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Geração Z: Cada dia mais longe da casa própria

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Sonhar com a casa própria já foi uma das maiores aspirações de quem começava sua trajetória no mercado de trabalho. Contudo, para a Geração Z, os jovens que nasceram entre 1995 e 2010, esse sonho parece cada vez mais distante e menos palpável.

Sonhar com a casa própria já foi uma das maiores aspirações de quem começava sua trajetória no mercado de trabalho. Contudo, para a Geração Z, os jovens que nasceram entre 1995 e 2010, esse sonho parece cada vez mais distante e menos palpável.

Há quem fale que a geração não tenha o sonho de comprar a casa própria para ter maior liberdade de locomoção por um mundo globalizado. Entretanto, a realidade se distancia da afirmativa. O resultado desse cenário? A aquisição de um imóvel deixou de ser uma meta atingível para a maioria dos jovens, transformando-se em um privilégio restrito a poucos.

 

Perda do poder de salário

A realidade atual revela que os salários perderam substancialmente o poder de compra, enquanto os custos essenciais da vida só aumentaram. Em décadas passadas, era comum que um jovem recém-ingressado no mercado de trabalho conseguisse, com o tempo, juntar dinheiro suficiente para casar, comprar um carro e dar entrada em um imóvel. Esse objetivo, que representava um marco importante na vida adulta, era alcançável por meio de um planejamento financeiro prudente.

No entanto, a vida não é mais como era antigamente. Enquanto os salários cresceram de forma lenta e desproporcional, a inflação disparou, corroendo o poder aquisitivo da população. Itens básicos como aluguel, alimentação, transporte e lazer consomem boa parte da renda dos jovens dessa geração, deixando espaço mínimo para a poupança.

Além disso, as empresas deixaram de ser as grandes corporações centralizadas de antigamente, nas quais os jovens subiam gradualmente até cargos de gerência, com salários mais altos. Hoje, o mercado de trabalho é mais dinâmico e diversificado, com o surgimento de empresas menores, que geralmente oferecem menos estrutura e planejamento de carreira.

 

Especulação imobiliária

A situação se agrava ainda mais devido à especulação imobiliária. Investidores que compram imóveis em larga escala e os revendem a preços elevados, impulsionados pela busca incessante de lucro, têm ajudado a inflacionar ainda mais os preços dos imóveis. O resultado é que, enquanto uma parcela da população se beneficia desse cenário, quem realmente precisa de um lar digno e acessível encontra opções cada vez mais escassas e inacessíveis.

A chamada “bolha imobiliária” parece se expandir sem controle, colocando a casa própria ainda mais fora do alcance dos jovens. Com isso, muitos se veem obrigados a pagar aluguel por apartamentos cada vez menores, com valores que muitas vezes beiram o absurdo, sem conseguir acumular patrimônio.

A falta de espaço nos grandes centros urbanos também se tornou um obstáculo significativo. Enquanto as grandes cidades continuam sendo os principais polos de emprego e oportunidades, a escassez de terrenos e a saturação do mercado imobiliário tornam o sonho de morar perto do trabalho quase impossível.

Os poucos imóveis disponíveis em áreas centrais estão além do orçamento da maioria dos jovens. Isso força os jovens a tomarem decisões difíceis: ou se mudam para bairros distantes, enfrentando o caos do trânsito, da violência e do desgaste do tempo – e gastos - de deslocamento, ou optam por gastar uma parte significativa da sua renda mensal com aluguel. O que antes era uma escolha natural e até desejada – ter um lar próprio perto de onde trabalham – agora parece mais uma utopia.

 

Financiamentos cada vez mais difíceis

Comprar um imóvel? Esse objetivo tem tornado viável para a geração por meio de financiamentos, que quando conseguidos, são de valores exorbitantes, cujas parcelas podem atravessar gerações, com valores que, muitas vezes, ultrapassam a capacidade de pagamento de muitos.

 

Utopia

Em face dessa realidade desanimadora, tanto nas grades cidades como em Nova Friburgo, muitos jovens já desistiram do sonho da casa própria, considerando-o inatingível em suas circunstâncias atuais. Outros buscam alternativas, como soluções de co-living (repúblicas), nos quais dividem espaços com outras pessoas, ou aceitam financiar imóveis por prazos tão longos que parecem quase impensáveis.

Há ainda aqueles que simplesmente se conformam com a ideia de que morar de aluguel será a única opção ao longo de toda a vida adulta. O problema, contudo, não está apenas no fato de que os jovens estão se adaptando a um mercado imobiliário cada vez mais restritivo, mas na necessidade de questionar se esse mercado ainda faz sentido.

Será que o modelo atual, onde imóveis são tratados como meros produtos de especulação, ainda é viável e sustentável para as futuras gerações? Se a tendência continuar, a casa própria, que já foi um símbolo de conquista e estabilidade, pode se transformar, para a Geração Z, em um sonho inalcançável, quase um conto de fadas. 

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Começo vitorioso

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

AFFM / Friburguense vence o Botafogo na abertura do Estadual Interclubes de Futmesa

O universo do futebol de mesa estadual começa a se movimentar neste início de 2025, e a AFFM / Friburguense dá indícios de que virá forte para mais uma temporada. A abertura do Estadual Interclubes de Equipes 2025, Regra Dadinho, realizada no último final de semana, contou com o total de oito partidas. E o Tricolor da Serra começou a competição com vitória.

