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Doença de Alzheimer e assistir TV

quarta-feira, 24 de maio de 2023

No site da Harvard Health Publishing foi publicado um artigo em 10 de abril de 2023 com o título: “O menor tempo de TV reduz o risco de demência?”. O autor é o médico Andrew Budson, do Conselho Consultivo Editorial da Harvard Health Publishing, pertencente à Universidade Harvard. Ali é dito que um estudo estimou que metade dos adultos americanos passam de duas a três horas por dia assistindo televisão, com alguns assistindo até oito horas por dia. Isto é bom ou é ruim?

No site da Harvard Health Publishing foi publicado um artigo em 10 de abril de 2023 com o título: “O menor tempo de TV reduz o risco de demência?”. O autor é o médico Andrew Budson, do Conselho Consultivo Editorial da Harvard Health Publishing, pertencente à Universidade Harvard. Ali é dito que um estudo estimou que metade dos adultos americanos passam de duas a três horas por dia assistindo televisão, com alguns assistindo até oito horas por dia. Isto é bom ou é ruim?

Dr. Budson diz que quanto mais tempo você se senta e assiste televisão, menos tempo tem para atividade física. E sabe-se que a prática de atividade física habitual diminui o risco de problemas cognitivos e demência. Se além de gastar muito tempo diante da TV você ainda fica sentado com outras atividades, isto aumenta ainda mais o risco de doenças como a de Alzheimer ou outro tipo de demência.

Será que estando exercitando-se regularmente, assistir televisão ainda é ruim para a saúde? O primeiro estudo científico que sugeriu que a TV ainda é ruim para o seu cérebro foi de 2005. Controlando o ano de nascimento, sexo, renda e educação, os pesquisadores viram que cada hora a mais assistindo TV na meia idade aumentava o risco de doença de Alzheimer de uma a três vezes. E participar de atividades estimulantes intelectualmente e atividades sociais reduziu o risco de desenvolver esta doença.

Em 2018, o estudo do UK Biobank começou a acompanhar cerca de 500 mil pessoas no Reino Unido que tinham de 37 a 73 anos quando foram recrutados pela primeira vez entre 2006 e 2010. As informações demográficas relatadas foram um pouco escassas: 88% da amostra foi descrita como branca e 11% como outra; 54% eram mulheres. Os pesquisadores examinaram o desempenho basal dos participantes em vários testes cognitivos diferentes, incluindo testes de memória visual-espacial, numérica de curto prazo, inteligência, entre outros.

Cinco anos depois, muitos participantes repetiram certos testes. Dependendo do teste, o número de participantes avaliados variou de 12.091 a 114.373. Os resultados deste estudo foram claros. Primeiro, mais tempo de assistir TV estava associado a uma pior função cognitiva em todos os testes cognitivos. E mais importante, o tempo de ver TV também estava ligado a um declínio na função cognitiva cinco anos depois para todos os testes cognitivos. Embora esse tipo de estudo não possa provar que a assistir TV causou o declínio cognitivo, ele sugere que sim. Mas o uso do computador foi associado a melhor função cognitiva e a uma menor probabilidade de declínio cognitivo ao longo do estudo de cinco anos.

Dr. Andrew comenta que em 2022, os pesquisadores analisaram essa mesma amostra do UK Biobank com outra pergunta em mente: o tempo gasto assistindo TV versus o uso de computador daria diferentes riscos de desenvolver demência ao longo do tempo? Suas análises incluíram 146.651 pessoas do UK Biobank, com 60 anos ou mais. No início do estudo, nenhum havia sido diagnosticado com demência. Ao longo de 12 anos, 3.507 participantes foram diagnosticados com demência. Depois de controlar a atividade física do participante: o tempo gasto assistindo televisão aumentou o risco de demência e o tempo gasto usando o computador diminuiu o risco de demência. Os que assistiam mais TV diariamente, mais de quatro horas, tinham 24% mais chances de desenvolver demência. E os que usavam computadores interativamente mais de uma hora por dia como atividade de lazer tinham 15% menos chances de desenvolver demência.

Este médico de Harvard diz que se você assistir mais de uma hora de TV por dia, a recomendação é desligá-la e fazer atividades que são boas para seu cérebro como praticar exercícios físicos, usar o computador, fazer palavras cruzadas, ouvir boa música, participar de atividades sociais e outras cognitivamente estimulantes.

Fonte: https://www.health.harvard.edu

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A importância da mãe

quarta-feira, 17 de maio de 2023

No último domingo, 14, foi comemorado o Dia das Mães que, na verdade, é todo dia. Quando ela ama seu filho, sua filha, cada dia ela pensa neles. O pai que ama seus filhos também. Apesar de atrasado, quero deixar umas palavras sobre as mães.

