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Comunicar a esperança e o cuidado com a casa comum – parte 2

terça-feira, 22 de julho de 2025

O Evangelho da Criação (encíclica Laudato Si - capítulo 2)

Nele, o universo fala do mistério da grandeza de Deus, questionando o ser humano e convidando-o, na contemplação, a reconhecê-lo (cf. Sb 13,1-9; Rm 1,19-20). Cada criatura traz uma mensagem e vive em ligação com os demais seres. A sabedoria da revelação bíblica confirma a revelação natural e a aprofunda com a apresentação do plano de Deus.

O Evangelho da Criação (encíclica Laudato Si - capítulo 2)

Nele, o universo fala do mistério da grandeza de Deus, questionando o ser humano e convidando-o, na contemplação, a reconhecê-lo (cf. Sb 13,1-9; Rm 1,19-20). Cada criatura traz uma mensagem e vive em ligação com os demais seres. A sabedoria da revelação bíblica confirma a revelação natural e a aprofunda com a apresentação do plano de Deus.

A fé nos oferece, assim, uma visão muito mais ampla e rica sobre a natureza, o universo, o homem e o verdadeiro sentido de sua harmonia e felicidade. Jesus é o nosso modelo de relação ecológica de cuidado, amor, respeito, libertação, equilíbrio... Estamos experimentando a "crise do antropocentrismo moderno" radical. O homem tornou-se dominador de tudo, explorador, violento, destruidor... Precisa aprender a cuidar.

Nada neste mundo nos é indiferente: tudo está em relação, "tudo     está estreitamente interligado" (LS 16), afirma o Papa que deu a vida pela proximidade de comunhão e amor a todos. Por isso, devemos promover uma consciência ecológica integral, econômica, social, cultural e humana (LS capítulo 4). Não basta simplesmente o esforço de cuidar da natureza, a ecologia ambiental.

O "relativismo prático" exerce uma forte influência, gerando a mentalidade de não se importar com as consequências sociais do próprio comportamento. O resultado disto é o desequilíbrio ambiental e social: a crise climática global e poluição do ar, o inadequado tratamento do lixo com a contaminação, a cultura do descarte, fruto do consumismo, perda da biodiversidade, a escassez de água potável e poluição de mares e rios, ameaças aos mananciais, a guerra hídrica, desgaste da qualidade de vida humana e indignidade social, falta de equidade, num desequilíbrio econômico (LS  capítulo 1).

Também a tecnologia, com suas inovações e conquistas científicas, que revela a inteligência, a criatividade e capacidade do ser humano, quando é desordenada gera a morte e a manipulação da vida, bitolando a sociedade numa visão de "globalização" que provoca a corrida pela produção, lucro, consumo, causando a injustiça, violência, a exclusão e a desigualdade social (LS capítulo 3). Esta é a raiz humana da crise ecológica. É necessário resgatar o sentido da dignidade do trabalho que não é só produção. Uma visão ampla de ecologia deve valorizar fundamentalmente o ser humano.

Devemos nos deixar guiar pelo princípio do bem comum, para cuidar do todo, considerando a dignidade e a vida do ser humano no centro da "ecologia integral". Todos temos uma séria responsabilidade para com as gerações futuras. Podemos relembrar o que brilhantemente nos diz a Constituição Pastoral Gaudium Et Spes do Concílio Vaticano II: "As alegrias e esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo" (GS 1).

Para que haja esta solidariedade universal, esta comunhão no sentido de defesa da vida e da casa comum, é necessária uma "conversão ecológica" (capítulo 6) em vista de nossa harmonia, bem estar, paz social, alegria, segurança, qualidade de vida... É urgente investir numa educação e espiritualidade para a aliança entre a humanidade e o meio ambiente.

O saudoso Papa Francisco apresentou algumas linhas orientadoras da ação (LS capítulo 5): investir em mais diálogo sobre o meio ambiente na política internacional; também quanto a novas políticas nacionais e locais, com debates sinceros e honestos, amplos, em todos os níveis da vida social, econômica e política, para a plenitude humana, que estruturem processos de decisão transparentes, sem colocar em primeiro lugar a visão dos interesses; a política não deve estar submissa à economia; as religiões tem uma contribuição a dar em diálogo com as ciências.

É necessário promover e apoiar ações efetivas que visem à mudança do modelo econômico que ameaça a vida em nossa casa comum; desenvolver as pastorais e movimentos socioambientais, numa atuação socioeducativa.

Uma boa inspiração e base para a contribuição da nossa Igreja (Celam, CNBB, Ceama, Repam) para a COP 30, Conferência Internacional das Nações Unidas, com representantes de quase 200 países que discutirão metas e estratégias para o enfrentamento das mudanças climáticas, em novembro deste ano, em Belém-PA, pela primeira vez na região amazônica.

São Francisco de Assis nos deixou um maravilhoso exemplo de contemplação, humildade, respeito, de fraternidade, de amor aos pobres, ao mais frágil, de solidariedade, paz, alegria, sobriedade e harmonia, na comunhão com todos os homens e todas as criaturas. Ele repercutiu o modelo de Cristo que deve ser seguido por toda a Igreja  no Louvor constante e cotidiano da vida misericordiosa "...para que venha o vosso Reino de justiça, paz ,amor e beleza. Louvado sejas! Amém." (Oração Final).

