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Somos todos vulneráveis aos golpes na internet

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Abro o telefone celular. Me deparo com a mensagem de um familiar, por meio de aplicativos de conversa, mas... por meio de um número diferente que eu não registrei nos meus contatos. Estranho! Pelas mensagens ele me garante que trocou de telefone. Possível? Sim! Depois, ele me pede dinheiro emprestado para poder consertar o seu celular quebrado. Estranho! Uma mensagem com um código Pix chega às mensagens do meu Whatsapp. Na maior das boas intenções, deposito, sem sequer conferir o nome da conta. Caí num golpe!

Abro o telefone celular. Me deparo com a mensagem de um familiar, por meio de aplicativos de conversa, mas... por meio de um número diferente que eu não registrei nos meus contatos. Estranho! Pelas mensagens ele me garante que trocou de telefone. Possível? Sim! Depois, ele me pede dinheiro emprestado para poder consertar o seu celular quebrado. Estranho! Uma mensagem com um código Pix chega às mensagens do meu Whatsapp. Na maior das boas intenções, deposito, sem sequer conferir o nome da conta. Caí num golpe!

Os tempos de quarentena tornaram o mundo mais conectado à internet e consequentemente, um paraíso para os golpistas. Quem não usou mais os aplicativos de celular para fazer compras no período de pandemia? Pesquisas apontam que mais de 13 milhões de brasileiros fizeram suas compras pela primeira vez na internet durante o ano de 2020.

O mundo está antenado e os golpes, estão aos montes nas redes. Basta dar uma curta navegada pela internet para encontrar anúncios que vão desde viagens internacionais com preços extremamente atrativos até produtos eletrodomésticos seminovos que nos parecem úteis. Em outras vertentes, golpes de vendas de carros usados em sites de “confiança” crescem e assim como em anúncios de emprego falsos. É golpe para todo lado. Até mesmo, nas redes sociais...

O engenheiro de desenvolvimento de softwares, Yuri Lisboa, explica que nos golpes cometidos através de redes sociais, os criminosos utilizam-se de artifícios aparentemente não nocivos para ludibriar as vítimas e sequestrar seus dados de forma fácil e desapercebida.

“Um exemplo disso são as famosas caixas de pergunta do Instagram, com perguntas como: ‘Como é sua rubrica?’, ‘Como é sua caligrafia’ , ‘Nome dos cachorros que já teve’ e por aí vai. Todas essas informações auxiliam os criminosos a cometerem golpes, inclusive, se passando por você, que sem perceber, acabou de passar informações importantes sensíveis de forma pública”, relata Yuri.

Como se prevenir

“É importante tomarmos cuidado ao responder ou postar algo que possa fornecer alguma informação sensível sobre a sua vida pessoal. Utilizar os recursos de Autenticação de Dois Fatores é importante e fornece uma camada extra de segurança nas suas redes sociais.”

“Sites também são usados para golpes. É necessário vermos se, primeiro, o site é confiável ou conhecido. E depois, conferirmos sempre a “URL”, na parte superior da tela. Por vezes, sites fraudulentos estão camuflados de sites confiáveis e não são o que parecem ser.”

Por exemplo, o domínio do site de A VOZ DA SERRA é https://avozdaserra.com.br/: se esse endereço estiver no começo do link, é provável de que a URL seja confiável. No entanto, se o endereço contiver algo estranho como https://avozd4serra.com.br/, com um “quatro” no lugar de um A, desconfie! Em alguns casos, um traço (-) no lugar de um ponto (.) é o suficiente para enganar.

E acredite: os golpes se reinventam a todo o momento. Somente no ano passado, de acordo com dados obtidos pelo Serasa Experian, foram mais de quatro milhões de tentativas de fraudes no Brasil. Isso quer dizer, a cada sete segundos, há uma tentativa de fraude no país. Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky, o Brasil lidera o ranking dos países com mais mensagens fraudulentas – pishing – em todo o planeta.

Vítimas sofrem em dobro

A experiência no meio digital pode ser um grande diferencial para evitar as fraudes, especialmente para quem, desde novo, sempre usou computadores ou frequentou aulas de informática na escola. Contudo, a desigualdade no acesso à informação é um ponto chave até nesse momento. Às vezes, o golpe pode parecer óbvio para você que já usa a internet há 20 anos, mas não para quem usa há pouco tempo.

 É muito comum que encontremos pessoas ridicularizando as vítimas de fraude: “Eu jamais cairia numa ladainha dessas”; “Como você pode ser burro ao ponto de depositar um dinheiro sem antes conferir a conta?”; “Se não sabe fazer uma compra na internet, não faz” são algumas das frases geralmente escutadas por quem já se encontra debilitado por ter sofrido um cybergolpe.

Surpreende que, por vezes, a vulnerabilidade de quem cai em uma armadilha dessas chama mais a atenção do que a postura dos fraudadores. Falta empatia, às vezes. Fato é que ninguém cai em um golpe porque quer! Ninguém perde dinheiro para uma pessoa desconhecida ao bem querer! Ninguém sabe que é um golpe, até porque os criminosos não avisam antes.

Apesar de parecer óbvio, o óbvio, por vezes, tem que ser repetido incessantemente para não julgarmos a fragilidade alheia e acharmos que somos invencíveis ao ponto de não sofrermos com os cyberataques.

Todos nós estamos conectados e podemos ser tão vítimas quanto uma pessoa que acaba de entrar em um computador pela primeira vez na vida. Isso porque, é quase impossível estarmos alertas o tempo todo. Uma hora, cansamos, relaxamos, abaixamos a guarda e somos as próximas vítimas. É preciso lembrar que do outro lado da tela sempre tem alguém mais esperto que você e que pode fazer uso de tecnologias que você sequer imagina que exista.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Liberdade ameaçada

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Se a Rússia quisesse, ela já teria destruído a Ucrânia em poucos dias. Mas há uma agenda a ser cumprida que envolve muitos países, sociedades secretas, líderes mundiais aparentemente de ideologias opostas, mas todos treinados pelo Forum Econômico Mundial (Klaus Schwab). Eles sentam na mesma mesa.

