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Boa viagem!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Prepare a mala e o espírito para a melhor viagem que já fez! Toda viagem, longa ou curta, repetida ou inédita, independente da companhia, tem que ter a intenção de ser a melhor que já fez na vida!

Leve na bagagem suas roupas preferidas e seus sonhos mais ousados também. Tire do ombro o peso do cotidiano e trilhe o caminho traçado como um apaixonado em que nada é capaz de lhe desviar do objetivo a si dado: apaixonante fazer o mundo à sua volta também ficar apaixonado. Apaixone as cidades e países nos quais vai passar. Deixe também se apaixonar. 

Prepare a mala e o espírito para a melhor viagem que já fez! Toda viagem, longa ou curta, repetida ou inédita, independente da companhia, tem que ter a intenção de ser a melhor que já fez na vida!

Leve na bagagem suas roupas preferidas e seus sonhos mais ousados também. Tire do ombro o peso do cotidiano e trilhe o caminho traçado como um apaixonado em que nada é capaz de lhe desviar do objetivo a si dado: apaixonante fazer o mundo à sua volta também ficar apaixonado. Apaixone as cidades e países nos quais vai passar. Deixe também se apaixonar. 

Carregue fotos de momentos em movimento, traga tudo o que puder, inclusive traga-se de volta, com mais histórias para contar, com sua alma mais evoluída pelas experiências vividas lá que tornarão cá ainda melhor.

Não deixe de perceber a simplicidade das esquinas, não deixe de elogiar o caro café do famoso bistrô, assista com devoção o sol ir e aplauda as estrelas dos céus que verá. Nenhum céu é exatamente como o outro, por mais que a posição dos astros seja a mesma na Terra  inteira. 

Cumprimente o cidadão arrogante ensinando a ele o prazer da simpatia. Contagie os outros com o jeito de seu povo e mostre que estar de bem com a vida, faz a vida ficar de bem com você.

Esqueça a sua trilha sonora e ouça novas músicas de cantores e grupos desconhecidos. Mas se sentir um pouco extraterrestre, recupere a lista de suas músicas favoritas e cante-as sem pudor.

Tenha sempre o roteiro em mãos para pelo menos em duas ou três oportunidades sair do roteiro. Deixe o universo conspirar ao seu favor na tarefa de fazer você ir para onde tem que ir... Assim, se de repente der vontade de mudar a rota planejada não titubeie e entre à esquerda, com a audácia dos que gostam de ser surpreendidos.

Boa viagem! Bons momentos! Boa vida! Felicidade divertida pra você! O mundo te conhece quando você conhece o mundo! Deixe o mundo te chamar pelo nome! Nada poderá mudar o seu ritmo de ser feliz! 

A viagem é sua, como é você quem dita os passos da dança. Seja nobre, seja menino, seja você! Nada lhe escapará, nenhum detalhe, nenhum rosto, nenhuma árvore, nenhuma flor de nenhum jardim! Experimente o novo que lhe convoca! Experimente o novo que o velho te revela. Aprenda e se deixe instigado a desvendar o que as horas te provocam.

Vá com fé! Sinta o vento! Voe e faça voar alto as suas intenções. Mas volte. Não há nada tão seu quanto o ritual diário do seu lugar, com as suas atitudes e soma que dá ao seu mundo particular com alguns particulares que lhe desejam boa viagem, mas que necessitam de você aqui no mundo delas. 

Porque você é importante pra elas e é importante pra elas ter você por perto mesmo que não tenham que te ver para te sentir, mesmo que não tenham que te ter ao lado para te adorar... É bom dividir com você um tempo-espaço!

Boa viagem! Bons instantes futuros inesquecíveis! Porque é bom se conhecer em outros lugares como turista de si mesmo. 

N.R: Nosso colunista está de volta após longo período afastado, devido a compromissos com sua campanha eleitoral para prefeito de Nova Friburgo, seguida de merecidas férias. E foi com esse espírito elevado e esperanças renovadas que ele escolheu falar de liberdade, a ser desfrutada num futuro próximo. Deus te ouça e seja bem vindo Wanderson Nogueira!

 

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Pais x escolas particulares

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Pais x escolas particulares
Quase que dobrou o número de reclamações no Procon contra instituições de ensino privadas no Estado do Rio de Janeiro. O aumento foi de 79% em comparação ao ano letivo de 2019. O número se explica, obviamente, pelo contexto da pandemia, onde pais tiraram filhos das escolas, inadimplência ou tentativas de negociação de redução de mensalidades não obtiveram sucesso.

Pais x escolas particulares
Quase que dobrou o número de reclamações no Procon contra instituições de ensino privadas no Estado do Rio de Janeiro. O aumento foi de 79% em comparação ao ano letivo de 2019. O número se explica, obviamente, pelo contexto da pandemia, onde pais tiraram filhos das escolas, inadimplência ou tentativas de negociação de redução de mensalidades não obtiveram sucesso.

Mutirão de negociação
Diante do cenário, o Procon promove no próximo mês um mutirão virtual de conciliação entre alunos e instituições de ensino privadas. O evento acontecerá nos dias 22, 23, 24, 25 e 26 de março. Os consumidores podem participar através do link: forms.gle/2J9BkoyL8M1v7Uf99. O mutirão virtual foi a saída encontrada diante do contexto da pandemia para que as negociações ocorram em segurança, sem que haja aglomeração.

