Blogs

Conexões e partilhas na mágica da vida

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Se conectar com o outro requer muito mais do que simplesmente estar ao lado.

Uma conexão vai acontecendo meio tímida, com receios e dúvidas, sem saber onde vai chegar e parar.

Quando nos conectamos de forma verdadeira, nos despimos para o outro, tiramos todas as camadas que usamos no nosso dia a dia.

Se conectar com o outro requer muito mais do que simplesmente estar ao lado.

Uma conexão vai acontecendo meio tímida, com receios e dúvidas, sem saber onde vai chegar e parar.

Quando nos conectamos de forma verdadeira, nos despimos para o outro, tiramos todas as camadas que usamos no nosso dia a dia.

Uma vida corrida nos apressa nesse conectar e partilhar. Os encontros são remarcados, esquecidos, espaçados, escondidos. O nosso carro da Fórmula 1 passa com pressa pelos boxes, roncando os motores, sem tempo para pit stop, mesmo quando os pneus precisam ser trocados ou alinhados.

A vida mais parece uma corrida do que uma partilha.

O partilhar não é fácil. Por vezes, traz desconexões, uma comunicação difícil e acelerada, que pede um desacelerar que nem sempre conseguimos realizar.

Partilhamos alegrias, dores, sabores,  vulnerabilidades, anseios, desejos, vitórias, derrotas, frustrações. E assim, nossas conexões vão sendo construídas ou perdidas.

Neste início das férias escolares, me encontro revisitando lugares, conhecendo mais as pessoas e novos espaços, experimentando comidas, quebrando estigmas, mas, principalmente, me (re)conectando e partilhando.

O carro escolhido para a minha corrida está passando pelos boxes devagar, bem lentamente, trocando os pneus e todas as peças avariadas que precisam ser mudadas. Sem pressa.

Uma partilha desacelerada traz conexões profundas com nós mesmos, com o outro, com o espaço que nos cerca. Esse espaço que, pouco a pouco, vai sendo modificado. Seja pelo tempo que vai chegando para todos de forma diferente, seja pelos olhares e visões que cada um de nós vai carregando consigo ao longo do percurso.

Mas o que seria da mágica da vida sem essas conexões e partilhas? As lembranças seriam mornas, sem o doce sabor das nossas descobertas? Será que esse encantamento seria tão profundo?

Modificar a pista desta corrida é uma tarefa longa. Nem sempre a ausência de obstáculos fará com que realizemos a melhor corrida. Assim como querer chegar primeiro que o outro não é uma opção, pois competir não faz parte do momento.

No final, mesmo uma partilha curta pode despertar conexões recheadas de leveza, trazendo encanto para a nossa jornada. Uma corrida que não para, mas que podemos escolher com quem queremos estar, conectando e partilhando.

Com isso, há entrega com profundidade e fortalecimento nas relações.

E você, já pensou com quem quer parar neste pit stop?

 Até a próxima quarta!

……..

Contato

Site: www.camillafiorito.com.br

Instagram: @camilla.fioritoeduc

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Rivais definidos

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Duque de Caxias e Petrópolis, rebaixados à Série B1, serão adversários do Frizão

A configuração está completa. Com os rebaixamentos de Duque de Caxias e Petrópolis, todas as equipes da Série B1 do Campeonato Carioca deste ano estão definidas. A competição está prevista para acontecer entre a primeira semana setembro e a segunda semana de novembro, conforme calendário oficial divulgado pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. O Friburguense estará novamente na disputa da terceira divisão estadual, em busca do acesso e do título.

Duque de Caxias e Petrópolis, rebaixados à Série B1, serão adversários do Frizão

A configuração está completa. Com os rebaixamentos de Duque de Caxias e Petrópolis, todas as equipes da Série B1 do Campeonato Carioca deste ano estão definidas. A competição está prevista para acontecer entre a primeira semana setembro e a segunda semana de novembro, conforme calendário oficial divulgado pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. O Friburguense estará novamente na disputa da terceira divisão estadual, em busca do acesso e do título.

Com as definições, naquela que promete ser a Série B1 mais equilibrada dos últimos anos, estarão presentes, além de Friburguense, Duque de Caxias e Petrópolis, as equipes do Bonsucesso, Paduano, Nova Cidade, Artsul, Nova Cidade, Serrano, Carapebus, Niteroiense e Campo Grande. A reunião arbitral para a definição do regulamento e da tabela deve ser realizada nas próximas semanas.

Em 2024, o Frizão encerrou a competição com duas vitórias, quatro empates e duas derrotas. Na temporada, o técnico Gerson Andreotti quase não conseguiu repetir as escalações, sofrendo com diversas lesões, o que atrapalhou no desempenho e na conquista de resultados. O Tricolor da Serra encerrou a sua participação na Série B1 estadual na quinta colocação, com dez pontos conquistados.