O vínculo da mãe com seu filho é poderoso porque é biológico, emocional, relacional e espiritual. Ser mãe amadurecendo é ter uma mentalidade de sacrifício na qual existe o pensamento: que posso fazer para ajudar meu filho, minha filha?

No último domingo, 14, foi comemorado o Dia das Mães que, na verdade, é todo dia. Quando ela ama seu filho, sua filha, cada dia ela pensa neles. O pai que ama seus filhos também. Apesar de atrasado, quero deixar umas palavras sobre as mães.

O vínculo da mãe com seu filho é poderoso porque é biológico, emocional, relacional e espiritual. Ser mãe amadurecendo é ter uma mentalidade de sacrifício na qual existe o pensamento: que posso fazer para ajudar meu filho, minha filha?

A mãe que lida com o estresse em sua função maternal, pode adquirir alívio na medida em que ela pede ajuda para as multitarefas sob sua responsabilidade. Tem gente que assume coisas demais porque pode ter dificuldade em pedir ajuda aos outros. Se você é mãe e está super atarefada, evite assumir tudo sozinha. Se você faz isso porque pensa que seu marido ou outro familiar adulto não fará como você faz, talvez seja melhor aceitar a frustração de que realmente o outro não fará a tarefa igual você faz, mas pedir ajuda assim mesmo para evitar o esgotamento.

Tenha momentos para si mesma, para ler, sair com uma amiga, tirar um cochilo. Algumas mães dizem: “Ah! Meu marido não vai cuidar bem das crianças!”. Sim, ele poderá não cuidar como você cuidaria, mas elas não irão morrer sem sua presença. Outras mães argumentam: “Meus filhos não conseguem ficar sem minha presença.” Neste caso pense que há uma diferença entre “eles vão sentir minha falta” e “eles não aguentam ficar sem mim”. A primeira é verdadeira, mas a segunda não necessariamente.

Sinais de que você pode estar entrando num esgotamento podem ser: cansaço, dores musculares e de cabeça, alterações menstruais, insônia, infecções repetidas, desinteresse sexual, dificuldade de concentração, labilidade emocional (chorar com facilidade), desânimo, pensamento lento entre outros.

Ter contato com outras mães ajuda a ver que elas também têm dificuldades no seu papel materno e possibilita trocar ideias sobre solução de problemas no lar, além de desabafar suas preocupações. Cada mãe precisa se cuidar através de exames médicos como prevenção de câncer de mama, ginecológico e outras questões de saúde. É importante manter o peso adequado, praticar atividades físicas ao ar livre, usar alimentação natural.

Do ponto de vista psicológico a mãe se sentirá melhor ao crer que seus filhos podem aguentar a falta dela quando ela precisar se ausentar. Também é importante colocar limites para as crianças que geralmente exigem muita atenção, querem que a mãe brinque com elas muito tempo, além delas pedirem para comprar coisas como brinquedos e guloseimas.

Se a mãe dá tempo de qualidade para seus filhos, ela não precisa se sentir culpada de ter momentos para cuidar de si. E vai ajudar na saúde geral da mãe se ela dormir bem, delegar tarefas, desabafar com pessoa ética, de experiência e de preferência do mesmo sexo. Ela deve observar seus pensamentos e ver se existem autodepreciação, autodesvalorização e evitar isso. Ajuda também cultivar gratidão, orar e ter convívio em sua comunidade religiosa.

Finalmente, o papel da mãe para com seus filhos é fundamental para a construção do caráter deles. Uma autora com mais livros traduzidos no mundo, escreveu: “Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra.” Ellen G White - O Lar Adventista, pág. 240. Use, mãe, este poder para o bem sempre. Se você precisar parar com seu trabalho fora de casa por algum tempo para cuidar do seu filho ou filha, saiba que isto terá consequências positivas para o resto da vida da criança. Você poderá perder dinheiro, mas ganhará a paz e consciência tranquila de ter feito o melhor por seu filho ou filha enfrentar a vida.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Usando pessoas para parar nossa dor

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Ela comenta que a nossa felicidade não é um presente que uma outra pessoa tem nas mãos dela. Não é uma outra pessoa que pode nos dar ou nos negar o sentimento de bem estar na dependência de como ela se sente. Melody diz: “Aquela caixa lindamente embrulhada com a fita que acreditávamos conter nossa felicidade que alguém estava segurando - é uma ilusão!”

Em vez de ficar esperando ou forçando alguém a tentar interromper sua dor, será melhor encontrar coragem para parar de fazer isso, esperar, enfrentar seu sofrimento, aceitá-lo, lidar com seus problemas, pois isso é um bom passo para a felicidade.

Se alguém está lhe machucando, você tem o direito de dizer para ele ou ela parar de fazer isso e tem a responsabilidade de se proteger para interromper a dor. As pessoas não têm o direito de ficar nos machucando o tempo todo sem que façamos algo para nos livrar disso. Alguns indivíduos toleram coisas ruins por muito tempo por medo de retaliação, medo de ficar sozinhos ou inabilidade em colocar limites.

Quando ficarmos conscientes de que e como estamos tentando usar outras pessoas para interromper nossa dor e criar nossa felicidade, a cura emocional poderá chegar. Quando criança esperávamos de nossos pais ou cuidadores aprovação, elogios, colo, carinho. Isto não vindo deles, procurávamos em outras pessoas. Mas ao crescermos podemos querer repetir esta busca, esta mendigação de afeto justamente colocando nas mãos dos outros, mentalmente, a fonte de nosso bem estar. A verdade é que mesmo que alguém nos ame de verdade, esta pessoa não tem poder de criar em nós paz, felicidade, serenidade, bem estar. Ela pode contribuir para isso, mas não criar isso em nós.

Não coloque nas mãos de outra pessoa a fonte de sua felicidade. As melhores e boas pessoas que você conhece não conseguem fazer isso por você, em você. A serenidade, o bem estar, nossa felicidade, que é um processo, está muito em nossas mãos, não nas mãos dos outros.

O texto de reflexão que a Melody escreveu, termina com uma oração dela que diz assim: “Deus, ajude-me a lembrar que possuo a chave para minha própria felicidade. Dê-me coragem para ficar parado e lidar com meus próprios sentimentos. Dê-me os insights [percepções] que preciso para melhorar meus relacionamentos. Ajude-me a parar de fazer a dança da codependência e começar a fazer a dança da recuperação.”

Saúde mental não é ausência de tristeza, ansiedade, medo, mas é não se apavorar quando sentir isto, é ter paciência consigo mesmo quando sentir isso, e aguentar estas emoções desagradáveis até que elas passem sem se drogar com qualquer coisa, e ter esperança de melhora e recuperação. Não vamos nos iludir com as ideias que ouvimos por aí que propaga que tudo vai correr perfeitamente, que vai chegar o dia em que nos sentiremos perfeitos, tendo o controle de tudo. Isso não é real nessa existência. Precisamos, então, aceitar nossas limitações, aprender que alguns problemas em nossa vida talvez não terão solução, e ter consciência do fato de que podemos estar buscando a irrealidade. Se não pensarmos nestas coisas, possivelmente vamos perseguir a felicidade tentando usar pessoas. E usar é abusar, o que é diferente de pedir ajuda.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Honestidade faz parte da cura

quarta-feira, 03 de maio de 2023

Rose N. Franzblauer foi psicóloga e colunista do jornal New York Post. Ela disse: “Honestidade sem compaixão e compreensão não é honestidade, mas hostilidade sutil.” Tem gente que se diz sincera porque fala tudo o que pensa. Será benéfico isso? Não pode ser uma forma de hostilidade contra aquela pessoa ou grupo social para quem o indivíduo se dirige?

Rose N. Franzblauer foi psicóloga e colunista do jornal New York Post. Ela disse: “Honestidade sem compaixão e compreensão não é honestidade, mas hostilidade sutil.” Tem gente que se diz sincera porque fala tudo o que pensa. Será benéfico isso? Não pode ser uma forma de hostilidade contra aquela pessoa ou grupo social para quem o indivíduo se dirige?

Todos os dias lemos ou ouvimos em jornais, revistas, telejornais notícias cheias de conflito de interesses. Por exemplo, uma rede de TV famosa em nosso país joga dos dois lados. Às vezes faz isso disfarçadamente, outras explicitamente. Quando interessa à sua ambição materialista insaciável, ela fica do lado da direita política. Quando não interessa, ela defende a esquerda. Um nojo. E como afeta a opinião pública! O politicamente correto muitas vezes não é prudência, mas é hipocrisia e faz parte da malignidade.

Certa vez uma amiga budista comentou: “A verdade vai acabando com as minhas mentiras.” E uma pergunta que pode surgir nesse contexto é: você quer a verdade? Precisamos entender que não tem cura pessoal, comunitária, social, política sem verdade. Mas como a verdade pode surgir se, por exemplo, colocam políticos corruptos para serem o chefe de uma comissão parlamentar? Isso equivale colocar um lobo voraz para tomar conta do galinheiro. Não funciona para o bem. Mas isso parece ser feito para se manter a zona de conforto no caldo da corrupção.

Rose Franzblauer diz ainda que “qualquer coisa boa pode ser usada de forma prejudicial ou destrutiva. Toda a nossa recuperação [da saúde mental e por extensão, a de uma nação] é baseada em uma premissa fundamental de honestidade. Mas nossa honestidade se torna distorcida e prejudicial quando não estamos em sintonia com nossas motivações. Um homem que contradiz outros membros do grupo para se sentir superior em vez de ser útil está sendo hostil. Se criticarmos as pessoas sobre coisas que elas não podem mudar, estaremos apenas ferindo-as.”

Muito de nosso comportamento tem que ver com motivações mais inconscientes do que conscientes. Lembra quando você disse alguma palavra e queria dizer outra? Por que saiu a palavra que você não queria? Em psicanálise chamamos isso de “ato falho”. É da mente inconsciente que vem isso. Então, veja que temos uma área de nossa mente desconhecida para nossa consciência. Foi por isso que Jesus disse que é do coração que vem as coisas que machucam a pessoa e a leva a ferir as outras com seus comportamentos. Coração aqui se refere à parte mais profunda da mente e não o órgão em nosso peito que bombeia sangue para todo o corpo.

A psicóloga Rose segue dizendo: “À medida que crescemos, encontramos mais partes de nós mesmos que podem ser prejudiciais. Precisamos aceitar essas partes também, não nos condenar por sermos humanos, não esconder nossos impulsos destrutivos de nós mesmos. Então nossa honestidade conosco e com os outros não será maculada por motivos desonestos.” Interessante isso que ela diz, não é? Quando aceitamos nosso lado maldoso, tendencioso, corrupto, destrutivo, desonesto, quando percebemos que existe isso em nosso caráter, em vez de negar e fugir dessa verdade, aí temos a escolha de pegar um caminho de cura emocional, de honestidade que pode ajudar tanta gente, além de nós mesmos.

Franzbauer termina a reflexão dela com essa oração: “Eu oro por honestidade comigo mesmo primeiro, para que minha honestidade com os outros seja pura.” Eu também. Honestidade faz parte da cura pessoal, comunitária, social, política e espiritual.

(Fonte: Today’s Gift - Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men -

hazeldenbettyford.org)

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Aceitando as emoções

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Quem consegue regular suas emoções, evita comportamentos impulsivos que ferem a si mesmo e os outros, como a automutilação, se protege para não brigar facilmente usando agressão física ou mesmo verbal, especialmente nos momentos de pressão. O aprendizado de regulação de emoções ocorre ao longo da infância quando a família sabe manejar razoavelmente bem os sentimentos. Este aprendizado por ser perturbado por traumas familiares, pais controladores e agressivos, falta de apego saudável com os pais.

Geralmente temos a tendência de rejeitar sentimentos de tristeza, vergonha, medo. Mas como isto vem na pessoa, ela tenta algo para evitá-los, talvez usando álcool, tranquilizantes, ou drogas como maconha, cocaína e outras, para se sentir melhor. Se você rejeita uma emoção porque ela é desagradável, isto pode piorar sua vida mental. Sentimentos têm uma finalidade. O medo protege, a tristeza faz parte do luto, a vergonha pode indicar que você foi ferido em sua dignidade, a ansiedade excessiva mostra que existe conflito dentro da pessoa que precisa solução.

Em vez de afastar ou reprimir suas emoções você pode aprender a aceitá-las. Isto significa que você permite que suas emoções sejam o que são sem julgá-las ou tentar mudá-las. Elas estão aí em sua mente e têm uma causa para surgirem.

Aceitar emoções não significa que você se acomode a se sentir sempre mal sem fazer nada. Significa que você se torna consciente da emoção, para de brigar com ela e entende que ela irá embora. O que é bom passa. Mas o que é ruim, também passa. Aceitar uma emoção que surge em sua consciência, significa sentar no banco do carona, abandonar as armas e sair da luta. Aceitar nesse contexto, significa pensar que as emoções mudarão. Você aprendeu que pode estar feliz hoje, mas amanhã poderá estar triste e não mais se rebela contra isso. As emoções flutuam e mudam de um momento para outro.

Qual é o sentido de tentar aceitar as emoções? Não seria mais fácil simplesmente se livrar delas? Não é fácil livrar-se das emoções. Ela surge por alguma razão, ela tem uma função. Ela nos ajuda a decidir o que fazer. Devemos nos afastar de alguém? Devemos nos aproximar? Precisamos pedir perdão? É necessário nos proteger de pessoas abusivas? Precisamos chorar por alguma perda importante? Procure pensar no significado desta ou daquela emoção que surge aí na sua mente. Ignorar isso pode nos levar a tomar decisões ruins.

É possível aprender a melhorar a aceitação de suas emoções. Isso não significa que seja sempre fácil. Emoções dolorosas e intensas não são agradáveis, mexem com nossos instintos para tentarmos evitá-las. Com a prática persistente, no entanto, você pode aprender a aceitar mais suas emoções.

Uma estratégia que podemos usar para identificarmos e aceitar melhor nossas emoções pode ser observar nossos pensamentos e emoções sem julgamento. Também a meditação é útil para aumentar a conscientização e a aceitação de experiências emocionais. Você pode meditar, por exemplo, no significado de textos espirituais para sua vida. Outra ferramenta é a psicoterapia que ajuda na aquisição de controle emocional. Fora isso, a oração sincera, feita com concentração, prestando atenção no que você diz, usando palavras espontâneas, favorece a melhora da consciência de si mesmo, de suas emoções e do significado delas.

Fonte: www.verywellmind.com/how-accepting-emotions-can-improve-emotional-health

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Vício em fentanil

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Muita gente está ficando viciada em fentanil, um opioide sintético. Opioides são drogas encontradas na planta da papoula que tem ópio. Alguns opioides são feitos da planta e outros, como o fentanil, são produzidos por cientistas em laboratórios.

O fentanil é um poderoso opioide sintético semelhante à morfina, mas 50 a 100 vezes mais potente que ela, sendo feito em laboratórios oficiais e produzido ilegalmente. Como a morfina, é usado para tratar pacientes com dor intensa, especialmente após uma cirurgia.

Muita gente está ficando viciada em fentanil, um opioide sintético. Opioides são drogas encontradas na planta da papoula que tem ópio. Alguns opioides são feitos da planta e outros, como o fentanil, são produzidos por cientistas em laboratórios.

O fentanil é um poderoso opioide sintético semelhante à morfina, mas 50 a 100 vezes mais potente que ela, sendo feito em laboratórios oficiais e produzido ilegalmente. Como a morfina, é usado para tratar pacientes com dor intensa, especialmente após uma cirurgia.

Os opioides sintéticos, incluindo o fentanil, são agora as drogas mais comuns envolvidas em mortes por overdose de drogas nos Estados Unidos, matando em 2021 mais de 70 mil pessoas, ou seja, quase 200 pessoas por dia. O risco de overdose por abuso do fentanil é bem maior comparado com outras drogas. O fentanil é muito letal, bastando 2 miligramas para levar à morte. A atuação no corpo é rápida e o efeito também passa rápido. Nos Estados Unidos se compra em farmácias com receita, e no Brasil só é usado em hospitais. O fentanil existe na forma de injeção, como adesivo para a pele, ou pastilhas. A droga ilegal é vendida como um pó, em conta-gotas ou sprays nasais ou em pílulas.

Traficantes de drogas estão misturando fentanil com outras drogas, como heroína, cocaína e anfetaminas. Fazem isso porque basta pouca dose para produzir um “barato” com fentanil, tornando-a uma opção mais barata. Isso é arriscado quando se tomam drogas sem perceber que podem conter fentanil.

Como a heroína, a morfina e outras drogas opioides, o fentanil funciona ligando-se aos receptores opioides em áreas do cérebro que controlam a dor e emoções. Após tomar opioides muitas vezes, o cérebro se adapta à droga, diminuindo sua sensibilidade, tornando difícil sentir prazer com qualquer coisa além da droga, assim as pessoas se viciam e a busca e uso de drogas tomam conta de suas vidas.

Efeitos do fentanil incluem: sensação de felicidade; sonolência; náusea; confusão; constipação; sedação; problemas para respirar, inconsciência. Na overdose de fentanil a respiração diminui ou para, pode diminuir a quantidade de oxigênio no cérebro, podendo levar a um coma, danos cerebrais permanentes, e morte.

Traficantes de drogas misturam o fentanil com outras drogas para aumentar os lucros, tornando difícil saber qual droga está causando a overdose. A naloxona é um medicamento que pode tratar overdose de fentanil quando administrado imediatamente. Mas o fentanil é mais forte do que outras drogas opioides, como a morfina, e pode exigir várias doses de naloxona. Os que recebem naloxona devem ser monitorados por mais duas horas após a última dose de naloxona para garantir que a respiração não diminua ou pare. Também se usa a naltrexona, a metadona e a buprenorfina.

Viciados em fentanil que param de usá-lo podem ter sintomas graves de abstinência começando algumas horas após a última tomada da droga. Estes sintomas incluem: dor muscular e óssea; problemas de sono; diarreia e vômitos; ondas de frio com arrepios; movimentos incontroláveis das pernas, fissura pela droga.

Terapias comportamentais para o vício em opioides como o fentanil podem ajudar as pessoas a modificar suas atitudes e comportamentos relacionados ao uso de drogas, aumentar as habilidades saudáveis para a vida e ajudá-las a manter sua medicação. Essas abordagens de tratamento comportamental provaram ser eficazes, especialmente quando usadas junto com medicamentos.

Fonte: https://nida.nih.gov/publications/drugfacts/fentanyl

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Uso de telas por crianças e adolescentes

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Crianças podem gastar tempo demais com telas, seja celular, TV, tablet, computador. Alguns argumentam que por se tratar de uma geração diferente, não tem nenhum problema isso. Será verdade?

Crianças podem gastar tempo demais com telas, seja celular, TV, tablet, computador. Alguns argumentam que por se tratar de uma geração diferente, não tem nenhum problema isso. Será verdade?

Vemos notícias em redes de TV e rádio e artigos de jornais, falando dos supostos benefícios de videogames e desenhos animados para o crescimento mental das crianças e jovens. Mas isto é falso, e só interessa às indústrias do entretenimento. Dra. Natália Biagi, psiquiatra infantil com formação na Universidade de Campinas explica: “Não existe comprovação científica de que as crianças estão mais criativas, inteligentes, curiosas e ágeis por conta da tecnologia.”

Quanto mais cedo uma criança se acostuma às telas, mais chances ela tem de se tornar usuária frequente. Os primeiros anos de vida são fundamentais para aprendizagem e amadurecimento cerebral e as telas privam as crianças de vários estímulos e experiências essenciais com difícil recuperação depois.

Dra. Natália diz: “Estar presente quando a criança está na tela ou sentada ao lado dos pais que estão no celular não é interação de qualidade. Nosso cérebro é bem menos sensível a uma representação de vídeo do que uma presença humana efetiva. Para cada hora passada diante da tela durante a semana, um bebê de 18 meses perde 52 minutos de conversa com seus pais.”

A psiquiatra infantil continua: “A utilização de smartphone provoca menor envolvimento dos pais e um modo de interação mais mecânico. Uma pesquisa mostrou que crianças de 18 meses para cada meia hora passada com um aparelho digital portátil multiplicava por quase 2,5 a probabilidade de apresentar atraso na linguagem. Com a TV, o risco era quadruplicado com consumo maior que duas horas diárias. A criança precisa que falem com ela, que suas palavras sejam solicitadas, que seja encorajada a nomear os objetos, estimulada a organizar suas respostas, que lhe contem histórias e a convidem a ler.”

Quanto ao uso de telas por adolescentes e pré-adolescentes as telas recreativas têm impactos nocivos mensuráveis a partir de 60 minutos de utilização diária. Já que o crescimento cerebral segue até o início da vida adulta, na adolescência há muita vulnerabilidade para aquisição e desenvolvimento de transtornos de dependência. Para cada “like” que o jovem recebe, dopamina pode ser liberada causando a sensação de prazer e pode viciar.

Crianças e jovens que gastam muitas horas com telas podem ter obesidade por causa do sedentarismo, problemas com sono, memória, aprendizagem, desatenção, impulsividade e sintomas depressivos. E os que especialmente se expõem a jogos violentos, podem copiar modelos agressivos e repeti-los na vida de alguma forma, como vemos notícias de jovens portando armas e atacando colegas e professores em escolas. Os videogames favorecem uma atenção dispersa, exatamente o contrário da atenção necessária à aprendizagem no contexto escolar.

Às vezes os pais querem limitar o uso de telas em seus filhos, quando eles não se controlam nisso, gastando muitas horas com TV, celular, tablet, computador. É bom lembrar que crianças podem imitar o comportamento descontrolado dos pais.

Dra. Natália dá estes conselhos: retire telas do quarto de dormir, desligando tudo pelo menos uma hora e meia antes de dormir; explique a razão da colocação dos limites (cérebro em formação, telas minam a inteligência, perturbam o desenvolvimento do cérebro, prejudicam a saúde, favorecem a obesidade, interferem no sono); estabeleça regras/limites quanto ao tempo de duração máxima semanal ou diária.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que até pelo menos dois anos de idade não se deve permitir crianças terem acesso ao uso de telas. Melhores estímulos para as crianças são a leitura, o pai ou mãe podem ler e contar histórias para elas, musicalização, esportes não competitivos, desenhar com lápis e papel, escrever, contato com a natureza, brincadeiras com estímulos sensoriais, contato social de alta qualidade. É iImportante também ter a supervisão de um adulto durante uso das telas por crianças e mesmo jovens, cuidando do conteúdo.

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Parabéns!

sexta-feira, 07 de abril de 2023

Quero expressar meus sinceros parabéns aos diretores que têm levado A VOZ DA SERRA adiante, mantendo-o em circulação por 78 anos! É uma façanha admirável diante de tantas crises econômicas e outras que temos passado nestas décadas. Apesar de estarmos num mundo de comunicação eletrônica, confesso que ainda prefiro ler publicações, artigos, livros em papel. Jornal online é bom, mas acho melhor ainda em papel onde podemos folhear as páginas na leitura.

Quero expressar meus sinceros parabéns aos diretores que têm levado A VOZ DA SERRA adiante, mantendo-o em circulação por 78 anos! É uma façanha admirável diante de tantas crises econômicas e outras que temos passado nestas décadas. Apesar de estarmos num mundo de comunicação eletrônica, confesso que ainda prefiro ler publicações, artigos, livros em papel. Jornal online é bom, mas acho melhor ainda em papel onde podemos folhear as páginas na leitura.