O tamanho do rombo
Ainda não se tem precisão sobre o aumento no percentual da evasão escolar, inadimplência e desistência em relação a 2019 para 2020 e 2021. O fato é que o aumento foi brutal, atingindo especialmente escolas de educação infantil (creche e pré-escola). Só em Nova Friburgo, pelo menos duas instituições exclusivas deste segmento fecharam as portas. Instituições que têm outros segmentos de ensino também foram atingidas, mas sentiram menos o peso das perdas. O ensino superior (faculdades) focaram nas aulas à distância para evitar perdas.

Inscrições para as instituições
O mutirão do Procon com instituições de ensino contempla todos os segmentos: educação infantil, ensino fundamental, médio e também superior, ou seja, desde as creches às universidades. As instituições convidadas poderão confirmar participação e tirarem dúvidas sobre o mutirão através do e-mail mutiraovirtual@procon.rj.gov.br .

Pesquisa com famílias
Na polêmica da volta às aulas, boa parte das escolas particulares têm feito pesquisas junto às famílias sobre se mandarão seus filhos para as aulas presenciais ou não em caso de liberação mesmo sem vacina. Aguardam-se os resultados.

Tá bom assim”
Já nas faculdades, muitos alunos torcem para que as aulas presenciais não voltem, especialmente, os alunos que moram em outros municípios ou mais distantes do campus que estudam. Se acostumaram com as aulas virtuais, ainda que sintam saudades daquelas aglomerações.

EAD
Fato é que o ensino virtual fará parte do novo normal, com um percentual considerável de aulas nesse formato nos cursos presenciais. Independente da pandemia, a legislação atualizada em 2019, portanto antes da Covid-19, permite através da portaria 2.117 que no ensino superior presencial, até 40% das aulas possam ser no ambiente virtual. Nos demais segmentos foi aberta exceção por conta da pandemia, mas não é regra com validade para o pós-pandemia, ainda.

Virtual, não
No ensino médio há uma discussão mais avançada, mas não encerrada sobre ter de 20% a 30% de aulas virtuais. No entanto, a medida aprovada pelo Conselho Nacional de Educação, em 2018, não evoluiu e tem fortes contestações. Mesmo no ensino superior presencial, para se ter os 40% de aulas virtuais há uma série de regras, entre as quais, nota superior a 3 de 5 em indicadores específicos do MEC e a oferta só pode ser em até dois dos cinco dias de aula na semana.

Ensino híbrido
O mercado consolida essa ampliação das aulas virtuais no ambiente presencial como ensino híbrido. Antes da pandemia não era a opção número um da maioria. Se a mudança de visão sobre isso será legado ou não da pandemia, só o tempo dirá. Fato é que instituições de ensino superior, especialmente as maiores, veem seus custos reduzirem em média 30% com a menor contratação de professores. Se essa redução é repassada para a mensalidade e se a qualidade se mantém ou cai, aí é outra história.

Sem cota de TV?
Sem nenhuma receita e com prejuízos acumulados, o Friburguense não sabe ainda se receberá algum valor de cota de TV pelo Campeonato Estadual. Mesma situação dos demais clubes eliminados na seletiva. O contrato fechado com a Record TV prevê R$ 3,9 milhões para cada um dos quatro clubes grandes, enquanto os oito chamados “pequenos” teriam direito, individualmente, a R$ 1,3 milhão. Mas, e os times da seletiva? A Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) tenta um acordo para contemplar os eliminados, uma vez que na letra fria do regulamento faziam parte da primeira divisão.

Se vier, insuficiente
Os valores são bem inferiores aos do contrato da TV Globo até o ano passado. Por isso, mesmo que em fatia muito menor, há resistência em dividir parte dos valores já considerados baixos com Friburguense, Americano, América, Sampaio Corrêa e Cabofriense. Fato é que se vier algum dinheiro de TV, este não será suficiente para cobrir os custos contraídos na competição. Mas também será melhor do que nada.

Cada jogo, uma fortuna
A pandemia, além de tirar a receita dos ingressos, tornou os jogos mais caros. Cada partida que o Friburguense fez em casa teve o custo de R$ 17 mil. E, isso, sem contar salários e estrutura de grama, água, lanche etc. Os R$ 17 mil contemplam apenas ambulância, arbitragem e testes de Covid-19 para todos os jogadores, titulares e reservas, comissão técnica e gandulas. A obrigatoriedade dos testes encareceu ainda mais algo já caro. O futebol profissional está cada vez mais inviável para clubes pequenos e sem investimentos externos.

Palavreando
O tempo não admite ser apenas um relógio no pulso ou no celular. Ele passa. E a vida passa pelo tempo sem que ambos queiram se casar.

 

 

 

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Se no fim do arco-íris há um pote de ouro, então o ouro é Nova Friburgo. Flagrantes da natureza na beleza da nossa cidade.
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Cancelamento

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele ?

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele ?

Parece bobo. E é. Mas não é. Uma antítese caprichada. Deveria ser algo corriqueiro, simplório. No entanto, quase não vemos mais esse tipo de pensamento por aí. Basta observarmos quantas pessoas são vítimas do tal “cancelamento” diariamente no país. É algo inconcebível. Nossa sociedade carece tanto de empatia que convivemos com pessoas que são capazes de empregar um real esforço e alguma energia em prejudicar a vida alheia, em achincalhar um terceiro, agredir de forma intencional, repetitiva, discriminar, ferir, prejudicar alguém nesse nível e sem razão alguma. É realmente difícil entender que o “bicho homem” continue sendo capaz disso até hoje.

