Um inverno com cara de inverno

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 07 de julho de 2021

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas. Para caminhar pela manhã, o que me salvou é que tinha levado um conjunto de treino com calça e casaco, o que amenizou a situação, já que além do frio ainda tinha o vento, que nesta época está sempre presente.

Durante a viagem do aeroporto Santos Dumont para Friburgo, já de noitinha, eu e minha esposa enfrentamos muita neblina na serra e um frio de 9 graus, o que nos obrigou a ligar o ar quente do carro. Chegamos em casa, no Cônego com uma garoa enjoada e com muito frio. Nesta noite o termômetro marcou 10 graus. Mesmo com a conta de luz em bandeira vermelha, um aquecedor não pode ser desprezado. Aliás, nesta época, em lugares frios como Friburgo, a tendência é de se aumentar o consumo de energia, como aliás ocorre naqueles países em que o inverno é mais rigoroso, pois o risco de se contrair doenças típicas desta estação é maior. No final sai mais barato do que se gastaria com médicos e remédios.

Mas, a coisa ficou feia a partir da última quinta-feira, 1º, quando a temperatura variou entre 4 e 5 graus durante a madrugada. E o que é pior, durante o dia, na sombra o uso de agasalhos foi obrigatório, pois a sensação térmica era menor em função do vento. Aí, o uso da lareira e dos aquecedores elétricos, com direito a degustação de um bom vinho, se tornou uma realidade. A Energisa agradece, mas o que fazer, né?

De acordo com uma reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último fim de semana, há catalogados pela prefeitura, 38 pessoas que dormem na rua, sob marquises, em bancos da praça ou ao relento; e que, felizmente, existem grupos anônimos de cidadãos que ajudam este grupo com a distribuição de agasalhos, alimentos quentes, água, meias de lã e artigos de higiene pessoal. É uma atitude digna de ser mencionada e, o mais importante é que são de pessoas anônimas, ou seja se preocupam com o bem estar de seus semelhantes, mas não buscam os holofotes nem a fama, por tal cuidado.

No entanto, sabemos que nos lugares muito frios, as autoridades constituídas costumam criar abrigos para que essa população de risco possa se proteger durante a noite. Lá, além de alimentação encontram camas com cobertores para se aquecerem; nos países em que o inverno é rigoroso, estes abrigos são dotados, também, de calefação, pois com temperaturas abaixo de zero, haja cobertor.

Creio que a Prefeitura de Nova Friburgo deveria estudar a implantação destes abrigos, nos bairros mais populosos de nossa cidade. Esta população necessitada deve ser protegida sempre, principalmente nestes tempos sombrios de pandemia, pois o risco de contaminação pelo coronavírus é maior.

O inverno não deixa de ser uma estação charmosa, pois o uso de casacos, cachecóis e gorros deixam as pessoas bem vestidas. Isso sem falar que os pratos típicos dessa época, como fondue, raclete e as sopas, acompanhadas de um vinho tinto são uma grande pedida. Aliás, o Polo Gastronômico da cidade organiza a 4ª edição do Festival Gastronômico de Nova Friburgo, que tem a participação de mais de 70 estabelecimentos, entre eles, restaurantes, bares, hotéis, confeitarias e muito mais. Vai se estender por todo o mês de julho e moradores e turistas poderão desfrutar das delícias da terra do Cão Sentado.

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