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Um brinde com champagne em taças de cristal

segunda-feira, 09 de novembro de 2020

É gratidão sentir vontade de homenagear pessoas que deixaram, ao
longo de suas vidas, através de sentimentos, ideias e realizações, riquezas
para nossas vidas e cidade. Faço questão de brindar, então, com champagne
em taça de cristal, os artistas da literatura que escreveram significativas
palavras em forma de poesia ou prosa.
Nova Friburgo deveria colocar placas com versos dos trovadores
friburguenses nas curvas da Serra da Boa Viagem, bem como espalhá-las em
suas praças e esquinas, cantos e recantos. Quando comento com alguém que

É gratidão sentir vontade de homenagear pessoas que deixaram, ao
longo de suas vidas, através de sentimentos, ideias e realizações, riquezas
para nossas vidas e cidade. Faço questão de brindar, então, com champagne
em taça de cristal, os artistas da literatura que escreveram significativas
palavras em forma de poesia ou prosa.
Nova Friburgo deveria colocar placas com versos dos trovadores
friburguenses nas curvas da Serra da Boa Viagem, bem como espalhá-las em
suas praças e esquinas, cantos e recantos. Quando comento com alguém que
a capital mundial da trova está no Estado do Rio de Janeiro, no município de
Nova Friburgo, praticamente ninguém tem conhecimento deste fato tão
interessante, quanto relevante. Poucos sabem que Nova Friburgo é o lugar
sagrado dos trovadores, inclusive o próprio friburguense! Um tamanho absurdo
que me faz tremer de indignação. Por quê? Não paro de me perguntar.
Ah, meus amigos leitores, temos um passado literário viçoso. Sabiam que
as ruas do centro da cidade guardam os passos de Machado de Assis, de
Carlos Drummond de Andrade e Casimiro de Abreu? Os ares que circulam
pelos seus vales estão cheios palavras, deixadas pelos tantos escritores que
nasceram ou passaram tempos em nossas montanhas e deixaram valiosos
legados literários, o que faz nascer, ano a ano, novos escritores no seio
friburguense. Mesmo aqueles que não são filhos da terra e foram adotados
pela região. Como eu, por exemplo.
A vida é passageira. Quem viveu e deixou algo para as gerações futuras,
que seja simples ou breve, deve ser reconhecido e homenageado. A nossa
identidade, enquanto pessoa ou povo, é feita de passado, de histórias que
podem ser contadas, de lembranças de pessoas que nos trazem orgulho e
admiração. Não somos oriundos de uma geração espontânea. Temos um
passado a preservar. Hoje é um bom dia para fazê-lo.
O mundo foi feito através dos ideais e da ação humana. A literatura,
através dos seus estilos, não somente os registrou, como os alicerçou. Nossos
antepassados nos ofereceram as bases para que nós continuemos suas obras.

Sempre inacabadas. Por assim serem, as gerações seguintes abraçam seus
ideais e vão dando prosseguimento aos empreendimentos da humanidade. Dia
a dia. Atualizando as causas do passado. Renovando.
Deixo, aqui, as vozes dos trovadores friburguenses. Quem sabe, eles
lancem sementes para a gestação de novos escritores.

Rico eu sou, mesmo sem ouro
E da riqueza, dou provas,
— eis aqui o meu tesouro:
Minha sacola de trovas.
(JG de Araújo Jorge)

É poesia sempre nova
Cultivada com amor
Se você gosta de trova
Pode ser um trovador
(Rodolfo Abbud)

Eu não ouço teus conselhos
Mas, quando fala a razão,
Meus pecados, de joelhos
Imploram por teu perdão
(Dilva Maria de Moraes)

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Eleições 1970: Uma simples campanha? Não. Verdadeira peregrinação cívica!

sábado, 07 de novembro de 2020

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 7 a 8 de novembro de 1970

 

MANCHETES:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 7 a 8 de novembro de 1970

 

MANCHETES:

  • Simples campanha? Não. Verdadeira peregrinação cívica! - O MDB de Friburgo não entrou na campanha sucessória local, apenas, para demonstrar que não estava moribundo. Seus membros, líderes, seus mais autênticos condutores, jamais se acomodaram, nunca cruzaram as armas para possibilitar que inimigos da democracia ou aproveitadores de ocasiões, vencessem nas urnas pela omissão de seus chefes. Ao chamamento às eleições, os que se abrigaram na bandeira emedebista disseram presente e saíram às ruas conclamando a todos para o exercício do voto!
  • D’o Correio da Manhã de 5 de novembro último - As exportações brasileiras de carne bovina no primeiro semestre deste 1970 ultrapassaram em 32% as exportações do mesmo produto durante todo o ano de 1969. Precisa-se procurar razões para o brutal aumento de preço do mencionado produto? 
  • Apoio total do Dr. Dermeval à candidatura de Álvaro de Almeida - Em horários nobres da rádio local, o grande e queridíssimo mestre da medicina, dr. Dermeval Barbosa Moreira — que é, incontestavelmente, um dos maiores e legítimos condutores do eleitorado friburguense — vem ocupando o microfone para declarar, solenemente, sem rodeios ou jogo de palavras, seu apoio à candidatura de Álvaro de Almeida para prefeito de Nova Friburgo. do mesmo modo que integrado na campanha política encetada e desenvolvida pelo MDB de Friburgo. A reafirmação de atitudes e propósitos do dr. Dermeval tem por finalidade colocar ponto final em ilações afastadas da realidade, que é uma só: apoio total à candidatura do industrial Álvaro de Almeida.
  • Álvaro de Almeida não é uma promessa. É uma realidade -  Eis o homem, o experimentado administrador da coisa pública que apresenta-se como candidato ao cargo de prefeito de nossa terra.


