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Que negócio é esse de valores morais?

quinta-feira, 03 de novembro de 2022

O que significa “valores morais”? Tem que ver com bom funcionamento da sociedade? Valores morais é o mesmo que hipocrisia? Não fazem mais sentido no século XXI? Uma definição diz que valores morais são princípios que orientam a conduta das pessoas numa sociedade. Dizem respeito ao bem, em oposição ao mal, ou ao correto, em oposição ao errado. Dizemos que certas atitudes são aceitas moralmente porque estão em conformidade com certos princípios – os valores morais. (Pedro Menezes, professor de Filosofia, mestre em Ciências da Educação).

O que significa “valores morais”? Tem que ver com bom funcionamento da sociedade? Valores morais é o mesmo que hipocrisia? Não fazem mais sentido no século XXI? Uma definição diz que valores morais são princípios que orientam a conduta das pessoas numa sociedade. Dizem respeito ao bem, em oposição ao mal, ou ao correto, em oposição ao errado. Dizemos que certas atitudes são aceitas moralmente porque estão em conformidade com certos princípios – os valores morais. (Pedro Menezes, professor de Filosofia, mestre em Ciências da Educação). Mas quem estabelece os padrões morais numa sociedade?

Exemplos de valores morais: justiça, altruísmo (oposto de egoísmo), honestidade (oposto de desonestidade e corrupção), liberdade, igualdade, lealdade, coragem, solidariedade, respeito pelo próximo, bondade, gratidão, responsabilidade, sinceridade, compaixão, integridade, ética no trabalho, cooperação, humildade, entre outros. E o que significa hipocrisia? É quando a pessoa finge ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que na verdade não possui, e geralmente exigindo que os outros se comportem com uma conduta moral que ela mesma transgride. Será que qualquer pessoa que procura defender valores morais é hipócrita?

De onde vem o conceito de boa moral não hipócrita? Qual o fundamento para se classificar o bem e o mal, o certo ou o errado? Quem ou o quê estabelece tais deveres sobre nós? Não temos como negar que bem e mal, certo e errado existem. Se alguém lhe rouba o celular e você diz: “Isto é errado!”, você está afirmando a existência da moralidade subjetiva. Quando os “sem terra” invadiam propriedades privadas adquiridas com suor pelo proprietário, sendo apoiados pelo governo anterior, era certo ou errado, de boa ou de má moral?

Se os valores morais estão fora de moda e não mais fazem sentido em nossa sociedade, então será que o crime compensa, o abuso de crianças, a discriminação racial, a corrupção política, a violência social, não são moralmente errados? Será tudo isso uma questão de opinião ou preferência pessoal?

É muito clara a profunda queda dos valores morais no mundo. O pensador, psicólogo e psicanalista Rollo May descreve, em um de seus livros, o que chamou de “cinismo social”, no qual nos acostumamos com o errado, com a corrupção, com a violência, com distorções de conduta sadia. Neste tipo de queda de padrão saudável da boa moralidade, consequências da imaturidade psíquica passam a ser consideradas normalidade e ai de quem falar disso como sendo, como é de fato, resultado de bloqueios no processo de maturação da personalidade.

A ignorância ainda é grande mesmo num mundo de tecnologia avançada. Não por falta de informação, mas por manipulação dela. Uma multidão tende a seguir os baixos padrões morais divulgados por parte da mídia cujo interesse é puramente econômico e de destruição ou desvalorização do bem. Mistura-se liberdade com imaturidade. Falta honestidade para admitir que condutas imaturas são resultado de bloqueios no processo de desenvolvimento da personalidade. Então, novelas, filmes, vídeos, ideologias defendem, às vezes agressivamente, como normalidade aquilo que é fruto de imaturidade emocional.

No mundo político e judiciário, com exceções, parece que o motivo principal para o desejo de poder é a revolta contra valores nobres não hipócritas da humanidade. Líderes políticos cheios de conflitos de interesses egocêntricos, sem honesto interesse pelo bem da população, formam alianças e parcerias recheadas de hipocrisia. A ideologia por detrás é de revolta aparentemente contra a injustiça social, mas por detrás dos bastidores do consciente, é contra valores morais. Não vai dar certo. Parece que o mal vence, mas é só uma aparência. Quando Jesus viveu aqui na Terra, foi perseguido, discriminado, sofria com a distorção de Seus ensinos sobre bons conceitos morais que Ele vivia e pregava, e ao morrer na cruz, pareceu que o mal havia vencido. O mal venceu mesmo?

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Codependência afetiva

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Uma pessoa codependente focaliza nos problemas, sentimentos, necessidades e desejos de outras pessoas, e minimiza ou ignora os seus próprios. Ela vê outras pessoas como mais importantes do que ela mesma e prioriza cuidar delas para se sentir necessária, amada ou de valor. É normal precisar e confiar nos outros, porém um codependente é excessivamente dependente dos outros emocionalmente porque busca assim ter sua identidade e senso de valor.

Uma pessoa codependente focaliza nos problemas, sentimentos, necessidades e desejos de outras pessoas, e minimiza ou ignora os seus próprios. Ela vê outras pessoas como mais importantes do que ela mesma e prioriza cuidar delas para se sentir necessária, amada ou de valor. É normal precisar e confiar nos outros, porém um codependente é excessivamente dependente dos outros emocionalmente porque busca assim ter sua identidade e senso de valor.

