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Esquizofrenia

quarta-feira, 22 de março de 2023

A esquizofrenia é uma doença mental cerebral que produz alteração na maneira como a pessoa pensa, sente e percebe a realidade. Os que sofrem com esquizofrenia têm mais dificuldades com emprego, casamento e vida independente em comparação com os sem esta doença. O diagnóstico da esquizofrenia é feito por médico psiquiatra na consulta avaliando o paciente e com informações da família.

A esquizofrenia é uma doença mental cerebral que produz alteração na maneira como a pessoa pensa, sente e percebe a realidade. Os que sofrem com esquizofrenia têm mais dificuldades com emprego, casamento e vida independente em comparação com os sem esta doença. O diagnóstico da esquizofrenia é feito por médico psiquiatra na consulta avaliando o paciente e com informações da família.

A esquizofrenia tem forte componente genético, mas outros fatores também estão associados ao aumento do risco da doença como idade paterna acima de 34 anos; trauma e adversidades sociais; residência urbana; uso de maconha e de outras drogas que agem no cérebro; alterações cognitivas e alterações estruturais cerebrais; desenvolvimento fetal anormal e baixo peso ao nascer; cesariana de urgência e outras complicações no parto; diabetes gestacional; desnutrição materna e deficiência de vitamina D e pré-eclampsia.

A esquizofrenia atinge homens e mulheres praticamente igual em quantidade, mas o início é mais tardio nas mulheres. Embora a esquizofrenia possa ter início na infância, o primeiro episódio psicótico geralmente ocorre entre os 15 e 30 anos de idade. Pacientes com esquizofrenia muitas vezes têm uma infância normal, embora os familiares possam descrevê-los como emocionalmente distantes e fisicamente desajeitados, podendo ser ansiosos ou ter enurese noturna. Na adolescência podem apresentar mudança acentuada da personalidade com comprometimento da sociabilidade, do desempenho acadêmico e da interação com as pessoas.

Os sinais e sintomas da esquizofrenia podem ser divididos em quatro áreas: positivos, negativos, cognitivos e do humor. Os positivos são os sintomas psicóticos, como alucinações que costumam ser auditivas; delírios (ideias fora da realidade); fala e comportamento desorganizados. Os sintomas negativos são perda de interesses e iniciativa, muita inércia e empobrecimento da fala. Esquizofrênicos geralmente têm embotamento do afeto que é a dificuldade de sentir o sentimento.

Os sintomas cognitivos incluem dificuldade de compreender detalhes em relacionamentos, deficiência de atenção, dificuldades no trabalho e no raciocínio. Esta doença pode ser vista como um transtorno dos pensamentos, que muitas vezes são desorganizados. E as alterações do humor são sentir-se deprimido e parecer alegre ou triste de uma maneira que é difícil de entender.

Dependendo do caso o tratamento pode durar a vida toda. Mas entre 30 e 50% obtêm cura após tratamento eficaz com medicamentos, terapia ocupacional, apoio da família e psicoterapia. O tratamento da esquizofrenia envolve o uso de medicamentos chamados “antipsicóticos” e se houver estado depressivo o psiquiatra também pode prescrever um antidepressivo. É importante que o paciente se envolva em alguma terapia ocupacional que pode ser orientada com terapeuta ocupacional e também siga atendimento de psicoterapia e psiquiátrico, existentes no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de prefeituras com consultas gratuitas.

A família tem papel importante para ajudar o paciente esquizofrênico mediante apoio ao tratamento, paciência, colocação de limites, e compreensão da doença. Quanto ao prognóstico (como a doença evoluirá), é mal sinal se a doença surge pouco à pouco em vez de numa crise aguda, se tem uso de bebidas alcoólicas ou outras drogas como fator desencadeador, se a personalidade antes da doença era complicada. Bom sinal de melhor recuperação envolve bom funcionamento mental antes da doença surgir, início repentino da doença, história familiar sem pessoas com esquizofrenia, poucos sintomas negativos, prejuízo pequeno dos pensamentos (cognição).

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Reserva cognitiva

quarta-feira, 15 de março de 2023

Já observou que tem idosos que se mantêm ativos, enquanto outros murcham e ficam ociosos. Uns têm pensamentos criativos, e outros têm pobre forma de pensar. O que faz a diferença? Uma das respostas é que algumas pessoas têm melhor resiliência aos efeitos do envelhecimento porque desenvolveram melhor capacidade ou "reserva" para lidar com mudanças. Uma maneira simples de definirmos resiliência em psicologia é a presença de boa capacidade de lidar com altos e baixos da vida sem adoecer.

Já observou que tem idosos que se mantêm ativos, enquanto outros murcham e ficam ociosos. Uns têm pensamentos criativos, e outros têm pobre forma de pensar. O que faz a diferença? Uma das respostas é que algumas pessoas têm melhor resiliência aos efeitos do envelhecimento porque desenvolveram melhor capacidade ou "reserva" para lidar com mudanças. Uma maneira simples de definirmos resiliência em psicologia é a presença de boa capacidade de lidar com altos e baixos da vida sem adoecer.

O professor Yaakov Stern, da Universidade de Columbia, fala sobre reserva cognitiva dizendo que ela tem que ver com a ideia de que as pessoas desenvolvem uma reserva de habilidades de pensamento durante suas vidas, e que isso as protege contra perdas que podem ocorrer através do envelhecimento e da doença.