PÍLULAS:

  • Não importa que se pregue abertamente contra a democracia. Os que a combatem não podem, naturalmente, compreender as belezas e os nobres ideais dos democratas, já que, tiranos por formação e falsidades interesse nas posições e nas vantagens do poder, ficam obumbrados, encastelados, e num pedestal de ilusórias predominâncias políticas, seguros por tênue fio, que se rompe com facilidade, para felicidade daqueles catalogados como suas vítimas… 
  • E não venham para cá a dizer que tudo está uma maravilha, que o povo está satisfeito, que é preciso bater palmas para muito do que existe por aí... Vá lá que o custo de vida não possa ser contido, que passe pela cabeça de alguém, mesmo com um máximo de boa fé, que o prenúncio é de dias melhores. Vamos dar de barato que assim seja. Mas, e até lá? — Morram todos de fome?
  • E já que as majorações terão que continuar, porque não ajusta os salários trimestralmente, mensalmente, permanentemente? — Bem, esta é a medida que a grande parte dos que vivem de salário quer e precisa e que acreditamos o presidente da República, Emílio Garrastazu Médici vai adotar, sem tardança, pois ninguém ousou ainda negar que o seu objetivo é o bem dos brasileiros.
  • Estamos na reta final das eleições. O pleito é um teste para muitos políticos. Uns espertos, compreenderam que estavam sendo repudiados e não entraram na aventura de novamente se candidatarem aos cargos eletivos. Outros, em processo de evidente "poluição de base" resolveram patrocinar novos candidatos aos embates eleitorais.
  • O MDB apresenta-se ao eleitorado com urna chapa de gabarito. O atual deputado Álvaro de Almeida tem a apoiá-lo contigentes eleitorais fortíssimos e oriundos de autênticas forças populares. A sua atuação de industrial e de homem público experimentado, probo, altruísta e de invejável espírito comunitário, auréolam o seu nome em todas as camadas sociais de Friburgo. Excelente candidato, trazendo a sua candidatura a credencial importante de ter sido um operoso deputado e um dos melhores Secretários de Trabalho e Assistência Social que possuiu o Estado do Rio de Janeiro.

 

SOCIAIS: 

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Jair de Castro Nunes e Dermeval Moreira (7); Cláudio Moreira da Costa, Sebastião Martins da Silva Mattos, Jofre Martins da Costa e Lilia Beatriz (8); José Mauro (9); Gildásio Coutinho e, Fátima Terezinha (10); Paulo Vassalo Azevedo, Leilah Braune, Adhemar de Araújo, Esmeralda Guedes Spinelli, Izolda Corrêa Braune, Jayra de Castro Nunes Ximenes e Liana Ventura (11); Higino Orlando (12) e registra também as bodas de ouro do casal Aeene e Humbert Joepgen (25). 

 

Foto da galeria
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Flores de luz

sexta-feira, 06 de novembro de 2020

Sejamos flores. Sejamos luz. Aprendamos a ver beleza, ser beleza. Não essa estereotipada, remexida, aparente. Beleza de alma, de sentimentos, de postura diante da vida, das pessoas, do mundo. Quando não soubermos para onde irmos e o que levarmos, lembremos delas. Na dúvida, ofereçamos flores. Levemos flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém.

Sejamos flores. Sejamos luz. Aprendamos a ver beleza, ser beleza. Não essa estereotipada, remexida, aparente. Beleza de alma, de sentimentos, de postura diante da vida, das pessoas, do mundo. Quando não soubermos para onde irmos e o que levarmos, lembremos delas. Na dúvida, ofereçamos flores. Levemos flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém.

Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Mas se tem algo que venho aprendendo, é que de uma maneira geral, as histórias por trás das faces não costumam ser fáceis. Tantas vezes vi belos sorrisos e com alguma conversa e um pouco de sensibilidade percebi o tamanho da dor que as pessoas escondiam por trás daquele generoso e gentil esforço em sorrir. Quantas vezes eu disfarcei momentos difíceis utilizando o subterfúgio mais prático do qual podemos lançar mão quando não desejamos despertar a preocupação do outro – o sorriso?

