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Botafogo transforma pó de arroz em talco
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
No último sábado, 20, o Botafogo recebeu o Fluminense, no Nílton Santos, seu estádio situado no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte carioca. Jogando bem, suplantando seu adversário, um dos melhores times do atual Brasileirão, o alvinegro impôs o seu jogo e venceu por 1 a 0, com gol do zagueiro Victor Sá. Mais uma vitória, a sexta em sete jogos que mantém o Fogão em primeiro lugar com 18 pontos, três à frente do segundo colocado e a cinco do terceiro.
Após um péssimo campeonato carioca, em que não obteve a classificação entre os quatro que disputaram o título, vencido pelo Fluminense, e com a cabeça do técnico Luís Castro sendo pedida pela torcida, o alvinegro de General Severiano conseguiu dar a volta por cima. Venceu o torneio de consolação chamado Taça Rio, que lhe deu o direito de disputar a Taça Brasil do ano que vem, completou a sua pré-temporada com esses jogos e estreou no Campeonato Brasileiro de 2023, com força total.
Como já disse anteriormente, em outra coluna, é ainda uma equipe em formação, necessitando de reforços em algumas posições e de mais alguns jogadores, para compor o elenco, pois, no momento disputa três competições, a saber: Taça Brasil, Taça Sul Americana e Brasileirão. No entanto, é uma equipe que, a meu ver, só fica atrás da do Palmeiras (o melhor time do Brasil atualmente) e do Flamengo. É um calendário desumano e que cobra um preço muito alto a todos os times, pois o departamento médico deles tem sempre jogadores machucados, com as mais variadas lesões, as principais sendo distensões musculares, entorses e ruptura de ligamentos, mais comumente do joelho.
É lamentável que parte da mídia, aquela mesma que distorce os fatos contemporâneos da política nacional, ainda trate o Botafogo como cavalo paraguaio, aquele que numa corrida inicia em disparada, deixando os demais para trás e, ao final, chega em último lugar. É um desrespeito para com uma equipe que tem história no futebol brasileiro e internacional, ser chamado de lixo pelo coleguinha Arnaldo Ribeiro, atualmente, nas TVs Cultura e Band Sports. Claro está que até se tornar SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em meados do ano passado, o Fogão sofria nas mãos de diretorias aproveitadoras e incompetentes, como aliás ocorre com grandes times do futebol nacional. No entanto, com a chegada do John Textor, atual dono do time Botafogo, pois foi o departamento de futebol que foi comprado pelo americano, as coisas mudaram.
Um exemplo típico de outra mentalidade foi a manutenção de Luís Castro com treinador, em meio a vários resultados adversos; enquanto isso, o Corinthians de São Paulo, em quatro jogos, apresentou quatro técnicos diferentes. Nesse troca-troca, não há time que se acerte, pois um treinador precisa de tempo para conhecer seus jogadores e implantar seu estilo de jogo. Portanto, ser comparado a lixo é muita falta de respeito e consideração, além de pouco profissional.
Como disse Gérson, o Canhotinha de Ouro, que brilhou no alvinegro da estrela solitária, o diferencial de Luís Carlos é jogar com dois pontas bem abertos e rápidos e um atacante diferenciado, Tiquinho, artilheiro do campeonato até aqui, apoiados por um meio de campo sólido que alimenta esse ataque. Além disso, tem um goleiro excepcional, Lucas Perri, e uma ótima defesa que é uma das menos vazadas nessas sete primeiras rodadas.
Com relação ao Fluminense, seu treinador, Fernando Diniz, implantou uma mecânica de jogo muito vistosa e agradável de ser vista, com um time altamente competitivo. O problema é que tal maneira de jogar exige muito dos jogadores e, nesse calendário desumano, pode ser fatal. Ao contrário do Palmeiras, do Flamengo e do próprio Botafogo, o tricolor das Laranjeiras não tem muitas peças de reposição o que compromete o desempenho do time, quando a sequência de jogos é muito apertada. Acho que está entre os times que podem levantar o caneco, ao final da competição. Mas, que no sábado passado o pó de arroz virou talco, não tenho dúvidas.
Méritos para o Botafogo que até aqui mostrou o porquê de estar na ponta da tabela e que motivou sua torcida, como há muito não se via. Tem, também, condições de ser campeão.
Max Wolosker
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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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