sem qualquer relação com o jornal e elaborada em contexto muito, muito diverso.

Sintoma

Uma das atribuições de quem pretende informar ou governar é ter o conhecimento básico a respeito daquilo que está falando.

Quem age desta forma não pode ser nem bom comunicador, nem bom gestor.

Ao contrário, o jornal teve a cautela de adiar a publicação impressa por 24 horas, a fim de que o pedido de impugnação da pesquisa pudesse ser apreciado.

Postura

Como dito ontem, 11, este nunca foi o problema.

Quem agora difama e tenta desacreditar este veículo estaria compartilhando a pesquisa com impulsionamento se o resultado indicado tivesse sido diferente.

Ora, todo mundo é livre para buscar instituições confiáveis e encomendar a realização de uma pesquisa.

Isso não é postura que se espere de quem pretende encarar o desafio de gerir uma cidade em tempos tão turbulentos.

Fila andando

A Prefeitura de Cabo Frio farejou a grande possibilidade de obtenção de investimentos externos ao alcance de cidades fluminenses na atualidade, que a coluna vem abordando há muito tempo, por vezes sendo ironizada por isso.

Nesta segunda-feira, 9, o secretário municipal de Governo de Cabo Frio, Matheus Mônica, foi recebido pelo secretário estadual de Governo, André Lazaroni, e na mesma visita protocolou ofício junto ao Governo do Estado e à Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro disponibilizando áreas para a construção do Autódromo Internacional do Estado do Rio de Janeiro.

Contexto favorável

É evidente, para quem acompanha o esporte, que a Fórmula 1 tem ambições de retornar ao Rio de Janeiro, manifestamente compartilhadas pelo Governo Federal.

A construção da pista em Deodoro, na Zona Oeste da capital, no entanto, vem encontrando (justa) resistência uma vez que o projeto prevê danos irreparáveis à Floresta do Camboatá.

Iniciativa

Diante de tudo isso, Cabo Frio fez o que a coluna diversas vezes sugeriu que Nova Friburgo deveria ter feito.

Apresentou as áreas disponíveis e inclusive levou um projeto prévio para o autódromo. Pesa a favor da cidade litorânea a existência de um aeroporto com capacidade para receber qualquer tipo de carga.

A intenção é fazer de Cabo Frio um centro de desenvolvimento do desporto automobilístico no Brasil.

Tomara que consigam.

Por falar nisso...

E já que mencionamos o esporte a motor, Guilherme Spinelli, de profundas raízes friburguenses e provavelmente o piloto mais consistente do off-road nacional, teve mais uma grande atuação no Rali dos Sertões neste ano, que infelizmente acabou sendo abreviada por uma falha mecânica.

Andando sempre entre os primeiros, Guiga, como é mais conhecido, agora se prepara para competir mais uma vez no maior desafio do mundo em sua especialidade, o Rali Dakar.

Boa sorte, campeão!

Créditos

A coluna pediu os nomes, e foi atendida.

Além do geógrafo Pedro de Paulo, também participaram do resgate da geladeira descartada às margens do Córrego dos Inhames, na Chácara do Paraíso, a engenheira ambiental e sanitária Renata Teixeira; o estudante Carlos Fernando, e os recicladores Eduardo Pimentel e Brasil.

A todos, mais uma vez, fica o agradecimento deste colunista pelo voluntariado em relação a questões que deveriam ser mais abraçadas pela sociedade como um todo.

Registro

Por questões técnicas a coluna não conseguiu publicar ontem, 11, esta fotografia resgatada pelo amigo Girlan Guilland, que mostra o encontro entre o ex-prefeito Paulo Azevedo e o então candidato a presidente da República Fernando Collor de Mello, nos idos de 1989.

Neste dia 11 Paulo Azevedo, que foi uma das vítimas da tragédia climática de janeiro de 2011, teria completado 82 anos.

A coluna não tem o crédito da imagem, embora Girlan acredite que seja de Ezídio Barroso ou do Ricardo Emerich. Se alguém tiver a informação, agradecemos desde já.

Foto da galeria
Registro (Foto: Girlan Guilland)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Quem foi o melhor prefeito de Nova Friburgo?

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Com a proximidade da eleição do novo prefeito de Nova Friburgo, cabe neste momento uma reflexão sobre quem teria sido o melhor gestor público na história política do município. Como a Câmara Municipal exercia no passado a função executiva, a primeira eleição para prefeito em Nova Friburgo ocorreu somente em 1916, sendo eleito Everard Barreto de Andrade. Muitos prefeitos eleitos e interventores passaram pela administração do município e,  na minha opinião, quem mais se destacou como modelo de gestão pública foi César Guinle (1911-1989).

Com a proximidade da eleição do novo prefeito de Nova Friburgo, cabe neste momento uma reflexão sobre quem teria sido o melhor gestor público na história política do município. Como a Câmara Municipal exercia no passado a função executiva, a primeira eleição para prefeito em Nova Friburgo ocorreu somente em 1916, sendo eleito Everard Barreto de Andrade. Muitos prefeitos eleitos e interventores passaram pela administração do município e,  na minha opinião, quem mais se destacou como modelo de gestão pública foi César Guinle (1911-1989).

César era engenheiro e tinha domicílio na chácara do chalet, no Parque São Clemente, que hoje pertence ao Nova Friburgo Country Clube. O seu pai, Eduardo Guinle, adquirira esta propriedade dos descendentes do notório Barão de Nova Friburgo para veranear com a família. A chácara do chalet era uma propriedade produtiva e vendia produtos de granja como flores, frutos, mudas, legumes, animais, ovos, peixes, adubos, madeiras e plantas diversas. A empresa de César Guinle, denominada Parque São Clemente, fabricava material de construção como telhas, tijolos, lajotas, manilhas etc.

Em dado momento, os Guinle foram uma das famílias mais ricas do Brasil. Eduardo Guinle construiu o belíssimo palacete no Rio de Janeiro que é hoje a residência oficial do governador do estado. Porém, César Guinle era de uma geração em que a fortuna da família já não era tão expressiva. César Guinle foi praticamente conduzido por um grupo de políticos locais para disputar o pleito municipal, tendo sido eleito prefeito com a votação de mais da metade da população. Em sua gestão no executivo (1947-1951) promoveu grandes avanços em Nova Friburgo na infraestrutura, nos serviços e na educação.

