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Lidando com a angústia no Ano-Novo

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

A sensação de impotência produz angústia. E às vezes a angústia é um sentimento que vem misturado com tristeza. Angústia gera aflição e tristeza gera desânimo. É ruim e desagradável se sentir impotente diante da injustiça, da impunidade, do abuso de poder de magistrados, políticos, empresários que manipulam a opinião pública e também destroem pequenos empreendedores talvez, também, por ajuda de sociedades secretas. Quando uma pessoa bem informada vê que há tanta coisa ruim que já acontece e que se vislumbra que acontecerá, isso pode gerar um estado emocional doloroso, e caso a pessoa não encontre uma saída para sua angústia e tristeza, ela pode entrar em depressão pela perda da esperança.

Dói pensar que a sociedade será muito afetada pela ideologia que fala do “bem comum”, envolvendo este “bem comum” o controle, a castração da liberdade, cheio de conflitos de interesses não só econômicos, mas, e principalmente, ideológicos. Machuca pensar em injustiças sociais não só praticadas pela liderança política de um país, qualquer país, como pela ignorância de boa parte da população que tendo a faca e o queijo nas mãos em termos de escolha de seus governantes pela eleição, decide erradamente, influenciada pela manipulação da opinião pública produzida por poderosas redes de comunicação que são, na verdade, dúbias, jogando para este ou para aquele lado conforme o interesse do momento, interesse econômico e de liberdade transgressora de princípios saudáveis de conduta.

Outro dia li uma frase interessante que dizia: “Impotência não é desamparo.” Somos impotentes diante de males que nos afligem ou atingem nosso país e que ocorrerão nos próximos anos no mundo, quanto mais nos aproximamos da “agenda 2030” quando será imposta uma nova ordem social mundial conforme o interesse e desejo dos poderosos desse mundo, liderados pelo poder, que, conforme descreve o apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Tessalonicenses, capítulo 2 e versículo 4: “... aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto e tomar lugar no Templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.” (Bíblia Ave Maria).

Impotência não é desamparo. Somos amparados por aqueles que nos ajudam. E há os que nos ajudam. Aceitar a impotência diante da injustiça social não é o mesmo que ficar desamparado e omisso diante da dor social. Fazer o bem é o melhor remédio contra este e outros tipos de injustiça. A resposta está no bem e não no revide do mal com o mal que se apossa de poder em nome de um amor equivocado. O mal tem seu limite. Ele não avançará nem mais um segundo e nem mais um milímetro além do que também está estipulado. A vida cobra o bem. O tempo mostrará o bem e o mal, de forma que ficará claro para todo o Universo esse assunto de justiça e injustiça. O desafio é ter força para esperar e suportar a dor, e evitar ser conivente na prática da injustiça.

Aceitar a impotência diante da injustiça de um povo, de um governante, de um conhecido ou parente, é o primeiro passo para o alívio da angústia e da tristeza. No Ano Novo que começa, levantemos a cabeça com humildade, mas com esperança. Não com arrogância que pode se manifestar por frases tipo “que venha o novo ano”. Não há justiça nesse mundo mal, portanto a saída não é a direita, a esquerda, o centro. A saída é de cima. Bom Ano Novo com a força de cima para lidar com a angústia e a tristeza, até que a justiça surja e acabe de vez com a mentira, a fraude, a corrupção e a maldade de baixo! Não vai demorar.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Feliz Natal e ... o que vem pela frente?

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

É bom descontrair após um ano de trabalho, estar com a família e amigos, confraternizar com colegas de trabalho, comer algumas guloseimas de fim de ano. Tudo isso é bom. A época do Natal parece que alivia um tanto nossas angústias, tristezas e medos. Embora, muitos nesse período se entristecem por causa de perdas difíceis que o Natal suscita talvez pelo fato da pessoa querida não mais estar ali para comemorar.

É bom descontrair após um ano de trabalho, estar com a família e amigos, confraternizar com colegas de trabalho, comer algumas guloseimas de fim de ano. Tudo isso é bom. A época do Natal parece que alivia um tanto nossas angústias, tristezas e medos. Embora, muitos nesse período se entristecem por causa de perdas difíceis que o Natal suscita talvez pelo fato da pessoa querida não mais estar ali para comemorar.

Parece que sempre tem acontecimentos festivos que mascaram a dor social. Um político, de qualquer nível de poder, rouba a população por ação e por omissão, e cria uma festa popular. O povo gosta e esquece o sofrimento que poderia ser aliviado caso a liderança política fizesse realmente o que é justiça social.

Especialmente em nosso país, o futebol mascara muita dor social. Distraídos com as competições nos campeonatos, os torcedores se embriagam com seus ídolos e partidas, e se saciam com as frases dos comentaristas esportivos: “O Flamengo massacrou o Vasco!”, “O Vasco humilhou o Flamengo!”, “O Flamengo deu um chocolate no Vasco!”. Chocolate?! Por que gostamos de competições que deixam o perdedor humilhado? É bom se sentir derrotado e humilhado? Definitivamente a competição não é benigna. No funcionamento das coisas naturais do Universo, numa célula ou numa galáxia, não existe competição, mas cooperação.

