Na escolha dos temas, o Caderno Z, na maioria das vezes, me leva a algum lugar do passado e não seria diferente, quando se trata da escolha da escola. Lembrei-me de minha primeira escola, na Filó e da minha professora, dona Neuza. As crianças do bairro faziam ali as séries iniciais: 1ª A, 1ª B e depois a 2ª série. Ai, sim, vínhamos para o centro da cidade. Eu fui matriculada no Grupo Escolar Ribeiro de Almeida (atual Ienf). Havia uma escola na Rua General Osório: a Escola Nove, onde vários de meus coleguinhas estudaram, inclusive, o meu irmão.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
Em 10 de novembro é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A partir da leitura do Caderno Z do último fim de semana, podemos ouvir os clamores e demandas de quem sofre de perda auditiva. Ninguém se espante, mas “qualquer pessoa pode ficar surda”, fato ocasionado por algum trauma, um acidente, doenças ou infecções repetidas vezes”. É comum associar a surdez ao envelhecimento, o que tem sido desmitificado. Segundo o IBGE, “a cada 200 crianças que nascem, três são surdas”, provas de que a terceira idade nem sempre vai desenvolver o problema.
O Caderno Z, muitas vezes, reflete nos meus ouvidos inquietos os versos de alguma canção. Desta vez, diante de um tema que é tão abrangente, pareço ouvir Lulu Santos cantando: “E a gente vai à luta,/ e conhece a dor, / consideramos justa / toda forma de amor...”. Também posso ouvi-lo cantar: “Nada do que foi será / do jeito que já foi um dia...” e isso porque o nosso tema fala sobre os vários modelos das configurações familiares.
“O que te faz feliz?” – A pergunta está estampada no Caderno Z, abordando o tema Felicidade. Vinicius de Moraes exaltou a arte de ser feliz como aquela pluma que voa tão leve, mas tem a vida breve e precisa que haja vento sem parar. Metaforicamente, esse vento é o responsável para elevar os nossos anseios e valores. De minha parte, tanta coisa simples me traz felicidade, que eu seria injusta em destacar uma ou outra. Contudo, é justo que eu diga que “viajar’ no jornal A VOZ DA SERRA de fim de semana é um passeio e tanto, é uma volta ao mundo que me faz feliz.
O Caderno Z é um diário das datas importantes do nosso calendário. A exemplo, em 20 de outubro festeja-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a edição deste terceiro fim de semana do mês 10, nos trouxe matérias que deixam o nosso discernimento estarrecido. Se eu fosse cantar uma canção, certamente, seria “João e Maria”, de Chico Buarque: “no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido...”.
Meu pai, nascido em 1917, presenciou muitos acontecimentos históricos durante sua profícua existência de 90 anos. Ele tinha prazer em contá-los. Um desses foi, sem dúvida, o decreto que instituiu o voto feminino no Brasil, em 1932. Papai dizia que no início da década de 30, ele, ainda muito jovem, percebia que as mulheres começavam a ter um lugar além da porta da cozinha. No Sana, distrito de Macaé, onde viveu sua infância, as meninas não precisavam ir para a escola, porque aprenderiam a escrever cartas para os namorados.
Mais um festejo que o Caderno Z vem ressaltar: 4 de outubro – Dia Mundial da Natureza. Essa semana, íamos para o centro, de Uber, eu e minha neta, Júlia, 8 anos de esperteza. Sem que estivéssemos dissertando sobre algum assunto específico, Júlia, pergunta ao motorista: “Moço, você acha certo colocarem fogo nas matas e queimar os bichinhos?” – O rapaz respondeu que não acha certo e a pergunta rendeu pauta até o centro da cidade. Por isso mesmo, será pelas crianças que avançaremos na preservação dos ambientes naturais.
O Caderno Z tem dado provas de o quanto a vida é importante. Basta lembrar dos tantos e tantos temas que tratam de saúde mental, nutrição, exercícios físicos, meditação, envelhecimento saudável, bem-estar emocional e assim por diante. A cada fim de semana, o “Z” se esmera em trazer conhecimento, cultura, arte, moda e modos de bem viver. Com certeza, nós, leitores e leitoras, somamos pontos positivos para uma vida melhor a cada edição do Caderno.
Antigamente, os livros didáticos, aqueles que iam passando de irmão para irmão, no capítulo sobre as estações do ano, o que tinha para o nosso aprendizado eram quatro figurinhas. Simbolizando o outono, um quadrinho com árvore cheia de frutos. Para o inverno, era sempre um boneco de neve; no verão, uma criancinha brincando na areia da praia. E, como não podia deixar de ser, a primavera era um quadrinho cheio de flores. Era o quanto bastava para a gente saber sobre a diferença entre as estações.
Mamãe, depois de aposentada da Fábrica de Filó, resolveu ajudar meu pai com os quitutes do Avenida Bar, na Avenida Euterpe, nº 132. Nós já morávamos no Ouro Preto e as guloseimas eram fabricadas em casa e levadas para o bar pelo tio Fernando. Contava ele que, no ônibus, as pessoas queriam comprar os cheirosos pastéis, mas, infelizmente, eles eram da freguesia do bar. O segredo do sucesso era justamente misturar cachaça na massa, o que dava uma crocância de estalar na boca. E o Caderno Z nos trouxe até a receita, detalhando as quantidades dos ingredientes.