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A espiritualidade conjugal e familiar

terça-feira, 13 de julho de 2021

No último capítulo da exortação apostólica Amoris Laetitia, o pastor maior da Igreja Católica, o Papa Francisco, reflete sobre a espiritualidade do casal e da família (313-325), destacando que a presença do Senhor habita na comunidade familiar real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. O papa apresenta o seu entusiasmo pela "alegria do amor": "...apesar das muitas dificuldades" (1), é preciso ir em frente, contando sempre com Cristo. "Avancemos, famílias. Continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais!

No último capítulo da exortação apostólica Amoris Laetitia, o pastor maior da Igreja Católica, o Papa Francisco, reflete sobre a espiritualidade do casal e da família (313-325), destacando que a presença do Senhor habita na comunidade familiar real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. O papa apresenta o seu entusiasmo pela "alegria do amor": "...apesar das muitas dificuldades" (1), é preciso ir em frente, contando sempre com Cristo. "Avancemos, famílias. Continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais! Não percamos a esperança por causa de nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida"(325).

Reafirma a inabitação do próprio Deus na comunhão familiar: "A presença do Senhor habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos divinos"; "A espiritualidade familiar é feita de milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta dedicação une o 'humano e o divino' porque está cheia do amor de Deus" (315). Sublinha que "a comunhão familiar vivida é um verdadeiro caminho de santificação na vida ordinária e de crescimento místico, um meio para a união íntima com Deus".

Com o subtítulo - ‘Unidos em oração à luz da Páscoa’, ressalta a oração em família como "um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé pascal" (317), acentuando as expressões da piedade popular, com a culminância na palavra e na eucaristia na celebração e no descanso dominical. Com o outro subtítulo – ‘Espiritualidade do amor exclusivo e libertador’, reforça que se deve reconhecer a presença de Cristo no outro, onde "os esposos assumem o desafio e o anseio de envelhecer e gastar-se juntos e assim refletem a fidelidade de Deus. Esta firme decisão que marca um estilo de vida é uma 'exigência interior do pacto de amor conjugal" (319).

Tematizando a 'Espiritualidade da solicitude, da consolação e do estímulo', o sucessor de Pedro afirma que "os esposos cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da fé um para o outro, para com os filhos e mais familiares". Para tal doação deve haver a disponibilidade gratuita e generosa, o despojamento e a liberdade interior, na compreensão de que não pode possuir o outro na sua total intimidade, mas que ambos pertencem ao Senhor, desenvolvendo uma madura autonomia. E enfatiza: "A vida em casal é uma participação na obra fecunda de Deus e cada um é para o outro uma permanente provocação do espírito. Assim, os dois são entre si reflexos do amor divino que conforta com a palavra, o olhar, a carícia, o abraço" (321). Espiritualidade refletida também na santidade da união afetivo-sexual, já abordada pelo papa (cf  74), cumprindo o fim unitivo do amor conjugal no matrimônio, como valorizara na exortação (cf  36), ao lado do outro fim, procriativo, na geração e educação dos filhos, na consciência e vivência amorosa das duas propriedades essenciais, a unidade-fidelidade e a indissolubilidade.

O papa chama esta divina missão de "pastoreio misericordioso", onde cada um é "pescador de homens" (Lc 5,10) ou "um lavrador que trabalha nesta terra fresca que são os seus entes queridos, incentivando o melhor deles". E conclui: "A fecundidade matrimonial implica promover" (...) "Isto é um culto a Deus, pois foi ele que semeou muitas coisas boas nos outros, com a esperança de que as façamos crescer" (322). O sentido missionário da família cristã que recoloca, com entusiasmo: "Sob o impulso do espírito, o núcleo familiar não só acolhe a vida no próprio seio, mas abre-se também, sai de si para derramar o seu bem nos outros para cuidar deles e procurar a sua felicidade" (324). E termina com uma belíssima oração pela família.

Nos diversos ângulos da vida cristã e da edificação da pessoa humana, do casal, da família e da Igreja, a exortação apostólica Amoris Laetitia se apresenta como uma abençoada enciclopédia teológica, afetiva, espiritual e pastoral, refletindo a maternidade e a paternidade eclesial, no serviço de acolhida, compreensão, acompanhamento, cooperação, amparo, auxílio, conversão, direcionamento, iluminação, evangelização, santificação e salvação de cada filho, o mais perdido, o mais afastado, o mais equivocado, esmagado, desfigurado ou destruído, com todas as graças abundantes e regeneradoras da misericórdia do Bom Pastor.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Do concreto ao abstrato

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Ao produzir textos em literatura infantil, o escritor deve considerar, em primeira instância, a idade do leitor para o qual está escrevendo. É um cuidado especial, uma vez que o pensamento infantil se transforma na medida em que a criança cresce. Os processos evolutivos da construção do pensamento estão fundamentados na dialética sentir, pensar e agir, bem como na experiência quotidiana e individual.

Ao produzir textos em literatura infantil, o escritor deve considerar, em primeira instância, a idade do leitor para o qual está escrevendo. É um cuidado especial, uma vez que o pensamento infantil se transforma na medida em que a criança cresce. Os processos evolutivos da construção do pensamento estão fundamentados na dialética sentir, pensar e agir, bem como na experiência quotidiana e individual.