AFFM / Friburguense vence o Botafogo na abertura do Estadual Interclubes de Futmesa

O universo do futebol de mesa estadual começa a se movimentar neste início de 2025, e a AFFM / Friburguense dá indícios de que virá forte para mais uma temporada. A abertura do Estadual Interclubes de Equipes 2025, Regra Dadinho, realizada no último final de semana, contou com o total de oito partidas. E o Tricolor da Serra começou a competição com vitória.

O duelo com o Botafogo, válido pelo Grupo 2, foi realizado em Nova Friburgo. O Friburguense saiu atrás na primeira parcial (2 a 1), venceu a segunda (3 a 0) e a terceira (por apertados 2 a 1), mas o 1 a 1 na quarta parcial e a vantagem de 7 a 4 para os donos da casa comprovam a igualdade de força nas mesas.

No returno, porém, após fazer 2 a 0 e 3 a 1 nas primeiras parciais, o Tricolor da Serra respirou um pouco mais no placar (12 a 5). O Botafogo ainda faturou a penúltima parcial (3 a 1), mas, com o confronto decidido, o Friburguense fechou o returno com 2 a 1 a favor e ganhou o duelo por 15 a 9.

O Friburguense jogou com Almir (3 jogos), Tiago Spitz (5 pontos em 8 jogos), Vinicius (6 pontos em 8 jogos), Carlos André (3 pontos em 6 jogos), Anderson Magrim (3 jogos), Fabio Freitas (2 jogos) e Hiago (1 ponto em 2 jogos). Já o Botafogo formou com Anderson (2 pontos em 8 jogos), Fabricio (3 pontos em 8 jogos), Alberto (2 pontos em 5 jogos), Luiz (1 ponto em 7 jogos) e Hugo (1 ponto em 4 jogos).

Nos demais jogos, o Vasco Gama foi à Região dos Lagos e bateu a estreante Cabofriense, por 20 a 7, saindo em vantagem no Grupo 3 da competição. No duelo de favoritos, ambos fizeram valer a força e a tradição para também largarem bem na busca pelo título. No Grupo 1, o Flamengo, em Niterói, fez 19 a 6 no Humaitá. Em Caxias, o Duque de Caxias passou pela Light, por 14 a 7, enquanto, em casa, a Liga Fonte derrotou, por 24 a 3, o também estreante Kamikaze.

Já o River mostrou força e derrotou o São Cristóvão, por 17 a 6, enquanto o Fluminense foi à Rua Bariri para vencer o Olaria, por 17 a 8. No Grupo C, além do triunfo Cruzmaltino, tivemos a emocionante vitória do Grajaú Tênis Clube sobre a Lafume, por 13 a 11 – o América folgou na rodada.

       

Torneio Início 12 Toques

Na modalidade 12 Toques, o Torneio Início Interclubes de Equipes 5 x 5 foi realizado no sábado (8/2), no CT do Botafogo Futmesa. Após seis jogos e seis vitórias, o time de São Januário sagrou-se pentacampeão do Torneio Início Interclubes, competição que abriu oficialmente a temporada de 2025 do futebol de mesa carioca — na regra 12 toques —, e que promete ser uma das mais promissoras e equilibradas dos últimos anos.

Com a presença de apenas quatro clubes, já que Botafogo, Friburguense e Petropolitano não puderam competir, o Torneio foi disputado em turno e returno de um quadrangular formado por América, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama.

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    AFFM / Friburguense começa o ano com boa vitória, em casa, na Regra Dadinho (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Vasco foi o campeão do Torneio Início de 12 Toques, que não teve a presença do Frizão (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Amor Autoritário ou Sentimental: para onde estamos indo?

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

A autoritária se manifesta por imposições de terem que amar você como você deseja. Pode ser expressa assim: “Você tem que me amar como eu quero!”, ou “Se eu faço tudo o que você quer, porque não me ama como eu quero?”. Horrível, não é? E quantos com essa postura autoritária crê que ama mesmo!

A outra tendência de amar que Gillis verificou existir na sociedade foi a sentimentalista. Dela surgem filmes, livros, novelas cheias de romance idealizado, paixões doentias, tudo em nome do amor, como se o amor maduro funcionasse sob o domínio da emoção, a qual é ideia atraente, mas ilusória e disfuncional. Viver contemplando comportamento romântico idealizado, perturba a relação humana que inevitavelmente precisa viver na realidade das dificuldades que cada um tem em seu caráter. Mas como isso tem audiência, não é mesmo?

A forma autoritária de amar facilita a violência. Também por isso ela não é amor maduro, o qual não produz agressão verbal nem física, mas respeita. Muitos ficam dependentes afetivamente de indivíduos que parecem ter grande amor por elas. Isso acontece, em parte, porque este indivíduo faz “loucuras” pela pessoa amada, a qual se apaixona e fica cega para sinais de domínio e violência geralmente do companheiro, ou companheira, já que também têm mulheres violentas.

Um homem ou mulher pode dizer que ama você, querendo estar sempre em sua companhia, mas isso pode confundir e dar a sensação de que você é realmente amado ou amada por ele/ela. Isso porque ele ou ela pode querer controlar você proibindo de sair com amigos ou estar com familiares, amigos seus já falaram que ele ou ela explode fácil, sinais que revelam tendência violenta. A prudência recomenda cortar esse relacionamento. Como é mais frequente a violência contra as mulheres, é comum elas ficarem anestesiadas pela paixão, na ilusão de que amor é sentimento, e permanecerem nesse tipo de relacionamento até serem violentadas por aquele que diz amá-las. Elas passam por cima da percepção dos sinais indicadores de abusos contra elas talvez por causa da paixão pelo indivíduo. Paixão é diferente de amor saudável. Paixão é um sentimento conectado à imaginação. A paixão é ligada à imagem idealizada que se faz do outro, e a pessoa por quem você se diz apaixonada pode ser bem diferente do que ela é na realidade.

