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Você sabe de que espírito é?

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

“Vós não sabeis de que espírito sois...”. Lucas 9:51-56

Tempos atrás vi um anúncio de um programa jovem numa igreja. O título do programa era: “As aparências não enganam.” De fato, muitas vezes as aparências não enganam porque escapa em nosso comportamento o que vai em nosso íntimo, na parte mais profunda da mente humana.

“Vós não sabeis de que espírito sois...”. Lucas 9:51-56

Tempos atrás vi um anúncio de um programa jovem numa igreja. O título do programa era: “As aparências não enganam.” De fato, muitas vezes as aparências não enganam porque escapa em nosso comportamento o que vai em nosso íntimo, na parte mais profunda da mente humana.

Grande conhecimento é conhecer-se a si mesmo. Você conhece a si mesmo? Sabe de que espírito é? Entende por que tem explosões emocionais que ferem as pessoas ao redor, ainda que você ache que foi “normal” o que fez, negando seu descontrole? Ou ainda não entende por que é vítima de abusos sem saber se defender e proteger?

A guerra espiritual entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, a justiça e a injustiça existe em nossa mente, em nosso círculo familiar, nas igrejas, no mundo político, empresarial, na sociedade. Jesus tinha clara percepção disso. Aparentemente do nada ocorreu um episódio entre o Senhor Jesus e Judas narrado assim nas Escrituras: E, após o bocado, entrou nele [Judas] Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.” João 13:27. Para o Senhor da Luz – Jesus Cristo – as aparências não enganam mesmo. Não era mais Judas agindo sozinho.

Você sabe de que espírito é? Tem se perguntado sobre que espírito possui sua mente? Ser membro de uma igreja ou de uma sociedade secreta, ter alta posição eclesiástica, não é garantia de ter o Bem no comando de sua vida. Não há meio termo sobre quem comanda nossa mente, ou é o bem ou o maligno.

Mas há grande diferença entre pessoas responsivas ao Deus Criador do Universo e as que são resistentes a Ele. “E aconteceu que, completando-se os dias para a Sua Assunção, manifestou [Jesus] o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros diante da Sua face; e indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para Lhe preparem pousada. Mas não o receberam.... E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma... porém Jesus os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois...”. Lucas 9:51-56. Tiago e João nesse episódio representam aqueles que ainda possuem um espírito imaturo com doses de perversidade, mas tendo o coração sensível à voz de Deus. Aceitam a repreensão divina e mudam de atitude.

Por outro lado, há os que possuem não só um espírito imaturo com doses de perversidade também, mas sendo pessoas refratárias, insensíveis, resistentes à luz espiritual da verdade. São dolosas, rejeitando a luz com um ar de superioridade. Destas, o Deus da Bíblia Se refere dizendo: “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.” Mateus 23:13.

Hoje a Luz dá a chance a você de dar uma examinada para saber de que espírito você é. Não resista à essa Luz. Se há algo em seu jeito de ser que precisa de urgente mudança, admita isso, peça perdão por funcionar assim, e tome a decisão de resistir aos impulsos doentios de sua mente, evitando repetir o mesmo comportamento destrutivo. Há promessas que o Criador deixou nas Escrituras que ajudarão você nessa tarefa que é individual e pessoal. E esta prática é o complemento que pode estar faltando em sua recuperação de sofrimentos comportamentais que a psicoterapia e/ou a psicofarmacoterapia ou tratamento medicamentoso não conseguem prover adequada e profunda ajuda.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Crianças: que maravilha!

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Crianças são seres maravilhosos. Falam a verdade, são sinceras, não guardam ressentimentos, enfrentam a tristeza e a ansiedade à seco, não possuem preconceitos, são espontâneas.

O que você faz quando está muito triste ou com uma ansiedade muito forte? Toma um medicamento? Compra compulsivamente? Ataca a geladeira? Bebe demais? Usa alguma droga ilícita? Mete a cara no trabalho para não pensar no que dói?

Crianças são seres maravilhosos. Falam a verdade, são sinceras, não guardam ressentimentos, enfrentam a tristeza e a ansiedade à seco, não possuem preconceitos, são espontâneas.

O que você faz quando está muito triste ou com uma ansiedade muito forte? Toma um medicamento? Compra compulsivamente? Ataca a geladeira? Bebe demais? Usa alguma droga ilícita? Mete a cara no trabalho para não pensar no que dói?

Crianças também sentem angústia e tristeza. E elas não lançam mão destas fugas da dor emocional. Como elas aguentam? Elas podem ter provações tão difíceis de suportar como as que pessoas adultas enfrentam em certos momentos da vida. A gente não escuta uma criança de 6 aninhos de idade dizendo: “Mamãe, estou com uma angústia ruim!”, mas ela pode sentir essa emoção difícil.