Os adultos, de modo em geral, têm dificuldades para distinguir as diferenças entre o pensamento concreto e abstrato, além do que possuem pouco entendimento a respeito das capacidades cognitivas das crianças, que até os 12 ainda não estão prontas para apreender conceitos abstratos, como esperança e desilusão. Inclusive, o próprio adulto sente, por vezes, dificuldade para compreendê-los. Aliás, passamos a vida inteira aperfeiçoando nossos processos mentais.

As transformações cognitivas ao longo da infância provocam mudanças nos modos com que a criança se relaciona com as pessoas e interage com o ambiente. A dialética sentir, pensar e agir vai se tornando mais ampla com as experiências realizadas a cada etapa do crescimento, o que aumenta suas possibilidades de relacionamento e de interação. 

Há distinções entre as operações do pensamento concreto e do abstrato.

O pensamento concreto se desenvolve dos 7 aos 12 anos, quando a criança precisa da concretude dos fatos e da materialidade dos objetos, o que lhe permite compreendê-los e descrevê-los. Ou seja, é necessário que os objetos estejam presentes e os fatos façam parte da experiência imediata para que sejam percebidos através dos sentidos. Somente então, a partir destes processos perceptivos, a criança se torna capaz de estabelecer relações entre objetos, pessoas e fatos.

Vivenciei uma situação que pode exemplificar o pensamento concreto. Quando trabalhava como orientadora educacional com crianças de sete e oito anos em um colégio no Rio de Janeiro, as professoras me pediram para aprofundar a noção de tempo com elas, uma vez que não conseguiam realizar os exercícios no prazo previsto. Fiz algumas sessões de grupo em sala de aula, e as crianças, dispersas e agitadas, demonstravam dificuldades em abordar o assunto. Depois de três sessões, um menino se levantou e disse: preciso de um tempo pequeno para fazer xixi e de um maior para comer meu lanche. A partir de então, a turma conseguiu falar com maior desenvoltura sobre o tema.

A partir dos 12 anos, o pré-adolescente começa a elaborar o pensamento hipotético-dedutivo, quando as operações mentais requerem processos cognitivos mais complexos, que exigem associações de ideias e de sensações que vão além da materialidade dos objetos e da concretude dos fatos; suas capacidades cognitivas estabelecem relações entre os acontecimentos e as coisas sem precisar experimentá-las. Com a conquista do raciocínio abstrato, os adolescentes se tornam críticos, modificam os modos de interagir e de conviver. Querem experimentar o novo. 

 A literatura infanto-juvenil enriquece a experiência existencial da criança e do jovem. Entretanto, o livro tem que encantar o leitor, tocar em seus centros de interesse, e a leitura só se torna prazerosa quando está de acordo com as características da sua faixa etária. Um exemplo que posso apresentar é a do livro “O Pequeno Príncipe”. Certa vez, uma pessoa me disse que a cada etapa da sua vida apreendeu a leitura de uma forma, e só conseguiu compreender os sentidos do texto quando adolescente. E, até hoje, sempre que o relê, percebe um conceito mais profundo.

 O escritor infanto-juvenil deve pesquisar a respeito do desenvolvimento das habilidades cognitivas. Inclusive, se possível, ter acesso à obra de Piaget. Mesmo sendo um assunto de difícil entendimento, o autor não pode negligenciar esta complexa questão.

 

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Incrível: burocracia impede que faculdade tenha mais alunos

sábado, 10 de julho de 2021

Edição de 10 e 11 de julho de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim

Manchetes: 

Edição de 10 e 11 de julho de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim

Manchetes: 

  • Incrível: Embora possuindo as condições necessárias, a nossa Faculdade de Odontologia, não conseguiu até agora receber mais dez alunos que obtiveram classificação no vestibular, simplesmente pelo fato de ter sido fixada a matrícula em 60 acadêmicos. A história da infame burocracia para pagar as boas iniciativas precisa ter um fim.
  • Opinião pública: O povo de Friburgo precisa ser informado de qual ou quais órgãos ou autoridades estão impedindo que mais de dez jovens de nossa cidade possam frequentar o curso de odontologia da faculdade friburguense. É necessário colocar um paradeiro nas ações deletérias de pretendidos donos do ensino, sacudindo o bolor que eles representam nesta importante fase da vida nacional. É um crime prejudicar os que querem estudar.
  • Lei de Organização Partidária: Com a aprovação da nova  lei de organização dos partidos, as convenções municipais que deveriam reunir-se no próximo mês de agosto para a renovação dos diretórios, somente em janeiro de 1972 deverão cumprir o dispositivo. Tínhamos razão quando alertamos as dirigências políticas a respeito dos itens sobre fidelidades partidárias. Aconteceu o que prevíamos. Pouco foi alterado na matéria. Parece até que “forças ocultas” políticas e partidariamente heterogêneas se juntam, se agrupam fortemente, no sentido de amenizar ao máximo as sanções. Confirmando tudo o que vimos anunciando a respeito, o governador do Estado manteve contato com o prestigiado líder político, José Dantas dos Santos, reiterando o desejo de vê-lo urgentemente participando do seu mais efetivo grupo de trabalho da administração fluminense.
  • Álvaro de Almeida apresentou trabalho no M.D.B Regional: Álvaro de Almeida esteve presente à animada reunião do diretório regional emedebista em Friburgo, que foi realizada na tarde do último dia 5. Assuntos mais importantes constaram da pauta dos trabalhos sendo de notar se a absoluta predominância das teses de interesses dos diretórios municipais, considerados molas mestras do partido. O delegado do M.D.B de Friburgo, seus dirigentes e o respeitado presidente, que é também, membro do diretório regional do Estado do Rio, explanou com propriedade assuntos da mais alta indagação para a sobrevivência do partido da oposição, focalizando particularidades do interior e mostrando uma série de dificuldades que vêm influindo no desgaste da agremiação, contrária politicamente aos poderosos da Federação do estado e dos municípios dos quais a Arena é governo.
  • Deputado estadual Waldir Costa: o representante de Friburgo na Assembleia Legislativa, o deputado Waldir Costa vem impressionando os meios políticos fluminenses pela combatividade, espírito público e dinamismo. Todos os projetos sofrem, no plenário, o crivo do “Bisturi de Ouro” que, jamais se acomoda ou transige com os postulados que defende.
  • Nova Friburgo Country Clube: Está chegando a hora. Próximo dia 17 de julho de 1971 é a data da VII Festa do Colonizador, a Festa da Cerveja, que o fidalgo clube do Parque São Clemente está preparando.

