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Bares e restaurantes: regra do horário tem que ser legal para todos

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Nova Friburgo termina este mês com uma ampla discussão sobre as regras de horário de funcionamento de bares e restaurantes em todo o município. Na semana passada, a prefeitura adotou uma medida que visa estabelecer limites no horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, bem como de música ao vivo.

Nova Friburgo termina este mês com uma ampla discussão sobre as regras de horário de funcionamento de bares e restaurantes em todo o município. Na semana passada, a prefeitura adotou uma medida que visa estabelecer limites no horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, bem como de música ao vivo.

Enquanto região turística e centro de moda íntima de todo o Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo possui um papel vital tanto para a economia regional quanto nacional, especialmente para reconhecidíssima gastronomia local, sendo certo que vários festivais gastronômicos aqui são realizados.

Há diversas décadas, Nova Friburgo tem apresentado uma evolução marcante no setor, com abertura e consolidação de novas casas, atração de chefs renomados e construção de uma sólida cena gastronômica que passou a ser uma das mais respeitadas e considerada por muitos, uma joia dentro do estado.

Ao mesmo tempo que vemos este positivo avanço e o crescimento da importância do setor, um dos maiores empregadores dos friburguenses, outros aspectos legais colocam em pauta discussões sobre as medidas tomadas pela prefeitura que regram o funcionamento destes comércios.

Conforme o decreto 3.147, do último dia 24, bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos similares poderão funcionar até a 0h de segunda a sexta-feira e até a 1h da madrugada nos fins de semana e feriados. A norma autoriza o uso de música até as 23h de segunda a sexta-feira e até as 0h aos sábados.

 

A prefeitura escreve certo, mas por linhas tortas

Na ponta final desse grande problema estão os moradores vizinhos, que reclamam da bagunça, música alta e sujeira nas ruas. Reclamações justas, já que também envolvem o legítimo direito do sossego e descanso. Colocar balizas delimitantes, inegavelmente é necessário para que se possa viver uma vida em sociedade. No entanto, colocar uma luz sobre o assunto e buscar clareza em regras que possam harmonizar estas questões é de extrema importância.

Pelas novas regras, mesmo estabelecimentos sem exploração de música ou equipamentos sonoros amplificadores, e com razoável ou completo isolamento acústico — como é o caso dos restaurantes refinados de nossa cidade — deverão se adequar aos horários de funcionamento estipulados, o que pode destoar das expectativas dos próprios turistas.

Desta forma, tanto um restaurante que serve truta, vinho e música ambiente, quanto um bar com uma roda de samba ou até mesmo uma casa com shows com centenas de pessoas assistindo um show, são colocados no mesmo âmbito de aprovação e fiscalização, sendo erroneamente tratados da mesma forma.

 

Fora da lista de perturbação do sossego

Apesar da legislação rigorosa para os estabelecimentos, a prefeitura evita cumprir sua responsabilidade de regular o som custeado com as verbas públicas destinadas às secretarias de Turismo e Cultura. No entanto, isso é contraditório, já que o objetivo da legislação seria assegurar o sossego e o descanso da população.

É importante destacar que as atividades religiosas, como cultos e celebrações em templos, incluindo o uso de som amplificado ou exploração de música por meio de autofalantes, também foram excluídas da lista de regulamentação de funcionamento estabelecida pelo decreto municipal.

 

Datas especiais

A legislação é omissa com datas especiais. Temos o segundo maior carnaval do Estado do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas da capital, que realiza o maior carnaval do mundo. Durante anos, trios elétricos potentes percorrem toda a Avenida Alberto Braune, costumeiramente encerrando suas atividades musicais após o horário estabelecido pela atual legislação.

Ante a ausência de legislação específica sobre a temática há margem para discussões. Durante o carnaval, quando a própria prefeitura promove e financia festas com trios elétricos e milhares de foliões até além do horário, os estabelecimentos comerciais também terão que fechar suas portas para consumidores e turistas? É algo a se discutir.

 

O setor que mais sofrerá impactos  

Uma outra forma clara de começar a resolver o problema é entender que o setor de bares e restaurantes funciona em um horário diferente do de outros segmentos, não se restringindo ao horário comercial. Afinal, os clientes desses estabelecimentos são os que trabalham no horário comercial.

Para os empresários que precisam gerar renda e empregos, para os músicos, com a volta de uma renda fruto de seu trabalho, para os fiscais trabalharem com maior segurança e, especialmente, para os vizinhos poderem ter seu direito ao sossego preservado, diretrizes equilibradas devem ser seguidas pelo Poder Executivo.

Com as novas medidas adotadas, as regras municipais destoaram um pouco da realidade de como funciona o comércio noturno, abrindo margem para possíveis problemas para os estabelecimentos, para os moradores vizinhos e para a comunidade artística local, especialmente músicos que dependem da noite para manter a sobrevivência.

Um dos efeitos colaterais deverá ocorrer, em especial, com a cena musical, que poderá fazer com que os bares e restaurantes, na busca por trabalhar de forma correta e com medo de retaliações, optem por não abrir mais espaço para os artistas da cidade e oferecer música em seus estabelecimentos.

Entendo que limitar o funcionamento de bares e restaurantes é relevante. No entanto, as brechas da legislação não correspondem à evolução de Nova Friburgo uma cidade turística e universitária, que recebe diariamente turistas de negócios, estudantes e visitantes, trazendo renda, geração de empregos e vida pulsante para a cidade.

Uma legislação deve ajudar na desburocratização, delimitar as alçadas e responsabilidades de atuação e proporcionar o que a legislação deveria fazer: facilitar a vida do empreendedor, gerar emprego, harmonizando a atividade econômica com o convívio social da população. Especialmente em uma cidade onde se fala tanto de turismo.

