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Fluminense A.C., uma das glórias do esporte friburguense, comemora seu cinquentenário

sábado, 13 de março de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 13 e 14 de março de 1971

 

Manchetes:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 13 e 14 de março de 1971

 

Manchetes:

  • Fluminense Atlético Clube - Uma das maiores glórias do esporte friburguense comemora  seu cinquentenário de fundação, realizando sessão magna comemorativa e missa em ação de graças, assim como procederá o lançamento da pedra fundamental das arquibancadas do seu estádio. 
  • Feira livre, ou livre exploração? - É preciso colocar um paradeiro na exploração desenfreada na Feira do Suspiro. Cada feirante vende pelo preço que bem entende e alega que está sobrecarregado de encargos que muito encarecem as mercadorias. A verdade é que, como está não pode continuar…  
  • Faculdade de Odontologia: Presidente Médici assina o decreto autorizativo de funcionamento - Por via de telegrama, dr. Nilson Rebordão, subchefe do gabinete do ministro comunicou ao prefeito de Friburgo, Feliciano Costa, e à Fundação Educacional local, que saído do mesmo ministério com todos os pareceres favoráveis, se encontra com o presidente da República, para assinatura, o decreto que autoriza o funcionamento imediato da Faculdade de Odontologia de nosso município. Tudo indica que seja publicado o decreto e feita a chamada para o vestibular. 
  • Álvaro de Almeida na Regional do MDB - Para receber instruções sobre a conduta partidária nesta fase política fluminense, manteve contato com a alta direção do MDB, na presente semana, o presidente do diretório local, Álvaro de Almeida. 

 

Pílulas:

  • A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que tem sediado em Friburgo um batalhão sob o comando do nosso conterrâneo capitão Imbroinize, deu conhecimento ao Executivo municipal do seu plano de aqui instalar um serviço do Corpo de Bombeiros, com 60 soldados para o combate a incêndios e já a disposição do mesmo serviço, quatro viaturas de alto custo e de suma necessidade de uma comunidade totalmente desprovida de recursos, em caso de incêndio. A única exigência, será a construção de um prédio adequado, aos fins a que se destina, não havendo qualquer objetivo quanto à obras suntuárias. Não temos a menor dúvida de que o prefeito Feliciano Costa aceitará a proposta, pois é ele um homem de alto discernimento. 
  • Em toda a história de um governo que pode sair de cabeça erguida, o governador Geremias Fontes teve um erro imperdoável, qual seja o de manter no DER até o final de sua administração, o doutor engenheiro ex-prefeito interino de Friburgo, um cabuloso e incapaz, teimoso e sobretudo inconsequente. que afinal de contas, tomou algumas iniciativas que beneficiaram a nossa terra, o que era natural por que aqui tem enormes interesses, inclusive uma construtora, mas que sempre foi considerado o pior diretor do DER que passou pela administração do Estado do Rio. Vade retro! 
  • É preciso que alguém diga alguma coisa sobre a água, melhor dizendo sobre o novo abastecimento, inaugurado em 30 de janeiro, cujo precioso líquido até o momento em que escrevíamos esta coluna, não correu pelos canos. Ainda que para acusar é necessário que seja indicada as razões dos fatos reais que queremos trazer a público, ouvindo toda e qualquer pessoa, órgão, repartição, etc. que tenham sido atingidas e que desejem defesa. Não deve ficar pedra sobre pedra, neste complicado “affaire”, inclusive certas histórias fantásticas de centenas de canos estourados, centenas de falhas de tubos de ferro nas linhas e enfim, uma série de baboseiras que andou e ainda anda por aí…  

 

Sociais: 

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Fernando Vassalo, Lenita Vilarinho, Paulo Cezar Turque e Maria Luiza Coelho Braune (15); Paulo Guilherme Tessarolo Santos (16); Elvira Azevedo Gandur (17); Edésio José Alves, sr.Bizzoto e Odilon Spinelli (19); Dalvacy do Rêgo Almeida e José Gonçalves Bertão “Tetê” (20); Flôra Sertã da Silveira, João Batista Bussinger, José Carlos Jardim, Maria José Jardim e Maria Ventura (21) . Registramos também as cerimônias de casamento do casal Maria José Silva e José Luiz Attayde, no dia 19, e do casal Vânia de Almeida e Rosemberg da Silva, no dia 26. 

 

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Saudades da cidade lá fora

sábado, 13 de março de 2021

Um silêncio ensurdecedor domina os cômodos da casa. Uma mensagem chega no celular quebrando a monotonia dessa música de uma nota só. Mais uma daquelas propagandas que tentam te convencer de que você foi sorteado para comprar. Vê se pode? Sorteado para gastar... 

Um silêncio ensurdecedor domina os cômodos da casa. Uma mensagem chega no celular quebrando a monotonia dessa música de uma nota só. Mais uma daquelas propagandas que tentam te convencer de que você foi sorteado para comprar. Vê se pode? Sorteado para gastar... 

Ainda que seja especial estar sobrevivendo, não há nada de incrível em estar no cadastro do invasivo telemarketing. Será que eles acreditam que esse tipo de propaganda rende negócio? Talvez, dê certo. Comigo, não. Silencio o aparelho que me conecta a tudo lá fora e apenas espio a fortaleza de escuridão embrutecida pelas cortinas blecaute. 

Durmo para ver se o sono vem. Canto para despertar. Estou com saudades da cidade lá fora. Da chapa fritando. A frigideira daqui de casa não é igual. Dizem que servir às multidões é o tempero que faz o alimento na chapa ser mais gostoso. O gosto do bacon no sanduíche que não continha bacon, a gordura do provolone na muçarela. 

Enquanto sonho, estou lá fora, brincando com as crianças no parquinho, correndo dos quero-queros no gramado. Mas logo acordo e me sinto passarinho na gaiola. Eu, passarinho. A casa, gaiola. 