Reserva cognitiva significa que seu cérebro tem condições de improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa, mostrando quão ágil é para resolver problemas e enfrentar desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida ao longo da vida através de práticas saudáveis que citarei adiante.

O conceito de reserva cognitiva surgiu no final dos anos 1980, quando pesquisadores descreveram indivíduos sem sintomas aparentes de demência que, no entanto, tiveram na autópsia alterações cerebrais consistentes com a doença de Alzheimer avançada. Eles não apresentaram sintomas da doença enquanto estavam vivos porque tinham uma reserva cognitiva grande o suficiente para compensar o dano e continuar funcionando normalmente.

Estudos mostraram que duas pessoas com a mesma quantidade de alterações relacionadas à idade em seu cérebro podem ter um desempenho bem diferente em tarefas cognitivas. E duas pessoas com doença de Alzheimer que parecem semelhantes em sua capacidade cognitiva podem ter quantidades muito diferentes das mudanças no cérebro que estão subjacentes à doença. A pesquisa mostrou que pessoas com maior reserva cognitiva são mais capazes de evitar sintomas de alterações cerebrais degenerativas associadas à demência ou outras doenças cerebrais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla ou derrame.

Pesquisas sugerem que nosso nível de inteligência, que vem desde a infância, e nosso conjunto de experiências ao longo da vida, ajudam a construir reserva cognitiva e podem explicar as diferenças na reserva cognitiva entre nós. As experiências ao longo da vida incluem educação, ter uma ocupação envolvente e participar de atividades estimulantes, esta última idealmente combinando atividades de lazer, aprendizado e interações sociais.

Experiências de vida, como boa realização profissional, saudáveis contatos sociais, atitude mental positiva e fé em Deus, estão associadas a uma taxa mais lenta de declínio cognitivo no envelhecimento normal e redução do risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Estudos sugeriram que essas experiências de vida podem reduzir o risco de doença de Alzheimer em 35% a 40%.

Segundo o HealthBeat, boletim de saúde da Universidade de Harvard, pesquisadores desta universidade verificaram que a reserva cognitiva pode ser desenvolvida ao longo dos anos através da prática de: 1) ingerir uma dieta vegetariana; 2) praticar atividades físicas regularmente; 3) dormir o suficiente; 4) aprender a administrar seu estresse; 5) cultivar contatos sociais saudáveis e 6) continuar a desafiar seu cérebro, por exemplo, estudando mesmo na terceira idade, desenvolver uma habilidade nova como aprender algum instrumento musical ou outra atividade manual, cultivar uma horta, etc. Estes fatores devem ser praticados juntos porque isoladamente não são suficientes para prevenir o declínio mental.

Fontes: https://www.ageuk.org.uk/information-advice/health-wellbeing/mind-body/staying-sharp/thinking-skills-change-with-age/cognitive-reserve/

Healthbeat – Harvard School of Medicine – 25 Fevereiro 2023

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Ansiedade e depressão pós-covid

quarta-feira, 08 de março de 2023

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um artigo alertando sobre o aumento de ansiedade e depressão por causa da covid-19. No primeiro ano desta pandemia aumentou em 25% a presença de ansiedade e de depressão no mundo. Assim os governos municipais, estaduais e federal devem dar importância aos meios de ajudar a população em relação à saúde mental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um artigo alertando sobre o aumento de ansiedade e depressão por causa da covid-19. No primeiro ano desta pandemia aumentou em 25% a presença de ansiedade e de depressão no mundo. Assim os governos municipais, estaduais e federal devem dar importância aos meios de ajudar a população em relação à saúde mental.

Uma das explicações sobre o grande aumento da ansiedade e depressão é o estresse imenso causado pela pandemia, isolamento social, incerteza, medo de infecção, ser internado e morrer, medo de perder algum ente querido pela covid. Outros fatores foram a restrição das pessoas de trabalhar gerando preocupações financeiras. A OMS admitiu que entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um grande gatilho para o pensamento suicida.

A pandemia afetou a saúde mental dos jovens de tal modo que eles estão em risco de comportamentos suicidas e de automutilação. Isso também indica que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais. A OMS afirma que: “Os dados sugerem que pessoas com transtornos mentais pré-existentes não parecem ser desproporcionalmente vulneráveis à infecção por covid-19. No entanto, quando essas pessoas são infectadas, são mais propensas a sofrer hospitalização, doença grave e morte em comparação com pessoas sem transtornos mentais. Pessoas com transtornos mentais mais graves, como psicoses, e jovens com transtornos mentais, estão particularmente em risco.”

Segundo a OMS, para o benefício da população que sofre com transtornos mentais, é necessário um aumento no investimento para a saúde mental. O Atlas de Saúde Mental mais recente da OMS mostrou que, em 2020, os governos em todo o mundo gastaram em média pouco mais de 2% de seus orçamentos de saúde em saúde mental e muitos países de baixa renda relataram ter menos de um trabalhador de saúde mental por 100 mil pessoas.

Dévora Kestel, diretora do Departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS, resume a situação dizendo: "Embora a pandemia tenha gerado interesse e preocupação com a saúde mental, também revelou um subinvestimento histórico em serviços de saúde mental. Os países devem agir com urgência para garantir que o apoio à saúde mental esteja disponível para todos.”