Guinle seria o novo na velha política friburguense representada por Galiano das Neves Junior, Galdino do Vale Filho e Dante Laginestra. Guinle teve foco em ações estruturantes e a sua primeira empreitada foi a questão energética. A energia elétrica era monopólio da família Arp, que direcionava boa parte da capacidade produtiva das usinas Hans e do Catete para as indústrias têxteis, não podendo em razão disto prover muitos bairros e distritos. Apenas com a finalização da usina de Macabu poderia suprir todo o município com energia elétrica. Guinle não quis esperar e pressionou a empresa Arp a aproveitar a queda d’água do Pinel para fornecer mais energia ao município.

Segundo ele, “os Arp foram alertados para o fato de o povo se revoltar e depredar as instalações da usina e mais, quebrar as fábricas que pertencem ao próprio grupo da companhia. A prefeitura dificilmente teria condições de impedir esse quebra-quebra.” Nos parece que Guinle se referia ao movimento popular que ficou conhecido como “quebra lampiões”, em que a população friburguense protestou contra a Câmara Municipal por criar obstáculos na concessão a Julius Arp de explorar a energia elétrica. A usina do Pinel ficou pronta juntamente com a de Macabu e a energia elétrica foi estendida a diversas localidades do município.

Outra medida estruturante de César Guinle foi a pavimentação de diversas vias  com a construção de estradas. Como empresário,  tinha ciência de que a comunicação era indispensável aos negócios. A companhia telefônica pertencia à família Sertã, sendo Raul Sertã o maior acionista. Porém, por não realizar investimentos, o serviço da empresa telefônica era extremamente precário e limitado.

Guinle, então, contratou o recém-imigrado Johannes Weidauer, aposentado da Siemens alemã e morador de Mury, para assessorá-lo na parte técnica e expandir este serviço. Houve resistência, pois Weidauer era alemão e a população friburguense vivia uma fase de animosidade em relação aos germanos em razão da Segunda Guerra Mundial. O momento era de tensão, tendo sido a Fábrica de Filó de Carl Ernst Otto Siems invadida por populares, o nome de Julius Arp retirado da Praça Payssandu e muitos outros incidentes. Mas César Guinle venceu essas resistências, já que Weidauer era indispensável como assessor técnico para a melhoria da telefonia.

Nova Friburgo, com o sistema de comunicação aprimorado, pôde desenvolver relações comerciais com outros municípios, estados e mesmo países. O prédio onde estava instalada a Uerj é um dos mais importantes patrimônios históricos de Nova Friburgo e atualmente se encontra deteriorado e sem destino. Inúmeros prefeitos e vereadores não conseguiram até hoje dar uma solução para aquele gigante adormecido que abrigou um dos mais importantes estabelecimentos de ensino do país. César Guinle também passou pela mesma situação.

Construído por particulares para ser um cassino, o Cassino Cascata, com a proibição do jogo de azar, este prédio em estilo normando se transformou em um elefante branco. Guinle, juntamente com auxiliares e educadores, a exemplo de Jamil El-Jaick, criou a Empresa Educacional Fluminense e negocia com a Fundação Getúlio Vargas para que entrassem com aporte de capital para a aquisição do Cassino Cascata e estabelecessem um colégio.

Guinle conseguiu até mesmo sensibilizar a população friburguense que, através de subscrição, contribuiu com recursos financeiros para a compra do prédio. Obtendo êxito na negociação, o Colégio Nova Friburgo seguiu os padrões do britânico Summerhill, colocando o município na vanguarda da educação. Como deputado estadual, Guinle tentou colocar Nova Friburgo como capital do estado fluminense no momento em que havia um movimento de interiorização do governo estadual. Mas não obteve votos suficientes. Como nos dias de hoje, o orçamento da prefeitura no passado era igualmente minguado, mas César Guinle, através de articulação com os empresários e o governo federal, conseguiu realizar os seus projetos e desenvolver o município.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aspectos emocionais da infertilidade

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

Não é raro que um casal que tenta ter filhos por vários anos, ao decidir adotar uma criança, depois da adoção ocorre a gravidez. Isto possivelmente pode ser explicado pela diminuição do estresse após adotar uma criança, sendo que esta redução do estresse produz reações neuroendocrinológicas no casal. E temos que compreender que decidir ter um filho é algo sério, por envolver muita coisa na vida do pai e da mãe. Por isso é importante que o casal esteja em harmonia quanto a querer mesmo um filho. Se o marido ou a esposa não estão ainda decididos a ter uma criança, é melhor esperar o momento apropriado que é quando ambos queiram.

Muitas vezes a pressão para engravidar vem da pessoa que quer o filho. Neste caso, a mulher que quer engravidar pode se tornar muito estressada e tensa sobre isto, e este nervoso prejudica a concepção. Muita ansiedade prejudica a fisiologia. Quanto menos estressada a mulher ficar, quanto melhor conseguir crer que seu organismo funcionará bem, quanto mais confiar na natureza e no Deus da natureza, mais provável é que engravide, desde que sejam afastados diagnósticos clínicos que impedem a concepção.

Estudos verificaram que as mulheres inférteis tendem a ter uma personalidade mais dependente, são mais ansiosas do que as férteis e apresentam conflitos quanto à sua feminilidade e medo associado com a reprodução. Nos homens se têm verificado que existe uma relação entre estresse emocional e oligospermia ou presença de pouco esperma. A impotência produz estresse no homem o que contribui para a infertilidade também. Estudos sugerem que cerca de 10% da infertilidade pode ser parcial ou completamente explicadas devido à impotência, que é uma disfunção sexual masculina.

Já que a infertilidade é experimentada pelo casal com grande tensão emocional, a psicoterapia é indicada como parte do tratamento, a qual pode resultar na correção do que emocionalmente contribuía para a infertilidade ou pode ser usado para ajudar o casal e aceitar a perda e a impossibilidade de engravidar pela presença de doença física.