Se a Rússia quisesse, ela já teria destruído a Ucrânia em poucos dias. Mas há uma agenda a ser cumprida que envolve muitos países, sociedades secretas, líderes mundiais aparentemente de ideologias opostas, mas todos treinados pelo Forum Econômico Mundial (Klaus Schwab). Eles sentam na mesma mesa.

Vivemos num teatro. Aparentemente um líder ou regime político é contra o outro, mas por detrás dos bastidores eles têm uma aliança. Nas esferas dos que detêm o poder controlador no mundo, está sendo estabelecida uma nova ordem a partir do caos, a nova ordem mundial, o novo reset. Um grupo pequeno de poderosos, sob liderança religiosa mundial, quer estabelecer um sistema de vida econômica que, segundo este grupo seleto, será o melhor para todos, com exceção deles mesmos.

Nossa liberdade está sendo tirada gradativamente. A meta é um sistema de sociedade onde todos terão o mesmo, numa alusão à justiça social, só que com perda da liberdade, e sob o comando de líderes mundiais dominadores. Surgirá o dinheiro digital, onde poucos poderosos terão o controle financeiro da população.

Haverá perseguição contra os que não aceitarem a nova ordem mundial. Em alguns países isto já acontece. Veja a questão da vacina da Covid-19. Sem o passaporte sanitário não se pode ter acesso à várias instituições educacionais, do comércio (restaurantes), viagens em transporte público. O sentido da exigência do comprovante de vacina não tem que ver com segurança sanitária porque pessoas plenamente vacinadas têm morrido de Covid-19 e as com vacinação completa transmitem o SARS-Covid-2.

Esta exigência ditatorial faz parte do controle sobre a população que se tornará em maior escala, privando-nos de liberdade por desrespeitar a constituição através de leis políticas emergenciais.

Esta perda da liberdade que está em processo, irá avançar e o Estado se unirá à igreja, a igreja ao Estado para coagir a obedecer às regras da nova ordem mundial, contra os princípios puros bíblicos da tradição judaico-cristã.

Cristãos estão sendo perseguidos em vários países, como Coreia do Norte e China. A guerra, no fundo, é entre a verdade e o erro, entre a pureza do relato bíblico original e a torção das Escrituras. Isso afeta a saúde mental das pessoas, porque desejamos liberdade de consciência. Mas com a ameaça de violência contra os que não aceitarem o sistema de poder ditatorial, que age em nome da paz e da proteção do ecossistema, mas viola os princípios divinos verdadeiros, a angústia aumentará.

Mesmo nos Estados Unidos, o país da liberdade, há juízes militantes, batalhas entre os da direita radical e os da esquerda radical, decisões ideológicas que afetam a economia, facções na mídia. Nos EUA se achava que só seria possível haver perseguição por uma lei do Congresso, uma determinação da Suprema Corte ou por uma ordem executiva da presidência do país. Mas durante a pandemia leis que privam a liberdade do povo entraram em ação sem uma destas três modalidades de exercício de poder. Com o lockdown tirou-se a liberdade de uma forma que antes não se pensava ser possível em países democráticos.

Poderosas mídias sociais retiram do ar qualquer canal no qual se fala algo contrário à ideologia dominante. Pessoas foram perseguidas e presas porque não queriam tomar a vacina da Covid-19, isto em países democráticos. O que é isso?

A nova ordem mundial atua a partir do caos. Ou seja, cria-se um caos, por exemplo, uma pandemia, depois uma guerra (Rússia-Ucrânia) que está, entre outras coisas, começando a produzir escassez de alimentos no mundo. Pode surgir, em seguida, um bloqueio de internet mundial, e com isso poderosos líderes decidem que é preciso controlar a população para o “bem estar” dela, quando, na verdade, é para o controle e retirada da liberdade. Estamos a caminho disso. Vem mais angústia por aí. Mas não devemos desistir de lutar pela liberdade em geral, incluindo a liberdade religiosa. Os sábios entenderão (Daniel 12:10).

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Gasolina aqui, um pouco acima da média

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Gasolina aqui, um pouco acima da média
A gasolina comum cobrada em Nova Friburgo está 7% acima da média nacional e praticamente dentro da média do Estado do Rio de Janeiro, apenas 1,5% acima. A afirmativa é resultado da compilação de dados feito pela coluna com base na pesquisa mais recente da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que compara os valores cobrados por 5.211 postos na maioria das cidades brasileiras, em todas as regiões.

Gasolina aqui, um pouco acima da média
A gasolina comum cobrada em Nova Friburgo está 7% acima da média nacional e praticamente dentro da média do Estado do Rio de Janeiro, apenas 1,5% acima. A afirmativa é resultado da compilação de dados feito pela coluna com base na pesquisa mais recente da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que compara os valores cobrados por 5.211 postos na maioria das cidades brasileiras, em todas as regiões.

A mais barata e a mais cara
Em Nova Friburgo, o preço médio da gasolina comum está em R$ 7,818, sendo a gasolina mais cara encontrada ao valor de R$ 7,999 e a mais barata a R$ 7,590.  A gasolina mais cara do Brasil foi averiguada nos municípios de São Paulo e Frutal-MG ao valor de R$ 8,499 e a mais barata em Campinas-SP a R$ 6,099 por litro. O preço médio brasileiro é de R$ 7,219. Já o preço médio do Estado do Rio de Janeiro é de R$ 7,702.

Gasolina - 16ª mais cara do RJ
Nova Friburgo tem, em média a 16ª gasolina mais cara do Estado do Rio de Janeiro entre os 30 municípios pesquisados pela ANP. Comparando com os municípios da Região Serrana, Nova Friburgo tem o litro da gasolina comum mais caro do que Teresópolis, cuja média é de R$ 7,574. Mas, mais barato do que Petrópolis, que tem média de R$ 8,157. Angra dos Reis, com R$ 8,279 o litro da gasolina comum, tem a média fluminense mais alta.

