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Cristo, resposta à fome do homem

terça-feira, 24 de junho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, é bom estar com Jesus. Confirma-o o Evangelho proclamado na Santa Missa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Ele nos conta que as multidões ficavam horas e horas com Jesus, que falava do Reino de Deus e curava os doentes (cf. Lc 9, 11). A compaixão de Jesus pelos sofredores manifesta a amorosa proximidade de Deus, que vem ao mundo para nos salvar. Quando Deus reina, o homem é liberto de todo o mal. No entanto, a hora da prova chega também para aqueles que recebem de Jesus a boa nova.

Queridos irmãos e irmãs, é bom estar com Jesus. Confirma-o o Evangelho proclamado na Santa Missa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Ele nos conta que as multidões ficavam horas e horas com Jesus, que falava do Reino de Deus e curava os doentes (cf. Lc 9, 11). A compaixão de Jesus pelos sofredores manifesta a amorosa proximidade de Deus, que vem ao mundo para nos salvar. Quando Deus reina, o homem é liberto de todo o mal. No entanto, a hora da prova chega também para aqueles que recebem de Jesus a boa nova. Naquele lugar deserto, onde as multidões ouviram o Mestre, cai a noite e não há nada para comer (cf. v. 12). A fome do povo e o pôr do sol são sinais de um limite que paira sobre o mundo e sobre cada criatura: o dia termina, assim como a vida dos homens. É nesta hora, no tempo da indigência e das sombras, que Jesus permanece entre nós.

Justamente quando o Sol se põe e a fome aumenta, enquanto os próprios apóstolos pedem para despedir a multidão, Cristo surpreende-nos com a sua misericórdia. Ele tem compaixão do povo faminto e convida os seus discípulos a cuidar dele: a fome não é uma necessidade alheia ao anúncio do Reino e ao testemunho da salvação. Pelo contrário, esta fome diz respeito à nossa relação com Deus. Cinco pães e dois peixes, no entanto, não parecem suficientes para alimentar o povo: aparentemente razoáveis, os cálculos dos discípulos evidenciam, em vez disso, a sua falta de fé. Porque, na realidade, com Jesus há tudo o que é necessário para dar força e sentido à nossa vida.

Perante o brado da fome, Ele responde com o sinal da partilha: levanta os olhos, pronuncia a bênção, parte o pão e dá de comer a todos os presentes (cf. v. 16). Os gestos do Senhor não inauguram um complexo ritual mágico, mas testemunham com simplicidade a gratidão para com o Pai, a oração filial de Cristo e a comunhão fraterna que o Espírito Santo sustenta. Para multiplicar os pães e os peixes, Jesus divide os poucos que há, e assim mesmo são suficientes para todos, e ainda sobram. Depois de terem comido – e terem comido até ficarem saciados –, recolheram doze cestos (cf. v. 17).

Esta é a lógica que salva o povo faminto: Jesus age segundo o estilo de Deus, ensinando a fazer o mesmo. Hoje, no lugar das multidões recordadas no Evangelho estão povos inteiros, humilhados pela ganância alheia mais ainda do que pela própria fome. Diante da miséria de muitos, a acumulação de poucos é sinal de uma soberba indiferente, que produz dor e injustiça. Em vez de partilhar, a opulência desperdiça os frutos da terra e do trabalho do homem. Especialmente neste ano jubilar, o exemplo do Senhor continua a ser para nós um critério urgente de ação e serviço: partilhar o pão, para multiplicar a esperança, proclama o advento do Reino de Deus.

Ao salvar as multidões da fome, Jesus anuncia que salvará todos da morte. Este é o mistério da fé, que celebramos no sacramento da Eucaristia. Assim como a fome é sinal da nossa radical indigência de vida, assim também partir o pão é sinal do dom divino de salvação.

Caríssimos, Cristo é a resposta de Deus à fome do homem, porque o seu corpo é o pão da vida eterna: tomai todos e comei! O convite de Jesus abrange a nossa experiência quotidiana: para viver, precisamos nos alimentar da vida, tirando-a das plantas e dos animais. No entanto, comer algo morto lembra-nos que, por mais que comamos, também nós morreremos. Porém, quando nos alimentamos de Jesus, pão vivo e verdadeiro, vivemos por Ele. Oferecendo-se totalmente, o Crucificado Ressuscitado entrega-se a nós, que assim descobrimos que fomos feitos para nos alimentarmos de Deus.

A nossa natureza faminta traz o sinal de uma indigência que é saciada pela graça da Eucaristia. Como escreve Santo Agostinho, Cristo é verdadeiramente «panis qui reficit, et non deficit; panis qui sumi potest, consumi non potest» (Sermo 130, 2): um pão que alimenta e não falta; um pão que se pode comer, mas não se esgota. Com efeito, a Eucaristia é a presença verdadeira, real e substancial do Salvador (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1413), que transforma o pão em si mesmo, para nos transformar n’Ele. O Corpus Domini, vivo e vivificante, torna-nos a nós, isto é, a própria Igreja, corpo do Senhor.

Portanto, segundo as palavras do apóstolo Paulo (cf. 1 Cor 10, 17), o Concílio Vaticano II ensina que «pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo. Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos» (Const. dogm. Lumen Gentium, 3). A procissão desta solenidade é sinal deste caminho. Juntos, pastores e rebanho, alimentamo-nos do Santíssimo Sacramento, adoramo-lo e levamo-lo pelas ruas. Ao fazê-lo, apresentamo-lo ao olhar, à consciência e ao coração das pessoas: ao coração de quem acredita, para que acredite mais firmemente; ao coração de quem não acredita, para que se interrogue sobre a fome que temos na alma e sobre o pão que a pode saciar.

