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Boa moral com bom resultado

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A ministra Damares Alvez, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal, foi acusada de ser moralista por criar um programa de prevenção à erotização precoce de crianças.

A ministra Damares Alvez, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal, foi acusada de ser moralista por criar um programa de prevenção à erotização precoce de crianças. O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, num artigo seu na Folha de São Paulo (www.conjur.com.br/2017-out-24/lewandowski-clara-linha-divisoria-entre-moral-moralismo), afirmou que moral revela um conjunto de valores e princípios que rege a conduta humana, variando no espaço e no tempo. E moralismo, para ele, é um tipo de patologia (doença) da moral por alguns buscarem impor seus padrões morais.

Concordo que há moralistas hipócritas que não praticam o que exigem dos outros, e podem atacar os que discordam deles, caluniando, difamando e agredindo fisicamente. Mas, o ministro Lewandowski não explicou no artigo que a aplicação da boa moral, da ética, cabe numa sociedade e pode ser feito não de forma doentia. Será melhor deixar práticas antissociais correrem soltas para não cair no moralismo se falarmos contra elas e se autoridades tomarem uma posição em defesa do bem estar social?

O programa do atual Governo Federal para evitar erotização precoce é de boa moral e tem produzido resultados positivos para a família brasileira. Propagandas preventivas de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada de governos passados falavam só: use a camisinha. Por que não ensinaram o jovem a usar a cabecinha para pensar antes de transar e ter gravidez indesejada, como agora está sendo feito?

No Brasil ocorrem 68,4 gestações para cada mil garotas entre 15 e 19 anos de idade, sendo a média mundial 46 para cada mil nesta faixa etária. Preocupa ver que em 2020 foram registradas 17.526 meninas entre 10 e 14 anos de idade que engravidaram.

A gravidez em adolescentes menores de 15 anos é de risco em relação à mortalidade materna. Segundo a Organização Mundial da Saúde, filhos de mães adolescentes têm maior probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer e mais mortes do que filhos de mães com 20 anos ou mais. Durante o primeiro ano de vida, filhos de mães adolescentes têm taxa de mortalidade infantil duas a três  vezes maior que a de mães adultas e um aumento de seis vezes na incidência de síndrome de morte súbita.

Adolescentes que engravidam têm maior chance de desenvolver síndromes hipertensivas, partos prematuros, anemia, pré-eclâmpsia, desproporção feto-pélvica, restrição do crescimento fetal, e problemas por abortos provocados. Nas jovens de 15 a 19 anos, a chance de morrer por gravidez ou parto é duas vezes maior do que nas mulheres de 20 anos ou mais. Para menores de 15 anos, o risco é cinco vezes maior.

Abortos produzem consequências dolorosas às vezes para o resto da vida da menina. As de classe média e superior abortam em 80% dos casos e as de classe pobre abortam 20%, e 80% levam a gravidez até o fim. De cada 100 garotas que iniciam a prática sexual, 28 engravidam nos primeiros três meses após este início. Em geral os filhos vão para outros cuidarem. Muitas meninas que engravidam param de estudar.

Com o programa da ministra Damares e equipe, houve redução de 18% de gravidez na adolescência desde 2019. No governo anterior, em 2017, foram registradas 22.146 gravidezes em garotas de 10 a 14 anos, e 458.777 entre 15 e 19 anos de idade. Em 2020, com o programa de educação sexual do Governo Federal caiu para 17.526 em meninas entre 10 e 14 anos, e 363.252 entre 15 e 19 anos de idade. Está funcionando.

Canais poderosos de TV irresponsavelmente favorecem o sexo precoce. Compete à família orientar os filhos sobre sexualidade responsável e domínio dos próprios impulsos. A luta das famílias contra o que a má mídia faz de destruição moral é cruel. Cuide de seus filhos e filhas orientando-os. Sexo no conceito cristão bíblico é para ser praticado dentro do casamento entre um homem e uma mulher comprometidos com o amor. Concordo com a ministra Damares que disse: “Tudo tem seu tempo”.

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Nova Friburgo avança em reality gospel

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Nova Friburgo avança em reality gospel
O representante de Nova Friburgo no primeiro reality show de música gospel do Brasil está na próxima fase do Dom Reality UniCesumar. Depois de deixar mais de três mil concorrentes na etapa classificatória, Abraão Alencar se apresentou diante dos jurados e causou catarse. Ele interpretou a difícil canção Sublime, de Leonardo Gonçalves. Os jurados deferiram inúmeros elogios pela força vocal, técnica e a pegada Black.

Nova Friburgo avança em reality gospel
O representante de Nova Friburgo no primeiro reality show de música gospel do Brasil está na próxima fase do Dom Reality UniCesumar. Depois de deixar mais de três mil concorrentes na etapa classificatória, Abraão Alencar se apresentou diante dos jurados e causou catarse. Ele interpretou a difícil canção Sublime, de Leonardo Gonçalves. Os jurados deferiram inúmeros elogios pela força vocal, técnica e a pegada Black.

Apresentação de arrepiar
O jurado Brunão Morada não escondeu a emoção diante da apresentação e foi um dos que mais se empolgou com a interpretação de Abraão Alencar que nasceu em Ipatinga (MG), mas reside em Nova Friburgo. Ainda haverá mais duas fases antes da final que ocorre dia 23 deste mês, sendo uma delas a repescagem entre os 16 eliminados.