As mulheres em geral aceitam melhor o problema de infertilidade, enquanto que os homens tendem a ver isto como uma vergonha para sua masculinidade. Mas na verdade pode ocorrer com ambos uma série de sentimentos, além da ansiedade e medo, podendo ser culpa, frustração, inveja, vergonha, desesperança ou raiva.

Dois médicos ginecologistas e obstetras pesquisadores, Machelle Seibel e Melvin Taymor, do setor de Endocrinologia Reprodutiva do Hospital Beth Israel e da Faculdade de Medicina de Harvard, publicaram um trabalho científico com o título “Aspectos emocionais da infertilidade”, no qual comentam que de 40% a 50% dos casos de infertilidade podem ser relacionados com fatores emocionais. Alguns casais possuem traços de personalidade que favorecem a inabilidade para conceber. Por exemplo, casais inférteis têm uma postura mais ambivalente quanto a crianças, ou seja, têm uma mistura de emoções, quer e não quer, deseja e não deseja, gosta mas não gosta, sim e não.

A situação de um casal pode ficar tão tensa quanto à infertilidade, que ambos passam a ter muito estresse na hora das relações sexuais, porque na cabeça deles ao invés de existir um relax para “fazer amor”, surge uma tensão para ter que “fazer um bebê.” E esta tensão pode prejudicar a fisiologia da concepção. Por exemplo, o excesso de produção dos hormônios catecolaminas prejudica a atividade do óvulo fecundado na trompa. O estresse pode afetar os nervos do útero, das trompas e dos ovários prejudicando a ovulação, o transporte do ovo e a implantação dele no útero.

Uma equipe de cientistas liderados por SSC Yen (1978) descreveu que muitas pessoas com problemas numa região do cérebro chamada hipotálamo tiveram falta de ovulação crônica, e este problema surgiu após problemas psicossexuais e traumas ambientais ocorridos antes ou em torno da puberdade, ou início da adolescência.

Se você luta com problemas de infertilidade ou conhece alguém assim, cuja causa não parece ser física, está indicado a procurar aconselhamento profissional para corrigir possíveis problemas com relacionamento conjugal, dificuldades sexuais, ansiedade excessiva, estresse exagerado, estados depressivos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Campo minado

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Para pensar:

"Pessoas que repetidamente atacam sua confiança e autoestima estão perfeitamente cientes de seu potencial, mesmo que você não esteja.”

Autor desconhecido

Para refletir:

“O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.”

Barão de Itararé

Para não esquecer:

“Amigo é uma palavra muito forte. São poucos os que a merecem.”

Leandro Floriano Batista

Campo minado

Semana eleitoral é sempre um terreno minado.

Para pensar:

"Pessoas que repetidamente atacam sua confiança e autoestima estão perfeitamente cientes de seu potencial, mesmo que você não esteja.”

Autor desconhecido

Para refletir:

“O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.”

Barão de Itararé

Para não esquecer:

“Amigo é uma palavra muito forte. São poucos os que a merecem.”

Leandro Floriano Batista

Campo minado

Semana eleitoral é sempre um terreno minado.

Momento no qual grupos políticos adeptos do vale tudo (e sempre vale enfatizar que a forma como se tenta vencer uma eleição diz tudo sobre a forma que se pretende governar) geralmente jogam suas últimas e mais sórdidas cartadas.

Momento em que várias mentiras são atiradas ao eleitor, na esperança de que não sejam desmentidas até que o voto já tenha sido depositado.

Porque a natureza do mentiroso é exatamente essa: a seus olhos o que importa são os fins, não os meios.

Cautela

Eleições passadas nos dão fartos motivos para que adotemos filtros extras para qualquer informação suspeita recebida neste momento.

Inclusive porque existem procedimentos que se espera de qualquer pessoa honesta e comprometida com interesses coletivos quando confrontada com situações passíveis de serem denunciadas.

E, certamente, estes procedimentos não incluem guardar as informações para que sejam divulgadas na reta final de uma corrida eleitoral.

Triste

De fato, compreender esses dias só é possível quando se tem em mente que às vésperas de uma eleição, mais do que já ocorre habitualmente, mentiras são muito mais premiadas e recompensadas do que verdades.

Não falta dinheiro para financiar quem está disposto a se vender, quem se presta a assumir qualquer papel e a jogar contra o interesse coletivo em troca de uma complementação na renda ou da promessa ou manutenção do emprego.

E é triste, e profundamente desanimador, ver tantos colegas se prestando a isso.

Sem vergonha

A coluna se sente muito à vontade para falar francamente sobre todo este teatro que temos visto em redes sociais porque já fomos confrontados com as mesmas propostas, as mesmas tentativas de interferência editorial.

E não nos vendemos.

As mesmas vozes que hoje insinuam, com rara leviandade, que as críticas publicadas neste espaço seriam motivadas por questões de natureza financeira eram as mesmas que, tempos atrás, tentavam intimidar, ameaçar, comprar.

Falta vergonha na cara.

Zumbido

Porque, no fundo, é disso que se trata.

Em tempos de “bolhas digitais”, de algoritmos filtrando percepções de mundo, de grupos de WhatsApp promovendo e se aproveitando de histórias fantasiosas e parciais, quem ainda quer - ou suporta - ser confrontado com fatos ou narrativas que não sejam de seu agrado?

Quem segue em busca da verdade, quando há tanta gente oferecendo algo mais bonito ou agradável?

Patético

Nos últimos dias este jornal tem sido alvo de ataques essencialmente covardes, inconsistentes, baseados em alegações oportunistas, por parte de quem não consegue disfarçar interesses pessoais atrelados a versões convenientes da realidade.

Tentativas de desacreditar, de ironizar, partindo de quem não perde tempo em compartilhar alguma matéria publicada por aqui, quando estas lhes são convenientes.

De gente que adora cantar nossa irrelevância, mas não consegue nem ao menos fingir que não lê ou não se importa.

Patéticos.