  •  Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça, chanceler da Diocese de Nova Friburg
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A VOZ DA SERRA é o amigo nosso de cada dia

terça-feira, 22 de julho de 2025

            O Caderno Z, atento a tudo o que diz respeito às emoções, nos convidou a festejar o Dia do Amigo, 20 de julho, com os versos de Canção da América, pois, “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração...”. A data foi instituída na Argentina pelo professor de Psicologia, Enrique  Ernesto, que se inspirou na chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969. Para ele, a alunissagem, mais do que “uma vitória científica, era uma oportunidade de se criar laços entres as nações. No Brasil, a data se oficializou em meados da década de 90.

            O Caderno Z, atento a tudo o que diz respeito às emoções, nos convidou a festejar o Dia do Amigo, 20 de julho, com os versos de Canção da América, pois, “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração...”. A data foi instituída na Argentina pelo professor de Psicologia, Enrique  Ernesto, que se inspirou na chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969. Para ele, a alunissagem, mais do que “uma vitória científica, era uma oportunidade de se criar laços entres as nações. No Brasil, a data se oficializou em meados da década de 90. A história de Amanda e Violeta é uma, entre tantas semelhantes que promovem o respeito, o carinho e a confiança.

            Eu costumo dizer que a amizade é o amor que nunca morre, pois está sempre isenta de cobranças, de picuinhas e de não-me-toques. A psicóloga Cláudia Saraiva pergunta: “Você já parou para pensar como se sente depois de uma boa conversa com um amigo?”. A resposta é sempre unânime, pois, é se é uma pessoa amiga, a sensação que se tem é a de grande bem-estar. A doutora acrescenta que essa sensação pode ser ”um dos mais eficazes remédios para a alma”. É certo, diz a médica: “Em casos de sofrimento psicológico, é essencial procurar ajuda. A amizade ajuda, mas não substitui a terapia”.

Hoje, a facilidade de se “fazer amigos” está bem mais fácil com o uso das redes sociais. É comum, de uma hora para outra, aumentarmos nossa relação de amizades, porque, não importa onde a pessoa more, a internet faz a ponte de forma até instantânea. Entretanto, há aquelas que surgem na infância e nos acompanham por toda a vida. Há aquelas que estão até em outros países, mas como diz a canção: “O que importa é ouvir a voz que vem do coração”... pois... qualquer dia,  amigo,  eu volto... a  te encontrar...”.

            Há, ainda, aquela amizade que criamos dentro de nós, sem que a tenhamos visto de forma presencial. Aquela pessoa que nos cativa por seu carisma e semblante calmo, como é o caso da minha amizade com Carminha Basílio, leitora assídua de A VOZ DA SERRA. Não a conheço pessoalmente. Nunca trocamos, sequer, um “oi” pelas ruas da cidade. Contudo, eu a vejo uma vez por ano na coluna “Sociais” por conta de seu aniversário em 16 de julho. Conheço seu filho, o Felipe, por nossas andanças pelo jornalismo. Conheço a sua nora, Karine. Mas, de fato, Carminha não me conhece. Mesmo assim, sou sua fã e desejo que o seu caminho seja sempre feliz, repleto de amizades. Outro aniversariante, Ricardo Rocha, festejando idade nova em 19 de julho. Felicidades,  muita disposição para ensinar dança e fazer do nosso povo -  o povo mais dançarino do mundo.

            Em “Há 50 Anos”, a manchete parecia um sonho: “Vereadores poderão receber  Cr$ 2.500 de subsídios”, o que seria o valor do salário mensal. Eu, então, penso:  em 1975, o salário-mínimo era de Cr$ 532,80, eles passariam a ganhar em torno de cinco salários. De lá pra cá, em 2025, a cota subiu bem e os rendimentos já passam de nove salários-mínimos, se é que estou fazendo a conta corretamente. Nunca fui boa em matemática! Se meu raciocínio estiver errado, me ajudem a melhorar nas contas. Alô, Rapiso, me ajuda!

            Falando em legislações, foi apresentado na Alerj, o projeto de lei de autoria da deputada estadual, Lilian Behring (PCdoB), visando autorizar, “por força de lei”, o ingresso e a permanência de cães de terapia e de assistência em locais públicos e privados, facilitando o acesso a diversos ambientes e melhorando a qualidade de vida de pessoas com deficiência ou em processo de reabilitação. Que beleza! Parabéns!

            Uma outra notícia que merece vivas e louvores: “Planetário de Nova Friburgo passará a se chamar Reinaldo Ivanicska”. O projeto, de autoria do vereador Cláudio Damião (PT) foi aprovado por unanimidade, na Câmara Municipal, na última quinta-feira, 17, fazendo jus ao homenageado. O professor Reinaldo tanto se dedicou não somente ao magistério, pois deixou um legado astronômico na edificação do nosso Planetário. De tanto pesquisar as estrelas, agora o professor é uma delas; a mais brilhante, aquela que brilha em nossos corações. Muito céu, Ivanicska! O infinito é todo seu!