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Novas conquistas

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Pequenos atletas do Projeto Solução brilham em competições estaduais de Judô

Os pequenos e as pequenas, quando vestem os kimonos, se transformam em verdadeiros gigantes. Os atletas do Projeto Solução fecharam o mês de outubro com duas conquistas importantes para Nova Friburgo, dentro das disputas do Campeonato Estadual de Judô.

Pequenos atletas do Projeto Solução brilham em competições estaduais de Judô

Os pequenos e as pequenas, quando vestem os kimonos, se transformam em verdadeiros gigantes. Os atletas do Projeto Solução fecharam o mês de outubro com duas conquistas importantes para Nova Friburgo, dentro das disputas do Campeonato Estadual de Judô.

Depois dos bons resultados no início do mês, no Circuito Hajimê - competição para atletas do Sub-9 e Sub-11, com a conquista de dois ouros, três pratas e um bronze, o Projeto brilhou novamente no último sábado, 26, durante a disputa do Campeonato Estadual de Judô.

Dentre os destaques estão os atletas medalhistas Wendel da Silva Mendes de Oliveira, da categoria meio-médio, e Natália Machado Moura, do pesado, ambos do Sub-13.

Depois de vencer os primeiros três combates por ippon, Wendel conquistou a medalha de prata ao ser derrotado na luta final, por Levy Rodrigues, do Instituto Reação. Já Natália venceu seu primeiro combate por ippon, de imobilização, e perdeu o segundo para Raphaela Bento, do Flamengo. Em seguida retornou para a disputa do bronze contra Manuella Mafort, sua colega de treino, também do Projeto Solução. Após disputa equilibrada, venceu por imobilização, conquistando sua medalha.

Essa foi a segunda participação do Projeto Solução nos torneios da elite do judô estadual este ano. Houve outra disputa por medalha de bronze, com Davi Oliveira, do Sub-15, mas o jovem foi derrotado após combate equilibrado.

A coordenação do Projeto Solução mantém o foco para, em 2025, classificar ao menos dois atletas em primeiro lugar no Torneio de Abertura da FJERJ, garantido assim a habilitação para a primeira fase do Brasileiro (reunindo Rio de Janeiro, Minas, Espírito Santo e Bahia, uma vez que essa primeira competição classifica os campeões para a fase regional).

“Para isso, o planejamento dos treinos já vem sendo preparado. Os atletas estão com as técnicas bem treinadas, haja vista a quantidade de ippons (pontuação aplicada ao golpe perfeito) que atletas do Projeto aplicaram, porém a parte tática precisa de muito aprimoramento, diante da falta de experiência competitiva num nível mais elevado ao das categorias de base”, avaliam os treinadores.

Desempenho dos atletas do Projeto Solução:

 

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    Natalia Machado foi buscar uma valorosa medalha de bronze no Estadual (Foto: Divulgação Vinícius gastin)

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    A prata do pequeno Wendel é mais uma prova do desenvolvimento dos atletas do Projeto Solução (Foto: Divulgação Vinícius gastin)

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    Com ótimo desempenho, Gabriel Rangel se sagrou campeão de uma das etapas da competição (Foto: Divulgação Vinícius gastin)

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    Rycharlison se destacou novamente, e foi ao lugar mais alto do pódio (Foto: Divulgação Vinícius gastin)

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Produto sustentável: mitos e realidades do preço

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Opa! Tudo verde?

Bora para mais uma Prosa Sustentável!

Opa! Tudo verde?

Bora para mais uma Prosa Sustentável!

O assunto de hoje é sobre mitos e verdades sobre “Produto Sustentável”. O debate sobre se os produtos sustentáveis são mais caros ou mais baratos do que os tradicionais é frequente e complexo. Em muitos casos, a percepção de que produtos sustentáveis são sempre mais caros é um equívoco. Enquanto alguns produtos podem ter um custo inicial mais elevado devido a processos de produção sustentável ou materiais orgânicos, outros podem ser comparativamente mais acessíveis devido a economias de escala ou subsídios governamentais.

Antes de avançarmos mais um pouco neste contexto, é importante ressaltar um ponto importante nesta conversa: Produtos que não levam em consideração os impactos ambientais contribuem diretamente para o aumento dos prejuízos causados ​​ao meio ambiente. Desde a extração de matérias-primas até a produção, distribuição, uso e descarte, esses produtos geram uma série de consequências negativas, como poluição do ar, da água e do solo, desmatamento, esgotamento de recursos naturais e emissões de gases de efeito estufa. Infelizmente, são os consumidores e o meio ambiente que acabam arcando com os custos desses impactos.

Ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos convencionais, os prejuízos ambientais se acumulam, resultando em danos irreparáveis ​​para os ecossistemas, a biodiversidade e a saúde humana. A poluição do ar e da água afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas, causando problemas de saúde, como doenças respiratórias e intoxicações, além de comprometer os recursos hídricos essenciais para a sobrevivência.

O desmatamento e a degradação dos habitats naturais resultantes da produção de produtos convencionais contribuem para a perda da biodiversidade e a extinção de espécies, desequilibrando os ecossistemas e comprometendo serviços essenciais, como a regulação do clima e a polinização de culturas agrícolas. Além disso, os impactos ambientais gerados pelos produtos convencionais têm custos econômicos significativos, que acabam sendo repassados aos consumidores de diversas formas. Seja através de preços mais altos para mitigar danos ambientais, impostos para limpar poluição ou custos para lidar com resíduos e lixo, é o consumidor final que acaba pagando a conta.