Geralmente as crianças manifestam suas dores emocionais pelo comportamento. Podem ficar mais isoladas, irritadas, reclamando de dor em alguma parte do corpo sem ter nada de fato ali. Algumas voltam a urinar na cama quando já conseguiam controlar. Outras ficam hiperativas e agitadas. Estas e outras são manifestações da presença de sentimentos difíceis nas crianças.

Os pais precisam prestar atenção para isso e quando um filho ou filha manifestar um comportamento diferente, eles devem sentar com ela, olhar no olho, parar com as tarefas, desligar o celular, e procurar conversar com a criança perguntando como ela se sente. Se a criança disser, por exemplo, que está triste, não tente resolver isso imediatamente prometendo dar um novo brinquedo ou um picolé, sem conversar com ela. Pergunte: “Conta para a mamãe (ou para o papai) o que você sente.” Você pode explicar para ela que gente grande sente tristeza, ansiedade, medo, raiva, e explique brevemente o que é cada uma destas emoções, num linguajar apropriado para a idade daquela criança.

Em seguida, volte à pergunta: “Conte para a mamãe (ou para o papai) o que você está sentindo. Alguém disse ou fez algo com você que foi ruim?”, “Você está com medo de alguma coisa?”. Se a criança está diferente ao voltar da escola, pergunte a ela se ocorreu alguma coisa lá que ela não gostou. O importante é o pai e a mãe, ambos, manifestarem interesse sincero pela queixa da criança e deixar que ela fale, incentivando-a a falar.

Nunca minta para uma criança, pois isso a deixará confusa quando ela descobrir a verdade. Vamos supor que você está muito ocupada em casa, seu bebê está chorando no berço, a roupa no varal precisa ser tirada porque vem chuva, o feijão está esquentando no fogão e pode queimar, e o telefone toca. Sua filha de 8 anos atende e diz: “Mamãe, é para você!”. E por estar ocupada, você diz: “Fala com a pessoa que não estou! Agora não posso atender!”.

Quando a menina escuta “Fala com a pessoa que não estou” ela fica confusa porque você está ali com ela, ela aprendeu que não se deve mentir. Melhor você dizer: “Fale com a pessoa para ligar depois porque mamãe está ocupada” Alguns pais e mães agem com os filhos sem pensar no impacto das palavras sobre as crianças.

Crianças pegam as coisas muito literalmente. Seja sempre verdadeiro com ela o que não quer dizer que você terá que falar tudo para ela sobre o assunto. Na sua frente está um ser pequeno em crescimento e precisa de atenção, valorização, manifestações físicas e verbais de carinho, precisa de limites também, mas colocados de maneira educada e não em explosões de descontrole emocional por parte do pai ou da mãe. Crianças são uma alegria na nossa vida, cuide bem delas.

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Cesar Vasconcellos de Souza – doutorcesar.com

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A morte vai acabar

quarta-feira, 04 de outubro de 2023

Existem dois tipos de morte biológica, a por necrose e a por apoptose. Não será pior a morte da confiança, da amizade, da afetividade, da verdade? O que cura a pessoa é a verdade e o amor. Jesus disse que vida eterna é conhecê-Lo, e que a morte é uma intrusa na vida. Ele disse que Ele é a Vida. Vai pensando nisso.

Existem dois tipos de morte biológica, a por necrose e a por apoptose. Não será pior a morte da confiança, da amizade, da afetividade, da verdade? O que cura a pessoa é a verdade e o amor. Jesus disse que vida eterna é conhecê-Lo, e que a morte é uma intrusa na vida. Ele disse que Ele é a Vida. Vai pensando nisso.

Os sucessos que geram fracasso quanto ao caráter são mortes patológicas. Nossa sociedade está cheia deste tipo de morte moral e ética. Na física quântica vemos que há partículas atômicas que são matéria, mas também energia. Elas ora surgem como energia, ora como partículas. Por aí podemos começar a ter um vislumbre do porque uma Pessoa – Jesus Cristo – poder ser matéria (matéria) e também Vida (energia). E isto não é uma questão panteísta. 

Quando se estuda a formação de um tumor cancerígeno, pode-se ver como o tecido canceroso é desorganizado, egoísta e feio, em contraste com o tecido saudável, que é organizado, ordenado, altruísta e bonito. A biologia fala da espiritualidade.

A morte por necrose de um tecido é uma morte patológica, doentia, acidental. É diferente da morte programada pelo organismo, que os cientistas chamam de “apoptose”. A morte por apoptose é o suicídio celular inteligente. Quanto você insiste em tratar mal seu corpo-mente, chega um ponto em que ele toma a decisão biológica de morrer por apoptose para evitar a morte por necrose e para evitar o prolongamento de um sofrimento maior.