Restaurados pelo alimento que Deus nos dá, levemos Jesus ao coração de todos, porque Jesus a todos envolve na obra da salvação, convidando cada um a participar da sua mesa. Felizes os convidados, que se tornam testemunhas deste amor!

Homilia do Papa Leão XIV, Santa Missa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo celebrada na Basílica de São João de Latrão, última quinta-feira, 19

Fonte: Vatican News

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Para o alto

terça-feira, 24 de junho de 2025

Unidos do Alto vence a segunda partida e se destaca na Supercopa SAF

Unidos do Alto vence a segunda partida e se destaca na Supercopa SAF

Uma vitória com autoridade, para manter os 100% de aproveitamento e largar na frente dos adversários. O Unidos do Alto se destacou na rodada do final de semana da Supercopa SAF, ao vencer o Amparo por 3 a 0 e conquistar o segundo triunfo na competição. Os gols foram marcados por Luciano Lima (14 min - 2° T) e Luis Felippe - duas vezes (35 min e 40 min - 2° T). As partidas foram realizadas no domingo, 22, no Estádio Guilherme Gripp, em Amparo. Os árbitros escalados foram: Allan Trindade, Diego Barcelos, Sidney Santana e Júlio César.

Na partida que abriu a rodada, Friburgo Sporting e Estrela do Mar empataram pelo placar de 3 a 3. Paulo Rafael (4 min - 1° T), João Victor (16 min - 2° T) e Natan Vasques (23 min- 2° T) marcaram para o Friburgo Sporting, enquanto Lenilson Júnior (29 min - 1° T), Marcus Paulo (32 min- 2° T) e Vinicius Jandre (38 min - 2° T) balançaram as redes para o time do 7º distrito.

Logo na sequência, o JDA surpreendeu e venceu, por 1 a 0, o São Pedro, atual campeão da competição. Renato Marinho (17 min - 2° T) foi o autor do gol que garantiu o primeiro resultado positivo da equipe na Supercopa SAF. 

Já São Lourenço e Santa Cruz fizeram jogo equilibrado, e empataram pelo placar de 2 a 2. Os gols foram marcados por Wellington Santos – duas vezes (38 min - 1° T e 14 min - 2° T) para o São Lourenço, e Vyctor Huggo (5 min - 2° T) e Matheus Vieira (35 min - 2° T) para o Santa Cruz.

A terceira rodada será promovida no próximo domingo, 29, no Estádio João Mendes da Silva, no distrito de São Pedro da Serra. O primeiro duelo, às 9h, envolve as equipes do São Lourenço e do Amparo. Logo em seguida, por volta de 10h45, Santa Cruz e Friburgo Sporting vão medir forças pelos três pontos, antecedendo o confronto entre Estrela do Mar e JDA. Equipe anfitriã, o São Pedro joga contra o Unidos do Alto, às 14h45.

O Grupo A conta com as participações de Santa Cruz, São Pedro, Amparo e Estrela do Mar. Já o Grupo B terá as equipes do JDA (estreante), Unidos do Alto, São Lourenço e Friburgo Sporting.

Mantendo a essência de percorrer diversas localidades da cidade, a Supercopa deste ano terá as partidas realizadas nos estádios Manoel Cabral Sobrinho, em São Lourenço (Primeira Rodada), Guilherme Gripp, em Amparo (Segunda Rodada), João Mendes da Silva, em São Pedro da Serra (Terceira Rodada) e Jove Aguinaldo Blaudt, também no 7º distrito (Quarta Rodada).

De acordo com o regulamento da Supercopa SAF, os jogos acontecerão em turno único, com as equipes dos grupos enfrentando adversários da outra chave. A competição contará ainda com uma fase decisiva (semifinal e final).

 

Tabela da Primeira Fase

1ª RODADA

Domingo (15 de junho)

Local: Estádio Manoel Cabral Sobrinho - São Lourenço

Unidos do Alto 3x1 Santa Cruz

Amparo 3x3 JDA                    

Friburgo Sporting 1x1 São Pedro   

Estrela do Mar 0x1 São Lourenço

 

2ª RODADA

Domingo (22 de junho)

Local: Estádio Guilherme Gripp - Amparo

Friburgo Sporting 3x3 Estrela do Mar

São Pedro 0x1 JDA

Santa Cruz 2x2 São Lourenço

Amparo 0x3 Unidos do Alto

 

3ª RODADA

Domingo (29 de junho)

Local: Estádio João Mendes da Silva - São Pedro

09h - São Lourenço x Amparo

10h45min - Santa Cruz x Friburgo Sporting

12h45min - Estrela do Mar x JDA

14h45min - São Pedro x Unidos do Alto

 

4ª RODADA

Domingo (6 de julho)

Local: Estádio Jove Aguinaldo Blaudt - Estrela do Mar

09h - São Lourenço x São Pedro

10h45min - JDA x Santa Cruz

12h45min - Amparo x Friburgo Sporting

14h45min - Estrela do Mar x Unidos do Alto

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    Estrela e Friburgo Sporting fizeram duelo de seis gols, com um ponto para cada lado (Créditos: Rafael Seabra)

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    Primeira vitória na Supercopa foi conquistada com autoridade, diante do São Pedro (Créditos: Rafael Seabra)

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    Santa Cruz e São Lourenço fizeram jogo equilibrado, resultado em empate (Créditos: Rafael Seabra)

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    Unidos do Alto buscou a segunda vitória seguida, diante dos donos da casa (Créditos: Rafael Seabra)

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A VOZ DA SERRA é uma fonte de memórias e surpresas

terça-feira, 24 de junho de 2025

        O inverno chegou! Eu tento ser tolerante. Procuro me contentar com as coisas boas: dias ensolarados, cerejeiras floridas, pocãs docinhas, sopas, caldos e o irresistível chocolate quente. Fora isso, o banho é um ato de heroísmo, a cama fica gelada; quando ela esquenta, está na hora de se levantar. Mas tudo passa e o inverno também.