Mercado em crescimento
O vencedor terá um contrato de cinco anos com a maior gravadora do Brasil; destaque editorial Deezer no lançamento; produção de áudio de três músicas assinadas por Johny Essi; produção audiovisual de uma música; contrato de gestão de carreira artística e uma bolsa de estudos 100% de curso de design musical. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos (Abrepe), 20% do mercado fonográfico do Brasil é formado pelo segmento musical gospel.

Vacinação infantil
O Fórum de Saúde e o Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo fizeram uma carta conjunta sobre a necessidade da vacinação das crianças de cinco a 11 anos no município. Além de citar os possíveis motivos da baixa procura da vacina infantil, reforçam a necessidade de uma ação pública mais contundente sobre a importância da imunização. A carta foi enviada à Defensoria Pública, ao Ministério Público Estadual e à Prefeitura.

Vacina na Escola
Assim como o Brasil, o município tem tido baixa adesão da vacinação infantil. Enquanto isso na cidade do Rio de Janeiro, aproveitando a volta às aulas, foi iniciada a campanha “Vacina na Escola”, com o objetivo de aumentar o número de crianças vacinadas. A expectativa é vacinar 200 mil estudantes de 5 a 11 anos.

Adesão baixa
Até o momento, na capital, apenas cerca de 50% das crianças na faixa etária foram imunizadas contra a doença. Mas o número é bem maior do que o de Nova Friburgo que, segundo dados da própria Prefeitura, não chega a 10%.  A iniciativa carioca é encontrar as crianças que ainda não receberam o imunizante dentro do ambiente escolar.

Iniciativa a ser copiada?
Aqueles que ainda não tiverem tomado a vacina, os responsáveis interessados poderão assinar um termo autorizando a aplicação no ambiente escolar, em uma data que será previamente informada. Com a adesão em baixa, seria uma boa medida a ser adotada em Nova Friburgo. Mas por enquanto, não há qualquer movimento nesse sentido, por aqui.

Feriado de carnaval
Apesar de já existir acordo acerca do funcionamento do comércio no feriado de carnaval, o município ainda não decidiu se haverá folga ou não, especialmente na segunda-feira, 1º de março, véspera do feriado nacional oficial. Nova Friburgo aguardará definição do Estado sobre o feriado, já estipulando que vai seguir o calendário estadual.

Abril e maio
O carnaval em Nova Friburgo foi adiado para o fim de semana de aniversário do município, em 16 de maio. Já a capital do Estado e a maioria das capitais brasileiras adiaram o carnaval para o feriadão de 21 de abril. 

Friburguense à espera
Enquanto assiste o Carioca da série A, segue indefinido o início da segundona do Rio. Ainda que sem data para começar, o Friburguense trabalha com a hipótese de que a competição comece na primeira semana de maio. Em dificuldades financeiras, o clube deve fazer a pré-temporada no hiato entre o fim da primeirona e o início da segunda, ou seja, por cerca de um mês.   

Competição antecipada
Por conta da disputa da Copa do Mundo no final do ano, o campeonato que geralmente termina em agosto ou setembro, se iniciado mesmo em maio, deve acabar em julho. Ainda que não tenha sido discutida de maneira oficial, a fórmula do ano passado deve ser mantida. Certo é que só subirá mesmo um time.

Missão difícil
Para subir, o Friburguense terá que superar 11 adversários: Cabofriense, Gonçalense, Artsul, Americano, América, Macaé, Sampaio Corrêa, Olaria, Maricá e Angra dos Reis; além do time que for rebaixado da elite. Atualmente, o Nova Iguaçu está nessa condição. O Campeonato deve ser disputado em dois turnos, com as equipes divididas em duas chaves de seis. O campeão de cada turno faz a final. 

Palavreando
“Às vezes, me pego pensando que nasci na época errada. Não porque sou especial. Até porque, creio que todos já se flagraram, meio que no susto, com esses devaneios. Será que vim no tempo certo? Talvez do futuro ou tão nostálgico com o que gostaria de ter vivido para se considerar do passado”.

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Meninos

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Um menino não há de nascer em vão.

Um menino não há de nascer em vão.

A qualquer hora, podeis constatar: os meninos ainda nascem. As mesmas caras assustadas, o mesmo choro de espanto, o mesmo jeito frágil e indeciso de passarinho que pela primeira vez deixa o lar e vem conhecer a realidade aqui fora. A realidade é às vezes dura, às vezes agradável. Os meninos vão se acostumando a descobrir que existe o beijo e a bofetada, o sol e a lua, o jogo de bola e os deveres escolares. Os casais passam e os meninos olham, vagamente desconfiados de que assim começam todos os meninos. O pai chega do trabalho, a mãe traz um remédio amargo, a televisão sai do ar justo na hora do desenho, o avô vem visitar e entrega chocolate. Um dia chove, os meninos se chateiam, vão inventar moda dentro de casa; no outro dia é um exagero de sol, um imenso ovo amarelo estrelado no céu, piscina, picolé, peraltices pelas ruas.

Sim, os meninos ainda nascem, embora a muitos de nós isso possa parecer insensato e inútil. Mas em cada menino que nasce revivem todas as esperanças e todos os desafios. Todo menino inaugura o mundo novamente. Para ele não importa que os homens se trucidem há tanto tempo sobre a face da terra: o menino veio para a paz. Para ele não pesa que os homens bebam e joguem e matem e se matem: o menino veio para o equilíbrio e a sobriedade. Para ele não conta ser filho do amor ou do descuido da aventura: o menino veio para inventar a pureza e a responsabilidade.