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Vereadores poderão receber 2.500 cruzeiros de salários

sábado, 19 de julho de 2025

Edição de 19 e 20 de julho de 1975

Manchetes

Edição de 19 e 20 de julho de 1975

Manchetes

Vereadores poderão receber CR$ 2.500 de subsídios - Os atuais vereadores da Câmara Municipal de Nova Friburgo poderão, ainda este mês, ser beneficiados com a regulamentação de um projeto que restaura a remuneração. A possibilidade é baseada em uma recente lei sancionada pelo presidente da República General Ernesto Geisel. Com a lei parlamentar que estabelece critérios para a fixação dos valores, o atual presidente da Câmara de Friburgo, vereador Manoel Carneiro de Menezes, expediu ofícios à Assembleia Constituinte, à prefeitura e ao IBGE para que forneçam elementos necessários à confecção do projeto que restabelecerá a remuneração dos vereadores friburguenses. Nas próximas reuniões o assunto deverá ser novamente discutido e apreciado pela Câmara.

Heródoto também não será candidato – Em carta dirigida à Arena e lida em plenário em sua última reunião, o engenheiro Heródoto Bento de Mello, além de diversas considerações, ratificou sua disposição de não aceitar qualquer candidatura. Na próxima edição publicaremos na íntegra a carta desse político friburguense.

Orelhões destruídos – A direção da Companhia Telefônica Brasileira (CTB), em Nova Friburgo, falando à reportagem de  AVS, lamentou os fatos ocorridos na madrugada do último sábado para domingo, quando orelhões foram destruídos em nossa cidade. Os orelhões são aparelhos importados de custo elevado, e a CTB acredita que a ideia de destruição não partiu dos friburguenses. O primeiro orelhão foi destruído na Avenida Alberto Braune, em frente ao número 262. O segundo, na Rua Oliveira Botelho, onde o gesto de vandalismo chocou a companhia telefônica.

Dante Magliano sofreu atentado - Na noite da quinta-feira passada o advogado Dante Magliano, 37 anos, ao fechar o portão de sua residência na Rua Moisés Amélio, 80, foi atingido por um tiro na testa. O fato ocorreu às 21h40. Ele foi levado para o Hospital São Lucas onde se encontra no CTI (Centro de Tratamento Intensivo). Até ontem à noite os médicos do São Lucas afirmaram que seu estado era muito delicado.

Praça Getúlio Vargas:  flores e reforma - Motivo de contrastes críticos deste jornal, o abandono em que se encontra a nossa principal praça parece que será revisto pela atual administração municipal. Pelo menos é o que informou o Departamento de Imprensa e Divulgação da Prefeitura de Friburgo que, em seu boletim do último dia 16, trouxe declaração do prefeito Amâncio de Azevedo, que afirmou ter tomado conhecimento da decisão da colônia Japonesa em colaborar na remodelação daquele logradouro. O prefeito mostrou-se entusiasmado.

Teleférico – Há algum tempo, um colunista deste jornal que ficou famoso com o pseudônimo de JB, abordou semanalmente os problemas relacionados ao teleférico de Friburgo, uma das promessas da campanha eleitoral do prefeito Amâncio de Azevedo. O referido colunista caracterizava-se pelo tom jocoso e muito bem humorado em que se abordava o problema, mas de tanto insistir, sempre com muita verve, acabou por impacientar, o sr. prefeito, que, afinal, cansado da jocosidade semanal do colunista, acabou de determinar uma concorrência para a construção do equipamento turístico.

 

Pílulas

Parabéns ao Detran por ter proibido parcialmente o estacionamento nas ruas transversais à Avenida Alberto Braune. A medida já se impunha e fizemos um apelo aos moradores e lojistas da Avenida Nossa Senhora de Fátima para que essa medida seja tomada também naquela artéria que é estreita e sem saída. As autoridades deveriam sempre, conforme bem disse o dr. Hélio Maia em seus arquivos: pensar primeiro no homem, no pedestre, e não prejudicá-los em benefícios dos automóveis.

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim
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Título em casa

sábado, 19 de julho de 2025

Friburguense Márcio Pires é campeão da Copa Rio Master de Futmesa 12 toques

Jogando literalmente em casa, o atleta Márcio Pires, do Friburguense, brilhou. O botonista foi o grande campeão da Copa Rio – equivalente à 4ª etapa do Campeonato Estadual Individual de Futebol de Mesa, Regra 12 toques, categoria master (48+). A competição foi disputada no último sábado, 12, durante a etapa realizada em Nova Friburgo.

Friburguense Márcio Pires é campeão da Copa Rio Master de Futmesa 12 toques

Jogando literalmente em casa, o atleta Márcio Pires, do Friburguense, brilhou. O botonista foi o grande campeão da Copa Rio – equivalente à 4ª etapa do Campeonato Estadual Individual de Futebol de Mesa, Regra 12 toques, categoria master (48+). A competição foi disputada no último sábado, 12, durante a etapa realizada em Nova Friburgo.

Inicialmente prevista para ocorrer no ginásio do Friburguense Atlético Clube, a competição acabou sendo transferida para a sede da Associação Friburguense de Futebol de Mesa (AFFM), mas manteve o alto nível técnico e o espírito esportivo entre os participantes. Com um desempenho quase perfeito, Márcio venceu 10 dos 11 jogos disputados no sistema de pontos corridos – em que todos os 12 atletas se enfrentaram ao longo de 11 rodadas.