Felizmente a vida sempre me deu muito mais razões para sorrir do que para chorar. E pela abundância de oportunidades que recebi e recebo diariamente, tento optar por oferecer a melhor versão desse recurso maravilhoso que Deus nos deu no meio do rosto. E assim escolho disfarçar um dia difícil, o cansaço extremo, uma notícia inesperada. Não por não ser transparente, mas por acreditar que o esforço gera luz. Inclusive esse estímulo em tentar sorrir para a vida em qualquer circunstância.

É como um ciclo, o primeiro sorriso atrai o próximo, que puxa o seguinte, que recompensa com a retribuição de alguém, que muda a vibração de tudo e que quando percebemos, já nos tomamos pela energia do sorriso, de quem é grato pela vida e deseja apresentar para o mundo a melhor versão de seu estado de espírito.

E as flores? Então .... convido o leitor para uma experiência nada científica, porém que dá muito certo na prática. Já fiz o teste e é hors concours. É assim: quando alguém estiver triste, enfrentando uma doença, encarando uma fase de luto, passando por muitos problemas, vivenciando preocupações, sentindo-se carente, precisando de afeto e carinho (ou seja, quase todas as pessoas que conhecemos), ofereça uma flor para ela. Pode ser uma única flor. Não precisa ser o jardim inteiro: mas empreguem nela o sentimento do jardim inteiro, do jardim de amor, perdão, compaixão, beleza, união, superação, fraternidade e principalmente, de gratidão. Coloque ali o desejo de que a vida seja tão bela quanto a flor.  A alquimia é perfeita. A flor, obra-prima da arte divina, e o seu sentimento, sua intenção de levar felicidade a alguém.

O resultado dessa magia é uma flor de luz que pode transformar a vida de alguém, a começar pela sua, assim como muitas vezes transforma a minha. Por isso digo e repito, na dúvida, ofereça uma flor com o melhor dos sentimentos. Ela harmoniza lares, aquieta mentes, embeleza vidas, enriquece relações, alegra as pessoas. Tem um poder grandioso. A importância desse gesto pode ter um valor inestimável na vida de alguém, e render belos sorrisos. De dentro para fora. Da alma.

Meu admirado poeta Manoel de Barros certa vez escreveu sobre importâncias, belo texto cujo trecho desejo compartilhar aqui: “Um fotógrafo-artista me disse outra vez: veja que pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.

Assim um passarinho que pousa nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a Cordilheira dos Andes. Que um osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante. E um dente de macaco da era terciária é mais importante para os arqueólogos do que a Torre Eifel. (Veja que só um dente de macaco!) Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que o Empire State Building.”

Assim, garanto, uma flor de luz pode mudar o mundo de alguém. Nem que seja por alguns instantes...

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É um bom momento para entrar na Bolsa de Valores?

sexta-feira, 06 de novembro de 2020

A ideia do título foi buscar a identificação de muitos leitores com a questão elaborada. A propósito, você também já se fez essa pergunta?

Seja sincero consigo enquanto estiver lendo este texto. Esse é um questionamento muito comum entre meus clientes que estão iniciando sua jornada na renda variável. Contudo o primeiro ponto a ser esclarecido antes de responder esta pergunta é entender – e o meu papel é explicar – a diferença entre investimento e especulação.   Basicamente, a diferença está na filosofia relacionada a forma de lidar com seu capital.

A ideia do título foi buscar a identificação de muitos leitores com a questão elaborada. A propósito, você também já se fez essa pergunta?

Seja sincero consigo enquanto estiver lendo este texto. Esse é um questionamento muito comum entre meus clientes que estão iniciando sua jornada na renda variável. Contudo o primeiro ponto a ser esclarecido antes de responder esta pergunta é entender – e o meu papel é explicar – a diferença entre investimento e especulação.   Basicamente, a diferença está na filosofia relacionada a forma de lidar com seu capital.

Investir requer paciência, tempo, estudo e o suporte de um profissional. Ao contrário da especulação (e de muitos filmes sensacionalistas), investir não requer agilidade nas tomadas de decisão e muito menos emoção diária com a flutuação de preços dos ativos. Investimentos, a propósito, não podem ser encarados apenas como atividade em Bolsa de Valores; abrir um negócio próprio, por exemplo, também é investir. Aqui – nos investimentos – são diversas as formas de remuneração pela atividade, e entre elas destacam-se os dividendos, juros sob capital próprio e, até mesmo, a valorização da cotação do ativo. Ademais, os ganhos não param por aí, pois bons negócios lucram e repassam, através da arrecadação de impostos, parte dos seus ganhos para a sociedade.

Especular, por outro lado, requer o timing perfeito entre as operações. Ao contrário de investir, filosofia que lhe permite comprar boas cotas e acumulá-las ao longo de uma vida inteira, especular te obriga a comprar e vender (ou vender e comprar, sim há recursos para te possibilitar a venda do que você ainda não tem) suas posições num curto período de tempo. A expectativa, aqui, é alcançar ganhos ainda mais expressivos no curto prazo em troca de riscos ainda mais consideráveis. Esta, vale a pena ressaltar, é uma atividade essencialmente profissional. O risco é enorme para amadores e pode causar perdas irreversíveis; se pensa em tornar-se especulador estude bastante antes de começar a arriscar seu capital em algo ainda inexplorado.