Etanol – 7º mais barato do Estado
Quanto ao Etanol, Nova Friburgo tem um dos menores valores médios cobrados no Estado do Rio de Janeiro. Com média R$ 5,790, aparece em 23º entre os 30 municípios pesquisados, ao lado de Duque de Caxias. Também no Etanol, Angra dos Reis tem o valor médio campeão: R$ 7,019 e a média mais em conta é em Rio Bonito: R$ 5,749.

Preços variados
Em Nova Friburgo, o valor mais alto encontrado em um posto para o litro do etanol foi de R$ 6,650 e o mais barato ao custo de R$ 5,790. No Brasil, o etanol mais barato foi encontrado em um posto de Campinas-SP a R$ 4,099, já o mais caro ao valor de R$ 7,696 cobrados em Bagé-RS. Claro que a qualidade do combustível entre mais barato e mais caro deve ser percebido pelo motorista. Não é incorreta a percepção de que em determinado posto o mesmo litro pode render mais.

Etanol ou gasolina?
Segundo especialistas da Associação das Indústrias Sucroenergéticas, não é mais regra que, se o valor do etanol fosse até 70% do preço da gasolina, abastecer com o “álcool combustível” seria vantajoso. Pela evolução técnica dos motores e do próprio etanol, hoje, essa proporção está diferente e pode chegar a até 75%. Assim, cada motorista deve fazer as contas para saber qual a proporção é a correta.

Em Nova Friburgo, melhor abastecer com gasolina
As medições do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, feitas pelo Inmetro, ajudam, mas nem sempre refletem a realidade. Apenas para efeito de comparação, se pegarmos um meio termo de 73%, em Nova Friburgo, pelos valores médios, não vale à pena abastecer com etanol. Sem levar em conta que o município tem muitas ladeiras, vale a indicação técnica de que cada motorista deve avaliar o rendimento do seu veículo com cada combustível, de acordo com seus trajetos.   

Gasolina muito cara no Brasil
Para encerrar o tema, o Brasil tem a 3ª gasolina mais cara do mundo na comparação com o salário médio diário de cada país pesquisado pela consultoria Oxford Economics. Um litro de gasolina corresponde a 9% do salário médio diário brasileiro, percentual menor apenas do que o registrado nas Filipinas (19%) e na Indonésia (13%).

Dois carnavais por ano?
Considerado um sucesso pelos organizadores, o carnaval do Rio de Janeiro pode passar a ter duas versões por ano. A Liga das Escolas de Samba (Liesa) já está tratando dos planos para os próximos desfiles, especialmente de 2023, onde os prazos serão muito curtos para as agremiações. São dois a três meses a menos de preparação. Será um calendário apertado.

Realidade carioca
Mas entre os planos, para além dos problemas, está a realização de outro Carnaval fora de época em julho, na Marquês de Sapucaí. O de fevereiro, mais o de meio de ano. A ideia ainda será debatida com os dirigentes das agremiações e a expectativa é implementar a novidade somente a partir do ano que vem. Seria um desfile espetáculo, sem competição.

Realidade friburguense
Enquanto isso, Nova Friburgo terá seu carnaval apenas no frio de maio. A decisão de marcar a folia para o aniversário da cidade é cada vez mais avaliada por dirigentes como precipitada. Lembrando que ela ocorreu antes da decisão carioca. Assim, friburguenses que podem pagar, terão três carnavais: fevereiro com muitos blocos nas ruas do Rio, abril com desfiles de escolas e blocos e em maio com o carnaval local, sem turistas, afinal o feriado é apenas local.

Frio e frieza
O tempo menor de preparação para o próximo ano não é visto como um problema maior, já que tradicionalmente, as escolas friburguenses começam a se preparar em junho ou julho. Por óbvio, o espaço para descanso será menor e o de captação de recursos também. O frio é preocupação, tanto das temperaturas da estação, como das próprias pessoas. Não está sendo fácil conseguir o total de componentes para os desfiles.

Carnaval fora de época
Se fazer um carnaval já está difícil, imagine dois como sonha o Rio de Janeiro. Mas tem um lado positivo para encerrar um velho debate: os defensores de um carnaval fora de época em Nova Friburgo terão a sua resposta da forma mais clara possível: testando na prática. O resultado, só depois do evento. Quanto ao poder público: economia. Em vez de ter que investir em uma festa de aniversário da cidade, outrora, as inesquecíveis festas da cerveja, terá um grande evento a menos no calendário e a fuga de um debate bastante comum: dos tempos bons que não voltam mais.         

Palavreando
“Imagine que a vida na linha do tempo é um varal. Para uns mais curto, para outros mais extenso, porém para todos, incerto de onde acaba. Nesse varal penduramos de tudo. E o varal pesa se a arrogância não seca. Cria barriga que dá no chão e se enterra”.

Parte das grades do terreno comprado pela prefeitura em 2019, ao lado da Praça do Suspiro, foi retirada. Ainda que o local não tenha destino certo, tampouco conservação adequada ou cara de qualquer coisa, a realização do Festival de Costela no último fim de semana talvez tenha mostrado que o mais adequado é que ali seja mesmo uma extensão da praça e um novo espaço de lazer

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Toda ação é seguida por uma reação, está na física

quarta-feira, 27 de abril de 2022

A semana que passou foi cheia de surpresas no âmbito político, com o julgamento do deputado Daniel Silveira, pelo STF e os desdobramentos dessa ação. É preciso deixar bem claro que o julgamento, como veremos no decorrer dessa coluna, é inconstitucional, pois a suprema corte só pode julgar congressistas, após passar pelo crivo do Congresso Nacional. Isso, para manter a independência dos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo, tripé da República.

A semana que passou foi cheia de surpresas no âmbito político, com o julgamento do deputado Daniel Silveira, pelo STF e os desdobramentos dessa ação. É preciso deixar bem claro que o julgamento, como veremos no decorrer dessa coluna, é inconstitucional, pois a suprema corte só pode julgar congressistas, após passar pelo crivo do Congresso Nacional. Isso, para manter a independência dos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo, tripé da República.