A morte por necrose é como você arrancar uma folha ainda verde de uma árvore ou planta. Ela morre antes do tempo normal. Enquanto que a morte por apoptose é quando uma folha se desprende sozinha da árvore ou da planta e vai caindo ao solo, dançando como num balé final. 

A morte durará até o dia da ressurreição, pois veja o que Deus Criador diz através do apóstolo Paulo, “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos [a Bíblia compara a morte com um sono], mas todos seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; ..., e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós [os que estivermos vivos quando Jesus voltar em breve] seremos transformados, a trombeta soará e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. 1 Coríntios 15:51, 52 e 1 Tessalonicenses 4:16.

A morte é uma pessoa, assim como a vida é uma Pessoa. Um mau e o outro bom. Um criado e outro Criador. Nossas lutas pessoais e interpessoais não se restringem somente a questões psicológicas, sociais, políticas, econômicas, conjugais, familiares, biológicas. Elas estão envolvidas entre a morte e a vida, entre o mal e o bem. E seu papel nisto é sua escolha. Escolha a vida, o bem.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O que fazer com minha ansiedade excessiva?

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Quando alguém com ansiedade excessiva, seja fobia, crise de pânico, ansiedade generalizada ou outra, se submete a tratamento psicológico, aprende que o que é mais assustador para ela é o que ela precisa enfrentar. Muitos medos são vencidos enfrentando-os. A pessoa muito ansiosa pode ser ajudada ao pensar que não importa o quanto a ela se preocupa. Algumas coisas irão dar errado, algumas emoções serão desagradáveis e alguns problemas não poderão ser resolvidos. Quanto melhor e mais cedo aceitar isso, menos ansiedade surgirá.

Quando alguém com ansiedade excessiva, seja fobia, crise de pânico, ansiedade generalizada ou outra, se submete a tratamento psicológico, aprende que o que é mais assustador para ela é o que ela precisa enfrentar. Muitos medos são vencidos enfrentando-os. A pessoa muito ansiosa pode ser ajudada ao pensar que não importa o quanto a ela se preocupa. Algumas coisas irão dar errado, algumas emoções serão desagradáveis e alguns problemas não poderão ser resolvidos. Quanto melhor e mais cedo aceitar isso, menos ansiedade surgirá.

Preocupação excessiva produz ansiedade, e ansiedade conduz a pessoa para evitar o que ela precisaria enfrentar, e a leva a continuar com pensamentos negativos e condutas sofridas. Ansiosos podem ter intolerância para com a incerteza. Por isso, quanto mais uma pessoa for controladora, mais provável é que seja incomodada por preocupações que produzem muita ansiedade.

Michel J. Dugas é professor e diretor do Laboratório de Transtornos da Ansiedade do Departamento de Psicologia da Universidade Concórdia no Canadá e na técnica dele para o tratamento de transtornos de ansiedade existem fatores a seres trabalhados: 1 - Reconhecer a intolerância para com a incerteza; 2 - Reavaliar a utilidade da preocupação; 3 - Treinamento de solução de problemas, definindo o problema, criando metas para enfrentá-los, pensando nas alternativas, tomada de decisão e prática de soluções; 4 - Exposição com imagens do que produz ansiedade.

Preocupações inúteis travam a vida da pessoa. Se você compreende que sua preocupação com algo é inútil, não permita que este tipo de preocupação te prenda não a alimentando, questionando-a e a enfrentando.

Hábitos que ajudam a lidar com a preocupação: 1 - Identificar a preocupação que é produtiva e a que é improdutiva; 2 - Aceitar a realidade e se comprometer a mudar; 3 - Desafiar o pensamento olhando para o que no fundo produz a ameaça; 4 - Chegar a um acordo com o fracasso; 5 - Usar as emoções em vez de se preocupar com elas.

Algumas pessoas pensam que precisam ter que parar de se preocupar, e se estressam por “se preocupar com a sua preocupação”. Muitas crianças se tornam muito preocupadas porque seus pais também são muito preocupados, muito ansiosos, superprotetores, que enfatizam a vergonha e não elogiam o filho quando ele consegue vencer algo difícil para aquela criança.

Muitos adultos ansiosos tiveram problemas de apego na infância. Crianças que não experimentaram segurança, seja por negligência, abusos e falta de proteção, têm propensão a desenvolverem apegos inseguros, se tornando evitantes, com dificuldade de formar relações afetivas próximas, ou ansiosas que exigem muito contato e cuidado.

Pensar no que você pensa, melhora a autoconsciência o que por sua vez auxilia no combate à ansiedade excessiva. Pensando no que você pensa, ajuda a perceber que você pode ter pensamentos distorcidos, como a tendência de pensar em catástrofes, achar que estão todos contra sua pessoa, entre outros tipos de distorção de pensamento.