Portanto, retomando o questionamento que intitulou este texto, todo dia é um bom momento para entrar na Bolsa de Valores; basta saber o motivo por fazer parte dela.

(Gostei dessa divisão de parágrafos entre investir e especular, seguiremos assim para identificar os porquês de entrar na Bolsa o quanto antes – e com todo o suporte profissional necessário, é claro! Afinal, não é uma brincadeira ou algo para ser divertido.)

Investir hoje vai te poupar tempo para começar a colher frutos desta atividade. A primeira coisa que você precisa se atentar é que a Bolsa de Valores não se resume ao Ibovespa; dentro deste índice, você pode contar com mais de 300 opções de empresas de capital aberto para se tornar sócio. Por essas e outras, faça boas escolhas, seja sócio de boas empresas e não se assuste com os impactos psicológicos da cotação instantânea – o investidor não pode estar preocupado apenas com a flutuação de preços de ativos; a preocupação deve estar na qualidade dos serviços prestados, divisão de lucros com acionistas e projeção futura para o modelo de negócio. Por fim, investir não deve lhe tomar tempo demasiado e, muito menos, lhe tirar o sono.

Especular, por sua vez, também pode fazer parte da sua estratégia o quanto antes (desde que tenha-se o reconhecimento dos altos riscos). Afinal, ativos em valorização ou desvalorização são possibilidades de alcançar lucros; basta fazer a escolha certa – e isso não é nada fácil.

Por fim, espero ter esclarecido estes conceitos a fim de elucidar suas ideias sobre o momento certo para começar a investir.

A resposta para o título? Sim, é um bom momento para entrar na Bolsa de Valores

PS.: sou investidor.

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Jardins, pomares e quintais

quinta-feira, 05 de novembro de 2020

De acordo com o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda quintal é uma pequena quinta, pequeno terreno muitas vezes com jardim ou com horta, atrás da casa. Já a quinta é uma grande propriedade rústica, com casa de habitação. É provável que a palavra quintal desapareça de nossa memória coletiva daqui há algumas décadas. Não existe mais a concepção de quintal nos projetos atuais de arquitetura.

De acordo com o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda quintal é uma pequena quinta, pequeno terreno muitas vezes com jardim ou com horta, atrás da casa. Já a quinta é uma grande propriedade rústica, com casa de habitação. É provável que a palavra quintal desapareça de nossa memória coletiva daqui há algumas décadas. Não existe mais a concepção de quintal nos projetos atuais de arquitetura. Atualmente quando se projeta o jardim nas residências no máximo se planta uma jabuticabeira, não sei por quê mas é a única árvore nativa eleita pelos paisagistas numa referência aos outrora pomares.

Na história da urbanização de Nova Friburgo o melhor exemplo de uma quinta é a da Vila Amélia, do imigrante português Antônio Alves Pinto Martins. Nascido no Minho em 1862, casou-se com Carolina Gomes da Rocha e no ano de 1914 mudou-se com a família para Nova Friburgo. Instalou a sua quinta às margens do Córrego do Relógio e deu o nome de Vila Amélia em homenagem a única menina entre os seus oito filhos. Construiu na Vila Amélia um palacete inaugurado no dia 18 de maio de 1916.

Na propriedade havia um pomar com pereiras, macieiras, goiabeiras, canforeiras, jabuticabeiras, laranjeiras, caquis, tojos, bananeiras, pita e nêsperas. Na várzea Pinto Martins plantou hortaliças, legumes, aspargos e produziu igualmente na quinta queijo, manteiga, mel, linguiças de porco defumadas e vinho. Flores como rosas, margaridas, azaléas, orquídeas, palmeirinhas, boca de leão e principalmente cravos eram cultivadas para comercialização.

Duas residências eram consideradas verdadeiras pérolas no centro da cidade, a casa de madame Santana e a de Dona Vitalina. A primeira, hoje um estacionamento em frente à prefeitura, tinha um belíssimo jardim de camélias e um pomar com variadas frutas. A segunda com um suntuoso pomar deu lugar ao shopping center da praça. Os quintais das residências no centro da cidade se estendiam até a avenida que margeava o Rio Bengalas. Logo, os proprietários podiam se dar ao luxo de possuírem extensos pomares.

Até aproximadamente o final do século 19 era muito comum haver nas residências da elite um pombal. Nas casas dos distritos rurais de Nova Friburgo ainda se pode encontrar os tradicionais quintais como o que vi na residência de Míriam Schuenck no distrito de Amparo. Possui um pomar com muitas fruteiras, horta com verduras e plantas medicinais, galinheiro, uma canaleta por onde passa a água captada da nascente do morro e um forno de barro. Havia também um arbusto de café, muito comum nos quintais de quase todas as residências rurais de Nova Friburgo. Lembrando que o pé de café foi inicialmente considerado como uma planta ornamental antes de se tornar no mais importante produto de exportação no Brasil Império.