Os sintomas de codependência são: 1 – a pessoa gosta de tentar consertar, ajudar ou resgatar os outros por isso lhe dar um senso de propósito e faz se sentir necessário; 2 - se concentra em outras pessoas e nos problemas delas e ignora seus sentimentos e necessidades; 3 - pode incomodar, ser controlador, dar conselhos não solicitados; 4 - muitas vezes o codependente se sente preocupado, culpado e envergonhado; 5 – é autocrítico e talvez perfeccionista; 6 - se sente responsável por todos e por tudo; 7 - não tem forte noção de quem é, do que gosta, como se sente ou o que importa para ele; 8 - tende a se sacrificar em relação ao que quer ou precisa, para evitar perturbar ou decepcionar os outros; 9 - tem problemas para estabelecer limites e ser assertivo; 10 - dificuldade em ter comunicação aberta e confiança; 11 - dificuldade em pedir e aceitar ajuda; 12 - medo de abandono, críticas e rejeição, que pode levar a agradar as pessoas, ter falta de colocação de limites e tolerar maus-tratos; 13 - Talvez seja trabalhador, excessivamente responsável ao ponto de exaustão ou ressentimento; 14 - suprime ou reprime seus sentimentos e absorve os sentimentos de outras pessoas; 15 - tem baixa autoestima, se sente não amável ou não bom o suficiente; 16 - quer se sentir no controle e tem dificuldade em se ajustar quando as coisas não vão de acordo com a maneira que ele quer. Uma pessoa não precisa ter todos estes sintomas para se dizer que ela é codependente.

Um codependente se torna responsável demais e permite que o outro com que convive não assuma algumas responsabilidades. Pode-se desenvolver um relacionamento codependente com o cônjuge, filho, pai, mãe, colega de trabalho ou amigo. Traços codependentes se desenvolvem como resultado de traumas infantis em famílias com pai ou mãe viciada, doente mental, abusiva ou negligente.

A cura da codependência envolve, em vez de se concentrar tanto no que os outros precisam, considerar suas próprias necessidades e torná-las prioridade. Isso não significa que nunca se deve considerar as necessidades dos outros ou não cuidar deles, mas que suas necessidades são tão importantes quanto as dos outros. Se o codependente não cuidar de si, acabará esgotado, ressentido e frustrado. A cura inclui saber o que se precisa e pedir, além de não continuar a se sentir e agir como vítima, e aprender a se comunicar assertivamente, se defender, estabelecer limites para se proteger de abusos e ter relacionamentos onde dá e recebe.

A cura do comportamento codependente também inclui conhecer a si mesmo. Muitas vezes, o codependente passa tanto tempo pensando e tentando cuidar ou apaziguar os outros que perde o contato consigo mesmo. Daí, precisa explorar o que é, o que gosta, o que é importante para si, quais são seus objetivos.

Para a cura do codependente é importante se tratar com bondade. Ele tende a ser duro consigo mesmo, autocrítico e implacável sem razão. Em vez disso, deve oferecer a si bondade, aceitação e apoio, tratando-se como se fosse um querido amigo. A autocompaixão é outra maneira de valorizar e cuidar de si mesmo e tem sido demonstrado que aumenta a resiliência, a motivação e diminui o estresse.

A recuperação da codependência é um processo e pode ser angustiante ao se pensar em todas as mudanças que o codependente deseja fazer. Mas a boa notícia é que a recuperação não é tudo ou nada. A pessoa pode se beneficiar em fazer apenas pequenas mudanças. Ela deve ir devagar, e com prática consistente, suporte e aprendizado de novas habilidades. Assim gradualmente se sentirá mais confiante e saberá que está no caminho para se recuperar da codependência.

Fonte: https://www.psychologytoday.com/us/blog/conquering-codependency/202010/how-conquer-codependency

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O médico e você juntos no tratamento

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A ciência é importante, claro, para trazer novas verdades através das pesquisas. Mas nós médicos não podemos perder de vista a humanidade do paciente, o fato de que ali diante de nós está uma pessoa com tantas características subjetivas, peculiaridades, formas de pensar e de sentir diferentes, afeto próprio, inserção na realidade da vida do modo e na possibilidade dele, entre outros fatores. Sem compreensão profunda do todo da pessoa, fica mais difícil acertar o tratamento.

A ciência é importante, claro, para trazer novas verdades através das pesquisas. Mas nós médicos não podemos perder de vista a humanidade do paciente, o fato de que ali diante de nós está uma pessoa com tantas características subjetivas, peculiaridades, formas de pensar e de sentir diferentes, afeto próprio, inserção na realidade da vida do modo e na possibilidade dele, entre outros fatores. Sem compreensão profunda do todo da pessoa, fica mais difícil acertar o tratamento.

O Pai da Medicina, Hipócrates, disse que mais importante do que saber que doença tem determinada pessoa é saber que pessoa tem determinada doença. E isto, eu creio, faz a diferença entre tratamentos que funcionam duradouramente e os que funcionam mais temporariamente, entre os resultados mais só sobre sintomas e os que produzem cura.