Evandro Gomes, do Vasco da Gama, terminou como vice-campeão, seguido por Christofer, também do Friburguense, na terceira colocação. Moacir Henze, do Vasco, completou o pódio com a quarta posição.

A etapa fez parte do calendário oficial da Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro e contou com a participação de botonistas experientes representando tradicionais clubes do estado.

Dadinho

No domingo, 13, pelo menos 64 botonistas de 16 agremiações se reuniram na sede do Botafogo Futebol de Mesa, na Lapa, na capital, para realização da 5ª etapa do Campeonato Estadual de Dadinho Retrô, organizado pela Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (Fefumerj). Divididos em dez grupos com sete ou oito participantes cada, a primeira fase foi bastante disputada, com Carlos “Monstro” (Friburguense), Paulo Quartarone (Fluminense), Nunes (Vasco da Gama) e Sabóia (AAL Futmesa) alcançando as melhores campanhas dentre os 32 botonistas e conseguindo  avançar para as fases eliminatórias.

Iniciada a fase eliminatória, os favoritos, com a vantagem do empate, não deram espaço para zebras. Todos os 16 melhores classificados fizeram valer seu favoritismo e se classificaram em seus confrontos. Ressaltem-se as goleadas de 9 a 5 de Quartarone sobre Serginho (Flamengo), e de 6 a 3 de Carlos Belga (Flamengo) sobre Tomás (Vasco da Gama).

Grande destaque da primeira fase, na qual ele e Quartarone venceram todos os seus jogos, Monstro, do Tricolor da Serra, deixou a competição ao ser derrotado por Belga pelo placar de 5 a 1. Na grande final. Quartarone, vencedor de duas das três etapas disputadas por ele este ano no Dadinho Retrô, marcou seis gols e terminou o campeonato como campeão, com mais uma bela goleada – 6 a 1 - faturando o título invicto, com 100% de aproveitamento.

 

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Dia pra história

Final da Supercopa SAF conta, além do jogo, com programação especial

Melhores equipes da fase de grupos, Unidos do Alto e Estrela do Mar vão disputar a grande final da Supercopa SAF de 2025 neste domingo, 20, às 13h45, no estádio Márcio Branco, no Stucky. Com um título cada, os dois times brigam pelo bicampeonato da competição, em um dia que, além da partida, contará com diversas atrações, conforme divulgou a Comissão Organizadora da competição.

A programação completa prevê amistosos infantis das categorias Sub-11 e Sub-13, entre às 9h e 13h, recreação gratuita para crianças, em parceria da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, e show com Brendha Moraes, logo após a bola parar de rolar e a taça ser entregue ao vencedor. A entrada é totalmente gratuita.

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    Márcio Pires foi o grande destaque na categoria master, conquistando o título em Nova Friburgo (Foto: Divulgação / Fefumerj)

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    Competição no município reuniu botonistas de diversos clubes do Estado do Rio (Foto: Divulgação / Fefumerj)

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    Estádio Márcio Branco, mais uma vez, será o palco da final da Copa SAF com diversas atrações durante o dia (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Avanço

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Câmara aprova projeto que torna permanente a Lei de Incentivo ao Esporte

Câmara aprova projeto que torna permanente a Lei de Incentivo ao Esporte

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que torna permanente a Lei de Incentivo ao Esporte, pela qual empresas e pessoas físicas podem deduzir do Imposto de Renda doações e patrocínios realizados para projetos desportivos. A proposta será enviada ao Senado. De autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e outros oito parlamentares, o Projeto de Lei Complementar mantém as demais regras atuais sobre prestação de contas, restrições aos doadores e patrocinadores, responsabilidades, divulgação dos dados, infrações e definição de limites pelo Ministério do Esporte.

A partir da publicação da futura lei complementar, será revogada a lei atual sobre o incentivo (lei 11.438/06), cuja vigência iria até 2027. O texto aprovado é o substitutivo da comissão especial que analisou o tema, elaborado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

Segundo o texto, a partir de 2028, as deduções permitidas por parte de pessoas jurídicas passam de 2% para 3% do Imposto de Renda devido, mantendo-se o patamar de 4% quando se tratar de projetos desportivos ou paradesportivos destinados a promover a inclusão social por meio do esporte, preferencialmente em comunidades em situação de vulnerabilidade social.

Orlando Silva lembra que, desde 2007, a lei já ajudou a captar cerca de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão foi atingido somente em 2024. Ele afirmou que, quando se comemora a vitória de um atleta brasileiro, a medalha tem um pedaço da Lei de Incentivo ao Esporte. "A lei é o construtor de pontes entre a periferia do Brasil e quadras, campos e ginásios. E essa oportunidade que a nossa juventude tem, queremos multiplicar, para fazer do esporte uma ferramenta para o desenvolvimento humano", disse. Silva foi ministro do Esporte por seis anos, quando a lei foi criada.

Com o argumento de que os temas não são correlatos, Silva retirou a concorrência desse incentivo com outro previsto na Lei 14.260/21, para projetos de reciclagem (ProRecicle). Assim, o limite atual máximo de dedução de 6% do Imposto de Renda da pessoa física ficará para esses projetos de reciclagem e para as contribuições feitas aos fundos da criança e do adolescente e do idoso; pela Lei Rouanet e pela Lei do Audiovisual. O limite atual de 7% da lei do esporte concorrerá somente com a desses fundos e com a cultura, sem os projetos de reciclagem.

