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De Nova Friburgo para o mundo

sábado, 18 de janeiro de 2025

Ex-fisioterapeuta do Frizão é mais um friburguense a se destacar no esporte

Não é só dentro das quatro linhas, quadras ou tatames que Nova Friburgo se destaca. Nos bastidores do esporte, o município também produz talentos em série, reforçando todo o seu potencial de revelar nomes para as mais diversas áreas que compreendem o desporto nacional. Um deles é o fisioterapeuta Junior Arrais.

Ex-fisioterapeuta do Frizão é mais um friburguense a se destacar no esporte

Não é só dentro das quatro linhas, quadras ou tatames que Nova Friburgo se destaca. Nos bastidores do esporte, o município também produz talentos em série, reforçando todo o seu potencial de revelar nomes para as mais diversas áreas que compreendem o desporto nacional. Um deles é o fisioterapeuta Junior Arrais.

Com passagem pelo Friburguense, entre os anos de 2015 e 2020, Juninho, como é conhecido, atuou com atletas nas categorias de base e profissional do Friburguense.        Fisioterapeuta formado na Universidade Estácio de Sá, de Nova Friburgo, ele buscou especializações diversas, e atualmente é mestre em Ciências da Reabilitação, pós-graduado em Termografia, Fisiologia Esportiva, Nutrição Esportiva, Fisioterapia Ortopédica e Esportiva, e Ciências do Esporte.

Com as suas qualificações, novas portas se abriram no caminho profissional de Junior. Após passagem pelo Frizão, arrumou as malas, partiu para São Paulo e se juntou ao Grêmio Novorizontino na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, em junho de 2020. A equipe está em ascensão no cenário nacional, e em 2024, por muito pouco, não chegou à primeira divisão do futebol do Brasil.

A passagem pelo Tigre foi breve, e logo depois voltou para o Estado do Rio, onde foi contratado pelo Serra Macaense Futebol Clube. Na equipe do Norte Fluminense, Junior desenvolveu um trabalho preventivo para os atletas durante o período de pandemia. O mesmo trabalho ganhou notoriedade, sendo utilizado pela CBF como convite base do curso para fisioterapeutas, ministrado pela instituição.

Após mais esta experiência, Junior se juntou à Seleção Brasileira de Tiro com Arco, para realizar avaliações e, juntamente com o departamento de fisioterapia, montar uma programação preventiva no período pré-olímpico, visando as Olimpíadas de Tokyo, em 2021. Concluído mais este desafio, se mudou para Petrópolis e trabalhou no Serrano Futebol Clube, durante a disputa da série B1 do campeonato carioca do mesmo ano.

Já no ano seguinte, 2022, o fisioterapeuta se mudou para São Paulo e passou a integrar uma equipe de medicina, em uma clínica de tratamentos biológicos. Seis meses após passou também a fazer parte do corpo docente da Universidade Nove de Julho, como preceptor de estágio no ambulatório de ortopedia. Em 2023 passou a acompanhar, como gestor de saúde e prevenção, Matheus Gonçalves, uma das principais revelações recentes do Flamengo, que na época estava emprestado ao Red Bull Bragantino.

Após todos esses trabalhos, Junior Arrais encara dois novos desafios profissionais importantes. O primeiro deles é o de gestor de saúde e prevenção do goleiro Hugo Souza, titular e um dos destaques do Corinthians na última temporada. Em paralelo, exerce a mesma função na Seleção Brasileira de Rugby, fazendo parte do ciclo de Copa do Mundo e próximo ciclo Olímpico.

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    Gestão de saúde e prevenção do goleiro Hugo Souza é um dos desafios mais recentes do profissional (Divulgação)

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    Junior Arrais é mais um profissional que sai de Nova Friburgo e ganha destaque no mundo esportivo (Divulgação)

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Oportunidade

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Futsal de Base do Friburguense promove período de avaliações para atleta

Futsal de Base do Friburguense promove período de avaliações para atleta

O futsal em Nova Friburgo segue crescendo e retomando parte do seu protagonismo. Um dos times que têm brilhado na modalidade no município, com um belo trabalho de base, o Friburguense vai promover um período de avaliações a partir deste sábado, 18, no Ginásio Helena Decache. Para conseguir atender a demanda e observar melhor os jovens talentos, o clube resolveu dividir as avaliações por dias e categorias variadas. O atleta interessado em participar deve, portanto, se atentar às datas, dias e horários de sua categoria, de acordo com o ano de nascimento.

Neste sábado, dia 18, e no próximo, dia 25, os testes serão dedicados às categorias sub-7 e sub-8 (nascidos em 2018 e 2017), das 8h às 10h, e sub-9 e sub-10 (nascidos em 2016 e 2015), das 10h às 12h. Já nos dois próximos domingos, 19 e 26, as atividades serão realizadas com atletas do sub-13 e sub-14 (nascidos em 2012 e 2011), das 8h às 10h, e sub-11 e sub-12 (nascidos em 2014 e 2013), entre 10h e 12h.