As células normais de nosso corpo são gentis, não competitivas. Não brigam entre si, mas diante de alguma dor ou alteração fisiológica, uma sai em socorro da outra. O contrário acontece com as células cancerosas, que são egocêntricas e competitivas. Você pode perguntar: mas as células imunológicas normais não são competitivas? Elas só são competitivas quando combatem o mal que invade nosso corpo e pode nos matar. Mas as células do câncer brigam entre si do nada. São como as pessoas briguentas que adoram discussão. São corruptas e por isso são egoístas, não pensam na comunidade, só querem para si.

Por isso, o tumor é feio, é uma massa disforme. Quer só para si e se destrói. A malícia mata o indivíduo mau. A corrupção destrói o corrupto porque ele joga a consciência culpada para debaixo do tapete, e segue na vida aparentemente feliz, enquanto que seu sistema imunológico sabe da mentira e pode “deprimir”, facilitando, o surgimento de doenças infecciosas, inflamatórias e outras. Nossa fisiologia não é burra. Os estudos de psicossomática – relação mente-corpo – têm revelado que e como a mente afeta o corpo e o corpo afeta a mente. Não é possível ter saúde na competição e na corrupção. É um engano.

Natal não é competição e nem corrupção. Natal é pureza, é compartilhamento. Os sábios verdadeiros passam a entender que precisam terminar com todo e qualquer tipo de competição, e caminham rumo ao compartilhar. Você só consegue dar para aliviar o sofrimento de outros, e assim ter saúde, se receber o poder de vencer o egoísmo inato, e não por ser membro desse ou daquele partido político, filosofia ou igreja. O mundo afunda na corrupção, na mentira (fake news) por puro conflito de interesse material e ideológico, e avança na imposição de ideologias ditatoriais em nome de defesa do ambiente e bem comum.

Confesso que é difícil para mim dizer “Feliz Natal” e não pensar no que teremos que enfrentar em breve de angústia social por causa de líderes poderosos de nosso país e do mundo se afastarem dos princípios de conduta ensinados nos Evangelhos por Aquele que é a figura central do Natal – Jesus Cristo.

Então, desejo a você, leitor, um bom Natal com seus queridos e amigos, e força de Jesus Cristo para o preparo dos eventos difíceis que chegarão em breve. Bom Natal com o pé no chão e luz!

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Desaprender

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

As crianças crescem na família de origem e vão aprendendo os comportamentos com os pais, irmãos e outras pessoas que convivem de perto com elas. Elas vão adotando maneiras de funcionar boas e ruins porque copiam não só características positivas destas pessoas, mas as negativas também.

Isto é trazido para a vida adulta e a maneira como nos relacionamos hoje no ambiente familiar e social tem essa forte influência absorvida do que vimos em nossos pais e pessoas influentes para nós ao longo dos primeiros anos da infância.

As crianças crescem na família de origem e vão aprendendo os comportamentos com os pais, irmãos e outras pessoas que convivem de perto com elas. Elas vão adotando maneiras de funcionar boas e ruins porque copiam não só características positivas destas pessoas, mas as negativas também.

Isto é trazido para a vida adulta e a maneira como nos relacionamos hoje no ambiente familiar e social tem essa forte influência absorvida do que vimos em nossos pais e pessoas influentes para nós ao longo dos primeiros anos da infância.

Por exemplo, você pode ter sido criada por uma mãe autoritária e abusiva verbalmente, ou por um pai que falava alto e sem respeito pelos filhos e pela esposa, e ter prometido a si mesma que nunca iria agir assim com seus filhos. Os anos passaram, você se casou, surgiram os filhos, e quando abriu os olhos ... está repetindo o mesmo papel negativo que via na mãe, no pai ou em ambos!

Ver isso pode ser desagradável caso você queira a verdade sobre seu comportamento, em vez de ficar na negação e sempre justificando suas explosões emocionais com seu cônjuge, com seus filhos e talvez com outras pessoas. A gente precisa querer a verdade para obter a cura emocional. Sem verdade não tem cura pessoal, familiar, social, espiritual, política. E o desejo da verdade precisa ser cultivado porque ele é aprendido mais do que inato ou herdado. Pelo fato de que todos nascemos com egoísmo em nossa estrutura de caráter, então precisamos lutar de forma ativa e conscientemente contra isso e desejar, buscar, entender e praticar a verdade sobre o melhor comportamento pessoal que podemos ter. Não existe nenhum remédio de farmácia, natural ou sintético, que faça isso por você.

Se você, então, observa que repete com seus filhos os erros que detestava no comportamento de seu pai e/ou de sua mãe que eles tinham com você e seus irmãos, a solução é desaprender o que foi aprendido de errado, de disfuncional.