O profissional tem seus limites também. O médico vê muita coisa no paciente. Mas ele só pode ver no outro o que pode ver em si mesmo em termos de ser humano. Médicos também podem ter ansiedade, depressão, dificuldades afetivas variadas. Isto pode interferir no relacionamento médico-paciente com prejuízo para os resultados se o profissional estiver com baixa percepção da realidade de si e, por exemplo, não compreender o que significa a angústia humana.

Conhecer anatomia, fisiologia, farmacologia, histologia, patologia, microbiologia, técnicas de cirurgia, etc., é fenomenal! Mas mais ainda, pelo menos para mim, é conhecer o psiquismo de um indivíduo. Ou seja, por que ele funciona deste jeito como pessoa, como um ser pensante, que possui afetos e faz escolhas. Conhecer a pessoa do paciente é maravilhosa aventura. Entretanto, também é uma maravilha ter profissionais que conhecem muito bem os órgãos humanos, pois assim, em emergências, podemos contar com eles para nos ajudar organicamente, seja pela atuação clínica ou cirúrgica.

Da próxima vez que você for a um médico, abra mais seu coração para ele e fale daquilo que tem incomodado sua vida emocional. Faça perguntas sobre o papel do estresse emocional sobre os sintomas que você apresenta. Bote para fora as queixas emocionais, as preocupações com sua saúde e não somente focalize na dor física aqui e ali no seu corpo, ou no mal funcionamento desta ou daquela função do seu organismo. Tomara que ele não saia com sugestões superficiais tipo, “Faça uma viagem!”, ou “Faça mais sexo!”, ou “Compre isto ou aquilo!”, ou “Curta mais a vida!”, ou “Arranje outro cônjuge!”.

O médico acalma o paciente quando ele sabe escutar com o coração e não só com o estetoscópio e quando o paciente está aberto para receber ajuda. Um bom médico deve ser um bom conselheiro e um bom conselheiro é em primeiro lugar um bom ouvinte.  

Talvez você tenha que escutar melhor a verdade interior da sua própria consciência que está dizendo algo para a melhora de sua saúde. Com tanta informação sobre saúde é bem provável que você saiba, pelo menos em parte, o que está praticando e que não é bom. Então, mude. Mude seu estilo de vida. Coma com melhor qualidade. Faça exercícios físicos constantes. Durma melhor e mais cedo. Trabalhe sem ganância e competição. Compartilhe o que tem obtido. Desfrute mais sua família. Frequente mais a natureza e menos os shoppings. Seja compassivo com os outros e consigo mesmo. Troque as novelas de TV por bons livros. Seja bom com você mesmo. Até certo ponto podemos ser nosso próprio médico. A cura vem pela prática da verdade em obediência às leis da saúde, leis físicas (biológicas), mentais, sociais e espirituais. Um dia de cada vez, uma coisa de cada vez.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Boa educação emocional do seu filho

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que as doenças mentais nos adultos são doenças crônicas das crianças e adolescentes. Releia esta frase. O que a OMS está dizendo? Que sofrimentos mentais de um adulto têm que ver com o que ocorreu na educação emocional desta pessoa quando ela era criança e adolescente.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que as doenças mentais nos adultos são doenças crônicas das crianças e adolescentes. Releia esta frase. O que a OMS está dizendo? Que sofrimentos mentais de um adulto têm que ver com o que ocorreu na educação emocional desta pessoa quando ela era criança e adolescente.

Estudos mostram que crianças que tiveram a perda do pai ou da mãe antes dos 9 anos de idade podem ter maior vulnerabilidade para sofrimentos mentais no futuro, e as que ficaram órfãs da mãe antes dos 5 anos de idade têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver transtorno afetivo bipolar (G. Gabbard, 2016). Também se observou que para as crianças é mais danoso do ponto de vista emocional, se os pais se separam definitivamente do que se um deles morre. Isto revela quão importante é o vínculo afetivo mãe-filho, pai-filho para a prevenção de transtornos mentais no futuro da criança, e mesmo durante a infância.

Alguns pais são permissivos, amam os filhos sem colocar limites, o que facilita o surgimento de uma criança egoísta por não ensinar a ela sobre como as atitudes dela afetam os outros. Algumas crianças criadas em lares permissivos tendem a ser impulsivas, agressivas e vagarosas quanto às responsabilidades delas. Alguns pais endeusam os filhos. Nestes casos, a criança se torna o centro da família, e é provável que cultive sentimentos de merecer ser melhor tratada do que outros. Este modelo de família é perigoso porque a criança pode passar a sentir que a vida é sobre ela e ninguém mais.

Liberdade sem limites pode ser destrutivo para o desenvolvimento da criança porque sem ela pagar pelas consequências de seus erros, não terá um senso de limites, e como resultado poderá ter problemas nos relacionamentos sociais e falta de disciplina para enfrentar os desafios da vida.

Desde o primeiro momento em que uma criança confronta os pais com atitude rebelde, ela deve ser disciplinada e ajudada a compreender que ela deve obedecer e respeitar os pais. Atitudes rebeldes das crianças devem ser abordadas e corrigidas precocemente, se não podem aumentar, os pais recuarem e depois ficar sem controle. Se a criança, por um impulso, birra, egoísmo, grita ou tenta bater (chutando, dando tapa, atirando um objeto) no pai ou mãe, fale com amor e com firmeza que ela não pode fazer isto. Se ela insistir ou repetir, terá que perder algo de valor para ela.