Tudo é tão claro, somos suficientemente munidos de informações e bom senso para termos o discernimento de que a prática do bullying, do cancelamento, da rejeição de pessoas, pode gerar consequências inimagináveis, pode macular as profundezas da alma de alguém, marcar negativamente sua existência, provocar dor à família, quando não resulta em conflito ou tragédia. Sabemos de tudo isso. Sobra noção dessa realidade. Creio que as pessoas estão plenamente cientes do mal que fazem às outras. Acho que o que falta é amor.

Alguém que faz bullying, que aponta dedos, que exclui o outro sem dó e empatia certamente é alguém que não quero que componha o rol seleto do meu coração. Não quero ter como amigo. Dispenso sair para um café. Prefiro optar partilhar essa vida única com aqueles que optam por emanar compaixão, que disparam coisas boas por aí, que se unem às minorias, que defendem essas vítimas cotidianas da irresponsabilidade alheia. Gente que “joga” com o amor. Que não desperdiça oportunidade de fazer pessoas felizes. Que estende as mãos. Que acolhe com um abraço. Que se esforça dia após dia para ser alguém melhor, que saiba ouvir mais, que procure ser mais paciente. Que partilhe coisas boas ao invés de juntá-las e acumulá-las em um mundo fechado e restrito. Gente que batalhe contra o próprio egoísmo. Gente que prefira dizer coisas boas. Ser do bem. Que não maltrata, não isola, não se omite, não ofende. Que realmente não carrega no coração a intenção de fazer mal a alguém.

Não é sobre bullying. Sobre cancelamento de seres humanos em si. É sobre amor no coração, amor pelo próximo, amor e compaixão, amor e empatia, amor e respeito. Que eu seja sempre a mão estendida para aqueles que sofrem e jamais a que lança maldades ao vento. Que eu consiga ser essa gente do bem que espero ter ao meu lado por toda vida.

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A estratégia para superar dificuldades e aproveitar oportunidades

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Muitos amigos e clientes esperam de mim um toque sobrenatural capaz de realizar previsões sobre o futuro da economia e dos investimentos. Costumo levar na brincadeira e a resposta é simples: “a única previsão ao meu alcance é que em algum momento haverá desespero: as ações vão cair e as dificuldades financeiras surgirão.” Há sempre muito espanto ao ouvirem minha resposta, mas – de fato – é a única previsibilidade ao alcance de quem (ainda) não possui superpoderes.

Muitos amigos e clientes esperam de mim um toque sobrenatural capaz de realizar previsões sobre o futuro da economia e dos investimentos. Costumo levar na brincadeira e a resposta é simples: “a única previsão ao meu alcance é que em algum momento haverá desespero: as ações vão cair e as dificuldades financeiras surgirão.” Há sempre muito espanto ao ouvirem minha resposta, mas – de fato – é a única previsibilidade ao alcance de quem (ainda) não possui superpoderes. O grande ponto de toda essa introdução é alertar para as incertezas do futuro; até podemos especular – “dar um chute” –, mas nunca teremos a certeza do que nos aguarda e é exatamente esse o motivo de estarmos preparados para o que der e vier. Como? Com reserva em caixa.

A definição de Reserva de Emergência e Oportunidades traz justamente a amplitude das incertezas; nunca saberemos quando vamos usá-la, mas chegando o momento seremos gratos – a nós mesmos – por tê-la como recurso. Hoje, como prometido na última semana, vamos elucidar algumas estratégias para você iniciar a construção das suas reservas e poder se beneficiar dessa escolha diante das surpresas do futuro. De antemão, vale ressaltar que não será fácil. Contudo é a escolha capaz de tornar-se um divisor de águas entre a prosperidade e a desordem financeira.

1º passo – conhecer suas finanças - Já mapeou suas despesas? A primeira etapa desta jornada conta com o seu esforço em anotar gastos, fazer levantamentos e calcular seu (ou de sua família) custo de vida médio mensal. Esse é o primeiro dado a ser coletado para efetuar suas contas no 3° passo.

2º passo – entender a segurança da sua realidade - Concorda comigo que a instabilidade de um profissional autônomo é muito maior que a de um servidor público concursado? Esta instabilidade vai refletir diretamente no tempo necessário para que sua reserva seja capaz de suprir suas necessidades e manter a qualidade de vida (ainda que sem nenhuma geração de receita). Portanto, defina o tempo que julga ser necessário para a sua realidade. Alguns especialistas em finanças pessoais costumam definir um padrão de seis meses como parâmetro para uma Reserva de Emergência. Contudo, como assessor de investimentos, eu prefiro ampliar este parâmetro: dependendo da singularidade de cada pessoa e contexto familiar, o prazo de abrangência desta reserva pode variar de três a nove meses.

3º passo – calcular o valor da reserva - Agora, é hora de fazermos as contas: Valor da Reserva = Custo de Vida Mensal x Tempo de Abrangência. Num exemplo simples, uma família com custo de vida de R$ 5 mil definiu que o tempo necessário de segurança com a reserva é de seis meses. Portanto, o valor da Reserva de Emergência é de R$ 30 mil.