Saudades da cidade lá fora... As flores dos canteiros da praça. Vislumbro. Mesmo que há tempos naquela grande praça só exista eucaliptos renascendo. As plantas daqui de dentro de casa não gostam muito de luz. Plantas que ficam na sala são assim. Pouca ou muita água, mas nada ou quase nada de luz do sol. São belas, ainda que não deem flores. Ah! As lá de fora são mais libertárias. Ainda que, quando na varanda particular, deem mais trabalho para cuidar. Ficam expostas, são sensíveis e requerem muita atenção, pois não aprenderam a se virar sozinhas como as que estão no habitat natural. Assim como as flores da cidade lá fora, são os vira-latas. 

Cachorros ou gatos. Sabem pedir, graduados em sonsice, não resistem a um carinho qualquer. Mas logo dispersam e se vão como cão sem dono mesmo. Saudades deles, especialmente do Branquinho e do Pretinho. São os nomes deles. E em outras ruas há o Amarelinho ou o Miauzinho. Nomes ou apelidos, mas que atendem prontamente ao serem chamados. Não sei se eles são os donos da cidade ou se a cidade é que é dona deles. Para que saber de algo tão resolvido por si só? 

O barulho da cidade só me achega quando a moto barulhenta atravessa a rua perto ao meu prédio. Corta o silêncio e treme a gaiola fechada em que meu canto é ruído tímido e desolador. Desesperador é sentir que isso não acaba esse ano e que talvez não acabe tão cedo. Minha saudade da cidade lá fora caminha para nostalgia. Como as que tenho dos tempos que não vivi ao colocar um vinil do Belchior na vitrola moderna. 

Toca CD, Cassete, entrada USB e tem até bluetooth. Fico com o LP. Com a agulha fina que desliza pelas faixas que se traduzem em som límpido. Como se produziu maravilhas artísticas nos anos de chumbo. O que se produzirá de arte nesses tempos inglórios e tão cruéis? O que me cabe é, por agora, imaginar Daíra cantando Paralelas no Corsário, como se o extinto Corsário fosse a minha sala e eu ainda que na gaiola pudesse viajar como se estivesse no meu carro a cem por hora. Não escapo da gaiola, mas corro por ela e por suas poucas janelas, e então, sofrido, destemido, ao mesmo tempo que esperançoso, revigoro ao sentenciar a mim mesmo que o infinito da cidade sou eu... 

Que não seja infinita essa saudade.      

 

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(Foto: Henrique Pinheiro)
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Faculdades adiam retorno presencial

sexta-feira, 12 de março de 2021

Faculdades adiam retorno presencial
A universidade Estácio de Sá voltou atrás e não retomará as aulas presenciais. A Candido Mendes também tomou a mesma decisão. Diante do cenário crescente da pandemia, em que o Brasil vive seu pior momento, as duas maiores universidades privadas do município, mesmo com autorização local para retornarem as aulas presenciais, vão adotar o ensino remoto por mais um semestre. 

Faculdades adiam retorno presencial
A universidade Estácio de Sá voltou atrás e não retomará as aulas presenciais. A Candido Mendes também tomou a mesma decisão. Diante do cenário crescente da pandemia, em que o Brasil vive seu pior momento, as duas maiores universidades privadas do município, mesmo com autorização local para retornarem as aulas presenciais, vão adotar o ensino remoto por mais um semestre. 

Avaliação local e regional
A Estácio de Nova Friburgo estava se planejando para retornar parte das aulas presenciais, mas avaliou que a atual situação não permite. Recebendo alunos de vários municípios vizinhos, avalia não só a questão municipal como a regional. São ônibus e mais ônibus de outros municípios. Apenas as atividades práticas e estágios serão presenciais com as devidas medidas sanitárias.

EAD sem tutoria presencial
A Candido Mendes também seguirá com o totalmente ensino remoto, com aulas ao vivo e a interação com os alunos por todo esse semestre. As demais faculdades que já funcionam no sistema de ensino à distância manterão suspensas as tutorias e demais atividades que antes da pandemia eram presenciais.

Novo coordenador
O curso de Direito da Estácio em Nova Friburgo, avaliado como um dos melhores do país, tem novo coordenador. Assume a coordenação do mais importante curso do campus, o professor Hugo Lontra que, inclusive, já escreveu nessa coluna. Por muitos anos, a coordenação ficou com o professor Thiago Petrucci, que deixou a função por motivos pessoais. Hugo já atua como professor da universidade, inclusive em bancas de trabalhos de conclusão de curso, sendo muito querido pelos alunos.

IPRJ - orgulho estadual
Por falar em ensino superior, professores e alunos da Uerj em Nova Friburgo criaram uma plataforma com publicações e novidades seguras relacionadas à Covid-19. Já são mais de 450 mil documentos, em três idiomas (inglês, espanhol e português) disponíveis de maneira simplificada a todos.

Plataforma Covid-19
O grupo do Instituto Politécnico (IPRJ), liderado pelo professor Anderson Namen, inclui também técnico-administrativos que trabalham na ferramenta desde abril do ano passado, ou seja, pouco depois de ter estourado a pandemia no Brasil. O reconhecimento a esse trabalho é também um reconhecimento à importância da pesquisa e da interiorização da universidade pública.

Gênios da computação
O projeto de extensão “Robô para busca e disponibilização de metadados de publicações relacionadas a Covid-19” consiste no desenvolvimento de um algoritmo usado para encontrar, ler e indexar páginas na rede mundial que busquem informações relevantes de descobertas e conhecimentos científicos referentes a artigos publicados em revistas médicas e em matérias disponibilizadas na web que abordem a Covid-19.

Facilitador de pesquisa
Foi criado um sistema para acesso aos dados coletados que disponibilizasse diferentes mecanismos de filtragem e alertas quanto a novas publicações, a partir da escolha de diferentes atributos (assunto, título, resumo, autoria, período de publicação), de acordo com a demanda do usuário.

Disponível a todos
Inicialmente divulgada apenas junto à comunidade do IPRJ, para que o uso dos recursos pudesse ser avaliado e fossem colhidos feedbacks, agora está disponível para toda a sociedade, através do endereço www.covid-19.iprj.uerj.br. Os envolvidos acreditam que este seja um diferencial importante para o desenvolvimento de ações e soluções para os problemas da Covid-19.