O menino é tão inocente, tão confiante, tão menino, que se atira nos braços dos homens e adormece. Um adulto quer apagar a chama do futuro porque o menino é culpado desde sempre e está condenado a repetir os mesmos pecados. Outro adulto, no entanto, olha para aquela criança, água ainda não turvada, e quer abafar a sombra do passado, porque o menino é bem capaz de descobrir no vento uma cantiga nova, que possa redimir o mundo. Se os meninos ainda nascem é porque há esperança. Cada menino que nasce é outra oportunidade de um mundo melhor. Um menino não há de nascer em vão.

Dormem muito. Às vezes abrem os olhos e contemplam a vida em redor. Talvez desanimem do que veem, talvez ainda se sintam fracos para enfrentar tanta coisa contraditória. Até que um dia criam coragem e resolvem que já é hora de sair do esconderijo. Então descobrem que o trigo vira massa, a massa vira pão, mas as pessoas nem sempre têm o que comer e o pão que o diabo amassou não é apenas uma maneira de falar. Há pássaros e há gaiolas, mas a liberdade é uma fome incurável.

Adolf Hitler é um sujeitinho rígido e antipático; Albert Schweitzer toca piano e aplica injeções. Um homem foi assaltado, espancado e largado na estrada; dois outros passaram por ali e se afastaram, um terceiro, porém, tratou dele e o levou para a hospedaria. Há sempre guerras, porque muitos amam o poder e a glória, mas há também tantas guerras evitadas, porque outros amam a paz. Derrubam-se florestas para plantar cimento, para plantar fumaça, para plantar dinheiro, mas o vento, que ignora tudo isso, vai transportando pólen, feito um cupido ecológico.

Cedo os meninos percebem que assim é o mundo em que terão de viver. Então escolhem o lado em que vão ficar. Alguns crescem, criam barba e se transformam em apenas mais um homem, disparam o revólver, ferem o chão em que pisam, envenenam o próprio ar que respiram. Mas todos trazem em si a esperança, que é nossa, apesar das nossas fraquezas, de um dia em que “O homem confiará no homem / Como um menino confia em outro menino”, tal qual sonhou Tiago de Mello, o poeta.

Eis, pois, o que te digo, a ti que mal abres os olhos e quando o fazes não distingues o médico que te trata do gato que mia na janela: não te iludas, que a vida não é mãe nem madrasta: é sempre e para todo o mundo um pouco de cada coisa. Acredita que a travessia merece ser feita e que deves fazê-la de modo a deixar o caminho mais claro e fácil atrás de ti. Acredita na vida, que não pode ser um mar de rosas, mas é uma rosa que se abre a cada manhã. Acredita nos outros, que são apenas pessoas, mas desejariam ser anjos na terra ou estrelas no céu. E, sobretudo, acredita em ti mesmo e age de tal forma que as pessoas possam dizer, ao te virem passar: “É um bom menino, um bom menino”.

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Perfeito amor de carnaval

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Perfeito amor de carnaval

No domingo, 13, e contrariando alguns que pensam que amor de carnaval não passa dos festejos de momo, o queridíssimo casal Dra. Anna Mesquita e o cantor Dom Bira completam 40 anos de feliz união matrimonial.

 A eles (foto), que se conheceram e se casaram durante o carnaval do Rio e estão sempre por aqui, onde possuem muitos amigos também no Clube da Música, nossos parabéns pelas bodas esmeraldas.

Homenagem à vista

Perfeito amor de carnaval

No domingo, 13, e contrariando alguns que pensam que amor de carnaval não passa dos festejos de momo, o queridíssimo casal Dra. Anna Mesquita e o cantor Dom Bira completam 40 anos de feliz união matrimonial.

 A eles (foto), que se conheceram e se casaram durante o carnaval do Rio e estão sempre por aqui, onde possuem muitos amigos também no Clube da Música, nossos parabéns pelas bodas esmeraldas.

Homenagem à vista

O Rotary Clube Nova Friburgo Suspiro, assim como outros que existem nossa cidade, não dorme no ponto.

O RCNF Suspiro já tem agendado para daqui a 23 dias, em 9 de março, um jantar em homenagem mais que merecida ao Dia Internacional da Mulher.

Vivas para Wanessa

Nesta quinta-feira, 17, a querida Wanessa Pires de Moraes, na foto com seu esposo, o admirado tabelião Marcelo Braune, estará completando mais um aniversário.

À aniversariante Wanessa, que é filha da Sra. Lucy e do saudoso Chilo, nossos votos de felicidades.

Com idade nova

Quem passou este sábado, 12, recebendo parabéns e cumprimentos por estar completando 54 anos de idade, foi o simpático Alex Oliveira (foto) que já registrou também grande passagem pela reportagem esportiva de Nova Friburgo.

Então, esta coluna se congratula com o super Alex, com cumprimentos extensivos também à querida esposa Fátima e os amáveis filhos Bernardo, Luiza, Vitória e Pedro.

Felicidades, Leandro!

 Abraço de parabéns ao professor e amigo, simpático apaixonado pelo mundo da música, Leandro Thompson que no dia de ontem completou mais um aniversário, para satisfação da esposa, filhos, amigos e admiradores, entre os quais nos incluímos.