Mesma regra valerá, também a partir de 2028, para as pessoas jurídicas, cujo valor de dedução ao esporte não será afetado pelas doações ao ProRecicle. Quanto às modalidades dos projetos que podem se beneficiar com as doações ao esporte, há mudança de nomenclatura. O desporto educacional passa a estar incluído na categoria de "formação esportiva". Já o desporto de rendimento passa a se chamar "excelência esportiva"; e o desporto de participação será "esporte para toda vida".

Outra novidade no projeto de lei complementar é que ele disciplina como os estados e os municípios poderão adotar legislações semelhantes seguindo os parâmetros da lei federal. Até que os governos editem leis atualizando os parâmetros, serão mantidos os limites e as condições para concessão de incentivo ao desporto tendo como base o ICMS e o ISS previstos em suas respectivas leis.

O projeto determina, no entanto, que essas leis perderão eficácia após a substituição desses tributos pelo IBS, como previsto na reforma tributária. O IBS terá vigência integral a partir de 1º de janeiro de 2033. Estados, Distrito Federal e municípios deverão manter comissão técnica para avaliar e aprovar o enquadramento dos projetos apresentados.

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    Orlando Silva foi o relator da matéria na Câmara dos Deputados (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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    Parlamentares e representantes de atletas comemoram a aprovação do projeto no Plenário (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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Situação poética

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Era um dia comum. Tardezinha. A moça, sobrevivente, pôs-se a pensar. A premissa: cada dia em que estamos vivos é mais um dia de sobrevivência - não em sentido estrito, mas em sentido amplo mesmo do que isso significa. Naquela ocasião, teve a oportunidade de tomar com calma a xícara de chá e por incrível que pareça ficou até tarde da noite sem fazer nada que não fosse pensar. Um privilégio, é verdade. A vida tem dessas coisas. Às vezes, se tem a oportunidade de parar... e pensar.

Era um dia comum. Tardezinha. A moça, sobrevivente, pôs-se a pensar. A premissa: cada dia em que estamos vivos é mais um dia de sobrevivência - não em sentido estrito, mas em sentido amplo mesmo do que isso significa. Naquela ocasião, teve a oportunidade de tomar com calma a xícara de chá e por incrível que pareça ficou até tarde da noite sem fazer nada que não fosse pensar. Um privilégio, é verdade. A vida tem dessas coisas. Às vezes, se tem a oportunidade de parar... e pensar.

Dois pontos de partida tomaram seu tempo e suas reflexões. Primeiro, refletiu sobre as encruzilhadas da vida. Com o dedo da mão direita, desenhou na toalha de mesa e em seu imaginário, aquele ponto central entre dois caminhos, a plaquinha indicando para a esquerda um rumo, para a direita, outro e ela bem ali, no meio. Sem saber para onde ir. Sem saber para qual direção caminhar. É uma situação poética. A vida tem dessas coisas. A encruzilhada, pelo olhar da moça naquele momento de descontração era uma metáfora. Mas na verdade, sentido na pele o desafio da escolha pelo caminho a perseguir, só conseguia perceber um nó. E a moça, naquele meio distante de um real ponto de equilíbrio, sentia que precisava tomar uma decisão. Só não sabia qual.

A vida tem dessas coisas. E nossa, como é difícil! Aquela velha frase de que cada escolha implica em renúncias é uma verdade sentida no âmago do ser. Há quem viva de olhar para trás e se arrepender de ter ido pela direita ao invés da esquerda. Há quem olhe para frente e vislumbre um horizonte único que será perseguido em qualquer caminho, desde que se continue a andar adiante.

Às vezes, até mesmo o ponto nevrálgico da dúvida e da decisão pode merecer uma desconstrução. Pode ser que o tamanho do nó, o embaçamento da visão, o peso preso aos pés e a necessidade de opinião do outro tenham muito a ver com nossas expectativas. Desconstruir barreiras também é um processo. E seguir em frente sem medo de se arrepender pelo que deveria ter sido e não foi é uma baita evolução. Essa foi a segunda reflexão.

A moça percebeu que deveria desconstruir de alguma maneira esse medo de dar errado e o temor de escolher o pior caminho e entender que o processo é assim mesmo e que quanto maior for seu autoconhecimento, maior a probabilidade de celebrar opções que tenham nexo com seus valores e sua trajetória. Percebeu que as questões da vida não vêm com gabarito. E que a encruzilhada não é um enunciado com resposta pronta. Percebeu que mesmo que depois venha a se reconhecer em outro direcionamento na trajetória da vida, aquilo tudo que um dia foi construído, de alguma maneira se permanecerá de pé.

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Tenho câncer. E agora?

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Entre 2023 e 2025 devem surgir 704 mil novos diagnósticos de câncer no Brasil segundo o Inca, Instituto do Câncer. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional do Câncer prevê que cerca de dois milhões de pessoas serão diagnosticadas com câncer só em 2025. Receber um diagnóstico de câncer atinge a pessoa profundamente.