Menos ovos nas prateleiras
Faltando menos de um mês da Páscoa (próximo dia 4 de abril), a típica imagem de lojas e supermercados lotados de ovos de chocolate mudou drasticamente em relação a anos anteriores. A pandemia, é claro, acelerou o que as empresas do ramo consideram um efeito natural do tempo. Por isso, muitas delas estão apostando em novos produtos de chocolate e nas encomendas online.

Mudanças permanentes?
Essa mudança de comportamento do consumidor e que modifica o planejamento das empresas é destaque em algumas publicações de marketing e mercado recentes, com olhar para além da pandemia. Menos ovos de chocolate nas lojas, novos produtos e vendas de industrializados online abrem espaço para o empreendedorismo.

Precavidos
Claro que as lojas e supermercados todos enfeitados faziam brilhar os olhos do público, especialmente dos pequenos. Como as gigantes vão resolver isso? Talvez só no ano que vem, quando se espera, seja uma páscoa sem pandemia. Ano passado, todos foram pegos de surpresa. Neste ano, os prejuízos tendem a ser menores, até pela menor oferta.

Produção local
Com isso, surge mais espaço para os ovos de chocolate artesanais ou caseiros. Ovos feitos sob encomenda ou outros produtos como cestas de trufas estão em alta. O que vai ao encontro do aumento da consciência de fomentar a economia local num momento de extremas dificuldades para o vizinho.

Campeão de vendas
Ganhando cada vez mais o coração das pessoas, o sucesso de vendas das duas páscoas anteriores - os ovos de colher - devem se repetir também na deste ano. Não faltam opções em Nova Friburgo, de sabores e de empreendedores. Vale olhar as redes sociais antes de comprar os ovos tradicionais, como já dito, planejadamente cada vez menos volumosos nas prateleiras.        

Palavreando
“Discutir não é melhor do que viver. Só os tolos podem achar o contrário. Esse pecado já foi gasto pelos filósofos de mais de dois mil anos atrás. Não sobrou nada para quem veio adiante”.

Foto da galeria
“Retrato Falado” é o mais novo livro do professor Alexandre Gazé. Trata-se de um compilado de entrevistas realizadas pela extinta Luau TV no programa homônimo. Curiosamente, o programa de TV recebeu esse nome por conta do livro de 1992, “Retrato Falado”, do mesmo autor. A obra busca através desses depoimentos - mais de 60 entre quase 200 entrevistas realizadas na TV - traçar um perfil recente da sociedade friburguense sob o ponto de vista dos entrevistados das mais diversas correntes e setores.
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Vozes políticas

sexta-feira, 12 de março de 2021

Por ora optei por me abster de discutir sobre política nesse momento. Está certo que não tenho gosto para discussões. Não quer dizer que não pense sobre. Pelo contrário, creio que tudo é político. A forma como se vive é uma escolha em essência política. Já falei sobre isso por aqui. A cabeça esquenta, os nervos saltam e é necessário fazer o exercício constante de autoconsciência para não esquecer de que o pensamento é livre, que devemos respeitar opiniões diversas (e adversas), que cada um tem sua base e vivências próprias e que muitos sequer sabem o que dizem.

Por ora optei por me abster de discutir sobre política nesse momento. Está certo que não tenho gosto para discussões. Não quer dizer que não pense sobre. Pelo contrário, creio que tudo é político. A forma como se vive é uma escolha em essência política. Já falei sobre isso por aqui. A cabeça esquenta, os nervos saltam e é necessário fazer o exercício constante de autoconsciência para não esquecer de que o pensamento é livre, que devemos respeitar opiniões diversas (e adversas), que cada um tem sua base e vivências próprias e que muitos sequer sabem o que dizem. Ao mesmo tempo, tenho a plena certeza de que falar sobre política, se interessar pelo assunto, traçar diálogos, expor fragilidades, apresentar soluções e debater formam um caminho extremamente importante tanto no processo de evolução social quanto no democrático.

Aquela expressão “dar murro em ponta de faca” tem sido vivificada a cada instante. Não se convence uma pessoa radical expondo simplesmente um discurso antagônico. Se um estranho pensa diferente de mim, por que vou achar que é minha opinião quem vai convencê-lo de que a certa sou eu? Quanta pretensão. Se a divergência está dentro de casa, adianta discutir, brigar com pessoas queridas para impor uma verdade que não é unânime?  Certo e errado. Bem e mal. Tudo é muito relativo. Depende do ângulo. Depende da formação. Depende de fatores que levam uma vida para serem construídos. Depende de valores éticos e morais, experiências pretéritas, projetos futuros, conhecimento de causa.

Por um lado os debates retratam uma esperança. O povo está atento. Os cidadãos acordaram, entenderam seu poder. A vontade de melhorar o país está tomando as ruas. A democracia está sendo defendida em amplos campos. A importância disso é inquestionável. Por outro lado, estamos vivendo tempos em que muitas pessoas estão com sangue nos olhos, semblante sombrio, sentimento de raiva, uma necessidade veemente de se impor, de expressar sua ira, de tirar o véu do respeito e invadir o livre arbítrio do outro de forma grosseira, ofensiva, impositiva. Ando vendo pessoas transfiguradas, exalando fúria e disparando uma metralhadora de informações desconexas, agressivas e muitas vezes mentirosas. Isso assusta. E eu indago se isso é saudável.

Às vezes tenho vontade de dizer para algumas pessoas que pensem em sua saúde. Que ódio faz mal de verdade. Que o processo eleitoral acirra os ânimos, é extremamente valioso mas que os embates saudáveis podem ser mais eficientes. E inteligentes. E ainda preservam as relações. Pergunto sinceramente: alguém muda de opinião quando outra pessoa impõe sua verdade de maneira radical? Creio que para muitas pessoas essa metodologia funcione. Mas para mim, essa tática é vã. Chover no molhado, sabe? Dispêndio de energia. Me convença com argumentos, com propostas claras, com um ponto de vista bem estruturado, com uma opinião sincera, com uma postura respeitosa em relação aos adversários. Me ajude a sentir esperança em um futuro melhor, a crer de verdade que esse processo pode significar alguma mudança. Me apresente programas, me conte sobre feitos, contribua de forma coerente para a formação de minha opinião. Pois do contrário, não perca seu tempo. Não me convenço por falas cheias de rancor, por discursos dicotômicos, pelo dedo enfiado na ferida aberta das pessoas. Desconfio de radicalismos. Esmoreço com inflexibilidade, com pensamentos que não mudam, com falas desacompanhadas de ouvidos.