Muito da obtenção de um comportamento saudável tem que ver com desaprender antigas formas de funcionar como pessoa, consigo mesmo, com os outros, com a vida e com o Deus da sua concepção. Desaprender dói a princípio porque significa que você está percebendo comportamentos errados em si e porque agir de forma diferente requer esforço, consciência, propósito e ação contrárias ao seu habitual. Não é natural e fácil desaprender. O mais fácil é negar seus erros de conduta e tocar a vida para frente sem se importar como que isso prejudica a si e aos outros.

Para desaprender e poder aprender uma nova e melhor maneira de funcionar como pessoa, é preciso pensar. O mundo conspira contra você pensar. A mídia quer que você pense o que ela pensa. A filosofia pós-moderna prega que o mais importante é como você se sente em relação a qualquer coisa. Se você se sente bem, então está certo. A verdade, entretanto, não é que a palavra final de nosso comportamento tem que ser o sentimento. Sentimento flutua e pode nos enganar. O sentimento depende do pensamento, consciente ou não, e se seu pensamento for disfuncional ou distorcido, o sentimento deverá ser também disfuncional, ainda que possa ser prazeroso.

Saúde mental tem muito que ver não só com desaprender a forma de pensar distorcida para adotar a saudável, mas também evitar aprender errado. Saúde mental tem que ver com questionar seus sentimentos que perturbam a si e seus relacionamentos e ver se eles não estão empurrando seu comportamento a repetir o que você sofria em sua infância com seus pais por causa das atitudes de falta de equilíbrio emocional deles. Evite os modelos disfuncionais de comportamento que a mídia poderosamente despeja diariamente seja por vídeos, novelas, revistas, filmes e outras formas de comunicação.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Reserva Cognitiva: como proteger seu cérebro

quarta-feira, 06 de dezembro de 2023

Recebo toda semana por e-mail o “Harvard Health Bit”, um boletim da Faculdade de Medicina de Harvard. Semana passada veio o assunto sobre Reserva Cognitiva, que tem que ver com a saúde do cérebro.

Reserva cognitiva se relaciona com a habilidade de seu cérebro improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa. Explica o boletim: “Reflete o quão ágil é o seu cérebro em adquirir habilidades e capacidades para resolver problemas e lidar com desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida por uma vida inteira de educação e curiosidade [buscar novos conhecimentos].”

Recebo toda semana por e-mail o “Harvard Health Bit”, um boletim da Faculdade de Medicina de Harvard. Semana passada veio o assunto sobre Reserva Cognitiva, que tem que ver com a saúde do cérebro.

Reserva cognitiva se relaciona com a habilidade de seu cérebro improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa. Explica o boletim: “Reflete o quão ágil é o seu cérebro em adquirir habilidades e capacidades para resolver problemas e lidar com desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida por uma vida inteira de educação e curiosidade [buscar novos conhecimentos].”

No final da década de 1980 pesquisadores estudaram e descreveram pessoas sem sintomas aparentes de demência, mas que, apesar disso, foi verificado na autópsia delas alterações cerebrais típicas das encontradas em indivíduos com Doença de Alzheimer avançada. Elas não tinham sintomas da doença quando estavam vivas porque possuíam uma reserva cognitiva grande que era suficiente para compensar os danos cerebrais produzidos por esta doença e continuavam a funcionar normalmente.

A partir daí fizeram mais estudos sobre isso e, segundo o boletim da Harvard, “foi verificado que as pessoas com maior reserva cognitiva eram mais capazes de evitar sintomas de alterações cerebrais degenerativas associadas à demência ou outras doenças cerebrais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla ou acidente vascular cerebral.”

Uma reserva cognitiva mais robusta também pode ajudar você a funcionar melhor por mais tempo se estiver exposto a eventos inesperados da vida, como alguns eventos complicados ligados ao estresse, cirurgia por uma doença inesperada ou acidente ou toxinas no ambiente. Estas situações e outras que produzem importante estresse emocional, exigem um esforço extra do seu cérebro.

Os autores do boletim da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard comentam que o principal para a saúde do nosso cérebro depende principalmente de mudanças em nosso estilo de vida. E alguns pesquisadores desta universidade identificaram seis pontos básicos para ajudar a construir boa reserva cognitiva: 1 - Adotar uma dieta vegetariana; 2 - Praticar exercícios físicos regularmente; 3 - Dormir o suficiente; 4 - Administrar seu estresse; 5 - Nutrir contatos sociais e 6 - Continuar a desafiar seu cérebro (estudos, boa leitura, etc).

É explicado que estes fatores de estilo de vida não funcionam bem se praticados de forma isolada, por exemplo, praticar atividades físicas, mas viver isolado socialmente e comer besteira, ou se tornar vegetariano, mas permanecer uma pessoa explosiva sem controle emocional.

Funciona melhor para seu corpo e cérebro praticar todos estes fatores ao mesmo tempo em seu estilo de vida. Explica a equipe de Harvard: “Simplesmente comer mais fibras ou adicionar uma caminhada matinal à sua rotina não é suficiente para prevenir o declínio mental. Em vez disso, exercícios, dieta, sono, controle do estresse, interação social e estimulação mental trabalham em conjunto para produzir resultados.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Quem é sua fonte de amor?