        O inverno chegou! Eu tento ser tolerante. Procuro me contentar com as coisas boas: dias ensolarados, cerejeiras floridas, pocãs docinhas, sopas, caldos e o irresistível chocolate quente. Fora isso, o banho é um ato de heroísmo, a cama fica gelada; quando ela esquenta, está na hora de se levantar. Mas tudo passa e o inverno também.

        A sorte é que Nova Friburgo tem belezas naturais e apresenta cenários imperdíveis. O Caderno Z nos trouxe um guia completo para a “alta temporada fluminense”. A começar pelo Pico do Caledônia, com sua robusta imponência, o conjunto rochoso forma uma cordilheira deslumbrante. Não é só lindo de se apreciar. É uma beleza que pode ser tocada, escalada, na prática do montanhismo. Ana Borges não economizou provocações. A pedra, conhecida também como Pico Maior, possui 2.257m de altitude, “o segundo maior da Serra do Mar e o cume pode ser alcançado por uma escadaria com 632 degraus ou por trilha”. A vista é deslumbrante. Avista-se a Baía de Guanabara e até uma parte da cidade do Rio de Janeiro, Região Serrana e dos Lagos, em dias claros. O local recebe visitantes. Já foram registrados mais de 500 turistas em um só fim de semana.

        O Parque Estadual dos Três Picos é outro atrativo imperdível. Sua extensão abrange Cachoeira de Macacu, Teresópolis, Silva Jardim, Guapimirim e Nova Friburgo. Toda a região oferece um percurso lindo. Em abril passado, fui fazer uma palestra na Escola Municipal Rei Alberto I, onde tudo é encantamento. Do pátio, avista-se o conjunto rochoso, mas não tive sorte de fotografá-lo, pois o dia todo ficou encoberto por nuvens. Mesmo assim, foi emocionante estar no ambiente e tão perto dos Três Picos.

        São tantas emoções envolvendo as nossas montanhas que me lembro da trova de Rodolpho Abbud: “Nas majestosas colinas / de Friburgo, reina o amor: / na Olaria, as Catarinas namoram o Imperador!”. E esse namoro possui testemunhas nos quatro cantos da cidade, como o Cão Sentado e o Chapéu da Bruxa. E toda essa formação rochosa faz com que a nossa cidade continue sendo a “princesa dos órgãos gentil, maravilhosamente descrita no Hino de Nova Friburgo. E com tanta beleza assim, temos a responsabilidade com o turismo sustentável, aproveitando essas delícias, mas consciente de nosso dever de preservação do patrimônio ambiental. E a charge de Silvério, sempre antenada, nos traz a estátua do inverno com um alerta: “Não Solte Balões!” – Qualquer que seja o balão, não é seguro. A segurança vale muito mais do que a pura diversão.

        Paula Farsoun disse tudo de bom em “curtir o inverno”, propondo outra lente: “E se, em vez de resistir, a gente acolhesse o inverno? E se, em vez de sobreviver a ele, a gente acolhesse o inverno?” - É isso, amiga, que eu tento fazer, buscando as qualidades do frio.

        Lucas Barros foi “Além das Montanhas” em suas considerações sobre “Israel, Irã, o prefeito e Friburgo”. Parabéns! Nós somos afetados, sim, mesmo distantes. Quanto ao nosso prefeito que, na “ironia do destino”, foi aprender sobre segurança em Israel, eu me lembrei de uma música de Gilberto Gil: “O melhor lugar do mundo é aqui e agora...”.

        Celebramos no dia 19, o Dia do Cinema Nacional, data escolhida para homenagear a primeira exibição de um filme brasileiro em 19 de junho de 1898, quando o cineasta italiano, Afonso Segreto registrou imagens da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. São passados 127 anos e “ainda estamos aqui” apaixonados pela sétima arte.       

        Em “Há 50 Anos”, registrou-se o convite para a instalação do Pronaos Rosacruz Nova Friburgo – Amorc, no dia 29 de julho de 1975, à Rua Mac Niven, 61. Diz a nota: “Visando o estudo e a evolução da raça humana, baseada em princípios elevados, sendo uma entidade fraternal...”. Seria, então, “devidamente autorizada pela Grande Loja do Brasil, a efetivação de um corpo subordinado da Amorc, depois de satisfeitas as condições estabelecidas pela Ordem Rosacruz”. Sendo uma estudante rosacruz, muito me honra comentar essa notícia, já que estamos, neste ano de 2025, festejando o cinquentenário dessa memorável instalação em Nova Friburgo. “Paz Profunda”!

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Publicidade volante: licenciamento só vai até 31 de dezembro

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Edição de 21 e 22 de junho de 1975

Manchetes:

Projeto assinado: publicidade volante até 31 de dezembro - Foi assinado na última terça-feira o projeto que irá proibir o licenciamento e a propaganda volante no município de Nova Friburgo, a partir de 31 de dezembro de 1975. A deliberação 1.254 se encontrava na prefeitura para sanção. O prazo foi ultrapassado. A matéria pendente retornou à Câmara Municipal, onde segundo a Constituição Estadual foi assinada pelo presidente Manoel Carneiro Menezes.

Edição de 21 e 22 de junho de 1975

Manchetes:

Projeto assinado: publicidade volante até 31 de dezembro - Foi assinado na última terça-feira o projeto que irá proibir o licenciamento e a propaganda volante no município de Nova Friburgo, a partir de 31 de dezembro de 1975. A deliberação 1.254 se encontrava na prefeitura para sanção. O prazo foi ultrapassado. A matéria pendente retornou à Câmara Municipal, onde segundo a Constituição Estadual foi assinada pelo presidente Manoel Carneiro Menezes.