Parabéns ao Mateus

Mantendo uma agradável tradição que a cada ano aqui registrarmos, parabenizamos o querido garotão Mateus Demani (foto), pelos seus 11 anos completados no último dia 9. Ele é filho do vereador Isaque Demani e da Fabiana, e irmão de Luiz Miguel e Ana Luiza.

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Os frutos do individualismo

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Algumas vezes aqui nesta coluna se falou sobre o grande mal da cultura contemporânea: o individualismo. Historicamente, ele assumiu um papel de fundamental importância no desenvolvimento da cultura ocidental.

Algumas vezes aqui nesta coluna se falou sobre o grande mal da cultura contemporânea: o individualismo. Historicamente, ele assumiu um papel de fundamental importância no desenvolvimento da cultura ocidental.

No âmbito econômico teve papel decisivo no sistema capitalista, proporcionando grande mudança na forma de compreender e avaliar o indivíduo.  O dinheiro torna-se o objeto de poder, vale mais quem ganha mais. Ou seja, ele, utopicamente, dá ao homem a mesma liberdade e personalidade em todos os lugares do mundo. Contudo, quando alguém não consegue adaptar-se a esta realidade sofre as terríveis consequências.

Infelizmente, quando um indivíduo não consegue incluir-se nos padrões impostos pelo individualismo, torna-se alvo de muitas doenças psíquicas e sociais. As crises de identidade, os transtornos obsessivos compulsivos, a síndrome do pânico, a ansiedade, a depressão, entre outros, certamente são sintomas desse processo de individualização. De igual modo, a exclusão e o abandono podem ser contados entre as doenças sociais causadas pelo individualismo doentio.

Desde o início de seu pontificado, Francisco acusa a “cultura do descarte” como uma triste consequência dos padrões de vida escolhidos pela sociedade. “Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência desta situação, grandes massas da população veem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do «descartável», que, aliás, chega a ser promovida” (Evangelii gaudium, 53). Esta realidade é agravada no contexto da pandemia em que estamos vivendo.

Assim, o Papa Francisco alerta que “o coronavírus não é a única doença a ser combatida, mas a pandemia trouxe à luz patologias sociais mais vastas. Uma delas é a visão distorcida da pessoa, um olhar que ignora a sua dignidade e a sua índole relacional. Por vezes, consideramos os outros como objetos, objetos para serem usados e descartados. Na realidade, este tipo de olhar cega e fomenta uma cultura do descarte individualista e agressiva, que transforma o ser humano num bem de consumo” (Audiência Geral, 12 ago. 2020).

À luz da fé, sabemos que aos olhos de Deus todos nós possuímos o mesmo valor e somos amados sem distinção. Fomos criados não como objetos, mas como pessoas amadas e capazes de amar; fomos criados à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27).

Cientes dessa verdade, somos levados a assumir o papel de protagonistas da transformação cultural promovendo ambientes de valorização da dignidade, do bem comum e do respeito de toda a criação.

Esta consciência renovada pela dignidade de cada ser humano tem sérias implicações sociais, econômicas e políticas. Olhar para o irmão e para toda a criação como uma dádiva recebida do amor do Pai suscita um comportamento de atenção, cuidado e admiração” (idem).

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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A VOZ DA SERRA é o nosso amigo de todos os dias!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, fez a mesma pergunta que eu tenho me feito, nos últimos 15 dias: Alguém viu o verão por aí? Até agora eu não o vi passar por aqui e, a bem da verdade, tenho tirado das gavetas roupas que uso apenas no inverno. Pode ser que a gente ainda pegue uns dias de calor em março, mas a previsão é a de que o frio chegue até mais cedo este ano, em decorrência do La Niña, um fenômeno atmosférico complexo. Com tamanha complexidade, vai ser muita sorte se a gente pegar um bronze antes da chegada do outono.

Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, fez a mesma pergunta que eu tenho me feito, nos últimos 15 dias: Alguém viu o verão por aí? Até agora eu não o vi passar por aqui e, a bem da verdade, tenho tirado das gavetas roupas que uso apenas no inverno. Pode ser que a gente ainda pegue uns dias de calor em março, mas a previsão é a de que o frio chegue até mais cedo este ano, em decorrência do La Niña, um fenômeno atmosférico complexo. Com tamanha complexidade, vai ser muita sorte se a gente pegar um bronze antes da chegada do outono. O clima alterado, com frio fora de época, não exerce influência só em nosso astral, mas, acima de tudo, acaba prejudicando setores que dependem de bom tempo para cumprirem suas rotinas de trabalho.

O excesso de chuvas prejudica a agricultura. Em Nova Friburgo, há uma estimativa de dez mil agricultores afetados pelo mau tempo. E com isso, os produtos sobem de preço e a situação se complica para todos nós. A Faol, por exemplo, precisou mudar o itinerário de várias linhas de ônibus, por conta das más condições de acesso a trechos de alguns bairros. O comércio é atingido, principalmente, para aqueles que trabalham com roupas e artigos de verão. O turismo despenca com tanta chuva. Hotéis com baixa procura, os restaurantes e bares ficam à mercê da criatividade para atrair seus clientes. Contudo, em Mury, aumentou a procura por pratos típicos de inverno e a clientela pode se deliciar com um saboroso fondue e boas taças de vinho tinto.