Pílulas:

  • Do presidente da Sociedade Esportiva Friburguense, o dinâmico, fidalgo e “pra frentex” Dalton Carestiato, recebemos atenciosa mensagem de agradecimento pela colaboração que este semanário vem prestando ao clube social que ele administra. Não há o que agradecer. Sempre prestigiamos as organizações e os dirigentes que realmente distinguem o nosso jornal. Os “empafiados”, os encastelados num pedestal de presunção, sem qualquer sentido e princípio de públicas relações, esses sim, jamais tiveram vez conosco. E nem terão.
  • O dr. Luiz Schotz de Aguiar – o conhecido e querido Macaé - já formado em Direito e que matriculou-se na Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo, foi escolhido, por unanimidade de votos dos seus 59 companheiros de estudo. Líder da turma, mais previamente, líder acadêmico, distinção que muito o sensibilizou.
  • As antigas avenidas marginais ao Rio Bengalas, hoje eixo rodoviário continuam a ser palco de desastres. É raríssimo o dia que não acontece ali perdas de vida, assim como acidentes graves e que levam aos hospitais homens, mulheres e crianças, muitos dos quais ficam mutilados. Será que esta vergonha governativa continuará por muito tempo?

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Saulo Verbicário Dantas dos Santos, Eulália Faria Soares e  Edda Moraes de Carvalho (12);  Maria de Lourdes Teixeira Assis (13);  Maria da Glória Barcellos Rocha e Franklin Ximenes Nunes (14); Alice Marques Duarte e Thereza Cristina (15); Zuleika Alves Lopes e Bernardo (16); Rosemarie e Marina Perestrelo Braune (17).

 

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O pão da vida

sábado, 10 de julho de 2021

Somos massa e alma. Somos recheio e ar. Somos fermento e propósito. Ainda que a vida e toda vida tenha uma jornada comum como premissa – nascer, crescer, envelhecer e fatalmente morrer – não há receita para viver. Os recipientes em que se colocam os ingredientes que escolhemos, com suas respectivas medidas, até podem ter semelhança. Porém, assim como os próprios ingredientes, a ordem em que os adicionamos, a forma de misturá-los, o tempo de descanso e maturação irão nos diferenciar a todos nós, sem exceção. 

Somos massa e alma. Somos recheio e ar. Somos fermento e propósito. Ainda que a vida e toda vida tenha uma jornada comum como premissa – nascer, crescer, envelhecer e fatalmente morrer – não há receita para viver. Os recipientes em que se colocam os ingredientes que escolhemos, com suas respectivas medidas, até podem ter semelhança. Porém, assim como os próprios ingredientes, a ordem em que os adicionamos, a forma de misturá-los, o tempo de descanso e maturação irão nos diferenciar a todos nós, sem exceção. 

Por pequenos detalhes e mesmo em brutais coincidências, o resultado que somos, cada um de nós, é único, inimitável, inigualável. Somos mais diversos que os pães expostos nas prateleiras das mais inusitadas padarias de todo o mundo. Se o destino é um drama com enredo de comédia, a gente tem o poder de escolher muita coisa. Nossas escolhas nos definem, nos dão forma, casca e crosta. E não há problema algum esfarelar e se reinventar, ser diferente do que se planejou, ao ponto que o fim de cada um de nós é desmaterializar para voltar ao pó. 

Na arte dos verbos, empregamos sujeito e predicado. No íntimo dos adjetivos, flutua nossa alma... A alma, imperiosa ainda que oculta, é essa essência que nos faz acreditar que o trigo vire massa e massa se torne pão. Nosso esforço, no entanto, nunca é em vão, pois por mais que não se ganhe feito, nossas escolhas alimentam.         

Vamos apanhar para crescer. Vamos precisar de fermento para prosperar. Necessitaremos de descanso para se encontrar. Seremos moldados pelos encantos e desencantos que os caminhos nos dão, mesmo aqueles que não percebemos. Vamos ter que paralisar para tomar ar. Seguiremos pedintes por alegorias que nos enfeitem e, de vez em quando, na percepção dos sabores, simplesmente trocaremos de cores. Será importante o calor dos abraços ou mesmo o aperto de mão que nos gera a expectativa para sermos acolhidos por essa grande casa quente que é o coração. Singularmente, também seremos fornos para bronzear e dar camada aos que se achegarem.