De acordo com a coordenação do futsal do Friburguense, é obrigatório estar com a carteira de identidade em mãos (ou algum documento de identificação), ter um responsável acompanhando, e estar vestido com roupas aptas para atividades físicas: tênis, meia, short e camisa (preferencialmente não usar camisa de clubes de futebol).

As avaliações são gratuitas e abertas para todos os atletas interessados em fazer parte da equipe de base. O Frizão busca meninos talentosos, não só de Nova Friburgo, como também dos demais municípios da região. Outro ponto a ser destacado é a integração com o futebol de campo do Friburguense, na qual os destaques podem ser aproveitados. Em caso de dúvida ou outras informações, o contato pode ser feito diretamente com o coordenador do projeto, Sávio Badini, pelo telefone (22) 99956-1203.

Celeiro de muitos talentos com a bola pesada nos pés, o município se destacou no último ano, ao fazer parte da preparação da Seleção Brasileira de Futsal, de volta ao topo do mundo depois de 12 anos. Na mesma esteira de sucesso, o futsal do Friburguense seguiu o exemplo de sucesso da Seleção, e durante a disputa recente da Maricá Cup, as equipes sub-13 e sub-11 se sagraram campeãs nas taças Ouro e Bronze, conquistando ainda o vice-campeonato na categoria sub-9 Taça Prata.

Já as categorias sub-10 e sub-12 disputaram as finais do 21º Intermunicipal de Futsal em Rio Bonito, enquanto as categorias sub 8, 9, 11 e 13 participaram da Copa Mundo de Futsal, a Foz do Iguaçu, no Paraná. A maior competição de futsal de base do mundo reuniu mais de 400 equipes das Américas do Sul e do Norte, além da Europa.

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    Equipe de futsal do Friburguense conquistou diversos resultados importantes em 2024 (divulgação)

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    Testes serão feitos de acordo com as categorias dos interessados, em dias e horários diferentes (Leo Borges / Fotografia)

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    Com as avaliações, futsal do Tricolor da Serra busca talentos de Nova Friburgo e da região (divulgação)

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O pix, as fake news e a confusão sem fim

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Governo prepara campanhas com urgência

Há um ditado popular que diz que mentira tem perna curta, mas, no Brasil de hoje, parece que as fake news estão correndo uma maratona em meio a grupos de WhatsApp e páginas de Instagram. E o tema da vez não difere do tema abordado pela coluna da semana passada: o nosso querido e amado – ou não mais tão amado assim: o Pix.

Governo prepara campanhas com urgência

Há um ditado popular que diz que mentira tem perna curta, mas, no Brasil de hoje, parece que as fake news estão correndo uma maratona em meio a grupos de WhatsApp e páginas de Instagram. E o tema da vez não difere do tema abordado pela coluna da semana passada: o nosso querido e amado – ou não mais tão amado assim: o Pix.

O sistema de pagamentos rápido e gratuito que revolucionou a forma como lidamos com dinheiro agora é o centro de uma confusão nacional que não deve acabar por agora. Em meio a um cenário de dúvidas e de maior fiscalização, surgem boatos: "O governo vai taxar o Pix!".

Não há taxação sobre o Pix

Embora reforçado na coluna publicada na semana passada, entendo ser coerente novamente trazer a tona essa discussão. Antes de mais nada, respire fundo. Vamos esclarecer essa bagunça. A Receita Federal não está, repito, não está, cobrando imposto sobre transferências feitas via Pix. O que há de novo é uma regra de monitoramento que vale para transações financeiras acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.

Isso inclui o Pix, mas também boletos, TEDs, DOCs e até pagamentos com cartão de crédito, sejam de bancos virtuais ou online. Nesse sentido, não há a cobrança sobre as movimentações, mas sim, uma criação de um banco de dados mais preciso para que seja evitada a sonegação de impostos.

O Imposto de Renda existe desde 1922

Torna-se importante ressaltar que a cobrança de Imposto de Renda já existe desde 31 de dezembro de 1922. Instituído pelo artigo 21 da Lei de Orçamento 4.625, previa alíquotas de 0,5% a 8% sobre os ganhos auferidos, esta última para rendas acima de 500 contos de réis. Rendas inferiores a 20 contos de réis estavam isentas.

Atualmente, o Imposto de Renda já é cobrado, sendo separado em faixas: a 1ª: até R$ 2.259,20 - Isento; a 2ª: de R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65 - 7,5%; a 3ª: de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 - 15%; a 4ª: de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 - 22,5%; por fim, a 5ª: acima de R$ 4.664,68 - 27,5%.