Lei contra a poluição sonora: registra-se para a história – No último dia 17, o sr. Manoel Carneiro de Menezes, na condição de presidente da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, promulgou a deliberação 1.254, que proíbe o licenciamento e propaganda volante na cidade. Essa deliberação, promulgada pelo sr. presidente da Câmara Municipal, pede, como justiça, que passe a ser conhecida, daqui para frente, como Lei Geraldo Pinheiro, em homenagem ao vereador que, com sensibilidade, sentiu a revolta popular contra a poluição sonora e conseguiu vedá-la por força de lei. Nossas felicitações ao vereador Geraldo Pinheiro, um lutador. Parabéns ao sr. Manoel Carneiro Menezes, um promulgado.

Rosacruzes Visando o estudo e a evolução da raça humana, baseada em princípios elevados sendo uma entidade fraternal e milenar, está sendo anunciada a instalação Pronaos Nova Friburgo - Amorc Rosacruzes em nossa cidade, no dia 29 de julho, na Rua Mac Niven, 61. Segundo nota distribuída pela entidade, “depois de satisfeitas as condições estabelecidas pela Ordem Rosacruz Amorc, para a criação de um dos seus Corpos Subordinados, é um motivo de grande alegria, por parte dos membros designados pela Grande Loja no Brasil”.

Blitz do gás O sr. Manoel Gonçalves, da equipe da Associação Brasileira de Distribuidora de Gás Liquefeito, anunciou a realização de seguidas blitzes no município, tentando pôr fim ao comércio clandestino de venda de gás em Friburgo. Ele afirmou à reportagem de A VOZ DA SERRA que as blitzes são feitas em concordância com a Polícia Civil. Em Friburgo, há cerca de 120 postos clandestinos de venda de gás. Os postos existem pela oportunidade de financiamento do garrafão feito ao comprador que não possui dinheiro para pagar o gás à vista na concessionária.

Padre condenado – O Supremo Tribunal Militar, em Brasília, condenou o padre Gerson da Conceição, que é acusado de tentar a derrubada do governo através da luta armada e ação violenta. Padre Gerson pregava em uma paróquia de Friburgo. O STM resolveu que camponeses comprometidos, que teriam tido inocentemente arrastados pelas intenções do sacerdote, ouviram a pregação apenas na qualidade de fiéis em favor da reforma agrária.

Câmara libera Ítalo para viagem à Alemanha - A Câmara Municipal de Nova Friburgo aprovou, por unanimidade, a liberação do sr. Ítalo Spinelli, do cargo de vice-prefeito, no período de 40 dias. O sr. Ítalo viajará à Alemanha aceitando uma bolsa de estudos cedida por um órgão cultural daquele país. O cargo de vice-prefeito ficará vago. Os vereadores elogiaram a viagem do sr. Ítalo acentuando que ela resultará em grandes benefícios culturais para Friburgo. Também ainda não foi anunciado um substituto para a chefia do SAAE (Serviço Autônomo de Águas e Esgotos). 

Posicionamento do vereador Bento Ferreira – Depois de elogiar o sr. Ítalo Spinelli, o vereador Bento Ferreira lamentou que “somente doutores” conseguem este tipo de viagem e que os vereadores só servem para angariar votos para o prefeito. Em discurso, Bento pediu para que, na próxima houvesse oportunidade para quem não é doutor. O vereador Alencar Barroso, por sua vez, desejou boa viagem ao vice-prefeito, e afirmou que atua na política há mais de 30 anos e nunca foi convidado para nada.

José Carlos Schuenck - Presidente da Arena - O diretório local da Arena, como chapa única, receberá uma total transformação em Friburgo. São membros do diretório: João Carlos Schuenck, Mário Dutra de Castro, Francisco Fernandes, Francisco Cantelmo, Benício Valladares, Jofre Ferreira da Costa, Joel Heringer, Hélio Francisco e Nelson Spitz. A eleição da comissão executiva está marcada cinco dias após a posse do Diretório Local.

E mais: 

Em Salinas, dois assassinatos – Morreram assassinados Walnei Francisco Brantes e José Manoel Rodrigues, vítimas de disparos por arma de fogo efetuados por Jair Fernandes Ribeiro. O motivo do crime prende-se a uma discussão que envolveu os três. O assassinato ocorreu próximo ao Armazém de Josá Antunes Nogueira, em Salinas.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Leila Elias, João Batista, Anchises Werneck, George Henze e Edir Carestiato (21); Kátia Rocha, Homero Caputo, Worther Almeida e Maria Carolina (22); Silvio Alberto, Yone Chevrand, Ítalo Sérgio e Friedrich Schlupp (23); João Batista, João Pimentel e João Côrtes (24), Gilberto Filho e Edith Cardinalli (26); João Henriques e Ernesto Victor (27).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim

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Violência feminina

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Viu na mídia algo sobre violência feminina contra homens? Não são só homens frágeis vítimas de agressão feminina. Mulheres agressivas dão socos, pontapés nos testículos, beliscões, agridem o homem com ele dirigindo um veículo. Ele se defende bloqueando golpes, porque sabe que se revidassem iriam ferir a agressora.

Viu na mídia algo sobre violência feminina contra homens? Não são só homens frágeis vítimas de agressão feminina. Mulheres agressivas dão socos, pontapés nos testículos, beliscões, agridem o homem com ele dirigindo um veículo. Ele se defende bloqueando golpes, porque sabe que se revidassem iriam ferir a agressora.

Há argumentos de que o abusador é maior e mais forte, e a vítima é menor e mais fraca. Alguém de 1,60 de altura, violenta e raivosa pode causar mais dano em alguém de 1,80 de altura não violento. A abusadora não precisa ser grande ou forte para jogar um facão, chicotear, picotar a roupa, chamar a polícia mentindo que está sendo abusada. Mulheres disparam tiros de arma de fogo em homens, agridem com objetos pesados, quebrando o braço dele, jogam o carro contra eles, esfaqueiam.