Pessoas muito preocupadas têm necessidade exagerada em controlar resultados, já que ligam o fracasso ao valor de quem elas são. Um fracasso não quer dizer que você não é uma pessoa de valor. Seu valor como pessoa não pode estar no que você faz, no que tem materialmente e nem no que as pessoas dizem de você. Seu valor é baseado no que o Deus Criador do Universo pensa de sua pessoa. E nosso valor como seres humanos é tão grande diante de Deus que Ele decidiu morrer em nosso lugar para termos vida eterna.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Vamos defender a liberação da maconha?

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Mês passado o presidente da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, dr. Antônio Geraldo da Silva, fez um breve discurso no Senado Federal em Brasília falando sobre o tema da descriminalização da maconha. Em seguida coloco para você algumas das ideias dele, que foi corajoso no que falou o que precisava.

Mês passado o presidente da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, dr. Antônio Geraldo da Silva, fez um breve discurso no Senado Federal em Brasília falando sobre o tema da descriminalização da maconha. Em seguida coloco para você algumas das ideias dele, que foi corajoso no que falou o que precisava.

Ele começou falando do cenário no Brasil sobre as doenças mentais, no qual 70 milhões de pessoas têm doenças mentais. Somos campeões mundiais em transtornos de ansiedade. Antes da pandemia já tínhamos 9,3% das pessoas sofrendo algum transtorno de ansiedade. Isto mostra que o Brasil é um país de pessoas ansiosas, não tranquilas. Antes da pandemia tínhamos 5,8% dos brasileiros com depressão. Só perdíamos para os Estados Unidos que tinha 5,9%, país de primeiro mundo!

Em 2022 a Vigitel liberou uma pesquisa que mostrou que pulamos de 5,8% para 11,3% da população com depressão no tempo pós-covid. Dr. Antônio mencionou sobre a esquizofrenia, uma doença mental grave, que pode ser desencadeada pelo uso da maconha, sendo vários casos sem retorno à normalidade mental.

No cenário mundial houve nos últimos anos uma queda dos índices de câncer e de Aids, mas em relação ao suicídio estamos crescendo assustadoramente, sendo uma causa importante o fácil acesso ao álcool e outras drogas. A segunda maior causa de suicídio é o uso e o abuso de substâncias psicoativas, álcool e outras drogas. E no cenário político se fala em liberação do uso de drogas, como pode?

Entre 48% a 50% da população brasileira consumia cigarros e não houve campanha para liberação do uso disso, mas restrição. E o trabalho feito para controlar o uso de cigarros resultou numa queda importante no consumo deles, caindo para 10%. E este é um dos melhores resultados no mundo quanto à saúde pública nesta área de dependência química.

Como, então, políticos querem a liberação e facilitação do acesso à maconha, uma droga perigosa, não inocente? Os que defendem esta ideia possivelmente são ignorantes quantos aos dados científicos sérios sobre o assunto, ou possuem outros conflitos de interesses.

No seu discurso no Senado, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria perguntou aos parlamentares: “Sabe qual é a quantidade prevista que é segura para o consumo da maconha?” E ele respondeu: “Zero!”. E completou dizendo: “Se há que banir uma droga da face da Terra, é a maconha!... Temos que diminuir a produção desta droga e a facilidade de distribuição. Foi possível fazer isso com o antibiótico, assim é possível fazer isso com todas as drogas.”, disse dr. Antônio Geraldo. E comentou que o Brasil não produz uma folha de coca, mas tem todos os insumos que transformam a folha na pasta base da cocaína.

“Por que não regulamentamos as substâncias usadas para fazer da folha de coca a pasta base da cocaína?” – pergunta ele. Não há nenhum benefício para a saúde em qualquer substância da maconha fumada. Por que esta planta é alvo deste desespero de alguns para ser liberada?

Dr. Antônio Geraldo terminou sua fala aos senadores, dizendo: “Pelo amor de Deus senadores, não permitam isso [a liberação da maconha], nós não podemos criar uma fábrica de loucos no Brasil.” E acrescentou que não acredita que por uma canetada os políticos irão liberar as drogas, porque isso iria destruir nossa população.

O espaço aqui não permite, mas já publiquei artigo mostrando os resultados de locais deste planeta (países e estados dentro de alguns países, como EUA) onde liberaram o uso da maconha e o desastre que foi e está sendo para a comunidade é imenso e muito destruidor.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Ansiedade tem influência genética?

quinta-feira, 07 de setembro de 2023

Os sofrimentos humanos ligados ao excesso de ansiedade têm raiz física ou biológica, emocional ou psicológica, social ou ambiental e espiritual. Na verdade, todos os nossos sofrimentos nessa vida estão envolvidos com estas quatro áreas: física, mental, social e espiritual. Será que a ansiedade tem base genética? Podem os pais transmitir a seus filhos um certo grau de ansiedade de forma hereditária?