Nesse sentido, o imposto já é devido e, caso você esteja declarando e pagando o que já está expresso em lei, não há com o que se preocupar. Seja eu favorável ao percentual de cobrança das alíquotas ou não, se está expresso em lei, infelizmente, devo fazê-lo. Há um ditado no direito que diz: dura lex sed lex – a lei é dura, mas continua sendo a lei.

Há pontos para se inconformar, mas falemos a verdade

Por que tanto barulho? Aí entra a criatividade da internet e a habilidade de alguns em transformar fiscalização em "taxação". Em questão de horas, grupos no WhatsApp e posts nas redes sociais criaram um pânico generalizado. Pequenos comerciantes chegaram a recusar pagamentos por Pix, e boa parte da população ficou com a sensação de que o governo estava de olho no seu suado dinheirinho – o que não é 100% mentira.

No entanto, o ponto principal é que a Receita Federal já monitorava movimentações financeiras através de bancos e cooperativas. A novidade é que, agora, as instituições de pagamento digitais também entram nessa fiscalização, com o objetivo combater a sonegação fiscal e aumentar a transparência no sistema financeiro.

Se você é uma pessoa física que não ultrapassa os R$ 5 mil mensais em movimentações, pode continuar usando o Pix sem preocupação. Se você é uma pessoa que apesar de gastar mais de R$ 5 mil declara os seus rendimentos e paga os seus impostos da forma correta, igualmente. Agora, se você sonega, pode ter problemas com a Receita.

Governo recorre a campanhas de informação

O Governo Federal, percebendo a proporção do problema, tentou agir rapidamente. A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) correu para criar campanhas explicativas sobre as novas regras. Mas, convenhamos, combater desinformação em tempo real é como tentar secar gelo.

A cada fake news desmentida, surgem outras três. Até o próprio presidente Lula entrou na dança, publicando um vídeo em que fazia um Pix para o Corinthians e declarava que as notícias sobre taxação eram mentira. O problema? A narrativa já estava fora de controle.

Aí você pode se perguntar: "Mas por que esse assunto ganhou tanta repercussão?". A resposta é simples: o Pix virou parte do nosso dia a dia. Desde a diarista que recebe o pagamento semanal até o restaurante que permite dividir a conta entre amigos, todo mundo usa o sistema. Mexer no Pix é como mexer no cafezinho da manhã – causa indignação instantânea.

Outro ponto é a desconfiança generalizada em relação à fiscalização financeira. Muitos enxergam isso como uma invasão de privacidade, enquanto outros temem que seja um "primeiro passo" para medidas mais duras, como a volta da famigerada CPMF (o imposto sobre movimentação financeira).

Satisfeitos ou não com a maior intensidade de fiscalização, no fim das contas, o Pix continua gratuito, eficiente e à disposição de todos. Não há taxa escondida, imposto surpresa ou armadilha burocrática. O que existe é um ajuste nas regras para que o sistema seja mais transparente e eficiente.

Mas, até que essa mensagem chegue às massas, o estrago já foi feito. A desinformação é como confete em festa: espalha fácil, mas dá trabalho para limpar. Recomendo fortemente que acesse a coluna “Além da Montanhas” da semana passada através do site oficial de A VOZ DA SERRA (www.avozdaserra.com.br).

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Pequena notável

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Atleta friburguense de jiu-jítsu brilha no Campeonato Rio Sumer da CBJJ

 

Atleta friburguense de jiu-jítsu brilha no Campeonato Rio Sumer da CBJJ

 

Mais um grande talento de Nova Friburgo começa a despontar no mundo das artes marciais. Jovem, talentosa e já vitoriosa em seu início de carreira, Helena Barroso, atleta friburguense de jiu-jítsu, conquistou o primeiro lugar em sua categoria no Rio Summer, primeiro Campeonato da Confederação Brasileira de Jiu-jitsu (CBJJ) deste ano. A competição, realizada na Arena da Juventude em Deodoro, entre os dias 10 e 12 de janeiro, reuniu mais de 2.200 atletas inscritos, entre adultos e crianças.

Helena, que agora representa a academia Soma Jiu-Jítsu, em Lumiar, sob a orientação do professor Yuri Heringer, conseguiu se destacar entre os competidores, superar as adversárias e garantir o título em sua categoria. O grande resultado já neste início de ano representa apenas o início de uma agenda extensa de competições para Helena em 2025.

Até o momento, a jovem atleta friburguense está se preparando e programando para participar de, nada menos, que 18 campeonatos ao longo do ano, demonstrando seu compromisso e dedicação ao esporte. A vitória no Campeonato Rio Summer, organizado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu, é um marco importante na carreira de Helena, e refletindo o trabalho árduo e a paixão dedicada pela jovem à pratica do esporte.