Mesmo antes da pandemia a própria OMS havia previsto que em 2020 a depressão deveria se tornar a segunda doença mais comum no mundo e que em 2030 ela deverá ser a número um a afetar a população mundial. Os governos precisam, então, investir pesado em saúde mental, especialmente na prevenção. Porque assim poderá reduzir o impacto dos transtornos mentais sobre a população.

Tenho feito minha parte quanto à educação em saúde mental através da mídia. Mantenho essa coluna semanal neste espaço todas as quintas-feiras há mais de 30 anos. Tenho uma seção mensal na revista nacional Vida e Saúde (www.revistavidaesaude.com.br) e apresento o programa “Equilíbrio” na Rede de Rádio Novo Tempo, de segunda à sexta, às 8h30, com reprise às 14h e aos domingos às 14h - www.novotempo.com/programa/equilibrio-nt. Também apresento o programa Claramente na TV Novo Tempo, agora ao vivo, todas as quartas-feiras, às 16h com reprise às 9h, e nas sextas-feiras dentro do programa Vida e Saúde, às 16h. Você pode assistir os programas já apresentados em: www.youtube.com/vidaesaudent. Role a página e ali estão todas as edições do Claramente.

Também vão ao ar a cada semana vídeos em meu canal no YouTube: www.youtube.com/claramentent . Também apresento palestras em instituições variadas, sob convite. Você pode solicitar palestras em meu site www.doutorcesar.com clicando na aba Consultas, preenchendo o formulário onde especificará o que deseja em termos de palestras. Há, no entanto, um custo para isso, que será explicado por email após você colocar seus dados no formulário.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Infidelidade conjugal é também uma maldade

quarta-feira, 01 de março de 2023

Uma das dores emocionais mais devastadoras é a que uma pessoa traída pelo cônjuge experimenta. Quem passou por esta experiência descreve que foi como se uma faca tivesse atingido seu coração, partindo-o. Nada justifica a traição num casal. Pode explicar, mas não justifica. Justificar tem que ver com provar que houve uma razão legal (na lei) para o ato, significa tratar como justo um comportamento ou provar a existência de um motivo legítimo para o ato realizado. Trair não é justo. O cônjuge que trai age injustamente.

Uma das dores emocionais mais devastadoras é a que uma pessoa traída pelo cônjuge experimenta. Quem passou por esta experiência descreve que foi como se uma faca tivesse atingido seu coração, partindo-o. Nada justifica a traição num casal. Pode explicar, mas não justifica. Justificar tem que ver com provar que houve uma razão legal (na lei) para o ato, significa tratar como justo um comportamento ou provar a existência de um motivo legítimo para o ato realizado. Trair não é justo. O cônjuge que trai age injustamente. O cônjuge traído talvez tenha sido injusto no sentido de ter privado o outro de atenções, sexo, diálogo, companhia. Ambos, traído e traidor, geralmente têm culpa no caso de uma infidelidade no casamento. Ambos erram.

Há casos em que o traidor age com traição de maneira muito injusta, sendo, assim, muito mais culpado da situação de dor e desmoronamento do relacionamento, tendo aberto uma ferida de difícil cicatrização. Há pessoas que traem porque são compulsivas sexuais cujo cônjuge não tem quase nenhuma culpa, se alguma, pelos constantes e frequentes episódios sexuais fora de casa deste viciado em sexo.

Trair é também uma maldade. Se o cônjuge traído era fiel e fica sabendo da situação, instala-se uma dor de difícil cura. Abre-se uma ferida cheia de ódio, tristeza, sensação de estar casado agora com um inimigo. O que era íntimo, fica afastado; o que era confiável, fica desconfiado; o que era amigo, parece inimigo; o que era conhecido, fica estranho.

Estudo feito pela dra. Carmita Abdo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, com o título “Descobrimento Sexual do Brasil”, revela dados alarmantes sobre o perfil de infidelidade de homens e mulheres brasileiros. Ela e equipe pesquisaram entre 3.106 mulheres brasileiras e encontraram que as que menos traem seu marido são as do Paraná (19,3%) enquanto que as que mais traem são do Estado do Rio (34,8%). Outros estados ficaram assim quanto à percentagem de mulheres que traem (em média): Pará 20,3%; Santa Catarina 23,3%; Mato Grosso do Sul 23,6%; São Paulo 24,1%; Bahia 25,2%; Pernambuco 26,5%; Ceará 26,7%; Goiás 27,7%; Minas Gerais 29,5%; Rio Grande do Norte 30,2% e Rio Grande do Sul 31,7%.

Quanto aos homens, os que menos traem são os do Paraná também, mas mesmo assim com índice muito alto (43%). Depois vem São Paulo com 44%; Minas Gerais 52%; Rio Grande do Sul 60%; Ceará 61% e o estado com maior número de homens infiéis é a Bahia com 64%. Ou seja, em cada 100 homens baianos casados, 64 traem suas esposas em algum momento da vida segundo este estudo da dra. Carmita.

Em cada 100 homens casados no Brasil, 50 tiveram um “caso” e em cada 100 mulheres casadas, quase 26 também tiveram contato extraconjugal sexual. Uma lástima e tragédia indevidamente alimentada pela má mídia. A internet favorece a infidelidade conjugal. Cerca de 60% dos casos de traição virtual termina em sexo real.