 

Série B1 Sub-20

 

Um tropeço que complica os planos de classificação para as semifinais do Campeonato Carioca Sub-20 da Série B1. Na última quarta-feira, 9, o Friburguense encarou o Niteroiense, na Concha Acústica de Niterói, e acabou derrotado por 2 a 0. O resultado deixa o Tricolor um pouco mais distante do G-4, obrigando a equipe a conseguir dois bons resultados nas últimas rodadas e ainda torcer contra alguns adversários. O próximo compromisso é o duelo com o Bonsucesso nesta quarta-feira, 16, às 14h45, no Leônidas da Silva.

Com o resultado diante do Niteroiense, o Tricolor da Serra permaneceu com sete pontos, ocupando a oitava posição. Restam mais duas partidas para o fim da primeira fase, e a equipe está a quatro pontos do quarto colocado, o Carapebus, primeiro time na zona de qualificação para as semifinais. Além do Bonsucesso, o Frizão ainda vai encarar o Artsul, no Eduardo Guinle.

O Friburguense foi a campo, na última quarta-feira, com Helder, Juninho, Guilherme, Danilo e Bryan; Isaque, Ryan, Cadu e Pedrinho; Bernardo e Kaio Gabriel.

 

Tabela do Frizão Sub-20

  • Campo Grande 1 x 0 Friburguense, Ítalo del Cima
  • Friburguense 3 x 1 Paduano, Eduardo Guinle
  • Serrano 3 x 1 Friburguense, Atílio Marotti
  • Friburguense 3 x 1 Carapebus, Eduardo Guinle
  • Nova Cidade 1 x 1 Friburguense, Joaquim Flores
  • Friburguense 0 x 1 São Cristóvão, Eduardo Guinle
  • Niteroiense 2 x 0 Friburguense, Concha Acústica de Niterói
  • 16/jul – Qua - Bonsucesso x Friburguense, Leônidas da Silva
  • 23/jul - Qua - 14h45 - Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle
  • Foto da galeria

    Frizão já conhece todos os adversários que irá enfrentar na Série B1 profissional deste ano (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

  • Foto da galeria

    Sub-20 acabou sendo derrotado no estádio Concha Acústica, em Niterói, dificultando a luta pela classificação (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Voo para o infinito

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas

Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas

Com certeza vocês tomaram conhecimento do desastre aéreo que matou duzentas e noventa pessoas na Índia. Isso é muito triste, nem dá para imaginar o sofrimento de quem perdeu, de forma tão inesperada, alguém a quem amava. Às vezes, no mesmo acidente, mais de uma pessoa amada. Embarcaram para Londres e voaram para o infinito. Ou foram atingidos em terra mesmo: a morte pousou sobre eles quando estavam com os pés solidamente plantados no chão. Muito triste, mas não surpreendente. Os aviões são muito seguros, morre mais gente nas estradas do que nos ares, o lugar onde mais se morre é na cama, etc., etc., etc. O problema é que o avião, quando cai, não costuma deixar ninguém para contar como foi. Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas.

O espantoso é que havia duzentas e quarenta e duas pessoas a bordo. Ou seja, uma escapou. Isso, sim, é extraordinário. Por que um foi poupado, que anjo abriu as asas sobre Vishwakumar Ramesh no momento em que tudo em volta explodia e queimava? Milagres, mistérios, acasos que nunca chegaremos a compreender. Compreenderemos, talvez, quando tudo terminar também para nós, quando finalmente chegar aquela que Manuel Bandeira chamou de “a Indesejada das gentes”. Essa sempre vem, pois, como disse Dag Hammarskjöld, “Não procure a morte, ela o encontrará.”

Ninguém morre na véspera, ensina o ditado popular, com a sabedoria comum aos axiomas que saem da boca do povo. Um rapaz perdeu o fatídico voo indiano porque o trânsito o atrasou. “Maldito trânsito!”, deve ele ter praguejado antes. “Bendito trânsito!”, deve ele ter agradecido depois. Quantas vezes não ouvimos dizer “salvou-se por um triz”? Mesmo sem saber o que significa triz, entendemos que foi por muito pouco, foi um quase nada que desviou a bala, que parou o carro, que evitou o tombo fatal.

Na verdade, vivemos por um triz. Vai alguém caminhando pela calçada e, sem mais avisos, o coração diz “cansei!” e interrompe definitivamente a caminhada. Dormimos sem ter certeza de que acordaremos, acordamos sem saber se alcançaremos o fim do dia. Embarcamos e talvez não cheguemos aos braços de quem nos espera. E, como se a morte não ceifasse por conta própria, os homens inventam meios de ajudá-la, cultivando ódios, inventando guerras, semeando violência no dia a dia.