É interessante notar que existem dois tipos de imunidade, a material e a formal. “Relativo à imunidade material, o ínclito doutrinador Alexandre de Moraes, ministro da Suprema Corte, leciona com exatidão: "A imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar por suas opiniões, palavras e votos. Nas suas opiniões, palavras ou votos, jamais se poderá identificar, por parte do parlamentar, qualquer dos chamados crimes de opinião ou crimes da palavra, como os crimes contra a honra, incitamento ao crime, apologia de criminosos, vilipêndio oral a culto religioso etc., pois a imunidade material exclui o crime nos casos admitido; o fato típico deixa de constituir crime, porque a norma constitucional afasta, para a hipótese, a incidência da norma penal". (www.migalhas.com.br/de peso/348827/imunidade-parlamentar-um-instrumento-democrático). 

“Noutro giro, a imunidade formal é "o instituto que garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou permanecer preso ou, ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação penal por crimes praticados após a diplomação". "Art. 53. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. § 1º Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação” (www.migalhas.com.br/de peso/348827/imunidade-parlamentar-um-instrumento-democrático).

Vê-se, portanto, que o espetáculo de péssima qualidade encenado pelo STF, na última quarta feira, 20, foi apenas uma tentativa de mostrar poder, um poder que se deteriora com tantas demonstrações de apunhalamento à Constituição. Aliás, a função precípua do tribunal supremo é de garantir a carta magna do país e não rasgá-la diariamente.

Mas, essa picuinha de Alexandre Moraes, membro do STF e relator, vítima, acusador e julgador da malfadada “fakenews”, (pode?) vem desde o início do mandato do atual presidente Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, Alexandre num gesto tresloucado, “decidiu suspender o decreto de nomeação e a posse do delegado Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). A solenidade estava marcada para as 15h desta quarta-feira”. (Publicado em 29/04/2020 - 11:02 Por Felipe Pontes - repórter da Agência Brasil – Brasília). Só que a nomeação do diretor da Polícia Federal, de acordo com a Constituição, é atribuição do presidente da República. Tivesse Bolsonaro nomeado, assim mesmo, Alexandre Ramagem, teria baixado a crista de Alexandre Moraes.

Por isso, a atitude do presidente da República de conceder graça (art. 3º - A graça inclui as penas privativas de liberdade, a multa, ainda que haja inadimplência ou inscrição de débitos na Dívida Ativa da União, e as penas restritivas de direitos. Brasília, 21 de abril de 2022; 201º da Independência e 134º da República), no dia 21 de abril ao deputado Daniel Silveira, é um ato constitucional. Segue na mesma linha do indulto concedido a Cesare Battisti pelo presidente de então, Luís Inácio da Silva (Lula para os íntimos), terrorista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, condenado à prisão perpétua, na Itália.

Não encaro esse ato, como picuinha ou rebeldia, mas tão somente como um respeito à carta magna do país, gestada por deputados e senadores eleitos pelo povo, numa Assembleia Constituinte, em 1988, e não por 11 indivíduos escolhidos a dedo pelos presidentes da vez. Fossem eles oriundos de uma eleição popular, seguramente teriam outro tipo de atuação.

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AVS tem a medida exata para as nossas emoções!

terça-feira, 26 de abril de 2022

Para festejar o Dia do Disco, celebrado em 20 de abril, o Caderno Z do último fim de semana veio tocar nossas emoções com uma edição pra lá de musical. Quem tiver uma vitrola, seja das antigas ou das mais modernas, com recursos incríveis, que cuide bem de seu aparelho, porque o vinil está em alta. A euforia é tanta que já foram feitos levantamentos otimistas sobre a produção dos “bolachões” e, mediante os resultados, “o potencial de comercialização dos discos de vinil só tende a crescer e a se desenvolver nos próximos anos”.

Para festejar o Dia do Disco, celebrado em 20 de abril, o Caderno Z do último fim de semana veio tocar nossas emoções com uma edição pra lá de musical. Quem tiver uma vitrola, seja das antigas ou das mais modernas, com recursos incríveis, que cuide bem de seu aparelho, porque o vinil está em alta. A euforia é tanta que já foram feitos levantamentos otimistas sobre a produção dos “bolachões” e, mediante os resultados, “o potencial de comercialização dos discos de vinil só tende a crescer e a se desenvolver nos próximos anos”. Eu, que venho de uma casa de infância povoada de discos, de todos os estilos, e que a mim coube preservar a discoteca, fico feliz e folgo em saber que as gerações Z e Alpha estejam se interessando, buscando conhecer a magia de uma agulha deslizando sobre um disco.

O colecionador de discos, o jornalista Vitor Diniz, que percorre o mundo,   conta-nos um pouco de sua trajetória. Entrevistado por Ana Borges, Vitor está envolvido com a paixão pelo disco desde os 11 anos de idade, e, mesmo com sua expansão de conhecimentos, destaca: “O gênero musical preferido é aquele que me emocionar, independente do estilo. Mas... Beatles, Stones, Oásis, Rita Lee, Belle & Sebastian e Paul Weller estão entre os meus preferidos.”

Outra apaixonada pelo vinil, a jornalista Scheila Santiago nos emociona com relatos que tocam dentro do coração de quem ama o vinil. Ela tem razão, pois é isso que um vinil faz com gente, quando se deixa seduzir nos giros da vitrola: “Tem coisa mais charmosa do que um bolachão com aquele chiadinho típico que alguns têm?” Não tem mesmo! Scheila “acha” que lançará a campanha: “Cuide dos seus discos de vinil! Eles agradecem!” -  Eu, amiga, considero lançada a campanha! Lá vou eu limpar meus discos e o convite é extensivo aos leitores.

