Blogs

Médico sofre?

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Uma das razões para esta tragédia no meio médico é a depressão ou outras desordens mentais não tratadas devidamente, incluindo o alcoolismo, abuso de outras drogas, facilidade de acesso a métodos letais, e outros fatores. Em vários países de 15% a 30% dos estudantes de medicina e médicos residentes apresentam sintomas depressivos.

As formas mais comuns de suicídio em médicos são por doses exageradas de medicação letal e armas de fogo. (Fonte: http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview). Médicos em geral relutam em procurar ajuda para seus sofrimentos, especialmente diante de desordens mentais. Um estudo com cirurgiões mostrou que ainda que um em 16 médicos tivessem tido ideias suicidas nos últimos 12 meses, somente 26% havia procurado ajuda psiquiátrica ou psicológica.

Os que sofrem profunda tristeza, sentem uma pressão grande para sempre se aparentarem saudáveis, sofrem a angústia de que precisam estar bem para mostrar habilidade em curar outros. É comum familiares de médicos que cometeram suicídio dizerem que não percebiam ou pensavam que eles tinham sofrimento. Daí, o suicídio de pessoas que não falavam nada de seus sofrimentos ser uma surpresa para todos.

Na mente depressiva existem fortes sentimentos de desvalor e desesperança que podem chegar ao ponto da pessoa achar que a saída é fugir da realidade pela morte para acabar com a dor. Médicos em sofrimento mental têm dificuldade em falar disto para outro colega por acharem arriscado, vergonhoso, e que se tornariam vulneráveis numa profissão que todos os têm como super heróis que curam tudo e todos. Não curamos tudo e todos. Adoecemos e morremos. Não somos deuses.

Muitos médicos diante de problemas familiares adiam a procura de ajuda evitando conflitos. Estes problemas conjugais, familiares, separação, divórcio, junto com outros conflitos, contribuem para a depressão e podem facilitar o pensamento suicida caso não sejam abordados, falados, analisados com aconselhamento.

Em Medicina há constantes mudanças devido a novos achados científicos, existe a pressão dos pacientes e familiares deles, pessoas com doenças complicadas e terminais, plantões cansativos, planos de saúde pagando mal ao médico, falta de equipamentos e material médico em unidades de saúde do governo necessários para um tratamento adequado dos pacientes, telefonemas e mensagens por e-mail e celular que pacientes e seus parentes fazem constantemente ao médico pedindo mais orientação, consultas de emergência em qualquer hora e dia, tudo isso gera muito estresse na vida do médico, podendo causar burnout (esgotamento), depressão, e sensação de não ter saída.

O médico precisa de ajuda também. E isto pode se dar por ele mesmo colocar limites para excesso de trabalho e para pacientes e/ou familiares abusivos, abrir seu coração com alguém preparado para ajudar, desenvolver a espiritualidade, mudar conceitos de felicidade que o mundo conecta com a riqueza material, e entender que ele não é um deus, por isso tem limites, dores, angústia e tristeza, como todo ser humano. (http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview#a2)

Também ajuda a aliviar e gratificar o trabalho do médico quando um paciente manifesta gratidão pelo trabalho dele. E isto é tão fácil fazer, não é? Bastam algumas poucas palavras sinceras.

_______

www.doutorcesar.com

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Nova Friburgo perde sua identidade de futuro

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Vivo num tempo de saudades. Estranhamente, saudades de tempo que sequer tive a oportunidade de viver. Nascido em 1997, sorrio com lágrimas nos olhos das histórias que os mais velhos sempre me contavam do tempo que a nossa querida e amada Nova Friburgo viveu.

Lembro de quando criança, que eu morava na “cidade dos parapentes”. Estes coloriam os céus da nossa cidade em manobras leves pela gélida e gostosa brisa do inverno friburguense. No entanto, os parapentes sumiram. Assim como tantas outras coisas que faziam parte da minha infância.

Vivo num tempo de saudades. Estranhamente, saudades de tempo que sequer tive a oportunidade de viver. Nascido em 1997, sorrio com lágrimas nos olhos das histórias que os mais velhos sempre me contavam do tempo que a nossa querida e amada Nova Friburgo viveu.

Lembro de quando criança, que eu morava na “cidade dos parapentes”. Estes coloriam os céus da nossa cidade em manobras leves pela gélida e gostosa brisa do inverno friburguense. No entanto, os parapentes sumiram. Assim como tantas outras coisas que faziam parte da minha infância.

As grandes fábricas, do dia para a noite, fecharam as portas e levaram consigo a lembrança do primeiro dia de emprego de tantos jovens da época. Nova Friburgo também perdeu grande parte da renda circulante. A cidade aos poucos foi tomando rumos que pareciam imprevisíveis para uma cidade tão cheia de oportunidades.

Os mais saudosos moradores desta linda cidade, envolta das mais belas montanhas do Estado do Rio de Janeiro certamente concordarão: “Nova Friburgo, apesar do seu charme, de sua tranquilidade e de suas belezas naturais, já foi um lugar melhor para vivermos. E em especial, para os nossos jovens começarem a vida”.

 

Falta perspectiva para a juventude

Vivemos uma época de ouro em nossa cidade nos anos 70 e 80. Artistas eram vistos caminhando pela Alberto Braune. Atores, cantores, diretores de novelas e jogadores de futebol famosos construíram sítios, casas, família e aconchego no frescor de nossas montanhas.

Apesar do Brasil viver seus momentos mais difíceis, os jovens da época tinham em nossa cidade o seu primeiro emprego sem que precisassem fazer muito esforço. Seja nas Rendas Arp, Fábrica Ypu, Sinimbu, as empresas de metal mecânico, e as confecções que davam o seu ponta pé inicial.