Inspiração

Aos muitos leitores que dão sustentação e sentido a este espaço, amigos que tantas mensagens enviaram celebrando o retorno da coluna, nossa gratidão e nosso respeito.

Enquanto vocês estiverem por aqui, seguiremos juntos.

Acertando, errando, mas sempre buscando a verdade.

Sobre a pesquisa

Algumas palavras sobre a pesquisa de opinião encomendada por A VOZ DA SERRA ao Instituto Paraná.

Ao publicar as informações, seguindo todos os trâmites estabelecidos pela Justiça Eleitoral, o jornal foi bastante enfático ao destacar que vários candidatos se encontram em situação de empate técnico, e que os mais de 40% de indecisos são garantia de que a eleição será decidida nos momentos derradeiros e que o resultado das urnas ainda deve trazer alterações significativas em relação ao que pesquisas venham a mostrar.

Quem fala?

Mas é claro que, daqui a quatro anos, ninguém fará este tipo de consideração quando quiser colocar em dúvida a validade de novas pesquisas, da mesma forma como várias postagens atuais atribuíram a este jornal pesquisa publicada em outro veículo há quatro anos.

O importante é vencer, não é mesmo?

Ora, alguém tem alguma dúvida de que quem questiona a credibilidade da pesquisa estaria compartilhando a mesma caso o resultado fosse de seu agrado? E que quem a exalta estaria questionando sua credibilidade se não gostasse do que ela aponta?

Menos, gente. Menos…

Somos muitos

Amigos, tenham em mente o seguinte: quem vive de se vender não quer políticos ilibados no poder, gente que não possa ser chantageada ou não precise “comprar popularidade”.

Da mesma forma, quem se habituou a dizer para si mesmo que “qualquer um na minha posição teria feito o mesmo” se sente bastante desconfortável quando na presença de quem faz diferente, não se vende, enfrenta o sistema e é perseguido e difamado por isso.

Tudo que vem de tais fontes tem sentido oposto. Ser atacado, nesse contexto, é ter a certeza de estar no rumo certo.

E, felizmente, ainda tem muita, muita gente ciente disso.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Questão de fé

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado

Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).

Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado

Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).

Apesar disso, de vez em quando constatamos que ainda há neste mundo muitos corações generosos. Gente que nunca ouviu falar em nós e nem desconfia de nossa existência e que, no entanto, vive pensando em nós e por nossa causa morre de preocupação. Por exemplo: há poucos dias recebi uma mensagem de uma dessas almas caridosas (para as quais desde já as portas dos céus se encontram abertas) me oferecendo uma pulseira que cura todas as dores musculares. Ou, pelo menos, todas aquelas que me afligem e muitas outras das quais eu mesmo nem desconfiava que sofria.

São tais as maravilhas da dita pulseira que até pensei em voltar aos meus tempos de atleta, atividade que abandonei há tantos anos, para o bem do meu joelho e do futebol nacional. Pois fui daqueles jogadores que chutam a bola na direção que o nariz aponta, sendo que, no meu caso, frequentemente essa direção era a do gol da minha própria equipe. Em virtude do que, dei muita volta olímpica nos gramados, correndo tanto quanto possível à frente de nossos goalkeepers. Também isso contribuiu para que eu abandonasse a bola em favor das letras, atividade esta em que acabei me revelando tão genial quanto nos campos de futebol.

Contudo, houvesse nos meus tempos de lateral esquerdo a milagrosa pulseira de que ora vos falo, bem outra poderia ter sido a minha história. Porque essa grande contribuição da ciência brasileira aos atletas de todas as modalidades e nacionalidades significa o fim dos sofrimentos físicos que a prática esportiva costuma acarretar. E não só a prática esportiva, mas também as mais comezinhas das ações humanas, tais como subir escada ou correr da polícia. E se o prezado leitor também padece de algum desconforto na região situada entre o dedão do pé e a raiz do cabelo, deve logo se informar sobre o assunto, pois o uso desse maravilhoso invento da ciência brasileira elimina desde torcicolo a unha encravada. Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado.

Não sejamos tão crédulos quanto aquele soldado americano que, ao voltar ao seu país depois de anos de ausência, encontrou em casa um recém-nascido. Tendo a esposa lhe garantido que engravidara pensando nele enquanto assistia a filmes pornográficos, o bravo guerreiro tanto acreditou que até transmitiu ao bebê o seu próprio nome, acrescido de Júnior. Mas também não sejamos desconfiados demais. A pulseira mágica pode não curar coisa nenhuma, não tendo outra vantagem além de botar dinheiro no bolso do espertalhão que a está vendendo. Mas quantos males e quantas dores não deixaram de existir em doentes que só tomaram placebo ou ouviram do médico de confiança: “Isso não é nada, rapaz!”

O que me lembra da velha história do sujeito que recebeu de um amigo chegado da Terra Santa uma lasca da madeira da Cruz de Cristo, lasca que, por sinal, o dito amigo tinha arrancado naquele mesmo dia de uma árvore do quintal de sua casa. Pois o doente ficou rapidamente curado de várias moléstias, algumas das quais já vinham pesando em suas costas há longos anos. Esse é o episódio que explica e justifica o antigo ditado segundo o qual “mais cura a fé do que o pau da cruz”.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O Detran continua prestando um desserviço à população e sua privatização é urgente

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Mais uma semana se passou e o Detran-RJ continua prestando um desserviço à população, sem fornecer os serviços básicos para o qual ele existe, tais como transferência de propriedade de veículos, primeiro emplacamento de automotivos zero quilometro, expedição de carteiras de motorista vencidas etc. Talvez o grande problema é que a escolha de seu presidente seja indicação da Assembleia Legislativa do estado, um poder pútrido e que contamina todos os órgãos que ficam sobre a sua jurisdição. Aliás, é por isso que ela, a assembleia, não abre mão dessa prerrogativa.