A verdade é que uma pessoa “interessante” também tem problemas.

Evitar infidelidade conjugal  depende de: (1) diálogo sincero, (2) humildade de ambos, marido e mulher, para aceitar dificuldades pessoais e procurar ajuda para resolvê-las, (3) aceitar a limitação que todos os seres humanos possuem para nos amar como sonhamos ser amados e, então, aceitar o amor possível, (4) parar de ter obsessão pelo outro, (5) aprender que homem e mulher são diferentes do ponto de vista comportamental o que produz a necessidade de aceitar as limitações pessoais e a (6) compreensão de que o outro nunca poderá preencher todas as necessidades suas.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Aceitar a impotência diante de um vício

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Para uma pessoa entrar em recuperação de algum vício, comportamento complicado, compulsão, o primeiro passo é admitir sua impotência sobre aquele problema em sua vida. Muitas vezes o indivíduo só admite que sozinho não consegue vencer a si mesmo, vencer sua obsessão, sua compulsão, quando chega no fundo do poço. E fundo do poço pode ser divórcio, perda da guarda dos filhos, falência financeira, prisão etc.

Para uma pessoa entrar em recuperação de algum vício, comportamento complicado, compulsão, o primeiro passo é admitir sua impotência sobre aquele problema em sua vida. Muitas vezes o indivíduo só admite que sozinho não consegue vencer a si mesmo, vencer sua obsessão, sua compulsão, quando chega no fundo do poço. E fundo do poço pode ser divórcio, perda da guarda dos filhos, falência financeira, prisão etc. Em alguns casos, este fundo do poço pode se repetir, até que a pessoa procure ajuda, ou vai presa, tem uma internação hospitalar em estado grave (em casos de overdose de drogas ou coma alcoólico), ou morre.

Mesmo quando um viciado em algo entra em recuperação, ele pode ainda por algum tempo insistir na negação de ser impotente diante do problema. Se o adicto ou viciado abordar sua adicção ou vício apenas intelectualmente, sem reconhecer seus sentimentos, suas chances de permanecer na negação são muito maiores. Não dá para reescrever a história de nossa vida e não podemos apagar as memórias dolorosas. E quando encaramos essa realidade honestamente, podemos enfrentar a impotência, pedir ajuda, e começar a ajudar a nós mesmos.

Admitir a impotência sobre o vício pessoal, oferece um caminho de volta. É um convite para a pessoa se aceitar como é e seguir a partir daí. As pessoas podem confundir força de vontade com boa vontade na luta contra seu vício. A vitória vem mais pela boa vontade de lutar do que pela força de vontade. E esta “boa vontade” precisa estar conectada com a aceitação da impotência diante do objeto do seu vício, ou dependência, que pode ser muita coisa, desde álcool, maconha, cocaína, até masturbação, pornografia, romance, compras, etc.

Você pode ser forte para resolver muitas coisas na sua vida. E isso pode dar uma sensação de empoderamento que pode enganar porque talvez em um ou outro ponto você pode ser impotente.

Reconhecer a impotência sobre álcool, outras drogas e outros tipos de vícios, pode ser libertador para muitos. A “Oração da Serenidade”, que é comumente recitada em reuniões de Alcoólicos Anônimos, diz: “Deus, concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso mudar; coragem para mudar as que eu posso, e sabedoria para saber a diferença” (entre as que podemos e as que não podemos mudar).

Muitos fatores entram no desenvolvimento do vício, desde a genética até os sintomas de saúde mental não tratados, que levam alguns a recorrem ao álcool ou outras drogas como forma de automedicação. Seja qual for o motivo, admitir a impotência é o que pode ajudar a pessoa a procurar tratamento em vez de negar que há um problema.

Admitindo a impotência você pode se tornar desejoso de procurar ajuda. Admitir a impotência significa aceitar o que é verdadeiro e o que não é. Isso incentiva a aceitação das circunstâncias em vez de negá-las. É o primeiro passo para a libertação de qualquer vício.

Para muitos viciados em álcool e drogas, é difícil admitir a maneira como o vício tornou suas vidas incontroláveis. Eles podem negar o problema, dizendo: "São apenas umas latinhas de cerveja", ou "Eu não fico bêbado o tempo todo". Mas estas frases não podem esconder a existência do vício.

O caminho para a recuperação de um vício raramente é uma linha reta, mas tem uma série de reviravoltas. A dificuldade em admitir a impotência diante de algum vício pode existir também porque pode ser humilhante, pode doer bastante. Todos nós queremos ser considerados fortes e responsáveis por nós mesmos, então admitir a impotência parece uma enorme contradição com esse objetivo. Admitir a impotência revela que uma força do bem está atuando na vida do indivíduo porque ele, finalmente, reconhece que é fraco e isso é o grande primeiro passo para buscar ajuda eficaz e se tornar forte para vencer, um dia de cada vez.

FONTE: https://www.sperorecovery.org/the-power-in-the-first-step-accepting-powerlessness/

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Dor emocional da cura

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Ao longo dos anos da vida de uma criança ela vai, na formação de seu ego, tendo que esconder partes de si para preservar outras partes. Pode surgir uma neurose, que é o encolhimento do eu para preservação do eu permitindo viver na realidade. Psicose é a falha nesta tentativa de preservação da condição de funcionar como indivíduo social.