Por fim, devo dizer que apesar do uso da primeira pessoa do singular nesse texto, não falo de mim propriamente. Não sou eu. Quero dizer pelos tantos que estão optando por essa postura quase incomum de se abster de falar (e não de pensar, obviamente) nesse momento. Desejo expressar que tal conduta também é genuína. E deve ser respeitada. Aliás, o voto é secreto.

A participação política é muito mais ampla do que o posicionamento explícito. Os eleitores não são obrigados a contar ao mundo qual a escolha feita sob pena de serem rotuladas por adjetivos esquisitos. Há diversas formas de se ter postura ativa no processo democrático. Há maneiras de gritar a insatisfação sem usar propriamente a voz. Há vozes que não falam. Vozes que são atos, práticas, manifestações outras que podem ser também muito eficientes. Vozes que são o dia a dia, o pragmatismo, a postura. Não entrar no embate pode ser uma estratégia inteligente de autopreservação que em nada desmerece aqueles que livremente fazem essa opção.

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Volta às aulas na pandemia

sexta-feira, 12 de março de 2021

É claro, quando se fala de rotina social em contexto pandêmico deve haver muita cautela e determinados protocolos para manter a segurança da população. Estamos começando um novo ano letivo, mas tudo segue dentro das normas estabelecidas em 2020; que, a propósito, quanta irresponsabilidade. Estou ciente dos riscos, tanto os relacionados ao coronavírus quanto aos impactos sociais causados pelo isolamento social.

É claro, quando se fala de rotina social em contexto pandêmico deve haver muita cautela e determinados protocolos para manter a segurança da população. Estamos começando um novo ano letivo, mas tudo segue dentro das normas estabelecidas em 2020; que, a propósito, quanta irresponsabilidade. Estou ciente dos riscos, tanto os relacionados ao coronavírus quanto aos impactos sociais causados pelo isolamento social.

Contudo, cá entre nós, provocam-me arrepios ver os bares e casas noturnas da nossa cidade com grande lotação. Ainda que “de acordo com protocolos de segurança”, é triste ver o nosso presente (adultos em idade produtiva) se degradando e pondo a sociedade em risco enquanto o nosso futuro (crianças e jovens em idade acadêmica) permanece em casa sem acesso pleno à educação. Nosso futuro, repito, sem educação!

Essa foi a introdução do texto publicado – por esta coluna – em 15 de janeiro de 2021, quando surgiam os primeiros indícios de que as aulas presenciais pudessem voltar a ser realidade num futuro breve. Na época, o Brasil chegava a 40 semanas de escolas fechadas ante a média global de 22 semanas. O contexto continua provocando-me arrepios, mas o que poderíamos ter feito entre setembro e dezembro (enquanto os casos estavam nos menores patamares desde a primeira onda) não deveria começar agora (enquanto, por outro lado, os casos superam recordes atrás de recordes).

 Entretanto, Nova Friburgo volta a ter seus primeiros dias de aulas presenciais e faz todo sentido eu refazer esta publicação com o intuito de pontuar estratégias para que o retorno seja menos impactante para o bolso daqueles que arcam com altas despesas de material escolar.

● Reaproveite o que puder - O primeiro passo para garantir economia nessa empreitada é analisar tudo o que pode ser reutilizado. Nem sempre e necessário comprar uma mochila ou estojo novos; até canetas, lápis de cor – entre outros materiais – podem ser, com a ajuda e cuidado dos filhos, reaproveitados. A primeira dica, vale ressaltar, não está só relacionada com o lado financeiro, mas também com os valores contemporâneos de uma sociedade mais preocupada em frear o consumo desnecessário.

● Analise se é necessário comprar tudo agora - Desembolsar uma quantia alta de uma só vez dói muito mais que entrar em contato com a escola e pedir um cronograma de como o material didático será utilizado. Você terá a oportunidade de fracionar as compras e reduzir, assim, os impactos financeiros do início de ano.

● Siga a lista (mas não tanto) - A volta às aulas é sempre época de grandes vendas em livrarias, e como todos sabemos, períodos sazonais de comércio são momentos de gerar ainda mais lucro. Então resista aos filhos e atente-se com as técnicas de venda; não compre o que, por tendências de mercado, está fora da lista e assim você vai economizar ainda mais. A propósito, é bom lembrar, existem itens que não podem ser exigidos nas listas de material escolar. Certifique-se dos seus direitos.

● Compare preços - Essa é a principal dica. Comparar preços é fundamental para qualquer compra que você venha a fazer. A diferença é real. Na cidade de São Paulo, foi realizada uma pesquisa pela Associação de Defesa do Consumidor cujo resultado aponta – numa lista de materiais com 25 itens – uma diferença que chega a 150% no valor total da compra. E comparar preços também é essencial ainda que dentro de uma mesma loja. É claro, as variações de preço podem ser justificadas pela qualidade do produto, mas nem sempre se restringe à isso.

● Pechinche - Para fechar com chave de ouro as compras escolares, procure conseguir um desconto no valor final. O pagamento à vista, por exemplo, é sempre uma opção que te trará alguma oportunidade de desconto. Analise se é viável e vantajoso para as suas finanças. Continuemos prezando por valores realmente positivos para a sociedade. Tenho a certeza de que educação faz parte deste pacote; afinal, no meu ponto de vista, já passou da hora de ser considerada como atividade essencial. Pense nisso!

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A imigração alemã e seu legado

quinta-feira, 11 de março de 2021

No ano de 2024 a comunidade alemã de Nova Friburgo celebrará o bicentenário de sua imigração. Os alemães são os únicos que vieram para esta terra tanto na qualidade de colonos como de imigrantes. Antes é preciso entender o contexto da época. A Alemanha não era um país unificado na ocasião em que os germanos imigraram para Nova Friburgo, sendo originários de reinos, grão-ducados, ducados e principados.