4º passo – alocação da reserva - Longe de ser menos importante, é fundamental saber onde alocar sua reserva. Opte sempre por produtos financeiros de alta liquidez (de preferência imediata ou, no máximo D+2), com rentabilidade suficiente para suprir a inflação (rentabilidade alta não é o foco aqui) e baixa volatilidade (você não pode resgatar menos do que investiu para esta reserva). Para facilitar a interpretação, títulos públicos e fundos referenciados DI podem ser boas opções de alocação para a sua Reserva de Emergência e seu assessor ou consultor pode te auxiliar a tomar a melhor decisão.

Por fim, vale lembrar, também, que essa reserva pode ser utilizada em caso de grandes oportunidades que surjam no futuro, mas nunca comprometa-a completamente e recomponha-a o mais breve possível. Afinal, emergências podem surgir a qualquer momento e nenhum de nós é capaz de prever o que ainda está por vir.

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Para onde vão as águas de Nova Friburgo?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Para onde vão as águas de Nova Friburgo? Qual é o caminho das águas desde o Caledônia até o encontro com o mar? Principal rio de Nova Friburgo, o Rio Grande nasce no alto do Caledônia onde podemos visualizar todo o vale de São Lourenço. Este maciço de granito eleva-se a 2.257 metros acima do nível do mar, sendo o segundo ponto mais alto da Serra do Mar. De lá também pode-se avistar o vale do Rio Bengalas que é um importante afluente do Rio Grande.

Para onde vão as águas de Nova Friburgo? Qual é o caminho das águas desde o Caledônia até o encontro com o mar? Principal rio de Nova Friburgo, o Rio Grande nasce no alto do Caledônia onde podemos visualizar todo o vale de São Lourenço. Este maciço de granito eleva-se a 2.257 metros acima do nível do mar, sendo o segundo ponto mais alto da Serra do Mar. De lá também pode-se avistar o vale do Rio Bengalas que é um importante afluente do Rio Grande.

O Caledônia é o divisor de águas de duas bacias hidrográficas. De um lado as águas correm em direção à Baia da Guanabara passando pelo município de Cachoeiras de Macacu. Do outro, as águas correm em direção ao Rio Paraíba do Sul sendo denominada de Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios. Nova Friburgo tem uma particularidade. Uma parte de seu território está compreendida na Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios e a outra parte na Bacia Hidrográfica do Rio Macaé e das Ostras.

O objetivo desta coluna de hoje é somente apresentar a primeira bacia e mostrar o caminho de suas águas. O Comitê de Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios abrange 12 municípios como Nova Friburgo, Bom Jardim, Duas Barras, Trajano de Moraes, Cordeiro, Macuco, Cantagalo, Carmo, Itaocara, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena e São Fidélis. O Rio Dois Rios é formado pelo encontro do Rio Grande que nasce em Nova Friburgo com o Rio Negro, que nasce no município de Duas Barras. A partir desta união o rio passa a ser chamado de Rio Dois Rios até se encontrar com o Rio Paraíba do Sul.

No Caledônia onde nasce na presença de florestas na cabeceira da bacia do Rio Grande resulta em uma água límpida e de qualidade. As florestas proporcionam a retenção da água da chuva que se infiltram no solo e são lentamente liberadas. A região do terceiro distrito de Nova Friburgo (Campo do Coelho) beneficiada pelo Rio Grande é um importante centro produtor de verduras e hortaliças abastecendo a região metropolitana do Rio de Janeiro por meio da agricultura familiar.

O Rio Grande tem as suas águas captadas na localidade de Rio Grande de Cima para o abastecimento da cidade. A população urbana de Nova Friburgo está na bacia hidrográfica de um afluente do Rio Grande, o Rio Bengalas. Este rio é formado pelo encontro das águas dos rios Cônego e Santo Antônio, que também nascem no maciço do Caledônia e se encontram no centro da cidade, no Paissandu, mais precisamente em frente à Igreja Luterana.

Após sair da área urbana de Nova Friburgo as águas do Rio Bengalas vão em direção ao município de Bom Jardim. Exatamente no limite destes dois municípios (no pedágio da RJ-116) o Bengalas se encontra com o Rio Grande. Já o Rio Negro que tem as suas águas nascidas nas serras de Duas Barras e segue em direção ao município de Cantagalo. Os rios Negro e Grande se encontram no município de São Sebastião do Alto, na localidade de Guarani.

A partir deste encontro o rio passa a se chamar Rio Dois Rios que segue em direção a localidade de Cambiasca e depois Colônia, no município de São Fidélis. Neste ponto em que as águas do Rio Dois Rios se encontram com as águas do Rio Paraíba do Sul marca o limite da Região Hidrográfica do Rio Dois Rios, que passa a ser gerido por outro comitê.

Ao longo de todo o caminho percorrido as águas que passaram pelos 12 municípios mencionados trazem as marcas impressas pela ação do homem, a exemplo de esgoto não tratado, dejetos industriais e agrotóxicos usados na lavoura. Ao sair de São Fidélis as águas do Rio Paraíba do Sul deixam definitivamente o relevo de serra para entrar na planície do Norte Fluminense. Campos dos Goytacazes é a primeira cidade na Baixada que as águas do Paraíba do Sul vão encontrar o seu caminho.

Após passar por este município as águas do Paraíba do Sul seguem em direção ao município de São João da Barra atingindo o final de sua longa jornada. Em São João da Barra na localidade denominada Atafona, o Rio Paraíba do Sul se encontra finalmente com as águas do mar. Infelizmente em toda a região hidrográfica do Rio Dois Rios os morros estão desprovidos de florestas e com gravíssimos sinais de erosão. Este desmatamento se deve ao plantio do café no século 19. Com o declínio do café, a pecuária leiteira e de corte ocupou espaço na economia regional.

Este “mar de morros” desflorestados sofrem ação direta das águas das chuvas que provocam a perda de solo. Através do escoamento superficial da água da chuva, parte do solo é carreado junto com as águas sendo levado aos vales junto ao leito dos rios acarretando o seu assoreamento. Este texto foi extraído do roteiro de André Bohrer para o documentário “Caminho da Águas. Do Caledônia a Atafona” em que eu assino a direção. Este documentário está disponível no YouTube e convido os leitores de A VOZ DA SERRA a assistirem e desfrutarem da belíssima paisagem serrana fluminense que percorrem as águas de nossos rios.

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    Encontro do Rio Grande com o Bengalas

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    André Bohrer, à direita, no Caledônia

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    O assoreamento dos rios

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Aceitar a impotência alivia

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Não podemos mudar as pessoas. Elas continuarão a ser o que são apesar de nossos esforços para tentar mudá-las. Uma pessoa só muda quando ela quer e decide fazer algo neste sentido. Já é difícil mudar a nós mesmos, não é? Imagine tentar mudar uma outra pessoa! A ideia de que você pode mudar outra pessoa é uma ilusão.

Não podemos mudar as pessoas. Elas continuarão a ser o que são apesar de nossos esforços para tentar mudá-las. Uma pessoa só muda quando ela quer e decide fazer algo neste sentido. Já é difícil mudar a nós mesmos, não é? Imagine tentar mudar uma outra pessoa! A ideia de que você pode mudar outra pessoa é uma ilusão.

Há alguns anos recebi um pedido de ajuda de uma jovem que namorava um rapaz por quem ela se dizia apaixonada. Ela disse que o rapaz era ótimo, mas só tinha um “probleminha”, ele gostava de fumar maconha. Em seguida ela disse que tinha certeza de que o amor dela por ele seria eficaz para mudar o rapaz no sentido dele abandonar o uso desta droga. E me perguntou o que eu achava.

Muita gente boa e inteligente acredita que seu amor é capaz de mudar alguém. Isto é perigoso porque pode chegar à prepotência ou arrogância. Expliquei para a jovem que o que ela chamava de amor pelo rapaz não era suficiente para fazer com que ele deixasse a maconha de lado. Ele só abandonaria a droga se ele quisesse e tomasse uma decisão neste sentido. O sentimento dela por ele não tinha poder para causar esta mudança nele.

Uma das lutas em nossa vida pode ser aceitar nossa impotência diante do comportamento ruim de outra pessoa. Somos impotentes diante do comportamento desagradável de outra pessoa com quem convivemos, diante da corrupção política, e de outras coisas. Pode ser que a pior luta seja em relação a alguém que nos machuca, preocupa, trás problemas, e não quer ajuda. Como ajudar quem não quer ajuda, não é?

Mas pense bem, aceitar nossa impotência sobre o comportamento de outras pessoas pode realmente nos aliviar de fardos pesados. É muito pesado carregar uma responsabilidade de mudar alguém que talvez não queria mudar, ou não quer neste momento da vida. E a dificuldade envolve sentirmos algum tipo de sofrimento porque o outro continua com comportamento ruim, que mesmo que não nos prejudique diretamente, pode nos deixar tristes porque aquela pessoa sofre com sua postura de não mudança e temos uma ligação afetiva com ela.

Se você tem tentado mudar alguém, desista. Estou falando de pessoas adultas e não de comportamentos disfuncionais de crianças sobre as quais, como pai e mãe, temos a tarefa de educar para corrigir possíveis erros comportamentais. Não gaste seu tempo manipulando pessoas. Abra mão do controle. Controlar o outro é uma ilusão.

Para muitos a ideia de abandonar o controle pode assustar, porque para estas pessoas o sentido da vida tem sido tentar controlar o outro, e abandonando esta postura, pensam elas, “o que vai ser da minha vida?”. O sentido de sua vida é tentar controlar uma pessoa? Viver assim é perder a vida. E o controlador, aquele que não aceita a impotência diante da ideia de mudar alguém, acaba não mudando ninguém e ainda gasta tempo precioso de sua vida, que poderia ser usado para outras coisas produtivas, úteis, de valor, eficazes.

Alguns podem se sentir mal diante da ideia de abandonar a tentativa de controlar o outro porque a ideia de controlar pode estar misturada com a sensação de ajudar. Se parar de tentar controlar, isto significará egoísmo? É egoísmo deixar uma pessoa adulta fazer o que ela quer fazer, mesmo que seja algo ruim para ela e que nos atinge de certa forma? Ou é libertação de um jugo pesado que não precisamos carregar?

Li uma frase que dizia assim: deixe de ser responsável pela pessoa e seja responsável para com ela. Parece igual, mas é diferente. Ser responsável pela pessoa significa assumir as consequências dos erros dela, o que é injusto para quem assume. Ser responsável para com a pessoa, é oferecer ajuda e respeitar as decisões dela sobre aceitar ou rejeitar este oferecimento compassivo e deixar que ela assuma as consequências do que decide fazer.

Temos que ter cuidado para não perder a vida que Deus quer que vivamos por causa de querer controlar a vida de pessoas que não querem mudar para melhor. Deixá-las viverem como elas escolhem não é egoísmo. É respeito por elas e por você mesmo.

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Daniel da Silveira, um irresponsável

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Manter simples advogados no cargo de juízes da mais alta corte do país, é um convite a esse festival de besteiras protagonizado por um de seus membros. Refiro-me ao imbróglio Daniel da Silveira, deputado federal pelo PSL-RJ. Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão em flagrante, contra o referido deputado por ofensas aos membros do tribunal supremo e por ameaça à segurança nacional.

Manter simples advogados no cargo de juízes da mais alta corte do país, é um convite a esse festival de besteiras protagonizado por um de seus membros. Refiro-me ao imbróglio Daniel da Silveira, deputado federal pelo PSL-RJ. Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão em flagrante, contra o referido deputado por ofensas aos membros do tribunal supremo e por ameaça à segurança nacional.

Mesmo um acadêmico de Direito, por mais desligado que seja, sabe que prisão em flagrante (artigo 302 do Código de Processo Penal) é realizada no ato do delito ou quando o criminoso após cometê-lo foge, é perseguido e detido pela autoridade policial. A premissa de que decorridas 24 horas, a prisão não pode ser efetuada, não é exata, pois se a perseguição durar mais do que esse tempo, a prisão será considerada legal. Se, por outro lado uma pessoa é detida logo depois do crime, com armas, instrumentos ou objetos que façam presumir ser esse indivíduo, o autor do delito, o flagrante também existirá. Caso contrário, ela será ilegal, devendo haver relaxamento da prisão.

Quanto a ameaça à segurança nacional, por ter Daniel defendido o AI-5, de triste memória, é querer forçar a barra, pois fere o direito de opinião. Existem, até hoje, pessoas que defendem a revolução de 1964 e nem por isso estão cometendo ameaça ao sistema de governo atual. É uma opinião pessoal que, aliás, consta na Carta Magna do país. Só seria um delito, caso houvesse ameaça de ataque às instituições públicas. Insultar autoridades é caso de processo por calúnia e difamação.

É claro que não estou defendendo o deputado, um conhecido criador de casos, que como policial teve registro de mau comportamento na sua ficha funcional, além de 26 dias de prisão e 54 de detenção. Ao ser eleito deputado federal, licenciou-se da PM e o processo foi arquivado. Ou seja, não é flor que se cheire. Não passa de um mau caráter e é duro, que no regime democrático, tenhamos de aturar esse tipo de representante.

Ao decretar a prisão “em flagrante” de um membro do legislativo, Alexandre de Moraes violou o artigo 53 a Constituição do Brasil que diz: artigo 53. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. No seu parágrafo 2º reza: § 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Aliás, crime inafiançável é definido como aquele em que não se cogita o pagamento de fiança e consequente liberdade provisória do envolvido em delito.

São considerados inafiançáveis os seguintes delitos: racismo (inciso XLII); tráfico de entorpecentes e drogas afins (inciso XLIII), prática de tortura (inciso XLIII), crimes hediondos (inciso XLIII), terrorismo (inciso XLIII), ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o estado democrático (inciso XLIV). Creio que nenhum desses crimes foi cometido por Daniel da Silveira.

Na realidade foi uma interferência direta do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo. Quando muito o STF, na figura do seu presidente, poderia encaminhar um ofício ao presidente da Câmara questionando a atitude do deputado e exigindo as providências legais que o caso exigisse. E essa interferência é anticonstitucional.

Será que isso é um recado do STF aos deputados?

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Voltamos

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Voltamos
Depois de pouco mais de seis meses, estamos de volta. Por conta do período eleitoral, estive afastado e volto às atividades jornalísticas, minha profissão por formação e paixão, cuja carreira se iniciou em 1998, na equipe de esportes de Fernando Bonan, à época na Nova Friburgo AM que agora é FM.  

Voltamos
Depois de pouco mais de seis meses, estamos de volta. Por conta do período eleitoral, estive afastado e volto às atividades jornalísticas, minha profissão por formação e paixão, cuja carreira se iniciou em 1998, na equipe de esportes de Fernando Bonan, à época na Nova Friburgo AM que agora é FM.  

Não é de ontem
Assino a coluna de crônicas, Palavreando, desde setembro de 2006, e ela também está de volta a partir do próximo fim de semana no suplemento Caderno Z. Já Observatório iniciou sua trajetória em novembro de 2008. Ou seja, muito antes de ter entrado na vida política (2012), estamos aqui. E, mesmo depois dela, aqui seguimos, já que política não é profissão, ainda que tome bastante tempo de uma carreira.

Feliz por ser da gente
Agradeço fazer parte de A VOZ DA SERRA há tanto tempo e compartilho da alegria de dividir essa responsabilidade com a direção e os colegas de jornada, neste que é um dos jornais em atividade mais antigos do país.

Outros espaços
Mantendo a forma desde 2012, por uma questão ética e de escolha própria, não falaremos aqui diretamente de política. Há espaços adequados para tal. Portanto, mesmo tendo sido o 2º colocado na eleição para prefeito no ano passado, o que gera naturalmente em muitos certa expectativa sobre minhas avaliações ou considerações sobre os destinos da cidade – aqui não será o local destas.

Nunca é demais
Dito isso tudo - mesmo sabendo da desnecessidade de esclarecer, mas em tempos tão sórdidos, nunca é demais relembrar para evitar qualquer tipo de polêmica – vamos ao que de fato interessa: informação.

Nova Friburgo FM
A Rádio Nova Friburgo que era AM, já opera totalmente em FM (no canal 107,5). O veículo é o 2º em atividade mais antigo da cidade. A emissora foi fundada em junho de 1946, perdendo apenas para A VOZ DA SERRA, que começou sua trajetória em abril de 1945. A migração de AM para FM, iniciada em 2020, deve terminar nos próximos dias, quando a faixa AM será desativada e não será mais possível ouvir a rádio no canal 660. O mesmo ocorre com todas as emissoras AM que tiveram possibilidade de mudar, de acordo com resolução federal de 2013.

Torre no Caledônia
Por conta das questões de engenharia, a torre da emissora que ainda pode ser vista no Alto das Braunes, não tem utilidade no FM. Dessa forma, foi preciso montar uma nova torre no Alto do Caledônia, onde já se encontram as torres das duas outras emissoras FM da cidade, Caledônia e Sucesso.

Bonan de casa nova
Voltando à equipe de esportes de Fernando Bonan, o narrador está de casa nova. O Juventude da Serra estreia na Caledônia FM (90,1), em março. Com quase 40 anos de carreira no rádio esportivo, com passagem inclusive pela Rádio Globo, Bonan está animado com o retorno, já que em 2020 teve um ano sabático.

Fernando Moreira
Mantendo a tradição das transmissões esportivas, a Nova Friburgo FM segue sua trajetória, agora com nosso colega de redação, Fernando Moreira. A equipe, inclusive, transmitiu os jogos do Friburguense na seletiva do Estadual e seguirá a temporada com os jogos do Estadual, o Friburguense na segundona e, posteriormente os Brasileiros das séries A e B.

Todos na mesma
Por falar em Friburguense, após a campanha ruim na seletiva, fica o aguardo para o início da nova segundona do Rio. No entanto, sem querer amenizar os dois únicos pontos conquistados, o destino tricolor é o mesmo da Cabofriense, que somou 19 pontos a mais, numa bela campanha de apenas uma derrota. Porém, superado pelo Nova Iguaçu que ficou com a única vaga para a elite. Parece cruel, mas era a regra.                       

Palavreando
“Amo ver a minha cidade, pouco a pouco, se iluminar conforme a noite vai assumindo o lugar do dia. Olhando Nova Friburgo, assim do alto, me lembro do quanto apaixonado por ela sou. Torno a me apaixonar de novo pelo simples ato de olhá-la. Prevejo que tornarei a me apaixonar amanhã e depois de amanhã também. É sentimento contínuo que nada pode mudar ou abalar”.

Foto da galeria
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A fé vitoriosa

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio: “Nenhuma escola religiosa triunfará com o pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros”.

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio: “Nenhuma escola religiosa triunfará com o pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros”.

E talvez porque se manifestasse justificada expectativa em torno dos apólogos que a sua divina palavra sabia tecer, contou, muito calmo: “Na época da fé selvagem, três homens primitivos com as suas famílias se localizaram em vasta floresta e, findo algum tempo de convívio fraternal, passaram a discutir sobre a natureza do criador. Um deles pretendia que o todo-poderoso vivia no trovão, outro acreditava que o pai residisse no vento e o terceiro, que ele morasse no sol. Todos se sentiam filhos dele, mas queriam à viva força a preponderância individual nos pontos de vista. Depois de ásperas altercações, guerrearam abertamente. Um dos três se munira de pesada carga de minério, outro reuniu grande acervo de pedras e o último se ocultara por trás de compacto monte de madeira. Achas de lenha e rudes calhaus eram as armas do grande conflito.”

Invocam todos a proteção do supremo senhor para os seus núcleos familiares e empenhavam-se em luta. E tamanhas foram as perturbações que espalharam na floresta, prejudicando as árvores e os animais que lhes sofreram a flagelação, que o todo-compassivo lhes enviou um anjo amigo.

O mensageiro visitou-lhes o reduto, na forma de um homem vulgar, e, longe de retirar-lhes os instrumentos com que destruíam a vida, afirmou que os patrimônios de que dispunham eram todos preciosos entre si, elucidando-os tão-somente de que necessitavam imprimir nova direção às atividades em curso. Explicou-lhes que os três estavam certos na crença que alimentavam, porque Deus reside no sol que sustenta as criaturas, no vento que auxilia a Natureza e no trovão que renova a atmosfera.

E, com muita paciência, esclareceu a todos que o criador só pode ser honrado pelos homens, através do trabalho digno e proveitoso, ensinando o primeiro a transformar os duros fragmentos de minério em utensílios para o trato da terra, nas ocasiões de sementeira; ao segundo, a converter as achas de lenha em peças valiosas ao bem-estar, e, ao terceiro, a utilizar as pedras comuns na edificação de abrigos confortáveis, acrescentando, em tudo, a boa doutrina do serviço pelo progresso e aperfeiçoamento geral. Os contendores compreenderam, então, a grandeza da fé vitoriosa pela ação edificante, e a discórdia terminou para sempre...

O mestre fez pequena pausa e aduziu: “Em matéria religiosa, cada crente possui razões respeitáveis e detém preciosas possibilidades que devem ser aproveitadas no engrandecimento da vida e do tempo, glorificando o pai. Quando a criatura, porém, guarda a bênção do céu e nada realiza de bom, em favor dos semelhantes e a benefício de si mesma, assemelha-se ao avarento que se precipita no inferno da sede e da fome, no intuito de esconder, indebitamente, a riqueza que Deus lhe emprestou. Por isto mesmo, a fé que não ajuda, não instrui e nem consola, não passa de escura vaidade do coração.” Pesado silêncio desceu sobre todos e André baixou os olhos tímidos, para melhor fixar a mensagem de luz.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Avenida Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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A VOZ DA SERRA é a nossa voz para o mundo!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O Caderno Z tem o dom de restaurar lembranças. Volta e meia, eu me sinto provocada a divagar pelos meandros da minha casa de infância. Na capa, a linda foto de Henrique Pinheiro e uma pergunta que eu me fazia, mal acabara de tomar posse da alfabetização: “Por quem os sinos dobram”? Eu queria saber e mamãe respondia: “Eles dobram por ti”, e acrescentava, “mas de felicidade”! Nada mais eu sabia, a não ser que me pusesse a ler as 416 páginas daquele livro robusto, na estante.

O Caderno Z tem o dom de restaurar lembranças. Volta e meia, eu me sinto provocada a divagar pelos meandros da minha casa de infância. Na capa, a linda foto de Henrique Pinheiro e uma pergunta que eu me fazia, mal acabara de tomar posse da alfabetização: “Por quem os sinos dobram”? Eu queria saber e mamãe respondia: “Eles dobram por ti”, e acrescentava, “mas de felicidade”! Nada mais eu sabia, a não ser que me pusesse a ler as 416 páginas daquele livro robusto, na estante. Agora me vejo em companhia de Ana Borges e Adriana Oliveira, numa aventura incrível para desvendar o novo som do carrilhão da Capela de Santo Antônio, no Suspiro. Trata-se de uma “melodia de carrilhão” ecoando a cada hora, por todo o centro da cidade, mas que, de fato, é uma das mais bonitas árias do compositor barroco alemão Georg Friedrich  Händel. 
A pedido de A VOZ DA SERRA, o professor de Música e Canto Lírico, o  friburguense Roberto Henrique Fernandes de Oliveira, explica: “Quando se ouve a ária e se lê a partitura, é possível identificar perfeitamente a melodia do carrilhão”. O professor destaca ainda que pela “limitação da construção de um sino, sua estrutura, transporte, afinação etc. teria que haver uma simplificação na escolha das notas para a popular “Melodia de Westminster”. Ter o mesmo som do Big Ben, o relógio “mais icônico do mundo”, na Praça do Suspiro é algo de orgulho e, ao mesmo tempo, de reverência pela “divina” conquista. O padre Miguel Angel, pároco das igrejas de São Francisco de Assis e de Santo Antônio, ao explicar sobre o sistema digital do carrilhão eletrônico, lembra que “desde a antiguidade, os sinos são um sinal da presença de Deus na vida do povo”. 
Ana Borges ressalta uma citação de poeta inglês John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da Terra. Se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída...”. A citação não precisa ser reproduzida, na íntegra, aqui na coluna, por contenção de espaço e, mesmo assim, é totalmente entendível. A mensagem de Donne, que viveu até março de 1631, é atual e se enquadra bem no momento que já dura um ano – a pandemia do coronavírus. Mesmo no isolamento, jamais seremos uma ilha e nosso comportamento deve estar afinado com o todo.  
Saindo do Caderno Z com a energia revigorada, neste fevereiro sem carnaval, um passeio em “Há 50 Anos” nos faz sentir as emoções do “reinado momesco” de 1971,  quando a festa devia muito de seu brilho aos bailes do Nova Friburgo Country Clube, do Clube de Xadrez e da Sociedade Esportiva Friburguense. A dúvida recaia somente se os serviços de “água, lixo, luz e telefone causariam alguma “decepção”. 
Realmente, a década de 70 deixou saudade pelos bailes carnavalescos promovidos pelos clubes. Neste fevereiro atípico de 2021, sem carnaval, muita gente sentiu que recordar é viver e isso foi um alento e plantou uma sementinha de esperança para o ano que vem, quando já tivermos superado a pandemia. Quanto a isso, voltamos ao estágio de bandeira laranja, com risco moderado de contágio, indicando que ainda temos pela frente um longo trabalho de conscientização, de cuidados e de intensas restrições. 
Em “Sociais”, muitos aniversariantes, mas não posso deixar de destacar o aniversário da professora Wilma Villaça, festejado no último dia 15. Provavelmente, ela não se lembra de que foi minha professora, porque é mais fácil para o aluno guardar a fisionomia dos professores. Dona Wilma, que continua bonitona, deu aula para mim no Colégio Estadual de Nova Friburgo, hoje Jamil El-Jaick. Parabéns professora!
Começamos a viagem no badalar dos sinos e agora sinto que os sinos se dobram para honrar a memória do “herói suíço” Pierre-Nicolas Chenaux e sua descendência em Nova Friburgo, a família Thurler. A estátua de Chenaux estampada no jornal e a foto do casal - Sebastião Donato Thurler e Maria Daudt Thurler - formam um traço de união entre a Suíça e Nova Friburgo.  São trajetórias de lutas e vitórias,  e de vivências tão cristalinas quanto o cristal das “águas de Seu Donato”! Feliz Família Thurler para todos nós!

Elisabeth Souza Cruz é jornalista, trovadora e presidente da seção Nova Friburgo da UBT, a União Brasileira dos Trovadores. Escreve neste espaço às terças-feiras.

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