 

Bons resultados

Lei de Incentivo ao Esporte bate recorde de projetos apresentados

 O ano de 2024 terminou com um marco na Lei de Incentivo ao Esporte (LIE): 6.664 projetos foram apresentados, beneficiando mais de 01 milhão de pessoas até o início de dezembro. Esse registro reflete o fortalecimento dessa política pública, que permite a destinação de percentuais do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas para o financiamento de iniciativas esportivas.

Dos projetos apresentados, 3.506 pertencem à categoria educacional, 1.611 à manifestação de participação (eventos de atividades de lazer, lúdicos, entre outros) e 1.547 ao alto rendimento. Até a primeira quinzena de dezembro, mais de 2.400 projetos foram autorizados a captar recursos, totalizando cerca de R$ 2,9 bilhões, o que poderá beneficiar diretamente mais de 1,7 milhão de pessoas. Até o início de dezembro, o valor efetivamente captado foi de R$ 450 milhões. O Ministério é responsável por autorizar projetos e instituições a captar recursos junto à iniciativa privada.

Em comparação com 2022, houve um aumento de 119% no número de projetos apresentados. Naquele ano, foram submetidas 3.042 propostas, enquanto em 2024 o total chegou a 6.664 até a data final de registro. Desde a criação da Lei de Incentivo ao Esporte, mais de 35 mil projetos foram apresentados, com um aporte total superior a R$ 5,4 bilhões. De acordo com o Painel da Cidadania, mais de 15 milhões de brasileiros já foram beneficiados por essas iniciativas. Dos montantes captados, 44,7% foram destinados ao esporte de alto rendimento, 35,5% à educação, 18,4% ao lazer e 1,4% direcionados para a formação.

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    1- Vitoriosa já neste início de ano, Helena planeja disputar mais 18 competições em 2025 (DIVULGAÇÃO)

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    Política pública permite a destinação de percentuais do imposto de renda para financiar iniciativas esportivas (Foto: Mariana Raphael)

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​Antidepressivos e ganho de peso

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

O Departamento de Medicina Populacional de Harvard publicou no Annals of Internal Medicine, em 2024, o resultado de um estudo simulado e verificou que quatro de oito medicamentos principais usados para tratar a depressão produziram ganho de peso e somente um causou diminuição.

Verificou-se que a sertralina, o escitalopram, a paroxetina e a duloxetina estiveram ligados ao aumento do peso corporal e com um risco 5% maior do paciente engordar. Por outro lado, o uso de fluoxetina não produziu alteração no peso, enquanto que a bupropiona teve relação com ganho reduzido.

O Departamento de Medicina Populacional de Harvard publicou no Annals of Internal Medicine, em 2024, o resultado de um estudo simulado e verificou que quatro de oito medicamentos principais usados para tratar a depressão produziram ganho de peso e somente um causou diminuição.

Verificou-se que a sertralina, o escitalopram, a paroxetina e a duloxetina estiveram ligados ao aumento do peso corporal e com um risco 5% maior do paciente engordar. Por outro lado, o uso de fluoxetina não produziu alteração no peso, enquanto que a bupropiona teve relação com ganho reduzido.

Porém, é importante considerar que os mesmos remédios produzem resultados diferentes em pessoas diferentes. Tive pacientes que usando a sertralina tiveram diminuição do apetite e, com isso, perda de peso, e outros não.

Na pesquisa de Harvard, os usuários de escitalopram, paroxetina e duloxetina ganharam de 0,3 a 0,4 kg de peso nos seis primeiros meses de tratamento, correndo o risco de 10% a 15% de ganhar 5% a mais do peso inicial.

Clinicamente já foi observado que a paroxetina dá ganho de peso em quase todos os pacientes que fazem uso dela por pelo menos dois a três meses. E se a pessoa é obesa, sedentária, tem síndrome metabólica, deve evitar o uso da paroxetina. Possivelmente, a fluoxetina seria melhor indicada para esse caso.

Após o lançamento da fluoxetina foi verificado que ela produzia perda de peso numa boa parte da população em uso da mesma. Por isso, alguns médicos clínicos, não psiquiatras, começaram a prescrever a fluoxetina para seus pacientes em dietas para emagrecer. Mas, com o tempo foi sendo verificado que alguns pacientes magros ou com peso normal, que não precisam perder peso, passaram a ter diminuição do peso corporal pelo uso da fluoxetina, enquanto que o mesmo não acontecia com alguns pacientes acima do peso normal.

Quando se avaliou o ganho de peso nas pessoas em uso da bupropiona, os pesquisadores verificaram que ocorreu uma queda de 0,22kg e chance 15% menor de aumento em 5% do peso inicial quando comparado com a sertralina. Mas é importante comentar que pelo fato da bupropiona produzir perda de peso em boa parte dos pacientes, isso não significa que ela é a melhor alternativa para o tratamento da depressão e de sintomas ansiosos. Ela está indicada para pacientes com riscos cardíacos, com sobrepeso ou obesidade assim como para os indivíduos com compulsão alimentar.