Mais uma semana se passou e o Detran-RJ continua prestando um desserviço à população, sem fornecer os serviços básicos para o qual ele existe, tais como transferência de propriedade de veículos, primeiro emplacamento de automotivos zero quilometro, expedição de carteiras de motorista vencidas etc. Talvez o grande problema é que a escolha de seu presidente seja indicação da Assembleia Legislativa do estado, um poder pútrido e que contamina todos os órgãos que ficam sobre a sua jurisdição. Aliás, é por isso que ela, a assembleia, não abre mão dessa prerrogativa.

Acho que está mais do que na hora da população do estado fazer um abaixo assinado pedindo a privatização do Detran e de todos os órgãos que dependem de indicação política. Creio que não adianta muito tentar cooptar o Ministério Público estadual, pois seus componentes têm outros assuntos mais sérios a tratar, do que zelar pelo bom desempenho da administração do estado, diga-se de passagem uma obrigação desse MP.

É muito difícil sobreviver num estado onde os direitos da população são jogados no lixo. Esses sujeitos que foram eleitos ou assumiram suas cadeiras à custa da compra de votos, muito comum no regime democrático, esquecem-se dos seus deveres mais básicos que é o de prover qualidade de vida adequada à população. Na maioria das vezes, o que esses senhores fazem é dar prejuízo ao contribuinte que paga impostos para sustentar esse bando de parasitas.

Se o contribuinte tem o adesivo denominado onda livre ou similar, ao vender ou adquirir um carro seja usado ou zero, tem que retirar o adesivo existente em seu para-brisa e colocar um novo, adquirido junto ao fornecedor. Acontece que se o veículo não está emplacado, esse serviço fica inoperante e, se já se é usuário daqueles que cobram uma taxa de manutenção, paga-se duas vezes pela mesma operação, pois passa a ser obrigatório parar nas cabines e pagar o pedágio.

Motorista desse maldito Estado do Rio de Janeiro, mal feito por mal feito, locupletemo-nos todos. Assim, se você vai adquirir um carro zero, contate um despachante em qualquer estado que já esteja funcionando, aqueles em que as “negociações” com o fabricante de placas não está dependendo do famoso pró labore. Com isso, ele vai lhe fornecer um endereço na cidade em questão, aquele que vai constar na nota fiscal do veículo e, enviando tudo pelo correio, você recebe a placa, o DPVAT e o DUT, em uma semana. Os estados mais próximos daqui de Nova Friburgo são o de Minas Gerais e do Espírito Santo. Não posso mais recorrer a esse estratagema, pois já dei entrada na documentação, no Detran-RJ e agora fica impossível desistir, pois o pagamento já foi efetuado. Eu mesmo já fiz isso uma vez e foi tranquilo. Rodei com uma placa do Espírito Santo até o dia que o outro caça níquel do Detran, que era a vistoria obrigatória, fosse extinto.

O transtorno que essa avacalhação nos proporciona é que estamos sujeitos a sermos parados nas várias patrulhas rodoviárias ou blitz que são montadas nas estradas. Mesmo que tenhamos a nota fiscal da compra do veículo, o policial que estiver de plantão pode criar caso, pois na realidade, é uma irregularidade, uma vez que o documento oficial de propriedade do veículo está faltando, assim como a placa de identificação do carro, caminhão ou seja lá o que for. Haja constrangimento. A mesma coisa acontece com quem está com a carteira de motorista vencida.

O Detran, aliás, o seu presidente, esquece que o seu salário é pago pelo contribuinte e, que não é nenhum favor prestar um bom serviço à população, é uma obrigação. Fosse esse maldito órgão uma instituição privada, tenho certeza de que seus serviços seriam de muito melhor qualidade. É urgente uma intervenção federal no Rio de Janeiro e uma privatização urgente dos serviços básicos, excetuando a saúde, a educação e a segurança pública, esses deveres constitucionais do estado. Mas o que esperar de um estado que tem cinco - eu disse cinco - governadores às voltas com a Justiça, além de um presidente da Assembleia Legislativa também sob investigação?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Voltamos!

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Para pensar:

"Se alguém coloca as paixões à frente dos princípios, mesmo que vença, perderá.”

Sr. Miyagi

Para refletir:

“O poder não corrompe as pessoas. Os estúpidos, contudo, quando alcançam uma posição de poder, corrompem o poder.”

George Bernard Shaw

Voltamos!

Para alegria de uns e tristeza de outros a coluna está de volta, e cheia de assuntos para colocar em dia.

Para pensar:

"Se alguém coloca as paixões à frente dos princípios, mesmo que vença, perderá.”

Sr. Miyagi

Para refletir:

“O poder não corrompe as pessoas. Os estúpidos, contudo, quando alcançam uma posição de poder, corrompem o poder.”

George Bernard Shaw

Voltamos!

Para alegria de uns e tristeza de outros a coluna está de volta, e cheia de assuntos para colocar em dia.

Durante pouco mais de um mês estivemos diretamente envolvidos com a coordenação da sabatina com os 16 candidatos a prefeito, num esforço que consumiu duas páginas diárias de nossas edições e gerou o maior, mais rico e mais acessível registro dos planos de governo à escolha do eleitor ao fim da última semana.

Esperamos que este material seja bem aproveitado pela população, e possa contribuir para que os próximos quatro anos sejam de avanço para nosso município.

Entrelinhas

Evidentemente, todo brasileiro adulto já deve, ou ao menos já deveria, ter a consciência de que a avaliação de discursos eleitorais não deve se dar unicamente em função da qualidade daquilo que se promete, mas também levando em consideração o quão factíveis são tais promessas.

Não apenas diante das possibilidades administrativas disponíveis, mas também considerando o caráter e o histórico dos personagens que integram cada grupo.

Mais do que interpretação de texto, é sobre análise do discurso que estamos falando aqui.

Longe da realidade

Vivemos um momento - e este é um cenário nacional - no qual o eleitorado se tornou em grande parte previsível e suscetível a gatilhos, a atalhos, a teatralizações e populismos.

Em vez de observar se, de fato, a realidade vem melhorando ou não a partir da atuação de quem é eleito, muita gente tem se agarrado à “segurança” de que os mandatários declarem crenças religiosas e valores afins, ou votado com o objetivo de assegurar mais quatro anos de liberdade para ironizar em redes sociais os grupos rivais derrotados, como se estivéssemos falando de uma partida de futebol.