Portanto, é fundamental repensar nossos padrões de consumo e optar por produtos que sejam mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. Ao escolhermos produtos ecologicamente responsáveis, não apenas protegemos o meio ambiente e a nossa saúde, mas também contribuímos para a construção de um futuro mais justo e equitativo para todos.

As empresas que optam por práticas sustentáveis muitas vezes enfrentam grandes desafios competitivos e existem diversas razões pelas quais os produtos mais ecológicos tendem a ter um preço mais elevado do que os produtos tradicionais:

Custos de produção mais elevados: A produção de produtos ecológicos muitas vezes envolve o uso de materiais sustentáveis, processos de fabricação menos poluentes e tecnologias mais avançadas, o que pode aumentar os custos de produção.

Menor escala de produção: Produtos ecológicos muitas vezes são produzidos em menor escala do que os produtos convencionais, o que pode resultar em custos unitários mais altos devido à falta de economias de escala.

Certificações e normas ambientais: A obtenção de certificações de sustentabilidade e o cumprimento de normas ambientais podem aumentar os custos de produção para as empresas.

Materiais sustentáveis: O uso de materiais ecológicos, como algodão orgânico, plástico reciclado ou madeira certificada, pode ser mais caro do que os materiais convencionais.

Inovação tecnológica: O desenvolvimento de novas tecnologias e processos mais sustentáveis pode exigir investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento, o que pode aumentar os custos de produção.

No entanto, muitas empresas estão encontrando maneiras criativas de reduzir custos e tornar seus produtos sustentáveis mais acessíveis. Por exemplo, a adoção de embalagens minimalistas ou recicladas pode reduzir os custos de produção e transporte. Além disso, parcerias com organizações de reciclagem e fornecedores locais podem ajudar a reduzir os custos de matéria-prima.

Quanto aos impostos, em alguns casos, produtos sustentáveis podem receber incentivos fiscais ou isenções, dependendo das políticas governamentais em vigor. No entanto, em outros casos, os impostos sobre produtos sustentáveis podem ser semelhantes ou até mais altos do que os aplicados a produtos tradicionais, refletindo a complexidade das políticas tributárias.

O perfil do consumidor mais consciente é variado, mas geralmente inclui pessoas preocupadas com questões ambientais, sociais e éticas. Esse consumidor valoriza a transparência, a responsabilidade social corporativa e está disposto a pagar um pouco mais por produtos que atendam a esses critérios. No entanto, também é importante notar que a acessibilidade financeira continua sendo um fator-chave para muitos consumidores, especialmente em economias em desenvolvimento.

Em suma, a questão de se os produtos sustentáveis são mais caros ou mais baratos do que os tradicionais é multifacetada e depende de uma variedade de fatores. Enquanto alguns produtos sustentáveis podem ter um preço mais elevado devido a investimentos em práticas responsáveis, outros podem ser comparativamente mais acessíveis devido a economias de escala ou políticas governamentais favoráveis. O importante é que a sustentabilidade seja vista como um investimento no futuro do planeta e das gerações futuras, e não apenas como um custo adicional.

Tudo verde sempre!

Foto da galeria
Produtos sustentáveis são mais caros? (Foto: Pixabay.com)
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A garota e o ipê

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Algumas caveiras já nascem maravilhosamente bem vestidas

Algumas caveiras já nascem maravilhosamente bem vestidas

Não tem jeito. A própria Heloisa Pinheiro, que não envelhece nunca na canção de Vinícius e Tom, completou 81 primaveras, como se dizia antigamente, e mais os verões, invernos e outonos correspondentes. Conservadíssima, está tão feliz com a nova idade que comemorou duas vezes o aniversário: em julho e em agosto. Que o tempo, esse implacável inimigo do corpo humano, lhe permita assim permanecer por longos anos, ela, que permanecerá eternamente jovem, para sempre a Garota de Ipanema, a “coisa mais linda, mais cheia de graça”. O Pe. António Vieira disse que a beleza nada mais é do que uma caveira bem vestida. Mas algumas caveiras já nascem maravilhosamente bem vestidas, e esse é o caso de Helô Pinheiro.

Teve razão o Poetinha quando a viu passar “num doce balanço a caminho do mar” e quando concluiu que a beleza é fundamental. Com certeza, e não só a beleza feminina, desde sempre e em todo lugar exaltada em prosa e verso. Mas também a que tantas vezes está ao nosso redor, sem que nela reparemos. Uma conhecida me disse que havia fotografado um ipê na minha rua. Eu já tinha reparado naquele amarelo exagerado, mas, ao retornar para casa, me detive um instante para contemplar o presente que a natureza colocara à disposição de meus olhos, de graça e sem que eu fizesse nada para merecer.

O sucesso de “Garota de Ipanema” se deve com certeza à qualidade da letra e da melodia, mas se deve também à sua inspiração original: a própria beleza. Em vozes que vão de Pery Ribeiro (primeiro a gravá-la) a Frank Sinatra, “Garota de Ipanema” chegou a ser a música mais executada ao redor no mundo, depois de “Yesterday”. Houve um tempo em que se dizia que ela nunca parava de tocar, porque, quando calava em algum lugar do planeta, já começava a se fazer ouvir em outro. Silenciava no Japão e no mesmo instante começava na Islândia. Em 1965 ganhou o Grammy, superando sucessos como “I want to hold your hand”, dos Beatles, e “Hello, Dolly”, com Louis Armstrong. Aliás, certa vez disseram a Tom Jobim que só os Beatles eram mais tocados do que ele, ao que o “maestro soberano”, como o chamou Chico Buarque, respondeu que “sim, mas eles eram quatro!”