De forma geral e com exceções, os medicamentos com melhores resultados em boa parte de deprimidos são a sertralina e o escitalopram. Mas, como comentei, alguns deprimidos não reagem bem com estas drogas, e sim melhoram com outras, e alguns, infelizmente, não melhoram com nenhuma medicação.

Digno de nota, e triste informação, é que no Brasil e no mundo em geral, o consumo de antidepressivos aumentou muito após a pandemia de covid-19. O Conselho Federal de Farmácia declarou que a venda de antidepressivos e estabilizadores do humor no Brasil pulou de 82 milhões e 600 mil unidades para 112 milhões e 700 mil entre 2019 e 2022. A população está medicada demais, em parte porque profissionais e pacientes focam o tratamento de sofrimentos mentais e outros no uso de medicamentos. Porém, o remédio é apenas parte da melhora da saúde física e mental, quando realmente necessário.

Estudos científicos mostraram que o Brasil é o segundo país com mais depressão na América Latina e com mais ansiedade no mundo. Fatores sociais, incluindo gestão política corrupta ou deficiente para o bem do povo, contribuem para isso, além da genética, perdas graves na vida, traumas de infância, doenças físicas complicadas, sensibilidade pessoal. No núcleo da mente depressiva existem lutas contra a desesperança. Ao olhar para o mundo você sente esperança no que ocorre no geral?

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Novas regras

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Brasil regula apostas esportivas: setor passa a operar com rigor em 2025

Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil tem um mercado de apostas esportivas, regulado. Após um ano de esforços coordenados pelo Ministério da Fazenda, foram criadas normas que organizam o setor, corrigindo lacunas deixadas desde a legalização das apostas, em 2018.

Brasil regula apostas esportivas: setor passa a operar com rigor em 2025

Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil tem um mercado de apostas esportivas, regulado. Após um ano de esforços coordenados pelo Ministério da Fazenda, foram criadas normas que organizam o setor, corrigindo lacunas deixadas desde a legalização das apostas, em 2018.

De acordo com o ministério, a regulamentação traz avanços significativos, como a proibição de crédito para apostas, eliminação de bônus de entrada, identificação obrigatória por CPF e reconhecimento facial e controle rigoroso de transações financeiras. Essas medidas buscam proteger apostadores contra riscos de superendividamento e de participação de menores de idade, além de garantir um ambiente de jogo responsável.

Empresas que desejam operar legalmente devem obter autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), cumprir normas de prevenção à lavagem de dinheiro e utilizar exclusivamente domínios “.bet.br”. As plataformas não autorizadas vão ser consideradas ilegais e proibidas de anunciar ou patrocinar eventos no Brasil.

Com um banco de dados centralizado, o governo federal vai monitorar transações em tempo real, controlando volumes movimentados, prêmios e perdas. Essa estrutura, segundo avalia a pasta, coloca o Brasil na vanguarda da regulação global de apostas esportivas, promovendo segurança econômica e proteção ao consumidor.

Oportunidade

Bolsa Atleta Federal, categoria Pódio, está com inscrições abertas

As inscrições para a mais alta categoria do Programa Bolsa Atleta – Atleta Pódio – podem ser feitas até o dia 10 de fevereiro de 2025. Todo o processo é feito de forma online exclusivamente pela página oficial do Ministério do Esporte, no endereço gov.br/esporte.

O benefício é voltado para atletas de modalidades olímpicas, paralímpicas e surdolímpicas, já com foco no ciclo de competições rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.

Podem ser indicados atletas de modalidades individuais que integram o programa dos Jogos Olímpicos, Paralímpicos e Surdolímpicos, de verão ou de inverno, que estejam entre os 20 primeiros do ranking mundial ou ranking olímpico. Os valores da Bolsa Pódio variam de 5 mil a 16 mil reais por mês.

Em Nova Friburgo, o Programa Bolsa Atleta municipal sofrerá algumas alterações este ano, com objetivo de permitir a simplificação de processos e a eliminação de barreiras burocráticas que atualmente dificultam o acesso dos atletas à iniciativa. Um projeto de lei foi encaminhado à Câmara de Vereadores, em regime de urgência, e aprovado, em discussão única, por unanimidade.

De acordo com o prefeito Johnny Maycon, em publicação na sua rede social, no último ano foram R$ 100 mil investidos, e para 2025 a ideia é dobrar o número de contemplados, multiplicando também o valor investido, que deve ultrapassar os R$ 200 mil. Também há a promessa de ampliar o valor investido por atleta em todas as categorias.

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    Governo federal vai passar a monitorar as transações em tempo real (Divulgação Vinicius Gastin)

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    Empresas devem obter autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (Divulgação Vinicius Gastin)

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Imitando Tereza

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Quem é que nunca viveu a emoção de ver o mundo se transfigurar com a passagem da pessoa amada?