Nossa cidade era regada a perspectivas de muitos empregos e de crescimento profissional, aliado a tranquilidade e a beleza natural. Nordestinos, sulistas e cariocas, deixaram de lado tudo o que tinham e para cá vieram. Muitos enxergaram em Nova Friburgo, um lugar para se estabelecer e prosperar.

No entanto, nos perdemos em perspectivas de futuro. Onde outrora era um cenário de oportunidades para os jovens sonhadores de todo o Brasil, tornou-se um cenário de êxodo e de falta de possibilidades de crescimento. Nova Friburgo deixou de construir um planejamento para o futuro e agora vê o seu futuro se construir em outros lugares.

A nossa juventude percebeu que as montanhas do Caledônia eram apenas uma fronteira física que nos impedia a vista do além. E por meio da RJ-116, os jovens aventureiros, com uma mochila nas costas e uma passagem só de ida estão sumindo e nunca mais voltando.

Mesmo que possuamos um vasto polo universitário nacional, não conseguimos prender a nossa própria juventude pela falta de oportunidade e de perspectiva de dias melhores. E o Friburguense, que cresceu andando pela Alberto Braune e sonhando com um lugar melhor, agora vive em outro lugar, com novas oportunidades.

“Quando se busca algo em outros lugares e regiões é porque onde se está não se tem a possibilidade de crescimento e desenvolvimento como se espera na busca da realização dos ideais e da plena realização das metas pessoais para a vida. Os jovens acabam sendo tolidos dos seus sonhos e metas no rumo da vida, porque a comunidade local não investe na oferta de capacitação pessoal do indivíduo e com isso restringe a inserção no mercado de trabalho as pessoas mais abastadas e que têm o respaldo da família, possibilitando assim o investimento pessoal em cursos seletos,” explica o músico de 62 anos, João Marcos de Sousa Soares.

Será que realmente estamos ouvindo com atenção as demandas dos nossos jovens ou estamos apenas achando normal que o ponto turístico mais bem quisto pela juventude seja a Rodoviária Sul com uma passagem apenas de ida?

Me indigna ver como Petrópolis cresceu tanto nos últimos anos, enquanto Nova Friburgo, apesar de gastos exorbitantes, ficou estagnada. A serra de São José dos Pinhais-PR, com seus 250 mil habitantes, se transformou no terceiro maior polo automotivo do Brasil. Já Bento Gonçalves-SC, uma cidade com apenas 120 mil habitantes, tem mais fábricas do que a nossa.

É muito importante que caminhemos ao lado do nosso interesse por todas as ações a serem desenvolvidas para o futuro. Para muitos, conscientemente ou não, busca-se deixar heranças dessas ações para as próximas gerações. E é preciso pensar fora da caixinha nesses próximos quatro anos, seja quem for eleito, para pensar em um legado para a cidade.

Há textos que fogem de mim. São mais exaltados. Percorrem caminhos que eu sequer previ. Tornam-se atrevidos, arredios, ganhando vida própria. Contudo, o texto nasce à semelhança do autor, tornando-se seu espelho, repleto de verdade. Surge no papel vindo das profundezas dos sentimentos. Aqui está uma coluna, feita em nome de todos os jovens.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Oportunidade

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Copas Sesc de Futsal e de Vôlei de Praia recebem inscrições de equipes

        O Sesc RJ está com inscrições abertas para a 11ª Copa Sesc de Futsal (masculino), que vai reunir equipes formadas por trabalhadores de empresas do setor de comércio de bens, serviços e turismo do estado. Nova Friburgo também está inserida nessas disputas. Também estão abertas as inscrições para 2ª Copa Sesc de Vôlei de Praia (feminino). Os interessados em participar das disputas deverão se inscrever diretamente nas unidades.

Copas Sesc de Futsal e de Vôlei de Praia recebem inscrições de equipes

        O Sesc RJ está com inscrições abertas para a 11ª Copa Sesc de Futsal (masculino), que vai reunir equipes formadas por trabalhadores de empresas do setor de comércio de bens, serviços e turismo do estado. Nova Friburgo também está inserida nessas disputas. Também estão abertas as inscrições para 2ª Copa Sesc de Vôlei de Praia (feminino). Os interessados em participar das disputas deverão se inscrever diretamente nas unidades.

        Na modalidade de futsal, podem participar trabalhadores, estagiários e jovens aprendizes maiores de 18 anos. As inscrições são feitas mediante o preenchimento dos formulários e da apresentação de documentos da empresa e dos atletas. As disputas vão começar com as etapas regionais, que vão acontecer, ainda neste mês de setembro e outubro, nas unidades do Sesc-Nogueira (Petrópolis), Ramos (Rio), São João do Meriti, Niterói, São Gonçalo, Três Rios, Teresópolis e Nova Friburgo.

        As equipes classificadas garantem vaga para as finais, que vão ocorrer em Nova Friburgo, entre os dias 8 e 10 de novembro. O Sesc RJ vai arcar com custos de viagem, estadia e alimentação dos atletas para as duas grandes decisões.

        Na Copa Sesc de Vôlei de Praia, as participantes poderão se inscrever de forma independente, ou seja, qualquer comerciária poderá competir, representando as unidades do Sesc RJ em uma etapa única que será realizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, nos dias 29 de novembro e 01 de dezembro. A competição inclui hospedagem no Hotel Sesc Copacabana, onde as participantes poderão desfrutar de todos os serviços e acomodações do hotel.

        A Copa Sesc é a maior competição esportiva entre as empresas do comércio, bens, serviço e turismo e comerciários de todo o estado do Rio de Janeiro. O regulamento com todas as informações está disponível no site www.sescrio.org.br.

        “Essa é uma prática de atividade saudável que busca a integração entre as equipes, a melhora do condicionamento físico, manutenção da cultura esportiva e uma ferramenta para estreitar os laços entre o Sesc RJ, seus parceiros e os comerciários”, afirma a entidade.