Os sofrimentos humanos ligados ao excesso de ansiedade têm raiz física ou biológica, emocional ou psicológica, social ou ambiental e espiritual. Na verdade, todos os nossos sofrimentos nessa vida estão envolvidos com estas quatro áreas: física, mental, social e espiritual. Será que a ansiedade tem base genética? Podem os pais transmitir a seus filhos um certo grau de ansiedade de forma hereditária?

Sabemos que é mais provável alguém desenvolver um transtorno de ansiedade, seja crise de pânico, fobia, ansiedade generalizada ou até um sintoma físico de origem no estresse emocional, se houve experiências traumáticas na vida, especialmente durante a infância, se há uma doença física como problemas de tireoide, se parentes próximos como pai, mãe, tios, avós têm problemas com ansiedade excessiva, e se a pessoa nasceu com um perfil ansioso chamado de “ansiedade traço”. A ansiedade exagerada tem como causa influência genética, fatores ambientais e estrutura de personalidade daquele indivíduo.

Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIH) dos Estados Unidos em 2002 mostrou que certas características cromossomiais são ligadas a fobias e crise de pânico. Outro estudo do mesmo Instituto feito em 2015 avaliou doenças mentais em gêmeos e verificou que o gene RBFOX1 pode fazer com que uma pessoa seja mais propensa a desenvolver ansiedade generalizada, que é um dos diagnósticos ou maneiras como a ansiedade excessiva se manifesta.

No ano seguinte, em 2016, o NIH, encontrou num estudo que a ansiedade social ou fobia social, a doença do pânico e a ansiedade generalizada são todas ligadas a genes específicos. E mais recentemente, em 2017, outra pesquisa científica concluiu que a ansiedade generalizada pode ser herdada.

A ansiedade em si não é doença mental, mas um sentimento de apreensão, de medo, é um sintoma. Um sintoma mostra que tem algo funcionando mal e precisa reparo. Ansiedade todo mundo tem, mas não ansiedade excessiva que prejudica a vida. Quando a ansiedade fica excessiva ela pode se manifestar de modos diferentes. Por exemplo, pode surgir como ansiedade generalizada quando a pessoa se sente ansiosa a maior parte do tempo. Pode vir na forma de crises de pânico quando há sensação de despersonalização ou de morte iminente. Pode aparecer como fobia, que é um medo exagerado, uma defesa da ansiedade forte.

A ansiedade social é outro jeito da ansiedade excessiva aparecer, quando existe muito medo de situações sociais em que a pessoa se torna o alvo das atenções. E também existe a ansiedade de separação, comum em crianças, também presente em jovens e adultos que criaram um vínculo afetivo exagerado com certas pessoas importantes para eles. Sofrimentos como o transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, estresse agudo, doenças psicossomáticas (no corpo mas com origem na mente), possuem muita ansiedade entre outros sintomas.

Ansiedade excessiva se manifesta por medo ou preocupação exagerada, dificuldades com memória e concentração, impaciência, crises agudas de ansiedade, problemas para dormir, tensão muscular, inquietude, angústia com sensação de aperto no peito ou bolo na garganta.

O tratamento para qualquer forma de ansiedade excessiva envolve psicoterapia, medicação em alguns casos, mudanças do estilo de vida como preferir o regime alimentar vegetariano, praticar atividades físicas ao ar livre como caminhadas, evitar cafeína, bebidas alcoólicas e outras drogas, dormir entre 22h e 7h, cultivar a espiritualidade, receber apoio de amigos e parentes. E também pensar que nessa existência não tem como eliminar 100% a presença da ansiedade ou da angústia que pode ter forte base genética, possuindo o fundamento na natureza humana contaminada espiritualmente.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com 

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O que conseguimos perceber nas relações familiares

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Às vezes as crianças em casa têm um comportamento que irrita os pais. Pode ser demorar a comer, deixar brinquedos desarrumados na sala ou no quarto, demorar a ir tomar banho mesmo depois de terem sido mandadas várias vezes tendo a criança idade suficiente para entender a ordem e obedecer. Isso é normal até certo ponto e acontece nas melhores famílias.

Às vezes as crianças em casa têm um comportamento que irrita os pais. Pode ser demorar a comer, deixar brinquedos desarrumados na sala ou no quarto, demorar a ir tomar banho mesmo depois de terem sido mandadas várias vezes tendo a criança idade suficiente para entender a ordem e obedecer. Isso é normal até certo ponto e acontece nas melhores famílias.

As crianças não nascem disciplinadas. É papel dos pais ensiná-las a desenvolverem ao longo da infância o autocontrole emocional. Não disciplinar adequadamente um filho pode significar negligência, ou seja, deixá-lo de lado. Crianças deixadas de lado, assim como as que são criadas por cuidadores controladores, sofrem e podem vir a ter transtornos mentais posteriormente ou mesmo na infância.