Quem é que nunca viveu a emoção de ver o mundo se transfigurar com a passagem da pessoa amada?

Em dezembro do ano passado, a excelente escritora e minha querida amiga Tereza Malcher publicou uma crônica em que comentava letras de músicas de sua preferência.  Isso me deu a ideia de fazer o mesmo. Afinal, não é pecado imitar quem sabe o que faz. Não tenho a pretensão de citar as canções mais lindas da MPB, mas apenas de registrar alguns versos de que gosto e que agora me vieram à mente. Certamente cada leitor faria suas próprias escolhas, e eu mesmo, se fizer outra lista amanhã, me lembrarei de coisas diferentes. Além do mais, tem a velha discussão sobre letra de música ser ou não poesia. Dizem os entendidos... bem... talvez... quem sabe... pode ser. Ou não.

Os teóricos ensinam que a letra é feita em função da melodia e nela se ampara para alcançar a atenção e a sensibilidade do ouvinte. São almas gêmeas, feitas para bailarem eternamente juntas. Às vezes, não somos capazes nem de assobiar um pedacinho da música, mas não conseguimos tirar os versos da cabeça. O contrário também acontece: as palavras ficam sepultadas sob a pesada pedra do esquecimento e os sons nos perseguem como um papagaio tagarela. Só quando de mãos dadas existem plenamente. As canções, quando lidas, normalmente se tornam prosa, e prosa sem graça.

Já a poesia se fundamenta na palavra, é a palavra que faz a melodia e, para sentir e entender um verdadeiro poema, é preciso agir como recomendou Carlos Drummond de Andrade: “Penetra surdamente no reino das palavras”. São elas que, flanando pelo cérebro, lidas baixinho ou exclamadas em voz alta, concentram a carga poética que existiu antes no autor e existe agora no leitor atento.

O que não significa que de quando em quando as coisas não se confundam. Boa parte das composições de Chico Buarque rompe essa barreira. Há letras que podem ser lidas, há poesias que podem ser cantadas. Mas, caramba!, já cheguei  ao meio da página com minhas rasas teorias e ainda não dei um exemplo. Vamos a eles, então.

“Minha rua é sem graça/ Mas quando por ela passa/ Seu vulto que me seduz/ a ruazinha modesta/ É uma paisagem de festa/ É uma cascata de luz” (A deusa da minha rua. Newton Teixeira e Jorge Faraj). Pode não ser a obra mais original da MPB, mas quem é que nunca viveu a emoção de ver o mundo se transfigurar com a passagem da pessoa amada? Ai de quem nunca!

“A saudade é o revés do parto/ A saudade é arrumar o quarto/do filho que já morreu”./ “A saudade dói como um barco/ Que aos poucos descreve um arco/ E evita atracar no cais”. “A saudade dói latejada/ É assim como uma fisgada/ No membro que já perdi. (Pedaços de mim. Chico Buarque). Toda a letra é uma sequência de metáforas e comparações originais, cada uma mais tocante do que a outra.

“Dorme o Sol à flor do Chico, meio-dia/ Tudo esbarra embriagado de seu lume/ Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia/ Só vigia um ponto negro: meu ciúme”./ “O ciúme lançou sua flecha preta/ E se viu ferido justo na garganta./ Tanta gente canta, tanta gente cala/ Tantas almas esticadas no curtume./ Sobre toda a estrada, sobre toda a sala/ Paira, monstruosa, a sombra do ciúme”. (O ciúme. Caetano Veloso). Dizem (talvez seja invencionice) que Caetano, viajando, parou às margens do São Francisco, onde lhe falaram de um homicídio ali cometido por alguém desvairado de ciúme. Verdade ou mentira, resultou nessa beleza de canção.

“Manhã, tão bonita manhã/ Na vida uma nova canção/ Cantando sou teus olhos/ Teu riso, tuas mãos/ Pois há de haver um dia/ Em que virás/ Das cordas do meu violão/ Que só teu amor procurou/ Vem uma voz, fala dos beijos/ Perdidos nos lábios teus”. (Manhã de Carnaval. Luís Bonfá e Antônio Maria). O maior sucesso dentre os vários sucessos do filme “Orfeu Negro”, gravada e cantada em muitos países, sobretudo nos Estados Unidos. É um clássico da Bossa Nova, e não é preciso dizer mais nada.

E você, qual seria a sua seleção?

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Ah, se eu pudesse viajar no tempo e visitar o meu passado...

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Seria uma jornada e tanto, mais do que uma aventura. Um resgate? Ou uma forma de compreender melhor o presente, que é a síntese do que vivemos. Nunca conseguimos compreender com plenitude o presente. Há indagações, questões mal resolvidas, sonhos longe de ser realizados, mágoas. Há várias brechas que tentamos preencher no presente. Enfim... Saber lidar com as dores e os hiatos do passado é uma sabedoria.