Mas vamos amenizar a conversa. Porque a vida, embora tão frágil, ainda “vale a pena se a alma não é pequena”. Além do mais, viver pensando na dolorosa realidade que nos cerca é ir morrendo aos poucos, e de que nos adianta isso? Se prestarmos bem atenção, veremos que por todo lado há coisas boas acontecendo. Somadas, elas certamente são maiores do que todas as más notícias que nos atingem. Não fechemos os olhos aos aviões que caem, mas não deixemos de olhar, com intensidade ainda maior, os lírios nos campos e as aves no céu. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Na final

terça-feira, 15 de julho de 2025

Unidos do Alto e Estrela do Mar avançam para decidir a Supercopa SAF

Primeiros colocados de seus respectivos grupos, Unidos do Alto e Estrela do Mar fizeram valer a sua regularidade na fase de grupos e carimbaram as vagas na grande final da Supercopa SAF de 2025. Desde já as expectativas são altas para o confronto, que promete equilíbrio e qualidade, por conta do desempenho de ambos. De certeza, apenas o fato de que a competição terá mais um bicampeão, a ser conhecido no próximo domingo, 20, às 14h, no estádio Márcio Branco, no Stucky.

Unidos do Alto e Estrela do Mar avançam para decidir a Supercopa SAF

Primeiros colocados de seus respectivos grupos, Unidos do Alto e Estrela do Mar fizeram valer a sua regularidade na fase de grupos e carimbaram as vagas na grande final da Supercopa SAF de 2025. Desde já as expectativas são altas para o confronto, que promete equilíbrio e qualidade, por conta do desempenho de ambos. De certeza, apenas o fato de que a competição terá mais um bicampeão, a ser conhecido no próximo domingo, 20, às 14h, no estádio Márcio Branco, no Stucky.

Para chegarem à decisão, as duas equipes tiveram que superar os seus adversários nas semifinais, realizadas no último domingo, 13, no Estádio Eduardo Guinle, em Olaria. Primeiros colocados de cada grupo e campeões em outras edições, Estrela do Mar e Unidos do Alto entraram em campo com a vantagem do empate para avançarem à grande decisão. E o time do Alto de Olaria fez valer esse benefício ao empatar por 1 a 1 com o Janela das Andorinhas (JDA).

 Nos minutos iniciais as duas equipes buscaram jogadas centralizadas, lançamentos longos e pelas laterais para tentar balançar as redes. O Unidos do Alto chegou ao primeiro gol aos 43 minutos do primeiro tempo, com Pedro José. Na etapa complementar, o JDA buscava igualar o placar em lances de profundidade, enquanto o Unidos do Alto valorizava a posse de bola para buscar o segundo gol. O JDA empatou, aos 38 minutos do segundo tempo, com Márcio Eder. O Alto segurou o resultado e garantiu a sua classificação.    

Já o Estrela do Mar garantiu participação na final ao impor o seu jogo e vencer o Amparo por 3 a 0. Durante a partida, o time do quarto distrito apostava no toque de bola para chegar ao gol adversário, enquanto a equipe de São Pedro da Serra buscava surpreender em jogadas pelas laterais. O Estrela do Mar marcou o primeiro gol aos 20 minutos do primeiro tempo, com Francis Hine. Na etapa final, o Estrela do Mar ampliou a vantagem com Francis Hine, aos 10, e Marcelo Silva, aos 30 minutos.

Números significativos

Sucesso em mais um edição, a Supercopa SAF apresenta números que reforçam a sua importância no cenário do futebol municipal e a qualidade das equipes participantes. De acordo com informações disponibilizadas pela Liga Nova Friburgo de Desportos, apenas na primeira fase, foram contabilizados 45 gols em 16 jogos disputados, com média de 2,81 gols por partida.

A competição contou com 234 atletas inscritos nas oito equipes participantes, com aplicação de 64 cartões amarelos e quatro vermelhos. Até o momento, Francis Hine é o artilheiro da competição, com cinco gols - já contabilizando o tento marcado na semifinal. Pablo Knopp (3), Luis Felippe (2), Wellington Santos (2) e Natan Vasques (2) também figuram no ranking da artilharia.

O Estrela do Mar tem o melhor ataque da competição, com 12 gols marcados, enquanto o São Pedro, eliminado na primeira fase, teve a defesa menos vazada, com apenas três gols sofridos.