No ano de 2024 a comunidade alemã de Nova Friburgo celebrará o bicentenário de sua imigração. Os alemães são os únicos que vieram para esta terra tanto na qualidade de colonos como de imigrantes. Antes é preciso entender o contexto da época. A Alemanha não era um país unificado na ocasião em que os germanos imigraram para Nova Friburgo, sendo originários de reinos, grão-ducados, ducados e principados. A unificação da Alemanha em Estado-nação ocorreu em 18 de janeiro de 1871.

Declarada a independência do Brasil em relação a Portugal, D. Pedro I fez uso de mercenários europeus na organização do Exército nacional. Como os países restringiam a emigração de ex-combatentes, as autoridades brasileiras cooptavam agricultores e artífices entre os soldados para dissimular a vinda de mercenários. O primeiro navio, o Argus, chegou ao Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1824, trazendo 134 colonos alemães e 150 soldados. Já o Caroline chegou em 14 de abril do mesmo ano com 180 colonos e 51 soldados.

Sob protestos 342 colonos alemães foram encaminhados para a vila de Nova Friburgo chegando aqui em 3 de maio de 1824. Estes colonos deveriam ocupar as terras abandonadas pelos suíços, ainda que muitas fossem impróprias à agricultura. Disse sob protestos pois tinham conhecimento de que as terras da colônia não eram boas para a atividade agrícola. Como não tinham escolha tomaram posse dos lotes de terra. No entanto, seguiram o mesmo destino dos colonos suíços. Alguns venderam ou abandonaram as suas glebas e seguiram para outras regiões. Os Schuenck se tornaram proprietários de muitas terras nas freguesias de São José do Ribeirão e de Sebastiana.

O melhor exemplo de prosperidade entre os alemães é o de Joseph Erthal. Trabalhou como ferreiro e isto lhe permitiu com suas economias adquirir uma propriedade agrícola onde hoje situam-se os municípios de Bom Jardim e Duas Barras, cultivando café. Atualmente a família Erthal é a maior produtora de café do Estado do Rio de Janeiro exportando esta commoditie para diversos países.

Alguns alemães que serviram como mercenários ao darem baixa no Exército Imperial imigraram para Nova Friburgo. Um deles é Friedrich Gustav Leuenroth, mercenário do Batalhão de Estrangeiros que inaugurou a primeira casa de banhos na vila e posteriormente o Hotel Leuenroth. O mestre cervejeiro Albano Beauclair estabeleceu em 1893 a fábrica de cerveja Beauclair em Nova Friburgo. Era neto do médico alemão Johann Adolpho Rouville de Beauclair que viera para o Brasil trabalhar em fazendas de Cantagalo, cuidando de escravos doentes. Cantagalo por ser muito mais próspero do que Nova Friburgo atraiu alemães como Jacob Gijsbert Paul Van Erven, que deu grande desenvolvimento às fazendas de café do Barão de Nova Friburgo. Em razão de seu conhecimento técnico se tornou sócio do barão em algumas fazendas.

Outro ilustre alemão foi Theodor Robert Peckolt, médico e botânico que imigrou para Cantagalo, em 1847. Industriais alemães dos ramos têxtil e metalúrgico como Peter Julius Ferdinand Arp, Maximilian Falck, Gustav Carl Siems e Hans Gaiser mudaram a história de Nova Friburgo transformando a pacata cidade de veraneio em um centro industrial. A detenção de navios germanos na Primeira Guerra Mundial redundou na prisão de centenas de alemães no Sanatório Naval de Nova Friburgo. Alguns foram cooptados pelas indústrias alemãs locais para trabalharem em suas fábricas recém instaladas a exemplo de Richard Hugo Otto Ihns, Johannes Robert Garlipp, Hermann Ostmann e Carl Otto Stern.

Os industriais do ramo têxtil utilizavam um maquinário extremamente complexo. Em razão disto muitos técnicos alemães foram contratados para montar e colocar as máquinas têxteis em funcionamento. Isto foi aumentando cada vez mais a presença de alemães em Nova Friburgo. Assim como os italianos se concentraram no bairro das Duas Pedras, os alemães escolheram Mury como moradia. Galdino do Valle Filho quase alterou o nome deste distrito para Germania tanto eram os alemães que ali residiam.

O estabelecimento das indústrias atraiu indivíduos de outros municípios para trabalhar nas fábricas e sítios do distrito agrícola de Conselheiro Paulino se transformaram em loteamentos para abrigar os novos moradores. Olaria teve o mesmo destino perdendo suas chácaras para dar lugar a residências dos operários. Outra influência dos alemães foi o montanhismo com a criação em 20 de julho de 1935 do Centro Excursionista Friburguense. Realizada a eleição do primeiro presidente, foi escolhido Friederich Von Veigl que deu nome a uma montanha na cidade.

O centro excursionista objetivava promover passeios, longas caminhadas e escaladas. Era o segundo clube de montanhismo do Brasil. Otto Siemens proprietário da fábrica de Filó foi um dos incentivadores do montanhismo. Assim como os suíços ganharam a obra de Martin Nicoulin, “A Gênese de Nova Friburgo”, e “Imigrantes”, de Henrique Bon para conhecer as suas origens, os alemães têm o benefício do blog do genealogista Cesar Raibert Valverde, que contém um rico material de pesquisa. Em 2024 teremos muito a celebrar sobre o legado do povo teutônico em Nova Friburgo.

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    Membro da família Cleff

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    Residência típica dos alemães em Friburgo

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    Os Erthal exportam café para diversos países

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Mulher: uma criação especial

quinta-feira, 11 de março de 2021

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora.

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora. Um pé na infância, outro na adolescência, o corpo se molda para o de mulher, interesses se voltam para a estética, a menstruação chega e anuncia a marca endócrina da fêmea, ela cresce. Na adolescência, mais formas femininas, o afeto agora com interesse no sexo oposto, cria amizades, a turbulência das emoções, esta é a graça da filha adolescente.