Seria uma jornada e tanto, mais do que uma aventura. Um resgate? Ou uma forma de compreender melhor o presente, que é a síntese do que vivemos. Nunca conseguimos compreender com plenitude o presente. Há indagações, questões mal resolvidas, sonhos longe de ser realizados, mágoas. Há várias brechas que tentamos preencher no presente. Enfim... Saber lidar com as dores e os hiatos do passado é uma sabedoria.

Estou impactada com os livros “Antes que o café esfrie – volumes 1 e 2”, do autor japonês, Toshikazu Kawaguchi, que não consigo parar de ler. Já li o primeiro volume e mais do que depressa passei para o segundo. O livro aborda uma breve viagem no tempo de personagens que sentem a necessidade de esclarecer algo que lhes aconteceu. Eles não podem modificar o passado, nem o presente, mas, nos poucos minutos que a viagem dura, entendem melhor as situações que ficaram sem solução, o que lhes vêm causando inquietações ao longo da vida.

Apesar da história ser fictícia, mexeu comigo a ponto de levar recordações para meus sonhos e compartilhá-las com o meu travesseiro. Não me despedi de tantas pessoas como eu queria. Se pudesse faria vários retornos para dizer o que não disse, ficar em silêncio, pedir perdão, abraçar, falar do meu amor, dizer não, concordar e outros gestos, atitudes e decisões. A vida é cheia de partidas... É efêmera!

O afeto, a perda, a gratidão, a amizade, o arrependimento dentre outros sentimentos universais e atemporais são intrínsecos à experiência existencial de cada um. “Antes que o café esfrie” é construído em estilo literário fantástico posto que viajar no tempo é fantasia. No entanto, a história nos mostra que não podemos deixar para depois o que é preciso fazer em cada momento. A vida é um acontecer que não permite repetições, pois nada acontece da mesma forma. O que passou, passou. Ponto final. Será que percebemos, nas entranhas de cada instante, a profundidade das situações e dos afetos? Os fatos, as reações das pessoas, as intenções estão misturadas e carregadas de sutilezas. O verdadeiro significado das coisas pode ficar perdido dentre tantas circunstâncias que nos cercam.

Muitas vezes não entendemos a simplicidade das situações, sempre guardada nos pequenos e imperceptíveis detalhes. Um olhar pode mostrar o que um discurso não diz ou basta uma palavra, apenas uma, para revelar a verdade. A memória guarda uma imensidade de percepções que, possivelmente, tempos depois é que vamos nos dar conta dos fatos.

Se eu fosse um personagem do livro gostaria de viajar no tempo para abraçar meu filho mais uma vez. Ao revermos o passado encontramos lacunas que nos deixam triste por não termos tido decisão ou atitude diferente da que tivemos.

De todo modo, através construção do presente vamos aprendendo a nos amar, a lidar com dificuldades e considerar quem está ao nosso lado.

“Era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a esse artifício conseguimos suportar o passado”

(Gabriel Garcia Marquez)

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Papa: a esperança não decepciona

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Parte 1

Parte 1

1. «Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5, 5). Sob o sinal da esperança, o apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama de 25 em 25 anos. Penso em todos os peregrinos de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1).

Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma.

Uma palavra de esperança

2. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (…). Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 1-2.5). São Paulo oferece-nos aqui vários pontos de reflexão. Sabemos que a Carta aos Romanos assinala uma passagem decisiva na sua atividade evangelizadora. Até então, desenvolveu-a na zona oriental do Império; agora espera-o Roma com tudo o que esta representa aos olhos do mundo: um grande desafio, que há de enfrentar em nome do anúncio do Evangelho, que não conhece barreiras nem fronteiras. A Igreja de Roma não foi fundada por Paulo, mas este sente um vivo desejo de lá chegar logo que possível, para levar a todos o Evangelho de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, como anúncio da esperança que realiza as promessas, introduz na glória e não desilude porque está fundada no amor.

3. Com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: «Se de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida» (Rm 5, 10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.

Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. Com efeito a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino: «Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso» ( Rm 8, 35.37-39). Por isso mesmo esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida. A propósito escreve Santo Agostinho: «Em qualquer modo de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar». 

4. São Paulo é muito realista. Sabe que a vida é feita de alegrias e sofrimentos, que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. E, no entanto, escreve: «Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança» (Rm 5, 3-4). Para o Apóstolo, a tribulação e o sofrimento são as condições típicas de todos aqueles que anunciam o Evangelho em contextos de incompreensão e perseguição (cf. 2 Cor 6, 3-10). Mas em tais situações, através da escuridão, vislumbra-se uma luz: descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo. Isto faz crescer uma virtude, que é parente próxima da esperança: a paciência. Habituamo-nos a querer tudo e agora, num mundo onde a pressa se tornou uma constante. Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento.