O amor verdadeiro não é o sentimento porque o sentimento flutua. Quando amamos alguém não sentimos o mesmo tipo de sentimento o tempo todo. Então, a interpretação sentimentalista de amor é danosa para as relações humanas saudáveis, infelizmente muito divulgadas em novelas, filmes, séries e livros.

Rodrigo, arqueólogo, graduado em Teologia e em Filosofia, doutor em Teologia Bíblica e em Arqueologia Clássica, e com pós-doutorado em Arqueologia Bíblica, diz: “A rápida ascensão de ideologias autoritárias, atraindo ativistas radicais em nome de novas formas de amar, e a anulação do pensamento em favor do sentimento são sintomas dessa nova era do amor. Dificilmente vemos um momento em que as pessoas são incentivadas a pensar; o estímulo é para que apenas sintam, sem amarras e moralismos. Porém, a emoção se impõe sobre os princípios, fazendo com que valores eternos sejam sacrificados em nome do aqui e agora.” (p.20).

Para onde estamos indo? Descendo rápido a ladeira do bom senso, da justiça social, da ética e dos valores positivos rumo ao caos disfarçado de bem, de inclusão social, bem comum. Os sintomas doentios psicossociais são evidentes: materialismo, hipocrisia e corrupção política, casamentos desfeitos, filhos superprotegidos e prejudicados para uma vida útil, ou negligenciados e propensos a compensar a carência emocional com sexo, álcool, drogas, inclusive psiquiátricas e delinquências. Será que isso pode ser resolvido com cerveja, carnaval, futebol, churrascos, shows artísticos, liberação das drogas e a ideologia de que o que vale é o que você sente? A resposta é não. Essas coisas iludem o povo que se deixa iludir.

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Cesar Vasconcellos de Souza

doutorcesar.com

youtube.com/claramentent

Tik-Tok  @claramentent

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Em busca da rede

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Após segunda rodada, Copa Friburgo segue com boa média de gols

Após mais uma rodada realizada, a segunda desta edição, os meninos seguem demonstrando todo o seu potencial e talento na disputa da Copa Friburgo Sub-16 2024. As 10 bolas na rede em três partidas apontam para a vocação mais ofensiva das equipes, explorando o talento dos garotos em busca das vitórias.

Após segunda rodada, Copa Friburgo segue com boa média de gols

Após mais uma rodada realizada, a segunda desta edição, os meninos seguem demonstrando todo o seu potencial e talento na disputa da Copa Friburgo Sub-16 2024. As 10 bolas na rede em três partidas apontam para a vocação mais ofensiva das equipes, explorando o talento dos garotos em busca das vitórias.

Entre os três jogos promovidos, pelo menos dois foram bastante equilibrados. Um deles teve esse equilíbrio traduzido no placar, com o empate entre Olaria e São Geraldo, por 2 a 2, em duelo eletrizante. O Conselheiro venceu o Azulão e levou os três pontos, mas teve que se esforçar para confirmar o triunfo por 2 a 1.

A exceção da rodada foi a boa vitória do Friburgo Sporting, que não deu chances ao Córrego Dantas e aplicou um 3 a 0, demonstrando a sua força e potencial na competição. Com o resultado, a equipe lidera o grupo A, com seis pontos ganhos, enquanto São Geraldo está na ponta da chave B, com quatro.

No próximo final de semana, dia 22, será realizada a última rodada da primeira fase. Os resultados definirão os classificados para as próximas etapas da competição. De acordo com o regulamento, após esta fase inicial, os primeiros colocados dos grupos A e B disputarão a final da Série Ouro, enquanto os 2º e 3º colocados de cada grupo disputarão a semifinal da Série Prata.

De acordo com a organização, o objetivo deste formato é garantir que todas as equipes tenham chances de brigar por títulos e premiações, incentivando a competitividade e o desenvolvimento do futebol na região.

A expectativa é que a Copa Friburgo continue proporcionando jogos de bom nível e revelando novos talentos para o futebol local, que podem integrar as divisões de base de equipes como o Friburguense, por exemplo.

A competição reserva um importante espaço para o desenvolvimento dos jovens atletas e para o fortalecimento do esporte na cidade, reunindo garotos com até 16 anos de idade.

 

Classificação atualizada — Copa Friburgo

Grupo A:

1º - Friburgo Sporting: 6 pontos

2º - Olaria: 2 pontos

3º - Azulão: 0 ponto

 

Grupo B:

1º - São Geraldo: 4 pontos

2º - Conselheiro: 3 pontos

3º - Córrego Dantas: 1 ponto

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    Treinadores têm priorizado o jogo ofensivo, o que se refle-te na boa quantidade de gols nas duas primeiras rodadas (Fotos: Gustavo Rocha)

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    Um dos objetivos da Copa Friburgo é revelar jovens talentos para o futebol municipal (Fotos: Gustavo Rocha)

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    Última rodada da competição vai definir os classificados para as disputas das séries Ouro e Prata (Fotos: Gustavo Rocha)

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Maragogi, um paraíso em Alagoas

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Como faço há muitos anos, fui comemorar o meu aniversário (no último dia 7) viajando. Depois de irmos duas vezes a Bonito-MS, uma a Fernando de Noronha e uma Anchieta-ES, dessa vez o local escolhido foi Maragogi.