Os dicionários ensinam que a beleza é a característica do que apresenta perfeição de formas; o ser ou a coisa que desperta sentimento de êxtase, admiração ou prazer através dos sentidos. Por isso mesmo ilumina os olhos e alegra o coração. A expressão “está cansando a minha beleza” não tem sentido, porque o belo nunca se cansa e nunca nos cansa. Ao contrário, é preciso que ele nos cerque, para que haja leveza num mundo com as guerras, as injustiças, as pequenas e grandes dores que podem tornar a nossa passagem pela existência uma coisa feia e pesada. Como na definição de Shakespeare/Macbeth: “A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum”.

Da garota de Ipanema ao ipê da minha rua, a beleza existe e está aí, ao nosso redor, para nossa contemplação. Quem tem olhos de ver, que veja.

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Rio de Janeiro, uma cidade arruinada

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Quando, em 1960, a capital federal foi transferida para Brasília, foi orquestrada uma campanha para desestruturar a cidade do Rio de janeiro, com intuito de colocar o foco na nova capital. Passados sessenta e quatro anos, não se justifica mais esse tipo de atitude, mas o Rio continua a sofrer esse descrédito e, agora, agudamente. Vejamos o que ocorreu na semana passada.

Quando, em 1960, a capital federal foi transferida para Brasília, foi orquestrada uma campanha para desestruturar a cidade do Rio de janeiro, com intuito de colocar o foco na nova capital. Passados sessenta e quatro anos, não se justifica mais esse tipo de atitude, mas o Rio continua a sofrer esse descrédito e, agora, agudamente. Vejamos o que ocorreu na semana passada.

Na última quarta-feira, 23, o Recreio dos Bandeirantes assistiu a uma verdadeira batalha campal com o quebra-quebra iniciado pelos arruaceiros (não podem ser chamados de torcedores do Penharol) quando um de seus componentes foi surpreendido e preso ao roubar um celular. Cenas de agressões, destruição de quiosques da orla, motos incendiadas, carros destruídos, comércio assaltado foram vistas pela televisão, mas vivenciadas ao vivo e a cores pelos moradores, acuados em suas casas, com o trânsito parado. Duzentos e vinte um uruguaios foram levados para a delegacia e vinte e dois permanecem em prisão temporária até hoje. O mais grave é que em dezenove de setembro, um mês e uma semana antes, o Flamengo enfrentou esse mesmo Penharol, no Maracanã, e promoveram, também, cenas de vandalismo e agressões, no Recreio dos Bandeirantes. Será que a Secretaria de Segurança do estado não se lembrava da animosidade dessa torcida? Por que não tomou as devidas providências para que esses fatos não se repetissem?

Mas, na sua sina de cidade, e por que não estado, deixada ao deus dará, no dia seguinte, 24, a coisa foi pior. Na altura do Complexo de Israel, uma das favelas situadas na Avenida Brasil, principal artéria de ligação da zona oeste com o centro da cidade, após uma incursão da polícia militar no local, bandidos atiraram em direção daquela avenida, causando três mortes de pessoas que iam ou estavam trabalhando e causando um grave tumulto. Aliás, desde a tresloucada ordem do membro do STF, Edson Facchin, manietando a atuação da polícia, nos morros e favelas do Rio, que a violência aumentou. O carioca vive acuado, com medo de sair às ruas, preso dentro de suas casas, invertendo a ordem das coisas, pois quem tem de estar atrás das grades são os bandidos, não cidadãos que trabalham e pagam impostos para alavancar a marcha da sociedade.

Segundo a PM, ao chegar às comunidades dominadas pelo tráfico de drogas, os agentes encontraram forte resistência dos criminosos. Para conter a aproximação da PM, eles atearam fogo em carros e várias barricadas, além de terem cavado valas para impedir a ação dos policiais. Na tentativa de fuga, atiraram em direção à Avenida Brasil, causando o tumulto já citado.

Raro, se é que existe, são os dias em que não há relatos de guerra entre milicianos e traficantes, trocando tiros dia e noite; se eles se matassem entre eles, melhor não poderia ser. O problema é que eles colocam em risco a vida de policiais que são pagos, e mal, para manterem a ordem, e, principalmente, de cidadãos e crianças vítimas de balas perdidas. O Rio de Janeiro é, talvez, a cidade campeã de pessoas atingidas ou mortas por balas perdidas.

O grande responsável pelo status quo atual foi Leonel de Moura Brizola, ex-governador do estado, na década de 1980, com sua malfadada ordem de não deixar policiais subirem os morros. Anos depois, Edson Facchin comete o mesmo destempero. Perde com isso a cidade, pois tal estado de coisas compromete o turismo, uma de suas grandes fontes de renda. Além de suas belezas naturais, uma das coisas que, talvez, aumentou o grande fluxo de turistas, para o Nordeste, tenha sido o caos urbano do Rio de Janeiro causado pelo trânsito maluco e pela violência desenfreada.

Infelizmente, a então decantada cidade maravilhosa não tem mais jeito e chega-se à conclusão que a campanha para desacreditá-la teve um grande êxito.

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Entre os melhores

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Vinicius Esteves é sétimo no maior Campeonato Brasileiro da (história) da regra Dadinho

Ele é um jovem que deixou de ser promissor para se tornar uma realidade há algum tempo. E levando as cores da AFFM / Fribuguense ao maior Campeonato Brasileiro individual de futebol de mesa da história da regra dadinho, Vinicius Esteves fez história.

Vinicius Esteves é sétimo no maior Campeonato Brasileiro da (história) da regra Dadinho

Ele é um jovem que deixou de ser promissor para se tornar uma realidade há algum tempo. E levando as cores da AFFM / Fribuguense ao maior Campeonato Brasileiro individual de futebol de mesa da história da regra dadinho, Vinicius Esteves fez história.