Não é preciso refletir muito para perceber a quem serve este tipo de cenário...

Dilema

É óbvio, por dedução, que os locais onde o eleitor mais busca segurança são, também aqueles mais valorizados e cobiçados por quem quer o voto fácil.

Políticos pilantras navegam pelo espectro ideológico (e religioso) ao sabor das marés, dizem o que o povo quer ouvir (sem importar se acreditam verdadeiramente no que estão dizendo) e jamais assumem prejuízos eleitorais em razão de qualquer ideologia.

E o resultado disso é que o eleitor médio se vê diante de um dilema: os discursos que mais o agradam estão infestados de mentirosos; os discursos mais confiáveis não o agradam.

Teoria e prática

Em teoria, eleições municipais deveriam ser as mais fáceis para se votar, dada a proximidade em relação aos candidatos e as possibilidades de acesso às suas respectivas reputações.

Ocorre, no entanto, que tal proximidade muitas vezes é enganosa.

Quem abraça nas ruas, trata com intimidade e por vezes chama pelo nome, muitas vezes se comporta como crápula na proteção e no isolamento dos gabinetes.

Além disso, não são poucas as pessoas que conhecemos que se prestam ao papel de idolatrar político, emprestando alguma credibilidade a quem, na maioria das vezes, está pagando (com nosso dinheiro) para ser elogiado.

Fala mansa

Naturalmente, para quem cobre política dia após dia é fácil identificar mentiras e riscos.

A gente lê determinada candidatura dizendo que formará uma equipe técnica, e sabe que, nos grupos fechados de WhatsApp, dizem aos candidatos a vereador que suas contas em redes sociais estão sendo “monitoradas”, e que apenas quem estiver suficientemente engajado na campanha fará parte do próximo governo.

Eis o tal “critério técnico”, eis a apropriação da coisa pública.

Mas, mesmo para quem não tem tais referências, ainda é fácil reconhecer um discurso populista, estereotipado e carregado de atalhos.

Basta olhar com a devida atenção.

Momento perigoso

Fato é que o momento é muito, muito perigoso para Nova Friburgo.

Certamente o mais perigoso em nossa história política nas últimas décadas.

A coluna não pode (nem deseja) influenciar o desenrolar da corrida eleitoral, e sabe bem até onde pode e precisa ir.

Não podemos, por exemplo, dar nomes aos bois, mas podemos e precisamos dividir com os leitores que a experiência na cobertura política nos revela ao menos quatro grupos guiados por motivações nada republicanas concorrendo à Prefeitura de Nova Friburgo.

Atenção e serenidade

E o pior é que o jogo entre estes personagens é tão sujo e pesado - não na parte visível da campanha, mas nos porões da prática política - que muitas vezes mesmo uma denúncia feita com o devido respaldo acaba passando do ponto e dando margem a vitimizações e teatralização, rendendo a falsa impressão de que o perigo não existe.

Que ninguém se iluda: o momento demanda maturidade de todos os que colocam o interesse coletivo em primeiro lugar.

Ainda mais nesta semana, na qual certamente muitos golpes serão desferidos abaixo da linha da cintura.

Como identificar

Voltaremos ao assunto nos próximos dias, mas por ora fica uma dica: pessoas que defendem de forma apaixonada determinada candidatura, ou atacam apenas grupos específicos fazendo vista grossa para o que ocorre em outros terreiros, são frutos facilmente reconhecíveis da política viciada, da promessa de cargos, da compra de elogios ou do financiamento de difamadores.

Nesses casos, tanto quem paga quanto quem se vende ficam expostos, e cabe à população dizer se ainda tolera esta casta de párias, ou se já cansou da brincadeira.

Semana quente

Dando mais um indício de que a semana irá ferver - e olha que temos uma sexta-feira 13 pela frente - a segunda-feira, 9, começou com uma operação de busca e apreensão na casa do dr. Luis Fernando, candidato a prefeito pelo Pros, motivada por denúncia anônima de que grande volume de dinheiro estaria sendo guardado para a compra de votos.

Nada que pudesse dar sustentação à denúncia foi encontrado durante a operação, mas a presença de um drone gravando a ação levantou suspeitas seríssimas de que a denúncia teria origem eleitoral, que inclusive já parecia estar bem identificada quando do fechamento desta edição.

De olho

A coluna naturalmente irá aguardar pelos fatos antes de se pronunciar, pois algumas informações de grande importância ainda precisam ser esclarecidas.

Mas aproveita o gancho para chamar atenção da sociedade e das autoridades quanto aos indícios de que podemos ter muita boca de urna no próximo domingo.

Tem “esperto” por aí que inclusive gravou áudio falando justamente sobre isso.

Bom exemplo (1)

Ao longo do tempo em que esteve de recesso, a coluna acumulou algumas histórias bem bacanas para dividir com os leitores.

Uma delas foi protagonizada pelo incansável geógrafo Pedro de Paulo, que no dia 19 de outubro se deparou com uma geladeira absurdamente descartada às margens do Córrego dos Inhames, na Chácara do Paraíso, e não sossegou enquanto não fez algo a respeito.

Bom exemplo (2)

Com o apoio de outros voluntários (a coluna agradece desde já se alguém puder ajudar fornecendo o nome de todos os envolvidos). Pedro retornou ao local no dia 31 do mesmo mês, e, atuando conjuntamente o grupo, retirou a geladeira.

“Também recolhemos outras sucatas e um pouco de plástico. Todo o material reciclável foi encaminhado para reciclagem. Felizmente conseguimos tirar a geladeira do córrego antes que alguma enxurrada a levasse”, comemorou.

Escolher bem

A coluna registra o episódio não apenas a fim de chamar atenção para o absurdo deste tipo de descarte, mas também para dividir com os leitores um bom exemplo do tipo de compromisso público e ambiental que tanta falta nos faz no meio político.

É de gente assim, pró-ativa, abnegada, consciente e comprometida com os interesses coletivos que precisamos na titularidade dos mandatos.

