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Inteligência financeira

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Aos leitores desta coluna, minha profissão não é nenhuma novidade; sou consultor financeiro e – em parceria com um sócio – surgiu a Delta - inteligência financeira, empresa especializada em gestão de finanças pessoais. Mas afinal, o que é inteligência financeira?

Aos leitores desta coluna, minha profissão não é nenhuma novidade; sou consultor financeiro e – em parceria com um sócio – surgiu a Delta - inteligência financeira, empresa especializada em gestão de finanças pessoais. Mas afinal, o que é inteligência financeira?

Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, inteligência financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

Viver com mais inteligência financeira é resultado de um conjunto de hábitos e o primeiro deles é falar sobre dinheiro. Dinheiro é rotina, mas virou tabu! Não é comum ouvirmos conversas francas sobre valores e quantias; não é comum saber quanto o(a) seu(sua) amigo(a) ganha ou gasta. A transparência – principalmente no contexto familiar – é fundamental para alcançar uma vida financeiramente equilibrada.

Outros costumes, como o de planejar metas e elaborar um orçamento doméstico também são indispensáveis. Além de criar uma nova rotina financeira, esses hábitos farão, das suas finanças, um sistema completo de concepção de necessidade, previsão e prevenção de crises e sazonalidades, aquisição de ativos e conforto.Parece utópico, mas com planejamento é possível.

De forma prática, há técnicas para a inserção da inteligência financeira no cotidiano; eu, particularmente, gosto de edificar a estrutura financeira (minha e de meus clientes) sobre três pilares:

  • Gastar bem – fruto de inteligência emocional e boas decisões, gastar bem não é gastar menos; mas, sim, dispor seu dinheiro para algo que lhe gere qualidade de vida. Neste ponto, inclusive, vale a pena ressaltar a importância de conhecimentos básicos de educação financeira para ampliar a noção do que podem ser boas decisões.
  • Poupar sempre – reflexo do primeiro pilar, o ato de poupar parte de suas receitas é fundamental para construir patrimônio, alcançar objetivos e estabelecer planejamentos. Contudo, não há nada como um orçamento organizado capaz de te libertar das amarras que o dinheiro lhe impôs.
  • Investir com qualidade – não é nada fácil chegar até aqui; você já precisou rever seus gastos e criar o hábito de poupar, então mantenha atitudes inteligentes financeiramente na hora de rentabilizar seu patrimônio. A insegurança pode te levar a alocações com baixa ou negativa rentabilidade real (quando é descontado, da rentabilidade total, a inflação) e o excesso de confiança pode te seduzir para investimentos fraudulentos. Foi uma grande empreitada chegar até aqui, então faça valer a pena e invista seu capital de forma inteligente; estude e/ou busque auxílio profissional.

Apesar de não haver um definição formal para o termo “Inteligência Financeira”, podemos vê-lo como um meio para tornar livre a parte da sociedade que se vê refém do próprio dinheiro. E o mais curioso, libertando-se através deste.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

História real

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Para pensar:
"A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.”
Sêneca

Para refletir:
“A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.”
Padre Antônio Vieira

História real

A historinha a seguir é totalmente verídica, e se passou com uma enfermeira friburguense que reside e atua na Região Metropolitana de nosso Estado.

Para pensar:
"A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.”
Sêneca

Para refletir:
“A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.”
Padre Antônio Vieira

História real

A historinha a seguir é totalmente verídica, e se passou com uma enfermeira friburguense que reside e atua na Região Metropolitana de nosso Estado.

No último dia 12, tão logo começou a observar alguns sintomas compatíveis com a Covid-19, tais como febre e cansaço, nossa personagem foi submetida a dois testes. Um particular e outro público.

Falso negativo

O resultado do teste particular saiu rapidamente, e deu negativo.

Como consequência, ela continuou trabalhando, ainda que os sintomas persistissem.

E não ficou restrita a áreas isoladas para tratamento de Covid, mas também atuou, em dias específicos, em áreas como pediatria e UTI convencional.

No dia 26, contudo, saiu o resultado do teste público confirmando a presença do novo coronavírus.

Inaceitável

A situação é insatisfatória sob diversos aspectos, tanto mais quando se considera que tudo se passou numa das unidades mais conceituadas da rede particular de saúde.

Em consequência de um inaceitável falso negativo, quantas pessoas essa profissional pode ter infectado sem culpa alguma?

E qual o prejuízo que sua própria saúde pode ter sofrido, ao continuar trabalhando exposta a um ambiente agressivo ao sistema imunológico, quando deveria estar focada em cuidar da própria saúde?

Olho do furacão (1)

Diante de relatos como este, os números de nossos infectados parecem carecer de análise mais aprofundada.

O quantitativo de contágios continua a subir, conservando o percentual próximo a ⅓ correspondendo a profissionais da saúde.

Olho do furacão (2)

Considerando que, em média, cada infectado transmite a doença a mais duas pessoas, parece evidente que toda a rotina dos profissionais de saúde precisa ser avaliada com máxima atenção nas redes pública e privada, não apenas como forma de manifestar respeito e gratidão para com o sacrifício que estão fazendo, mas também por haver indícios de ser esta a maneira mais efetiva de se enfraquecer a cadeia de contágio.

Casos como o dessa enfermeira friburguense não podem se repetir de forma alguma.

Urgência

Inclusive porque o Hospital Raul Sertã já alcançou 100% de ocupação em leitos de UTI reservados ao tratamento da Covid-19, tornando mínima a margem para qualquer flexibilização da quarentena, se é que ainda existe alguma.

Muitos já não suportam mais o isolamento, e no contexto atual não há muito que possa ser feito.

Se existe algum ponto fraco em nossa rede de proteção, então é crucial que ele seja identificado o quanto antes, porque o momento é crítico.

Caminho aberto

Nesse momento de impasse entre algumas necessidades sanitárias e comerciais, uma das principais válvulas de escape para a continuidade da atividade econômica parece residir no e-commerce, as vendas via internet, que permitem a circulação de bens e de dinheiro sem somar riscos significativos à saúde pública.

E, por sorte, Nova Friburgo há alguns anos se tornou referência nacional no assunto, sendo reconhecida como berço do que o mercado convencionou chamar de E-commerce 4.0.

Impactos distintos

Não por acaso, na semana passada o Portal Terra publicou matéria a esse respeito, inteiramente protagonizada por personagens friburguenses.

Em essência, na reportagem em questão o empresário Eduardo Werner, observa que a quarentena tem exercido impactos muito distintos sobre as vendas de setores específicos do polo de moda regional.

Aspas

“A moda praia, por exemplo, praticamente estagnou. As vendas na moda fitness também caíram, embora de maneira menos acentuada, uma vez que as pessoas ainda se exercitam em casa, mesmo que estejam momentaneamente impedidas de frequentar academias. O segmento de roupas em geral, por sua vez, está registrando ligeiro aumento de vendas entre nossos clientes, ao passo que a moda íntima duplicou o volume de vendas, é um mercado que está mais aquecido do que na Black Friday."

Mudanças

Na mesma matéria, o empresário Igor Queiroz, que trabalha justamente com moda íntima, fala sobre as dificuldades que surgiram com a pandemia. “Temos enfrentado problemas para os quais não estávamos preparados, como a falta de embalagens e insumos básicos, material de escritório, restrições de matéria-prima. Precisamos nos reinventar. Não existe mais planejamento a longo prazo, a dinâmica do mercado mudou da noite para o dia."

Alternativa?

De fato, sob vários aspectos a realidade econômica atual faz lembrar o momento vivido por aqui após janeiro de 2011, quando páginas de compra coletiva fizeram muito sucesso.

Fazendo a mesma leitura, empresários locais têm apostado em ferramentas como os marketplaces, espécie de shoppings virtuais através dos quais pequenos lojistas podem começar a vender pela internet sem que seja necessário qualquer investimento inicial, pagando apenas comissão pelo serviço.

Com tudo indicando que a normalidade ainda demora a voltar, há quem acredite que estas sejam alternativas oportunas para alguns comerciantes locais.

Gratidão

A coluna registra com tristeza o falecimento, nesta quarta-feira, 27, do sr. Charles Van Hombeeck, aos 98 anos de idade.

Nossa querida leitora Rosemarie Künzel o definiu como “a pedra fundamental na criação do Instituto Bélgica - Nova Friburgo (Ibelga). Sua incansável dedicação tornou possível oferecer aos jovens de nossas regiões rurais uma educação de qualidade e o desenvolvimento de tantos talentos. (...) Vá em paz, sr. Charles, as sementes que plantou já deram e darão muito mais frutos!”

Instabilidade

A Justiça do Rio determinou nesta quarta-feira, 27, via mandado de segurança, que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), convoque para o exercício do mandato os deputados estaduais impedidos de assumir suas cadeiras em 2018, após terem seus nomes ligados às investigações da Operação Furna da Onça, da Polícia Federal.

Será?

O grupo de parlamentares beneficiados pela medida inclui Chiquinho da Mangueira (PSC), o que significa dizer que se tal cenário vier a ser mantido seu suplente na Alerj, Sérgio Louback, reassume seu mandato na Câmara Municipal de Nova Friburgo, devolvendo Dr. Luis Fernando à condição de suplente.

Em toda essa história, no entanto, a única certeza que se pode ter é quanto à imutável instabilidade que cerca todos estes mandatos.

Tudo já mudou muitas vezes, e ninguém deve se surpreender se mudar mais uma vez.

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O jockey club do Nova Suíça Country Clube

quinta-feira, 28 de maio de 2020

O turfe foi introduzido no Brasil no século 19 pelos ingleses e ganhou importância como esporte entre a elite brasileira. No ano de 1883, surgiu em Nova Friburgo um clube atlético denominado “General Osório” que promovia corridas de cavalo na rua de mesmo nome. Já o Clube Atlético Bargossi solicitou permissão à Câmara Municipal para colocar postes de raia na Praça do Suspiro em razão das corridas de cavalo realizadas aos domingos e dias santificados.

O turfe foi introduzido no Brasil no século 19 pelos ingleses e ganhou importância como esporte entre a elite brasileira. No ano de 1883, surgiu em Nova Friburgo um clube atlético denominado “General Osório” que promovia corridas de cavalo na rua de mesmo nome. Já o Clube Atlético Bargossi solicitou permissão à Câmara Municipal para colocar postes de raia na Praça do Suspiro em razão das corridas de cavalo realizadas aos domingos e dias santificados.

Por iniciativa da família do primeiro Barão de Nova Friburgo, os Clemente Pinto, foi fundado em 22 de abril de 1881, o Jockey Club de Nova Friburgo. A família inaugurou quatro anos depois o prado do Jockey Club Cantagalense no palacete do Gavião, no município de Cantagalo, onde possuía diversas fazendas de café. O primeiro presidente do Jockey Club de Nova Friburgo foi Antônio Clemente Pinto, barão, visconde e conde de São Clemente, fazendo parte desse seleto clube Augusto Marques Braga, Pedro Eduardo Salusse, entre outros.

No conselho fiscal participaram Elias Antônio de Moraes, o segundo Barão de Duas Barras e o empresário do ramo hoteleiro, Carlos Engert. Não se pode precisar, mas em dado momento o Jockey Club de Nova Friburgo se extinguiu. Em 30 de abril de 1911 foi fundado o Friburgo Jockey Club igualmente formado pela elite local por iniciativa de Octávio Veiga, Galdino do Valle Filho e do coronel Galiano Emílio das Neves Júnior, os dois últimos inimigos políticos acirrados.

Nessa ocasião, havia em Nova Friburgo dois prados, o Entre Rios, no distrito de Lumiar e o prado de corridas de Conselheiro Paulino. Esse último tinha sua sede social no Hotel Salusse. Nos dias de campeonatos, pela manhã, muitos se dirigiam a Estação da Leopoldina para recepcionar os atletas de outros municípios, a exemplo do Rio de Janeiro. Segundo o jornal A Paz, “as arquibancadas apresentavam o que de mais elegante possui a nossa sociedade”.

Transcorridas algumas décadas, uma das iniciativas mais interessantes foi a de Murilo Cury, que criou o Nova Suíça Country Club, no bairro de São Geraldo. Diferentemente dos outrora clubes atléticos não havia a competição de corridas de cavalo, mas tão somente salto sobre obstáculos. Em todo fim de semana havia um evento e os campeonatos ocorriam pouco mais de uma vez ao ano. Vinham muitos cariocas que se hospedavam no Hotel Sans Souci, no bairro das Braunes. Existia até mesmo um mapa para orientar os que vinham de outras cidades.

Murilo Cury era filho de um general e por isso entre os frequentadores havia muitos militares. Segundo os moradores de São Geraldo que têm até hoje a lembrança desse espaço de sociabilidade, além de cariocas vinham igualmente participantes de Cordeiro, Bom Jardim e até mesmo de fora do Brasil. Os proprietários dos cavalos vinham todos os fins de semana para exercitar os animais.

Carlos Alberto Martins, morador do bairro foi o único friburguense contratado como jóquei já que os demais vinham de outros municípios. Temos imagens dessas competições onde podemos ver cavaleiros e amazonas em suas montarias no Parque Hípico do Nova Suíça Country Club. Havia locais para desembarque de animais, estrebarias, pista com diversos obstáculos e uma sede social onde os apreciadores do turfe almoçavam e passavam todo o dia. Os eventos ocorriam sempre aos sábados e domingos.

Os antigos moradores de São Geraldo se recordam do burburinho dos animados fins de semana. Ainda que sendo restrita a entrada nesse seleto clube, os moradores do bairro podiam assistir esses eventos do alto dos morros e alguns até mesmo de suas casas. Segundo eles era uma alegria enorme ver a movimentação do bairro com tão animados visitantes.

De acordo com as imagens percebemos que o divertimento não era tão somente a atividade esportiva, mas igualmente o desfrute do delicioso clima da serra friburguense. Havia nas instalações do Nova Suíça Country Club a fonte Santa Terezinha com água ferruginosa bicabornatada, que segundo os frequentadores proporcionava vantagens terapêuticas. Esse clube funcionou na década de 60 do século 20 durante aproximadamente seis anos. Porém, foi extinto por uma fatalidade.

Murilo Cury ao se submeter a uma cirurgia plástica no nariz teve complicações na operação e faleceu. Como esse espaço não estava regularizado nos moldes de outros clubes sociais, sendo tão somente propriedade particular de Cury, com o falecimento de seu timoneiro os eventos esportivos e sociais deixaram de realizar-se na hípica. Entrevistei alguns moradores de São Geraldo que vivenciaram a “belle époque” no bairro. Todos eles falam com muita saudade da vida efêmera do Nova Suíça Country Clube. 

  • Foto da galeria

    Um mapa para orientar a chegada na Hípica

  • Foto da galeria

    Fim de semana no Parque Hípico em São Geraldo

  • Foto da galeria

    Hípica Nova Suíça Country Club em São Geraldo

  • Foto da galeria

    Havia uma sede social onde os apreciadores do turfe almoçavam

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Cronobiologia – Biorritmos

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

Dr. Halberg, do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, é um líder na pesquisa de biorritmo naquele país. Em colaboração com outros cientistas de várias nações ele documentou o Ritmo do Sétimo-Dia no ser humano. (Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341).

Monitoraram os batimentos cardíacos de um homem durantes vários meses enquanto ele permanecia em um ambiente totalmente isolado com todas as condições controladas e nada do mundo exterior poderia interferir com seus ritmos internos corporais. Quando os dados foram analisados, seu coração mostrou claramente um Ritmo do Sétimo-Dia. (McCluskey, E.S. Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The Biologist 65:17-23, 1983).

Usando-se poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteróides coletados da urina de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises hormonais mostraram que a excreção destes hormônios também ocorria num Ritmo do Sétimo-Dia. (Halberg, F., M. Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency, