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Planejamento de sucessão patrimonial

sexta-feira, 19 de março de 2021

A morte pode ainda parecer um tabu, mas todos vamos encontrá-la. Por mais que seja estranho começar assim um texto sobre finanças, precisamos conversar mais sobre o assunto. Afinal, a sucessão patrimonial também faz parte do seu planejamento financeiro.

A propósito, você sabe ao que se refere este termo? Antes de mais nada, sucessão patrimonial é a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros são feitas dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos. Possibilitando maior agilidade, segurança e, até mesmo, reduzir os custos sobre a transferência.

A morte pode ainda parecer um tabu, mas todos vamos encontrá-la. Por mais que seja estranho começar assim um texto sobre finanças, precisamos conversar mais sobre o assunto. Afinal, a sucessão patrimonial também faz parte do seu planejamento financeiro.

A propósito, você sabe ao que se refere este termo? Antes de mais nada, sucessão patrimonial é a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros são feitas dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos. Possibilitando maior agilidade, segurança e, até mesmo, reduzir os custos sobre a transferência.

A ideia deste texto – além do teor educacional – é possibilitar maior tranquilidade aos entes envolvidos no referido contexto. Afinal, se despedir de pessoas queridas por nós já é muito difícil; perder meses e reservas de dinheiro para resolver problemas judiciais pode prejudicar ainda mais o processo de luto dos familiares. Portanto, hoje vou elucidar algumas estratégias capazes de tornar o processo mais simples e seguro.

• Doação em Vida - Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

• Fundos Imobiliários - Para famílias acumuladoras de imóveis, uma solução para a transferência de recursos pode ser a criação de um fundo imobiliário. Este não precisa, necessariamente, ter negociação aberta em bolsa de valores e as cotas são divididas entre os herdeiros a fim de que cada indivíduo tenha sua parcela proporcional a receita gerada pelos imóveis; seja através da venda ou locação destes. Outra forma de o herdeiro angariar recursos é através da venda de suas cotas.

• Seguros de Vida - Os seguros de vida resgatáveis não promovem alta rentabilidade sobre o capital, mas apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de IR (Imposto de Renda) e ITCMD (Imposto sobre Transferência Causa Mortis e Doação)

• Previdência Privada - Aqui, a busca por produtos de qualidade deve ser minuciosa; tem muita coisa horrível por aí. Mas você consegue achar bons produtos e que lhe oferecerão algumas boas vantagens: isenção de ITCMD e dispensa de inventários.

• Testamento - Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD, honorários advocatícios e custos de cartório.

Por fim, vale ressaltar que a melhor estratégia de sucessão patrimonial é a que faz sentido para você. Contudo, vale a dica, dedique parte do seu patrimônio em alocações isentas de tributação e que dispensem inventários. Esta parcela dos seus bens será responsável por garantir – de imediato – a tranquilidade financeira da sua família no momento de quitar documentações ou, até mesmo, possíveis dividas que venham a surgir.

 

 

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A enfermaria de beribéricos da Marinha

quinta-feira, 18 de março de 2021

Primeira parte

 

No final do século 19, a Marinha do Brasil instalou em Nova Friburgo enfermarias para o tratamento de praças da Armada acometidos de beribéri. O índice de mortalidade dos marujos instalados na ilha do Bom Jesus preocupou o Barão do Ladário, ministro da Marinha à época. Foram alugadas provisoriamente por esta instituição militar duas pequenas chácaras com casas de vivenda na Rua General Osório.

Primeira parte

 

No final do século 19, a Marinha do Brasil instalou em Nova Friburgo enfermarias para o tratamento de praças da Armada acometidos de beribéri. O índice de mortalidade dos marujos instalados na ilha do Bom Jesus preocupou o Barão do Ladário, ministro da Marinha à época. Foram alugadas provisoriamente por esta instituição militar duas pequenas chácaras com casas de vivenda na Rua General Osório.

O prédio da primeira chácara era elevado do solo mais de um metro, com sete janelas de frente e sete laterais. Possuía três enfermarias “acanhadas” iluminadas a querosene. A primeira com nove leitos, a segunda com sete leitos e a terceira enfermaria destinada aos menores com 12 leitos. Havia ainda um quarto para o médico, sala de jantar, despensa, uma saleta e uma cozinha. Fora do prédio, uma banheira e uma latrina para os militares oficiais e outras duas latrinas para os “inferiores”.

Um grande pátio era destinado ao recreio dos doentes e a trabalhos ginásticos tendo em ambos os lados um jardim. Próximo ao edifício havia dois depósitos, sendo um para a lenha. A segunda chácara era situada na mesma rua e a poucos metros da primeira. O prédio pouco elevado do solo possuía quatro janelas de frente e sete laterais. Havia seis saletas que formavam pequenas enfermarias, a primeira com cinco leitos, a segunda com dois, a terceira com três leitos, a quarta com quatro, a quinta com três e a sexta com nove leitos.

Uma saleta servia de quarto para o médico e havia ainda uma sala onde ficava a farmácia. Neste edifício havia um refeitório para os enfermos e os serventes, quartos para os enfermeiros, alojamento para oito serventes, uma cozinha com despensa e duas latrinas. Os dois prédios se comunicavam por um caminho interno que unia as duas chácaras. Em uma das inspeções foi elogiado o asseio das enfermarias bem como as roupas dos enfermos.

No entanto foram criticadas condições anti-higiênicas a exemplo da inconveniência de calhas a descoberto por onde passavam os dejetos fecais até o seu transporte ao rio Bengalas. A pressão da água era tamanha que as fezes saíam fora das calhas formando focos de infecção. Outro problema apontado foi a aglomeração dos enfermos com leitos muito próximos um do outro. Com janelas venezianas para entrada do ar, ocorria a aeração constante dos prédios ficando elas abertas o maior tempo possível. Isto parece ter minimizado o problema da aglomeração.

Mas por que a Marinha escolheu Nova Friburgo para o tratamento dos praças da armada acometidos de beribéri? Dois foram os motivos que corroboraram, a salubridade do clima das montanhas bem como o uso da hidroterapia, e notadamente das duchas recomendadas para o tratamento desta doença, no instituto que havia em Friburgo. O Instituto Sanitário Hidroterápico ou Casa de Duchas foi construído em 1870 pelos médicos Carlos Éboli e o dr. Fortunato.

Com o falecimento de Éboli, em 1885, o instituto passou a ser dirigido pelo médico Theodoro Gomes. Anexo ao instituto havia o Hotel Central, hoje o Colégio N.S. das Dores que hospedava os pacientes do instituto oriundos de outros municípios. Veja  um relatório de uma das inspeções realizada na enfermaria de Nova Friburgo e que curiosamente foi publicado no jornal, algo impensável nos dias de hoje por se tratar de assunto interno da Marinha: “Ao sr. ministro da Marinha dirigiu em data de 30 do corrente o diretor de hospital de Marinha, o sr. dr. Beato de Carvalho e Souza o seguinte ofício: Ilmo e Exmo senhor. Tenho a honra de comunicar a V.Exa. que, em cumprimento à ordem verbal que me foi dada por V. Exa. para visitar a enfermaria dos doentes de beribéri estabelecida em Nova Friburgo, para lá parti no dia 25 do mês passado. A inspeção que ali procedi, com todo o cuidado, me produziu a melhor impressão, porquanto encontrei a enfermaria em muito asseio e limpeza, e os enfermos com boa aparência de saúde e bem estar, o que tudo dizia que em suas consciências havia a confiança e esperança de breves restabelecimentos. Cumpre não ocultar que alguns, ou por outra, aqueles que foram paralíticos e com atrofias musculares ainda se acham muito enfraquecidos, e que só agora e depois de trinta e tantas duchas é que deixaram as muletas e principiam a caminhar sós e apenas firmados em suas bengalas. O tratamento geralmente adotado tem sido uma alimentação farta e apropriada ao estado de cada um, vinhos reconstituintes, do Porto, tônicos, passeios ao ar livre, exercícios ginásticos e sobretudo duchas simples e escocesas, o que tudo tem produzido ótimos resultados. O número de doentes em tratamento naquela enfermaria sobe a 64, dos quais vinte e tantos em condições de terem alta. Os outros, uns em plena convalescença e outros ainda necessitam de longo tratamento por se acharem muito fracos e agora em começo de regeneração. Nenhum óbito. (...) A remoção dos doentes de beribéri para aquela localidade [Friburgo] a ter a sua consciência tranquila e aplaudir a resolução de V. Exa. em fazer efetiva aquela mudança como um paradeiro aos óbitos repetidos que se davam nas praças da armada, quando em tratamento da ilha do Bom Jesus. Por este ofício se pode apreciar as vantagens da acertada deliberação do sr. Barão do Ladário criando a enfermaria em Nova Friburgo e providenciando para que nada faltasse às praças da armada afetadas de beribéri e ali recolhidas.” Jornal do Commercio, 7 de setembro de 1889. Continua na próxima semana.

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Dor física e dor emocional: qual a pior?

quinta-feira, 18 de março de 2021

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

O doutor em psicologia, Guy Winch, publicou um artigo no site Psychology Today em 20 de julho de 2014 no qual ele dá cinco maneiras pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física (www.psychologytoday.com/us). Vamos dar uma olhada nisso e colocarei algumas ideias minhas também.

Ele comenta que temos a tendência de monitorar nosso corpo e nossa saúde física mais do que nossa saúde emocional. As pessoas com condições financeiras ou com bom plano de saúde geralmente fazem check-ups ou avaliações clínicas ou físicas a cada ano. Mas o que você acha da ideia de fazer um 'check-up psicológico'? Não parece uma ideia estranha para nós?

Sabemos que se uma pequena lesão física, como um corte, tornar-se mais dolorosa com o tempo, é sinal de infecção mais séria. Mas se não conseguirmos promoção no trabalho isto pode ser emocionalmente doloroso após várias semanas, e talvez não teremos consciência de que começamos a ficar deprimidos por causa desta perda no trabalho.

Ainda Guy afirma que “temos a tendência de reagir à dor física de maneira muito mais proativa do que à dor emocional. No entanto, exceto por lesões ou doenças catastróficas, a dor emocional frequentemente afeta nossa vida muito mais do que a dor física.” E são citadas cinco razões pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física:

1. Memórias desencadeiam dor emocional, mas não dor física: relembrar a ocasião em que você quebrou a perna não a fará doer, mas relembrar a ocasião em que você se sentiu rejeitado por quem se sentia apaixonado ou apaixonada no colégio poderá causar dor emocional importante. 

2. Usamos a dor física como distração da dor emocional, não vice-versa. Alguns adolescentes e adultos se automutilam, ou seja, ferem a si mesmos, por exemplo, cortando a pele com uma lâmina, porque a dor física que isso produz os distrai de sua dor emocional, oferecendo-lhes alívio. Mas o mesmo não funciona ao contrário, ou seja, querer usar uma dor emocional para aliviar ou resolver uma dor física.

3. Em geral a dor física atrai mais empatia dos outros do que a dor emocional. Quando vemos um estranho sendo atropelado por um carro, estremecemos, ofegamos ou até gritamos e corremos para ver se ele está bem. Mas quando vemos um empregado numa loja recebendo uma bronca agressiva do seu chefe, coisa que produz dor emocional naquele funcionário, é improvável que façamos qualquer uma dessas coisas. 

4. A dor emocional produz ecos de maneiras que a dor física não faz isso. Se você recebeu uma ligação sobre a morte de seu pai ao estar num almoço romântico com seu marido ou com sua esposa no dia de aniversário de casamento, provavelmente levará alguns anos antes que você possa voltar a desfrutar uma comemoração como esta sem ficar bem triste. Mas se você quebrou o pé jogando futebol com amigos, provavelmente estará de volta ao campo assim que estiver totalmente curado da fratura. 

5. Uma dor emocional, mas não física, pode prejudicar nossa noção de valor pessoal, nossa saúde mental a longo prazo. A dor física deve ser extrema para prejudicar nossa saúde mental, claro, a menos que as circunstâncias também sejam emocionalmente bem traumáticas. Ser reprovado em um exame no vestibular ou Enem pode criar ansiedade e medo do fracasso, ou uma única perda dolorosa pode levar a anos de fugir de relacionamentos causando a consequente solidão.

Embora apliquemos uma pomada antibacteriana em um corte ou arranhão na pele imediatamente, fazemos pouco para proteger nosso respeito pessoal ao nos depreciar. Valorize sua dor emocional não no sentido de fazer propaganda dela por aí nas redes sociais e em diálogos com os outros, mas no sentido de entender o que está machucando sua vida emocional e o que pode e deve fazer para melhorar sua saúde mental.

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Sambas friburguenses

quarta-feira, 17 de março de 2021

Sambas friburguenses
Mesmo com a pandemia e o mundo do samba em compasso de espera, há boas expectativas quanto aos talentos friburguenses no maior carnaval do mundo. Pelo menos dois friburguenses têm chances de emplacar sambas de suas autorias no grupo especial carioca.

Sambas friburguenses
Mesmo com a pandemia e o mundo do samba em compasso de espera, há boas expectativas quanto aos talentos friburguenses no maior carnaval do mundo. Pelo menos dois friburguenses têm chances de emplacar sambas de suas autorias no grupo especial carioca.

Composições na Sapucaí
Na Mangueira, cuja disputa da escolha de samba está mais avançada, os friburguenses Guto Guimarães e Marlon Caetano levaram sua obra às semifinais da competição, após passar por uma das três eliminatórias, promovidas de forma virtual. A verde e rosa traz o enredo “Angenor, José e Laurindo”. De autoria do carnavalesco Leandro Vieira, faz tripla homenagem e exaltação à Cartola o poeta; Jamelão, sua voz mais famosa; e Delegado, o bailarino que foi mestre-sala.    

Samba elogiado na Mangueira
A dupla aposta na poesia para emplacar seu samba, bem ao estilo Mangueira. No refrão principal, sua obra canta: “Das mãos de Cartola nasceu a canção/ Uma voz deu a vida, cantou Jamelão/ Bailou Delegado, honrando a bandeira/ É festa no morro! É samba! É Mangueira!”. Guto Guimarães faz parte da diretoria da Vilage, já Marlon emplacou sambas no Alunão, Saudade e Imperatriz de Olaria.

Friburguense favorito na Imperatriz
Também da Vilage, o campeoníssimo Jeferson Lima tem seu samba apontado como o grande favorito na disputa da Imperatriz Leopoldinense. A escola que voltaria ao grupo especial em 2021 (por conta de não ter carnaval nesse ano), viu esse triunfal retorno adiado para 2022. O enredo será "Meninos eu vivi... Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine", que vai homenagear o carnavalesco Arlindo Rodrigues.

Retorno ao Especial
A missão caberá a carnavalesca Rosa Magalhães que está de volta à escola onde conquistou cinco dos seus sete campeonatos. No refrão principal, Jefinho escreve: “Quem vai querer, quem vai querer?/ Só dá lalá até o amanhecer/ Onde canta o sabiá, canta Dalva de Oliveira/ Meninos, eu vivi, feliz, a vida inteira”.

Ligação verde e branco
Jefinho já ganhou samba na Imperatriz. Em 2004, foi dele a autoria do empolgante “Hoje eu quero ver/ Caldeirão ferver nessa magia/ O Brasil deu a cor/ Pra tingir de amor nossa folia”. Nas análises da disputa da verde e branco, o samba do friburguense é apontado como “o que tem pegada e cara de Imperatriz”. Sucesso na disputa, que por conta da pandemia, não tem datas definidas ainda para ocorrer.

Da Vilage para o Rio
Lembrando que Jeferson Lima é o compositor dos sambas da Vilage. A escola foi a única a já ter lançado não só o enredo como o samba para a próxima folia friburguense. A maior campeã do carnaval local vai cantar o som do sertão. As demais três escolas da cidade ainda aguardam o fim da pandemia para definir seus desfiles, ainda que internamente já tenham ideias e planejamento em curso.

Martinho da Vila
Voltando ao carnaval carioca, que tem um friburguense como estandarte de ouro - Evandro Malandro - intérprete oficial da Grande Rio, os desfiles de 2022 prometem a consagração de outro filho da região. O bibarrense mais famoso, Martinho da Vila, é o enredo da sua escola, Vila Isabel. Há muito tempo esperado, o tema da azul e branco tem o título, “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!”. Aos 82 anos de idade, 65 dedicados à Vila, Martinho certamente vai mexer com a Sapucaí mais uma vez. Dessa, no entanto, não com um samba seu, mas que fala dele.

Identidade digital
Não há data, ainda que nunca estivemos tão perto, para ter a identidade digital. Ela será gerada por aplicativo gratuito a ser ofertado pelo Governo Federal. A ferramenta terá o formato wallet, ou seja, poderá congregar outros documentos, como o Cadastro Pessoa Física (CPF), Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e título eleitoral. No estado do RJ, a CNH digital já é disponível a todos os motoristas.

Friburguenses aptos
A identificação utilizará dados biométricos, que são únicos em cada indivíduo. Os dados são os mesmos coletados pela Justiça Eleitoral quando o cidadão se cadastra como eleitor. Quase toda população friburguense já possui cadastro biométrico. No país, metade dos brasileiros também tem a biometria cadastrada. A expectativa, após acordo assinado nesta semana é de que a identidade digital esteja disponível ainda neste ano.    

Palavreando
“Peço, só peço o direito de ser eu. Respeitar seu direito de ser você. Abandonei o julgamento e me faço vigilante para não ser algoz do perdão. Não tenho e ninguém tem o poder de perdoar”.

Foto da galeria
As forças policiais de Nova Friburgo estão de luto. Faleceu no último fim de semana José Carlos Pinheiro Spitz que trabalhava há 35 anos na Polícia Civil. Mais uma vítima da Covid-19. A perda, reforça um movimento das forças de segurança sobre a prioridade de vacina para a população carcerária e profissionais que lidam com presos e custodiados. Zé, como era carinhosamente chamado pelos colegas de trabalho, por exemplo, entre outras funções, fazia o transporte de detentos. Mais do que isso, o movimento entende que as forças de segurança não podem parar e lidam com todo tipo de situação que coloca os seus profissionais em risco constante com a Covid. Filho e pai de policiais, José Carlos era considerado um apaixonado pela carreira. Nossos sentimentos aos amigos e familiares.
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Menina de rua (mas não tanto)

quarta-feira, 17 de março de 2021

 Não, não quero adotá-la. Se bem que, pensando bem...

 Não, não quero adotá-la. Se bem que, pensando bem...

Pede para falar comigo, vou pessoalmente ver quem é a tal Edilberta. Até que é bonitinha. Não é que eu, vinicianamente, ache que beleza é fundamental. Mas isso é a primeira coisa que a gente repara numa mulher, não me venha agora você sustentar o contrário, só porque sua patroa está presente. Convido a visitante a sentar-se e, a bem da verdade, essa é uma boa ação que pratico também com as mais feias e mesmo com os marmanjos. Não é sem motivo que certa senhora me considera “um cavalheiro de antigamente”. Pois bem, disponho-me a ouvir Edilberta, que deseja me entrevistar, visto que ela, chegada ontem de Fortaleza, já foi informada de que sou "uma pessoa muito considerada na cidade", vejam vocês, eu mesmo desconhecia esse fato glorioso a meu respeito.

 As perguntas são sobre as miudezas habituais: nome, idade, profissão. Ao item “sexo” quase me furtei a responder, porque até então eu achava que, só de olhar para mim, a pessoa já podia concluir, sem precisar de confirmação de minha parte. Enfim, “cavalheiro de antigamente”, vou respondendo na melhor forma da lei, como lá dizem nossos doutos advogados. Mas a entrevista vai ficando embaraçosa, à medida que Edilberta quer saber que nota eu daria à saúde no município, à educação no estado, à honestidade no país.

Minha avó me ensinou que peixe morre pela boca. Meu avô, talvez achando que provérbio demais também mata, ficava calado. Não chego a ser tão prudente quanto meu avô, mas também não saio por aí mordendo qualquer isca, só porque a pescadora é bonitinha. Levado por tão alta sapiência, eu é que começo a questionar a entrevistadora. E ela me conta uma história de cortar o coração das estátuas se é que estátuas têm coração. De família paupérrima em Fortaleza, escapou das drogas e da prostituição infantil (essa notável atração turística nacional) graças às senhoras caridosas que, naquela cidade, recolhem e acolhem meninas de rua. Durante alguns anos morou com as ditas senhoras, mas que, aos dezoito, precisou abrir vaga para outra deserdada que chegava.

Voltando ao interrogatório, Edilberta quer saber quem eu acho que é culpado por haver crianças de rua: a família, a sociedade ou o governo. A questão me parece muito complexa para ser reduzida a um x entre três parênteses possíveis. A caneta espera ansiosa e, já que demoro tanto, a própria entrevistadora me socorre, isentando a família.  Ainda assim, preciso decidir entre o governo e a sociedade (Edilberta e a caneta me olhando, concentradas). Mas, tão logo eu me decido por "ambos", a moça quer saber se eu adotaria uma menina de rua. Depois de rápidas reflexões religiosas, morais e filosóficas, respondo que sim. Pra quê !!!

 — O senhor me adotaria?

Edilberta me pergunta, me olhando nos olhos. Pois ora, ora! Aqui está essa moça, até bonitinha, a me propor essa questão assaz embaraçosa. Não fosse eu o já duas vezes citado “cavalheiro de antigamente”, teria dito alguma gracinha de duplo sentido. No entanto, limitei-me a perguntar (e um São Francisco que estava na moldura atrás de mim é testemunha) o que significava aquele “o senhor me adotaria?”

Pois bem, se vocês pensaram mal de Edilberta, estão enganados e terão que um dia responder, diante do próprio São Francisco, por esse mal pensamento. Porque, o que a moça tem a oferecer é, nada mais, nada menos do que “uma importantíssima obra cultural”, que vem a ser uma penca de dicionários ilustrados, receitas culinárias e as obras completas de José de Alencar. Adotar Edilberta significa comprar algumas dessas preciosidades, que “uma pessoa conceituada como o senhor não pode deixar de ter em sua casa”.

Pobre Edilberta! Lá se foi o pouco encanto que nossa conversa estava me proporcionando. Então, era apenas para me vender livros! Francamente, tem coisas que chateiam até um cavalheiro, mesmo dos de antigamente. Uma delas é vir com essa conversa de menina de rua, e depois querer nos empurrar José de Alencar e livros de culinária.

Delicadamente, aconselho Edilberta a ir bater em outra porta. Não, não quero adotá-la.
Se bem que, pensando bem...

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O que acontece na Europa não é muito diferente daqui

quarta-feira, 17 de março de 2021

No último domingo, 14, o Brasil superou 9,6 milhões de vacinados contra a Covid-19, o que representa 4,5% da população. Me chamou a atenção, ver no portal de notícias Uol, uma matéria cujo título era “Países da Europa aumentam restrições com terceira onda e atrasos na vacinação”.

No último domingo, 14, o Brasil superou 9,6 milhões de vacinados contra a Covid-19, o que representa 4,5% da população. Me chamou a atenção, ver no portal de notícias Uol, uma matéria cujo título era “Países da Europa aumentam restrições com terceira onda e atrasos na vacinação”. O engraçado é que a OMS, a ONU e mesmo a imprensa tupiniquim vivem a criticar o governo brasileiro pela sua conduta no enfrentamento da pandemia e, no entanto, no velho mundo já estão, ao que parece na terceira onda, com aumento de novos casos na Itália, Alemanha e França e um número de imunizados pequeno para países com um PIB tão alto.

Mais engraçado ainda é que a comunidade europeia optou pela vacina da AstraZeneca, por ser mais barata e não precisar do armazenamento em baixas temperaturas, como a da Pfizer e a da Moderna. O que aconteceu lá é que a AstraZeneca prometeu entregar um número maior de vacinas e teve de diminuí-lo, em função da queda na produção do diluente do produto. Entre o primeiro e segundo semestres desse ano, essa queda estará na casa de 80 milhões de doses.

Além disso, vários países do bloco estão reclamando da divisão dos lotes a serem entregues aos diversos componentes da comunidade europeia alegando que há que se levar em conta, na hora da distribuição, o número de habitantes de cada nação, para que o processo seja mais justo. Aliás, aqui no Brasil, a divisão das doses entre os estados tem seguido essa diretiva, número de habitantes em condições de serem vacinados e, até agora, não se viu nenhum governador reclamar da quantidade de lotes recebidos.

O mesmo ponto de vista foi defendido pelo governo, ao dar preferência aos produtos CoronaVac e Oxford, em função do preço e da maior facilidade de armazenamento. Mesmo assim, para agilizar o processo de imunização da população, única maneira efetiva de diminuir os casos de internação, seja em UTIs ou enfermarias, o Ministério da Saúde fechou com a Pfizer, Jahnsen e Jahnsen e a russa Sputinik. O Brasil não está medindo esforços para acelerar o processo de vacinação em massa.

Claro está que num país com dimensões continentais e com um orçamento anual muito abaixo do daqueles do chamado primeiro mundo, não temos condições de chegar aos 100 milhões de pessoas imunizadas, como ocorre agora nos Estados Unidos, em tempo tão curto. Israel, com pouco mais de 9.220 milhões de habitantes praticamente já concluiu seu processo e pouco a pouco vai voltando à sua normalidade.

Com relação às medidas preventivas como uso de máscara, lockdowns e a abertura apenas dos serviços essenciais, certo ou errado seguimos o que está sendo feito no resto do mundo. As transgressões que ocorrem aqui se repetem lá também. Uma das explicações para isso é que na realidade, passados mais de um ano, a população não aguenta mais. Há de se notar, no entanto, que o europeu é mais disciplinado do que nós e acatam mais as ordens das autoridades. Mas, jovem é rebelde seja aonde for. É inerente à idade e, dificilmente, vamos encontrar um adulto que não teve seus momentos de rebeldia, quando na flor da idade.

A cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar é a favor do isolamento social, contra o lockdown, contra os medicamentos preventivos citados como a Cloroquina, Azitromicina e Ivermectina e prega, sobretudo, a união nacional, além de clamar em prol da ciência como uma maneira de aprimorar o combate à pandemia. Por razões políticas e de posicionamento deve ser carta fora do baralho.

Aliás, lockdown como o decretado aqui é inconstitucional. Só o presidente da República pode solicitá-lo e, mesmo assim, tem de ser chancelado pelo Congresso Nacional. Gostaria de ouvir a opinião dos 11 membros do STF.

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A VOZ DA SERRA é a voz das nossas expectativas!

terça-feira, 16 de março de 2021

O tema do Caderno Z me fez lembrar minha sobrinha, empresária e professora de Educação Física, nascida e criada em São Paulo. No início da quarentena, ela me passou uma mensagem perguntando se teria acontecido alguma mudança nos astros, pois, do seu apartamento, ela estava conseguindo ver a lua durante o dia. Ao que expliquei: não foi a lua que se modificou, mas, sim o seu comportamento por estar em quarentena, com a oportunidade de olhar para o céu.

O tema do Caderno Z me fez lembrar minha sobrinha, empresária e professora de Educação Física, nascida e criada em São Paulo. No início da quarentena, ela me passou uma mensagem perguntando se teria acontecido alguma mudança nos astros, pois, do seu apartamento, ela estava conseguindo ver a lua durante o dia. Ao que expliquei: não foi a lua que se modificou, mas, sim o seu comportamento por estar em quarentena, com a oportunidade de olhar para o céu. Da mesma forma, o “Z” constata que a “pandemia tornou os ambientes mais verdes”, porque as pessoas estão mais dispostas a cuidar da casa, tornando seus espaços mais aconchegantes.

Os animais também modificaram seus hábitos com o nosso isolamento social. Carlos Machado, responsável pelo Parque Municipal Juarez Frotté, no bairro Cascatinha, comenta: “É cada vez mais frequente a presença de animais de várias espécies caminhando pelo parque”. A natureza sente a mesma sensação de paz com o distanciamento humano e Carlos comenta: “Outra coisa que venho notando é o repovoamento do rio com pequenos peixes e girinos”. No Jardim Botânico, os profissionais notam a mudança no trânsito dos animais como num “verdadeiro paraíso”. Sem ameaças ao meio ambiente, no caso de adoção de bichinhos exóticos, é bom saber que muitas espécies requerem cuidados especiais, como alimentação e saúde. Falando em saúde, a Subsecretaria do Bem Estar Animal aguarda a regulamentação do castramóvel para dar início ao programa de castração de cães e gatos no município.

Saímos do “Z” com Wanderson Nogueira que tem “saudades da cidade lá fora”. O filósofo de alma se admira com a agulha fina deslizando sobre o LP de faixas límpidas... E divaga: “Como se produziu maravilhas artísticas nos anos de chumbo. O que se produzirá de artes nesses tempos inglórios e tão cruéis?”... É uma pergunta que eu me faço e penso: estará de bom tamanho se forem produzidos humanos melhores!

 Aliás, a produção de arte está em pleno vapor, como noticia o jornal: “Cinquentânias – Sobre Tempo e Vida” – que é uma produção friburguense, em cartaz na internet até o próximo dia 30. Na trama, três irmãs, na meia-idade, enfrentam, com humor e muita reflexão, os desafios sobre envelhecimento, saúde e solidão. Confiram detalhes no site www.cinquentanias.com e garantam ingressos gratuitamente. O movimento #VoltaCentrodeArte continua em ação, lutando pela recuperação do Centro de Arte. O grupo formou uma comitiva sob a coordenação do secretário municipal de Cultura, Joffre Evandro, para uma visita ao local, onde estiveram presentes o arquiteto Luiz Fernando Folly, presidente da Fundação D. João VI e demais envolvidos. Após o encontro, observou-se a necessidade de um novo projeto para as demandas do local.

Com idade nova, Silvério é aquele que diz tudo em suas charges. Basta um “abacaxi” sobre um ônibus que entendemos tudo, ou seja, “um imbróglio” nas transações entre a prefeitura e a Faol no que se refere ao Termo de Ajuste de Conduta”. Pior ainda se o abacaxi pesar demais e a empresa não aguentar com o peso da frota. De abacaxi, passamos para o “pepino” da bandeira vermelha, que desceu do mastro na semana passada, deu vez para a laranja, e voltou para avermelhar o risco de contágio. E o dilema continua: o povo precisa da economia que, por sua vez, precisa do povo com saúde para se alavancar. A maior bandeira que podemos hastear é a conscientização “coletiva” da gravidade da pandemia. A vacina, sozinha, não fará milagre!