Como faço há muitos anos, fui comemorar o meu aniversário (no último dia 7) viajando. Depois de irmos duas vezes a Bonito-MS, uma a Fernando de Noronha e uma Anchieta-ES, dessa vez o local escolhido foi Maragogi. É um município do litoral norte alagoano e localizado a 125 quilômetros da capital, Maceió. Está a uma altitude de cinco metros, em relação ao nível do mar, sendo, na realidade, uma grande planície. Sua população está estimada em 36 mil habitantes e a temperatura média é de 27 graus Celsius, com pouca precipitação pluvial nessa época do ano. O que ocorre mais são as pontuais tempestades de verão. Sua economia é baseada no turismo, na pesca e na agricultura e a beleza de suas praias faz com que seja um dos mais importantes polos turísticos da região.

A cidade em si lembra muito a Cabo Frio de 40 anos atrás, mas a sua beleza natural é deslumbrante. Os passeios são vários e é difícil escolher o mais interessante. Como chegamos numa quarta feira à tardinha, tivemos tempo suficiente para conhecer quase todos. Começamos com as praias ao norte de Maragogi, todas com um mar azul turqueza de encher os olhos e uma água límpida que dá para ver os peixinhos e os dedos do pé se mexendo no fundo. Diferentemente do litoral sul e sudeste, a temperatura da água gira em torno dos 26 a 28 graus, o que torna o banho muito agradável.

No dia seguinte fizemos São Miguel dos Milagres, com direito a uma visita às várias piscinas naturais da região. Essas piscinas situam-se há cerca de três a quatro quilômetros da costa e, na maré baixa nos deixam com água na altura das pernas. O mais interessante é que os barqueiros levam comida para os peixes e eles se misturam com as pessoas, na busca pelo alimento. E, são peixes grandes, pois, na realidade, já se está em alto mar. Terminado o passeio ficamos num beach club para drinks e um almoço à base de peixe, carne mais comum na região.

Fizemos uma parada de um dia, ficando na praia do Centro, em frente ao nosso hotel, Pousada dos Jangadeiros. Na realidade, para recarregar as baterias e aproveitar a piscina da pousada. No dia seguinte fomos conhecer as praias do litoral sul. Aliás, muito mais bonitas e com águas mais quentes e mais límpidas. São passeios mais curtos já que as praias são muito próximas uma das outras, mas o banho em cada uma delas é uma delícia. Os passeiois são feitos de buggy, mas sem emoção pela ausência das tão famosas dunas de Natal.

Depois fomos visitar o Caminho de Móises e outras piscinas, essas com recifes pelo trajeto. O Caminho de Móises é interessante pois é uma faixa de areia (uma restinga) que avança no mar por quase um quilômetro. A característica desse passeio é que quando a maré esta na cota 0-1, os pés ficam diretamente na areia. No dia em que estivemos lá, essa cota estava em 0-3, o que nos deixou com água nas canelas. Os passeios são feitos de acordo com as marés, podendo ser pela manhã bem cedo ou à tarde. Nas piscinas é obrigatório olhar o fundo do mar para evitar machucar a pele.

O único senão é que a gastronomia deixa a desejar. Apesar de ter muitos locais para se alimentar, não têm a mesma sofisticação que um local tão bonito merece. Todos, exceto os restaurantes a quilo, que são poucos, têm o mesmo preço e os mesmos pratos no cardápio. Vi muita peixada, mas nenhuma moqueca, que quando bem feita, com pirão, arroz e uma pimentinha é deliciosa. Talvez, as coisas tendam a melhorar com a inauguração do aeroporto local, que segundo os moradores é para o segundo semestre. Com isso o fluxo de turistas tende a aumentar e a alimentação, seguramente, vai melhorar.

Para chegar a Maragogi, pode-se ir de carro a partir de Macéio (125 km) ou de Recife (130 km). A vantagem de se escolher Recife é que o voo é mais barato, pos não tem escalas. Mas, seja por um ou por outro, para nós friburguenses é cansativo. São duas horas e meia, em média de Friburgo ao Rio, mais o tempo de espera no aeroporto, três horas de voo do Rio a Recife e mais duas horas da capital pernambucana até o destino; na volta, o trajeto e o tempo de viagem é o mesmo. O resultado é que se leva quase 12 horas viajando, o que obriga os mais idosos a reservar um dia de repouso na ida e outro na volta, para recarregar as baterias e ter disposição para os passeios. Aliás, protetor solar e chapéu são indispensáveis, pois o astro rei bate forte e queima que nem brasa.

Como sempre, foi mais um aniversário bem comemorado e com gosto de quero mais para o próximo ano.