Tabelão da Supercopa SAF

Último domingo, 13

Local: Estádio Eduardo Guinle

Unidos do Alto 1 x 1 JDA

Estrela do Mar 3 x 0 Amparo

Final
Próximo domingo, 20

Local: Estádio Marcio Branco

14h - Unidos do Alto x Estrela do Mar

  • Foto da galeria

    Alto fez valer a melhor campanha da primeira fase para se garantir na decisão (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Equipe do Alto de Olaria teve dificuldades diante do bravo time do JDA (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Estrela do Mar se impôs e garantiu o direito de brigar pelo bicampeonato (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Boa presença de público também foi destaque na disputa das semifinais da Supercopa (Foto Rafael Seabra)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Comunicar a esperança e o cuidado com a casa comum

terça-feira, 15 de julho de 2025

Parte 1

Parte 1

 Vivendo intensamente o Ano Santo Jubilar da Esperança iniciado no final de 2024 pelo Papa Francisco e, com a sua Páscoa definitiva, continuado em 2025 pelo Papa Leão XIV, celebrando os dez anos da profética Encíclica "Laudato Si ", somos chamados a comunicar este amor misericordioso de Deus, num encontro fecundo da Igreja que se aproxima dos seus filhos, os abraça, especialmente os mais necessitados e sofridos, os mais pobres e desamparados, os mais pecadores e perdidos, para libertá-los e promovê-los , no resgate de sua dignidade de filhos do Senhor, no sentido de uma ecologia integral.

"A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. E se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus" (Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais).

Nesta perspectiva da esperança amorosa que assume a vida do outro e do mundo para redimi-los e salvá-los, estendendo as graças do Mistério Pascal de Cristo a todas as pessoas e realidades, a Igreja missionária no Brasil (CNBB) organiza, há várias décadas, a Campanha da Fraternidade, refletindo, conscientizando, partilhando as temáticas que envolvem a relação do homem com Deus, dos homens entre si e dos homens com a natureza; vendo, com a colaboração das ciências específicas, os desafios para a realização da justiça e do Plano de Amor de Deus; julgando à luz do Evangelho, da Sagrada Escritura e Sagrada Tradição, com a palavra do seu Magistério; agindo, através das propostas e linhas, projetos e gestos concretos; celebrando sempre na caminhada eclesial na purificação continuada de um testemunho da manifestação misericordiosa do dar a vida pela libertação dos irmãos, o que prepara penitencialmente o coração de todos nós, cristãos, para a vitória da ressurreição do Senhor no chão de cada história e de cada comunidade.

Neste sentido, sua temática refletida e proposta concreta se estendem por todo o ano e por toda a missão permanente da Igreja. 

 O tema escolhido neste ano foi "Fraternidade e Ecologia Integral" , com o lema "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1, 31)). Neste objetivo é ricamente uma campanha que busca a justiça socioambiental em plena comunhão com a Encíclica Laudato Si (Louvado Sejas) e a sua atualização, a "Laudate Deum", ambas do mesmo saudoso Papa Francisco, aprofundando o sentido da nossa corresponsabilidade humano-cristã pelo meio ambiente, unidos todos, cristãos e não cristãos e todos os homens de boa vontade por uma mesma causa  - a preservação do planeta - a nossa casa comum. (Continua na próxima semana)

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O desafio de escrever para o pré-adolescente

terça-feira, 15 de julho de 2025

Mas que desafio? Nem criança, nem adolescente, o pré-adolescente está no meio de passagens, que decorrem dos processos de deixar de ser criança e começar a tornar-se adolescente. Um turbilhão de mudanças físicas, hormonais, cognitivas, emocionais, sociais e centros de interesse invadem sua experiência existencial. Tudo vai acontecendo com rapidez e concomitância, dando-lhe a sensação que o mundo está girando mais rápido e ele não consegue dar conta das mudanças.

Mas que desafio? Nem criança, nem adolescente, o pré-adolescente está no meio de passagens, que decorrem dos processos de deixar de ser criança e começar a tornar-se adolescente. Um turbilhão de mudanças físicas, hormonais, cognitivas, emocionais, sociais e centros de interesse invadem sua experiência existencial. Tudo vai acontecendo com rapidez e concomitância, dando-lhe a sensação que o mundo está girando mais rápido e ele não consegue dar conta das mudanças. Diante dos seus olhos janelas são abertas e novas paisagens, instigantes, assustadoras, divertidas e sofridas, são descortinadas dia a dia.

  O que lhe era certo, agora, não é mais! Seu pensamento alcança maiores dimensões em decorrência do desenvolvimento das capacidades de abstrair ideias e estabelecer relações mais complexas entre os fatos, pessoas e consigo mesmo ao ampliar o seu ponto de vista sobre as circunstâncias com as quais convive e tem conhecimento. É um vivente que está saindo da fase do pensamento mágico e do faz de conta, deixando o encantamento infantil. A realidade concreta, então, começa a redefinir os modos com que percebe e sente ao experimentar a vida.