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Precisamos de amor. Amor é uma das necessidades básicas do ser humano. Não vou conceituar amor nesse artigo, mas só para lembrar, amor não é controle, não é sentimento, não é sexo, não é uma emoção. O amor é paciente, é bondoso, altruísta, não é egoísta, está sempre com uma postura mental do tipo: como posso ajudar você? O amor não é ciumento, não domina a outra pessoa, mas a deixa livre, não fica trazendo as coisas de forma pessoal.

Precisamos de amor. Amor é uma das necessidades básicas do ser humano. Não vou conceituar amor nesse artigo, mas só para lembrar, amor não é controle, não é sentimento, não é sexo, não é uma emoção. O amor é paciente, é bondoso, altruísta, não é egoísta, está sempre com uma postura mental do tipo: como posso ajudar você? O amor não é ciumento, não domina a outra pessoa, mas a deixa livre, não fica trazendo as coisas de forma pessoal.

O mais comum é termos uma pessoa, ou mais de uma, como a fonte de nosso amor. Mas se partimos do princípio de que todos temos egoísmo inato, ou seja, recebemos a estrutura mental egocêntrica por herança das gerações passadas, não existe nenhum ser humano perfeito que possa nos amar perfeitamente.

Nos relacionamentos esperamos que as pessoas nos deem o que necessitamos. E alguns podem ficar tão obcecados com isso, que constroem relacionamentos difíceis porque se tornam exigentes quanto ao que as pessoas ao redor devem dar. A procura por um ser humano que se torne o “amor da minha vida” é inútil e ilusão se esperamos receber desta pessoa amor ideal.

Minha sugestão é que pouco a pouco você desconstrua a tendência de pensar, e com isso esperar, que existe alguém lá fora que vai lhe preencher tudo o que tem que ver com o amor que você deseja.

Desejar amor e ser amado não é o problema. Isso é normal. Mas nossos desejos podem estar misturados com egoísmo. Pense: ao ter uma atitude de amor para com alguém, você faz isso para dar ou receber? Ao amarmos de forma madura damos ao outro algo bom porque recebemos. Um texto bíblico diz que tudo o que é bom, se é realmente bom, vem do Pai das luzes, que é Deus o Criador do Universo. Você só pode ter amor verdadeiro se recebê-lo desta Fonte divina. O resto é misturado com egoísmo, dependência afetiva, controle, codependência, manipulação.

Se seu pai, sua mãe ou quem criou você era pessoa abusiva e vivia depreciando você, chamando-o de burro, você só será afetado por isso se crer que o que a pessoa dizia era verdade e absorver isso. Se alguém toma veneno, este veneno não afeta você, a menos que também tome o veneno.

A criança sensível afetada emocionalmente por ter vivido na infância num lar abusivo, pode ter criado uma crença psicológica em sua mente de que é realmente burra (ou outra coisa negativa) e sofre com isso. Para resolver este sofrimento ela precisa, assim que for possível, confrontar os pensamentos (crenças) em sua mente que dizem ser ela burra. Numa autoanálise ela vai precisar dizer para si algo tipo: “Na minha infância diziam que eu era burro. Cresci com esta crença. Agora vejo que isso não era verdade. Agora posso me respeitar e perceber meu valor como pessoa. Os pensamentos que querem me perturbar dizendo que sou burro, não precisam ter mais valor para mim porque não são verdades sobre minha pessoa.”

Então, hoje quando alguém lhe atacar com palavras nervosas e duras, pare de olhar o que e como a pessoa está falando e fazendo e pense em como aquilo está atingindo você, e no que provoca em suas emoções. E entenda e aceite que ao deixar de ter aquela pessoa como fonte de seu amor e valor próprio, você fica livre. Ela não mais terá poder sobre você. Sua fonte de amor não pode ser um ser humano, mas somente o Criador do Universo. Na primeira carta de João, no capítulo 4 e versículo 8 está escrito que Deus é amor. Ele é a única fonte perfeita de amor. Amor maduro vem Dele, chega em você e vai para o outro. Nunca vem de você mesmo e nem de outra pessoa originalmente. Por isso, ter o Criador como a única fonte de amor se torna libertador.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Por que é difícil compreender a nós mesmos?

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Por que é difícil ter uma visão mais clara de nosso comportamento e, em especial, de nossas motivações? Em parte, é porque o inconsciente não é somente uma área virtual de nossa mente cujo conteúdo não nos está acessível na hora em que queremos. O inconsciente é uma forma da gente ser. Ou seja, nós não apenas temos um inconsciente, nós somos, mais ou menos, inconscientes de nós mesmos.

Por que é difícil ter uma visão mais clara de nosso comportamento e, em especial, de nossas motivações? Em parte, é porque o inconsciente não é somente uma área virtual de nossa mente cujo conteúdo não nos está acessível na hora em que queremos. O inconsciente é uma forma da gente ser. Ou seja, nós não apenas temos um inconsciente, nós somos, mais ou menos, inconscientes de nós mesmos.