Outra coisa importante tem que ver com não exaltar a criança quando ela fizer algo que os pais pediram e que seria normal fazer. Se não ela fica construindo uma crença psicológica na sua mente de que o que ela deve fazer não é algo que realmente deve fazer para a harmonia no lar, e sim um favor que fez. 

Não se deve permitir a criança interferir quando os pais estiverem falando com um adulto. Ouça rapidamente o que a criança está dizendo e se não for nada urgente, diga a ela para esperar e continue falando com o adulto. É a criança que precisa esperar os pais terminarem de falar, e não pai ou mãe interromper a conversa, a não ser que seja, repito, uma emergência. Se os pais sempre interromperem uma conversa com outro adulto para dar prioridade para a criança, ela desenvolverá a ideia de que o mundo gira em torno dela. Isto não é a realidade e a criança precisa aprender a esperar. 

Uma criança pode ganhar brinquedos com frequência e não ficar satisfeita, no mesmo dia querendo outro. Ela pode se acostumar a só ganhar, então ensine-a a dar. Querer sempre mais coisas é meio normal em crianças e em adultos também. Mas ensinar a dar é bom para a construção de uma personalidade saudável, não egocêntrica. Se os pais já descobriram que dar é melhor do que receber, eles saberão educar os filhos nesse sentido.

Educar filhos é um desafio com tanta informação, boa e ruim, com amizades duvidosas nas escolas, com ideologias sem fundamento científico, com a mídia cheia de maus exemplos éticos e morais, mas com amor, dedicação, seguindo princípios de valor equilibradamente, seu filho, sua filha, poderá crescer para terem uma vida com sentido, com utilidade, honestidade e espiritualidade.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorceasr.com

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Escolha a verdade

quarta-feira, 05 de outubro de 2022

Existe um problema na natureza humana que, entre outros, é o egoísmo. Também existe um conflito na Natureza, por exemplo, as folhas caem mortas. Observamos na sociedade dificuldades graves como a violência, a corrupção que priva a população de benefícios a que tem direito, a injustiça social com muitos ricos em contraste com pobres. Vemos diferentes filosofias e religiões que pregam coisas opostas, às vezes citando a mesma fonte de um determinado texto religioso.

Existe um problema na natureza humana que, entre outros, é o egoísmo. Também existe um conflito na Natureza, por exemplo, as folhas caem mortas. Observamos na sociedade dificuldades graves como a violência, a corrupção que priva a população de benefícios a que tem direito, a injustiça social com muitos ricos em contraste com pobres. Vemos diferentes filosofias e religiões que pregam coisas opostas, às vezes citando a mesma fonte de um determinado texto religioso.

É estranho como que parte da população rejeita conceitos éticos, de bom senso, razoáveis e de boa moral. Certa vez Jesus Cristo curou dez leprosos. Ele curou os dez, mas só um veio agradecer, e este recebeu também a luz da vida porque decidiu por ela. O que aconteceu com os outros nove? O egoísmo os privou de receber a cura mais profunda e mais importante que dá sentido ao existir?

O que faz as pessoas decidirem por filosofias estranhas, votarem em candidatos a cargos políticos comprovadamente corruptos e mentirosos, praticar atos maldosos contra o próximo, viver em ganância material, competição injusta, conflitos de interesses mesmo em ambientes científicos? O neurologista James Putnam, da Universidade de Harvard, disse: “Quando me interrogo por que sempre me empenhei por ser honesto e compreensivo para com os outros, e se possível sempre bondoso, e por que não desisti mesmo quando percebi que com isso a gente se prejudica, a gente passa a ser bigorna porque os outros são cruéis e não merecem confiança, na verdade não sei a resposta.” Citado por Hans Küng em “Freud e a questão da religião”, Verus Editora, p.100, 2005.

A escritora de assuntos sobre saúde, educação e espiritualidade com mais livros traduzidos em mais idiomas no mundo, escreveu: “Existe em cada coração [mente] não somente poder intelectual, mas espiritual, uma percepção do correto, um desejo por bondade.” Ellen G. White, Educação, p.29. E ela também comentou: “Há em sua [dos seres humanos] natureza um pendor para o mal, uma força à qual, sem auxílio, ele não poderá resistir.” idem, p.29.

Quem você acha que controla sua vida, o bem ou o mal? Você quer somente benefícios egocêntricos como os nove leprosos? Ou deseja também a cura mais profunda, da mente, do ser? A escolha é sua. Mas se você decide pela não lógica, pela falsa verdade, pela imoralidade, por apoiar líderes sociais, políticos, filósofos ou religiosos, que têm um discurso hipócrita que contradiz com suas práticas de vida, este é um direito seu, mas como tudo na vida, existem consequências das escolhas que fazemos. E elas podem ser construtivas ou destrutivas.

Às vezes leva muito tempo, mesmo décadas, para um indivíduo sair do estado mental de insanidade, mesmo tendo uma posição social-política-religiosa poderosa, para entrar num caminho de humildade, compaixão, verdade e real eficácia na defesa das necessidades das comunidades onde exercem o poder a eles atribuído seja por eleições, decisões administrativas ou nomeações. A saúde mental não é algo automático. Temos que lutar por ela. O mesmo se dá quanto à saúde física, social, política e espiritual. Mas continua sendo um mistério que muitos permanecem e permanecerão no autoengano achando que estão numa posição superior e na verdade. Não foi sem razão que Jesus Cristo disse: “Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas.” Mateus 6:23.