Aquecidos, podemos sair antes do ponto. Podemos ficar um pouco mais ou se muito mais até se queimar. Alma não tem tato, ainda que possua seis sentidos. E o sentido da vida está em sentir, mais do que apenas fatias de pão e copo d´água. 

Há quem tenha fome de barriga cheia. Há quem procure, procure e jamais encontre o que procura. Não porque não tenha o privilégio de encontrar, mas sem peito aberto, a visão fica nebulosa e o coração acaba subestimado ao estômago. Não basta ter propósito. É fundamental permanente atenção, construção e desconstrução. A felicidade pode ser simples, mas aceitá-la requer certa coragem empática. Afirmar é mais firme do que passar a vida toda se negando a permissão de ser o pão que se pode ser.  

Assim, o amor - esse sonho menos enjoativo que a guloseima de confeitaria - é mais humano do que divino. Mora no companheirismo do café da manhã, mesmo para quem não tem o hábito de comer pela manhã. A alma – esse sobrenatural mais espantoso que a massa crescida após ser batida e descansada – é mais nossa do que do céu ou do inferno. Reside na sabedoria do experimentar e respeitar a si e à toda diversidade em volta, sem julgar e julgar a si próprio. Não há conselho melhor do que se escutar e fazer o que te faz brilhar os olhos. Mas a receita, é exclusivamente sua.           

         

 

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Postos de gasolina

sexta-feira, 09 de julho de 2021

Postos de gasolina
Nova Friburgo foi uma das dez cidades alvo de operação do Ministério da Justiça e Segurança Pública em postos de combustíveis, realizada ontem, 8. A ação teve o apoio do Procon e a participação ainda de equipes da Agência Nacional de Petróleo, Polícia Civil e Secretaria do Estado de Fazenda.

Postos de gasolina
Nova Friburgo foi uma das dez cidades alvo de operação do Ministério da Justiça e Segurança Pública em postos de combustíveis, realizada ontem, 8. A ação teve o apoio do Procon e a participação ainda de equipes da Agência Nacional de Petróleo, Polícia Civil e Secretaria do Estado de Fazenda.

Possíveis irregularidades
Foram verificadas a qualidade dos combustíveis, possíveis irregularidades nas bombas de abastecimento, documentação que autoriza o funcionamento do estabelecimento, o cumprimento do Decreto da Transparência, que visa expor de forma clara informações quanto à precificação e publicidade, entre outros.

Resultados
Ao todo 41 postos de combustíveis foram simultaneamente fiscalizados, o que evitou o vazamento de informações. Além de Nova Friburgo, São Pedro da Aldeia, Rio das Ostras, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, Macaé, Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Nilópolis e Rio de Janeiro tiveram postos como alvos da operação. Até o fechamento desta edição, a operação não havia divulgado o resultado das verificações.

Infrações
Em boa parte dos casos averiguados, já se pode antecipar, segundo a Polícia Civil, há adulteração de combustíveis, sonegação de impostos, formação de acordos de cartéis entre os revendedores, além de outras fraudes ligadas ao setor, como falta de extintor de incêndio e falta de transparência da composição dos preços ao consumidor.

Averiguação cotidiana
Motoristas observadores percebem que abastecer em postos diferentes têm diferentes rendimentos do veículo. Além de problemas mecânicos, é possível perceber que em trajetos iguais, em condições semelhantes, o combustível dura mais ou menos. Fatalmente, pode haver perda da qualidade, ou mesmo prejuízos na bomba. Nem sempre vale pagar mais barato, se é que você me entende. 

Três grandes shows
A poucos dias de começar, o Festival Sesc de Inverno ainda não teve a sua programação oficial divulgada. Mas já é possível adiantar possíveis shows, provavelmente pelo canal do YouTube da unidade local, de Vitor Kley, Maria Rita e Emicida. Sempre os mais aguardados, os shows de grande porte não devem ter ainda a presença do público.

Maitê Proença
Outra atração renomada, mas também de maneira virtual, será a atriz Maitê Proença com o espetáculo “O pior de mim”. Confirmada para o próximo dia 26, também de forma virtual. Atividades menores devem ser presenciais, com os devidos protocolos sanitários.

Quatro cidades
Sem a edição do ano passado, por causa da pandemia, o Festival de Inverno volta com uma proposta híbrida, ou seja, atividades presenciais, semipresenciais e totalmente virtuais. O evento acontecerá do próximo dia 16 a 25, com shows musicais, teatro, atividades ao ar livre, oficinas e debates. Além de Nova Friburgo, o festival acontece em Teresópolis, Petrópolis e Três Rios.

Elba Ramalho no Arraiá
Antes da chegada do Festival de Inverno e de maneira simultânea, acontecerá o Arraiá do Sesc, totalmente virtual. Uma live de Elba Ramalho é o destaque deste sábado, 10. A artista apresentará um repertório que mistura forró, xote, baião e frevo, incluindo clássicos de Gonzagão, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro. Será às 20h, no canal do Sesc RJ no YouTube.