Início da vida adulta, casamento, estudos, trabalho, aguarda o desenrolar da história que pode levá-la ao seu lar, ser dona de casa, esposa, mãe, lindas possibilidades na existência! Mesmo ficando solteira, a graça feminina, a capacidade profissional, a ajuda humana que pode dar, mostram a importância da vida da mulher adulta.

Que beleza e delicadeza a mulher grávida! Que maravilha do criador ela gerar um bebê e dar à luz um ser! Sublime etapa! Anos adiante, no sofrimento e alegria que todos temos, surge o amadurecimento mais profundo, criando filhos. Depois chega a hora de curtir os netos! Envelhecer é ruim, mas amadurecer é bom. Ela amadurece mais e chega à menopausa, um período normal do ciclo feminino em que não mais precisa procriar. Na terceira idade ela é muito útil aconselhando os mais novos da família, apoiando-os, repreendendo-os. Finalmente, ela necessita ser cuidada por ter as forças, a visão, e a capacidade de trabalho diminuindo. Ajude-a!

Mulher, gostaria de deixar para você alguns conselhos. Talvez lhe ajudará:

1 -  Crie sua filha curtindo a infância com menos coisas artificiais, menos shopping, TV, vídeogame, comida artificial e mais natureza. Evite para seus filhos multi-cursos, como inglês, espanhol, ginástica, música, judô, natação, ufa!!! E o tempo para ser criança e brincar? Evite superproteção por um lado e negligência afetiva por outro. Ofereça carinho combinado com disciplina. Lembre-se que criança não namora.

2 - Crie os filhos sem incentivar o namoro precoce, mas voltado para os estudos. Mantenha o carinho com amor firme e também com limites. Filhos de lares ditatoriais têm problemas parecidos com filhos de lares liberais e eles não se tornam mais felizes quando os pais deixam que façam o que querem ou quando ganham tudo que pedem.

3 - Seus filhos devem sair com quem você conhece e aprova, sabendo aonde eles vão, cumprindo o horário de voltar. Não estimule o uso de roupas sensuais em sua filha. Isto atrai rapazes para o corpo dela. Garotas confundem isto com afeto. Fale sobre a diferença entre amor e atração sexual e doenças sexualmente transmissíveis. Explique que não é “pagar mico” casar virgem, que sexo pré-marital não garante felicidade no casamento, nem afetiva, nem sexualmente, e que o namoro é secundário aos estudos, sendo um tempo de conhecimento da pessoa e não de transar.

4 - Mulher mãe seja um modelo de honestidade, sinceridade, fidelidade, autocontrole emocional, para seus filhos. Não deprecie homens diante deles, ainda que você tenha sofrido com um homem. Não diga: “Homens são todos iguais, não valem nada!”, porque você foi abusada por um homem rude, abusivo. Não é verdade que todos os homens são iguais e que todos não prestam, o mesmo em relação às mulheres. Não jogue sua filha contra o pai dela por você estar aborrecida com ele. Não jogue sua filha contra o marido dela por não ter simpatia pelo genro. Seja a melhor amiga de sua filha. Ela precisa disso mesmo sendo adulta, independente, com sucesso profissional.

5 - Para você mulher que é avó, curta seus netinhos nem que seja por vídeo, celular, internet. Nada como o vovô e a vovó para colocar um pouco de açúcar na vida dos netos, sem violar as regras dos pais deles. Seus netos precisam de sua experiência e de sua flexibilidade. Netos ajudam muito para a alegria da terceira idade.

6 - Você mulher jovem, adulta, idosa, solteira, casada, separada, viúva, não perca a feminilidade sendo “bronca”. Isto destrói a beleza feminina. Seja delicada, mesmo tendo que ser firme. Não diga palavrão, pois isto tira a doçura e é uma deseducação. Você pode ser doce e colocar limites e ser firme. Não “desça o barraco” achando que isto é ser poderosa. É feio. O poder emocional saudável de uma pessoa se mede pelo grau de autocontrole emocional que ela tem. Mantenha sua feminilidade com serenidade.

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Novo grupo de teatro colegial

quarta-feira, 10 de março de 2021

Novo grupo de teatro colegial
O CEM (Centro Educacional Monnerat) também conhecido como Escola Pontinha de Sol vai ganhar um grupo de teatro. E para essa tarefa escalou ninguém menos do que a reconhecida professora Jane Ayrão, que por muitos anos dirigiu o Taca (Teatro Amador do Colégio Anchieta), possivelmente o mais antigo grupo de teatro colegial da cidade e um dos mais antigos do Estado do Rio.

Novo grupo de teatro colegial
O CEM (Centro Educacional Monnerat) também conhecido como Escola Pontinha de Sol vai ganhar um grupo de teatro. E para essa tarefa escalou ninguém menos do que a reconhecida professora Jane Ayrão, que por muitos anos dirigiu o Taca (Teatro Amador do Colégio Anchieta), possivelmente o mais antigo grupo de teatro colegial da cidade e um dos mais antigos do Estado do Rio.

Nem a pandemia
Mesmo no cenário de pandemia e de grande dificuldade das escolas, a direção do CEM decidiu realizar agora um sonho antigo que vem quase que desde a fundação. Ter um grupo de teatro a exemplo dos colégios Nossa Senhora das Dores e do Anchieta. As atividades do teatro devem ser iniciadas também de maneira híbrida até que a pandemia esteja controlada.

Homenagem ao professor Cícero
O grande desejo é realizar uma montagem sobre a vida do professor Cícero, fundador da escola. Jane Ayrão já tem até o nome da peça que será um musical: “Boa Noite, Professor!”. No entanto, outras montagens cênicas serão realizadas antes, de modo que o grupo esteja maduro e preparado para encarar o desafio.

Adaptação das escolas
O retorno presencial das aulas nas escolas particulares foi tímido, como noticiado por A VOZ DA SERRA. Nem todas as escolas foram aprovadas pela Vigilância Sanitária, com algumas apresentando pendências para o chamado retorno seguro. Se nas privadas há dificuldades, imagine as dezenas de unidades públicas, entre municipais e estaduais.