Ao longo dos anos da vida de uma criança ela vai, na formação de seu ego, tendo que esconder partes de si para preservar outras partes. Pode surgir uma neurose, que é o encolhimento do eu para preservação do eu permitindo viver na realidade. Psicose é a falha nesta tentativa de preservação da condição de funcionar como indivíduo social.

Dependendo da sensibilidade da criança e do que ocorre no meio ambiente onde ela vive os primeiros anos da infância, ela pode aprender a esconder mais, ou menos, do que ela é e deixar aparecer somente parte do que é. Isso acontece se a criança sente que é perigoso mostrar alguns sentimentos ou opiniões, pois pode ser criticada, censurada, ridicularizada por um adulto insensível, nervoso ou não afetivo.

E quando a criança se relaciona com este adulto complicado que a censura, que pode ser o pai, a mãe ou substitutos, ela pode se tornar indiferente para com necessidades afetivas básicas dela mesma, e talvez esconder parte do que ela é como indivíduo natural, e deixar aparecer no seu comportamento somente uma parcela da sua identidade. Ocorre um encolhimento do seu eu para poder deixar uma parte dele que dá para viver na sociedade, nos relacionamentos com as pessoas, estudar, trabalhar.

A necessidade de saúde mental leva cada pessoa a procurar, ao longo da existência, recuperar as partes do eu perdidas de formas e em momentos variados. E também esta necessidade tenta ajudar a evitar a dor. Mas não dá para fazer uma coisa e evitar a outra. Ou seja, quando começa a surgir na consciência a percepção das partes do eu perdidas, a dor vem junto. E dor pode ser tristeza, angústia, revolta. Por que a dor vem junto quando se pensa no que foi perdido, no que se encolheu como pessoa ao longo dos anos da infância para sobreviver psiquicamente? Porque ocorre uma tomada de consciência do que havia sido perdido como partes de si mesmo por causa de situações difíceis para o eu quando a pessoa era criança. E isso pode doer bastante.

Além disso, a dor emocional, a qual pode ter e em geral tem manifestações físicas, surge porque esta dor teve que ser abafada no momento em que ocorreu pelas primeiras vezes. Abafada, pelo menos em parte, para ser possível a criança prosseguir sem paralisá-la, sem entrar num surto, ou crise emocional. Quando paralisa é justamente o que chamamos de “surto”, que pode ser psicótico, com delírios, alucinações, agitação, alienação da realidade. Ou poder ser uma crise de ansiedade de separação, pode ser uma regressão que leva a criança já com cinco, seis ou mais anos de idade a se portar como um bebê e voltando a urinar na cama. A dor do passado se manifesta na vida adulta de formas variadas.

Esta tomada de consciência dos traumas, dos conflitos, do passado infantil e da respectiva dor não ocorre com todas as pessoas porque nem todas conseguem resgatar partes perdidas do seu eu, e morrem sem este resgate, mesmo que tenham conseguido "sucesso” profissional e econômico na vida. Muitos que canalizaram suas carências afetivas para o trabalho e se tornaram ricos materialmente, podem não ter conseguido se tornar pessoas amorosas, sensíveis, afetuosas e misericordiosas.

Não tenha medo desta dor. Ela é resultado do “parto” psicológico para o surgimento da sua identidade mais plena. Faz parte do resgate da sua pessoa a fim de que você se torne mais humano, menos máquina, alguém melhor para si mesmo e para todos.

No livro de Ezequiel, na Bíblia, no capítulo 36 é explicado que quando Deus atua em nossa vida para nos curar de nossos defeitos de caráter, e, assim, resgatar nossa sanidade, tem momentos em que teremos dor emocional. Mas esta é a dor da cura.

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Está vindo mais angústia no mundo

quarta-feira, 08 de fevereiro de 2023

É muito desagradável, para não dizer nojenta, a guerra econômica nesse mundo, guerra de interesses particulares de multinacionais que de forma insaciável querem mais poder financeiro. Mas tem algo mais profundo para perturbar as pessoas que querem a verdade geral da vida, sem ser poder econômico. Este poder é “só” um instrumento para a realização de uma agenda persecutória contra o grupo de pessoas que querem a verdade, e esta agenda de atividades globais se apresenta com roupagem de bondade, equidade, justiça.

É muito desagradável, para não dizer nojenta, a guerra econômica nesse mundo, guerra de interesses particulares de multinacionais que de forma insaciável querem mais poder financeiro. Mas tem algo mais profundo para perturbar as pessoas que querem a verdade geral da vida, sem ser poder econômico. Este poder é “só” um instrumento para a realização de uma agenda persecutória contra o grupo de pessoas que querem a verdade, e esta agenda de atividades globais se apresenta com roupagem de bondade, equidade, justiça.

Está se aproximando novas angústias de alcance mundial, e parece que pior do que a que sentimos durante a pandemia da covid-19. Recentemente o FDA (a Anvisa dos Estados Unidos) aprovou a nova vacina bivalente para ômicron BA4 e BA5. O presidente norte-americano, Biden, está comprando 170 milhões de doses desta vacina para o povo daquele país. O respeitado médico dr. Zeballos, doutor em imunologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em vídeo recente comenta: “Por que o FDA aprovou [esta vacina]? Primeiro, só emergencial. Porque acreditem se quiserem, vocês é que vão tirar suas conclusões, eles se basearam na produção de anticorpos de oito camundongos! Exatamente isso!”