Wanderson Nogueira nos enternece ao lembrar a coleção de discos de vinil de Roberto Carlos que sua mãe juntou de seu ídolo e ressalta que o "CD não tem a graça diante da magia do vinil. A capa grande e robusta. O plástico transparente que protege o patrimônio para evitar que arranhe. O brilho preto com as faixas visíveis em relevo. Um quase êxtase colocar o borrachudo na vitrola...". É um glamour incrível mesmo!

Se o vinil está em alta, a dança, por exemplo, jamais saiu de moda e tem sua comemoração em 29 de abril, data escolhida para ser o Dia Internacional da Dança. A Prefeitura de Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Cultura e a Setorial de Dança promoverão nos dias 29 e 30 de abril uma mostra itinerante de dança, em Lumiar e no Centro. Confiram a programação pelo perfil do Instagram @setorialdedanca.nf ou pelo e-mail setorialdedancanf@gmail.com. Que beleza!             Pelo bem que se vê, a realização de eventos será a tônica de 2022.

Falando em eventos, um aniversário é sempre um evento e por isso estamos felizes em festejar, nesta terça-feira, 26, o aniversário de Luiz Antonio Sobrinho, o Louro, da gráfica de A VOZ DA  SERRA. Parabéns, querido!

O estrangeirismo tem tomado conta do nosso vocabulário e, muitas vezes, fica mais fácil se expressar por meio de um termo estrangeiro. A Acianf, por exemplo, “lança pesquisa de mercado sobre startups”. Essa palavrinha que, para muitos, pode ser estranha, simplifica dizer – “pequenos negócios que geralmente começam em casa por seus empreendedores...”. Se você faz parte ou conhece alguém de uma startup, a Acianf está coletando dados sobre as startups atuantes na Região Serrana. Apresente-se!

A charge de Silvério nos levou, “voando”, aos festejos do Dia Mundial do Livro, comemorado em 23 de abril. Na matéria de Christiane Coelho, a professora Ana Lúcia Anselmo destacou: “A leitura é um hábito e isso deve ser estimulado sempre. A família é o primeiro e maior estímulo para a criança, para tudo, não seria diferente com relação à leitura...”. E sugere: “Que tal a criança ler uma simples tirinha e contar o que leu?”. E com Paula Farsoun encerramos a viagem, com lições importantes sobre “a tal da empatia”. E ela nos pergunta: “Você tem a habilidade da compreensão? O lugar do outro te parece confortável?”.  Boas reflexões para a nossa última semana de abril.

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Vivas para a Fernanda

terça-feira, 26 de abril de 2022

Vivas para a Fernanda

Com imenso carinho e amor que transborda no meu e também no coração da mãe, Maria José, e no de todos os familiares, que registro o aniversário que minha amada filha Fernanda Sptiz Dias, que celebrou mais um ano de vida no último sábado, 23, dia também do Santo Guerreiro, São Jorge.

À nossa querida Fernanda, engenheira civil do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e feliz com seu amado marido, Diogo, enviamos os parabéns, com desejos sinceros de contínuas felicidades e sucessos.

Encontro da Família Monnerat

Vivas para a Fernanda

Com imenso carinho e amor que transborda no meu e também no coração da mãe, Maria José, e no de todos os familiares, que registro o aniversário que minha amada filha Fernanda Sptiz Dias, que celebrou mais um ano de vida no último sábado, 23, dia também do Santo Guerreiro, São Jorge.

À nossa querida Fernanda, engenheira civil do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e feliz com seu amado marido, Diogo, enviamos os parabéns, com desejos sinceros de contínuas felicidades e sucessos.

Encontro da Família Monnerat

A tradicional e conceituada família Monnerat de nossa região, realiza no próximo domingo, 1° de maio, seu 74° encontro no distrito bibarrense que leva seu próprio nome.

A programação do evento, começará com missa às 8h na Paróquia de Nossa Senhora da Guia, no centro de Monnerat, e depois, café com chocolate para os participantes e confraternização com a participação de grupos coordenados pelo padre Paulo César da Costa.

Ao meio-dia, a missa do Santuário de Aparecida do Norte, que terá transmissão ao vivo pela TV Aparecida, vai destacar a AFM - Associação da Família Monnerat e seu tradicional encontro.

Nova idade chegando

No próximo sábado, 30, o boa praça, Jorginho Sorrentino, vai festejar seu 46° aniversário, para satisfação de familiares e amigos.

Desde já, ao grande Jorginho, aí na foto bem acompanhado da esposa Michele e da filha Maria Fernanda que vai aniversariar no  mês que vem, nossas congratulações com parabéns e desejos de contínuas felicidades.

 Visita de ex-narcotraficante

A Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno) de Nova Friburgo, promove na próxima sexta-feira, 29, a partir das 19h30 no Hotel Domingues Plaza, mais um dos seus concorridos jantares, que sempre culmina com testemunhos marcantes de algum convidado.

Desta vez, quem vai contar sua incrível história de vida e conversão ao evangelho, será o libanês Nasrat Mohamad Jamil Rassoul, ex-chefe do cartel do narcotráfico de Cáli da Colômbia, que já foi considerado um dos maiores líderes do mundo das drogas no país.

Ex-alunos do Modelo

Um grupo de ex-alunos do tradicional Colégio Modelo, de Nova Friburgo, que tem se reunido mensalmente para momentos de nostalgia e alegres lembranças, tem mais um agendamento na pauta.

No próximo sábado, 30 a partir das 13h30 será promovido mais um almoço-encontro na Churrascaria Quinta Rica. Independentemente de participações anteriores ou não, todos que estudaram no Colégio Modelo estão convidados e serão bem recebidos, conforme ressalta nosso colega de imprensa Eloir Perdigão.

Wanderson em dobro

Grato ao prezado e admirado Wanderson Nogueira, pelo convite para o lançamento dos seus dois livros "Meu Lugar no Mundo" e "Palavreando", na noite de quinta-feira, 28, no Poivre Gourmet, no Espaço Arp.

Padre e sogra

Como no calendário comemorativo existem dias para tudo, mais dois merecem destaques nesta semana.