Mulheres usam violência só em autodefesa? Não. Homens atacados por mulheres agressivas contam: “Liguei meu carro, ela colocou o bebê no chão da garagem onde eu não o podia ver, e não podia sair.” “Ela usou cocaína e me esfaqueou na barriga. Não denunciei porque não queria ver a mãe de meus filhos presa”.

Homens vítimas de mulheres abusivas ficam no lar para proteger os filhos da mãe cruel, e porque ela promete mudar e procurar ajuda para o descontrole dela; eles a amam, eles querem ficar com ela, mas sem os abusos. Existem delegacias para crianças, adolescentes e mulheres adultas. Você conhece em nosso país alguma Delegacia do Homem? Mesmo em número muito menor, homens também são violentados por mulheres agressivas no Brasil e no mundo.

Coline Cardi e Geneviève Pruvost no texto “O controle social das mulheres violentas”, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra mulheres e produzida por elas, foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Coline, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas na Universidade Paris-VIII, e Pruvost, socióloga do Centro de Pesquisa Sociológica em Direito e Instituições Penais, citam Marie-Élisabeth Handman, antropóloga: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens.” (Marie-Élisabeth Handman, (Handman, 2003, 73).

Em “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, do Seminário Internacional Fazendo Gênero, Univ. Fed. de Santa Catarina, Florian., 2013, Claudia Priori, da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima.” (UFSC 2013), cita Elizabeth Badinter, Rumo Equivocado, O feminismo e alguns destinos, Editora Civilização Brasileira, 2005.

C. Priori afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz.” www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf.

“Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ...É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado negro da humanidade.”

Cathy Young, “The Surprising Truth About Women and Violence”, [“A Supreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência”], Time 25 Junho 2014 http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence.

Provérbios 27:15 diz: “O gotejar constante e ruidoso num dia de chuva e uma mulher implicadora [rixosa] têm muito em comum. Conter uma pessoa assim? Seria mais fácil reter o vento ou apanhar um objeto liso com as mãos cheias de óleo.” (versão “O Livro”).

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

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Friburguense Douglas Schumacker lidera categoria da Copa Zona da Mata de Enduro FIM

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Acelerando

       A categoria é diferente, mas o sucesso e a competência continuam inalterados. Douglas Schumacker, que por anos representou Nova Friburgo na modalidade Enduro de Regularidade, colecionando grandes resultados no período, agora busca o mesmo sucesso no Enduro da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), que é uma prova de velocidade.

        O piloto friburguense estreou nessa modalidade no ano passado, e já começou 2025 com o pé direito, vencendo a primeira etapa da Copa Zona da Mata.

Acelerando

       A categoria é diferente, mas o sucesso e a competência continuam inalterados. Douglas Schumacker, que por anos representou Nova Friburgo na modalidade Enduro de Regularidade, colecionando grandes resultados no período, agora busca o mesmo sucesso no Enduro da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), que é uma prova de velocidade.

        O piloto friburguense estreou nessa modalidade no ano passado, e já começou 2025 com o pé direito, vencendo a primeira etapa da Copa Zona da Mata.

Esta etapa foi realizada em Juiz de Fora, Minas Gerais. Além da conquista, Douglas foi o segundo colocado na 2ª etapa, promovida na cidade mineira de Mercês. Com os resultados, Douglas lidera a categoria E6. A próxima etapa acontece no município vizinho de Teresópolis, no próximo dia 29 de junho.

O Enduro FIM é uma modalidade de motociclismo off-road que testa a habilidade dos pilotos em terrenos variados e desafiadores. Os pilotos enfrentam trechos cronometrados e deslocamentos em trilhas sinalizadas, com foco tanto na habilidade técnica quanto na velocidade. A competição segue as regras da Federação Internacional de Motociclismo.

MÊS DECISIVO

        Apesar de viver uma nova aventura, o piloto friburguense não abandonou o Enduro de Regularidade, que já teve duas etapas realizadas esse ano. Douglas participou da última delas, realizada na cidade de Magé, no Rio de Janeiro, alcançando a terceira colocação na categoria Elite.

A próxima etapa do Carioca de Regularidade acontece no dia 22 de junho, no município de Cachoeiras de Macacu. Ou seja, o mês promete ser decisivo para o restante da temporada de Douglas.

 

 

  • Foto da galeria

    Douglas novamente entre os melhores, no pódio: nova categoria e mesma rotina de bons resultados - (Divulgação)

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    Além do Enduro FIM, piloto também segue competindo na categoria de Regularidade - (Divulgação)

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    FOTO-LEGENDA - A AFFM/Friburguense participou, no último final de semana, da Copa Petrópolis, pela 4ª etapa da modalidade Dadinho. As participações renderam diversas premiações, com Rafael se destacando entre os sete atletas do Friburguense, e alcançando um 3° Lugar Geral da categoria Ouro. Já Bruno Verly também chegou às semifinais, e alcançou a 4ª posição. Anderson, Tiago e Wesley caíram nas oitavas e quartas de finais da série Ouro, e não avançaram. Já na Categoria Série Prata, Vinícius foi campeão, perdendo apenas uma partida em toda a competição, exatamente a que custou a queda da série Ouro para a Prata. Hiago Azevedo ficou com a quarta colocação na mesma série. (Divulgação)

  • Foto da galeria

    FOTO-LEGENDA (Número 4): Completando o final de semana de ótimos resultados, no último domingo, 15, a AFFM/Friburguense esteve presente na 4ª Etapa Estadual de Futebol de Mesa da Regra Dadinho Retrô, realizada na sede do Botafogo, no Rio de Janeiro. O Tricolor da Serra foi representado pelos atletas Carlos André Lima Barbosa, o "Monstro", e Vinicius Esteves. Na final contra o botonista Belga, do Flamengo, Vinicius Esteves sagrou-se campeão, se aproveitando da vantagem de jogar pelo empate, após o placar de 4 a 4. (Divulgação)

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​Israel, Irã, o prefeito e Friburgo

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Embora a ironia do destino tenha levado o prefeito de Nova Friburgo a viajar para Israel em busca de soluções para a segurança, o mandatário acabou tendo que retornar às pressas, fugindo da insegurança que vive aquele país, que entrou em uma nova guerra – o que embora parecesse óbvio para muitos, não pareceu aos prefeitos brasileiros.