 

Reta final

Com chances de classificação, Frizão soma pontos nos estaduais sub 15 e 17

        Em busca da próxima fase da Série A2 do Campeonato Carioca nas categorias Sub-15 e Sub-17, o Friburguense somou pontos importantes no último final de semana, jogando no estádio Eduardo Guinle.

O Tricolor da Serra recebeu o Artsul, no Eduardo Guinle, e somou um empate e uma vitória. No Sub-17, não só venceu como aplicou uma goleada pelo placar de 8 a 0. Já no Sub-15, o jogo – bastante movimentado - terminou empatado por 3 a 3.

        Com os resultados, o Friburguense segue na briga pela classificação para a próxima fase em ambas as categorias, ocupando atualmente a sétima posição no Sub-17 e a 12º no Sub-15. Os dois times voltam a campo no próximo dia 13, quando viajam para enfrentar o Petrópolis.

        Os 20 times participantes foram divididos em dois grupos, sendo que as equipes de uma chave enfrentam as da outra. Porém, a classificação é realizada por cômputo geral, do 1º ao 20º colocado. Ao término das 10 (dez) rodadas, a equipe melhor colocada em pontos ganhos é declarada Campeão da Taça Santos Dumont. Os oito primeiros colocados avançam para as quartas de final.

  • Foto da galeria

    Copa Sesc de Futsal terá a final disputada em Nova Friburgo este ano (Divulgação/Sesc)

  • Foto da galeria

    Tricolor segue firme na briga pela classificação em ambas as categorias (Foto: Arquivo Pessoal)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

No topo

quarta-feira, 02 de outubro de 2024

Técnica friburguense, Natane Vicente conquista Taça Unifoot Diamante Pró

        Ela saiu de Nova Friburgo para brilhar no universo do futebol feminino. Inicialmente como jogadora e, há alguns anos, como treinadora, Natane Vicente acumula conquistas, boas histórias e títulos em sua carreira. O último deles foi conquistado na última semana, mais uma vez dirigindo a equipe do Projeto Karanba.

Técnica friburguense, Natane Vicente conquista Taça Unifoot Diamante Pró

        Ela saiu de Nova Friburgo para brilhar no universo do futebol feminino. Inicialmente como jogadora e, há alguns anos, como treinadora, Natane Vicente acumula conquistas, boas histórias e títulos em sua carreira. O último deles foi conquistado na última semana, mais uma vez dirigindo a equipe do Projeto Karanba.

        A Taça Unifoot Diamante Pró é uma competição de fomento ao futebol de mulheres, realizada no Rio de Janeiro. Na edição deste ano, contou com a participação de cinco equipes: Karanba, América, Búzios, Maricá e 7 de Abril. A equipe comandada por Natane teve a melhor campanha, com sete vitórias e um empate. Foram 22 pontos somados entre os 24 possíveis.

        Os resultados credenciaram o Karanba a chegar à final, onde a equipe bateu o América, nos pênaltis, pelo placar de 5x4, levantando a taça de forma invicta. Essa foi a terceira vez que o Projeto chegou à final, após bater na trave nas outras duas oportunidades, perdendo para Flamengo e Botafogo.

        “Na final, tivemos oportunidade de ganhar no tempo normal, mas é assim mesmo, e foi com emoção. Perdemos o primeiro pênalti, mas conseguimos nos recuperar com nossa goleira Karine pegando dois pênaltis. E assim nos consagramos campeãs. Um dos meus auxiliares é a Leda Maria, ex-jogadora da seleção brasileira, uma das pioneiras do futebol de mulheres”, conta Natane.

        O Projeto Karanba é um instituto social norueguês, que atende 525 crianças e adolescentes, buscando a transformação social através do futebol. O Karanba ajuda jovens carentes, vindos de comunidades, a atingir desenvolvimento pessoal e educacional, oferecendo estrutura e os recursos necessários. O foco é a preparação para a vida adulta, através do aumento de esforços diários para a construção de pessoas íntegras para o futuro. Em 2022, a equipe esteve na Noruega para jogar o maior torneio juvenil do mundo, a Norway Cup, terminando na terceira colocação.

        Já a friburguense Natane Vicente, em sua carreira como jogadora, acumula passagens por Bahia, Volta Redonda e Duque de Caxias, clube pelo qual disputou o Estadual e o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 2017. Ela também disputou a Taça das Favelas, por equipes de diferentes comunidades. Formada em Educação Física, Natane atualmente é professora e treinadora no Projeto Karanba, no Rio de Janeiro.

 

Boa novidade

Programa Semear: Rio recebe núcleo esportivo para pessoas com deficiência

        O Rio de Janeiro vai implementar o primeiro núcleo de atendimento do Programa Semear, criado pelo governo federal para democratizar o acesso ao esporte de pessoas com deficiência. Uma parceria entre o Ministério do Esporte e o Instituto Benjamin Constant (IBC), com investimento anual de R$ 220 mil, vai permitir a criação do espaço para o programa. Ao todo, serão atendidos aproximadamente 60 crianças e jovens, de seis a 18 anos incompletos.

        Os alunos terão acesso gratuito a profissionais especializados, uniformes, além de materiais e equipamentos esportivos e pedagógicos voltados para as modalidades de goalball, natação e judô. E 50% das vagas do programa serão destinadas a meninas e mulheres.

        De acordo com o Ministério do Esporte, a prática esportiva do Semear vai ajudar a identificar novos talentos no paradesporto, além de apoiar o desenvolvimento integral da pessoa com deficiência.

        O Instituto Benjamin Constant, selecionado para o início das atividades, fica no bairro da Urca, na capital fluminense, e é referência nacional na educação e capacitação profissional de pessoas cegas, com baixa visão e surdocegas, com oferta de atividades há 170 anos.