O que escrever para o leitor que não está nem lá nem cá, mas que pode encontrar no livro de literatura um amparo?  Como, hoje, ele precisa de apoio, quiçá de compaixão! Sinto necessidade de focar o pré-adolescente como “pessoa em processo de vir a ser”. Não quero compartimentá-lo em uma etapa, posto que a vida não poupa ninguém; desde o momento em que nascemos estamos expostos aos acontecimentos.

Por isso considero que o fazer literário, não somente para essa faixa-etária, mas para todas, tem na arte das palavras, nas ideias criativas, na cultura e nos valores humanos o seu universo. Segundo Ricardo Azevedo é a forma através da qual o escritor experimenta a verdade. Para Humberto Eco, a literatura vai além do entretenimento ao manter tradições, elevar o espírito e formar identidades. Já Fernando Pessoa via na poesia um meio de explorar a complexidade da existência e das relações entre o eu e o mundo.

Assim, a construção de histórias para pré-adolescentes tem como questões relevantes a escolha do tema, a forma como abordá-lo e a linguagem. Sim a linguagem! Como atrair seu interesse se a escrita se utiliza de estruturas infantis ou adultas? É um grande desafio à inspiração do escritor. O livro não é feito de magias. É criado por pessoas que experimentaram o estar na pré-adolescência. Pode até que sejam eles mesmos, o que seria bem interessante porque vão expressar o que vivem, suas explosões de afetividades, construção de identidades e de movimentos no mundo.

Através dos temas que abordam a amizade, a aventura, as descobertas pessoais, os processos de identidade sexual, a superação de desafios, os medos inerentes ao crescimento, as relações interpessoais e com animais, o escritor pode se comunicar efetivamente com eles. Enfim, o que não faltam são temas; basta sentar-se na beira da calçada em frente de um portão de uma escola que inúmeras ideias vão cutucá-lo.

Mas, acima de tudo, o escritor é um amante da vida, um admirador da existência da pessoa num mundo cheio de adversidades. É aquele que tem a arte e a sensibilidade na flor da pele para saber o que escrever para quem está chegando a este mundo.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Irmãos Azevedo serão julgados em setembro

sábado, 12 de julho de 2025

Edição de 12 e 13 de julho de 1975

Família Daflon pode contratar o jurista Laércio Pellegrino

Manchetes

Edição de 12 e 13 de julho de 1975

Família Daflon pode contratar o jurista Laércio Pellegrino

Manchetes

Irmãos Azevedo vão ser julgados em setembro  Os irmãos Paulo, Rodolpho e Gilberto Azevedo, que respondem a processo na Justiça pelo assassinato de Guido Daflon, ocorrido na Câmara de Veredores, em 1973. Os três tiveram a prisão preventiva domiciliar decretada pelo juiz Arurahy Caramuru Grion e agora irão a julgamento com data já marcada para setembro. A família Daflon anunciou que tentará contratar o jurista Laércio Pellegrino para atuar no rumoroso caso que sacudiu Nova Friburgo. 

Partidos fazem eleições neste 13 de julhoCumprindo o calendário da Justiça Eleitoral, o MDB e a Arena irão realizar neste dia 13, em Nova Friburgo, a eleição para escolha dos nomes que comporão os seus respectivos diretórios municipais. Essa eleição é importante, tendo em vista o posicionamento dos partidos para as eleições municipais previstas para o próximo ano. Em agosto haverá a definição do MDB-RJ com a escolha entre as duas correntes que lutam pelo poder, a do ex-governador carioca, Chagas Freitas, e a do atual senador, Amaral Peixoto.

Portugal tem missa – A Colônia Portuguesa de Nova Friburgo manda celebrar neste 13 de julho, na Catedral São João Batista, uma missa em louvor a Nossa Senhora de Fátima, com as intenções de retorno da tranquilidade, da paz e a segurança da Igreja em Portugal. O celebrante será o Monsenhor José Antônio Teixeira.

Água agora com menos cloro – O secretário geral da Prefeitura de Nova Friburgo, Roberto Pinto, que responde inteiramente pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) na ausência do sr. Ítalo Spinelli, determinou a redução de 50% na dosagem de cloro que era adicionada à água, que abastecia a cidade. A medida do diretor do SAAE foi tomada após um debate com técnicos daquela autarquia que reconheceram que a água estava recebendo dosagem excessiva de cloro o que, dentre outros prejuízos, adulterava o sabor natural do líquido, servido à população friburguense. Em declaração à nossa reportagem, o secretário geral, confirmou sua decisão de reduzir.