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Papa Francisco: 2025 – Ano Jubilar

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Parte 6

 

Ancorados na esperança

Parte 6

 

Ancorados na esperança

Capítulo 18. “A esperança forma, juntamente com a fé e a caridade, o tríptico das «virtudes teologais», que exprimem a essência da vida cristã (cf. 1 Cor 13, 13; 1 Ts 1, 3). No dinamismo indivisível das três, a esperança é a virtude que imprime, por assim dizer, a orientação, indicando a direção e a finalidade da existência crente. Por isso, o apóstolo Paulo convida-nos a ser «alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração» (Rm 12, 12). Assim deve ser; precisamos de transbordar de esperança (cf. Rm 15, 13) para testemunhar de modo credível e atraente a fé e o amor que trazemos no coração; para que a fé seja jubilosa, a caridade entusiasta; para que cada um seja capaz de oferecer ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe. Mas qual é o fundamento da nossa esperança? Para o compreender, é bom deter-nos nas razões da nossa esperança (cf. 1 Ped 3, 15).

19. «Creio na vida eterna»:  assim professa a nossa fé, e a esperança cristã encontra nestas palavras um ponto fundamental de apoio. De fato, «é a virtude teologal pela qual desejamos (…) a vida eterna como nossa felicidade». O Concílio Ecumênico Vaticano II afirma: «Se faltam o fundamento divino e a esperança da vida eterna, a dignidade humana é gravemente lesada, como tantas vezes se verifica nos nossos dias, e os enigmas da vida e da morte, do pecado e da dor ficam sem solução, o que frequentemente leva os homens ao desespero».  Enquanto, em virtude da esperança na qual fomos salvos, vendo passar o tempo, temos a certeza que a história da humanidade e a de cada um de nós não correm para uma meta sem saída nem para um abismo escuro, mas estão orientadas para o encontro com o Senhor da glória. Por isso vivemos na expectativa do seu regresso e na esperança de vivermos n’Ele para sempre: é com este espírito que fazemos nossa aquela comovente invocação dos primeiros cristãos com que termina a Sagrada Escritura: «Vem, Senhor Jesus!» ( Ap 22, 20).

20. Jesus morto e ressuscitado é o coração da nossa fé. São Paulo, ao enunciar este conteúdo em poucas palavras (usa só quatro verbos), transmite-nos o «núcleo» da nossa esperança. «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos doze» (1 Cor 15, 3-5). Cristo morreu, foi sepultado, ressuscitou, apareceu. Por nós, passou através do drama da morte. O amor do Pai ressuscitou-O na força do Espírito, fazendo da sua humanidade as primícias da eternidade para a nossa salvação.

A esperança cristã consiste precisamente nisto: face à morte onde tudo parece acabar, através de Cristo e da sua graça que nos foi comunicada no Batismo, recebe-se a certeza de que «a vida não acaba, apenas se transforma», para sempre. Com efeito, sepultados juntamente com Cristo no Batismo, recebemos n’Ele, ressuscitado, o dom duma vida nova, que derruba o muro da morte, fazendo dela uma passagem para a eternidade.

E se diante da morte, dolorosa separação que nos obriga a deixar os nossos entes queridos, não é possível qualquer retórica, o Jubileu oferecer-nos-á a oportunidade de descobrir, com imensa gratidão, o dom daquela vida nova recebida no Batismo, capaz de transfigurar o seu drama. É significativo repensar, no contexto jubilar, como este mistério foi compreendido desde os primeiros séculos da fé. Durante muito tempo, por exemplo, os cristãos construíram a pia batismal em forma octogonal, e ainda hoje podemos admirar muitos batistérios antigos que mantêm esta forma, como em São João de Latrão na cidade de Roma. Indica que, na fonte batismal, se inaugura o oitavo dia, isto é o da ressurreição, o dia que ultrapassa o ritmo habitual, marcado pela cadência semanal, abrindo assim o ciclo do tempo à dimensão da eternidade, à vida que dura para sempre: esta é a meta para a qual tendemos na nossa peregrinação terrena (cf. Rm 6, 22).

O testemunho mais convincente desta esperança é-nos oferecido pelos mártires que, firmes na fé em Cristo ressuscitado, foram capazes de renunciar à própria vida da terra para não trair o seu Senhor. Temo-los em todas as épocas e são numerosos – e talvez mais do que nunca nos nossos dias – como confessores da vida que não tem fim. Precisamos de conservar o seu testemunho para tornar fecunda a nossa esperança.

Estes mártires, pertencentes às diferentes tradições cristãs, são também sementes de unidade, porque exprimem o ecumenismo do sangue. Durante o Jubileu desejo ardentemente que não falte uma celebração ecuménica para evidenciar a riqueza do testemunho destes Mártires.”

Fonte: Bula “Spes non Confundit”

Vaticano

Papa Francisco

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Talento no volante

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Larissa Oliveira representa Nova Friburgo no Rio Girls Kart

Não é de hoje que Nova Friburgo conta com talentos diversos nos esportes a motor. Neste contexto, a cidade tem mais um nome brilhando nas pistas, pilotando e exibindo toda a sua capacidade. A atleta Larissa Oliveira, de 25 anos, representou o município na primeira etapa do campeonato Rio Girls Kart, realizada no último dia 09 de fevereiro, no Kartódromo Internacional de Guapimirim. 

Larissa Oliveira representa Nova Friburgo no Rio Girls Kart

Não é de hoje que Nova Friburgo conta com talentos diversos nos esportes a motor. Neste contexto, a cidade tem mais um nome brilhando nas pistas, pilotando e exibindo toda a sua capacidade. A atleta Larissa Oliveira, de 25 anos, representou o município na primeira etapa do campeonato Rio Girls Kart, realizada no último dia 09 de fevereiro, no Kartódromo Internacional de Guapimirim. 