Em tempo: ninguém envolvido neste episódio é candidato.

Ainda assim, ninguém pode dizer que faltam opções para escolher.

Foto da galeria
Bom exemplo (1)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é uma embarcação com vistas para o futuro!

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O Caderno Z parece um termômetro emocional e, por isso mesmo, ele sempre traz a dose exata de conforto para os leitores. É inegável que a pandemia do coronavírus nos trouxe um sentimento de tristeza, acompanhado de crises de ansiedade e de insegurança. Não só ficou difícil ver os sorrisos estampados nos rostos pelo uso das máscaras, mas a nossa alma foi afetada e o sorriso interior se congelou bastante.

O Caderno Z parece um termômetro emocional e, por isso mesmo, ele sempre traz a dose exata de conforto para os leitores. É inegável que a pandemia do coronavírus nos trouxe um sentimento de tristeza, acompanhado de crises de ansiedade e de insegurança. Não só ficou difícil ver os sorrisos estampados nos rostos pelo uso das máscaras, mas a nossa alma foi afetada e o sorriso interior se congelou bastante. Para amenizar a falta do sorrir, o tema do caderno enfatiza o poder de uma “boa risada”, que “ajuda a fortalecer nosso sistema imunológico, proporciona aumento de energia, reduz a sensação de dor, nos protege contra o estresse, melhora o sistema cardiovascular, respiratório e até digestivo”. E muita gente pode perguntar: mas rir de que com tantos problemas? Entra na resposta a máxima de Ariano Suassuna que enfrentava “a dura e fascinante tarefa de viver” com duas armas: “o riso a cavalo e o galope do sonho”.

A pedagoga e gerontóloga, Beatriz Rimes, que tem na sua especialidade  “melhorar o dia a dia dos idosos”, destaca a importância do bom humor, “mostrando que mesmo com as dificuldades naturais da idade, todos podem buscar a felicidade e independência”. O Projeto Ativa Idade, com a participação de profissionais atentos ao desgaste físico e mental, naturais do decorrer da vida, atua de forma “personalizada” para auxiliar os pacientes no enfrentamento do declínio cognitivo.

Já a ONG Doutores da Alegria atua em clínicas e hospitais, transformando o ambiente “pesado”, por meio do riso. O trabalho da ONG é intenso e reconhecido nacionalmente. Outro projeto - “Contagiando Sorrisos” - surgiu com a pandemia e é um movimento filantrópico que se constitui na confecção de máscaras com sorrisos estampados, passando uma sensação de alegria. Interessados confiram no site do projeto. O riso é um grande remédio!

Como o uso de máscaras será necessário por um longo período, pelo menos até que tenhamos uma vacina altamente confiável, os modelitos risonhos ajudarão na exuberância do seu visual. Em Nova Friburgo, já estamos quase na marca de quatro mil infectados pelo coronavírus, com 161 mortos. A bandeira continua amarela até o próximo dia 20. Ninguém deve abandonar os cuidados, porque a pandemia está aí, firme e forte.

Continuam os debates sobre como a educação foi afetada em 2020 e o secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt, destaca que não há condições de reprovar os alunos neste ano e que o grande desafio da pasta é “combater a evasão escolar”.  Entretanto, o secretário municipal de Educação, Marcelo Verly, informou que a prefeitura ainda não definiu como será o processo de avaliação em Nova Friburgo. Aguardemos!

“Não importa que se pregue abertamente contra a democracia. Os que a combatem não podem, naturalmente, compreender as belezas e os nobres ideais dos democratas...” A frase, entre outras, está em “Há 50 Anos”, às vésperas das eleições de 1970. Ainda na coluna, chamava-se a atenção para o alto “custo de vida”, com uma sugestão: “já que as majorações terão de continuar, por que não ajustar os salários trimestralmente, mensalmente, permanentemente?” – Sonha, que os sonhos não cobram tarifas!

Com as eleições de 2020, no próximo domingo, 15, os candidatos ganharam mais tempo para a promoção de suas campanhas e muitas propostas são excelentes. A VOZ DA SERRA tem nos trazido um show de informações e agora, na reta de chegada, o eleitor já deve ter tirado suas conclusões. Mas, ninguém se assegure de que as escolhas estão fechadas. Há sempre aquele eleitor que, na última hora, muda a ideia e muda o voto.  

Triste é quando um eleito joga por terra toda a confiança que lhe foi depositada, como no caso do governador afastado, Wilson Witzel. O jornal trouxe uma excelente matéria sobre o fato e Witzel, além de ficar com o salário reduzido, terá de se mudar, com a família, do Palácio Laranjeiras. Se ele tem culpa ou não, isso é da competência da Justiça. Mas, cá para nós, morar no Palácio Laranjeiras deve ser uma experiência inusitada e, se é difícil chegar lá, sair, então, deve ser dureza! Feliz voto para todos nós!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Benitez com nova idade

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Benitez com nova idade

O conhecido Benitez Silva, figura bastante querida de nossa cidade e que dispensa referências a mais, comemorou no último dia 5, com filhas, genros, netos e bisnetos, portanto, em família e de forma reservada e segura, seus 67 anos.

Ao querido Benitez, na foto em companhia da esposa Suely Teixeira Duarte da Silva, os parabéns desta coluna com votos sinceros de muitas felicidades.

Já está eleito!

Benitez com nova idade

O conhecido Benitez Silva, figura bastante querida de nossa cidade e que dispensa referências a mais, comemorou no último dia 5, com filhas, genros, netos e bisnetos, portanto, em família e de forma reservada e segura, seus 67 anos.

Ao querido Benitez, na foto em companhia da esposa Suely Teixeira Duarte da Silva, os parabéns desta coluna com votos sinceros de muitas felicidades.

Já está eleito!

Quem será eleito o prefeito ou prefeita de nossa cidade no próximo domingo naturalmente não sabemos por enquanto, porém uma certeza incontestável já temos: Nova Friburgo está eleito como o município do Brasil que tem mais candidatos a prefeito em relação a quantidade de moradores.