A Bíblia fala do inconsciente como espaço virtual mental. No Salmo 19 versículo 12 está escrito: “Quem pode entender os próprios erros? Absolve-me, Tu [Deus] dos que me são ocultos.” Veja agora o Salmo 90 no versículo 8 que diz: “Diante de Ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos à luz do Teu rosto.” Erros ocultos onde? No espaço virtual em nossa mente chamado inconsciente.

Mas como comentei, não é difícil compreender a nós mesmos só porque temos um inconsciente que influencia nosso comportamento, mas porque também somos em grande parte inconsciente destas motivações que vem do profundo de nós mesmos e afetam o que fazemos e somos. Não é só ter, mas também ser inconsciente.

A melhora da autoconsciência ajuda muita coisa em nossa vida. A escritora inspirada Ellen White escreveu: “Grande conhecimento é conhecer-se a si mesmo. O verdadeiro conhecimento de si próprio induz a uma humildade que abrirá o caminho para que o Senhor desenvolva o espírito, molde e discipline o caráter.” Conselho aos Pais, Professores e Estudantes, p.419.

Nesse texto é dito que conhecer-se melhor, que é um processo contínuo, conduz a uma humildade. Por que? Porque ao sermos iluminados espiritualmente, nos tornamos mais conscientes de nossas motivações, do por que pensamos do jeito que pensamos, do por que sentimos este sentimento agora, e do por que tomamos esta atitude e não outra. Com a melhora da autoconsciência podemos escolher agir de melhor maneira com a gente mesmo, com as pessoas, com a vida e com Deus.

E importante lembrar ser humilde não é ser bobo, nem é ser pobre economicamente. É não deixar o eu complicado subir no palco para comandar a vida, é abandonar a arrogância pessoal, e isso nos faz pessoas mais eficazes porque vamos gastar menos tempo e energia para promoção do eu e nos tornaremos mais leves em nossos relacionamentos, inclusive com a gente mesmo.

Melhorar nossa autoconsciência para ficar mais claro para nós mesmos a razão pela qual pensamos, sentimos e decidimos isso ou aquilo, faz parte do que chamamos de inteligência emocional. Pessoas em desenvolvimento deste tipo de inteligência melhoram gradativamente a tomada de consciência do que fazem.

Em frente da casa de um amigo meu num condomínio, tem um rapaz que ao sair cedo para trabalhar liga sua motocicleta barulhenta, não fica acelerando e sai imediatamente após ligar a moto. Parece que ele tem consciência de que o barulho da moto pode acordar pessoas cedo de manhã, e por isso sai sem ficar perturbando o silêncio com o ronco de sua motocicleta.

Duas casas ao lado, outro rapaz também tem uma moto. Ele sai um pouco mais tarde, antes das 8h, mas age diferente. Liga a moto, a deixa funcionando com um barulho forte, sai acelerando, parecendo não ter consciência de que naquele horário o barulho da moto acorda pessoas que não precisam acordar cedo.

O que faz a diferença? Pensar na sua atitude. Autopercepção da própria atitude. Um pensa no incômodo do barulho da moto e o outro não pensa. Um se liga no conforto para a comunidade e o outro não se preocupa com isso. Você se conhece?

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Nossa tendência de experimentar medo e ansiedade é genética?

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A revista Scientific American online publicou uma resposta à pergunta do título acima do dr. William R. Clark, professor do departamento de biologia molecular, celular e do desenvolvimento da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Original em inglês disponível nesse link: https://www.scientificamerican.com/article/is-our-tendency-to-experi/ Vamos ver a resposta do dr. Clark sobre se a ansiedade e medo tem base genética.

A revista Scientific American online publicou uma resposta à pergunta do título acima do dr. William R. Clark, professor do departamento de biologia molecular, celular e do desenvolvimento da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Original em inglês disponível nesse link: https://www.scientificamerican.com/article/is-our-tendency-to-experi/ Vamos ver a resposta do dr. Clark sobre se a ansiedade e medo tem base genética.

Ao sentirmos medo, a tendência automática é reagir frente ao perigo percebido. Pessoas diferentes reagem de forma diferente diante do medo. Quanto à ansiedade, algumas têm ansiedade traço, que é a que existe desde que o indivíduo era pequeno, enquanto que outras têm ansiedade estado, que surge temporariamente diante de algum evento estressor, mas depois retorna ao nível normal.

O medo ajuda a pessoa a não arriscar a vida. Serve de proteção. O problema é quando o medo se torna uma fobia, que é uma emoção de medo exagerado. A fobia não é útil e prejudica o desempenho da pessoa. A fobia e a ansiedade excessiva, explica o dr. Clark, causam não só angústia mental, mas vários sintomas físicos reais, incluindo dor localizada. Mas até que ponto o medo é aprendido com a vivência e a experiência do ambiente, e até que ponto sofre influência genética?