Com apenas dois anos de experiência no kart, Larissa enfrentou um grande desafio, competindo lado a lado com pilotos das categorias graduadas e novatas. Mesmo diante da forte concorrência, a friburguense pôde colocar todo o seu talento em prática e conquistou a 6ª posição na categoria novatas e garantiu o 12º lugar na classificação geral. 

Larissa é a única representante de Nova Friburgo no Rio Girls Kart, um campeonato que busca incentivar a participação feminina no automobilismo. A expectativa agora é para as próximas etapas, onde a atleta pretende seguir evoluindo e acelerando rumo ao pódio.

A modalidade vem se consolidando na cidade, atraindo cada vez mais adeptos, sobretudo desde a criação da Associação Friburguense de Kart, em julho de 2018. Na ocasião, um grupo de seis amigos se reuniu para andar de kart no KIG — Kartódromo Internacional de Guapimirim. Nos meses seguintes houve outros encontros e mais pessoas foram se juntando ao grupo. A ideia então de transformar corridas amistosas em competição foi crescendo até que em janeiro de 2019 surgiu o Friburgo Kart Clube. Juntamente com a agremiação formata-se o primeiro Campeonato de Kart Amador de Nova Friburgo.

Motivados pelo sucesso e aumento da procura, no início de 2020 foi fundada a AFK — Associação Friburguense de Kart —, entidade sem fins lucrativos e que possui a finalidade de promover cada vez mais a prática do kartismo em nossa cidade.

Ainda sobre os talentos na pista, em 2022, o friburguense Marcos Adriano, que corre os campeonatos profissionais de Kart F4 (quatro tempos), se tornou o primeiro piloto de Nova Friburgo campeão brasileiro na modalidade, categoria Super Sênior. Marcos foi um dos destaques da 2ª edição do GP Brasil F4 de Kart, competição promovida no Kartódromo Beto Carrero, no município de Penha-SC, reunindo mais de 140 pilotos.

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    Larissa é mais um talento de Nova Friburgo que surge para ganhar as pistas (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Atleta é representante da cidade em campeonato que incentiva a participação feminina na modalidade (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    O kart segue em franco crescimento, atraindo cada vez mais adeptos (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Simplicidade e sensibilidade

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Em 2003, fui convidada por Mônica Alvarenga, diretora de teatro, a adaptar, juntamente com ela, a lenda da mitologia indiana, “Cabeças Trocadas”, reescrita pelo autor alemão Thomas Mann. A lenda conta a história do triângulo amoroso entre Sita, a bela das cadeiras, e dois inseparáveis amigos: Shiridaman, descendente dos brâmanes, espiritualizado e versado nos Vedas, estudioso e conhecedor do ser humano; e Nanda, ferreiro e pastor de gado, trabalhador da terra, com belo e vigoroso corpo físico, semblante risonho e não se envolvia com assuntos intelectualizados. Ambos se apaixonam por Sita.

Em 2003, fui convidada por Mônica Alvarenga, diretora de teatro, a adaptar, juntamente com ela, a lenda da mitologia indiana, “Cabeças Trocadas”, reescrita pelo autor alemão Thomas Mann. A lenda conta a história do triângulo amoroso entre Sita, a bela das cadeiras, e dois inseparáveis amigos: Shiridaman, descendente dos brâmanes, espiritualizado e versado nos Vedas, estudioso e conhecedor do ser humano; e Nanda, ferreiro e pastor de gado, trabalhador da terra, com belo e vigoroso corpo físico, semblante risonho e não se envolvia com assuntos intelectualizados. Ambos se apaixonam por Sita.  O conflito cresce de tal modo que somente a deusa Kali consegue uma solução, e o final é surpreendente.

O que me motiva a trazer esta lenda ao jornal é a maneira de ser de Nanda. Não há dúvidas que a beleza do corpo físico sempre é um fator atraente aos olhos de um observador. Mas é a naturalidade dos sentimentos, a transparência das emoções, a simplicidade e a sensibilidade com que a vida é experimentada que me encantam. A narrativa mostra não ser necessário o conhecimento da filosofia, astronomia, a geometria ou dominar a gramática para lidar com o mundo e as coisas da vida. Nanda adquiriu o conhecimento de tudo o que precisava para viver bem e sobreviver às intempéries da natureza, lidar com as características das pessoas que o cercavam e ter boa vontade para colaborar, saberes que adquiriu na experiência diária. Um personagem sem espertezas nem segundas intenções, porém carregado de jovialidade e ingenuidade. Como estudei o texto com profundidade, concluí que quanto mais adquirimos conhecimentos, mais exigente ficamos com as circunstâncias e menos percebemos a simplicidade com que as situações se apresentam. Podemos, inclusive, deixar de notar questões relevantes que acabam passando despercebidas.

“Porque a poesia é a tolice que corre atrás da inteligência. Preciso dizer que vós, os inteligentes, complicais as coisas para pessoas como nós. A gente pensa que deve tornar-se inteligente, mas antes de consegui-lo, descobre que é melhor ficar novamente tolo.”

Na época em que estava fazendo a adaptação do texto, um amigo veio nos visitar e fiz alguns comentários a respeito. Ele me apontou para um canto do jardim e disse: “Olha aquela árvore, tem tanta vida que você nem imagina. Todas as vidas estão interagindo, cada ser produzindo a própria sobrevivência e de todos, há disputas e amor, há colaboração e superação. Há nascimentos e mortes. Quantas lutas uma borboleta teve para chegar à vida adulta, procriar e logo depois morrer? Temos o universo sob nossos olhos e não conseguimos percebê-lo em sua grandiosidade. Amanhã, se voltar a observar seu jardim, vai perceber folhas amareladas caídas no chão, formigas comendo novas folhas e usando outros caminhos para levá-las ao formigueiro. Haverá uma rama nascendo em algum lugar e vai escutar um piar de filhote de passarinho”.