  • Foto da galeria

    Treinadora friburguense, Natane Vicente conquista mais uma taça na carreira (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    Vitória nas penalidades deu o título ao Projeto Karanba, após dois anos batendo na trave (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    Projeto norueguês, com a friburguense à frente, prepara jovens e crianças carentes para a vida (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A sabedoria do pente e da tesoura

quarta-feira, 02 de outubro de 2024

Estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo

Estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo

Eu tive ótimos professores, mas também aprendi muito com os barbeiros a quem confiei minha cabeça e emprestei meus ouvidos. Ouvidos às vezes sonolentos, admito, mas nem por isso menos interessados na sabedoria que vinha junto com a tesoura e o pente. Um humorista irônico disse que é uma pena que todos os homens capazes de bem governar a nação estejam trabalhando como barbeiro ou taxista. Limito-me a falar dos primeiros, desde já excluindo o atual. A bem da justiça, afirmo que este, diferentemente dos anteriores, contenta-se em me cortar o cabelo, sem querer fazer de mim um sábio, ou mesmo um cidadão bem informado. Também porque, estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo.

Por outro lado, dizer “navalha” é um anacronismo. Os barbeiros modernos abandonaram o histórico instrumento da profissão e agora usam uma prosaica lâmina gilete para raspar a cara do freguês. Também é notável a transformação dos salões. Antes austeros, com cara de barbearia, transformaram-se em ambientes multiuso, com cafeteria, balcão e, se duvidar, uísque e queijos importados.  Ainda não vi nenhum com mesa de bilhar, mas não duvido que exista. E não mais usam a vulgar palavra portuguesa que por séculos denominou seus estabelecimentos, agora os batizam de “barber shop”, que lhes parece coisa bem mais refinada.

Um desses profissionais muito me enriqueceu com seus amplos conhecimentos sobre medicina, futebol e administração pública, que eram suas especialidades, embora os assuntos que dominava com igual profundidade fossem muito além disso. Verdade que já me esqueci de quase tudo que ele me ensinou ao longo dos anos em que fui seu freguês, ou cliente, que é uma maneira mais elegante de dizer a mesma coisa. Atualmente, nem as quitandas dos bairros têm mais fregueses, foram todos promovidos a clientes. Mas se esquecimento houve, a culpa é da pouca memória do aluno, não da muita competência do professor.

Na medicina, conhecia e avaliava cada um dos profissionais da nossa cidade. A urologia não tinha segredo para ele, embora usasse termos pouco científicos para falar do assunto, sobretudo quando abordava o temido exame de próstata. Indicou-me vários tratamentos, vaticinando problemas cardíacos que poderiam vir a me atacar, sendo a preocupação que então me atacou o único problema cardíaco que tive até hoje (Deo gratias!). Conhecia muito de ortopedia, cuja etimologia ─ “ciência do pé correto” ─ ensinava com ar professoral. Nessa matéria, tinha conhecimentos empíricos, uma vez que já atuara como técnico de futebol, condição em que socorrera muito craque com a canela ou o dedão atingidos pelo chute ou pisada do adversário.

Lamentava a pouca inteligência dos técnicos brasileiros, explicando como tinha conduzido seus pupilos com severidade e companheirismo, como escalaria os grandes times nacionais, como faria a seleção canarinho voltar aos seus tempos de glória. E, se lhe faltavam títulos, era porque nunca as diretorias lhe davam os atletas de que precisava para armar equipes imbatíveis. “Craque e perna de pau eu conhecia só de olhar o sujeito adentrar o gramado!”

Por fim, resta lamentarmos que ele nunca tenha exercido um cargo público, nem mesmo se candidatado. “Eu nunca quis me envolver com essa gente”, e “essa gente” tinha aí o pior significado possível, cada um que imagine o que ele queria dizer. Mas, fosse ele prefeito, de imediato acabaria com a corrupção (não sei se os corruptos concordariam). Administração austera, ágil, eficiente. Adeus ruas esburacadas, adeus escolas sem merenda, adeus trânsito engarrafado, adeus fila nos hospitais.

Enfim, tendo em vista como andam as coisas no Brasil e no mundo, talvez seja mesmo a hora de entregarmos o poder aos barbeiros e aos motoristas de táxi. Pior do que está, não fica.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Logística Reversa: promovendo sustentabilidade e responsabilidade social

terça-feira, 01 de outubro de 2024

Opa! Tudo verde?

Bora pra mais uma Prosa Sustentável!

Opa! Tudo verde?

Bora pra mais uma Prosa Sustentável!

O assunto de hoje é sobre a logística reversa, que é um processo que visa gerenciar o retorno de produtos e materiais ao ciclo produtivo ou de descarte de forma eficiente e sustentável. Essa prática busca reintegrar os produtos ao processo produtivo ou promover o descarte adequado dos materiais, contribuindo para a redução do desperdício e o impacto ambiental. A logística reversa surgiu como uma resposta à crescente preocupação com o meio ambiente e a necessidade de promover práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos.

Embora não seja possível determinar uma data exata de quando a logística reversa foi implementada pela primeira vez, seus princípios têm raízes históricas em iniciativas de reciclagem e reutilização de materiais. No entanto, foi durante a década de 1970 que a logística reversa começou a ganhar destaque como uma abordagem estruturada para lidar com o retorno de produtos e materiais pós-consumo.

No Brasil, a implementação da logística reversa foi impulsionada principalmente pela lei 12.305/2010, conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Esta legislação estabeleceu diretrizes e instrumentos para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, incluindo a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e consumidores na destinação final dos produtos e embalagens. Desde então, diversas indústrias têm sido obrigadas a implantar sistemas de logística reversa para garantir o retorno e a destinação correta de produtos após o uso, contribuindo para a redução do impacto ambiental e a promoção da economia circular no país.