O estudo do medo em camundongos mostrou que ele pode ser criado seletivamente nas gerações seguintes, sugerindo forte componente genético. Camundongos selecionados ao acaso submetidos a um teste numa caixa aberta e iluminada, sem esconderijos, exibiam respostas diferentes. Alguns se encolhiam e ficavam parados perto de uma parede, defecando e urinando repetidamente, enquanto outros andavam pela caixa, cheirando e explorando sem preocupação.

Se os ratinhos medrosos forem criados uns com os outros ao longo de várias gerações, é possível desenvolver gerações nas quais todos os membros serão altamente ansiosos e com medo em testes diferentes. Interessante que eles não aprendem esse medo e ansiedade excessiva uns com os outros ou com suas mães. Um rato recém-nascido de uma linhagem temerosa, criado por uma mãe destemida junto com irmãos destemidos, ainda poderá medo quando adulto.

Camundongos sem receptores de células nervosas para o neurotransmissor Gaba (ácido gama-amino butírico) são mais medrosos do que os com o receptor. O Gaba é usado por regiões superiores do cérebro e pode funcionar para diminuir as respostas excessivamente temerosas aos estímulos ambientais. Verificou-se que camundongos sem um receptor no cérebro para hormônios do estresse glicocorticoides são bem menos ansiosos do que camundongos de controle.

Dr. Clark diz que há evidências em humanos, obtidas de estudos de crianças adotadas e gêmeos idênticos criados juntos ou separados, de que uma tendência à ansiedade e ao medo é um traço hereditário. Fobias específicas, como medo de cobras, de dor, altura ou espaços fechados, estão quase inteiramente ligadas a experiências ambientais individuais. Mas a tendência de desenvolver respostas de medo ou ansiosas ao meio ambiente em geral tem componente genético claro.

Parece que grande parte da contribuição genética para o medo e a ansiedade em humanos envolve neurotransmissores e seus receptores, e o Gaba e seus receptores têm papel fundamental. Talvez o mais importante neurotransmissor que media a ansiedade em humanos seja a serotonina. A depressão grave também tem um componente genético marcado.

Medo e ansiedade são influenciados por muitos genes. Não existe um simples gene de "medo" herdado de uma geração para outra. O que recebemos geneticamente de nossos pais nos predispõe a responder com maior ou menor grau de ansiedade a eventos em nosso ambiente. Mas o quanto nossa vida é afetada por essa predisposição herdada depende em grande parte de nossa história individual - o número, força, tipo e duração dos eventos que provocam tais reações.

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Cesar Vasconcellos de Souza – doutorcesar.com

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Você se lembra que é uma criatura?

quinta-feira, 09 de novembro de 2023

Você se lembra que é uma criatura? Se puder, dê uma olhada agora ao redor onde possa ver pessoas. Repare os movimentos delas. Algumas falam, outras leem algo no computador, outras ainda andam pela calçada. Estão vivas como eu que escrevo esse texto e você que o está lendo.

Quanta história existe em cada um de nós! Genética, epigenética, família, infância, escola, amigos, igreja. Somos resultado de tudo isso. Uma complexidade, não é mesmo? Somos uma complexidade maravilhosa, e ao mesmo tempo frágeis porque de repente surge a morte. Chato pensar na morte, não é?

Você se lembra que é uma criatura? Se puder, dê uma olhada agora ao redor onde possa ver pessoas. Repare os movimentos delas. Algumas falam, outras leem algo no computador, outras ainda andam pela calçada. Estão vivas como eu que escrevo esse texto e você que o está lendo.

Quanta história existe em cada um de nós! Genética, epigenética, família, infância, escola, amigos, igreja. Somos resultado de tudo isso. Uma complexidade, não é mesmo? Somos uma complexidade maravilhosa, e ao mesmo tempo frágeis porque de repente surge a morte. Chato pensar na morte, não é?

Parece que vamos vivendo no automático como se fôssemos viver para sempre, como se não existisse fim, morte, aniquilamento. É bom estar vivo. Mas é bom também pensar que vamos morrer porque isso pode nos ajudar em muitas coisas. Inclusive a pensar como viver com melhor qualidade de vida, que não tem que ver necessariamente com crescimento econômico.

Pensar que somos criatura ajuda. O que é uma criatura? É alguém que foi criado, que não tem existência própria, que não pode perpetuar a vida. Somos isso como raça humana. Não somos deuses. Não temos vida própria, inerente ao nosso ser. Temos vida emprestada. Temos um prazo de validade, o qual pode ser maior ou menor dependendo de vários fatores, principalmente os ligados ao estilo de vida.

Meditar por uns momentos, vez ou outra, em nossa finitude pode assustar, porque surgem pensamentos que nos lembram que estamos caminhando para a morte. Mas pode ajudar porque podemos pensar sobre o significado da nossa vida e corrigir a tempo aquilo que pode nos matar mais rápido.