Amanhã, 27, festeja-se o "Dia do Padre" e na quinta-feira, 28, é o "Dia da Sogra".

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Acreditastes porque me viste?

terça-feira, 26 de abril de 2022

Passado o terror da crucificação, os discípulos de Jesus ainda não compreendiam o que havia acontecido. Em seus corações havia um misto de medo, angústia e tristeza. O seu Mestre havia sido morto, o que poderia acontecer com os que o seguiam? Como haveria de cumprir suas palavras? Tudo não havia passado de um desvario?

Passado o terror da crucificação, os discípulos de Jesus ainda não compreendiam o que havia acontecido. Em seus corações havia um misto de medo, angústia e tristeza. O seu Mestre havia sido morto, o que poderia acontecer com os que o seguiam? Como haveria de cumprir suas palavras? Tudo não havia passado de um desvario?

O primeiro dia da semana após todo aquele pesadelo foi marcado pelos sinais do ressuscitado. Logo pela manhã, Madalena depara-se com a pedra do sepulcro removida e encontra-se com Jesus. Os discípulos, Pedro e João, também foram ao túmulo e, avistando a pedra removida e os panos ao chão, acreditaram. Ao entardecer daquele mesmo dia, o Senhor entrou no lugar onde eles se encontravam trancados, por medo dos judeus. Contudo, Tomé não estava com eles, e não pode, pois, ver o Senhor nem ouvir as suas palavras consoladoras (cf Jo 20, 19 – 31).

Foi Tomé que diante da decisão de Jesus de ir ao encontro do perigo disse: “Vamos também nós, para morrermos com ele” (Jo 11, 16b). E, também foi ele que na última ceia manifestou seu desejo de seguir Jesus: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14, 5).

A conhecida falta de fé de Tomé, é na verdade um sufocamento da esperança causado pela profunda dor de testemunhar a crucificação e morte do seu amado Mestre. Sua angústia era tamanha que precisava de sinais concretos da ressurreição.

Quantas vezes não condenamos Tomé por sua crise de fé? Como pôde ele, que conviveu com Jesus, ouviu sua pregação, viu os sinais que realizava, duvidar? Pensamentos como este revelam que estamos contaminados pela vaidade do perfeccionismo.

O Papa Francisco, ao refletir sobre a crise de fé de São Tomé, revela que “Muitas vezes elas (as crises) nos tornam humildes, porque nos despojam da ideia de ter razão, de ser melhores do que os outros. As crises nos ajudam a reconhecer que estamos necessitados: despertam nossa necessidade de Deus e assim nos permitem retornar ao Senhor, tocar suas feridas, voltar a experimentar o seu amor”. Assim, insiste o Papa Francisco: “É melhor uma fé imperfeita, mas humilde, que sempre regressa a Jesus, do que uma fé forte, mas presunçosa, que nos torna orgulhosos e arrogantes". (Regina Coeli, 24 abr. 2022).

As dúvidas de Tomé serviram para que a fé dos que mais tarde haveriam de crer no Senhor ressuscitado fosse confirmada. São Gregório Magno disse certa vez: “porventura pensais que foi um simples acaso que aquele discípulo escolhido estivesse ausente, e que depois, ao voltar, ouvisse relatar a aparição e, ao ouvir, duvidasse, e, duvidando, apalpasse, e, apalpando, acreditasse? (...) A divina clemência agiu de modo admirável quando este discípulo que duvidava tocou as feridas da carne do seu Mestre, pois assim curava em nós as chagas da incredulidade" (homilias sobre os Evangelhos, 26, 7).

Aquele que ficara conhecido por duvidar do testemunho do ressuscitado, fora também aquele que, depois de tocar as chagas de Jesus, manteve-se firme na fé a ponto de entregar a própria vida nas mãos dos perseguidores.

Diante disso, recai sobre nós a responsabilidade de dar um testemunho firme e consciente de nossa fé naquele que venceu a morte e deu-nos a vida. Mesmo que durante alguns momentos difíceis, ou um período de crise, nos fechemos em nós mesmos, nos refugiemos nos nossos problemas, voltemos ao Senhor, revelando assim, que é Dele que vem a nossa força e é Nele que alimentamos nossa esperança.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação.

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Fátima, o dicionário e os diamantes

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Volta e meia fazemos uma descoberta, sendo a maioria inesperada. Ah, a surpresa sempre nos pega desprevenidos, não é? Algumas nos fazem bem, outras nem tanto. Não quero ser maniqueísta, limitando o entendimento das coisas como boas e ruins, mas buscando compreender a singularidade delas, as características, os valores e possibilidades que oferecem. Também seus desafios e riscos. Toda palavra um tem peso que não se dilui ao vento. 

Como os dicionaristas sabem disso!

Volta e meia fazemos uma descoberta, sendo a maioria inesperada. Ah, a surpresa sempre nos pega desprevenidos, não é? Algumas nos fazem bem, outras nem tanto. Não quero ser maniqueísta, limitando o entendimento das coisas como boas e ruins, mas buscando compreender a singularidade delas, as características, os valores e possibilidades que oferecem. Também seus desafios e riscos. Toda palavra um tem peso que não se dilui ao vento. 

Como os dicionaristas sabem disso!

Pois bem. Conheci-o na escola, que logo me pareceu um livro chato, daqueles que a gente tinha de procurar palavras não conhecidas. Quem está aprendendo a ler e a escrever tem dificuldades para achar palavras naquelas páginas finas, escritas em letra pequena. Ainda mais complicado era entender o significado delas. Quantas vezes minhas colegas e eu procurávamos uma e mais outra para entender a primeira. Olha que naquela época, para mim, dicionário e castigo poderiam ser sinônimos.