E segue o dr. Zeballos: “Primeiro que a produção de anticorpos não garante parar a transmissão, ... e muito menos da infecção. Isto está mais do que documentado. Então, isto não está associado à eficácia. Segundo, nunca vi o FDA aprovar a toque de caixa uma vacina sem estudo com pacientes, o que vai ser feito só mês que vem.”

Ele completa dizendo: “Primeiro, não estamos em situação emergencial. Segundo, quem pegou a doença está mais do que protegido. Então, não tem sentido vacinar pessoas apenas com dados de anticorpos produzidos pelo estímulo desta nova vacina. Outra coisa importante é que isto não foi publicado em nenhum lugar, isto é um comunicado da Pfizer analisado pelo FDA que liberou em caráter emergencial. Não tem sentido no presente momento ficar liberando vacina emergencial ainda mais com tão pouco embasamento.” As vacinas são muito importantes na prevenção de várias doenças, mas são vacinas de pelo menos cinco anos de estudos, e não vacinas emergenciais.

Está vindo algo angustiante em nosso mundo. Várias empresas produtoras de fertilizantes e de alimentos, especialmente nos Estados Unidos, estão sofrendo “acidentes” sendo queimadas completamente uma atrás da outra. O argumento é que são “acidentes”, mas de repente estes acidentes atingem várias empresas produtoras de alimentos num espaço muito curto de tempo. Isto é algo estranho. O presidente Biden afirmou que teremos problemas com a disponibilidade de alimentos. Vem fome por aí.

Bill Gates é o maior proprietário de terras nos Estados Unidos. A ideia do Fórum Econômico Mundial, associados com uma elite de poderosos do mundo empresarial mundial como ele, junto com sociedades secretas e com poderes religiosos, é criar a ordem a partir do caos. Está vindo o novo reset, a nova ordem mundial, anunciada há décadas por líderes mundiais. A ideia é criar pânico, escassez, mortes no mundo e, estes líderes da elite mundial, trazer soluções.

Só que as soluções que estão agendadas são castradoras da liberdade. Eles querem oferecer ao mundo uma vida de igualdade, na qual, dizem, não faltará nada para todos, sendo que o que será disponível é o que esta elite vai oferecer, e o que vai ser oferecido é o que eles querem produzir e não o que as pessoas desejam produzir, comprar, adquirir.

Vem angústia difícil pela frente. Já reparou as notícias de que grandes empresas como a Google, Facebook, as empresas de Elon Musk e tantas outras, estão “enxugando” ao demitir milhares de funcionários? Estes mega-empresários sabem da crise que está vindo e estão agora se prevenindo de falência.

Busquem a verdade física (biológica, fisiológica), mental, social, espiritual. Não percam tempo valioso de sua vida com entretenimentos vazios, fúteis. A verdade pode nos libertar mesmo que sejamos perseguidos e até presos por não aceitarmos as ditaduras ideológicas que estão vindo em nome de “bem estar do planeta” e “vida social melhor”.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Ciúme doentio

quarta-feira, 01 de fevereiro de 2023

Ciúme envolve sentimentos que surgem na pessoa quando ela sente que existe uma ameaça à estabilidade e qualidade de um relacionamento importante para ela. Quando falamos de ciúme patológico ou doentio, significa que existem no ciumento muitos sentimentos perturbadores, fora de proporção e absurdos. Estes sentimentos doentios conduzem para comportamentos que vão desde estranhos, até criminosos. Ciúme doentio tem que ver com desconfiança excessiva e sem fundamento, que prejudica o relacionamento com a pessoa que o ciumento diz que ama.

Ciúme envolve sentimentos que surgem na pessoa quando ela sente que existe uma ameaça à estabilidade e qualidade de um relacionamento importante para ela. Quando falamos de ciúme patológico ou doentio, significa que existem no ciumento muitos sentimentos perturbadores, fora de proporção e absurdos. Estes sentimentos doentios conduzem para comportamentos que vão desde estranhos, até criminosos. Ciúme doentio tem que ver com desconfiança excessiva e sem fundamento, que prejudica o relacionamento com a pessoa que o ciumento diz que ama.

Quando ideias de ciúme invadem a mente do indivíduo e ele reage exageradamente, e o resultado é surgir uma compulsão para ver onde a pessoa está, se está mesmo com quem disse que estaria, mexe nas bolsas, carteiras, abre envelopes em nome do outro, fica atento aos telefonemas, verifica as roupas íntimas da pessoa de quem sente ciúme, às vezes fica tão perturbado que contrata detetives, ou ela mesma segue a pessoa na rua. A pessoa com ciúme doentio vive à busca de provas, confissões, evidências que possam confirmar suas suspeitas. O clima no relacionamento dela com a outra pessoa é tenso.

Quando analisamos psicologicamente a pessoa com ciúme exagerado, encontramos que o principal sentimento nela não é amor pelo outro, por quem ela sente ciúme. O sentimento principal é o egocentrismo devido ao medo de perder a pessoa que é o objeto de seu ciúme. O ciumento exagerado quer a pessoa em sua vida como se fosse um objeto pessoal sobre o qual exerce total controle.