Talvez nos tornaremos mais humildes e menos arrogantes ao pensar que somos criaturas. Talvez nossa vida poderá se tornar mais útil. Poderemos caminhar rumo ao desapego de bens materiais, evitar discussões improdutivas, atitudes corrompidas, competição destrutiva.

Matamos uns aos outros talvez porque nos esquecemos que todos somos criatura. Somos semelhantes. Como criaturas somos irmãos. Precisamos uns dos outros. A função na vida não é roubar os outros, não é agredir as pessoas, não é acumular riqueza para viver com egoísmo e depois morrer. Não é ficar competindo para ver quem é melhor nisso ou naquilo, seja no meio comercial, empresarial, vida artística e esportiva, mundo político, ambiente familiar.

Somos criaturas. Pense nisso com mais frequência. Acho que pode ajudar a viver melhor, com simplicidade serena, com menos ansiedade e menos tristeza.

 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Por que uma pessoa fica deprimida?

quinta-feira, 02 de novembro de 2023

Ainda existem perguntas sobre o por que as pessoas ficam deprimidas. Nem sempre encontramos todas as respostas para muitos casos. Sabemos que cada um tem temperamento, visão de vida, maneira de lidar com conflitos, recursos mentais, história da infância, perdas que diferem bastante um do outro.

Nem sempre uma perda atual explica a razão de um indivíduo entrar em depressão. Pessoas com o mesmo tipo de perda – divórcio, morte de pessoa querida, demissão de emprego etc. – reagem de forma diferente, algumas se deprimindo e outras não.

Ainda existem perguntas sobre o por que as pessoas ficam deprimidas. Nem sempre encontramos todas as respostas para muitos casos. Sabemos que cada um tem temperamento, visão de vida, maneira de lidar com conflitos, recursos mentais, história da infância, perdas que diferem bastante um do outro.

Nem sempre uma perda atual explica a razão de um indivíduo entrar em depressão. Pessoas com o mesmo tipo de perda – divórcio, morte de pessoa querida, demissão de emprego etc. – reagem de forma diferente, algumas se deprimindo e outras não.

Tem teorias que afirmam que uma pessoa entra em depressão se e quando vive nutrindo pensamentos de derrota, de desvalor, de ser rejeitada, de baixa autoestima. Ela teria distorções de pensamento que favorecem o sentimento de tristeza que leva à depressão.

Outras teorias falam da importância dos traumas infantis e perdas na vida adulta como causadoras do estado depressivo. Algumas crianças realmente viveram em ambiente familiar nos primeiros anos da infância onde havia abuso verbal, físico, emocional, em alguns casos houve abuso sexual, e juntando isso com a sensibilidade daquela criança, talvez maior do que a de um irmão, e anos adiante surgiu a depressão. A depressão, nestes casos, seria uma reação dolorosa diante de perdas importantes na vida de uma pessoa sensível, vulnerável.

Pais neuróticos podem ser inconsistentes, uma hora dizendo uma coisa para o filho, outra hora dizendo o oposto, sem ternura, irritados, cheios de necessidades egoístas criando um mundo imprevisível e hostil para a criança. Com isso, a criança se sente confusa, desamparada, surgindo a raiva. Mas, uma criança pequena, normalmente dependente dos pais para a vida, pode ter medo de expressar raiva para com eles e ser rejeitada. Com isso, ela pode reprimir a raiva e acabar direcionando a mesma contra si, se atacando. É como se dissesse para si mesma: “Meus pais estão certos e eu errado. Não tenho valor”, e surge a depressão.

A criança, vítima de pais (pai e mãe) nervosos, agressivos não consegue pensar: “Mamãe grita comigo porque ela não tem controle emocional e não porque eu sou uma pessoa má.” A tendência é a criança pensar que ela é que está errada. Se esta atitude ruim dos pais se torna repetitiva ao longo dos anos, esta criança cresce com uma autoimagem negativa, se sentindo sem valor, e lá na frente, no casamento, no trabalho ou em outro relacionamento ao se envolver com alguém também abusivo, isto é o fator gatilho que pode desencadear um estado depressivo.

Na tentativa da criança ser amada, ela pode adotar inconscientemente papéis que são ruins para ela, mas que crê que poderá agradar seus pais e, assim, receber amor deles. Então, se torna sofredora de ansiedade excessiva ou desenvolve um estado depressivo, porque perdeu parte de sua identidade tentando ser perfeita. Algumas crianças criadas em lares ditatoriais, rígidos, inflexíveis, se deprimem porque sentem que nunca são boas o suficiente, não importa o quanto elas tentem. O problema não está nelas, mas no comportamento dos pais que pode ser agressivo, frio, injusto, abusivo, imprevisível.

Essa necessidade de agradar, e a falha em fazê-lo, pode causar na criança um sentimento de necessidade doentia de ser amada por todos, colegas da escola, membros da família, na vida adulta ser amada por colegas de trabalho, e de forma obsessiva pelo cônjuge.