Festa do Colonizador no Country Clube – Neste 12 de julho, a partir das 17h, o Nova Friburgo Country Clube realiza a XI Festa do Colonizador que já está consagrada no calendário turístico do Estado do Rio de Janeiro como uma das melhores, mais organizadas e de maior alegria. “Uma festa de congraçamento da família friburguense e do Estado”, afirmam seus diretores. Convidados pagam 65 cruzeiros. Sócios, 40 cruzeiros; damas, 20 cruzeiros. Mesas, com quatro lugares, 70 cruzeiros. Reposição de caneco, em caso de quebra ou perda, 40 cruzeiros. A entrada de menores de 16 e 18 anos só será permitida se estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis.

Arcar reúne agricultores – Neste dia 12, será realizada uma importante reunião, coordenada pelo Arcar, na Baixada de Salinas, entre agricultores e técnicos do Arcar, Ceasa, Ministério da Agricultura, Secretária de Agricultura, Sindicato, Banco do Brasil e Banco do Estado do Rio de Janeiro. Em pauta assuntos ligados ao crédito rural educativo, comercialização agrícola, sistema de comercialização e criação do 1º Mercado Expedidor de Origem.

Pílulas

Fervilham comentários, dentro do próprio Palácio Barão de Nova Friburgo, sobre irregularidades que estavam sendo cometidas na Secretaria de Urbanismo e Obras. A culpa não nos cabe. Há algumas semanas alertamos o sr. prefeito municipal para o problema, ligado à aprovações de projetos de casas, residências, e até mesmo simples plantas proletárias, loteamentos e etc.

Pois agora correm insistentes rumores de que o sr. prefeito municipal estaria bastante aborrecido - antes tarde, do que nunca - com irregularidades que teria constatado na referida Secretaria. Ainda, segundo os rumores, os responsáveis pelo que está sendo conhecido lá dentro mesmo do palácio, com a Corrida de Ouro, seriam severamente punidos pelas irregularidades praticadas.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Eda Marques, Eulália Faria e Paulo Dantas (12); Maria de Lurdes e Acário Ferreira (13); Maria da Glória, Izabel Novelli, Ernani de Amaral e Franklim Castro (14), Alice Marques, Teresa Cristina e Beatriz Dutra (15); Zuleika Alves, Bernardo Braune e Eliphas Mattos (16); Marina Bravo, Lygia Freitas e Rosamaria (17); Carestiato Guedes, Otto Spinelli e Paulo Fernando (17).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim  

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Só restarão dois...

sábado, 12 de julho de 2025

Supercopa SAF chega às semifinais neste domingo

  Um bicampeão ou um campeão inédito. Em sua reta final, a Supercopa SAF de 2025 vai conhecer os dois finalistas neste fim de semana. Estrela do Mar, Amparo, Unidos do Alto e Janela das Andorinhas (JDA) deixaram para trás outros quatro adversários na primeira fase, e ainda alimentam o sonho de erguer a taça mais importante do futebol amador de Nova Friburgo nesta temporada.

Supercopa SAF chega às semifinais neste domingo

  Um bicampeão ou um campeão inédito. Em sua reta final, a Supercopa SAF de 2025 vai conhecer os dois finalistas neste fim de semana. Estrela do Mar, Amparo, Unidos do Alto e Janela das Andorinhas (JDA) deixaram para trás outros quatro adversários na primeira fase, e ainda alimentam o sonho de erguer a taça mais importante do futebol amador de Nova Friburgo nesta temporada.

As semifinais acontecem neste domingo, 13, a partir das 10h, no Estádio Eduardo Guinle, do Friburguense, no bairro Olaria. No primeiro duelo, medem forças as equipes do Unidos do Alto e JDA. Em seguida, por volta de 12h, é a vez de Estrela do Mar e Amparo se enfrentarem por uma vaga na grande decisão. A entrada para assistir às partidas é gratuita, mas a comissão organizadora solicita que os torcedores levem um quilo de alimento não perecível para doação a entidades assistenciais friburguenses.

Primeiros colocados de cada grupo e campeões em outras edições, Estrela do Mar e Unidos do Alto entram em campo com a vantagem do empate para avançarem à grande decisão. Amparo e JDA terão que vencer para seguirem lutando pela conquista inédita.

Única agremiação que atuou em todas as edições da Supercopa SAF, o Amparo ainda tenta o seu primeiro título para coroar a sua história. O Unidos do Alto, que participa pela oitava vez, e o Estrela do Mar, em sua quinta participação, buscam alcançar o Vargem Alta e o São Pedro na galeria dos bicampeões, enquanto o JDA tenta surpreender e levantar o troféu em sua primeira Supercopa. Na galeria dos maiores vencedores, o Corujão lidera ao ter conquistado o tricampeonato da Supercopa SAF (2013, 2015 e 2018).