Tenho uma amiga, Carla, que me lembra Nanda. Estive com ela neste final de semana e senti vontade de observá-la, escutá-la. Torná-la minha mestra para melhor perceber a simplicidade das coisas e aprimorar meu entendimento sobre a generosidade vida.

“A beleza da alma se traduz na simplicidade de ser”.

                                  Jairo Backes

 

“Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem”.

                        Clarice Lispector

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A VOZ DA SERRA é pontual em suas andanças pela informação

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

        Que magia é essa que o Brasil possui de ter uma bebida forte, quente e estimulante em qualquer parte do país? Que bebida é essa que entra nos lares sejam eles simples ou sofisticados, que reúne pessoas para um bate papo e que faz um intervalo no trabalho parecer um paraíso calmante? Só pode ser um bom gole de café! E o Caderno Z, conectado com o bom gosto dos leitores, ofereceu a todos, não só um bom motivo para um cafezinho, mas, acima de tudo, um encarte histórico para aguçar os conhecimentos sobre o café.

        Que magia é essa que o Brasil possui de ter uma bebida forte, quente e estimulante em qualquer parte do país? Que bebida é essa que entra nos lares sejam eles simples ou sofisticados, que reúne pessoas para um bate papo e que faz um intervalo no trabalho parecer um paraíso calmante? Só pode ser um bom gole de café! E o Caderno Z, conectado com o bom gosto dos leitores, ofereceu a todos, não só um bom motivo para um cafezinho, mas, acima de tudo, um encarte histórico para aguçar os conhecimentos sobre o café. Aqui no meu modesto quintal, eu já somo 11 pés de café bem-criados, que já deram boas colheitas, fora as mudinhas que nascem, esporadicamente, fazendo crer que o cultivo profissional deve ser assim compensador. Floração e brotação são lindas.

        No antigo seriado de TV – “Chaves”, o professor Girafales era sempre recebido na casa da dona Florinda com a célebre pergunta: “O senhor aceita uma xícara de café?”. Não há visita que chegue e saia sem que antes se ofereça um café. É um fato social, pois mesmo quando se convida para “um chá das 5”, o café está presente, abrilhantando a mesa. Embora muito brasileiro, coisa mesmo de raiz, o “Brasil exporta café para os Estados Unidos, Europa e Japão” e aqui mesmo há períodos de alta nos preços, coisa que impacta o consumidor brasileiro. Mas tudo vale a pena, porque o café é sagrado.

        Será que nos lembramos de render um brinde, quando o cheirinho do café coado invade a cozinha no amanhecer?  Brindamos pela sua origem desde a Etiópia? Brindamos pelo pastor de cabras, africano, que descobriu que seus animais ficavam cheios de energia “depois que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada”? Isso era o sinal de que o café mantinha as pessoas acesas, o que acontece até os dias de hoje.

        É certo que existe a imitação do café, quando ao grão torrado e moído, em sua máxima pureza, mistura-se algum ingrediente para dar um sabor menos apurado. Essa prática é até comum, embora, muitas vezes, camuflada. Entretanto, o “Café Fake” que tem circulado nas redes sociais e nos mercados trata-se de “um pó para preparo de uma bebida à base de café”. Desde que tenha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, esteja apto ao consumo e explicada a sua composição, não há impedimento em sua comercialização. Eu, uma vez, comprei uma caixa como sendo leite condensado e depois vi que era apenas uma bebida láctea, porque essa especificação não estava em evidência no rótulo. É preciso, sim, clareza e boa visibilidade para evitar enganos.

        Falando em consumo, leitores do jornal denunciam a ocupação no centro por algumas lojas que expõem seus produtos nas calçadas, prejudicando a circulação de pedestres. A charge de Silvério, sempre antenada com os fatos da cidade, alerta para o perigo imposto aos transeuntes. Por outro lado, de forma positiva, a novidade em Nova Friburgo são as vans da Faol disponibilizadas para transporte de passageiros. Cinco veículos estão circulando em regime de testes para atender as necessidades específicas de cada região da cidade nas linhas contempladas para o novo serviço.

        Liz Tamane nos trouxe uma ampla matéria sobre a menopausa e suas consequências na vida das mulheres 50+. Fadiga, insônia, ondas de calor, lapsos de memória, alterações de humor são sintomas ignorados nos ambientes de trabalho. Tamane destaca, entre outras demandas: “Enxergar essas mulheres como força produtiva, não como profissionais em declínio é fundamental para um mercado de trabalho mais inclusivo e diversificado...”. Após vencer os desafios impostos pela menopausa, a tendência da mulher é ficar mais empoderada e muto mais bonita, em todos os sentidos.

        Depois que certo cantor viralizou com a tal música da “caneta azul”, agora é a vez da “meia azul” escrever a sua história nas corridas. Isso porque a onda é usar meia azul na prática do esporte como “um código de paquera”, indicando que o seu usuário está disponível para um relacionamento amoroso. Era só o que faltava, pessoal! E faltam 48 dias para os 80 Anos de A VOZ DA SERRA, a celebração mais esperada de 2025!...