No passado era também comum nos quintais haver um estoque de lenha para o fogão entre muitas outras tralhas. No quintal de Dona Zali em São Pedro da Serra encontrei salsinha, couve, azedinha, tomate dos índios ou tomate da Índia, uvaia, funcho, alecrim, arruda, saião, hortelã, marcela branca, erva-doce, malva, erva-macaé, pé de fumo, arbusto de café e, claro, um galinheiro. Era comum a criação nos quintais do porquinho macau ou pirapitinga. No caso do distrito de São Pedro e Lumiar se tornou proibitivo em razão da reclamação da vizinhança. Já no distrito rural do Campo de Coelho localizei residências com criação do porquinho caipira como no quintal de Almir Tardin.

O marmelo era outrora muito plantado em Nova Friburgo. Na venda de uma chácara nesse município anunciada no Jornal do Brasil em 1916, destaca-se que a propriedade de três alqueires além de diversas árvores frutíferas possuía um pomar com 400 marmeleiros. Na chácara do Chalet (atual Country Club) foram plantadas pelo proprietário anterior Eduardo Guinle sapucaias, jambeiros, coqueiros, pereiras d’água, pera ferro, marmelo, cerejeira, macieira, caquizeiros, pessegueiros, laranjeiras, ameixeira, goiabeiras, jabuticabeiras, framboeiseiros e bananeiras. Neste pomar a jabuticabeira e a sapucaia são as únicas árvores nativas.

Sapucaia cujo fruto é belíssimo vem do tupi e significa “fruto que faz saltar o olho”. Os frutos possuem cascas lenhosas e as sementes se assemelham às castanhas. Era muito apreciada pelos indígenas que ofereciam cocos de sapucaias, andayá, palmitos e “bichos de tacuára” aos colonizadores portugueses como sinal de amizade.

Com a introdução no Brasil pelos portugueses do marmelo, figo, pêssego, banana, manga, melão, pera e laranja, para ficar em apenas alguns exemplos, inúmeras frutas nativas deixaram de ser comercializadas e hoje são completamente desconhecidas da população. São exemplos de frutas nativas além da jabuticaba e da sapucaia, mocuguê, pitomba, araçá, ibacurupari, ibanemixama, imbu, araticum, guri, caía, iapina, audá, ingá, juá, maçaramduba, murici, ibaraé etc. Ter quintais como outrora é algo impensável nos dias de hoje. Mas além da jabuticabeira, oxalá que outras árvores frutíferas nativas caiam no gosto dos paisagistas. 

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    No quintal de Miriam Schuenck uma canaleta capta água do morro

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    Localizei no quintal de Almir Tardin criação do porquinho caipira

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    Um quintal em São Pedro da Serra da família Ouverney

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Quer melhorar a sua autoestima?

quinta-feira, 05 de novembro de 2020

Do ponto de vista espiritual é difícil pensar em autoestima porque como seres humanos todos possuímos egoísmo inato. Ao longo da vida temos, então, a chance e a escolha de lutar contra isto para nosso próprio bem e nossa utilidade em auxiliar outras pessoas.

Do ponto de vista espiritual é difícil pensar em autoestima porque como seres humanos todos possuímos egoísmo inato. Ao longo da vida temos, então, a chance e a escolha de lutar contra isto para nosso próprio bem e nossa utilidade em auxiliar outras pessoas.

Por outro lado, quando pensamos em autoestima sob o ponto de vista psicológico, muitos de nós necessitamos de correções em nossa maneira de pensar, de sentir, de agir, de nos relacionarmos com os outros e conosco mesmos a fim de melhorar a autoestima que prefiro chamar de autorrespeito. Vamos ver algumas coisas práticas sobre isto.

Primeiro de tudo para você conseguir melhorar seu autorrespeito perceba se surgem em sua mente pensamentos de auto-ataque, de auto-depreciação. Se isto ocorre, então interrompa estes pensamentos assim que eles surgirem, dizendo para si mesmo: “Não vou permitir que este tipo de pensamento continue aqui em minha consciência me perturbando.” E em seguida focalize sua mente em outra coisa.

Faça algo, se possível a cada dia, que não tenha vontade de fazer e que talvez você esteja adiando faz tempo. Isto auxilia a expandir a capacidade de lidar com a frustração. Outra coisa é valorizar o que você consegue fazer e ser. No final do dia, ao deitar, pense um pouco no que conseguiu realizar naquele dia, especialmente aquilo que não tinha vontade de fazer, mas fez porque era necessário. Também pense em algum tipo de comportamento que você conseguiu ter e que foi melhor do que no passado. Valorize estas conquistas, agradecendo a Deus por ter conseguido praticá-las.