Em contrapartida, o Campeonato da Cidade não dá bola para o tempo ruim e segue esquentando as temperaturas com fortes emoções. Na Janela das Andorinhas viu-se de tudo, no domingo, dia 6, com polêmicas, desentendimentos, além dos gols, motivo de alegrias. Porém, o fato “inusitado” aconteceu na partida entre Isero e Córrego D´antas, quando o goleiro Tiago chutou de sua área, marcando um gol na área do adversário, abrindo o placar em favor do Isero. Mesmo assim, o Córrego D´antas reagiu e venceu a partida por 3x2. Com Vinicius Gastin na informação, a gente entra em campo também!

Em “Há 50 Anos” era carnaval em Nova Friburgo e tudo reluzia a conto de fadas, pois, os hotéis estavam lotados, conforme registrado: “a cidade com aquela alacridade oferecida pelos veranistas. O centro urbano e os bairros bem cuidados, bem ornamentados, feericamente iluminados...”. E tudo mostrava que a administração pública estava em toda parte. Talvez, no carnaval de maio deste ano, possamos conseguir os feitos e efeitos das folias de 1972. Vale a pena investir na fantasia!

Enquanto isso, esperamos uma possível chegada do verão. A charge de Silvério é testemunha de que procuramos o astro-rei que, certamente, virá bonito, quente e luminoso como tem sido a sua missão. A ausência do Sol tem sido uma experiencia desagradável para muitos setores, inclusive, para nossas casas, quando as calçadas criam lodos, as roupas custam a secar, as infiltrações preocupam, as goteiras inconvenientes. Assim como nas secas, a chuva é bem-vinda, da mesma forma esperamos pelo Sol, com seu calor, com sua cota de vitamina D, pois, todo mundo sonha com o seu lugar ao sol!

Falando em Sol e boas energias, a coluna “Sociais” está iluminada. Minha professora do ginasial, Wilma Villaça, aniversariante do dia 15, para quem eu mando meus abraços e agradecimentos pelas aulas. Outro festejo de brilho intenso, a  comemoração de 61 anos de enlace do casal - Eunice e Luiz Carlos Lobo. Nas Bodas de Cobre, que vida exemplar, quanto amor! Aos queridos, muito mais felicidades!

E mais uma celebração - 14 de fevereiro - Dia da Amizade. A psicóloga Cintia Lima Ramos destaca: “Os amigos são a família que nos permitiram escolher”. Sim, os amigos são essas pessoas que nós amamos pelo prazer de uma boa companhia, que nos inspiram e nos ajudam a crescer. Um amigo vem nas horas certas e nos momentos difíceis são pilares onde apoiamos as nossas incertezas, na certeza de que somos acolhidos, sem julgamentos ou cobranças. Feliz Dia da Amizade todos os dias!

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Um coro musicado por gaitas, trombones e violinos

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Vivemos mergulhados em narrativas, em tantas que podemos confundir as nossas com as incontáveis que nos cercam. Envolvemos e somos envolvidos de modo que a nossa voz se mistura com as de num coro de vozes diversas, algumas afinadas, outras desafinadas. Às vezes, musicadas por gaitas, trombones e violinos.

Vivemos mergulhados em narrativas, em tantas que podemos confundir as nossas com as incontáveis que nos cercam. Envolvemos e somos envolvidos de modo que a nossa voz se mistura com as de num coro de vozes diversas, algumas afinadas, outras desafinadas. Às vezes, musicadas por gaitas, trombones e violinos.

Peguei o livro de Raimundo Carrero, “A Preparação do Escritor”, pensando nas vozes que me fazem ser o que sou a cada momento. O escritor é uma criatura construída por intermináveis vozes narrativas, a cada texto ele se esforça para reunir suas vozes com outras imaginadas. Na vida e na literatura somos narrados e narradores. Somos resultado de uma profunda indefinição, por isso e só por isso, buscamos elaborar narrativas genuínas. Assim, construímos nossa identidade individual. 

Quem quer ser um João Ninguém?

Fazemos magia quando construímos um texto? Talvez. O autor não é o narrador, tampouco o narrador é o autor. O autor é apenas um ser humano que tem uma ideia. Já o narrador nada mais é do que um ser ficcional, portanto inexistente, que conta a história do autor. Costura os panos das mangas. O autor tem uma ideia abstrata, o narrador a concretiza num texto. Na literatura quem conta a história é simplesmente um narrador. Mas na vida quem narra é o indivíduo; o escritor é o maior inventor e contador de histórias de todos os tempos. 

Quando lemos um livro passeamos pelo âmago do escritor, que desponta em cada página através das narrativas que conta. A voz dele é capaz de penetrar na alma do leitor. E essa voz, a do narrador, passa a fazer parte constitutiva da identidade do leitor. Como aconteceu comigo quando li “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry. Cada leitor desvela as vozes do autor através da voz de um narrador, aquele nascido no mundo imaginário. Mas o escritor nunca vai ter acesso à voz do leitor. Quem pensa que sabe de tudo, está completamente enganado. Porque o escritor é um leitor por excelência. Pelo menos deveria ser assim. Porém a grande parte dos leitores não faz literatura. Ou seja, as narrativas estão cheias de hiatos.

Mas é verdade. O narrador é sempre o principal personagem. Seja na ficção ou na realidade, aquele que narra uma história é o protagonista do momento. Sempre. Sempre estamos cercados por narrativas emergentes da realidade e da ficção. Mesmo assim, sabemos pouco. Ou quase nada. Por incrível que possa parecer, ainda pensamos que sabemos. Há quem se diga ser o dono de verdades! 