Qual a solução para não cair no engano da inverdade? Começa com o sincero desejo de realmente querer a verdade, seja pessoal, das relações humanas, política, espiritual. E em seguida, se processa na busca incansável da verdade deixando a mente aberta para ela, o que, em muitos casos, pode contrariar as crenças pessoais arraigadas há anos. Muito de saúde mental, espiritual, social, política, tem que ver com desaprender para aprender de maneira correta. Mas isso é uma decisão pessoal. Depende da sua escolha. Ainda temos liberdade para isso. Mas ela nos será tirada por governos unidos a poderes religiosos perseguidores dos que querem ficar na luz. Portanto, firme-se no desejo, na busca e na aceitação da verdade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Saúde e liberdade

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Estamos caminhando a passos largos para a perda da liberdade. Virá angústia entre as nações. Já sentimos isso. Já tivemos uma “amostra grátis” com a pandemia. Saúde mental se liga com liberdade. Qualquer tipo de coerção, seja familiar, institucional, política, ideológica, é oposto de saúde mental e de liberdade.

Estamos caminhando a passos largos para a perda da liberdade. Virá angústia entre as nações. Já sentimos isso. Já tivemos uma “amostra grátis” com a pandemia. Saúde mental se liga com liberdade. Qualquer tipo de coerção, seja familiar, institucional, política, ideológica, é oposto de saúde mental e de liberdade.

A liberdade fisiológica é saúde. Doença tem que ver com alteração da fisiologia. Liberdade nas funções do corpo e mente significa a manutenção do mecanismo homeostático em nosso organismo. E na mente, claro, também. Tudo o que impede o cérebro de funcionar no seu melhor, contribui para a perda da liberdade de pensar com clareza e, com isso, chegar à verdade da vida.

Está vindo um novo reset, uma nova ordem mundial que pretende igualar as classes sociais, mas com o controle de uma elite mundial. Vem aí o dinheiro digital que será um dos instrumentos para tirar a liberdade das pessoas. Apesar de discursos sobre paz a surgir, será uma falsa paz porque ela será propagada sob coerção em nome do ecumenismo.

Liberdade significa, entre outras coisas, não unir igreja com Estado. Cada cidadão precisa ter o direito de cultuar o que quiser, quem quiser e o Estado não deveria se intrometer nisso. Mas vai se intrometer em nome de defender o ecossistema, o aquecimento global, a unificação das classes, uma nova ordem mundial já em preparo há décadas por liderança política, econômica e eclesiástica mundial em união com sociedades secretas.

Mas felizmente não é possível tirar das pessoas a liberdade de pensar. Nisto todos somos livres quando nos permitimos seguir a verdade. Não seguir a verdade é prisão de pensamento. Talvez isto seja pior do que se tornar um psicótico, porque o psicótico conhece a “verdade” do inconsciente. Ele só não sabe é como usar isso para estar na realidade. O psicótico é muito mais honesto do que muitos políticos.

Liberdade depende de motivação também. Por que uma pessoa quer chegar ao poder? O que motiva isto pode ser da luz ou das trevas. Os corruptos ou sabem que são guiados pelo mau e não se importam, ou não sabem o quão profundamente estão dominados por ele, apregoando ser livres. Não há liberdade na maldade.

Temos mais uma vez a chance de escolher a liderança política em nosso país. Felizmente ainda temos a liberdade de votar. Mas não é incrível como instituições eleitorais aprovam a elegibilidade de indivíduos que foram provados como corruptos? E não é ainda mais abominável que o povo vota nestes usurpadores do próprio povo? Como entender isso? Que saúde mental se pode dizer que existe neste contexto?

A verdade não é qualquer coisa. Nem todos os caminhos levam a Deus. Por favor, olhem o histórico do passado dos candidatos. Discursos inflamados e cheios de promessas irrealizáveis são o prato feito de uma maioria deles, com algumas exceções felizmente. Não venda sua liberdade. Não se deixe influenciar pelas estatísticas de telejornais com números de entrevistados sem significância para o número da população votante. A mentira pode parecer vencer durante algum tempo, mas a verdade prevalecerá ao final. Pode demorar mais do que gostaríamos, mas ela vencerá.

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Semana Especial sobre Saúde Mental

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Esta semana, desde segunda-feira, 19, até amanhã, 23, estamos apresentando uma série especial sobre saúde emocional na TV Novo Tempo, sendo que a cada dia abordamos um tema diferente. Falamos sobre suicídio, depressão, ansiedade, transtorno-obsessivo compulsivo e trauma. Para assistir basta entrar no You Tube em www.youtube.com/vidaesaudent  e em cada tema apresentamos as causas, sintomas, temos um depoimento real de pessoas que passaram por estes sofrimentos, e respondemos perguntas ao vivo de telespectadores.