A sétima colocação na Série Ouro da competição comprova o que já se acompanha em Nova Friburgo há algum tempo: graças ao trabalho de fortalecimento da modalidade, talentos surgem aos montes e se destacam nas principais competições de Futmesa.

Ao todo, 192 atletas disputaram a competição, realizada entre os dias 19 e 20 de outubro, no Clube Monte Sinai, na Tijuca. O campeão foi o botonista Paulinho Quartarone, do Fluminense, após 21 vitórias, três empates e apenas duas derrotas, em 26 jogos. Na final da Série Ouro, o Tricolor goleou Belga, do Flamengo, por incontestáveis 9 a 2. Ao todo, Quartarone balançou o filó 99 vezes, com a excelente média de 3,8 gols por jogo (sofreu 28).

A grandiosidade da 15ª edição do Brasileiro também foi marcada pela presença recorde de 28 agremiações de 11 estados fora do Rio de Janeiro (a meca do dadinho no país). Vieram à Cidade Maravilhosa equipes de São Paulo (Corinthians, São Paulo, Base Forte e Cepe 2004), Ceará (Fortaleza e Ceará), Paraná (São Braz, Dom Pedro II e Curitibano), Pernambuco (Náutico), Distrito Federal (Gama, AABB e Portuguesa), Minas Gerais (Benfica, Tupi, Magnólia, Futrica, Olympic, Pubplay e Eldorado), Santa Catarina (Vasto Verde, Continente, Beira-Rio e Avaí), Rio Grande do Sul (GNU), Mato Grosso do Sul (Sobotons), Pará (Asfepa) e Alagoas (Pajuçara).

A competição, porém, teve o domínio dos donos da casa, que foram maioria nos pódios não só da Série Ouro, mas da Prata e da Bronze. Na Extra, houve mais equilíbrio. Além do Fla-Flu que decidiu a Série Ouro, na disputa do terceiro lugar a vitória também foi de um atleta tricolor: Maia Jr. fez 4 a 3 em José Augusto, do América. A quinta colocação ficou com Marcus Flávio, do Flamengo, que, com a vantagem do empate, segurou o 2 a 2 com João Paulo, do Eldorado/MG – único “forasteiro” no pódio.

A sétima posição merece um parágrafo à parte, pois foi conquistada exatamente pelo talentoso Vinícius Esteves, do Friburguense, que bateu o rubro-negro Lucas Mendonça, por WO, e, com isso, a oitava posição foi para Rodrigo Bandini, do Fluminense, que ficara na nona colocação.

Na Série Prata, o campeão foi Washington, do Duque de Caxias, que derrotou Bruno Romar, do River, por 2 a 1, e subiu ao lugar mais alto de um pódio que teve dois botonistas que defendem equipes fora do Rio de Janeiro: Capela, do Avaí/SC, e Clovis Silveira, do Continente/SC. Na Série Bronze, a festa foi da imensa torcida bem feliz do Vasco, com a conquista de Renato Oliveira, que, na final, goleou Valcy, do Olaria, por 4 a 1 – Clovis Silveira, do Continente/SC representou as equipes “estrangeiras”.

Já a Série Extra foi a que obteve a classificação mais equilibrada entre os oito premiados (50%) e uma final sem a presença de um clube carioca: Rafael Moreira (Ceará) 6 x 2 Ricardo Soares (Magnólia/MG). Renato Ventura (Benfica/MG) e Rogério (Futrica/MG) também foram os visitantes premiados. Já a categoria Sub-18, com uma classificação à parte, pois os garotos também jogaram o Brasileiro entre os adultos, teve Arthur, da Light, como destaque.

 

Classificação Final

SÉRIE OURO

1º Paulo Quartarone (Fluminense/RJ)

2º Belga (Flamengo/RJ)

3º Maia Jr. (Fluminense/RJ)

4º José Augusto (América/RJ)

5º Marcus Flávio (Flamengo/RJ)

6º João Paulo (Eldorado/MG)

7º Vinícius Esteves (Friburguense/RJ)

8º Rodrigo Bandini (Fluminense/RJ)

 

SÉRIE PRATA

1º Washington (Duque de Caxias/RJ)

2º Bruno Romar (River/RJ)

3º Capela (Avaí/SC)

4º Matoso (River/RJ)

5º Magalhães (Flamengo/RJ)

6º Eduardo Rocha (Vasco/RJ)

7º Clovis Silveira (Continente/SC)

8º Leo Bento (Flamengo/RJ)

 

SÉRIE BRONZE

1º Oliveira (Vasco/RJ)

2º Valcy (Olaria/RJ)

3º Moises (Fluminense/RJ)

4º Cesar (Dobermans/RJ)

5º Regis (América/RJ)

6º Jorge Henrique (Liga Fonte/RJ)

7º Arthur (Light/RJ)

8º Betinho (Eldorado/MG)

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    Jovem botonista friburguense faz história com a sétima colocação no Brasileiro de Dadinho (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Vinicius Esteve entre os melhores do país, na maior competição da história da modalidade (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Sinodalidade: conversão para mais missionários

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Parte 1

O Documento Final da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, aprovado integralmente pela assembleia, relata e impulsiona uma experiência de Igreja pautada na “comunhão, participação e missão”, com a proposta concreta de uma nova visão que subverte práticas consolidadas.

Parte 1

O Documento Final da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, aprovado integralmente pela assembleia, relata e impulsiona uma experiência de Igreja pautada na “comunhão, participação e missão”, com a proposta concreta de uma nova visão que subverte práticas consolidadas.