Parabéns para a família Ventura que vem tocando este jornal em nossa cidade com informações importantes para nossa comunidade. Entendo que são três gerações na direção deste noticiário, o que mostra uma influência familiar positiva no seguimento de uma empresa de sucesso na área jornalística.

Me sinto contente em poder contribuir por mais de 30 anos com este bom jornal com minha coluna semanal “Saúde Mental & Você”, e tenho certeza que meus colegas de outras colunas também se sentem bem com a contribuição de cada um. 

Aproveito para parabenizar todos os jornalistas, e em especial os do nosso querido AVS pelo Dia do Jornalista comemorado neste 7 de abril. Jornalismo é uma profissão importante por levar ao grande público informações, notícias, artigos que orientam a população em temas variados, requerendo pesquisa, leitura e cursos para a execução de um bom trabalho como este jornal tem feito. Parabéns A VOZ DA SERRA pelos 78 anos!

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Transtorno do Espectro Autista

quarta-feira, 05 de abril de 2023

No último domingo, 2, celebrou-se o Dia do Autismo que agora se chama Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), por reunir várias alterações do desenvolvimento neuropsicológico desde o nascimento ou começo da infância. Antes se achava que só era possível fazer um diagnóstico de autismo em crianças acima dos 3 anos de idade. Agora é possível ver sinais e sintomas de autismo em crianças com um ano e meio de idade. O autismo surge antes dos 3 anos de idade, com cerca de seis diagnósticos em cada mil nascidos vivos, afetando quatro meninos para uma menina.

No último domingo, 2, celebrou-se o Dia do Autismo que agora se chama Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), por reunir várias alterações do desenvolvimento neuropsicológico desde o nascimento ou começo da infância. Antes se achava que só era possível fazer um diagnóstico de autismo em crianças acima dos 3 anos de idade. Agora é possível ver sinais e sintomas de autismo em crianças com um ano e meio de idade. O autismo surge antes dos 3 anos de idade, com cerca de seis diagnósticos em cada mil nascidos vivos, afetando quatro meninos para uma menina.

Para uma pessoa ser tida dentro do espectro autista é preciso existir problemas de interação social ou emocional, dificuldade de estabelecer ou manter diálogo, incapacidade de iniciar interação com outra pessoa, e problemas de atenção compartilhada, ou partilha de emoções e interesses com os outros. Também existe a presença de graves problemas para manter relacionamentos – pode ser falta completa de interesse em outras pessoas, dificuldades de se engajar em atividades sociais próprias para a idade e problemas de adaptação às diferentes expectativas sociais. Um terceiro ponto é quanto a comunicação não verbal – pouco contato visual, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, além da incapacidade de entender sinais não verbais de outros.

É difícil para a família lidar com o diagnóstico de autismo num filho, o que produz sofrimento e até desesperança. Se a família rejeita o problema, em vez de aceitar o diagnóstico, isto produz pior prognóstico para o autista. Mas quando a família aceita o diagnóstico sem revolta e coopera com o tratamento precoce o autista se beneficia.

Vamos ver alguns sinais e sintomas que são riscos de autismo. Se você pegar um objeto e o deslocar na frente da criança e ela não acompanhar com o olhar, isto é um risco de autismo. Uma criança autista se sente perdida quando um objeto que ela olhava muda de lugar. Outro sintoma é quando você mostra um objeto para a criança, ela olha para ele, e ao apresentar um segundo objeto com sua outra mão, ela não consegue alternar o olhar de um objeto para outro e se fixa no primeiro objeto.

Outra característica de autismo é a criança não atender ao chamá-la pelo nome, o que não quer dizer que se seu filho não responder ao seu chamado vez ou outra ao você falar o nome dele, ele tem autismo. Ele pode estar concentrado na brincadeira ou desatento.

Ao brincar com uma criança não autista, e mostrar uma face alegre, ela interage, talvez irá sorrir e emitir algum som, sendo bebê. Quando você muda sua face, para uma rosto zangado, a criança normal também muda a reação dela. Já na criança com risco de autismo, ela não irá fazer nada diante de sua mudança de expressão facial.

Ao você brincar com uma criança, balançando-a com suas mãos, ao parar com a brincadeira e estímulo sensorial, normalmente ela pedirá para você repetir se para ela foi agradável, e interage com você. Já a criança autista, não fará esta interação. Outro ponto é que uma criança não autista responde a um som que você emite, talvez não igual você fez, mas tenta emitir um som como resposta ao que você fez. Crianças até o primeiro ano de idade que não emite nenhum som, tem risco de estar com autismo.

Crianças autistas fazem pouco contato visual, e evitam o olhar quando se tenta fazer contato visual com elas. Uma criança que não ri socialmente tem risco de autismo. Outra coisa, quando uma criança brinca com um objeto, e nos juntamos a ela na brincadeira, normalmente ela olha para o brinquedo, para nós e interage. A criança com risco de autismo se fixa no brinquedo e não interage com outros.