Esta semana, desde segunda-feira, 19, até amanhã, 23, estamos apresentando uma série especial sobre saúde emocional na TV Novo Tempo, sendo que a cada dia abordamos um tema diferente. Falamos sobre suicídio, depressão, ansiedade, transtorno-obsessivo compulsivo e trauma. Para assistir basta entrar no You Tube em www.youtube.com/vidaesaudent  e em cada tema apresentamos as causas, sintomas, temos um depoimento real de pessoas que passaram por estes sofrimentos, e respondemos perguntas ao vivo de telespectadores.

O programa Vida e Saúde vai ao ar de segunda até sexta-feira às 16h ao vivo e com reprise às 9h. Minha participação com os episódios do Claramente são exibidos nas segundas, quartas e sextas. Mas como esta semana é especial, minha participação está maior e estamos usando o programa inteiro de uma hora de duração (das 16h até 17h) para falar destes temas de saúde mental.

Usamos setembro para a prevenção do suicídio. As principais causas que levam as pessoas ao suicídio, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde são: uso de drogas, crise psicótica, falência financeira, término de relacionamento, perda de emprego, morte de pessoa amada, solidão, abusos, vergonha, pressão social no sentido da pessoa não conseguir ter um padrão de vida que outros conseguem, entre outras causas. Mas há causas obscuras, as quais não se entende bem.

Algumas atitudes que ajudam a prevenir o suicídio incluem: 1 - Reduzir o acesso aos meios de suicídio, diminuindo a facilidade para conseguir pesticidas, armas de fogo e alguns medicamentos; 2 - Meios de comunicação devem oferecer informações sobre o assunto de forma responsável; 3 - Introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool; 4 - Identificação precoce, tratamento e cuidado de pessoas com transtornos mentais e abuso de substância; 5 - Tratamento da dor crônica; 6 - Ajuda para lidar com o estresse emocional agudo; 7 - Formação dos trabalhadores não especializados de saúde na avaliação e gestão de comportamento suicida; 8 - Cuidados no acompanhamento para as pessoas que tentaram suicídio e 9 - Apoio da comunidade. Fonte: Comportamento suicida: os números revelam o mundo e o Brasil, Alexandrina M. A. S. Meleiro, Depto. de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Revista Brasileira de Medicina, edição especial/neuropsiquiatria, vol.73, setembro 2016, p.20-28.

No fundo, o suicida não quer morrer. Ele não sabe é como continuar vivendo com aquilo que para ele é um beco sem saída. Mas sempre há uma saída. Não necessariamente para aquilo que a pessoa deseja, mas pelo menos para ela aprender a suportar a perda e a frustração, aprender a lidar construtivamente com a raiva contra a realidade, raiva esta que ela joga contra si mesma, se agredindo às vezes mortalmente.

Se você tem pensamentos suicidas persistentes ou planeja um suicídio, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) agora com ligação grátis em todo o Brasil, pelo numero 188. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias: www.cvv.org.br

Outros sites que ajudam na questão do suicídio são: Rede Brasileira de Prevenção ao Suicídio: www.rebraps.com.br; Informações sobre prevenção do suicídio: www.prevencaosuicidio.blog.br; Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídios www.abeps.org.br

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Importância da família

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

A família continua sendo importante para nossa vida e construção da sociedade. Segundo a filosofia judaico-cristã, ela foi idealizada por Deus, o Criador do Universo. Segundo o relato bíblico da Criação, duas instituições divinas permaneceram após a queda de Adão e Eva: o sábado como dia especial comemorativo da Criação que identifica o Deus Criador, e o casamento (família). Um detalhe: muitos líderes religiosos afirmam em suas pregações que o sábado como dia separado para adoração, é para os judeus. Mas ele foi instituído como dia especial muito tempo antes de ter surgido o povo judeu.

A família continua sendo importante para nossa vida e construção da sociedade. Segundo a filosofia judaico-cristã, ela foi idealizada por Deus, o Criador do Universo. Segundo o relato bíblico da Criação, duas instituições divinas permaneceram após a queda de Adão e Eva: o sábado como dia especial comemorativo da Criação que identifica o Deus Criador, e o casamento (família). Um detalhe: muitos líderes religiosos afirmam em suas pregações que o sábado como dia separado para adoração, é para os judeus. Mas ele foi instituído como dia especial muito tempo antes de ter surgido o povo judeu. Portanto, não faz sentido histórico e teológico dizer que o sétimo dia, o sábado, é coisa de judeus.

Deus criou o homem e a mulher e, apesar dos esforços de ideologias e políticas que ousadamente atacam os princípios judaico-cristãos bíblicos (Antigo e Novo Testamentos), que fazem de tudo para destruir o conceito divino de casamento entre um homem e uma mulher, que querem acabar com a constituição da família, ela, a família, resiste a este bombardeio obsessivo, ideológico pernicioso.

O primeiro relacionamento da criança é com seu pai, mãe e irmãos. Ela necessita desta estrutura familiar para desenvolver-se física, mental, social e espiritualmente. Diante de situações traumáticas na vida, quando surgem necessidades de apoio, ajuda financeira, encorajamento e afeto, achamos isso na família. Em momentos agradáveis ou desagradáveis, as famílias podem fornecer o carinho e a força que uma pessoa precisa para seguir adiante. Nem sempre temos um amigo para nos ajudar, mas com uma família forte, podemos encontrar o amor e o apoio que precisamos. Por outro lado, se uma pessoa não receber amor e apoio na estrutura familiar, ela se sentirá sozinha, deprimida e sem esperança.