Importante também para melhorar seu autorrespeito é cuidar bem de sua aparência física. Isto não significa que você vai ficar obsessivo, obsessiva com seu corpo, seu rosto, seu vestuário. Obsessão é doença. Mas cuidar bem de sua estética mantendo seu corpo asseado, com bom odor, cuidar de seu peso, manter seu cabelo penteado e limpo, usar roupas limpas e arrumadas, tudo isto é saudável e contribui para seu bem estar mental. Li um texto certa vez que o autor dizia que às vezes colocava um ótimo perfume não porque iria a uma festa, mas porque ele mesmo queria sentir aquele odor agradável. É como você dar um presente para si mesmo.

Muito importante para evitar cair numa baixa autoestima é se tornar pedinte de afeto e de atenção aos outros. Sim, precisamos ser amados. Mas cuidado para não cair numa postura de carente porque as pessoas ao seu redor não o amam da maneira como você gostaria. Lembre-se de que não há ser humano que possa nos amar de forma ideal. Isto significa que sempre existe uma falta nesta questão. Mas você pode gostar de si mesmo e se tratar bem independentemente da maneira como as outras pessoas tratam você.

Faça esforços para ler e estudar algo proveitoso. Não é ler besteira. Seu cérebro feito de forma tão maravilhosa por Deus não merece isso. Quem sabe você pode fazer algum curso pela internet, ou numa escola, no Senai, Sesi, Senac, Sebrae, ou um curso superior que sempre desejou fazer. Nunca é tarde para começar a estudar. E lendo algo proveitoso, que possa ser útil para você ajudar alguém, ajuda muito sua noção de valor pessoal.

Finalmente, uma prática que produz muito bem estar pessoal e ajuda no autorrespeito tem que ver com você fazer alguma coisa para aliviar o sofrimento de alguma pessoa, de qualquer pessoa, seja da sua família ou não, da sua rede de amizades ou não. Ajudar voluntariamente promove saúde física, saúde mental e espiritual, fortalece o sistema imunológico. Ajudar ajuda a quem oferece ajuda. Pratique estas coisas e veja como seu respeito pessoal irá melhorar, claro, mantendo uma postura de simplicidade, humildade e não de arrogância.

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O Detran não pode ser sério

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Há pelo menos 15 dias que não se consegue agendar transferências de propriedade de veículos, fazer o licenciamento anual ou emplacamento de carros novos. Segundo explicações colhidas entre pessoas que lá trabalham, não foi renovado o contrato com a fábrica de placas que fazia o serviço e, até agora, não foi fechado um novo convênio. O resultado é a dor de cabeça que isso causa aos proprietários de veículos, sem falar nos prejuízos monetários.

Há pelo menos 15 dias que não se consegue agendar transferências de propriedade de veículos, fazer o licenciamento anual ou emplacamento de carros novos. Segundo explicações colhidas entre pessoas que lá trabalham, não foi renovado o contrato com a fábrica de placas que fazia o serviço e, até agora, não foi fechado um novo convênio. O resultado é a dor de cabeça que isso causa aos proprietários de veículos, sem falar nos prejuízos monetários.

No caso de aquisição de um veículo novo, quem tem convênio com o programa “onda livre” não pode regularizar o serviço, pois para isso é necessário que o carro esteja emplacado. Em consequência, paga-se duas vezes pelo serviço: a mensalidade mais o pagamento do pedágio, quando se transita por estradas privatizadas. Além do mais, é muito arriscado sair do estado apesar das informações de que com a nota fiscal do novo veículo e do protocolo de solicitação do serviço, junto ao Detran, pode-se transitar pelas estradas de outros estados, federais ou não. O problema é que ninguém tem culpa da esculhambação que tomou conta do Rio de Janeiro, nos últimos 30 anos, e a probabilidade de se ter o veículo aprendido pelo controle, nas estradas, é real. Os outros estados já realizam esse serviço, pelo menos o de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Na realidade fui muito ingênuo e coloquei na nota fiscal do meu carro meu endereço de Nova Friburgo e dei entrada no Detran com o pedido de emplacamento. Se tivesse acionado um despachante nos estados que citei, teriam me mandado um endereço, que sairia na minha nota fiscal e eu já estaria com a placa e a documentação regularizada. Fui querer ser cumpridor dos deveres de cidadão e me dei muito mal. Ser honesto no Rio de Janeiro de hoje é uma grande burrice.

A informação que se recebe é que não há previsão para restabelecimento do serviço, ou seja, nada de transferências, nada de emplacamentos, por tempo indeterminado. Ao que parece a questão é a seguinte: desde que o governador, ou seria ex, entregou a escolha do diretor do órgão máximo do trânsito do estado para a Assembleia Legislativa, já estamos no quinto indicado. Se cada um que passa a ocupar o gabinete do chefe se dá ao direito de escolher uma nova fábrica de placas, aonde iremos parar ou será que temos tantos fabricantes no mercado? Ou existem outros motivos?

Na Europa e, creio que nos Estados Unidos também, a placa é do dono do veículo, ou seja, quando ele adquire um novo ou usado, a placa continua a mesma, passa de um veículo para outro. Aliás, é por isso que na França, quando se compra carros, o emplacamento e a documentação são feitos no próprio local da compra. Ela é, então, enviada para o órgão regulador da circulação de veículos pela própria agência; com isso diminui-se a burocracia e o molha mão, tão característico no nosso estado.