Por sorte a imperfeição e o desafino dão ao leitor beleza estonteante. Ao escritor, a imortalidade.   

“Navegar é preciso, viver não é preciso”, só Fernando Pessoa para terminar esta coluna.

 

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FFSD: Vitórias sobre vitórias no campo da educação

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Edição de 12 e 13 de fevereiro de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 12 e 13 de fevereiro de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia: Vitórias sobre vitórias no campo da educação - Pioneirismo, a tônica das dedicadas Madres Dorotéias. Presente e futuro de uma modelar casa de ensino, em ligeiras pinceladas da reportagem de A VOZ DA SERRA. Friburgo, cidade universitária, um sonho em realização. Quem não está interessado em fazer de Friburgo, cidade universitária? Os pais friburguenses encaminharão seus filhos com mais facilidade, nossos jovens poderão aqui mesmo continuar seus estudos, a cidade aumentará sua importância e seu prestígio, como merece. A constituição da Universidade da Serra dos Órgãos, passo agigantado nesse sentido, já foi dado. Necessário se faz continuar os esforços, o que se torna mais fácil graças ao interesse demonstrado pela educação pelo governador Raymundo Padilha, seus dinâmicos auxiliares e o prefeito municipal, essa figura tão querida e tão entusiasta do Feliciano Costa. 

  • É claro que está errado - Durante a semana, o telefone de nossa redação não parou. A todo momento recebíamos aplausos pelos sueltos editados e relativos ao fato dos funcionários da Justiça receberem vencimentos nos primeiros dias do mês, em Niterói, o funcionalismo ter recebido no dia 3 de fevereiro e em Friburgo, assim como no interior somente a partir do dia 18, os barnabés estarão vendo a cor do dinheiro. Mas a coisa não está acontecendo somente neste mês, a pasmaceira vem-se repetindo sabe Deus até quando?! Mas tem mais e isto é profundamente irritante! Dia 18 próximo é sexta-feira, sábado e domingo não há expediente bancário, nas segundas-feiras o Banco do Estado não paga aos servidores (dizem que é por causa de promessa) e então a engrenagem só vai desemperrar na quarta-feira, dia 23. Isto também, não somente neste mês. Com pequenas alterações de datas a história é repetição. Continuamos a dizer: Não é possível que o governador Padilha tenha conhecimento da matéria! 
  • As grandes razões dos sucessos do Carnaval friburguense - Os grandes sucessos alcançados no reinado de momo, em Friburgo, se deve em maior parte às escolas de samba, blocos, ranchos e organizações menores que fazem o carnaval externo de rua, como se diz. Aos denodados foliões que com enorme sacrifício e altíssimo espírito de renúncia tanto se empregam e tanto gastam em dinheiro e em energia, para colocar junto ao povo o que de melhor podem em matéria de folia, a eles, apresentamos a nossa admiração, o nosso profundo respeito, a nossa gratidão em nome da parcela ponderável da população que representamos. A verdade é que, a animação, sem o sacrifício e sem o idealismo com que os dirigentes das agremiações carnavalescas se entregam ao Reinado de Momo, muito pouco, quase nada mesmo restaria da grande festa do povo, a festa que faz com que este mesmo povo esqueça por três dias as agruras da vida, num hiato fabulosamente reconfortante, embora o despertar da realidade seja por demais cruel. Mas, como tudo na vida tem compensação, o verdadeiro folião, a partir da quarta-feira de cinzas, passa a ser confortado pela ideia fixa de um novo carnaval, no outro ano ainda distante… Salve, pois, os que cuidam do carnaval friburguense. E salve, também, o reinado da pagodeira. 
  • Até quando - A companhia telefônica local vai abusar da paciência do povo, não melhorando o seu serviço de ligações interurbanas? A irritante demora e principalmente a falta de atenção para com os usuários, que pagam tarifas caríssimas e não recebem, um informação, uma justificação, um mínimo em lhaneza de trato que deveriam ser prestadas até por princípio de cortesia e hoje tão recomendada públicas relações como constante nos serviços públicos concessionados. 

Pílulas:

  • Hoje, “pílulas” não vai dissecar situações e palhações da política local. É carnaval minha gente! No reinado momesco, até que cabem disfarces, aceitam-se palhaçadas, justificam-se os “bobos do rei", valem bobagens, ridículos, etc. por parte da moçada. Enquanto eles se divertem, vamos armazenando munição para a fatal derrubada dos tartufos… 
  • Mesmo com a estrada da Serra, simplesmente, irritantemente morosas, com seus serviços em compasso de espera, muita gente está chegando em nossa terra. Hotéis totalmente lotados, a cidade com aquela alacridade oferecida pelos veranistas. O centro urbano e os bairros bem cuidados, bem ornamentados, feericamente iluminados e mostrando a todos que a administração municipal está em toda parte. Excelente o serviço de limpeza pública. Quanto à água, por mais que a AMAE - Autarquia Municipal da Água - gostasse de atrapalhar, não foi possível, primeiro porque existe abundância do precioso líquido, segundo porque o prefeito vem exercendo severa fiscalização sobre a matéria, sendo impossível enrolar, tapear, blefar! 
  • A ornamentação dos logradouros locais para o carnaval realmente agradou o povo. Como se sabe, a Rua Alberto Braune e a Praça Getúlio Vargas somam quase dois quilômetros de extensão e convenhamos que, para ornamentar os laterais e centros das mesmas ruas - praticamente seis quilômetros de extensão - são necessárias um mundão de peças assim como alguns milhares de lâmpadas multicores. E tem ainda os bairros e distritos, alguns dos quais excepcionalmente contemplados. 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Lair Ventura Lugon e Gilse Ventura Coutinho (13); Hélia Dias Alves e José Bassani (14); Humberto Chaves e Fernando Augusto da Lampa Ferreira (15); Plínio Sérgio Alonso e Adyr Vahia de Abreu (17); Sidney de Souza e Amil Féres (18); Clovis de Jesus (19).
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Fim de uma era