Vivemos no dia a dia mergulhados em nossas atividades familiares e de trabalho de uma forma que, em geral, não temos percepção de nosso próprio comportamento. Vamos vivendo no automático, sem parar aqui e ali para uma auto-observação. Parar para dar uma olhada e refletir sobre nosso comportamento na família exige tempo, paciência, honestidade e desejo de amadurecer para melhorar nossos relacionamentos. Isto é diferente de achar que já sabemos de tudo e que não temos nenhuma área de nosso comportamento que precisa aprimoramento. Não existem pessoas sem necessidade de melhorar seu comportamento. Sempre existe um ou outro aspecto de como funcionamos como pessoa que precisa ajuste, cura.

A falta de observação de como agimos com nossos familiares, especialmente em nossa família nuclear atual (pai, mãe e filhos), pode produzir uma série de distúrbios e sofrimentos neste relacionamento tão importante. Podemos praticar atitudes incoerentes, podemos cobrar do outro aquilo que não fazemos, ou podemos fazer o que insistimos que os outros não façam, sejam cônjuge ou filhos.

A coerência em nossas atitudes ajuda o bem-estar familiar. Mas para ter coerência precisamos desta auto observação para entender por que, onde, como, quando e de que maneira manifestamos incoerência. Sem isso, não podemos contribuir para a saúde mental da família do que depende de nós.

Por exemplo, vamos supor que você, pai ou mãe, seja uma pessoa não pontual e com isso costuma chegar atrasado em seus compromissos. Apesar dessa dificuldade sua, você pode se irritar com frequência com seu filho porque ele pode demorar a se preparar para ir à escola e chegar atrasado. Neste exemplo, você cobra com impaciência a pontualidade do filho, mas não considera sua tendência de ser impontual. Este é um exemplo de falta de autopercepção.

Outro exemplo, aliás muito comum nas famílias com acesso à tecnologia, é o uso do celular. Como pai e mãe você pode estar viciado no uso de celular e reclama que o filho quer ficar com este aparelho muito tempo. Importante lembrarmos que os filhos copiam os papéis dos pais, bons e ruins. Portanto, é incoerente cobrar de um filho um comportamento que nós mesmos não o praticamos bem.

Se como pai ou mãe exijo de meu filho uma atitude que eu mesmo não faço, isso é injusto, pode criar revolta na criança ou no jovem, ou pode gerar confusão na cabecinha dele.

Se lutarmos, como pai e mãe para melhorar nossa autoconsciência, se formos honestos ao observar que podemos dar exemplos ruins e ter atitudes contraditórias com nossos filhos e outras pessoas, isso facilitará a melhora dos relacionamentos. Poderemos amadurecer como indivíduos o que irá favorecer a qualidade de nossa vida, dentro e fora de nós.

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Maconha: uma droga inocente?

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

O jornalista Michelson Borges publicou em seu blog nesta semana informações sobre a maconha as quais quero compartilhar com você. Importante compreender que uma coisa é a maconha (cannabis) usada como droga recreativa e outra é um dos componentes dela que vem sendo usado com fins terapêuticos. Não é a maconha que é medicinal, mas uma de suas substâncias que vem sendo testada.

O jornalista Michelson Borges publicou em seu blog nesta semana informações sobre a maconha as quais quero compartilhar com você. Importante compreender que uma coisa é a maconha (cannabis) usada como droga recreativa e outra é um dos componentes dela que vem sendo usado com fins terapêuticos. Não é a maconha que é medicinal, mas uma de suas substâncias que vem sendo testada.

Michelson explica que em junho do ano passado, 37 estados dos EUA aprovaram leis de cannabis medicinal e 19 estados legalizaram a cannabis recreativa. A maconha tem se tornado uma droga mais perigosa ainda devido ao seu teor médio de THC (tetra-9-tetrahidrocanabinol, químico psicoativo e potencialmente viciante da cannabis) em produtos de plantas fumadas que aumentou de 1% para 4% na década de 1970 e para 15% a 30% nas cannabis atuais. Vaporizadores podem conter concentrações ainda maiores de THC.

Muitos ainda pensam que a maconha é uma droga inofensiva, mas os benefícios e riscos a longo prazo do seu uso permanecem obscuros. Apesar disso, os cientistas que estudam esta droga têm chegado à mesma conclusão: o uso pesado e por longo tempo de maconha pode afetar a cognição na meia-idade. Cognição é o seu pensamento, o que você pensa, como raciocina.

