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Começando 2025 com Júlio Verne
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Eis que amanheci o primeiro dia de 2025 pensando no tema com o qual deveria brindar o novo ano. Não precisou de muito tempo para que Júlio Verne (1828 – 1905), romancista francês, dramaturgo e poeta, tomasse conta das minhas ideias. Perguntei-me com certa surpresa: por que voltar no tempo em mais de cem anos se hoje há tantas questões relevantes? A resposta logo me veio com clareza pelo modo como estou vendo o mundo na era da Inteligência Artificial. Segundo a obra de James Bridle “Maneiras de ser: a busca por uma inteligência planetária” o grande desafio é utilizá-la para estabelecer uma melhor interação da tecnologia com a vida sustentável, proteger a natureza, evitar a degradação e o esgotamento do Planeta. Mas, infelizmente, a Inteligência Artificial está percorrendo caminhos para atingir outras finalidades.
Júlio Verne, pioneiro na ficção científica, através das suas histórias, fez previsões para o futuro com precisão, como o Projeto Apollo, programa espacial da NASA, com a finalidade de levar o homem à lua, mais especialmente ao espaço, o transporte aéreo, o emprego da energia elétrica em equipamentos, dentre outras.
Suas histórias estão vivas, sendo, hoje, lidas e filmadas. Atraem a atenção de crianças, jovens e adultos pelo caráter de realismo com que elaborou seus enredos. Sua obra foi fundamentada em sua capacidade inventiva e inteligente, em pesquisas metódicas e na elaboração de um trabalho literário sério e consistente. Seus protagonistas se tornaram heróis conhecidos, como o Capitão Nemo, personagem das “Vinte Mil Léguas Submarinas” (1870) e da “A Ilha Misteriosa” (1874).
Quando ele tinha 11 anos, fugiu de casa e quis embarcar num navio para conhecer o mundo, mas seu pai impediu. Acredito que a ideia tenha permanecido em suas vontades, e, aos dezoito anos, escreveu seu primeiro conto de ficção “A Viagem em um Balão” (1951). Mesmo formado em advocacia, abraçou a escrita e produziu uma vasta obra de ficção, em torno de 45 livros, com enredos cheios de aventuras.
Vale apena ressaltar “Cinco Semanas em um Balão” (1863), “Viagem ao Centro da Terra” (1864), “Da Terra à Lua” (1865), “Vinte Mil Léguas Submarinas” (1870), “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” (1872). Júlio Verne viajou mundo afora, chegando a alcançar o espaço através da imaginação.
Com um pensamento criativo e liberto, foi capaz de imaginar o que os homens das gerações futuras fariam, além de mostrar ao mundo que o perigo estaria em tudo e, principalmente, que os obstáculos existem para serem vencidos.
Talvez seja esse sentimento destemido que gostaria que amparasse todas as nossas decisões e realizações.
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
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