Novidade islandesa
Muito tem se falado de home office, jornada de trabalho reduzida, mas vejam só o que está acontecendo na Islândia: um dia a mais de folga na semana. 86% da população ativa da Islândia teve sua escala diminuída para apenas quatro dias semanais, sem nenhuma redução no salário.

Novo conceito
Esse fenômeno surge depois de uma pesquisa feita no país, de 2015 a 2019, em que 2.500 funcionários tiveram sua semana encurtada de 40 para 35-36 horas de trabalho, ganhando o mesmo. Resultado: a produtividade permaneceu a mesma ou melhorou na maioria dos locais; os trabalhadores se sentiram menos estressados ​​e viram melhoras na saúde mental.

Trabalhe menos, trabalhe melhor
Além da Islândia, outros países e empresas ao redor do mundo estão testando os fins de semana sempre prolongados. A Espanha e o Japão são exemplos disso, além da Unilever, na Nova Zelândia. Será que essa moda chega um dia ao Brasil? Afinal, nem sempre quem passa mais horas no trabalho, rende mais ou faz um serviço melhor. Eficiência não tem nada a ver com passar horas e horas na execução de tarefas profissionais.

Palavreando
“Somos massa e alma. Somos recheio e ar. Somos fermento e propósito. Ainda que a vida e toda vida tenha uma jornada comum como premissa – nascer, crescer, envelhecer e fatalmente morrer – não há receita para viver”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA. 

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O lugar do outro

sexta-feira, 09 de julho de 2021

O lugar do outro te parece confortável? Com o recorte daquilo que se vê, muito pouco ou quase nada de alguém, é possível exercitar ocupar ainda que em pensamentos esse lugar? Com dores, amores e dissabores. Parece fácil ir a um lugar que não é seu e avistar paisagem bonita, jardim frondoso, experiência próspera, ao passo de que se faz muito difícil ir até lá se o terreno lhe parece arenoso, encoberto de tristeza e dor.

O lugar do outro te parece confortável? Com o recorte daquilo que se vê, muito pouco ou quase nada de alguém, é possível exercitar ocupar ainda que em pensamentos esse lugar? Com dores, amores e dissabores. Parece fácil ir a um lugar que não é seu e avistar paisagem bonita, jardim frondoso, experiência próspera, ao passo de que se faz muito difícil ir até lá se o terreno lhe parece arenoso, encoberto de tristeza e dor. E diante disto que é uma certeza, é possível fingir que nada acontece e viver em uma simbólica ilusão de que tudo está bem quando na verdade o caos habita se não nos nossos lares, nos dos vizinhos, nos vizinhos dos nossos vizinhos e por aí vai.

Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você. É tão simples assim como parece? Deveria ser. Comumente vivemos situações embaraçosas, desconfortáveis, angustiantes e sentimo-nos tristes e sobrecarregados. Situações essas que não raras vezes poderiam ter sido evitadas se nossos interlocutores da vida pensassem em evitar fazer às pessoas aquilo que abominariam que impusessem a elas. Seria bem mais fácil.

Mas, se coabitamos o mesmo planeta, talvez todos já tenhamos entendido ou estejamos próximos de compreender, que essa interação de mentes, de gente, de egos e valores, não é tão simples assim. Não é premissa básica uníssona que evitar impor aos outros coisas que detestaria que nos impusessem pode minimizar o sofrimento e o estresse do próximo. É importante até mesmo considerar que múltiplos que somos, não necessariamente partilhamos de dores semelhantes, de modo que às vezes o agir inconsciente atropela qualquer raciocínio sobre o estado de espírito dos receptores de nossas condutas por eles recepcionadas como negativas. E por aí vai.

Carecemos de uma percepção mais inteligente. Emocionalmente mais inteligente, que considere também os outros, a sociedade como um todo e mesmo o planeta. Talvez devêssemos perceber que há questões que de maneira geral ferem, causam transtorno, prejudicam e geram sofrimento. Não é tão difícil supor que determinadas ações magoam, desestabilizam, deixam as pessoas em apuros de várias ordens.

Gostaria muito que fosse tão simples quanto parece. Que escolher ser pessoa leve fosse tudo de que precisássemos para efetivamente estarmos envoltos pela leveza todo o tempo. Às vezes, o é. Mas como não vivemos em uma bolha e nossas energias se entrelaçam com as dos outros o tempo todo, passa a ser uma arte e uma habilidade diferenciada sabermos nos defender da negatividade, da injustiça, da grosseria, da sobrecarga que nos impõem e ainda assim, seguirmos gratos e sem disseminar o mesmo nível de pensamentos, sentimentos e condutas por aí.

           

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Conversa sobre a realidade (Parte 2)

sexta-feira, 09 de julho de 2021

No último dia 1º o real, nossa moeda oficial, completou 27 anos de circulação na economia brasileira e eu completei dois anos da minha primeira coluna neste jornal. A combinação perfeita para um texto comemorativo e, com isso, rico em detalhes. É claro, esta é uma coluna e não um artigo científico. Hoje, dou sequência ao tema a este tema iniciado na semana passada. A propósito, caso não tenha acompanhado a primeira parte desta conversa, basta acessar a seção de colunas, no portal de A VOZ DA SERRA e ver a íntegra.