A família promove o senso de pertencimento. Ao crescer numa família, a criança sente que ela pertence a um grupo, onde é aceita, amada, orientada. Ela sente ser uma pessoa por pertencer àquele conjunto de pessoas familiares. Estudos observaram que as pessoas que crescem numa família com boa união, podem ter melhores relacionamentos na vida adulta. Em 2016 a revista Ciência Psicológica publicou um estudo que analisou os relacionamentos dos homens, e observaram que os que cresceram em famílias carinhosas desenvolveram relacionamentos mais fortes do que os homens que não tinham famílias assim, e conseguiram lidar bem com suas emoções, mantendo uma conexão mais próxima com suas companheiras no casamento. (www.psychologicalscience.org/news/women-and-men-still-look-for-the-same-things-in-a-partner-30-years-later.html)

Muitos estudos têm mostrado a importância do tempo em família, especificamente na hora do jantar. Eles revelam que embora as famílias possam ser saudáveis mesmo não jantando juntas todas as noites, existe uma correlação entre esse tempo juntos e o bem-estar da criança ou jovem. Uma das pesquisas revelou que as crianças que tomavam refeições juntas com suas famílias regularmente eram menos propensas a apresentar sintomas de depressão. E as com relacionamentos familiares negativos desencadeavam ou pioravam problemas de saúde mental.

A família é o primeiro lugar onde as crianças aprendem a administrar suas emoções, interagir com os outros e se comunicar. É também o primeiro ambiente onde aprendem sobre consequências, positivas ou negativas. Os pais são responsáveis por orientar seus filhos, fornecendo lições de vida que serão lembradas nos anos adiante. Essas lições formam uma grande parte da visão de mundo de uma pessoa e de como ela acredita que o mundo funciona.

 Junto com as lições de vida, aprendemos um sistema de valores dentro da estrutura familiar e o que é importante para a comunidade. Isto contribui para a formação da identidade da pessoa. Os valores afetam como um indivíduo trata os outros, como ele se vê e o que vê como seu propósito na vida.

Quando as famílias são fortes, as comunidades são fortes. Isso naturalmente leva a uma sociedade forte. Se as famílias não estiverem indo bem, toda a sociedade terá prejuízos. Se as famílias estão felizes e saudáveis, a nação se beneficia. A guerra contra a família no mundo político e ideológico de certos grupos, no fundo, faz parte da batalha contra o Criador dela.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

 

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Dificuldades conjugais e o perdão

quinta-feira, 01 de setembro de 2022

O perdão tem ganhos e perdas. Quando você perdoa não dá para não ter uma perda. A traição conjugal é ao mesmo tempo um sintoma de problemas sérios no casamento, revela talvez que a vítima não conseguia suprir algo que o infiel precisava, como também revela a fraqueza moral do traidor. E o indivíduo não conseguia suprir tanto por limitações pessoais, temporárias ou não, como pelo fato de o traidor poder não ter oferecido espaço para receber o que queria e que acabou buscando fora.


O perdão tem ganhos e perdas. Quando você perdoa não dá para não ter uma perda. A traição conjugal é ao mesmo tempo um sintoma de problemas sérios no casamento, revela talvez que a vítima não conseguia suprir algo que o infiel precisava, como também revela a fraqueza moral do traidor. E o indivíduo não conseguia suprir tanto por limitações pessoais, temporárias ou não, como pelo fato de o traidor poder não ter oferecido espaço para receber o que queria e que acabou buscando fora.


Mas a perda é imensa, e para todos. Mesmo que o infiel tente se reconciliar, admitindo o erro, houve uma perda. Há um preço. O perdão não será de graça. Nada é como antes. A ferida talvez precisará de muito tempo para ser curada, se for curada. E talvez deixe cicatrizes que não desaparecerão. Este é um preço do perdão. Há outros.

Há ofensores que têm imensa dificuldade de pedir perdão mesmo reconhecendo seu erro. Isto é comum em pessoas coléricas, autoritárias, agressivas verbalmente. Elas tendem a minimizar a dor do ofendido, classificando-o como sensível demais. Talvez alguns ofendidos sejam sensíveis demais mesmo, mas isto não anula o fato de que o autoritário tenha usado e costume usar palavras e jeito de falar agressivos, ríspidos, grosseiros. Uma coisa não elimina a outra.

Há casais que vivem dez, 20, 30 ou mais anos juntos e o que não é colérico ou “pavio curto” sabe que o explosivo raríssimas vezes pediu perdão por suas faltas. A tendência, na verdade, destas pessoas agressivas é de dar sempre justificações pelas suas explosões temperamentais.

Um teólogo cita o caso de um homem empresário que abandonou a cidade onde vivia e mudou-se para outro lugar para começar tudo do zero porque sua esposa super ciumenta, num certo dia, tomada por ira, golpeou-se no banheiro a si mesma, batendo a cabeça na parede até sangrar. Depois foi na delegacia e denunciou o marido por violência doméstica. A polícia o prendeu e depois de ter sido provado que ele era inocente, graças ao testemunho de um dos filhos que viu a cena escondido num ambiente da casa, foi absolvido no julgamento. Ele sente que ela destruiu a vida dele e quando lhe perguntaram sobre perdoá-la, ele disse: “Creio no perdão, mas é difícil superar a raiva que tenho dela. Ela me acusou falsamente. Perdi amigos, clientes e até a confiança da minha família. Como posso perdoar?