Embora a ironia do destino tenha levado o prefeito de Nova Friburgo a viajar para Israel em busca de soluções para a segurança, o mandatário acabou tendo que retornar às pressas, fugindo da insegurança que vive aquele país, que entrou em uma nova guerra – o que embora parecesse óbvio para muitos, não pareceu aos prefeitos brasileiros.

No entanto, o conflito entre Irã e Israel pode influenciar muito mais a vida do friburguense do que apenas acompanhar notícias de soldados, explosões, sirenes distantes ou as centenas de publicações realizadas no Instagram do prefeito sobre os riscos da sua viagem em busca de soluções de segurança.

Não é preciso ser especialista em política internacional para perceber que a tensão crescente entre Israel e Irã interfere em muito mais do que manchetes de jornal. Ela chega, por exemplo, ao posto de gasolina da esquina, ao carrinho de compras do mercado e à realidade de agricultores e empreendedores da serra fluminense.

As consequências dessas tensões internacionais chegam silenciosamente ao nosso cotidiano, afetando preços, o abastecimento de produtos essenciais e até mesmo a economia local. É um lembrete de que, mesmo vivendo entre montanhas, estamos conectados a um mundo cada vez mais interdependente e vulnerável às crises globais.

Guerra em Israel e seus possíveis desdobramentos

Israel bombardeou o Irã na sexta-feira, 13. O ataque ocorreu no mesmo dia em que as tropas israelenses completavam 616 dias de guerra ininterrupta contra a Faixa de Gaza. Essas duas ações foram intercaladas por bombardeios israelenses contra o sul do Líbano, a Síria e o Iêmen nos últimos meses.

Note que no espaço de um parágrafo, cinco países foram citados – Israel, Líbano, Síria, Iêmen e Irã – além de um território, Gaza, que muita gente sequer sabe dizer que status possui. Não é à toa que é difícil entender o que acontece; a situação é mesmo complicada e tende a se escalar para um nível ainda maior.

Nesse tabuleiro tenso, os Estados Unidos e a China desempenham papéis centrais. Washington é o principal aliado de Israel e tem enviado armamentos, recursos e apoio diplomático desde o início das hostilidades. Ao mesmo tempo, busca conter o envolvimento direto do Irã, para evitar um conflito regional de larga escala que comprometa seus interesses econômicos e estratégicos.

Já a China, que mantém boas relações com Teerã, adota uma postura de cautela — mas claramente busca aproveitar a crise para se firmar como mediadora e reforçar sua presença na diplomacia do petróleo. A disputa entre as duas potências por influência global, somada à instabilidade no Oriente Médio, gera um efeito dominó que chega rapidamente aos mercados de energia, de commodities agrícolas e às rotas marítimas de abastecimento.

Com a alta dos combustíveis, o encarecimento dos alimentos e a valorização do dólar, quem sentirá primeiro o impacto é o consumidor comum — inclusive aquele que abastece seu carro, faz feira e compra gás de cozinha em Nova Friburgo. O mundo, afinal, já não é feito de ilhas.

Além disso, não é exagero afirmar: desde 1991, o mundo não esteve tão perto de uma nova grande guerra. Disputas territoriais, alianças militares instáveis e o envolvimento de potências nucleares, e os EUA ficando para trás na economia, criam um cenário alarmante.

Inflação sobe

O Brasil, embora produtor de petróleo, ainda depende totalmente do mercado internacional para definir o preço dos combustíveis, especialmente, do Oriente Médio – um dos maiores fornecedores do país. Isso significa que, a cada míssil disparado no Oriente Médio, o friburguense sentirá o impacto no momento de abastecer.

Como o custo do transporte influencia toda a cadeia de abastecimento, o aumento no preço do diesel e da gasolina, por exemplo, se reflete também no frete de alimentos, no gás de cozinha, no material escolar e até no pão francês. Ou seja, é inerente que tenhamos um aumento da inflação nos próximos meses.

Vendas da região caem

O setor têxtil de Nova Friburgo, já pressionado por altos custos de produção, pode enfrentar ainda mais dificuldades diante da instabilidade internacional. A elevação no preço dos combustíveis e o encarecimento da energia impactam diretamente na fabricação e no transporte. Além disso, mercados compradores no exterior tendem a retrair pedidos em momentos de incerteza. Isso afeta não só a indústria, mas também o comércio e os empregos locais.

O polo metal mecânico, por sua vez, também não sai ileso. A importação de insumos encarece com o dólar alto e os gargalos logísticos, prejudicando a cadeia de produção. Muitas empresas trabalham sob demanda e sofrem com prazos mais longos e margens mais apertadas. O efeito é em cadeia: menos produção, menos faturamento, menos renda circulando na cidade.

Friburgo, o Brasil e o mundo

Pensar que Nova Friburgo está distante demais para ser afetada pelos conflitos entre Israel e Irã é uma ilusão confortável. Os impactos são indiretos, mas contínuos. Eles atravessam o posto de combustíveis, o supermercado, a roça, o terminal urbano e, sim, o gabinete do prefeito.

Reconhecer essas conexões é o primeiro passo para exigir políticas públicas mais preparadas para lidar com um mundo interdependente. Porque as montanhas podem até nos proteger das tempestades de verão, mas não nos isolam das turbulências globais.