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Fim de uma era
Uma das lojas mais tradicionais da Alberto Braune está encerrando as suas atividades. Com 40 anos de mercado, a Renver, uma das lojas de moda masculina mais procurada da cidade e região, fechará as portas. Antes, no entanto, está com a queima de seu grande estoque de roupas e acessórios a preço de custo. Os preços atrativos têm atraído centenas de seus clientes de longa data.

Fim de uma era
Uma das lojas mais tradicionais da Alberto Braune está encerrando as suas atividades. Com 40 anos de mercado, a Renver, uma das lojas de moda masculina mais procurada da cidade e região, fechará as portas. Antes, no entanto, está com a queima de seu grande estoque de roupas e acessórios a preço de custo. Os preços atrativos têm atraído centenas de seus clientes de longa data.

Loja histórica
A previsão é de que em abril todas as atividades sejam encerradas. Importante salientar, que apenas a loja da esquina com a Augusto Cardoso (a maior) deixará de existir. A outra loja, próxima à esquina da Fernando Bizzoto, seguirá aberta. Ainda não há definição de qual empreendimento se instalará no imóvel que será desocupado pela Renver. Que não seja mais uma farmácia!

Mudanças de mercado
A Renver já teve outras lojas e agora passará a ter apenas uma. Fruto de uma sociedade entre três empresários, ao longo do tempo as parcerias foram sendo desfeitas e a loja sobrevivente ficará apenas com um dos sócios. As mudanças de mercado, a cultura de compras na internet, entre outras mudanças de comportamento influenciam diretamente o comércio local.

Nostalgia e identidade
Por muitos anos e até hoje, a Renver é procurada para eventos variados, de casamentos a formaturas. Pastores, políticos, advogados, têm longa história com a loja que, por anos e anos, manteve crediário próprio, anotando na ficha, à mão, as compras parceladas. Funcionários de décadas de casa comprovam o bom ambiente e por vezes, fizeram às vezes de consultor aos compradores. Certamente, o fechamento da loja principal mexe com o coração e a identidade da cidade.            

Campeã de embriaguez no trânsito
Os municípios da Região Serrana foram os campeões dos flagrantes da operação Lei Seca com 1/4 de todo o Estado do RJ — 26% dos 19.952 mil motoristas dirigiam alcoolizados, para ser mais preciso. A Região empata com o Médio Paraíba, segundo informações do comando das blitzes.

Nova Friburgo quase 100%
Nas 2.689 ações de fiscalização realizadas ao longo do ano, 153.806 motoristas foram abordados e destes, 12,97% apresentavam sinais de alcoolemia. Ao longo de 2021 foram várias as operações ocorridas em Nova Friburgo. Duas, em especial, chamaram a atenção: na véspera do Dia dos Pais, de 50 veículos abordados na Avenida Euterpe Friburguense, 46 eram dirigidos por motoristas embriagados; no dia 3 de julho, no Paissandu, de 54 abordados, 52 estavam sob o efeito de álcool.

Em aberto
Também foram realizadas blitzes em Teresópolis e Petrópolis. Portanto, os números da Região são específicos para os três maiores municípios da Região que totalizou aproximadamente 5.180 motoristas embriagados flagrados pela operação. O relatório, no entanto, não detalhou os números específicos de cada município.

Aumento de 52%
Em comparação com os dois últimos anos, os números de 2021 mostraram que os índices de casos de alcoolemia aumentaram consideravelmente. No ano de 2020, foram flagrados 3.715 motoristas dirigindo sob o efeito de álcool. Lembrando que neste ano a Operação foi suspensa por sete meses, por conta da pandemia. Já no ano anterior, 2019, 13.119 casos de alcoolemia foram registrados, sendo o comparativo mais adequado para 2021. Ou seja, um aumento de 52%.

Falta de transporte público
A Operação Lei Seca atua diariamente desde 2009, através de ações de fiscalização e educação. Não se contesta a sua importância em salvar vidas. No entanto, o alto índice da Região Serrana expõe um problema pouco debatido: o transporte público precário. Em Nova Friburgo, não há ônibus de madrugada, há dificuldade em conseguir táxis (além do seu alto custo) e são escassos os carros de aplicativos de corrida, além da recusa de muitos motoristas a locais mais distantes.

Penas mais rígidas
Não custa lembrar que a penalidade da Lei Seca é composta por multa no valor de R$ 2.934,70, recolhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. As consequências são as mesmas para quem tem sua embriaguez confirmada e para aqueles que se recusam a fazer o teste do bafômetro. Já o registro de concentração igual ou superior a 0,34 mg/L resulta em crime de trânsito. A pena a motorista embriagado nesse caso é de seis meses a três anos de detenção.  