O Documento Final, aprovado em todos os seus 155 parágrafos, está publicado e não será objeto de uma exortação do Papa: Francisco decidiu que seja imediatamente divulgado para que possa inspirar a vida da Igreja. “O processo sinodal não se encerra com o término da assembleia, mas inclui a fase de implementação”. Envolvendo todos no “caminho cotidiano com uma metodologia sinodal de consulta e discernimento, identificando modos concretos e percursos formativos para realizar uma tangível conversão sinodal nas várias realidades eclesiais”.

No Documento, em particular, é solicitado aos bispos um compromisso intenso em relação à transparência e à prestação de contas, enquanto — como também declarou o cardeal Férnandez, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé — estão em andamento trabalhos para dar mais espaço e poder às mulheres.

Duas palavras-chave emergem do texto — permeado pela perspectiva e pela proposta de conversão —: “relações” — que é uma maneira de ser Igreja — e “vínculos”, no sentido de um “intercâmbio de dons” entre as Igrejas, vivido de forma dinâmica e, assim, para converter os processos. Justamente as Igrejas locais estão no centro do horizonte missionário, que é o próprio fundamento da experiência de pluralidade da sinodalidade, com todas as estruturas a serviço, em suma, da missão, com o laicato cada vez mais ao centro e protagonista.

E, nessa perspectiva, a concretude de estar enraizados em um “lugar” emerge com força no Documento Final. Também é particularmente significativa a proposta apresentada no Documento para que os Dicastérios da Santa Sé possam iniciar uma consulta “antes de publicar documentos normativos importantes”.

 

A estrutura do Documento

O Documento Final é composto por cinco partes. A primeira, intitulada: O coração da sinodalidade, é seguida pela segunda parte. Juntos, na barca de Pedro — “dedicada à conversão das relações que edificam a comunidade cristã e dão forma à missão na intersecção de vocações, carismas e ministérios”.

A terceira parte — Sobre a tua Palavra — “identifica três práticas intimamente interligadas: discernimento eclesial, processos decisórios, cultura da transparência, da prestação de contas e da avaliação”. A quarta parte — Uma pesca abundante — “delineia a forma como é possível cultivar, de maneira nova, o intercâmbio de dons e o entrelaçamento de vínculos que nos unem na Igreja, em um tempo em que a experiência de enraizamento em um lugar está mudando profundamente”.

Finalmente, a quinta parte — Também eu vos envio — “permite olhar para o primeiro passo a ser dado: promover a formação de todos para a sinodalidade missionária”. Em particular, observa-se que o desenvolvimento do Documento é guiado pelos relatos evangélicos da Ressurreição.

 

As feridas do Ressuscitado continuam a sangrar

A introdução do Documento (1-12) esclarece desde o início a essência do Sínodo como uma “experiência renovada daquele encontro com o Ressuscitado que os discípulos viveram no Cenáculo na noite de Páscoa”. “Contemplando o Ressuscitado” — afirma o Documento — “vislumbramos também os sinais de Suas feridas (…) que continuam a sangrar no corpo de muitos irmãos e irmãs, inclusive devido a nossas próprias falhas.

O olhar voltado ao Senhor não nos afasta dos dramas da história, mas nos abre os olhos para reconhecer o sofrimento que nos rodeia e nos penetra: os rostos das crianças aterrorizadas pela guerra, o choro das mães, os sonhos desfeitos de tantos jovens, os refugiados que enfrentam jornadas terríveis, as vítimas das mudanças climáticas e das injustiças sociais”.

O Sínodo, ao lembrar as “muitas guerras” em curso, uniu-se aos “repetidos apelos do Papa Francisco pela paz, condenando a lógica da violência, do ódio, da vingança”. Além disso, o caminho sinodal é marcadamente ecumênico — “orienta-se para uma unidade plena e visível dos cristãos” — e “constitui um verdadeiro ato de recepção adicional” do Concílio Vaticano II, prolongando sua “inspiração” e renovando “para o mundo de hoje a sua força profética”.

Nem tudo foi fácil, reconhece o Documento: “Não escondemos que experimentamos em nós dificuldades, resistências à mudança e a tentação de fazer prevalecer nossas próprias ideias sobre a escuta da Palavra de Deus e a prática do discernimento”.

 

O coração da sinodalidade

A primeira parte do Documento (13-48) se abre com reflexões compartilhadas sobre a “Igreja Povo de Deus, sacramento de unidade” (15-20) e sobre as “raízes sacramentais do Povo de Deus” (21-27). É um fato que, justamente “graças à experiência dos últimos anos”, o significado dos termos “sinodalidade” e “sinodal” tenha “sido mais bem compreendido e, ainda mais, vivido” (28).

E “cada vez mais, esses termos têm sido associados ao desejo de uma Igreja mais próxima das pessoas e mais relacional, que seja casa e família de Deus” (28). “Em termos simples e sintéticos, pode-se dizer que a sinodalidade é um caminho de renovação espiritual e de reforma estrutural para tornar a Igreja mais participativa e missionária, para torná-la, assim, mais capaz de caminhar com cada homem e mulher, irradiando a luz de Cristo.