Acesso a crédito e Inadimplência

No último dia 1º o real, nossa moeda oficial, completou 27 anos de circulação na economia brasileira e eu completei dois anos da minha primeira coluna neste jornal. A combinação perfeita para um texto comemorativo e, com isso, rico em detalhes. É claro, esta é uma coluna e não um artigo científico. Hoje, dou sequência ao tema a este tema iniciado na semana passada. A propósito, caso não tenha acompanhado a primeira parte desta conversa, basta acessar a seção de colunas, no portal de A VOZ DA SERRA e ver a íntegra.

Acesso a crédito e Inadimplência

Com juros e inflação sob controle (talvez sejamos uma economia ainda jovem demais para termos algo “sob controle”, mas estão a níveis relativamente baixos e nunca antes alcançados), o acesso a crédito torna-se mais barato, o risco dos bancos é reduzido e, infelizmente, o endividamento tem aumentado. Apesar da queda entre 2016 e 2018, a série do endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) em relação à renda acumulada dos últimos 12 meses apresentou forte aumento no último ano, saindo de 19,32% em janeiro de 2005 – quando a série fora criada – e chegando a 58,00% em março de 2021. Este é um movimento global, a população brasileira ainda tem baixo endividamento quando comparado a países desenvolvidos, mas estes são níveis preocupantes. Até que ponto o crédito se mantém saudável? O que pode acontecer quando a inadimplência for insustentável? Já passamos por isso antes.

Qualidade de vida

Por fim – e muito longe de ser menos importante –, devemos entender a evolução dos índices de desenvolvimento humano. Afinal, esta deveria ser a maior preocupação de toda política econômica; a qualidade de vida. Em 1994, o Brasil ocupava a 71ª posição no ranking global de IDH com pontuação de 0,642; já em 2019, o índice subiu para 0,765 num ritmo abaixo da evolução global, pois – apesar do aumento – a nossa colocação caiu para a 84ª posição.

Ao longo destes anos, já passamos por momentos melhores e outros ainda piores – isso é fato –, mas a evolução é fluida; nenhuma realidade é linear. O ponto positivo, é que realmente vemos uma evolução social ao longo dos últimos 27 anos e, muito disso, graças ao real. É uma moeda emergente, e como qualquer outra dentro da mesma classificação, volátil. Desde o início de sua circulação, nossa moeda já perdeu 85% do seu poder de compra, mas ainda assim é motivo de orgulho; foi a nossa melhor moeda dos últimos 100 anos. Portanto, vamos comemorar!

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Desde que você se sinta bem ... está tudo certo!

quinta-feira, 08 de julho de 2021

As filosofias pós-modernas defendem ideias estranhas para a vida útil, saudável, ética e de bom senso. Uma delas afirma que se você faz algo que o faz se sentir bem, então tudo bem, é válido. Mas está tudo bem mesmo? E a saúde? E os relacionamentos importantes que precisam ser preservados? E a conduta honesta? E o bem estar da comunidade? E o respeito pela propriedade privada? E a preservação da família?

As filosofias pós-modernas defendem ideias estranhas para a vida útil, saudável, ética e de bom senso. Uma delas afirma que se você faz algo que o faz se sentir bem, então tudo bem, é válido. Mas está tudo bem mesmo? E a saúde? E os relacionamentos importantes que precisam ser preservados? E a conduta honesta? E o bem estar da comunidade? E o respeito pela propriedade privada? E a preservação da família?

O perigo desta postura na vida, de que é válido fazer tudo aquilo que faça você se sentir bem, é colocar o sentimento como padrão para se medir condutas saudáveis. Se você se sente bem cheirando cocaína, então está tudo certo, não importa se você torra todo o seu dinheiro e se arrebenta com a família. Se você se sente bem tendo uma ou um amante por fora do casamento, então está tudo certo, não tem problema seu cônjuge e filhos sofrerem ao saberem disso. Se você se sente bem recebendo vultuosas propinas em seu cargo político, então está tudo certo, não importa o povo sofrer. Se você se sente bem trabalhando exageradamente para aumentar sua fortuna e isto o priva de estar com sua família, então está tudo certo, mesmo errando com negligência para com seus filhos. Vê o absurdo desta ideologia do prazer baseado só no que uma pessoa sente?

Maturidade não é seguir os sentimentos sem uma avaliação racional do certo e do errado, do honesto e do desonesto, do verdadeiro e do enganoso, do construtivo e do destrutivo. Um fim bom não justifica um meio mau. Não estou dizendo que nunca devemos tomar esta ou aquela conduta baseado no que sentimos. Isto seria caminhar para o outro extremo de exagero.

Parece que está havendo um aumento do número de pessoas, especialmente jovens e adultos jovens seguindo uma vida baseada nos sentimentos e os resultados não são bons. Filhos frustram seus pais com condutas disfuncionais, aumento do alcoolismo e outras dependências químicas, gravidez indesejada, relacionamentos descartáveis, divórcio com suas dores difíceis de enfrentar, filhos sem base espiritual para enfrentarem as ideologias corruptoras de muitas escolas e universidades, aumento da corrupção generalizada, crimes, violência social, superficialidade do sentido da vida, materialismo,  e por aí vai.