Contudo, um dia notei que havia um jeito bonito de escrever, que uma frase, um bilhete ou mesmo uma poesia poderiam ser escritos de diversas formas. Fiz esta descoberta quando estava em plena adolescência porque tinha uma amiga que escrevia poesias e, ao lado de cada, desenhava algo. Como várias amigas de colégio, resolvi imitar a Fátima. Comprei um caderno e me pus a poetar e a desenhar. Aí, comecei a ter vontade de buscar outras palavras para substituir as que tinha escrito e, assim, sem esperar, estava com o dicionário nas mãos, folheando suas páginas, sentindo, surpreendentemente, o prazer de usar palavras que nunca tinha escutado ou lido. Ou mesmo viajar nos sentidos que cada palavra tinha. O dicionário, naquela época, se tornou uma interessante brincadeira.

Com a coletânea das unidades lexicais da língua portuguesa nas mãos, eu entreabri meus interesses. No final da adolescência já não parava de escrever. Dos diários à poesia, o dicionário se tornou um companheiro, até porque fui percebendo que a cada palavra pesquisada estava diante de um universo de sentidos e ideias. Assim, fui timidamente adentrando o imaginário, dentro do qual poderia permanecer por um longo ou pequeno tempo, porventura por um relampejo de segundo. O dicionário me fez sentir a beleza e o prazer de imaginar, de criar histórias e textos. De escrever.

Subitamente, constatei que habitamos em palavras, ou melhor, as palavras nos preenchem. Ou bem melhor ainda, somos feitos de palavras, a começar pelo nome. Estamos mergulhados num universo civilizatório composto por linguagens; onde todos os gestos, palavras, imagens é transposto ao pensamento, que é construído por palavras e frases. É preciso compreendê-las para entendermos que estamos vivendo, o que muitas vezes não acontece. O dicionário nos é esclarecedor, inclusive nos ajuda a revelar os mais profundos sentimentos, as mais estapafúrdias ideias, muitas geniais. Woody Allen é mestre em engendrá-las no texto e transpô-las à tela do cinema.

A sessão de psicoterapia se desenvolve através da palavra, que nos permite interpretar as imagens dos sonhos, as linguagens corporais, os sentimentos, especialmente aqueles que aparentemente se apresentam como indefinidos. Enfim, a palavra sempre foi o diamante das civilizações. Infelizmente, não é considerada como joia rara, apesar de estar por todas as partes. Quero exaltar a palavra “bem-dita”, a que exatamente expressa a ideia real ou fantasiosa que ilumina a cada instante o pensamento. A que diz o que se pretende dizer. A que mostra o que é preciso mostrar. A verdadeira. A que não ´vulgar.

Para terminar, deixo uma sugestão ao amigo leitor: busque o significado das palavras que, agora, definem você.

Escrevi este texto pensando em tambor, instrumento musical usado em várias culturas. Ora pois, o tambor é cosmopolita! Estou com uma vontade imensa de viajar, de voltar a Amsterdã com minha filha, para nos deitarmos na rua, olharmos para céu e sentirmos a liberdade das nuvens vagarem tarde afora.

Salve o dicionário! 

 

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Deputado Waldir Costa em 2 comissões na Assembleia

sábado, 23 de abril de 2022

Edição de 22 e 23 de abril de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 22 e 23 de abril de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Deputado Waldir Costa em duas comissões técnicas da Assembleia Legislativa - Em reconhecimento ao prestígio e a capacidade do ilustre e querido delegado dos friburguenses junto ao legislativo fluminense, foi eleito para duas importantes comissões técnicas permanentes da assembleia, o dr. Waldir Costa, operoso deputado estadual. Integrando as comissões de saúde, higiene e segurança do trabalho, e a de redação, o “Bisturi de Ouro” continua consagrado pelos seus pares, sendo respeitado por todos os colegas, e, real e efetivamente prestando relevantíssimos serviços ao Estado do Rio de Janeiro.
  • Independência - O governo municipal realizou imponentes festividades comemorativas deste 21 de abril, Dia de Tiradente, sendo de assinalar-se, também, ato cívico no pátio interno do seu edifício com entrega solene das bandeiras nacionais inservíveis ao Sanatório Naval. Houve também o hasteamento das novas bandeiras e dissertação sobre Tiradentes com o dr. Messias de Moraes Teixeira e discurso sobre o sesquicentenário com o dr. Feliciano Benedicto da Costa.
  • “Golpe” premeditado da Autarquia da Água - Tem sido enorme o número de cartas, ofícios e telegramas recebidos pelo prefeito Feliciano Costa, felicitando o diligente e querido homem público pela atitude definitiva e máscula que tomou fazendo terminar o “golpe”  premeditado, traiçoeiro e desabusado com que a Autarquia da Água desejou explorar o bolso dos friburguenses. A reação do Executivo Municipal resultou rigorosamente no estabelecimento do ponto de vista que este jornal defende há mais de dois anos. Calou esplendidamente no espírito da população local, já cansada de ser lesada em seus legítimos interesses, além de grosseiramente tratada pelos “estrangeiros” da água que davam cartas e jogavam de mão, como se Friburgo fosse casa sem dono… 
  • XI Convenção Distrital do L-3 - Com a participação de mais de mil convencionais, Friburgo vai abrigar a XI Convenção Distrital do Lions Clube, comemorativa do 20º ano do leonismo brasileiro. Um programa realmente sensacional será levado a efeito, salientando-se, a Festa da Juventude - Dia do Escoteiro, e almoço de congraçamento leonístico, devendo participar do último, além dos integrantes da convenção e suas domadoras, autoridades civis, militares e eclesiásticas. Um desfile monumental com a participação de bandas de música, leões domadoras e escoteiros, acrescido de uma série de atrações em homenagem às autoridades e ao povo friburguense dará encerramento ao programa que o Lions de Nova Friburgo oferecerá aos companheiros que aqui vierem para prestigiar as festividades. A afamada banda marcial do Instituto Abel, de Niterói, animará o desfile, com evoluções de rara beleza e excelente harmonia de conjunto. 