Na consciência de que a unidade da Igreja não é uniformidade, “a valorização dos contextos, das culturas e das diversidades, e das relações entre eles, é uma chave para crescer como Igreja sinodal missionária”. Com o fortalecimento das relações também com as demais tradições religiosas, em particular “para construir um mundo melhor” e em paz. (continua na próxima terça-feira, 5 de novembro)

Fonte: Vatican News

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A VOZ DA SERRA é saudável e regenerador

terça-feira, 29 de outubro de 2024

         “O que te faz feliz?” – A pergunta está estampada no Caderno Z, abordando o tema Felicidade. Vinicius de Moraes exaltou a arte de ser feliz como aquela pluma que voa tão leve, mas tem a vida breve e precisa que haja vento sem parar. Metaforicamente, esse vento é o responsável para elevar os nossos anseios e valores. De minha parte, tanta coisa simples me traz felicidade, que eu seria injusta em destacar uma ou outra. Contudo, é justo que eu diga que “viajar’ no jornal A VOZ DA SERRA de fim de semana é um passeio e tanto, é uma volta ao mundo que me faz feliz.

         “O que te faz feliz?” – A pergunta está estampada no Caderno Z, abordando o tema Felicidade. Vinicius de Moraes exaltou a arte de ser feliz como aquela pluma que voa tão leve, mas tem a vida breve e precisa que haja vento sem parar. Metaforicamente, esse vento é o responsável para elevar os nossos anseios e valores. De minha parte, tanta coisa simples me traz felicidade, que eu seria injusta em destacar uma ou outra. Contudo, é justo que eu diga que “viajar’ no jornal A VOZ DA SERRA de fim de semana é um passeio e tanto, é uma volta ao mundo que me faz feliz. Para a doutoranda em psiquiatria e saúde mental, Maria Francisca Moura, “o conceito de felicidade pode ser discutido de formas distintas dentro da filosofia, psicologia, antropologia e psiquiatria”. Segundo suas dicas, percebemos que o mais importante é darmos atenção aos pequenos prazeres no dia a dia e “não fazer da felicidade uma obrigação”. É preciso valorizar as “sutilezas da vida”. Felicidade é um mosaico, um pedacinho aqui, outro ali... uma construção diária.

         Um diálogo entre a Monja Coen e o professor de felicidade, Gustavo Arns, colocou em foco ciência e espiritualidade e, segundo eles, “a busca por um estado de satisfação é um processo que envolve autoconhecimento, equilíbrio e capacidade de viver plenamente o presente”. Como cada pessoa é uma composição única, entendo que não há uma única receita para o mesmo objetivo. De acordo com a psicóloga Jayana Ferreira, “é possível cultivar um estado de bem-estar mesmo em meio às adversidades”. E explica: “A felicidade, longe de ser um estado contínuo, pode ser nutrida por pequenos gestos, pensamentos equilibrados e práticas saudáveis”. O equilíbrio emocional depende muito do que agregamos para o nosso dia a dia, principalmente “limitando o tempo de exposição a informações negativas...”. Tem que haver vigilância constante da energia.

         “Em tempos de crise”, Jayana reforça um aconselhamento: “É essencial comemorar as pequenas conquistas, não importa o que sejam. Esses momentos de celebração nos ajudam a manter uma base emocional mais forte e a nos sentirmos mais realizados”. Vale ressaltar ainda que “criar uma rotina que priorize o bem-estar e a manter-se conectado com pessoas queridas são estratégias eficazes para enfrentar adversidades com mais leveza”. Do lado ruim, tirar sempre um bom proveito.

         Eu costumo dizer que felicidade pode ser tanta coisa que é impossível alguém não encontrar um motivo para estar feliz. É certo que somos colocados diante de desafios que parecem distorcer os nossos propósitos para uma vida melhor. Em sua capa, o Caderno Z resumiu: “Felicidade não é um ponto final alcançado, mas um caminho que percorremos...”. Felicidade é desbravar esse caminho na plenitude de seu percurso.

         Pode parecer lúdico de minha parte, mas a natureza também encontra seus modos de ser feliz. E uma boa notícia é a proposta, já aprovada em primeira discussão na Alerj, para declarar todo o entorno do Rio Macaé como área de interesse turístico. “O rio, que nasce na Serra de Macaé de Cima, no Parque Estadual de Três Picos, em Nova Friburgo, percorre 136 quilômetros até a foz no Oceano Atlântico, no município de Macaé, passando por terras de Casemiro de Abreu”. As fotos de Henrique Pinheiro encantam!

         Vinicius Gastin é o nosso arauto das boas novas esportivas e nos informa que a felicidade também se esmerou para os botonistas do Friburguense, classificados em 3º lugar na disputa da Taça Rio do Futebol de Mesa, no terceiro fim de semana de outubro. Parabéns!  O esporte faz pessoas felizes, os que disputam os torneios e os que aplaudem. Felicidade é o que se vê nos rostinhos dos estudantes da rede pública de ensino, contemplados pelo projeto “De Olho no Futuro”, do Rotary Clube de Nova Friburgo. A ação social, coordenada pela eficiente e querida Marcia Carestiato, completa 21 anos de sua criação e tem feito uma diferença saudável na vida de muitas crianças e jovens.        Produzir a felicidade alheia é um modo eficaz de se conquistar a própria felicidade. E, voltando ao tema do Caderno Z, a pergunta que abriu esta viagem: “O que te faz feliz?”.

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O voo de Antônio Cícero

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Semana passada o poeta Antônio Cícero, com dignidade e determinação, voou para a eternidade. Com admiração pela sua vida e obra, dedico-lhe esta coluna como um modo de GUARDAR a beleza dos seus poemas, que inspiram tantas pessoas, não só as que escrevem, mas aquelas que vivem com ternura e buscam a sabedoria em cada momento dos seus dias.

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Semana passada o poeta Antônio Cícero, com dignidade e determinação, voou para a eternidade. Com admiração pela sua vida e obra, dedico-lhe esta coluna como um modo de GUARDAR a beleza dos seus poemas, que inspiram tantas pessoas, não só as que escrevem, mas aquelas que vivem com ternura e buscam a sabedoria em cada momento dos seus dias.