Na primeira fase, os quatro semifinalistas fizeram campanhas regulares. O Unidos do Alto, por exemplo, somou nove pontos e liderou o grupo B, com três vitórias, uma derrota, sete gols marcados e cinco sofridos. Na ponta da outra chave, o Estrela do Mar terminou com sete pontos ganhos, após vencer duas partidas, empatar uma e perder outra, marcando nove vezes e sendo vazado em outras quatro oportunidades.

Segundo colocado do grupo A, o Amparo ganhou uma partida, perdeu uma e empatou outras duas, terminando a primeira fase com cinco pontos. Foram seis gols marcados e sete sofridos. Na vice-liderança da chave B, o JDA venceu duas partidas, perdeu uma a empatou outra, terminando com sete pontos conquistados e balançando as redes sete vezes - o time de Janela das Andorinhas foi vazado em seis oportunidades.       

Na edição deste ano, o Grupo A contou com as participações de Santa Cruz, São Pedro, Amparo e Estrela do Mar. Já o Grupo B terá as equipes do JDA, Unidos do Alto, São Lourenço e Friburgo Sporting.

  • Foto da galeria

    Estreante na competição, JDA tenta surpreender e já erguer a taça de campeão (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Tradicional e presente em todas as edições, Amparo busca o seu primeiro título da Supercopa (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Estrela do Mar tenta se juntar ao rival São Pedro e ao Vargem Alta na galera dos bicampeões (Foto Rafael Seabra)

  • Foto da galeria

    Em busca do segundo título, Unidos do Alto foi o time de melhor campanha na primeira fase (Foto Rafael Seabra)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Não deu...

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Frizão Sub-17 perde e fica de fora das quartas de final do Carioca A2

  Uma ótima campanha, que por muito pouco não foi corada com a classificação para as quartas de final do Campeonato Carioca da Série A2. O Friburguense Sub-17 chegou à reta final com ótimas possibilidades, mas não conseguiu os melhores resultados nas últimas duas rodadas da primeira fase. Depois de empatar com o Artsul por 1 a 1, no Eduardo Guinle, o Tricolor da Serra acabou derrotado pelo Nova Cidade por 3 a 0 no último domingo, 6, no estádio Joaquim Flores.

Frizão Sub-17 perde e fica de fora das quartas de final do Carioca A2

  Uma ótima campanha, que por muito pouco não foi corada com a classificação para as quartas de final do Campeonato Carioca da Série A2. O Friburguense Sub-17 chegou à reta final com ótimas possibilidades, mas não conseguiu os melhores resultados nas últimas duas rodadas da primeira fase. Depois de empatar com o Artsul por 1 a 1, no Eduardo Guinle, o Tricolor da Serra acabou derrotado pelo Nova Cidade por 3 a 0 no último domingo, 6, no estádio Joaquim Flores.

Desta maneira, o Frizão estacionou nos 13 pontos e encerrou a sua participação na sexta colocação, a apenas um ponto do quarto colocado da chave. América, Serra Macaense, Paduano e Campo Grande são os clubes que avançam no grupo, e farão os confrontos contra Resende, Petrópolis, Nova Cidade e Cabofriense.

No Sub-15, o Friburguense embalou a segunda vitória consecutiva, mas não foi o suficiente para beliscar uma vaga. O Tricolor já chegou ao jogo final sem chances de classificação, mas ainda assim fez bonito e venceu o Nova Cidade por 2 a 1. Os meninos conquistaram o total de 18 pontos, e encerraram a participação no Campeonato Carioca na sétima colocação, a apenas dois pontos de diferença em relação ao quarto colocado da chave. Campo Grande, América, Serra Macaense e Paduano avançam no grupo, e no outro, se classificaram as equipes do Resende, Petrópolis, São Cristóvão e São Gonçalo.

O grupo A contou com as equipes do Petrópolis, São Gonçalo, Pérolas Negras, Resende, Audax Rio, Cabofriense, São Cristóvão, Rio de Janeiro, 7 de Abril, Bonsucesso, Artsul e Nova Cidade. O Friburguense esteve na chave B, com Araruama, Duque de Caxias, América, Americano, Olaria, Campo Grande, Serra Macaense, Paduano, Barra Mansa e Niteroiense.

Reta final

Definidas as semifinais da Copa do Calcário

A fase classificatória da Copa do Calcário terminou no último fim de semana, e os confrontos das semifinais já estão definidos. Após uma primeira fase marcada por jogos equilibrados e boa participação do público, quatro equipes seguem vivas na disputa pelo título da tradicional competição regional: Visconde, Bom Jardim, Monerá e Altense.