Fazer qualquer serviço, no Detran, sem o auxílio de um despachante é uma batalha encarniçada, que só se consegue depois de muita luta. Nada contra os despachantes, pois eu mesmo não abro mão do meu, mas o final feliz deveria ser igualitário.

Lembro-me, quando ainda havia vistoria anual por aqui e em outros estados já tinha sido abolida, emplaquei um carro no Espírito Santo. Mandei a nota fiscal e a minha documentação para um despachante e, em uma semana, estava recebendo pelos Correios placas e o DPVAT. Simples, não? Tenho um amigo que trocou de carro na mesma época que eu, e já está com tudo regularizado, podendo inclusive viajar para fora do estado, com seu veículo. Simples, não?

Maldito estado, onde a corrupção é a tônica e seguindo a máxima de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Porque fui nascer logo aqui? Ao invés de ser sofredor, torcendo pelo Botafogo, poderia ser Internacional ou Grêmio, São Paulo ou Santos e muitos outros clubes vencedores espalhados por esse Brasil.

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Eles vivem

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Ante os que partiram, precedendo-te na grande mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram. Estão vivos.

Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo.

Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia, quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Ante os que partiram, precedendo-te na grande mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram. Estão vivos.

Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo.

Inquietam-se com a tua rendição aos desafios da angústia, quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiam responder às interpelações que articulaste no auge da amargura.

Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateias a lousa ou lhes enfeita a memória perguntando porque… Pensa neles com saudade convertida em oração.

As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas da vida.

Quanto puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir.

Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendem no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.

Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no mais além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material… Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de novo despertar.

Espírito Emmanuel; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Do Dia das Bruxas ao halloween de cada dia, A VOZ DA SERRA é mágico!

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

O Caderno Z do último fim de semana acertou no tema para festejar o Halloween em 31 de outubro. A comemoração, prejudicada pela pandemia, não perdeu o seu valor e a leitura do caderno, a meu ver, é uma celebração sustentável e, certamente, caiu no gosto dos adeptos do Dia das Bruxas. Muito além das abóboras, das caveiras e dos agouros do gato preto, os festejos agora pedem uma boa maquiagem artística e Luna Zbinden, especialista no assunto, destaca que para uma “make perfeita” é preciso avaliar quais os tipos de produtos a serem usados, o tipo de pele.

O Caderno Z do último fim de semana acertou no tema para festejar o Halloween em 31 de outubro. A comemoração, prejudicada pela pandemia, não perdeu o seu valor e a leitura do caderno, a meu ver, é uma celebração sustentável e, certamente, caiu no gosto dos adeptos do Dia das Bruxas. Muito além das abóboras, das caveiras e dos agouros do gato preto, os festejos agora pedem uma boa maquiagem artística e Luna Zbinden, especialista no assunto, destaca que para uma “make perfeita” é preciso avaliar quais os tipos de produtos a serem usados, o tipo de pele. Outro fator importante, que faz a diferença, é saber se o evento será durante o dia ou a noite. Luna também ressalta que em Nova Friburgo é possível comprar excelentes produtos e com preços compatíveis aos de lojas virtuais.

Mas será que toda bruxa é malvada? Se formos avaliar pelos filmes e histórias infantis, na maioria das vezes, elas são assustadoras e temidas. Basta lembrar de Branca de Neve e já trememos nas bases. Contudo, as bruxas do bem existem e nada há de impossível para ser uma delas. Vejamos o que diz o “Z”: é preciso “ser detentora de sabedoria e de conhecimento milenar, como o manejo das ervas, a influência da lua e dos astros, as verdades quânticas da existência”.

A princípio, parece muito difícil, mas traduzindo para a nossa vida, uma pessoa que desenvolva o “culto à natureza, o respeito aos ciclos da terra e do corpo humano, a liberdade, o respeito ao bem-estar alheio, está no caminho certo. Sendo esse comportamento uma prática habitual, há de alcançar uma leveza tamanha, que ela passa a ter domínio da própria vida e estando bem consigo, refletirá “magia” ao seu redor. Vamos arriscar nessa bruxaria?

Saindo do “Z”, Ana Borges conversou com Nívea Semprini, a “bruxa friburguense”, que tem muito a nos ensinar. Para quem se empolgou com o meu convite acima para “arriscar na bruxaria”, eu quero me retratar e acrescentar o que diz Nívea sobre o assunto: “não adianta ler mil livros, frequentar mil cursos ou tirar diploma de bruxa, se você não tiver empatia com seu próximo,  vontade de ajudar, seja com a leitura dos oráculos, com as rezas ou receitas de chás e banhos de ervas”. Agora, sim, vamos lá!