Entre 2023 e 2025 devem surgir 704 mil novos diagnósticos de câncer no Brasil segundo o Inca, Instituto do Câncer. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional do Câncer prevê que cerca de dois milhões de pessoas serão diagnosticadas com câncer só em 2025. Receber um diagnóstico de câncer atinge a pessoa profundamente.

As reações iniciais que uma pessoa experimenta ao saber que tem câncer são choque, negação, sensação de perda de controle sobre sua vida, incerteza, medo, ansiedade, depressão, revolta. O medo e a ansiedade se relacionam com a dúvida do que virá no futuro a curto, médio e longo prazo. Como será o tratamento? Vai sobreviver? Vai sofrer muito?

Um em cada quatro pacientes com câncer acaba entrando em depressão, infelizmente, e apenas 5% deles procuram um profissional em saúde mental e isso nos Estados Unidos, país de primeiro mundo. A pessoa com câncer também pode experimentar raiva e negação, dizendo a si mesma que não pode ser verdade esse diagnóstico. A negação é uma fuga da realidade até que a pessoa esteja pronta para aceitar e encarar a verdade de que tem a doença. Outros indivíduos ao saberem que têm um câncer se culpam por sentirem que elas provocaram a doença ou por pensar que irão sobrecarregar a família e amigos.

Importante entender que cultivar esperança, seja no caso de um diagnóstico de câncer ou de outro problema, auxilia no tratamento porque a atitude mental de esperança ativa a produção de neurotransmissores que favorecem um bom funcionamento do sistema imunológico, essencial na luta contra câncer, infecções, viroses e outras enfermidades.

Ter pessoas que dão apoio também é importante no enfrentamento do câncer. Esse apoio pode ser através de grupo de apoio presencial ou online, pode ser num atendimento em aconselhamento profissional. Escrever uma espécie de diário onde você descreve seus sentimentos dia a dia, auxilia também. E a pessoa com câncer precisa se proteger daqueles indivíduos que sugam com perguntas, conselhos não pedidos, lamentos, sugestões de tratamento, que apesar disso poder ser feito com boa intenção, pode estressar a pessoa com câncer.

O portador do câncer se beneficia praticando uma tarefa que para ela é relaxante, como cuidar de plantas, bordar, fazer tapeçaria, ler, e ter atividade ao ar livre em meio à natureza em ambiente de ar puro, luz solar, longe da agitação urbana. Deve priorizar o descanso, pedir ajuda para evitar multitarefas, usar alimentação vegetariana equilibrada sob orientação de um nutricionista.

Expressar os sentimentos num ambiente protetor, acolhedor e empático, como num grupo de apoio, ou num atendimento individual de apoio psicológico, ou ainda num aconselhamento pastoral, e mesmo com parentes mais próximos e amigos, ajuda a aliviar a tensão, o medo, a ansiedade e a tristeza. Dependendo do tipo de câncer, manter uma atividade física aeróbica que pode ser caminhada ao ar livre em meio à natureza, fortalece o sistema de defesa do corpo e auxilia no combate à essa doença. E fundamental para proteção do seu corpo e mente é abandonar o tabagismo, o consumo alcoólico, usar café de cevada ou de milho em lugar do café convencional, e fazer todo o possível para abandonar produtos da dieta que tenha origem animal, dando preferência a uma alimentação com cereais integrais, frutas, verduras, legumes.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Trocou-se a fantasia, mas a festa segue a mesma

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Nos últimos meses, Nova Friburgo tem vivido uma sequência de escândalos que envergonham até o mais otimista dos cidadãos. A cada semana, surgem novas informações sobre contratos suspeitos, valores incompatíveis com a realidade e a já conhecida promiscuidade entre o poder público e certos fornecedores.

Nos últimos meses, Nova Friburgo tem vivido uma sequência de escândalos que envergonham até o mais otimista dos cidadãos. A cada semana, surgem novas informações sobre contratos suspeitos, valores incompatíveis com a realidade e a já conhecida promiscuidade entre o poder público e certos fornecedores.

É como se a cidade estivesse presa num ciclo de repetições de más gestões e de escândalos sem fim: troca-se o palco, muda-se o evento, mas os personagens e os bastidores continuam os mesmos. Desde a época dos acalorados embates em Paulo Azevedo e Heródoto, passando pelos absurdos pós enchente até o presente momento.

 

Eventos são importantes, porém

É inegável que eventos públicos são importantes para a cidade. Eles movimentam a economia, atraem turistas, fortalecem o comércio local e geram oportunidades. Mas também é inegável que, em Friburgo, essas iniciativas têm sido tratadas como verdadeiros balcões de negócios.

Basta uma leitura atenta nos contratos publicados no Diário Oficial para notar incoerências gritantes: empresas recém-abertas vencendo licitações vultosas, estruturas superfaturadas, pagamentos adiantados e uma falta de transparência que já beira o deboche, especialmente se falando dos valores gastos com shows de artistas para o evento “Reforma Protestante”.

Enquanto isso, a cidade enfrenta dificuldades reais. O mato toma conta de praças e calçadas, o hospital segue ao léu, e os bairros mais distantes continuam esquecidos, sem infraestrutura mínima. Os servidores, que carregam a máquina pública nas costas, convivem com atrasos salariais, falta de insumos e promessas não cumpridas.