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Adeus, Antônio Cícero! Adeus meu poeta a quem GUARDO ao ler e reverenciar suas poéticas palavras, tão bem escolhidas e escritas. Permito que suas doces ideias abracem as minhas que, timidamente, querem lançar voo sobre a folha de papel, o maior desafio para o escritor, e conquistar espaços sem finitudes.

Despeço-me de você com alegria e orgulho por tê-lo conhecido, inclusive pessoalmente, por passear descontraidamente sobre sua obra, por trazê-la aos modos como experimento meus dias, meus momentos. Por vê-lo acenar com simplicidade nos horizontes do meu imaginário. Por planar e dançar sobre seus pensamentos cheios de criatividade, singeleza e atualidade.

A ternura com que costurou cada um dos seus versos me mostra que a vida tem a lindeza de quem a toca com firmeza. Em sua poesia não vejo nem vencedores nem perdedores, mas encontro pessoas que buscam o encontro consigo mesmas.

Até mais ver, Antônio Cícero, vou lhe GUARDAR em toda minha infinitude, não em livros ou cadernos fechados, mas em meus pensamentos fluidos e esperançosos.

 

GUARDAR

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em um cofre não se guarda coisa alguma.

Em um cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por

admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por

ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro

do que um pássaro sem voos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,

por isso se declara e declama um poema:

para guardá-lo;

Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:

Guarde o que quer que guarde um poema:

Por isso o lance do poema:

Por guardar o que se quer guardar.

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Bronze de valor

sábado, 26 de outubro de 2024

AFFM / Friburguense é terceiro lugar no Estadual Interclubes de Futmesa (da Regra 12 Toques)

Mais um resultado para colocar na recheada galeria de conquistas. A AFFM / Friburguense foi a terceira colocada da Taça Rio, competição equivalente ao 2º Turno do Campeonato Estadual Interclubes da Regra 12 Toques. O torneio foi realizado na sede do Botafogo Futmesa, no último final de semana, e consagrou o Vasco da Gama como campeão pela terceira vez.

AFFM / Friburguense é terceiro lugar no Estadual Interclubes de Futmesa (da Regra 12 Toques)

Mais um resultado para colocar na recheada galeria de conquistas. A AFFM / Friburguense foi a terceira colocada da Taça Rio, competição equivalente ao 2º Turno do Campeonato Estadual Interclubes da Regra 12 Toques. O torneio foi realizado na sede do Botafogo Futmesa, no último final de semana, e consagrou o Vasco da Gama como campeão pela terceira vez.

O tricampeonato cruzmaltino, com as participações dos ex-Frizão Marcus Vinicius e Rhaniery, foi alcançado com quatro vitórias e uma derrota. Como já havia vencido também a Taça Guanabara, em junho, o Vasco faturou o Estadual de forma direta. A segunda colocação ficou com o Fluminense. Além do terceiro lugar do Tricolor da Serra, a classificação final teve o América em quarto, Flamengo em quinto e União como sexto colocado.

Com mais essa conquista, o Vasco da Gama se isola como o maior vencedor da competição. Conquistou onze vezes o título, sendo o primeiro em 2003. O América possui seis títulos, e o Friburguense foi bicampeão em 2015-2016. A extinta equipe do Ginástico Desportivo, do Rio Comprido, foi bicampeã em 2012-13. Já Fluminense, Flamengo e União Futmesa buscam ainda seu primeiro título.

 

O jogo de Equipe

De acordo com o regulamento do Futmesa, cada equipe atua com quatro jogadores, que se enfrentam em quatro rodadas. A vitória em cada mesa vale três pontos e o empate, um. No final, a equipe que somar mais pontos vence o confronto.

O próximo desafio será o Campeonato Brasileiro Interclubes, entre os dias 15 e 17 de novembro, na cidade de Blumenau, Santa Catarina. Além do campeão, Vasco, Friburguense, Fluminense e América representarão o Rio de Janeiro na competição.

 

Categoria Retrô

Além da Regra 12 Toques, outra competição recente movimentou o futebol de mesa estadual. Na sede da Fefumerj, no Grajaú TC, foi promovida da primeira edição do Torneio Retrô de Equipes. Um marco para a categoria vinculada à regra Dadinho. Ao todo, 11 equipes (7 clubes e 4 ligas) reuniram mais de 60 jogadores, entre titulares e reservas, durante mais de quatro horas de campeonato. Foram 220 partidas espalhadas em 20 mesas pequenas.

A uma rodada do final, três equipes disputavam o título. Flamengo, líder, América e a ABR, terceira colocada, tinham chances matemáticas de faturar o caneco. Melhor para o já líder Flamengo, que derrotou a LAB por 4 a 0 e terminou a competição com 24 pontos. Ao mesmo tempo aconteceu jogo entre América e ABR, confronto direto no qual o vencedor ainda poderia ficar com a taça, caso o Flamengo perdesse seu jogo. O empate em 2 a 2 beneficiou o clube rubro, que terminou com 21 pontos, contra 19 da Associação de Botão do Redondo.

Além do quarto lugar da LAB, compuseram a classificação final LIB (5°), Grajaú Tênis (6°), Humaitá (7°), Botafogo (8°), Fluminense (9°), Light (10°) e a Liga CZR (11°). A categoria Retrô ainda terá a final individual com os 16 melhores do ranking 2024, a ser disputada no dia 17 de novembro, na Loja Botão FC.

  • Foto da galeria

    AFFM / Friburguense encerra o Estadual de Futmesa 12 Toques com a terceira colocação (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

  • Foto da galeria

    Tricampeonato do Vasco contou com a participação de botonistas friburguenses (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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