Maravilhosa reportagem sobre a aprovação da lei estadual que declarou os Jogos Florais de Nova Friburgo como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Na matéria com Guilherme Alt, onde, honrosamente, sou a entrevistada, o destaque não poderia ser outro:  “Nosso trabalho tem valor e mais valor alcança ainda, quando pessoas de valor somam seus valores aos nossos”. E A VOZ DA SERRA é esse valor também que, desde 1959,  tem sido a Voz dos Trovadores!

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Vivas ao Álvaro

terça-feira, 16 de março de 2021

No último sábado, 13, quem passou o dia e o fim de semana recebendo cumprimentos por mais um aniversário, foi o conhecido Álvaro Moreira Bispo, na foto junto da querida esposa Marilza.
Nossas congratulações ao Álvaro, que já foi governador do Lions Clube.

Feijoada beneficente

No último sábado, 13, quem passou o dia e o fim de semana recebendo cumprimentos por mais um aniversário, foi o conhecido Álvaro Moreira Bispo, na foto junto da querida esposa Marilza.
Nossas congratulações ao Álvaro, que já foi governador do Lions Clube.

Feijoada beneficente

No próximo domingo, 21, será realizada através de drive-thru, a 2ª Feijoada Beneficente em prol da Escola Municipal Cecília Meirelles, numa parceria do Rotary Clube Olaria com a associação de pais daquele educandário.
Os convites custam R$ 20 por quentinha e podem sem adquiridos presencialmente nas lojas Mania de Boleiro (Cadima e Olaria), padaria Encanto da Montanha (Cascatinha) e Nélson Flores (Centro).

Além do marketing

Esta é o título e tema da palestra online e gratuita que acontecerá amanhã, 17, às 18h, com a profissional de comunicação e marketing Carolina Batista.
As vagas são limitadas e os interessados em participar devem se inscrever acessando: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdyr1aEsMP7tVChGoBsD3H

Agora, versão 7.0

Ontem, 15, o admirado gente boa Solimar dos Santos (foto) completou seus 70 anos de idade e no domingo, no bar que dirige junto a sede da Associação de Moradores do Parque Residencial Maria Teresa, recebeu - com todos cuidados e protocolos - abraços de poucos amigos devido a impossibilidade de poder festejar como gostaria. Ao grande Solimar, que inclusive marcou época como um dos grandes zagueiros do futebol friburguense do passado, atuando pelo E.C. Filó e outros times, nosso grande abraço de congratulações pela nova idade.

Humanitária: 127° aniversário

Em tempo de restrições e sem poder comemorar, a Sociedade União Beneficente Humanitária dos Operários de Nova Friburgo chegou a uma bonita e significativa marca no último dia 9.
É que na oportunidade, aquela instituição que possui bons serviços prestados à população friburguense, completou 127 anos de fundação, atualmente sob mais uma gestão administrativa do presidente Sebastião Corrêa de Mendonça, que conta com a assessoria do advogado,  Robson Gomes Barcelos, e outros dedicados colaboradores, para empreenderem boas ações e novidades para breve quando novos tempos surgirem depois da pandemia.

Aniversário no sábado

No último sábado, 13, quem passou o dia recebendo votos de felicitações de familiares e amigos foi o vereador friburguense José Sebastião Rabelo (foto), o Zezinho do Caminhão.
Isso por que na oportunidade, o querido parlamentar completou 58 anos de idade. Parabéns, tudo de bom e contínuas felicidades ao aniversariante.

Enfrentamento ao leão

Quem recebeu indevidamente o auxilio emergencial do Governo Federal e, claro, sabe bem dessa irregularidade, já está com as barbas de molho e deve estar preparando o bolsinho para devolver ou enfrentar a malha fina.
Afinal, com o Imposto de Renda deste ano, se ficar sem devolver o leão pega e se correr sem querer fazer a devolução, o leão come.

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    Vivas ao Álvaro

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    Agora, versão 7.0

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Fraternidade e diálogo

terça-feira, 16 de março de 2021

O período quaresmal é um momento de preparação para a grande festa da Páscoa. Durante este tempo a Igreja nos propõe os exercícios espirituais do jejum, esmola e oração. O jejum nos faz experimentar o esvaziamento, a expropriação, a libertação dos bens materiais abrindo nosso coração à fome de Deus e à disponibilidade de saciar a fome dos irmãos. Já a esmola é partilha, misericórdia, cuidado, entrega. O seu exercício é a verdadeira dinâmica do amor divino e nasce do encontro do tesouro escondido (cf. Mt 13, 44-46).

O período quaresmal é um momento de preparação para a grande festa da Páscoa. Durante este tempo a Igreja nos propõe os exercícios espirituais do jejum, esmola e oração. O jejum nos faz experimentar o esvaziamento, a expropriação, a libertação dos bens materiais abrindo nosso coração à fome de Deus e à disponibilidade de saciar a fome dos irmãos. Já a esmola é partilha, misericórdia, cuidado, entrega. O seu exercício é a verdadeira dinâmica do amor divino e nasce do encontro do tesouro escondido (cf. Mt 13, 44-46). A oração é fonte de intimidade entre um coração desapegado do homem e o coração misericordioso de Deus.

A prática destes exercícios nos auxilia no caminho de conversão e mudança de vida, desperta em nós a necessidade de partilha e nos aproxima em fraternidade. Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta a Campanha da Fraternidade como um caminho pessoal, comunitário e social de conversão e culminância das práticas quaresmais.

Num tempo de radicalizações e de polarizações no qual pululam conflitos, violência, racismos, xenofobias e outras práticas de ódio, se faz urgente a reflexão sobre a necessidade de superarmos a diferença e, em diálogo, nos unir na construção e propagação de um mundo mais justo e fraterno.

O tema “Fraternidade e diálogo”, em certa medida, parece ser redundante. Pois é certo que a prática religiosa conduz necessariamente ao diálogo e ao respeito aos irmãos. Infelizmente, para alguns esta certeza ainda não foi alcançada. Podemos, evocando o testemunho da história, enumerar várias situações em que o nome de Deus foi usado em discursos políticos carregados de ódio ou para justificar diversos genocídios. Ou ainda, ao abrir as redes sociais nos deparamos com inúmeros discursos cheios de ódio numa tentativa estéril de defender a fé.

As palavras do Papa Francisco na visita à cidade de Ur, no Iraque, enriquecem nossa reflexão: “os bens do mundo, que fazem muitos esquecer-se de Deus e dos outros, não são o motivo da nossa viagem sobre a terra. Erguemos os olhos ao céu para nos elevarmos das torpezas da vaidade; servimos a Deus, para sair da escravidão do próprio eu, porque Deus nos impele a amar. Esta é a verdadeira religiosidade: adorar a Deus e amar o próximo. No mundo atual, que muitas vezes se esquece do Altíssimo ou oferece uma imagem distorcida d’Ele, os crentes são chamados a testemunhar a sua bondade, mostrar a sua paternidade através da nossa fraternidade.” (6 de março de 2021).

Ao nos entregarmos à prática dos exercícios quaresmais, nos libertamos das paixões terrenas e do nosso próprio egoísmo. Nos tornamos capazes de ouvir o outro e respeitá-lo como um irmão, um igual, que caminha conosco ao encontro do amoroso coração de Deus. Somos chamados a “abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus” (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). 

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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A lei do retorno

segunda-feira, 15 de março de 2021

O Dia Internacional da Mulher me fez pensar nas personagens femininas, figuras significativas, que foram capazes de sair das páginas dos livros e adentrar na vida quotidiana. Às vezes, eu me pergunto, por que um sujeito fictício, que nasceu no imaginário de um autor, é capaz de exercer influência marcante nas pessoas? Sem carne e osso, uma figura humana que possui apenas uma função delineada em uma determinada história, pode ser percebida como uma pessoa e convier abstratamente na vida social e cultural. Tornar-se, inclusive, modelo; um referencial.

O Dia Internacional da Mulher me fez pensar nas personagens femininas, figuras significativas, que foram capazes de sair das páginas dos livros e adentrar na vida quotidiana. Às vezes, eu me pergunto, por que um sujeito fictício, que nasceu no imaginário de um autor, é capaz de exercer influência marcante nas pessoas? Sem carne e osso, uma figura humana que possui apenas uma função delineada em uma determinada história, pode ser percebida como uma pessoa e convier abstratamente na vida social e cultural. Tornar-se, inclusive, modelo; um referencial. Qual mulher que não tem um pouco de Penélope e Sherazade? Mesmo com as transformações que vêm ocorrendo na vida sexual, estas personagens guardam a essência feminina. Qual mulher que não sabe utilizar seus poderes com agudeza e inteligência para atingir seus objetivos? E o que se pode dizer da lealdade, da paciência e da capacidade de esperar de uma mulher com relação à pessoa amada? Quem não tem uma Julieta dentro de si, capaz de lutar por um amor impossível?

Talvez por sermos pessoas incompletas, carecemos, ao longo de nossos dias, de conceitos, representações e características que nos façam ter a sensação de completude, que nos tornem mais potentes perante à vida, mais felizes diante das diversidades existenciais e da fragilidade humana. Talvez por sermos efêmeras e termos a certeza de que findamos, as personagens, em suas perfeições, nos desviam desta constatação, e nos fazem sentir um tanto mais onipotentes ante aos infortúnios. Talvez por necessitarmos de referenciais para construirmos sentidos para nossa vida, que vão se transformando a cada dia.. Ah, como precisamos deles! 

Estamos inseridos em tramas, tecendo histórias diárias, tais quais as personagens, que, na verdade nos representam. Sempre. Da mesma forma que são os personagens que compõem uma história, nós somos as protagonistas da nossa. Da mesma forma que são os autores que usam do livre arbítrio para construir suas histórias, nós nos utilizamos deste mesmo direito para fazermos a nossa. Assim, o que nos une às personagens são a liberdade e a determinação de, em todo momento, ir em frente ou colocar o ponto final. 

Então, desta forma, podemos, nós, mulheres, adentrarmos nas páginas dos livros, como Edith Piaf e Frida Kahlo. Ou melhor dizer, de qualquer forma, somos nós que inspiramos os autores a construírem as personagens. Tão belas, tão intrigantes e instigantes. A vida vai para a história, que retorna tocando e transformando vidas. Temos, assim, a lei do retorno. 

 

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