O que é o perdão? Ele não é uma varinha mágica que pode solucionar todos os problemas rapidinho. Não é um pó do qual você faz uma bebida instantânea e tudo está ótimo em seguida. A Bíblia fala sobre não deixar o sol se por sobre sua ira. Mas eu costumo pensar que este dia pode não ser necessariamente de 24 horas literais. Imagine se você na hora de dormir tem um atrito grave com seu marido ou com sua esposa. As emoções sobem e surge o emburramento, palavras agressivas, e muita chateação. Dá para resolver tudo antes de dormirem? Terão que fazer as pazes rapidinho para “cumprir a lei”? Ou cada um terá necessidade de um tempo para reconciliar?

O perdão é necessário em qualquer relacionamento. Sem perdoar não se soluciona um monte de conflitos humanos, seja num nível familiar, entre amigos e colegas de trabalho, seja na administração de um país. Mas ele tem um preço que nem sempre é barato e exige muitas vezes humildade misturada com firmeza, autoproteção e afastamento. Cada pessoa tem um tempo próprio para processar o perdão. Um bom passo para melhorar sua saúde mental tem que ver, muitas vezes, com perdoar primeiro a si mesmo.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com 

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Cura mental e visão de si mesmo

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Não é fácil olhar a nós mesmos e entender nossos defeitos de comportamento, de caráter. Mas não tem como melhorar como pessoa se não conseguirmos ter a visão de nosso próprio comportamento. A vida sempre permite surgir alguma luz sobre nós mesmos em nossa consciência. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la. Se aceitamos a visão pessoal, o que somos em áreas anteriormente encobertas para nós mesmos, e encaramos esta dor, podemos evoluir para virmos a ser feitos melhores pessoas.

Não é fácil olhar a nós mesmos e entender nossos defeitos de comportamento, de caráter. Mas não tem como melhorar como pessoa se não conseguirmos ter a visão de nosso próprio comportamento. A vida sempre permite surgir alguma luz sobre nós mesmos em nossa consciência. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la. Se aceitamos a visão pessoal, o que somos em áreas anteriormente encobertas para nós mesmos, e encaramos esta dor, podemos evoluir para virmos a ser feitos melhores pessoas.

Ver nossos defeitos de caráter pode ser doloroso, especialmente quando em nossa mente havia a ideia de ser melhores que os outros. Mas esta dor só surgirá se houver desejo de mudar para melhor. Isto porque uma pessoa pode ter um vislumbre de percepção de defeitos de comportamento, e fugir para a negação, tentando justificar seus erros. Neste caso ela foge da dor, e segue na vida fugindo de si mesmo. 

Perceber nossos pensamentos, sentimentos e atitudes disfuncionais, imaturas, hipócritas, mesquinhas, egocêntricas, orgulhosas, vaidosas, é fundamentalmente necessário para nosso crescimento interior. Mas nossa tendência é olhar para os erros dos outros e criticá-los, falando ou só pensando. A verdade, porém, é que não somos melhores que as outras pessoas no sentido de que nós somos perfeitos e elas são imperfeitas.

Todos os seres humanos possuem virtudes e defeitos. As pessoas que você pode pensar que são as piores da sociedade, possuem boas características, talvez escondidas por debaixo dos comportamentos ruins que predominam nelas. Muitas vezes a continuada prática do mal, da corrupção, da violência de qualquer tipo, não só física, cauteriza a mente das pessoas que praticam estas coisas de tal maneira que realmente o que é bom nestes indivíduos vai sendo destruído e o que sobra de bom é nada. A prática do mal destrói a própria pessoa que a pratica. E, infelizmente, perturba quem está ao redor, na família, na sociedade.

Levante as mãos ao céu ao perceber algum defeito de caráter seu. Não fuja desta percepção. Não desanime. Este é um momento precioso em que a luz chega para você indicando o que precisa ser mudado em seu jeito de ser. Não chega luz para nós mesmos sem vir junto a força para mudar para melhor.

Observe o que a luz mostra. Pense nisso. Se arrependa dos erros que você praticou na vida e que agora ficam mais claros para você. Esta percepção, repito, é uma imensa oportunidade de adquirir saúde mental. E ela vem gratuitamente, sem precisar pagar consulta ao psicólogo ou ao psiquiatra. E sem precisar tomar medicamentos controlados para obter a cura.

A cura virá, gradativamente, na medida em que você, não rejeitando esta luz sobre seus defeitos de caráter, decidir lutar contra eles, parando de fazer os mesmos erros, e fazendo força para agir de melhor maneira, de modo saudável, com verdade. A vida é terapêutica. Ela nos proporciona sempre oportunidades de crescimento pessoal e vitórias sobre nós mesmos. Assim, não só nossa própria pessoa se sentirá melhor ao praticar novos hábitos de comportamento saudável, como também as com quem convivemos, e a própria sociedade, serão beneficiadas.

Pare de ficar olhando os defeitos das pessoas, pratique o que a luz te mostrou sobre o que você precisa fazer para melhorar seus próprios defeitos. Este é o caminho da serenidade, da utilidade, da força e do significado para viver.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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