Mas, para os eventos, há sempre verba e espaço no orçamento — desde que os contratos caibam no bolso certo. E o mais irônico é que, em muitos desses contratos, o discurso é de valorização do turismo e da cultura friburguense. No entanto, os verdadeiros artistas da cidade sequer são, muitas vezes, os contratados.

 

Revolta, mas não surpreende

Em vez de servir à cultura, os eventos parecem servir a um grupo muito específico — sempre os mesmos, diga-se, o grupo de apoio político à atual gestão. A tal "turma dos eventos" virou piada pronta nas rodas de conversa e palco de um escândalo que dividiu os palcos políticos da cidade.

É triste ver o nome de Nova Friburgo envolvido em escândalos que poderiam ser facilmente evitados com transparência, ética e respeito ao dinheiro público. Mais triste ainda é ver que, mesmo diante de tantas denúncias, ainda há quem defenda o indefensável — seja por conveniência, por medo, ou por interesse.

Em uma cidade onde há artistas locais qualificados, produtores culturais experientes e mão de obra abundante, é curioso ver que apenas determinados nomes aparecem repetidamente nas contratações, como se fossem os únicos capazes de realizar uma festa ou um show.

É importante dizer que a crítica aqui não é contra eventos — ao contrário. A cidade precisa deles, especialmente em tempos difíceis, quando o lazer e a arte se tornam refúgios. Mas precisamos de eventos que respeitem a legalidade, que valorizem o artista local, que prestem contas dos seus gastos e que beneficiem a população como um todo, e não apenas quem está com o crachá certo no peito.

 

Fiscalização

O Ministério Público tem cumprido seu papel – ao menos no presente momento -, com investigações que já resultaram em ações, afastamentos e pedidos de explicações. Mas não pode agir sozinho. A Câmara de Vereadores, em grande parte omissa, precisa lembrar que o seu papel não é apenas votar projetos do Executivo, mas fiscalizar com independência.

No entanto, as audiências públicas têm, a cada dia, escancarado o distanciamento entre o discurso e a prática. Muitos vereadores se comportam como defensores da gestão, ainda que diante de fatos gritantes. Preferem o silêncio conveniente ao confronto necessário. Esquecem que foram eleitos para fiscalizar, não para aplaudir.

Esse alinhamento político com o Executivo, diante de fatos tão graves, enfraquece a democracia local e mina a confiança da população em soluções. Quando os vereadores deixam de questionar contratos suspeitos, de exigir transparência e de representar os interesses da comunidade, tornam-se cúmplices do que deveriam combater.

A Câmara não pode ser palco de conchavos e acordos velados, mas espaço de debate, fiscalização e coragem política. O povo não precisa de aliados do prefeito, mas de guardiões do interesse público.

Friburgo é uma cidade linda, cheia de potencial e com um povo trabalhador. Merece mais do que administrações que enxergam o serviço público como uma extensão dos próprios interesses. A cidade merece um novo capítulo, longe dos velhos vícios. Mas esse capítulo não vai se escrever sozinho. Vai depender da coragem de quem denuncia, da independência de quem fiscaliza e da consciência de quem vota.

Muitas pessoas sempre acharam que os textos desta coluna tinham tendência política, mas o tempo tem se encarregado de revelar que não era questão de lado — era questão de lucidez. Enquanto alguns preferiam o conforto da conveniência, optei por enxergar o que muitos insistiam em ignorar. Não se trata de oposição, mas de compromisso com a verdade, mesmo quando ela incomoda. Afinal, quem escreve com consciência antecipa aquilo que, mais cedo ou mais tarde, salta aos olhos de todos.

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Oportunidade

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Atletas fluminenses podem receber auxílio de até R$ 5 mil para prática esportiva

Atletas fluminenses podem receber auxílio de até R$ 5 mil para prática esportiva

Com recorde de 825 atletas contemplados em 2024, o Bolsa Atleta RJ abriu inscrições para sua quarta edição. O maior programa de transferência direta de recursos do Estado para apoiar o esporte fluminense contempla atletas de diferentes categorias, da base ao olímpico, com benefícios que variam de R$ 500 a R$ 5 mil mensais. O acesso à iniciativa é feito por meio de edital de seleção pública e as inscrições estão disponíveis até o dia 31 de julho. No biênio 2024/2025, o Governo do Estado investirá R$ 15 milhões no programa.

“O Bolsa Atleta RJ é uma política pública que leva dignidade e reconhecimento para os nossos atletas, incluindo os paratletas. Ao investir nesses talentos, o Governo do Estado reafirma seu compromisso com o esporte como ferramenta de inclusão, transformação social e superação. Além disso, o programa é uma oportunidade para que possam se dedicar integralmente aos treinos, com a garantia de recursos”, destacou o governador Cláudio Castro.

Para concorrer, o atleta deve acessar o site www.rj.gov.br/servico/bolsa-atleta-rj121 e apresentar resultados esportivos compatíveis com a categoria pleiteada, bem como toda a documentação exigida no edital. Atletas e paratletas que conquistaram medalhas na edição mais recente dos Jogos Olímpicos, Paralímpicos, Surdolimpíadas ou Pan-Americanos poderão ter a bolsa renovada automaticamente, desde que comprovem estar em plena atividade esportiva até a abertura do processo seletivo de 2025. Os resultados serão divulgados no dia 22/08.