Ciúme patológico ou doentio pode surgir em pessoas com enfermidades mentais, como Transtornos de Personalidade, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Alcoolismo. O ciúme normal é temporário, transitório e tem um fundamento real por ser ligado à fatos verdadeiros, realistas. No ciúme normal a preocupação tem que ver com a preservação do relacionamento, enquanto que no ciúme doentio a preocupação é o ego do ciumento.

A pessoa com ciúme doentio pode sentir raiva, vergonha, ansiedade, depressão, insegurança, culpa, desejo de vingança. Ela em geral tem uma desvalorização de si mesma, assim se sente insegura o que favorece o ciúme. Pesquisadores têm verificado que a maioria dos crimes de morte seguidos de suicídio ocorrem em função de uma paixão numa pessoa cheia de ideias delirantes de ciúme doentio. A maioria é cometida por homens com sérios problemas emocionais, podendo ser um transtorno de personalidade, dependência de álcool e outras drogas, estado depressivo, transtornos obsessivos e até esquizofrenia. Nas pessoas com diagnóstico de Transtorno Paranoide o ciúme doentio surge em cerca de 16% delas.

Para solucionar o ciúme excessivo, é preciso acreditar no afeto existente. Uma mulher ou homem muito ciumento, precisa valorizar o que o outro realmente sente por ela, por ele e parar de se preocupar com perdas e com algo idealizado, confiando que os ganhos são reais, existem porque a pessoa tem amor genuíno, outras pessoas também gostam dela, e ela pode gostar mais de si a ponto de não esperar demais dos outros para ter uma recompensa afetiva. Pense bem, ninguém controla ninguém. O amor da pessoa por você não depende do quanto você a controla, mas do que ela pode sentir e fazer por você. E isto é com ela.

Ciúme exagerado é posse e posse é abuso. Como comentei antes, geralmente produz agressividade e até violência. Um ciumento sente que é dono da pessoa para quem o ciúme é dirigido. Quer o outro como seu escravo. Mas o amor é contrário à escravidão. Cada ciumento deve lutar para ser dono de si mesmo, de suas emoções, aprendendo a controlá-las para sua saúde em vez de se deixar levar por elas, gerando, por exemplo, ciúme exagerado. Saúde mental tem que ver com ter as emoções, sem deixar que as emoções tenham você. Se você não consegue dominar e acabar com seu ciúme que pode ser doentio, procure ajuda com um conselheiro capaz, ou um psicólogo.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Como evitar abuso de tranquilizantes?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

As pessoas estão ficando muito medicalizadas, vivendo sob a influência de remédios sintéticos. A prescrição de ansiolíticos no mundo, por exemplo, que são medicamentos para diminuir a ansiedade excessiva, é assustador. O que pode ajudar para evitar o abuso destes medicamentos nas pessoas com ansiedade alta?

As pessoas estão ficando muito medicalizadas, vivendo sob a influência de remédios sintéticos. A prescrição de ansiolíticos no mundo, por exemplo, que são medicamentos para diminuir a ansiedade excessiva, é assustador. O que pode ajudar para evitar o abuso destes medicamentos nas pessoas com ansiedade alta?

Primeiro é importante aceitar que pode existir algo na sua vida que produz a ansiedade excessiva e entender que aceitar não é concordar, mas admitir a realidade. Ansiedade excessiva pode ser a “luz vermelha” indicando que pode existir alguma situação em sua maneira de funcionar como pessoa que necessita mudança, ajuste, reparação. Também pode ser que você seja uma pessoa com um perfil ansioso em sua estrutura de personalidade.

Em segundo lugar, é importante olhar para fora de si mesmo em vez de se concentrar na sensação de ansiedade que você experimenta. Procure pensar que você não é a ansiedade, mas ela é algo em sua mente. Você consegue pensar nela, consegue usar o lado saudável da mente para aprender a lidar com ela.

Também pense que todas as pessoas possuem ansiedade, portanto, o alvo não é eliminá-la, mas ver como ela pode diminuir, caso esteja exagerada. Se existe, por exemplo, uma tensão em algum relacionamento, o que você pode fazer para resolver isso?

A ansiedade exagerada pode ser explícita, ou seja, surgir como inquietude, sensação de vazio, aperto no peito, ou pode surgir através de outro transtorno, como a fobia (medo exagerado), transtorno obsessivo-compulsivo (pensamentos obsessivos que levam a atos compulsivos os quais atrapalham o bom funcionamento da pessoa), crises de pânico, etc.

Outra coisa que ajuda é em vez de ficar parado e assustado com a ansiedade ou angústia exagerada, tome uma atitude, que pode ser diminuir o ritmo do trabalho, não se desesperar, realizar suas tarefas mais devagar, dentro do possível, sem se cobrar para ter que ter o mesmo desempenho que tinha antes do sofrimento ansioso.

A respiração pode ajudar. Pessoas muito ansiosas podem respirar mal. Por isso, ao longo do dia, algumas vezes, respire profunda e lentamente cinco ou seis vezes em seguida, puxando o ar pelo nariz e soltando-o pela boca bem devagar.

Verifique como está sua dieta. Bebidas com cafeína, por exemplo, podem piorar a ansiedade. Portanto, elimine-os ou reduza ao máximo o seu consumo. Também contribui para o alívio da ansiedade excessiva a prática de atividade física especialmente ao ar livre, como caminhadas de preferência em meio à natureza.