Custos elevados
Fato é que os custos dessas adaptações são altos. Além de insumos para o distanciamento, o álcool em gel, máscaras e a manutenção do ensino remoto. Muitas escolas particulares tiveram que demitir e não retornam com os quadros funcionais como antes da pandemia. Os mesmos custos existem nas escolas públicas que pelas questões legais precisam se planejar ainda mais para obedecerem às leis de licitações.

Teatro em tempos de pandemia
Estreia amanhã, 11, às 21h, “Cinquentânias - sobre tempo e vida”. A peça-filme faz temporada online até 30 de março, com apresentações às segundas e quintas-feiras, às 21h, pelo canal @cinquentanias no YouTube. Os ingressos podem ser garantidos gratuitamente no site da peça.

As Tânias
A peça-filme narra os dilemas vividos por três irmãs de meia-idade (Tânia, Caetânia e Betânia) diante dos desafios do tempo e da vida. Dirigido pelo ator e diretor Bernardo Dugin, o projeto foi um dos selecionados no edital “Retomada Cultural RJ” da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc.

Família de talentos
Destaque para a família Noguchi que têm mãe e dois filhos no projeto: a atriz Tânia Noguchi interpreta Betânia e seus dois filhos: Rebecca como roteirista e Philippe na direção fotográfica. No elenco ainda estão Cil Corrêa (Tânia) e Cyomara de Paula (Caetânia).

Friburguense dirige clipe de Ivete Sangalo
Aliás, família de múltiplos talentos. Tânia é reconhecida por sua atuação na área de educação e também nos corais, atuando no consagrado grupo Tom sobre Tom. Rebecca escreveu, compôs as músicas e atuou no musical Eros e ainda é psiquiatra. Já Philippe é músico e diretor de cinema. Recentemente, trabalhou com Ivete Sangalo ao dirigir o clipe da música “Um Sinal”, parceria da cantora baiana com a banda Melim.     

Novo aumento já nos postos
Virou coisa corriqueira. Praticamente toda semana deste ano teve anúncio de aumento de gasolina. E nesta, não foi diferente. A gasolina tem nova alta de 9,2%, enquanto o diesel alta de 5,5%. Na gasolina, representa um aumento médio de R$ 0,23 - o litro. O repasse da alta já está chegando nas bombas e está difícil encontrar posto em Nova Friburgo que venda a gasolina a menos de R$ 6, como destaca reportagem na página 8 desta edição.

Efeito dominó
Não será surpresa se o mês de março terminar com o litro da gasolina custando R$ 7. Desde o início do ano, a gasolina acumula alta de 54% nas refinarias, enquanto o diesel subiu 41,6%. Os valores absurdos afetam todo o mercado, inclusive nos supermercados, impactando diretamente no poder de compra e na inflação.

Cashback limitado
Para piorar, um recurso que muitos estavam usando, o cashback oferecido pelos postos Petrobras, também sofreu mudanças. Se antes, o motorista que usava aplicativo de celular próprio recebia de volta 10% do que consumia, agora recebe os 10%, mas limitado a R$ 20 por mês. A medida irritou não só os clientes, mas também os donos de postos dessa bandeira, afinal era um atrativo e tanto.

Palavreando
“Que a criatividade não me envaideça e que a vaidade não me entorpeça. Que toda a inspiração seja fruto das sementes que brotam do meu coração. Faço prece. Se me ouço, a vida também pode me ouvir”.

 

Foto da galeria
Reportagem da extinta Revista Manchete sobre a inauguração do viaduto Geremias de Mattos Fontes, que liga o Paissandu ao bairro Ypu. Reproduções raras como essa estão no perfil do Instagram Nova Friburgo Antiga. São fotos e registros antigos de uma Nova Friburgo nostálgica. Vale conferir.
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Apesar de sermos um país de terceiro mundo, número de vacinados está em alta

quarta-feira, 10 de março de 2021

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril. Por outro lado, seu presidente Emmanuel Macron, em dezembro havia falado numa projeção de 14 milhões entre fevereiro e o início da primavera, que no hemisfério norte se dá em meados de março. Uma diferença considerável.

Portanto, para um país de terceiro mundo, como muitos consideram o Brasil, não estamos tão mal assim, pois pelo andar da carruagem, em abril teremos ultrapassado a cifra de dez milhões de brasileiros vacinados, pois além da produção local pela Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantã, outras estão sendo adquiridas. Sem falar que nosso país também está testando vários imunizantes, que serão importantes para a revacinação, já que até agora não se tem ideia de quanto tempo dura a imunização, após a aplicação da segunda dose.

Ao contrário da mídia facciosa que temos entre nós, reconheço que o nosso número de imunizados atual é de 3,84% da população e que os números revelados por Jean Castex representa, numa população estimada de 70 milhões,  10% do total. Aqui o que vale são números absolutos e não relativos. Aliás, a mídia comprometida sempre usa, em relação ao nosso total de mortos pela pandemia, números relativos, pois esses nos colocariam como o segundo país que mais teve óbitos pela Covid-19. Essa não é a realidade quando eles são avaliados, como é o correto, por um milhão de habitantes. Nesse caso, estaríamos em 23º lugar.

Temos, também, outro problema muito sério, não bastasse a pandemia. O STF perdeu a noção do seu papel constitucional e começa a legislar em assuntos exclusivos do Poder Executivo. Aliás, se o presidente, seja ele quem for, extrapola de suas atividades, é o Poder Legislativo que tem competência para atuar. Mas, como ele muitas vezes se torna omisso, da chance a que pessoas cuja atuação deveria ser apenas no âmbito do Judiciário, se metam aonde não devem. Quando o fazem é um desastre. Vide a anulação das sentenças de Luís Inácio da Silva, proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na Lava Jato, assinada por Luís Edson Fachin. Com essa canetada, ele enterrou uma das maiores operações de combate à corrupção já realizadas no Brasil.

Como já dizia Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Ou: “A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”

Na realidade, o que está por trás de tudo isso, é retaliar, tirar a autoridade do presidente da República, visando seu enfraquecimento com vistas às eleições presidenciais de 2020. O que irrita mais esses senhores é que a popularidade de um político muitas vezes aumenta, quando as críticas são acirradas. Se deixassem o chefe do Executivo respirar, talvez ele tivesse menos força.