A criança autista apresenta movimentos atípicos e repetitivos. É comum tapar os olhos e os ouvidos, ou bater as mãos contra o corpo, e tende a ficar girando em torno do próprio eixo ou balançando como um pêndulo. Quando a criança tem cinco ou mais sinais dos que apresentei, ela está em grande risco de ter um Transtorno do Espectro Autista, e deve ser encaminhada para um neuropediatra e um psiquiatra infantil com experiência no tratamento deste problema para confirmação do diagnóstico e início do tratamento.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A conexão entre religião e saúde

quarta-feira, 29 de março de 2023

Cientistas têm verificado a importância da religião para nossa saúde. Apesar de vivermos numa sociedade materialista, uma minoria pensante da população sabe que saúde depende de coisas simples, alimentos simples não processados industrialmente, vida no campo, relações humanas éticas moralmente, sem competição, praticando espiritualidade ao exercer uma fé religiosa saudável.

Cientistas têm verificado a importância da religião para nossa saúde. Apesar de vivermos numa sociedade materialista, uma minoria pensante da população sabe que saúde depende de coisas simples, alimentos simples não processados industrialmente, vida no campo, relações humanas éticas moralmente, sem competição, praticando espiritualidade ao exercer uma fé religiosa saudável.

Há alguns anos reuniu-se na Duke University, nos Estados Unidos, um grupo de 12 psiconeuroimunologistas, teólogos e médicos renomados, para uma revisão dos efeitos do estresse sobre o sistema imunológico e para ver como este conhecimento poderia informar-nos sobre a conexão religião-saúde. Já por 30 anos, centenas de estudos realizados em diferentes povos, revelam a existência da conexão entre envolvimentos religiosos, melhor saúde física e maior longevidade.

Naquela reunião, cientistas da Duke University sugeriram que há a possibilidade de que envolvimentos religiosos possam afetar positivamente a saúde física através de mecanismos neuroendócrinos e imunes. A fé religiosa produziria efeitos no sistema nervoso, em glândulas e no sistema imunológico humano. Bruce Rabin, da University of Pittsburgh, mostrou que crenças e atividades religiosas podem influenciar o sistema nervoso simpático, melhorando e aumentando seu funcionamento, ajudando, assim, a diminuir o estresse e melhorar a sociabilidade.

Ronald Herberman, da University of Pittsburgh Cancer Institute, um dos descobridores das células NK (natural killer cells ou células matadoras naturais) do sistema imune, fez uma revisão dos estudos que revelam as conexões entre estresse social e psicológico sobre a atividade das células NK, cujo estrese pode explicar como fatores psicosociais influenciam a suscetibilidade para o câncer e como afetam o seu desenvolvimento.

Na década de 70 não era raro ouvir-se falar de uma cirurgia chamada “vagotomia”, que é o corte cirúrgico de um nervo chamado “vago”. O cirurgião corta este nervo interrompendo a corrente dos estímulos nervosos dirigida aos órgãos por onde ele passa. É como se você cortasse o fio que vai da TV à tomada na parede. O que ocorre? A TV não liga. O nervo vago é chamado de “pneumogastroentérico”. Pneumo tem que ver com pulmões; gastro tem que ver com estômago e entérico com intestinos. Este nervo segue uma trajetória desde o cérebro, passando pelos pulmões, estômago e chegando aos intestinos.

Uma pessoa muito nervosa emocionalmente, estimula demais este nervo podendo ter reações desagradáveis nos pulmões, estômago e/ou intestinos. A vagotomia seria para melhorar ou tentar resolver tais reações físicas nestes órgãos, nas pessoas nervosas ou muito ansiosas. Mas será que resolve, se elas permanecem nervosas sem aprenderem a lidar com suas emoções que afetam estes órgãos?

Hoje sabe-se que a prática de princípios religiosos como o perdão, a compaixão, a fé, a esperança, entre outros, “acalmam” os nervos, por liberar hormônios como acetilcolina, endorfina, serotonina, produzindo relaxamento muscular, serenidade, melhorando a digestão e absorção de nutrientes, facilitando o sono reparador, aliviando dores físicas, corrigindo a hipertensão arterial e diminuindo a ansiedade.

As sugestões apresentadas pelos cientistas ligados ao estudo e pesquisa da interface religião-saúde, são de que “os esforços em medicina para tratar somente a doença biológica, não resultará em cura completa a menos que os outros aspectos do que ela (a doença) significa para o ser humano sejam também consideradas.” (The Link between Religion and Health – Psychoneuroimmunology and the Faith Factor, Harold G. Koenig, Harvey J. Cohen, Oxford University Press, p.9, 2002).

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