Lei de Incentivo à Cultura
Ainda que Nova Friburgo não tenha uma tradição com as Leis de Incentivo à Cultura, agora é que complicou de vez. As mudanças na Lei Rouanet afetarão sobremaneira os produtores de eventos.  Entre as alterações está a diminuição do limite para o financiamento de projetos de até R$ 1 milhão para até R$ 500 mil. Redução do cachê limite para artistas em 93%, ou seja, de R$ 45 mil por apresentação para a limitação de R$ 3 mil. O novo valor praticamente inviabiliza até apresentações locais via incentivo.

Contabilidade
Tanto a lei de incentivo à cultura, como de esportes, esbarra não no empresariado em si, mas na contabilidade. Em Nova Friburgo, se não for feita uma capacitação e motivação para criar essa cultura nos profissionais de contabilidade, pouco se avançará.

Palavreando
“O que fazemos durante a vida e na vida dos outros é mais importante do que o certo da morte. Não importa se todos nós morreremos. O importante é como vivemos. A dimensão da morte é a vida”.

Está quase pronta a obra da nova entrada para a parte social do Nova Friburgo Country Clube. Ainda cercada, a obra tem um painel que mostra como ficará a nova recepção.

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Um pouco mais do mesmo

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A vida financeira corre sempre pelos mesmos caminhos, mas por sermos movidos pela emoção, trazemos sempre um pouco mais de aventura ao rotineiro. Digo isso, pois hoje vamos falar sobre política monetária; na última semana vimos mais um aumento – o oitavo consecutivo, chegando a 10,75% a.a. – de juros e é hora de voltar a praticar a realidade que fora exercida, quando nossa Selic via seus últimos momentos aos patamares de dois dígitos. Mas, então, se é mais do mesmo, porque tanta gente não sabe como aplicar as estratégias socioeconômicas ao contexto financeiro pessoal?

A vida financeira corre sempre pelos mesmos caminhos, mas por sermos movidos pela emoção, trazemos sempre um pouco mais de aventura ao rotineiro. Digo isso, pois hoje vamos falar sobre política monetária; na última semana vimos mais um aumento – o oitavo consecutivo, chegando a 10,75% a.a. – de juros e é hora de voltar a praticar a realidade que fora exercida, quando nossa Selic via seus últimos momentos aos patamares de dois dígitos. Mas, então, se é mais do mesmo, porque tanta gente não sabe como aplicar as estratégias socioeconômicas ao contexto financeiro pessoal? É esse o tema do texto.

Antes de mais nada, e serve como forma de relembrar o que já estudamos por aqui, vamos entender os conceitos por trás das metas de juros e inflação para chegarmos ao nosso objetivo: adequar o planejamento financeiro pessoal aos diferentes momentos econômicos de um país (e, até mesmo, realidades internacionais). Calculados através de complexas fórmulas matemáticas e muita pesquisa, as metas de inflação e juros balizam as estratégias das mais diversas políticas econômicas de uma nação e podemos sintetizar os dois possíveis cenários a termos específicos (e, pra variar, em inglês, como a maioria dos economistas gostam de rebuscar, de maneira quase desnecessária, o vocabulário técnico): hawkish e dovish.

Uma simples tradução, portanto, não seria capaz de elucidar seus significados, já que hawk significa falcão e, dove, pomba – em inglês. Pois vamos, então, aos conceitos. O termo hawkish refere-se a posturas mais inclinadas a juros altos e grande preocupação com inflação. Ao passo que Dovish representa cenários voltados a juros baixos e pequena preocupação inflacionária. Como exercício, antes de ir ao próximo parágrafo pare e reflita: qual postura o Banco Central está tomando neste momento em relação a sua política monetária?

[Parou?]

[Refletiu?]

Pois bem, depois de mais de cinco anos adotando postura dovish – já que vemos a Selic caindo desde 2016 –, chegamos a patamares recordes de juros com a Selic em 2,0% a.a. até que surgisse a necessidade de subidas significativas nesta taxa. Portanto, respondendo à minha pergunta, desde março de 2021 o BC impõe postura hawkish a suas decisões de estratégia monetária e econômica.

Reparou que agora eu associei estratégias econômicas ao contexto monetário? Chegamos onde eu queria! Pode parecer pouco relevante, mas os números que você acompanha no jornal têm impactos realmente muito fortes na sua realidade. Vou tentar simplificar ainda mais.

Postura hawkish

Juros altos, dinheiro caro e maior custo com dívidas públicas. Aqui, investidores optam por títulos públicos e bancários, devido à alta remuneração associada a pouco risco. Portanto, com pouco incentivo a crédito, consumo e investimento em setores produtivos observamos o baixo crescimento econômico.

Por outro lado, é momento de atrair capital estrangeiro!

Se você precisa recorrer a crédito, este não é o melhor momento; analise de maneira bastante criteriosa.

Postura dovish

Juros baixos, dinheiro barato e menor custo com dívidas públicas. Neste cenário, investidores precisam se expor ao risco dos mercados de capitais para alcançar rentabilidades mais expressivas. Isso incentiva os setores produtivos e possibilita maior crescimento econômico.

Com relação aos investimentos estrangeiros, este cenário pode desincentivar (ou tornar mais pontual) a entrada de capital.

Por fim, precisando de crédito, aqui você pode encontrar boas oportunidades.

É importante compreender como a dinâmica econômica (e monetária) pode ser relevante para o planejamento de suas estratégias pessoais e, até mesmo, empresariais.

Espero ter ajudado!

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