No grupo A, a equipe do Visconde confirmou o favoritismo e garantiu a liderança, com 13 pontos, seguida pelo Bom Jardim, que ficou com a segunda colocação ao somar dez pontos. Pela chave B, o Monerá terminou na ponta, com 13 pontos, enquanto o Altense ficou com a segunda vaga, totalizando nove pontos.

Com os classificados definidos, as semifinais terão início no próximo domingo, 13, com os jogos de ida, às 14h30. Em São Sebastião do Alto, o Altense recebe o Visconde. Em Bom Jardim, o confronto será entre o time da casa e o Monerá, em partida que promete fortes emoções. O artilheiro da competição, até o momento, é o atacante Vitinho, da equipe do Visconde, com sete gols marcados.

A Copa do Calcário é uma realização da Liga Desportiva de Macuco, com o apoio da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

  • Foto da galeria

    Garotos fizeram bom papel e ficaram próximos da classificação, mas não conseguiram avançar (Divulgação Vinicius Gastin)

  • Foto da galeria

    2- Semifinais do Calcário vão começar no próximo domingo, dia 13 de julho (Divulgação)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Viajar é cuidar da gente

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Há quem diga que viajar é luxo. Que é gasto supérfluo. Que é coisa de quem pode. Discordo com veemência — e com ternura. Viajar é investimento. E não falo de cifras. Falo daquilo que não se contabiliza: lembranças, afetos, novos olhares. Falo de ampliar a alma até onde os olhos não alcançam. Falo de se permitir existir em outros ritmos, em outras paisagens, em outras versões de si mesmo.

Há quem diga que viajar é luxo. Que é gasto supérfluo. Que é coisa de quem pode. Discordo com veemência — e com ternura. Viajar é investimento. E não falo de cifras. Falo daquilo que não se contabiliza: lembranças, afetos, novos olhares. Falo de ampliar a alma até onde os olhos não alcançam. Falo de se permitir existir em outros ritmos, em outras paisagens, em outras versões de si mesmo.

A vida, no seu correr costumeiro, tende a nos enquadrar. Rotinas se sobrepõem aos sonhos. Compromissos sufocam vontades. E quando a gente se dá conta, já se passaram meses, anos, décadas. A viagem, nesse cenário, é respiro. É pausa necessária. É encontro com o novo, com o outro e com a parte da gente que andava esquecida.

Viajar é uma forma bonita de viver com intenção. Quando planejamos uma viagem — pequena ou longa, perto ou longe — estamos dizendo a nós mesmos: eu mereço. Eu importo. Meu bem-estar vale a organização, o esforço, a economia. Não importa se será uma ida à cidade vizinha ou um sonho antigo realizado em outro continente. O que importa é o movimento. É o permitir-se. E há algo profundamente valioso em sair do próprio eixo. Caminhar em ruas que não conhecemos, ouvir sotaques diferentes, experimentar sabores inéditos. A bagagem que trazemos de volta nem sempre pesa — mas transforma. Aprendemos com a simplicidade de outros modos de viver, com a beleza inesperada de um fim de tarde, com as histórias compartilhadas por quem cruza nosso caminho. Aprendemos até com os perrengues — e como aprendemos.

Investir em experiências é lançar raízes no invisível. É dar à vida camadas novas de sentido. É voltar com a mala cheia de histórias que farão os olhos brilhar em conversas despretensiosas, nas memórias que nos aquecem em dias difíceis. É ter o que recordar com afeto, com riso solto, com aquela pontinha de saudade boa que só existe quando o vivido valeu a pena.

Viajar também ensina a desacelerar. A tomar café com mais calma. A olhar com mais curiosidade. A valorizar o que temos e o que somos. E talvez aí resida uma das maiores riquezas: voltar para casa com um olhar renovado sobre a própria vida. Sair do nosso espaço habitual também nos reconecta com o que somos e com o que queremos ser.

E se há algo que a vida tem me ensinado é que aproveitar os dias é urgente. Não falo de viver numa euforia constante, nem de postar felicidade fabricada. Falo de viver com presença. Com intenção. Com prazer em estar. Falo de aceitar convites simples — um passeio de carro, uma visita a alguém querido, um fim de semana em um lugar novo. Conhecer o outro lado do mundo ou a cidade vizinha. Olhar para fora e se permitir olhar pra dentro de si.

Viajar é plantar memórias em solo fértil. É voltar diferente. É, no fundo, um compromisso com a nossa melhor versão. E isso, para mim, é um baita investimento na vida. Porque ela não espera. Ela acontece.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.