Finalmente, examine seus pensamentos. Uma pessoa com ansiedade excessiva geralmente exagera as coisas e tende a se concentrar em problemas que não ocorreram e que provavelmente poderão nunca acontecer. Então, não antecipe fatos trágicos que possivelmente não acontecerão. Verifique se seus pensamentos mais frequentes e que aumentam a ansiedade tem uma base real. São razoáveis? São baseados numa verdade ou numa suposição? Tem provas concretas de que eles são verdadeiros? Ou são produzidos apenas por uma mente ansiosa que imagina coisas?

Procure o desenvolvimento de sua vida espiritual. Estudos científicos mostram que a oração, a meditação, ajudar os outros gratuitamente, auxiliam a pessoa para ela se tornar mais serena.

Atitudes assim, praticadas com perseverança, paciência, humildade, e determinação, ajudarão a diminuir a ansiedade e, talvez, a pessoa não necessitará do uso de medicação sintética, ou se necessitar, poderá usar menos tempo e possivelmente sem necessitar doses altas.

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Dr. Cesar Vasconcellos de Souza

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O sintoma e seu significado

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Sintoma é aquilo que alguém diz estar ocorrendo e que não podemos ver, como uma dor, um mal-estar, uma tonteira, ou sensação de má digestão. Sinal é o que podemos ver, como uma inchação externa (edema), uma mancha na pele, perda de peso acentuada e tantos outros.

Sintoma é aquilo que alguém diz estar ocorrendo e que não podemos ver, como uma dor, um mal-estar, uma tonteira, ou sensação de má digestão. Sinal é o que podemos ver, como uma inchação externa (edema), uma mancha na pele, perda de peso acentuada e tantos outros.

Sintomas são manifestações de dor em nosso organismo. Podem ser físicos, mentais, sociais ou espirituais. Sintomas físicos são, por exemplo, dores físicas, vômito, diarreia, fratura de um osso, mancha na pele. Sintomas mentais são, por exemplo, tristeza profunda, timidez exagerada, pânico, ansiedade excessiva, fobia, desorientação no tempo e no espaço. Sintomas sociais podem ser corrupção, abuso moral numa empresa, e sintomas espirituais, por exemplo, são falta de fé, desesperança, materialismo, desprezo pela vida, maldade, orgulho, egoísmo.

Todo sintoma é uma manifestação de que algum tipo de dor ou problema está em processo na pessoa. O mau funcionamento de um sistema em nosso corpo é demonstrado pela dor. A palavra “dor” aqui não quer dizer dor sensorial, ou seja, não é necessariamente sentir dor física quando, por exemplo, levamos uma pancada no corpo, ou quando queimamos nossa pele e há dor. Estes e outros tipos de dor são manifestações de que algo está errado.

Dor, então, além da dor física pode ser dor emocional (tristeza, medo, angústia), dor social (tensão nos relacionamentos) e dor espiritual (perda de fé, desespero, falta de sentido para a vida). A dor nos diz que transgredimos as leis naturais e estamos pagando o preço pela transgressão.

O corpo tenta resolver a dor ou o problema através do sintoma. Exemplo: se você comeu um pão integral que estava mofado, com fungos, pode ocorrer a diarreia, a qual é, por um lado, a defesa e por outro lado a manifestação do problema. Quando uma pessoa pratica em seu estilo de vida algo não saudável, seu corpo procura dar um jeito para evitar complicar o risco de morte.

Veja o exemplo do câncer, o qual resulta de uma combinação de fatores. Há o fator hereditário (transmite-se de pais para filhos a probabilidade de ter a doença se ambos ou um dos pais também a tiveram), o emocional (qualidade ruim das relações afetivas na família de origem e na vida adulta), a sensibilidade da pessoa (os mais sensíveis absorvem mais problemas), fatores tóxicos do ambiente (agrotóxicos, exposição inapropriada ao sol, poluição do ar). Tudo isto combina para o desenvolvimento de um câncer.

Mas quando nosso corpo percebe que as células estão ficando cancerígenas, um grupo delas decide parar as funções do corpo pelo chamado “suicídio celular inteligente” ou “apoptose”, também chamada de “morte celular programada” que é diferente da “necrose” que é a morte de uma parte de nosso corpo de forma agressiva, como ocorre num enfarto do coração.

Quando um câncer começa a desenvolver-se, há os genes P53 que atuam para tentar vencê-lo. Se a pessoa continua com estilo de vida não saudável, o câncer avança e os genes NM23 entram em ação para evitar as metástases ou a difusão da doença. E se nada muda para melhor no estilo de vida da pessoa, as células sadias decidem pela apoptose, ou seja, decidem “desligar” a vida para evitar que a doença progrida de forma ruim para o indivíduo.

O sintoma é a manifestação da dor para que tendo a dor você possa parar, refletir, e ter a chance de ver o que precisa ser mudado em sua vida física, mental e espiritual. A vida dá muitas chances antes que a morte chegue. Mas há uma hora em que ela diz que não dá mais. Daí vem a doença e a morte.

Assim, diante de uma dor não corra para buscar algo para anestesiá-la e esquecer o assunto. Procure entendê-la e mudar aquilo que a vida está lhe dizendo para mudar. Assim, a saúde prosseguirá. E você tem a escolha. Milhões de pessoas morrem precocemente porque fazem escolhas erradas quanto à saúde. A grande maioria das doenças têm que ver com estilo de vida.

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