A bandeira verde saiu do pódio e voltou a amarela, indicando alguns perigos. Finalmente, a sensatez venceu e, pelo decreto 760, a Prefeitura de Nova Friburgo decidiu prorrogar a suspensão das aulas até 31 de dezembro. Ufa! O bom senso venceu e felicito o Governo Municipal por essa medida. Bares, restaurantes, e lanchonetes, por exemplo,  podem funcionar com até 70% da capacidade máxima de ocupação e distanciamento de 1,5 metro entre as mesas. Digamos que para quatro integrantes por mesa é preciso, no caso de bar, muito espaço e muita disciplina, para que todos mantenham os protocolos. Ninguém pode beber, comer e usar máscara ao mesmo tempo. Como é que ficam as restrições?

“Ninguém segura a ganância dos exploradores do povo: quilo da carne chega a Cr$ 6”. Pelo valor em cruzeiros antigos, os leitores já viram que isso aconteceu “Há 50 anos”. Não fosse isso, tudo igual em 2020, inclusive com os altos preços do óleo comestível e outros produtos da cesta básica. Falando nisso, há queixas de famílias inscritas no CadÚnico. A prefeitura explica que “há falta de insumos no país”. Nem sei o que comentar, só me lembro de um slogan: “Quem tem fome tem pressa”!

As “Eleições 2020” estão gerando reportagens especiais em A VOZ DA SERRA. Aliás, o jornal tem sido aquele guia imparcial que nos conduz de forma clara, justa e objetiva para que possamos conhecer os candidatos e daí apreciarmos para quem dar o nosso precioso voto. A matéria sobre a arrecadação e gastos dos candidatos a prefeito, exibe um panorama financeiro apreciável, mas, cá pra nós, é muito dinheiro envolvido.

Tomara que tudo saia a contento para satisfação geral do povo e para o bem da nossa cidade, afinal não é outro o objetivo de uma eleição. E Nova Friburgo pode se dar ao luxo de estar em 35º lugar no ranking de qualidade de vida para a longevidade da população.  Nem tudo está perdido. Vamos confiar e aguardar os acontecimentos.

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A teimosa esperança

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Estamos nos aproximando do final de mais um ano, no itinerário anual o mês de novembro é de uma aura de certeza e esperança. Duas celebrações marcam o início deste mês, a Solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos, últimos dias 1º e 2.

Estamos nos aproximando do final de mais um ano, no itinerário anual o mês de novembro é de uma aura de certeza e esperança. Duas celebrações marcam o início deste mês, a Solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos, últimos dias 1º e 2.

A liturgia da Igreja, repleta de significado, nos provoca à reflexão sobre a existência humana e a transitoriedade das coisas. Nesta perspectiva é lícito e necessário meditarmos sobre nossa vocação de sermos-para-a-vida, ou seja, não só sobre nossa finitude, mas para o além dela, sobre o além túmulo, sobre o nosso desejo de eternidade.

Neste ano, estamos sendo interpelados a todo instante pela certeza de nossa finitude. Diante da pandemia causada pelo coronavírus, vimos de perto e com muita frequência a fragilidade de nossa condição humana. Compreendemos, assim como o salmista, que nossa existência “é semelhante à erva, ela floresce como a flor dos campos. Apenas sopra o vento, já não existe, e nem se conhece mais o seu lugar” (Sl 102, 15-16).

Muitas vezes a certeza da finitude causa em nós angústia, desânimo e desespero, pois nos deixamos dominar pelo pensamento de perda e impotência. Contudo, à luz da ressurreição de Cristo somos levamos a alimentar nossa esperança na eternidade. É como reza a Igreja: “E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola” (Prefácio dos fiéis defuntos I).

Olhando para os anseios do coração humano, se pode afirmar com certeza que o homem jamais aceitou sua aparente vocação de ser-para-o-nada, demonstrando-se sempre insatisfeito e inconformado com a certeza de sua finitude, alimentado pelo desejo de ir além, rompendo com as amarras de sua condição.

Sedenta pela infinitude a humanidade buscou ao longo de séculos meios para vencer a morte e as consequências da fragilidade de seu corpo. Nesta linha vimos evoluir a ciência na busca pela cura das doenças e superação da contingência das coisas.

É justo e verdadeiro este combate. Não podemos sucumbir aos sofrimentos desta vida e tão pouco nos eximir de nossa condição mortal. A teimosa esperança nos faz caminhar na tenacidade desta vida em direção à futura, construindo ambientes de paz, verdade e dignidade para todos.

A tomada de consciência de que somos seres finitos deve nos fortalecer na luta por construímos uma realidade presente melhor, mais justa e fraterna para todos. Assim, se encherá de concretude nossa fé e nossa esperança.

Somos peregrinos nesta jornada. Por isso, cada passo, cada decisão, tomados à luz de nossa vocação à vida eterna, onde se manifestará de fato o havemos de ser (cf. 1Jo 3, 2), nos conduzirá ao outro, às suas dores. Portanto, como irmãos, ajudemos uns aos outros a enfrentar as pedras e espinhos do caminho, de modo a chegarmos juntos às moradas eternas.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação

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