Pesquisa recente publicada na Revista Americana de Psiquiatria (American Journal of Psychiatry) seguiu de perto quase 1.000 indivíduos na Nova Zelândia dos 3 aos 45 anos de idade para entender o impacto do uso de cannabis na função cerebral. A equipe descobriu que os que usaram maconha semanalmente por vários anos, tiveram deficiências em áreas da cognição. Observou-se que os usuários de maconha de longo prazo tiveram seu QI diminuído em 5.5 pontos desde a infância, e houve deficiências na velocidade do aprendizado em comparação com os que não usaram cannabis. Quanto mais uso da droga, mais deficiência cognitiva, problemas de memória e atenção e um hipocampo (região cerebral ligada à memória e aprendizado) menor.

Michelson explica: “Esta nova pesquisa é um dos vários estudos que sugerem que existe uma ligação entre o uso pesado de cannabis a longo prazo e a cognição. Ainda assim, estudos futuros são necessários para estabelecer a causa e explorar como o uso prolongado de cannabis pode afetar o risco de desenvolver demência, uma vez que o comprometimento cognitivo na meia-idade está associado a taxas mais altas de demência.”

Outros estudos já revelaram que algumas pessoas que consomem cannabis a longo prazo podem desenvolver nevoeiro cerebral, motivação reduzida, dificuldade de aprendizado ou dificuldade de atenção. Os sintomas geralmente são reversíveis, embora o uso de produtos com maior teor de THC possa aumentar o risco de desenvolver sintomas cognitivos. E também foi verificado que muitos homens usuários de maconha podem ter uma diminuição importante do número de espermatozóides o que pode prejudicar a busca de engravidar uma mulher para ter um filho. O dr. Conrado Alvarenga, membro da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – Universidade de São Paulo, diz: “Não se sabe exatamente como ela [THC] pode alterar o funcionamento dos espermatozóides, mas acredita-se que o THC pode causar um funcionamento impróprio do espermatozóide por meio de estímulo direto ou pode levar a alteração nos mecanismos de inibição natural, ou seja, eles ficam completamente descontrolados, se locomovendo rápido demais e antes da hora. ... quando chega a hora de correr para o corpo da mulher, já não há potência para alcançar o óvulo. Estudos mostram também que, em consumidores do THC, o volume do fluido seminal e o número total de espermatozóides foram significativamente menores.”

(Fonte: https://www.conradoalvarenga.com.br/infertilidade/infertilidades-drogas-infertilidade.html)

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Humildade, mansidão e longanimidade

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Algumas características de nosso comportamento facilitam ou prejudicam nosso relacionamento com a gente mesmo, com os outros, com a vida e com Deus. Por isso faz bem pensar e autoavaliar como você está em relação à estas três qualidades do caráter: humildade, mansidão e longanimidade.

Algumas características de nosso comportamento facilitam ou prejudicam nosso relacionamento com a gente mesmo, com os outros, com a vida e com Deus. Por isso faz bem pensar e autoavaliar como você está em relação à estas três qualidades do caráter: humildade, mansidão e longanimidade.

Humildade não é ser pobre materialmente. Ela não é uma característica negativa da pessoa, não é autodepreciação. Humildade tem que ver com não ser arrogante, é uma virtude positiva que em alguns sentidos significa valorizar os outros e ter uma atitude de servir, de ajudar. Ter a mentalidade de ajudar é uma postura na vida contrária ao egocentrismo e produz bem-estar na pessoa que a pratica, além de beneficiar quem recebe sua ajuda.

Mansidão não é somente uma característica da pessoa não briguenta que consegue ter bom autocontrole emocional. Uma pessoa mansa também é alguém que não se exalta ou não é excessivamente impressionada com o senso de importância própria. Uma pessoa mansa é cortês, gentil, dócil.

Já a longanimidade é a qualidade de uma pessoa capaz de suportar provocações sem perder a paciência e explodir. Ela lida com firmeza diante de contrariedades sempre em benefício dos outros. Não é um indivíduo ingênuo, fraco, mas paciente.

Se pensarmos no oposto destas virtudes, teríamos, então, o orgulho como oposto à humildade, a impetuosidade contrária a mansidão e a impaciência como oposta à longanimidade.

Mas é possível vencer estes defeitos de caráter, caso você queira e faça esforços neste sentido ao tomar a decisão de querer amadurecer nestes aspectos do comportamento. Primeiro de tudo, reconheça a presença destes defeitos em sua personalidade, ou seja, não use racionalizações para negar a existência do problema. Pelo contrário, admita. Diga para si mesmo: “Tenho problemas com orgulho, com descontrole emocional, com impaciência.” A admissão do problema já é meio caminho andado para o tratamento.

Em seguida, preste atenção quando estes defeitos surgem em seu comportamento. Assim que um deles surgir e você perceber, este é o momento para dizer para si mesmo em pensamento: “Não vou e permitir funcionar dessa forma (agressiva, impaciente, arrogante, orgulhosa...)!”