Basta lembrar que Luís Inácio foi eleito, reeleito e ainda fez o seu sucessor, mesmo recebendo críticas constantes de seus adversários. Só caiu em desgraça, quando a operação Lava Jato começou a revelar as barbaridades financeiras dos governos petistas. Bolsonaro está em evidência diuturnamente, pois a mídia comprometida não lhe dá tréguas, isso tem um efeito contrário aquele desejado e, se continuarem nessa toada, acabam por reelegê-lo, para desespero de muitos. É o famoso efeito bumerangue.

Nosso grande problema está na falta de um objetivo comum, que é livrar a população dos efeitos da pandemia ou, pelo menos, diminuir o sofrimento de muitos. Se nossas autoridades se unissem para atuarem em conjunto, talvez nossos números fossem mais promissores, mas o que mais se vê são farpas disparadas para todos os lados, colocando o inimigo comum em segundo plano. Os interesses pessoais, sejam quais forem, falam mais alto.

Não é fácil perder entes queridos, principalmente quando na flor da idade, como temos visto todos os dias.

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A VOZ DA SERRA é o diário de bordo das nossas emoções!

terça-feira, 09 de março de 2021

A viagem de hoje começa pelo editorial de Ana Borges, no Caderno Z do último fim de semana, pois, em suas considerações, ela nos lembra a escritora Simone de Beauvoir que comparou o árduo trabalho doméstico das mulheres, como sendo a "tortura de Sísifo". E pergunta: Alguma mulher aí discorda de Beauvoir? – Eu concordo totalmente e só amenizei meu fardo doméstico, quando passei a usar o tempo de trabalhos no lar para pensar, pois, muitos dos meus textos foram escritos na memória, enquanto o batente caseiro, de jornada dupla, consumia o meu tempo.

A viagem de hoje começa pelo editorial de Ana Borges, no Caderno Z do último fim de semana, pois, em suas considerações, ela nos lembra a escritora Simone de Beauvoir que comparou o árduo trabalho doméstico das mulheres, como sendo a "tortura de Sísifo". E pergunta: Alguma mulher aí discorda de Beauvoir? – Eu concordo totalmente e só amenizei meu fardo doméstico, quando passei a usar o tempo de trabalhos no lar para pensar, pois, muitos dos meus textos foram escritos na memória, enquanto o batente caseiro, de jornada dupla, consumia o meu tempo. E o “Z” trouxe mais questões: “Qual o maior desafio das mulheres do século 21?”. Pelas conquistas até agora alcançadas, o desafio maior parece ainda ser o respeito aos seus dons e talentos e a todas as suas tendências e escolhas.

São séculos de lutas, galgando degraus na sociedade, como o direito ao voto que, no Brasil, só veio a partir de 1932. Em 1961, no governo de Jânio Quadros, fora proibido o uso de biquini e até 1962 havia uma lei que proibia a mulher de exercer uma profissão sem permissão do marido. Até 1980, o homem podia “pedir anulação de casamento, caso descobrisse que a esposa não era mais virgem”. Numa sucessão de movimentos feministas, o pódio da liberdade tem sido alcançado. E nada como ter um aliado da luta feminina como Wanderson Nogueira que ressalta: “Eu não quero ser mais um machista...” e prossegue em seu sentir profundo: “Não por vaidade moral, mas porque quero respeitar em sua integralidade o espelho que reflete minha mãe – toda mulher – vinculada a mim ou não. Eu disse: todas as mulheres em suas mais diversas personalidades...”.

Deixando o “Z”, mas ainda no tema, se hoje nos espantamos com a proibição, por exemplo, do uso de biquini em 1961, passados 50 anos, ainda temos que lidar com a Lei Maria da Penha, pois a violência contra as mulheres é uma aberração. Bem fez a cabeleireira Thalassa Vaz que, “cansada de relacionamentos abusivos”, se embrenhou na prática esportiva do muay thai, o caminho para uma grande mudança em sua vida. Não somente no aspecto da luta física marcial, porém, mais ainda na parte emocional e mental. E ressalta: “todo esse processo de autocuidado só me trouxe benefícios...”.

 Carolina Alves Maia, pedagoga, advogada e perita criminal, conversou com Ana Borges e nos contou sobre os desafios de ser mulher trans. Em uma página inteira de relatos emocionantes, de início, ela ressalta: “Ao ter coragem de se aceitar é preciso, antes de tudo, se amar”. Jovem ainda, com uma trajetória de vida marcante, Caroline observa: “São muitas as dificuldades na vida de uma pessoa transexual, começando pela vivência com os familiares e amigos, depois pela sociedade como um todo...”. Na certeza de quem sabe o que quer e não desiste dos sonhos, ela conclui: “a luta continua.”

 Assim como as lutas pela integridade da mulher e por todas as questões relativas aos temas da sexualidade ainda promovem debates, sujeitos a todos os tipos de discriminação, os idosos também precisam de órgãos que defendam os seus direitos. Não sem razão, o Comdipi (Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa), e a Secretaria Municipal de Assistência Social estão em defesa de um espaço para a convivência da terceira idade, depois de encerradas as atividades no Clube de Xadrez. Bem se vê que caminhamos para um mundo de lutas, cada vez mais acirradas, por direitos que deveriam ser naturais para os humanos.

 Em “Há 50 anos” a Cadeia Pública de Nova Friburgo era inaugurada junto ao prédio da delegacia policial na Vila Amélia, com lotação para “100 presidiários, salão de refeições, salas de aula com televisão e rádio, cozinha, gabinetes sanitários etc”. Era coisa de primeiro mundo! E com louvores ao, então, delegado Amil Rechaid “que realizou as obras com seus recursos pessoais e contribuições de um grupo de amigos da comunidade”. Que beleza! Mas, voltando ao presente, Nova Friburgo volta à bandeira laranja, indicando risco moderado, mesmo com o aumento de casos de infectados indo para a marca de 10.503 e 309 óbitos. A bandeira vermelha passou num piscar de olhos, nem deu tempo de a população se inteirar da gravidade dos fatos. Que situação drástica!

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