Liberdade não é você fazer o que você sente. É fazer o que é saudável para o corpo, para a mente, para o espiritual e para o social. Invadir terras é doença social, assim como enriquecimento ilícito é patologia mental. A liberdade tem seu limite natural. O mar tem liberdade para jogar suas ondas sobre a praia. Mas e se ele sentisse desejo de avançar mais com suas ondas? Lembre o que ocorreu em algumas cidades com os tsunamis.

Há uma luta dentro de todos os seres humanos, que a filosofia séria chama de “angústia existencial”. De onde vem esta angústia? O que ela faz com a gente? O que fazemos com ela? Sören Kierkegaard, um dos filósofos que estudou a angústia humana, diz em seu livro “O Conceito de Angústia” que aquele que aprendeu a lidar corretamente com sua angústia, aprendeu o mais importante na vida. Você acredita nisso?

Muitas pessoas nem sabem o que é angústia. Negam tê-la e vivem praticando atitudes insalubres motivadas pela própria angústia que negam ter. Que loucura! Chamam de liberdade o que, na verdade, em seu comportamento é a tentativa de fugir desta angústia. A gente se torna aquilo que causa menos dor. Mas como isso é geralmente feito de forma inconsciente, podemos cair na ideologia pós-moderna que prega o conceito de “se sinto bem fazendo isso, então está tudo certo”. Quando, na verdade, isso que a pessoa se torna e que a faz se sentir bem, pode ser a doença, ou parte da doença não percebida e/ou não admitida.

Daí se segue um monte de ideologias doentias e seus defensores promovem um protocolo de normalidade do que é doentio. E querem enfiar pela garganta a dentro da sociedade que aquilo que é o sofrimento, passa a ser o normal, que o alterado ou o desviado é o correto e isto gera o que chamam de “orgulho sadio”. Fazem até paradas com milhares de pessoas, equivocadas, não honestas em suas reflexões consigo mesmas, fugitivas da verdade e da liberdade genuínas. Que mundo estamos!

Não será o correto dizer: desde que você se sinta bem e quer praticar o que é saudável do ponto de vista físico, emocional, espiritual e social, então está tudo bem?

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10º em abertura de novas empresas

quarta-feira, 07 de julho de 2021

10º em abertura de novas empresas
Nova Friburgo foi o 10º município entre os 92 do estado a registrar maior abertura de novos negócios em 2021. Os dados da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja) apuram que, no primeiro semestre, o município registrou a abertura de 492 novas empresas. Neste ano, também foram registradas na delegacia local da Jucerja o encerramento de 20 empresas, saldo positivo de 472.

10º em abertura de novas empresas
Nova Friburgo foi o 10º município entre os 92 do estado a registrar maior abertura de novos negócios em 2021. Os dados da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja) apuram que, no primeiro semestre, o município registrou a abertura de 492 novas empresas. Neste ano, também foram registradas na delegacia local da Jucerja o encerramento de 20 empresas, saldo positivo de 472.

180 fechadas em 2020
Em todo ano passado, Nova Friburgo registrou 784 aberturas de novos empreendimentos, mas o fechamento de 180, saldo, portanto de 504 negócios entre abertos e finalizados. Ou seja, o primeiro semestre deste ano já se aproxima do saldo total de 2020.   

Comércio e confecções lideram
O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios lidera o ranking de atividades principais abertas (19%), seguido de confecção de moda íntima, 7%. Destaque ainda para restaurantes e similares com 32 novas empresas abertas, numa sinalização de recuperação deste que foi um dos setores mais abalados com a pandemia.

Recorde do Estado
Nova Friburgo acompanha de certa forma uma tendência estadual. O Rio de Janeiro bateu recorde de novos negócios nesse ano, tendo o melhor resultado dos últimos 20 anos. A recuperação econômica chega num cenário mais otimista com o avanço da vacinação e a possível reabertura completa de todos os setores da economia, sem novos lockdowns. Ao mesmo passo, a crise forçou ao empreendedorismo.

Novas empresas e emprego
Considerando a Região Serrana e Centro-Norte, Nova Friburgo perde apenas para Petrópolis (6º lugar). Vale lembrar, conforme apurado pela coluna Observatório, que Nova Friburgo, em 2021, é o 9º entre os 92 municípios fluminenses em geração de emprego. Ainda que o número de nossos empregos venha sendo puxado pela indústria, a capacidade empreendedora friburguense colabora certamente para esse quadro positivo.

Região vai mal
Se Nova Friburgo está no Top 10 de novos negócios, conforme quadro abaixo, não se pode dizer o mesmo de alguns municípios vizinhos. Entre os dez piores, metade é da nossa região: Trajano de Moraes (83º), Sumidouro (85º), São Sebastião do Alto (88º), Macuco (antepenúltimo) e Santa Maria Madalena (penúltimo). Por óbvio, observa-se, municípios mais populosos tendem a ter um maior volume de novas empresas abertas.

Ranking de novos negócios em 2021
1º Rio de Janeiro – 15.885
2º Niterói – 1.848
3º Duque de Caxias – 1.079
4º São Gonçalo – 997
5º Nova Iguaçu – 948
6º Petrópolis - 667
7º Campos dos Goytacazes - 644
8º Cabo Frio - 639
9º Volta Redonda – 542
10º Nova Friburgo – 492

Endividados
O Brasil fechou o mês de junho com quase 69,7% de brasileiros endividados. Não deve ser muito diferente por terras friburguenses. Esse é o maior nível em mais de uma década. A pesquisa da CNC (Confederação Nacional de Crédito) leva em consideração contas em aberto no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnês, crédito consignado, empréstimos e prestações.