 

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Curtir o Inverno

quinta-feira, 19 de junho de 2025

       Há quem torça o nariz assim que as temperaturas caem e os ventos frios anunciam a chegada do inverno. Há quem conte os dias para o retorno do calor, como se o frio fosse um inimigo incômodo a ser vencido, suportado com cobertores e queixas. Mas eu proponho outra lente: e se, em vez de resistir, a gente acolhesse o inverno? E se, em vez de sobreviver a ele, a gente escolhesse vivê-lo?

       Há quem torça o nariz assim que as temperaturas caem e os ventos frios anunciam a chegada do inverno. Há quem conte os dias para o retorno do calor, como se o frio fosse um inimigo incômodo a ser vencido, suportado com cobertores e queixas. Mas eu proponho outra lente: e se, em vez de resistir, a gente acolhesse o inverno? E se, em vez de sobreviver a ele, a gente escolhesse vivê-lo?

       Não é preciso muito para perceber que o inverno convida à introspecção. Os dias menores, as noites mais longas, a natureza em pausa — tudo nos empurra, de forma quase silenciosa, para dentro. Dentro de casa. Dentro de nós. E talvez esse seja o maior presente da estação: a chance de reencontro com aquilo que o ritmo frenético do verão muitas vezes arrasta para debaixo do tapete.

       Nos meses mais frios, somos quase obrigados a desacelerar. Trocar o agito por um bom livro, uma manta, uma xícara de chá fumegante. Aquecer o corpo, mas também o espírito. Pode ser desconfortável no início — como tudo o que exige presença. Mas basta nos permitirmos um pouco para perceber o quanto há de beleza no recolhimento.

       Curtir o inverno talvez seja justamente isso: fazer as pazes com a quietude. Com o não fazer tanto. Com o vestir mais, com o comer mais quente, com o conversar mais devagar. É aceitar que não se trata de uma estação improdutiva, e sim de um tempo de gestação invisível. Enquanto tudo parece dormindo, há brotos sendo preparados. E não raro, em meio ao silêncio das noites geladas, nascem ideias, compreensões e afetos que jamais emergiriam no calor dos dias ruidosos.

       Tem também o lado de fora. Os casacos, os cachecóis, as botas — pequenos prazeres que tornam os passeios, mesmo os breves, mais charmosos. O céu de inverno costuma ser de uma nitidez quase poética, e as manhãs, com aquele sol tímido, mas luminoso, têm um sabor especial. O frio nos convida a estarmos mais juntos — porque calor humano também aquece.

       Não falo de romantizar excessivamente. Há invernos internos difíceis de atravessar, e há corpos que sofrem com a queda das temperaturas. Reconheço isso.  Mas mesmo assim insisto: há delicadezas no inverno que só se revelam para quem está disposto a senti-las. E senti-las é uma escolha.

       Assim como escolhemos o que comer, o que vestir ou com quem estar, também podemos escolher como atravessar uma estação. A vida, afinal, é feita disso — da forma como atravessamos os dias, os tempos, os climas, os ciclos. E o inverno é mais um desses capítulos que merecem ser vividos com intenção.

       Curti-lo, então, não é só sobre gostar do frio. É sobre aceitar que há tempos que pedem pausa. Que exigem cuidados. Que nos chamam à escuta. E talvez não haja maior sabedoria do que saber aproveitar cada estação com o que ela tem a oferecer. Sem pressa. Sem fuga. Com presença.

       Que a gente curta o inverno, então. Com sopa quente, cobertor no sofá, música baixa e conversas demoradas. Com alma aquecida, mesmo quando os pés estiverem frios. Com olhos atentos aos detalhes e coração aberto à beleza dos silêncios. Porque, às vezes, é só no frio que a gente aprende a se aquecer de verdade.

 

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Resultados distintos

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Em nova rodada da A2 Estadual, base do Frizão tem vitória e derrota em casa

O Friburguense experimentou a alegria da vitória e a frustração pelo resultado negativo, no mesmo dia, pela nona rodada do Campeonato Carioca da Série A2, nas categorias infantil e juvenil. As partidas contra o Bonsucesso foram realizadas no último domingo, 15, no estádio Eduardo Guinle.

Em nova rodada da A2 Estadual, base do Frizão tem vitória e derrota em casa

O Friburguense experimentou a alegria da vitória e a frustração pelo resultado negativo, no mesmo dia, pela nona rodada do Campeonato Carioca da Série A2, nas categorias infantil e juvenil. As partidas contra o Bonsucesso foram realizadas no último domingo, 15, no estádio Eduardo Guinle.

A vitória foi conquistada pela equipe Sub-15, pelo placar de 1 a 0. Com o resultado, o Frizão foi a 12 pontos, e agora ocupa a sétima colocação do grupo B. A campanha aponta para quatro vitórias e cinco derrotas na competição, sendo 13 gols marcados e 13 sofridos. Já a equipe Sub-17 acabou perdendo por 2 a 0, mas segue no G-4, ocupando a quarta posição, com 11 pontos ganhos. São três vitórias, um empate e cinco derrotas. A equipe juvenil balançou as redes em 16 oportunidades, e foi vazada 15 vezes.

Na rodada do próximo domingo, 22, o Frizão viaja para enfrentar a equipe do Petrópolis, com os jogos acontecendo às 13h e 15h, no CT Pedrinho Vicençote. O grupo A conta com as equipes do Petrópolis, São Gonçalo, Pérolas Negras, Resende, Audax Rio, Cabofriense, São Cristóvão, Rio de Janeiro, 7 de Abril, Bonsucesso, Artsul e Nova Cidade. O Friburguense está na chave B, com Araruama, Duque de Caxias, América, Americano, Olaria, Campo Grande, Serra Macaense, Paduano, Barra Mansa e Niteroiense.