As empresas brasileiras enfrentam diversos desafios ao implantar a logística reversa, especialmente relacionados a custos e mão de obra. Alguns dos principais desafios incluem:

Alto custo inicial: Implementar um sistema de logística reversa pode demandar investimentos significativos em infraestrutura, tecnologia e processos. Isso pode representar um desafio financeiro para muitas empresas, especialmente para aquelas de menor porte.

Complexidade logística: A logística reversa envolve o gerenciamento de fluxos de materiais reversos, que podem ser complexos devido à necessidade de coletar, transportar e processar produtos retornados ou materiais recicláveis. Isso requer uma estrutura logística robusta e eficiente, o que pode ser difícil de alcançar em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Falta de infraestrutura adequada: A escassez de infraestrutura adequada para reciclagem e reutilização de materiais é um desafio significativo no Brasil. Muitas regiões do país ainda carecem de instalações adequadas para o processamento de resíduos, o que dificulta a implementação de programas de logística reversa.

Legislação e regulamentações: Apesar dos avanços na legislação brasileira, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, ainda existem lacunas e inconsistências nas regulamentações relacionadas à logística reversa. Isso pode criar incertezas legais para as empresas e dificultar a implementação de programas eficazes.

Escassez de mão de obra qualificada: A gestão da logística reversa requer profissionais qualificados e capacitados para lidar com as diversas etapas do processo, desde a coleta até o processamento dos materiais. A escassez de mão de obra qualificada pode ser um obstáculo para as empresas que buscam implementar programas de logística reversa.

Conscientização e engajamento dos stakeholders: Para que a logística reversa seja eficaz, é essencial o engajamento e cooperação de todos os stakeholders envolvidos, incluindo fabricantes, consumidores, governo e organizações da sociedade civil. Promover a conscientização e a mudança de comportamento em relação ao descarte adequado de resíduos pode ser um desafio em si.

 

Empresas que adotam a logística reversa tendem a atrair consumidores conscientes

Isso se deve aos seguintes fatores:

Sustentabilidade: Os consumidores conscientes estão cada vez mais preocupados com questões ambientais e buscam apoiar empresas que demonstram um compromisso real com a sustentabilidade. Ao integrar a logística reversa, as empresas demonstram uma preocupação com o ciclo de vida completo de seus produtos, desde a fabricação até o descarte, contribuindo para a redução do impacto ambiental e promovendo práticas mais sustentáveis.

Responsabilidade Social: A logística reversa pode ter impactos positivos além do ambiental, como a geração de empregos na indústria de reciclagem e a promoção da inclusão social ao envolver comunidades marginalizadas na coleta e processamento de resíduos. Os consumidores conscientes valorizam empresas que demonstram uma preocupação genuína com questões sociais e apoiam iniciativas que promovem o bem-estar da sociedade como um todo.

Transparência e Confiança: Empresas que implementam a logística reversa de forma transparente e comunicam suas iniciativas de forma clara e honesta tendem a conquistar a confiança dos consumidores. A transparência em relação às práticas de sustentabilidade e responsabilidade social cria uma conexão emocional com os consumidores e fortalece a reputação da marca.

Engajamento e Participação: Os consumidores conscientes são mais propensos a se engajar e participar ativamente de programas de logística reversa oferecidos pelas empresas. Eles estão dispostos a devolver produtos para reciclagem ou descarte adequado e valorizam empresas que facilitam esse processo e incentivam o envolvimento dos consumidores.

Diante desses desafios e oportunidades, as empresas brasileiras precisam desenvolver estratégias e soluções criativas para superar as barreiras e implementar efetivamente programas de logística reversa de modo a se tornarem mais competitivos no mercado. Isso pode envolver parcerias com outras empresas, investimentos em tecnologia e capacitação da mão de obra, bem como o “advocacy” e engajamento com os diversos stakeholders para promover uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Tudo verde sempre!

Foto da galeria
(Imagem: Pixabay.com)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA tem vocação para espargir o bem comum

terça-feira, 01 de outubro de 2024

         O Caderno Z tem dado provas de o quanto a vida é importante. Basta lembrar dos tantos e tantos temas que tratam de  saúde mental, nutrição, exercícios físicos, meditação, envelhecimento saudável, bem-estar emocional e assim por  diante. A cada fim de semana, o “Z” se esmera em trazer conhecimento, cultura, arte, moda e modos de bem viver. Com certeza, nós, leitores e leitoras, somamos pontos positivos para uma vida melhor a cada edição do Caderno.

         O Caderno Z tem dado provas de o quanto a vida é importante. Basta lembrar dos tantos e tantos temas que tratam de  saúde mental, nutrição, exercícios físicos, meditação, envelhecimento saudável, bem-estar emocional e assim por  diante. A cada fim de semana, o “Z” se esmera em trazer conhecimento, cultura, arte, moda e modos de bem viver. Com certeza, nós, leitores e leitoras, somamos pontos positivos para uma vida melhor a cada edição do Caderno. Por essas e outras tantas razões, o Setembro Amarelo tem sido um tema de valorização da vida, que se ocupa em oferecer possibilidades e aconselhamentos para quem se sente sem perspectivas para manter a própria vida.

         Especialistas apontam o tabu como um empecilho: “Tanto a sociedade quanto os sobreviventes do suicídio  têm dificuldades em falar do assunto...”. Instituições como o CVV - Centro de Valorização da Vida estão de ouvidos abertos para acolher pessoas em situação de risco. A ligação pelo número 188 é gratuita e sob total sigilo. Uma empresária que necessitou de conforto quando da perda do pai que tirou a própria vida, declarou: ”liguei e foi um alívio. Finalmente falava com alguém que me ouvia de maneira neutra, carinhosa, e respeitosa, sem me vitimizar nem julgar”. Tal atendimento acolhedor foi tão fundamental que a empresária passou a ser voluntária do CVV.