Sua vida, sua saúde geral, seus relacionamentos, sua satisfação na vida irão evoluir passo a passo para melhor ao você perseverar no exercício mental de lutar contra estes defeitos de caráter. As pessoas irão perceber e suas relações se tornarão de melhor qualidade. Sua vida terá melhor qualidade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Existem pessoas mais fortes mentalmente que outras?

quarta-feira, 09 de agosto de 2023

Por que diante de traumas semelhantes algumas pessoas reagem de forma diferente? O que faz com que numa família um filho reaja de forma positiva ao enfrentar um evento estressor, enquanto que outro filho da mesma família reage com pessimismo? Assim, um vai ser bem sucedido da vida e o outro não. Os chamados “fortes” persistem em seus objetivos, se recuperam de um fracasso sem muita dificuldade, mudam de emprego quando querem e conseguem se dar bem sempre. Como conseguem isto?

Por que diante de traumas semelhantes algumas pessoas reagem de forma diferente? O que faz com que numa família um filho reaja de forma positiva ao enfrentar um evento estressor, enquanto que outro filho da mesma família reage com pessimismo? Assim, um vai ser bem sucedido da vida e o outro não. Os chamados “fortes” persistem em seus objetivos, se recuperam de um fracasso sem muita dificuldade, mudam de emprego quando querem e conseguem se dar bem sempre. Como conseguem isto?

É verdade que atendi muita gente em meu consultório que foram fortes a vida toda, com sucesso profissional e econômico, mas que em algum momento, em geral após os 60 anos de idade, apresentaram tristeza, angústia consciente que as perturbaram e, atônitas, se perguntavam: o que é isso? Como haviam sido sempre fortes na vida, agora estavam se estranhando ao se sentirem fracas.

Vejam alguns fatores que explicam, em parte, a razão pela qual alguns podem ser mentalmente mais fortes: 1 - Estas pessoas têm genes que lhes dão melhor vantagem no enfrentamento de situações difíceis na vida. Ou seja, do ponto de vista físico, biológico, neuroquímico, alguns são realmente mais fortes, mais resistentes, nascem com vantagem genética. Outros nascem com herança genética com maior probabilidade de desenvolverem certas doenças mentais e físicas e com menos chance de serem fortes na vida. Injusto? Mas é importante considerar que pessoas que lutaram talvez a vida toda com algum sofrimento mental foram úteis à sociedade, produzindo algo que serviu e serve aos seres humanos, seja na literatura, no mundo científico, na tecnologia etc.

Outro fator que favorece algumas pessoas serem mais fortes na vida tem que ver com o fato de: 2 - terem tido experiências de vida diferentes. Especialmente as experiências que mais influenciam nosso comportamento adulto estão ligadas ao que vivemos na infância. Alguns tiveram uma infância traumática e mesmo assim alguns saíram dela com atitude mental forte, enquanto que outros seguiram na vida com dificuldade. Parece que o mais importante é o que fazemos com o sofrimento e não a presença do sofrimento em si. Mas a pergunta sem resposta científica é o que faz com que alguns reajam positivamente e outros de forma negativa diante dos mesmos traumas?

Um terceiro ponto dos fortes é que: 3 - eles têm uma personalidade diferente. Alguns nascem com personalidade atraente e positiva que abrem portas para bons relacionamentos e aproveitamento de oportunidades. Alguns são carismáticos. Mas aqui cabe uma observação: muita gente rica materialmente, aplaudidas pela fortuna que acumularam, foram ou são pessoas de difícil relacionamento, autoritárias, não é mesmo? Qual a vantagem para elas, afinal?

Em quarto lugar, as pessoas fortes na vida: 4 - têm um ambiente mais saudável. Se você vive cercado de pessoas tóxicas, fica mais difícil. Pessoas mentalmente fortes criam ambientes saudáveis para si mesmas, embora isso não seja fácil.

Finalmente, pessoas mentalmente fortes: 5 - se esforçam mais. Elas dedicam tempo e energia para aprender, crescer e enfrentar desafios. Mas pense que assim como não há um único tipo de treinamento para adquirir força física, a força mental também deve ser personalizada. O que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra. Fortes enfrentam o medo, em vez de recuar e buscam aprimorar seus conhecimentos, mantendo mente aberta para aprender.

Para ter força mental a meta não deve ser competir para querer ser mais forte do que outra pessoa. Em vez disso, concentre-se em se tornar um pouco mais forte hoje do que ontem. E não confunda ser forte com agir com força. A verdadeira força tem que ver com reconhecer suas fraquezas, pedir ajuda e trabalhar para se tornar melhor.

Fonte: Amy Morin, www.psychologytoday.com, 15/10/2021.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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