Sequência do Friburguense

  • 22/Jun, Dom - Petrópolis x Friburguense, CT Pedrinho Vicençote
  • 29/Jun, Dom - Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle
  • 06/Jul, Dom - Nova Cidade x Friburguense, Joaquim Flores

 

Nova fórmula

Com menos datas e formato diferente, Carioca de 2026 é definido

O tradicional Campeonato Carioca vai mudar de formato para 2026. Com redução de 16 para 10 datas, a competição terá novo regulamento e vai ser disputada de 21 de janeiro a 15 de março. As definições que sacramentaram as mudanças foram discutidas durante reunião do Conselho Arbitral, proposta pela Ferj.

Conforme o formato aprovado, os 12 times serão divididos em dois grupos com seis times cada, e os jogos irão acontecer contra equipes do grupo oposto. Os quatro melhores de casa chave avançam para realizar as quartas de final em jogo único. O 1º colocado do grupo enfrenta o 4º do próprio grupo, e 2º e 3º medem forças. As semifinais terão partidas de ida e volta, e a grande final será decidida em um único duelo.

O Grupo A terá Fluminense, Vasco, Volta Redonda, Sampaio Corrêa, Portuguesa e o Campeão da A2, que está em andamento. Já o Grupo B será formado por Botafogo, Flamengo, Madureira, Maricá, Boavista e Nova Iguaçu.

A Taça Rio contará com os quatro times que não avançarem para as semifinais do Carioca e definirá vagas de Copa do Brasil e da Série D do Campeonato Brasileiro.

 

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    O Tricolor da Serra em uma das partidas realizadas em casa: equipes seguem buscando a classificação (Divulgação)

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    Novo formato do Estadual reduz datas, divide times em grupos e prevê final em jogo único (Divulgação)

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Fazendo cera

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Sim, já fomos piores do que somos!

A Fifa decidiu que seja punido com um escanteio o time cujo goleiro retiver a bola por mais de oito segundos. A regra já existia, mas o tempo era menor e quase nunca aplicada. Enquanto o juiz botava a boca no trombone, ou melhor, o apito na boca, o goleiro já tinha se livrado da bola e ficava impune. Pode ser que agora essa prática antijogo seja eliminada ou ao menos reduzida. Em oito segundos até quem não entende de futebol é capaz de tomar a decisão de apontar para uma das quatro esquinas do gramado.

Sim, já fomos piores do que somos!

A Fifa decidiu que seja punido com um escanteio o time cujo goleiro retiver a bola por mais de oito segundos. A regra já existia, mas o tempo era menor e quase nunca aplicada. Enquanto o juiz botava a boca no trombone, ou melhor, o apito na boca, o goleiro já tinha se livrado da bola e ficava impune. Pode ser que agora essa prática antijogo seja eliminada ou ao menos reduzida. Em oito segundos até quem não entende de futebol é capaz de tomar a decisão de apontar para uma das quatro esquinas do gramado.

Mas o que me chamou a atenção nem foi essa oportuna providência da Fifa. Foi a expressão usada por quem redigiu a notícia: “fazer cera”. Eu pensava que ninguém mais no mundo falasse e menos ainda que escrevesse coisa tão antiga. Acho que no velho Egito, quando um escravo custava a levantar uma pedra da pirâmide, lá vinha o soldado dando chibatadas e gritando: Para de fazer cera! Ou seja, é dos tempos em que nem existia futebol. Se bem que bater bola chutando o crânio dos inimigos mortos em batalha é coisa do tempo dos faraós. Até porque na época a criançada não tinha muitos brinquedos e uma cabeça humana era perfeita para uma pelada, mesmo que ainda estivesse cabeluda. Sim, já fomos piores do que somos!

“Fazer cera” me fez lembrar palavras que antigamente tinham lugar de destaque na fala das pessoas e que caíram no esquecimento, mudaram de sentido ou que ainda são usadas quando um coroa de cabelo branco (ou pintado) abre a boca. Por exemplo, de uma pessoa atraente se dizia que era boa pinta, o tipo que onde chegasse botava pra quebrar. Um broto era uma garota bonita, se tivesse borogodó, aí mesmo é que ninguém resistia. Não sei como atualmente se elogia uma jovem bonita, há muito ando afastado desses galanteios. A verdade é que estou boiando nesse assunto. Ou, dizendo de outra forma: não saco patavinas dessas coisas do arco da velha. Bulhufas!

Enfim, tudo muda. As palavras, então, não se pode confiar nelas! Mal a gente se acostuma com o significado de uma e esse significado já significa outra coisa. Tomemos a palavra “manco”, que no uso geral significa coxo, ou seja, aquele que, como ensinam os dicionários, “caminha apoiando-se mais em uma das pernas”. Pois Cervantes, o grande gênio da literatura universal, era conhecido como “O Manco de Lepanto”, por ter perdido, durante uma batalha naval, uma das... pernas? Não! Uma das mãos. Aliás, só de olhar já dá para desconfiar que “manco” vem de “mão”. De como essa palavra caiu das mãos para os pés, eis aí uma tarefa para os etimologistas.

Outro dia encontrei um conhecido que há muito não via, e a primeira coisa que ele me disse foi “mas você não mudou nada!” A princípio, pensei que ele estava me confundindo com outra pessoa, naturalmente mais jovem. Depois pensei que estivesse sendo irônico, como se quisesse dizer: “Caramba, você está um caco!” Mas seu sorriso cordial me convenceu de que era apenas uma gentileza. Mas nem esse tipo de gentileza é totalmente isento de perigo. Imagine a reação de uma senhora que tenha feito plástica e ouça “você não mudou nada”, quando na verdade esperava ouvir: “A cada dia você está mais jovem e mais bonita!” Bem, aí o jeito é começar a fazer cera!

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