         Não creio que exista outro hino de incentivo, tão louvável e contagiante, quanto a canção de Gonzaguinha:  “Viver e não ter a vergonha de ser feliz... cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz... Ah,  meu Deus, eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita...”.  O nono mês fecha com uma data importante – 29 de setembro, Dia Mundial do Coração. Cuidar bem dessa peça primordial do corpo humano é a tônica da nossa existência. Atividades físicas regulares, alimentação saudável e gestão do estresse são algumas das recomendações dos especialistas. Praticar meditação, ioga e hobbies relaxantes são exemplos de como manter controle sobre o estresse. Álcool e cigarro são vilões. Em compensação, rir é muito bom!

         Em “Esportes”, Vinicius Gastin nos trouxe momentos das celebrações dos 45 anos da fusão com o Esperança, festejo promovido pela diretoria do Nova Friburgo Futebol Clube. O evento entregou diplomas de reconhecimento a várias personalidades de nossa cidade. Entre elas está o meu amigo Humberto Fontão, o Betito, um exemplar historiador de Nova Friburgo. Meu primo Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, é uma presença fundamental, com memória e carisma invejáveis. O presidente do clube, Luiz Fernando Bachini, em destaque na foto, é sinônimo de trabalho e sucesso em tudo o que se dispõe a empreender. Parabéns a todos. E tudo isso me lembra Rodolpho Abbud e meu pai.

         Em “Sociais”, Don Bira festejando 86 anos, no domingo, 29, na quadra da Imperatriz. A professora de dança Monara Emerick está radiante com o sucesso de sua aluna Maria Alyce Vianna, primeiro lugar no evento Dyoun Ethnic, no Rio de Janeiro. Sucesso em Niterói, a friburguense Denise Berbert, prima também, inaugurou nova exposição de óleos sobre tela no Corredor das Artes, espaço dedicado à cultura no gabinete do prefeito Alex Grael. Na foto, são duas friburguenses ladeando o prefeito: Denise Berbert e a cerimonialista da Prefeitura de Niterói, Denise Sertã.

         O Ministério Público discute medidas preventivas para evitar desabastecimento de água e luz em Nova Friburgo. São diversas ações propostas para amenizar os impactos da forte estiagem que assola a nossa região. Enquanto isso, a charge de Silvério alerta sobre a poluição da campanha eleitoral.  Haja varrição de rua! Contudo, a semana promete ser próspera com a estreia da peça “Fale-me de Amor”, da Cia de Arte Jane Ayrão. É nesta quarta, 2 de outubro, às 19h no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura. O ator Eduardo Ramos, em entrevista para Ana Borges, falou sobre seu personagem Oriun, lembrando o sucesso  de “A Promessa”.  E adianta: “Como sabiamente disse Quoist, “precisamos falar de amor, antes que as pessoas se transformem em pedras!”. Lindo!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Papa: luta contra a economia criminosa – Parte 2

terça-feira, 01 de outubro de 2024

Continuamos hoje com as considerações do Papa Francisco no evento “Plantar uma barreira diante da desumanização”, ocorrido no último dia 20 de setembro, em Roma, em meio as celebrações do 10º aniversário do 1º Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP).    

O grito dos excluídos 

Continuamos hoje com as considerações do Papa Francisco no evento “Plantar uma barreira diante da desumanização”, ocorrido no último dia 20 de setembro, em Roma, em meio as celebrações do 10º aniversário do 1º Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP).    

O grito dos excluídos 

Competir cegamente “para ter cada vez mais dinheiro não é uma força criativa, mas uma atitude pouco saudável, um caminho para a perdição”, diz o papa, que considera este comportamento “irresponsável, imoral e irracional”, porque “destrói a criação e divide as pessoas" e isso não deve se deixar de denunciar, pois "o grito dos excluídos pode também despertar as consciências adormecidas de muitos líderes políticos", a quem cabe "fazer valer os direitos econômicos, sociais e culturais", que são "reconhecidos por quase todos os países, pelas Nações Unidas, pela doutrina social de todas as religiões, mas que muitas vezes não se manifestam na realidade socioeconômica”.

Compaixão

A justiça social deve ser acompanhada pela compaixão, que “significa sofrer com o outro, partilhar os sentimentos dos outros” e “não consiste em dar esmolas” aos necessitados, “olhando para eles de cima para baixo, olhando para eles a partir das próprias seguranças e dos próprios privilégio", "compaixão significa aproximar-se uns dos outros", a compaixão é carnal, fraterna, profunda. Que compartilhemos o mesmo sofrimento ou sejamos movidos pelo sofrimento dos outros. A verdadeira compaixão constrói a unidade das pessoas e a beleza do mundo.

Ninguém deve ser desprezado 

O Papa denuncia também “a ‘cultura do vencedor’ que é um aspecto da ‘cultura do descarte”, aquela prática, por parte de quem, forte por “certos sucessos mundanos” - muitas vezes “fruto da exploração das pessoas e da pilhagem da natureza" ou produtos "da especulação financeira ou da evasão fiscal", ou da "corrupção ou do crime organizado" - sente "o direito de desprezar arrogantemente os 'perdedores'".

Mas “esta atitude arrogante”, “o exultar da própria supremacia sobre os que estão em pior situação” -  que “é o oposto da compaixão” - “não acontece apenas com os mais ricos, muitas pessoas caem nesta tentação”, alerta Francisco. Este “olhar de longe, de cima, com indiferença, com desprezo, com ódio”, gera violência, gera “silêncio indiferente”. E “o silêncio diante da injustiça abre caminho à divisão social, a divisão social abre caminho à violência verbal, a violência verbal abre caminho à violência física, a violência física à guerra de todos contra todos” sublinha Francisco, acrescentando que somente quando se tem que ajudar uma pessoa a se levantar, se pode olhar para ela de cima para baixo.