“O sucesso do Bolsa Atleta RJ ano após ano mostra que estamos no caminho certo. Nosso objetivo é garantir que cada atleta, independentemente da modalidade ou do nível em que compete, tenha o suporte necessário para se desenvolver e alcançar o melhor desempenho possível”, disse o secretário de Estado de Esporte e Lazer, Rafael Picciani.

A distribuição das bolsas por categoria segue as determinações do edital. A expectativa é que o número de atletas contemplados seja superior ao do ano passado. O programa tem duração de 12 meses e prevê duas prestações de contas ao longo do período.

O edital de 2025 traz uma cláusula específica para atletas gestantes e puérperas, garantindo a manutenção do benefício por um período mínimo de seis meses após o parto. A medida foi sancionada pelo governador Cláudio Castro em março deste ano, ampliando os direitos e a permanência das mulheres no esporte de alto rendimento.

De acordo com a nova lei, o período adicional do benefício não deve exceder o limite de 15 parcelas consecutivas. Caso a atleta não tenha participado de competições nacionais ou internacionais no ano anterior ao pedido de concessão da bolsa, devido à gestação ou ao puerpério, ela poderá utilizar os resultados do ano anterior para o pleito.

O Programa Bolsa Atleta RJ foi criado pela Lei Estadual 5.799/2010, alterada pela Lei Estadual 7.735/2017, regulamentada pelo Decreto 47.949/2022 e pela Resolução SEI 306/2023. É um programa de natureza continuada, que busca proporcionar condições básicas para que os atletas se dediquem ao que mais importa: treinos e competições nacionais e internacionais. Lançado em 2022, registrou um crescimento de 150% no número de beneficiados em 2024.

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    Jovens atletas poderão ser beneficiados com os incentivos previstos no programa (Crédito: Divulgação / Governo do Estado)

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    Participantes de eventos dos mais diversos podem pleitear uma das bolsas ofertadas pelo Estado (Crédito: Divulgação / Governo do Estado)

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Voo para o infinito

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas

Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas

Com certeza vocês tomaram conhecimento do desastre aéreo que matou duzentas e noventa pessoas na Índia. Isso é muito triste, nem dá para imaginar o sofrimento de quem perdeu, de forma tão inesperada, alguém a quem amava. Às vezes, no mesmo acidente, mais de uma pessoa amada. Embarcaram para Londres e voaram para o infinito. Ou foram atingidos em terra mesmo: a morte pousou sobre eles quando estavam com os pés solidamente plantados no chão. Muito triste, mas não surpreendente. Os aviões são muito seguros, morre mais gente nas estradas do que nos ares, o lugar onde mais se morre é na cama, etc., etc., etc. O problema é que o avião, quando cai, não costuma deixar ninguém para contar como foi. Carros são varejistas da morte; aviões, atacadistas.

O espantoso é que havia duzentas e quarenta e duas pessoas a bordo. Ou seja, uma escapou. Isso, sim, é extraordinário. Por que um foi poupado, que anjo abriu as asas sobre Vishwakumar Ramesh no momento em que tudo em volta explodia e queimava? Milagres, mistérios, acasos que nunca chegaremos a compreender. Compreenderemos, talvez, quando tudo terminar também para nós, quando finalmente chegar aquela que Manuel Bandeira chamou de “a Indesejada das gentes”. Essa sempre vem, pois, como disse Dag Hammarskjöld, “Não procure a morte, ela o encontrará.”

Ninguém morre na véspera, ensina o ditado popular, com a sabedoria comum aos axiomas que saem da boca do povo. Um rapaz perdeu o fatídico voo indiano porque o trânsito o atrasou. “Maldito trânsito!”, deve ele ter praguejado antes. “Bendito trânsito!”, deve ele ter agradecido depois. Quantas vezes não ouvimos dizer “salvou-se por um triz”? Mesmo sem saber o que significa triz, entendemos que foi por muito pouco, foi um quase nada que desviou a bala, que parou o carro, que evitou o tombo fatal.

Na verdade, vivemos por um triz. Vai alguém caminhando pela calçada e, sem mais avisos, o coração diz “cansei!” e interrompe definitivamente a caminhada. Dormimos sem ter certeza de que acordaremos, acordamos sem saber se alcançaremos o fim do dia. Embarcamos e talvez não cheguemos aos braços de quem nos espera. E, como se a morte não ceifasse por conta própria, os homens inventam meios de ajudá-la, cultivando ódios, inventando guerras, semeando violência no dia a dia.

Mas vamos amenizar a conversa. Porque a vida, embora tão frágil, ainda “vale a pena se a alma não é pequena”. Além do mais, viver pensando na dolorosa realidade que nos cerca é ir morrendo aos poucos, e de que nos adianta isso? Se prestarmos bem atenção, veremos que por todo lado há coisas boas acontecendo. Somadas, elas certamente são maiores do que todas as más notícias que nos atingem. Não fechemos os olhos aos aviões que caem, mas não deixemos de olhar, com intensidade ainda maior, os lírios nos campos e as aves no céu. 

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