A resolução do estado depressivo, então, na vida adulta, precisa passar por conseguir ter uma visão e correção das maneiras erradas de pensar sobre seu valor pessoal, entender que houve o cultivo de uma crença de se ver de forma negativa, e aprender a se valorizar, se respeitar, ter autocompaixão, perdoar os pais pelos erros que eles cometeram na criação dos filhos, e evitar manter a ideia de que alguém poderá preencher tudo o que faltou de afeto lá atrás.

Existem outras teorias psicológicas na tentativa de explicar as causas da depressão. A melhora depende mais de compreender as causas e trabalhar nelas conscientemente, do que de medicamentos numa boa parte dos casos.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com  

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Halloween: brincadeira inocente?

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Halloween veio de Samhain, antigo festival criado pelos celtas no norte da Europa. Samhain significa “fim de verão”. O festival simbolizava o fim do verão e início de nova estação, o fim da luz e o início da escuridão, o fim da vida e o início da morte. Na verdade, derivava de raízes pagãs e sobrenaturais, envolvendo sacrifícios e oferendas aos deuses celtas e práticas pagãs de adivinhação.

Halloween veio de Samhain, antigo festival criado pelos celtas no norte da Europa. Samhain significa “fim de verão”. O festival simbolizava o fim do verão e início de nova estação, o fim da luz e o início da escuridão, o fim da vida e o início da morte. Na verdade, derivava de raízes pagãs e sobrenaturais, envolvendo sacrifícios e oferendas aos deuses celtas e práticas pagãs de adivinhação.

Segundo a crença dos celtas, na data do festival, queridos falecidos os visitariam, e eles definiam um lugar à mesa para estes falecidos preparando um banquete, e colocavam guloseimas do lado de fora de casa para os espíritos errantes. Para afastar espíritos malignos de casa, os celtas colocavam abóboras esculpidas (ou nabos) na frente de suas portas. Se saíssem à noite, usavam fantasias para que, ao encontrar um espírito maligno, fossem confundidos com um espírito maligno e, assim, seriam protegidos do mal e dos problemas.

Ao longo dos séculos, Samhain seguiu em formas variadas até cerca de 609 D.C., quando o papa Bonifácio IV declarou nova celebração. Inicialmente, ele criou o "Dia de Todos os Santos" que celebra mártires e santos que não receberam um dia especial no calendário da Igreja Católica Romana. Mais tarde, o Papa Gregório III mudou a celebração para o outono para coincidir com Samhain, e o Dia de Todos os Santos continuou sua evolução para a celebração moderna do Halloween (hallow significa “faça santo” ou “considerar algo sagrado”).

Halloween também é uma época do ano celebrada por defensores da Wicca, uma rede de bruxas, que prega que 31 de outubro marca o momento em que a separação entre os reinos espiritual e físico é a mais fina, sendo o Halloween o melhor momento para interagir com o sobrenatural. Indo mais longe, algumas dessas conexões de outro mundo se alinham com o satanismo. O Halloween sempre manteve uma relação com o ocultismo. Além disso, a premissa do Halloween inclui uma exibição intencional e pública de imagens, travessuras e comportamento geralmente desprezado em qualquer outra época do ano. A data adquiriu um significado sinistro, com fantasmas, bruxas, gatos negros, fadas e demônios de todos os tipos que se diz estar vagando, sendo a hora de aplacar os poderes sobrenaturais que controlam o processo da natureza.

O costume das crianças pedirem doces ou fazerem travessuras de porta em porta se liga aos antigos sacerdotes druidas, que iam de casa em casa exigindo comida para seu consumo, bem como para oferendas aos seus deuses. Se as pessoas numa casa não lhes dessem comida, era feita uma maldição demoníaca sobre a casa e, segundo a história, alguém da família morreria dentro de um ano.

Há elementos do Halloween que são inofensivos e divertidos. Enquanto em outro, contém influências sinistras e promove comportamentos com realidades preocupantes para famílias de todas as origens. Fora a exploração industrial e comercial da data, que em 2021 rendeu cerca de dez bilhões de dólares.

Na crença cristã bíblica, as Escrituras instruem os cristãos contra a participação em práticas pagãs que envolvam bruxaria, ocultismo e adoração de deuses pagãos. O Halloween e seus costumes não têm raízes bíblicas, estando enraizados nas práticas ocultas e pagãs. Qualquer prática derivada do ocultismo é incompatível com os ensinamentos das Escrituras (Levítico 20:6 e Deuteronômio 18:10-12).

Como muitos não acreditam na existência de demônios, sentem que não há mal em brincar com essas “relíquias religiosas do passado”. As crianças são ensinadas que não existem seres como bruxas e espíritos malignos e que é divertido se vestir como fantasmas ou duendes. Triste isso. A negação da existência de Satanás e das forças demoníacas é claramente contrária às Escrituras. De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia afirma a existência de Satanás e seres espirituais demoníacos (Gênesis 3:1; Jó 1:6; Mateus 8:31; Apocalipse 12:9). Na educação das crianças, é importante que não plantemos ideias falsas em suas mentes.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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