É necessário o amor 

É preciso amor. É em síntese a reflexão de Francisco. Este amor é aquele visto pelo pontífice em Díli, na escola “Irmãs Alma” que acolhe crianças com deficiência ou com malformações. “Sem amor isto não se compreende”, confidencia o papa ter pensado ao visitar a estrutura. “Se o amor é eliminado como categoria teológica, ética, econômica e política, perde-se o rumo”, por isso “a justiça social, e também a ecologia integral, só podem ser compreendidas por meio do amor”, porque “sem amor não somos nada”, repete.

Darwinismo social 

Na ganância matemática da conveniência e do individualismo, prepondera alguma forma de “darwinismo social”, a "lei do mais forte" que justifica primeiro a indiferença, depois a crueldade e, finalmente, o “extermínio”. Tudo isto “vem do Maligno”. Mais uma vez, o papa exorta a perder a memória histórica e recorda a imagem que lhe é cara do “poliedro”, da família humana e da casa comum, tornada resplandecente pelos valores universais desenvolvidos a partir das raízes de cada povo. “Lembremo-nos disso: global, mas não universal”, diz ele. Hoje, quando busca-se “padronizar e subjugar tudo”, é preciso ter cuidado. Cuidado com os “crocodilos” que se camuflam, “pulando como cangurus” e depois mordem.

O drama do crime organizado 

Por fim, o papa centra-se em um tema que o preocupa muito: as muitas formas de criminalidade organizada que “crescem nas terras aradas pela pobreza e pela exclusão”: “Tráfico de drogas, prostituição infantil, tráfico de seres humanos, violência brutal”. Este drama deve ser enfrentado: "Sei que vocês não são polícias, sei que não podem enfrentar diretamente os grupos criminosos", diz aos Movimentos Populares, mas "continuem a combater a economia criminosa com a economia popular. Não desistam... Nenhuma pessoa, especialmente nenhuma criança, pode ser uma mercadoria nas mãos dos traficantes de morte, os mesmos que depois lavam o dinheiro sangrento e jantam como respeitáveis cavalheiros nos melhores restaurantes."

Apostas online e crimes virtuais 

Neste contexto trágico, o papa não esquece o flagelo das apostas online: “É uma dependência... Significa colocar as mãos nos bolsos das pessoas, sobretudo dos trabalhadores e dos pobres. Isso destrói famílias inteiras." Na verdade, existem doenças mentais, desespero e suicídios causados por “ter um cassino em cada casa pelo celular”.

O pontífice faz um apelo aos empresários de informática e inteligência artificial: “Parem com a arrogância de acreditar que estão acima da lei. Previnam a disseminação do ódio, da violência, das fakenews, do racismo e impeçam que as redes sejam utilizadas para difundir pornografia infantil ou outros crimes."

Salário básico universal 

Francisco relançou a proposta de um salário básico universal para que “ninguém fique excluído dos bens primários necessários à subsistência”. Depois, expressou um desejo pessoal: "Gostaria que as novas gerações encontrassem um mundo muito melhor do que aquele que recebemos!". Isto é, um mundo que não seja ensanguentado pelas guerras e pela violência, ferido pelas desigualdades, devastado pela pilhagem da natureza, pelos modos de comunicação desumanizados, com poucas utopias e enormes ameaças. A realidade diz o contrário, mas devemos sempre ter esperança. “A esperança – garante Francisco – é a virtude mais débil, mas não desilude”. Nunca!

Fonte: Vatican News

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

No coração

terça-feira, 01 de outubro de 2024

Matheus pega pênalti, Frizão supera duas expulsões e vence a primeira na B1

Matheus pega pênalti, Frizão supera duas expulsões e vence a primeira na B1

        Foi do jeito que o torcedor gosta. Há uma frase costumeira entre os tricolores, que diz: “o Friburguense é para quem acredita.” E o mantra se fez presente na primeira vitória da equipe no Campeonato Carioca da Série B1, contra o Paduano, no último sábado, 28, no estádio de Los Lários, em Xerém. Do gol de Caíque à defesa do pênalti por Matheus, passando por duas expulsões, o Frizão mostrou a sua “face coração” para conquistar os primeiros três pontos na competição. Num torneio tão equilibrado, pode fazer diferença.

        Agora na terceira colocação da Taça Corcovado, com um ponto a menos que o líder Artsul, o time comandado por Gerson Andreotti volta a campo no próximo sábado, 05 de outubro, às 15h, quando faz o clássico com o Serrano, no Eduardo Guinle.

 

O jogo

        Em um gramado muito irregular, o Friburguense foi a campo com apenas uma mudança em relação ao time que enfrentou o Pérolas Negras. A entrada de Israel na vaga de Ryan, no meio-campo, não alterou a maneira como o time costuma atuar, e a manutenção tática, com mais ritmo de jogo, deu resultados. O gol tricolor sai de uma boa troca de passes, até a bola encontrar o capitão Pedro pela esquerda. O cruzamento foi preciso, na cabeça de Caíque, que com liberdade na pequena área, apenas escorou e colocou no canto, aos 36 minutos do primeiro tempo.

        Com 11 minutos da etapa final, o Friburguense perdeu Renatinho, expulso, após receber o segundo cartão amarelo. A partir de então, teve início um verdadeiro show do goleiro Matheus. Três minutos após ficar com um homem a mais, o Paduano teve a chance do empate em uma cobrança de pênalti – no mínimo discutível – cometido por Lucas Mineiro. Maycon Douglas cobrou no canto direito, por baixo, e Matheus voou para defender. A pressão se multiplicava, e aos 39, Igor Gomes também foi expulso de campo. Os minutos finais foram de muita aplicação e coração para segurar o resultado.

        O Friburguense foi a campo com Matheus Eduardo, Lucas Mineiro, Maurício, Cris e Ricardinho; Ronaldo, Pedro Pires, Israel e Barrozo; Renatinho e Caíque.