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Saudade quente é bi campeã do Carnaval 1975

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Edição de 15 e 16 de fevereiro de 1975

 

Manchetes

Edição de 15 e 16 de fevereiro de 1975

 

Manchetes

Carnaval – Balanço Geral: A Unidos da Saudade foi a grande campeã do desfile com 118 pontos, seguida da Vilage e Acadêmicos das Braunes. No bairro Olaria, a escola do Terreirão somou 82 pontos enquanto o Império levou 61. As polícias Civil e Militar consideraram o Carnaval 1975 em Nova Friburgo calmo e tranquilo e classificaram de rotineiro os registros verificados. Conforme A VOZ DA SERRA denunciou antes do período de folia, novos incidentes foram registrados nas calçadas da Avenida Alberto Braune em decorrência do grande número de pessoas concentradas para ver o desfile. No início da principal artéria da cidade, um tapume avançado na calçada ocasionou vários incidentes, tendo a PM de usar a força para acalmar a multidão. Crianças e senhoras passaram mal no local, sendo retirados pela PM.

Júri: O Corpo de Jurados que julgou os desfiles das escolas de samba de Friburgo, esteve assim formado: Nelson Aragão (bateria); Inaldo Batista (fantasias); Magall Borges (letra e samba-enredo); Vera Britto (figurinos); Iza Vieira (alegorias); Aurimar Rocha (evoluções); Hernani Filho (melodia); Waldemar Tani ( comunicação); Jorge Velga (mestre-sala e porta-bandeira); Oswaldo Miranda (conjunto geral); Lilia Zanetti (enredo) e Carlos Caderna (comissão de frente)

Blocos - Problemas: Foi preciso muita conversa para solucionar o impasse surgido com os blocos carnavalescos. No desfile oficial se apresentaram dois para desfilar: “Os Mulambos” e “Os que bebem não vieram”. Os blocos estavam prontos para desfilar quando a Comissão Julgadora, criada por Roberto Galvez, se retirou, avisada que o desfile havia sido suspenso.

Ambulantes – Sujeira: Comerciantes das ruas adjacentes à Avenida Alberto Braune reclamam às autoridades da prefeitura sobre o mau cheiro e a sujeira que dominam aquelas artérias, após a permissão pelo setor de Posturas, para os ambulantes que ali se instalaram para a venda de comida e bebida durante o carnaval.

Pardieiro tem que acabar - Chuvas incessantes e 50 mil turistas que nos visitaram na última semana, comprovaram: o pardieiro, chamado de feira livre do Suspiro tem que acabar: A compra de víveres é feita através de uma verdadeira patinação na lama do pardieiro a qual não há mínima condição de funcionar como feira livre ou outra atividade qualquer.

Luz – Cortes: Enquanto a massa aplaudia, a PM vaiava a Companhia de Eletricidade pelos cortes frequentes no fornecimento de energia na Avenida  Alberto Braune, tanto no sábado como no domingo de carnaval. No dia do desfile oficial, o principal trecho ficou às escuras por mais de uma hora. Muita gente ficou presa nos elevadores. O Cine Eldorado ficou bastante prejudicado e quase suspendeu a sessão.

 

Colunão

Até 1976 – Foi-se mais um Carnaval. Alegorias autênticas e fabricadas já se fazem enterradas, neste fevereiro de 1975, nos pequenos e grandes blocos de rua, na vibração dos desfiles das escolas de samba, no chão e na decoração dos bailes carnavalescos. A cidade retorna ao seu ritmo: a maioria dos 50 mil turistas retornou às suas cidades de origem, às suas atividades normais. Um retorno ao dia a dia que, para muitos, já começa com problemas escolares. As aulas estão aí, com todas as implicações de matrículas, uniformes, livros etc.

Três grandes - Dentre muitas coisas bonitas e emocionantes, duas escolas de samba este ano mostraram três grandes artistas em decoração, nenhum dos três, nada ficando a dever ao que há de melhor na especialidade em todo o Brasil. Eduardo Rodrigues (Vilage), Miguel Retondaro e Gilberto Leitão (Saudade), colocaram todos os seus talentos para que as duas escolas empolgassem os 40 mil friburguenses que se comprimiam na Avenida Alberto Braune.

Rotary (Confidencial) - Para chegar ao Rotary Clube de Nova Friburgo, o caminho não é fácil. Necessário expressar e liderar uma atividade representativa. É o clube mais fechado de Nova Friburgo, apesar de, discretamente, como manda o figurino. No Rotary funciona o seguinte: muitos são os eleitos, e poucos os escolhidos.

Política não, Pedagogia sim! - Daqui, um abraço e muitas felicitações para o jovem João Carlos Côrtes Teixeira, 1º lugar no recente vestibular de Pedagogia da Faculdade Santa Dorotéia. Após, desiludido, e renunciando à vida política, retornou à sua verdadeira vocação, que é Pedagogia.

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Plínio Sérgio Alonso (17); Sydney de Souza e Amil Feres (18); Maria José Mattos e Clóvis de Jesus (19); Júlio Américo de Lago, Maria Amélia, Rosete Haiti e Helena Kerna (20); Vinício Zamith, Suzana Sichel, João Amélio e Vera Lúcia (21); Renato Heidenfelder, Tufik Salim e Ilse Garlipp (22) e Alysson Cardinalli (23).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim 

 

Foto da galeria
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