Pílulas:

  • A famigerada e “famélica” Autarquia Municipal de Água que tanto abusara, impunemente, dos governos passados, viu agora “com quantos paus se fabrica uma cangalha”. Com a boca torta pelo uso do cachimbo, aqueles que, mui justamente classificaremos de "estrangeiros da água” puderam sentir que o atual prefeito não é de brincadeira e nem está no cargo para acomodações… 
  • A opinião pública friburguense exultou com a atitude máscula do prefeito Feliciano Costa, que tornou sem efeito a aladroada tabela sobre o consumo de água da população, fazendo voltar à estaca zero a tarifação anterior. Mas a coisa não ficou somente na anulação da estúpida majoração, já que o administrador friburguense denunciou o convênio com a Amae (de tristíssima memória) o que quer dizer que o serviço de captação e distribuição do precioso líquido será absorvido totalmente pela municipalidade. Bravos, bravíssimo! Prefeito Feliciano Costa! 

E mais… 

  • Grande homenagem que o presidente da República Portuguesa está prestando ao Brasil, trazendo pessoalmente, a urna contendo os restos mortais do nosso Imperador Dom Pedro I… 
  • De fiscal de renda para auditor… 
  • W. Robson falou e disse! É preciso peito! 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Léa Goulart Rocha (15); Mônica Neves e Ednéia Heringer (23); Antonio Vanzzilotta Dotino e Rudolf Ihns (24); Mathilde Carpenter Meyer e Kátia Fabris (26); George Henze e Rogério Bastos (27); Adelina Leal Pinto (28); Miriam Fátima Kato e Carlos Henrique Macário (29).
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As canções que você fez para mim

sábado, 23 de abril de 2022
Foto de capa
(Foto: Pexels)

Minha mãe tinha todos os LPs do Roberto. Na verdade, o único que ela não tinha era o primeiro: “Louco Por Você”. Uma raridade. A editora Columbia lançou apenas mil cópias e o Rei Roberto jamais permitiu que o álbum de 12 músicas fosse reeditado ou mesmo que suas canções fossem colocadas no streaming. 

Minha mãe tinha todos os LPs do Roberto. Na verdade, o único que ela não tinha era o primeiro: “Louco Por Você”. Uma raridade. A editora Columbia lançou apenas mil cópias e o Rei Roberto jamais permitiu que o álbum de 12 músicas fosse reeditado ou mesmo que suas canções fossem colocadas no streaming. 

Muito mais pelo valor documental do que pela qualidade das canções, a tiragem original de 1961 (mesmo ano de nascimento da minha mãe) é um dos discos mais caros do mercado fonográfico brasileiro. Mamãe, costureira vinda da pobreza da roça, jamais pode comprar esse disco, mas juntava seu dinheirinho para ter cada lançamento. Tinha todos os demais e herdei cada um deles, guardados comigo como parte de minha presente saudade.

Quando começaram a reeditar os discos em CD, mamãe também começou a colecionar os do Rei. Mas o CD não tem graça diante da magia do vinil. A capa grande e robusta. O plástico transparente que protege o patrimônio para evitar que arranhe.  O brilho preto com as faixas visíveis em relevo. Um quase êxtase colocar o borrachudo na vitrola e com cuidado repousar a agulha na primeira faixa. Enquanto roda no encontro com o toca-discos, o tempo passa e as músicas — mesmo as não preferidas — são apreciadas com a devida sensibilidade de quem para diante da poesia que o mundo despeja em nós.

Tarefa árdua, mas prazerosa é encaixar a agulha no ponto certo da canção desejada. E repeti-la e repeti-la de novo até “afundar” aquela faixa. Coração apaixonado é bobo mesmo. 

Talento para parar a canção no ponto exato tinha a saudosa Mirtes de Oliveira. Além de discotecária do excepcional acervo que tinha a Rádio Friburgo AM, ela fazia as de operadora de áudio. Havia um programa que tinha a promoção, por telefone, em que o ouvinte tinha que continuar a música. Mirtes conseguia parar quantas vezes fossem necessárias no mesmo lugar da faixa que estava no roteiro da atração. Mais do que saber as faixas, ela sabia onde estava cada um dos mais de 10 mil vinis, com inúmeras raridades, incluindo o primeiro disco do Roberto. 

Legado de cuidado que foi mantido por Alcemir Rodrigues, até que a Emissora das Montanhas resolveu doar todos os discos. Alguns foram para os funcionários. Conta a lenda que o primeiro disco do Roberto Carlos ficou com Carlos Reis, funcionário quase que desde a fundação. Outros foram para o Pró-Memória. Além dos LPs, foram doadas também as máquinas de gravar vinis que os abnegados funcionários da Rádio conseguiram guardar com esmero por longos anos. Para se ter uma ideia da grandeza dessa coleção, a discoteca da Rádio Cipó só perdia para a da Rádio Globo, no Estado do Rio de Janeiro.                        

A música movimenta o mundo. Seduz nossas nostalgias. Alimenta as nossas memórias. Para além do que se ouve, o objeto, o plástico preto, exponencia esses sentimentos, pois tem todo um ritual que o streaming não entrega. Ritual esse que a contemporaneidade, com sua pressa, trata de tentar extirpar. Mas a saudade, a resistência e a vontade de viver aquilo que não se viveu, faz jovens há menos ou mais tempo, trazer de volta essa magia.    

Independente disso, também não sejamos radicais. Não importa se por vinil, CD, DVD, MP3 ou streaming, a música é a poesia que inunda a alma. Faz nossas efêmeras existências serem mais prazerosas, ainda que vez ou outra mais doídas. E a música é que dá esse toque de amenidade ou perversidade para cada instante. Afinal, o que seria dos romances sem música? O que seria de qualquer história sem uma trilha sonora? O que seria de nós? 

A música dá o tom para a aventura, ritmo para os dias. Intérpretes e canções marcam nossa trajetória. É como se dessem razões para as nossas biografias e encontros, ao ponto que, algumas músicas parecem até que foram feitas para nós. Por que não? Somos adeptos a vestir fantasias e ninguém pode arrancar as fantasias que nos damos. Obrigado, Roberto Carlos, pelas canções que fez para a minha mãe. 

 

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