 

Demais jogos

Ainda pela segunda rodada da B1, o Artsul bateu o Pérolas Negras, por 1 a 0, no Estádio do Trabalhador, em Resende, e lidera isolado a Série B1 Estadual. Sampaio marcou o gol do jogo. Com o triunfo, o Tricolor da Dutra, que chegou a perder um pênalti na partida, chegou aos 4 pontos. Entretanto, a única equipe com 100% de aproveitamento na competição é o Serrano, que folgou na primeira rodada e estreou vencendo o São Cristóvão, também por 1 a 0, no Atílio Marotti, em Petrópolis. Canela anotou o tento da partida.

Já Nova Cidade e Belford Roxo ficaram no 2 a 2, no Joaquim Flores, em Nilópolis. Foi o segundo empate das duas equipes na competição

 

A tabela do Frizão:

Friburguense 0x1 Pérolas Negras, Eduardo Guinle

Paduano 0x1 Friburguense, Antônio de Medeiros

05/out, sáb, 15h: Friburguense x Serrano, Eduardo Guinle

12/out, sáb, 15h: São Cristóvão x Friburguense, Ronaldo Nazário

26/out, sáb, 15h: Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle

02/nov, sáb, 15h: Belford Roxo x Friburguense, Nélio Gomes

06/nov, qua, 15h: Friburguense x São Gonçalo, Eduardo Guinle

09/nov, sáb, 15h - Nova Cidade x Friburguense, Joaquim Flores

  • Foto da galeria

    Jogadores comemoram uma vitória suada, na base do comprometimento e coração (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    Tricolor volta a jogar em casa no próximo sábado, tendo pela frente o clássico com o Serrano (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

45 anos

sábado, 28 de setembro de 2024

Diretoria do Nova Friburgo entrega títulos de sócios honorários e faz homenagem especial

Ainda como parte das comemorações pelos 45 anos de fundação, a Diretoria do Nova Friburgo Futebol Clube realizou a entrega de oito títulos de sócios honorários e uma homenagem especial de congratulação para personalidades que contribuíram para o desenvolvimento social e esportivo da agremiação. A atividade aconteceu na sede social, no Centro, e contou com a presença de representantes dos conselhos Deliberativo e Diretor, e convidados.

Diretoria do Nova Friburgo entrega títulos de sócios honorários e faz homenagem especial

Ainda como parte das comemorações pelos 45 anos de fundação, a Diretoria do Nova Friburgo Futebol Clube realizou a entrega de oito títulos de sócios honorários e uma homenagem especial de congratulação para personalidades que contribuíram para o desenvolvimento social e esportivo da agremiação. A atividade aconteceu na sede social, no Centro, e contou com a presença de representantes dos conselhos Deliberativo e Diretor, e convidados.

Luiz Abicalil (empresário) - representado por Wanderson Saldanha -, Jonas Kojala (Futebol de Botão), Carlos Alberto Sena (ex-atleta do Esperança F.C.), Landri Schettini, Luiz Antonio Dias, Janaína Botelho, Vinicius Gastin – este que vos escreve – e Rafael Seabra (imprensa) receberam o diploma de reconhecimento. Kojala e Landri tiveram compromissos agendados e receberão a homenagem posteriormente.

“É com alegria que prestamos essa homenagem às personalidades que tanto contribuíram para a nossa história. Queremos continuar com nossas tradições de reconhecer a contribuição de todos”, destacou o presidente do Conselho Diretor, Luiz Fernando Bachini.

A diretoria ainda ofereceu moção especial de congratulações ao jornalista Humberto Fontão, nome dos mais importantes na história do futebol amador, da imprensa e do Centro Excursionista de Nova Friburgo. O presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Arnaldo Bravo Berbert comentou sobre o homenageado: “Fontão se destacou como atleta e se dedicou ao jornalismo e à nossa cidade. Fico muito feliz com a presença dele aqui neste encontro”.

A mesa do evento foi formada pelo presidente Luiz Fernando Bachini, Suenni Fernandes, Ivan Gambini, Evandro Nicoliello e Rouglas Rapizo, representando o Conselho Diretor), além de Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, como representante do Conselho Deliberativo.

Comemorando os 45 anos, o Nova Friburgo realizou outros eventos, a exemplo de partidas de sua Escolinha de Futebol. As disputas foram realizadas no Centro de Treinamento, em Conselheiro Paulino, nas categorias Sub-4, 7, 9, 11, 13 e 15. A Diretoria também realizou a entrega oficial das obras de melhorias no Parque Aquático, em Conselheiro Paulino. A partir da iniciativa, a entrada do clube passou para o início da Rua Manoel Ribeiro (onde funcionou o acesso ao Parque Aquático, anteriormente). Com a modernização o local ainda ganhou uma Secretaria para o atendimento aos sócios, Portaria e nova Sala do Departamento de Futebol de Botão. O Parque Aquático ganhou calçamento, remodelagem no jardim e ampliação do estacionamento para veículos dos sócios.

Na ocasião, ainda foram entregues diplomas de reconhecimento à vice-presidente administrativa, Suenni Fernandes e Luis Roberto Lemos. A equipe de Futebol de Botão do Nova Friburgo Futebol Clube também fez parte das comemorações, com uma partida amistosa contra o Friburguense. O evento marcou a reinauguração das Salas Carlos Erich Kramer (Chiminga) e Paulo Maduro.

  • Foto da galeria

    Evento na sede do Centro contou com dirigentes, agraciados e convidados (Foto: Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Personalidade de vários setores da cidade, Fontão recebeu merecida homenagem do Nova Friburgo (Foto: Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Presidente Bachini foi um dos componentes da mesa, destacando, em seu discurso, a evolução do clube como um todo (Foto: Rafael Seabra)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.