Também com 16 postulantes às prefeituras, temos as capitais Curitiba-PR, Goiânia-GO e Campo Grande-MT, assim como as cidades de Contagem-MG e Santos-SP.

Acontece, que Santos possui quase 434 mil habitantes; Contagem quase 380 mil e a nossa Nova Friburgo quase 200 mil.

Aniversários em família

Na tarde do último domingo, 8, entre seus queridos e mais próximos familiares, a sra. Alaydes Moreira da Silva Campos comemorou seus 88 anos completados dia 6. E nesta quarta-feira, 11, o clima de parabéns continua, pois Vanda Lúcia, uma das filhas de Alaydes, soma mais um ano de vida neste dia.

Nossas congratulações com votos de saúde e tudo de bom em suas vidas para mãe a filha (foto). Parabéns!

Atração na SEF

Com a situação caminhando para a normalidade, se Deus permitir, a querida Jack, do bar da Sociedade Esportiva Friburguense, anuncia que, como na última sexta-feira, 6, cumprindo rigorosamente todas as medidas sanitárias de segurança, promoverá na próxima sexta-feira, 13, mais uma noite de muita música ao vivo com o cantor Jackson Machado a partir das 20h.

Para os convidados, os convites custarão apenas R$ 5.

Almoço beneficente

No próximo sábado, 14, a partir das 10h no Sitio D'rupo, no Alto do Schuenck, distrito de Amparo, amigos de solidários corações estarão realizando sensacional costelão com o objetivo de arrecadar recursos financeiros para ajudar o gente boa Celso Rodrigues da Silva, sacoleiro bastante conhecido e querido em Nova Friburgo, que atualmente mora em Volta Redonda, a fazer com urgência uma cirurgia em decorrência de um câncer.

Os ingressos de R$ 50 para homens e R$ 20 para mulheres, darão direito a um suculento costelão, cerveja e refrigerante a vontade. A animação ficará por conta de shows com Toque Serrano (às 13h), Taxi Lunar (15h), Luan Severo (17h) e Viola de 6 (19h). Interessados em participar deste evento beneficente, ajudando e divertindo a valer, pode adquirir convites com Carlinhos através do telefone (22) 9 8166-0911.

Faz pleno sentido!

Como todos sabem, a corrida mundial segue a passos largos pela descoberta e produção de uma vacina contra a Covid-19, que até agora ainda não existe comprovadamente.

Diante disso, se pode refletir facilmente sobre uma lógica que deixa no ar muito mais perguntas do que respostas.

Por que, se a China está mesmo prestes a concluir a descoberta e produção em larga escala da tal vacina, não prefere primeiro aplicar em sua população e sim, vender, por exemplo, para o Brasil através do prefeito de São Paulo?

  • Foto da galeria

    Benitez com nova idade

  • Foto da galeria

    Aniversários em família

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17)

terça-feira, 10 de novembro de 2020

A humanidade anseia ardentemente pela paz. Esta deve ser buscada em cada decisão e ação dos agentes sociais. A Doutrina Social da Igreja adverte que a paz é posta em perigo quando o homem é ferido em sua dignidade e quando a organização social não é orientada em direção ao bem comum, isto é, a construção de uma sociedade pacífica só será possível com a defesa e promoção dos direitos humanos (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 494).

A humanidade anseia ardentemente pela paz. Esta deve ser buscada em cada decisão e ação dos agentes sociais. A Doutrina Social da Igreja adverte que a paz é posta em perigo quando o homem é ferido em sua dignidade e quando a organização social não é orientada em direção ao bem comum, isto é, a construção de uma sociedade pacífica só será possível com a defesa e promoção dos direitos humanos (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 494).

O Papa Francisco em discurso às autoridades governamentais, à sociedade civil e ao corpo diplomático de Myanmar e Bangladesh afirmou categoricamente que “o árduo processo de construção da paz e reconciliação nacional só pode avançar através do compromisso com a justiça e do respeito pelos direitos humanos. A sabedoria dos antigos definiu a justiça como a vontade de reconhecer a cada um aquilo que lhe é devido, enquanto os antigos profetas a consideraram como o fundamento da paz verdadeira e duradoura” (28 nov. 2017).

Esta reflexão é sustentada pelas palavras do profeta Isaías: “A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17). Nisto se engendra nossa responsabilidade comum em zelar pelo equilíbrio de todas as dimensões da pessoa humana e da sociedade. A conversão pessoal nos impõe “a obrigação de trazer às instituições e às condições de vida as correções convenientes para que elas se conformem com as normas da justiça e favoreçam o bem, em vez de se lhe oporem” (Catecismo da Igreja Católica, 1888).  

Aproximamo-nos de um importante dia em nossa luta pela justiça e pela paz: as eleições; oportunidade de todo cidadão participar efetivamente da vida comunitária, exercendo livre e responsavelmente seu dever cívico ‘com’ e ‘pelos’ outros.  Por isso, se faz necessário e urgente a conscientização desta ferramenta da democracia.

Assim, “merecem uma preocupada consideração todas as atitudes que levam o cidadão a formas participativas insuficientes ou incorretas e à generalizada desafeição por tudo o que concerne à esfera da vida social e política: atente-se, por exemplo, para as tentativas dos cidadãos de “negociar” com as instituições as condições mais vantajosas para si, como se estas últimas estivessem ao serviço das necessidades egoísticas, e para a praxe de limitar-se à expressão da opção eleitoral, chegando também, em muitos casos, a abster-se dela” (CDSI, 191).

No dia em que elegeremos nossos representantes municipais, cuidemos por escolher aqueles que manifestem propósitos de diligência e abnegação no desempenho de suas funções. Estejamos atentos aos ideais de igualdade, imparcialidade, fraternidade principalmente de justiça, pois quando esta “chega tarde ou não chega, se engendra muita dor e sofrimento, a dignidade humana fica ferida e o direito postergado” (Papa Francisco, carta ao presidente da Suprema Corte da Argentina).

Conscientes, respeitemos a ordem, busquemos as virtudes da prudência, sabedoria, integridade e fortaleza, afim de que, com nossas escolhas, derrotemos o mal e tutelemos a verdade.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.