Além disso, na era da internet, onde o espaço e o tempo são suplantados pelo «aqui e agora», a paciência deixou de ser de casa. Se ainda fôssemos capazes de admirar a criação, poderíamos compreender como é decisiva a paciência. Esperar a alternância das estações com os seus frutos; observar a vida dos animais e os ciclos do respetivo desenvolvimento; ter os olhos simples de São Francisco, que no seu Cântico das Criaturas, escrito precisamente há 800 anos, sentia a criação como uma grande família, chamando «irmão» ao sol e, à lua, «irmã». Redescobrir a paciência faz bem a nós próprios e aos outros. Frequentemente São Paulo recorre à paciência para sublinhar a importância da perseverança e da confiança naquilo que nos foi prometido por Deus, mas sobretudo testemunha que Deus é paciente connosco: Ele, que é «o Deus da paciência e da consolação» ( Rm 15, 5). A paciência – fruto também ela do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida. Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte.

 Papa Francisco

Fonte: Vaticano

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Tempo de recomeçar

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Retomada de exercícios e da dieta exige alguns cuidados

Passadas as férias, recessos e festas de final de ano - e, para muita gente, já iniciando a preparação para o Carnaval -, se faz necessário retomar a rotina. Seja ela no trabalho, estágio, vida pessoal, academias... As primeiras semanas de janeiro geralmente são marcados por um recomeço, mantendo os hábitos dos meses anteriores ou mesmo aproveitando o novo ano para implementar mudanças e agregar novos valores.

Retomada de exercícios e da dieta exige alguns cuidados

Passadas as férias, recessos e festas de final de ano - e, para muita gente, já iniciando a preparação para o Carnaval -, se faz necessário retomar a rotina. Seja ela no trabalho, estágio, vida pessoal, academias... As primeiras semanas de janeiro geralmente são marcados por um recomeço, mantendo os hábitos dos meses anteriores ou mesmo aproveitando o novo ano para implementar mudanças e agregar novos valores.

  Contudo, até mesmo a retomada de uma vida mais saudável e equilibrada exige cuidados. O primeiro passo, obviamente, é a força de vontade para não adiar por muito tempo o retorno à rotina, ou mesmo iniciar o processo de escolhas diferentes em relação aos últimos anos.

 “As relações, trabalho, rotina e até mesmo a rotina alimentar e a escolha pelo exercício físico podem mudar. E não há problema algum nisso, no fato de a pessoa querer rever erros e acertos. O importante é não cair naquele looping de ‘na semana que vem eu começo’. Quanto mais cedo se retomar a rotina mais saudável, mais fácil e menos doloroso será”, explica o Dr. Felipe Monnerat, nutricionista e profissional de educação física.

 A dica é estabelecer metas, planejar e iniciar a execução de tudo o que foi pensado. Mas é exatamente neste momento que alguns cuidados se tornam essenciais, não só para um começo ou recomeço seguro, como também para tornar o processo perene.

  “Por mais que existam a memória muscular e adaptações e aprendizagem motora, com duas ou três semanas de treino, existe a necessidade de uma readaptação para evitar as lesões e as chamadas dores tardias, fora as compensações de algumas doenças que devem ser tratadas antes de retomar”, alerta o profissional.

 Sob o ponto de vista da dieta e da alimentação, os cuidados a serem tomados são menores, exceto para os portadores das doenças metabólicas e neurológicas. O conselho é retornar rapidamente à dieta ou procurar um nutricionista para alterar as estratégias, suplementos e horários da alimentação, em conformidade com os objetivos traçados por cada pessoa.

“É importante retomar, rapidamente, pelo menos a sua alimentação saudável. Durante pouco tempo exposto a dietas muito calóricas, como acontece no final do ano, o corpo não é capaz de absorver todas aquelas calorias, desde que a pessoa venha de uma dieta equilibrada, o chamado imprinting metabólico.”

  A explicação anterior vai ao encontro dos muitos benefícios de se manter uma alimentação saudável. Quem se alimenta de forma correta durante o ano inteiro e sai da dieta por duas semanas pode até ganhar peso, mas será em decorrência do inchaço e retenção de líquido, e não apenas por conta do aumento da gordura corporal. Conforme aumenta o período de exposição, o corpo muda o padrão e pode passar a absorver e estocar mais calorias na forma de gordura.

 “Além disso, essa é uma boa época para quem está em débito com o seu médico, sendo indicado fazer aquele tradicional check-up, para realizar exames de rastreio e evitar sustos no início do ano”, finaliza Monnerat.

 

 

Foto da galeria
Retomada dos exercícios deve ser feita de maneira segura, o quanto antes neste início de ano (Foto: Henrique Pinheiro)
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