Vilão
Segundo a CNC, o que comprometeu mais o orçamento foram a inflação mais elevada e a redução no pagamento do auxílio emergencial do Governo Federal. O cartão de crédito é o grande vilão: 81,8% das pessoas apontam ele como o principal tipo de dívida.  

Sem volta às aulas presenciais
Ainda em pandemia e com vacinação em curso, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) prorrogou a suspensão das atividades presenciais não essenciais até o próximo dia 31. A decisão, tomada pelo comitê Covid, abrange todos os núcleos, incluindo o Instituto Politécnico de Nova Friburgo, e, visa conter a propagação da pandemia.

Semestre atrasado
A Uerj acredita que ainda não está segura a retomada presencial das atividades letivas. Assim, o calendário acadêmico referente ao 1º semestre mantém as aulas a distância. As aulas começam no dia 2 de agosto com o término do período previsto para 19 de novembro. Já os calouros ingressantes no vestibular 2021 vão ter aulas de 8 de setembro a 4 de dezembro.

Palavreando
“Saudade de muitas pessoas, porque não existe cotidiano ou momentos grandiosos sem pessoas. Não existe saudade, sem gente. Porque saudade e amor estão associados diretamente a quem a gente junta e a vida une por razões das mais variadas”.

 

Foto da galeria
Foi um sucesso o primeiro fim de semana do Festival Gastronômico de Inverno de Nova Friburgo. Mais de 80 estabelecimentos prepararam pratos especiais para o evento que desta vez vem acompanhado de baixas, mas convidativas temperaturas. De pratos salgados às sobremesas, os chefs capricharam na criatividade reprimida pela impossibilidade de realização do festival no ano passado, por conta da pandemia. (Foto: Carlos Mafort).
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Um inverno com cara de inverno

quarta-feira, 07 de julho de 2021

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas.

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas. Para caminhar pela manhã, o que me salvou é que tinha levado um conjunto de treino com calça e casaco, o que amenizou a situação, já que além do frio ainda tinha o vento, que nesta época está sempre presente.

Durante a viagem do aeroporto Santos Dumont para Friburgo, já de noitinha, eu e minha esposa enfrentamos muita neblina na serra e um frio de 9 graus, o que nos obrigou a ligar o ar quente do carro. Chegamos em casa, no Cônego com uma garoa enjoada e com muito frio. Nesta noite o termômetro marcou 10 graus. Mesmo com a conta de luz em bandeira vermelha, um aquecedor não pode ser desprezado. Aliás, nesta época, em lugares frios como Friburgo, a tendência é de se aumentar o consumo de energia, como aliás ocorre naqueles países em que o inverno é mais rigoroso, pois o risco de se contrair doenças típicas desta estação é maior. No final sai mais barato do que se gastaria com médicos e remédios.

Mas, a coisa ficou feia a partir da última quinta-feira, 1º, quando a temperatura variou entre 4 e 5 graus durante a madrugada. E o que é pior, durante o dia, na sombra o uso de agasalhos foi obrigatório, pois a sensação térmica era menor em função do vento. Aí, o uso da lareira e dos aquecedores elétricos, com direito a degustação de um bom vinho, se tornou uma realidade. A Energisa agradece, mas o que fazer, né?

De acordo com uma reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último fim de semana, há catalogados pela prefeitura, 38 pessoas que dormem na rua, sob marquises, em bancos da praça ou ao relento; e que, felizmente, existem grupos anônimos de cidadãos que ajudam este grupo com a distribuição de agasalhos, alimentos quentes, água, meias de lã e artigos de higiene pessoal. É uma atitude digna de ser mencionada e, o mais importante é que são de pessoas anônimas, ou seja se preocupam com o bem estar de seus semelhantes, mas não buscam os holofotes nem a fama, por tal cuidado.

No entanto, sabemos que nos lugares muito frios, as autoridades constituídas costumam criar abrigos para que essa população de risco possa se proteger durante a noite. Lá, além de alimentação encontram camas com cobertores para se aquecerem; nos países em que o inverno é rigoroso, estes abrigos são dotados, também, de calefação, pois com temperaturas abaixo de zero, haja cobertor.

Creio que a Prefeitura de Nova Friburgo deveria estudar a implantação destes abrigos, nos bairros mais populosos de nossa cidade. Esta população necessitada deve ser protegida sempre, principalmente nestes tempos sombrios de pandemia, pois o risco de contaminação pelo coronavírus é maior.

O inverno não deixa de ser uma estação charmosa, pois o uso de casacos, cachecóis e gorros deixam as pessoas bem vestidas. Isso sem falar que os pratos típicos dessa época, como fondue, raclete e as sopas, acompanhadas de um vinho tinto são uma grande pedida. Aliás, o Polo Gastronômico da cidade organiza a 4ª edição do Festival Gastronômico de Nova Friburgo, que tem a participação de mais de 70 estabelecimentos, entre eles, restaurantes, bares, hotéis, confeitarias e muito mais. Vai se estender por todo o mês de julho e moradores e turistas poderão desfrutar das delícias da terra do Cão Sentado.

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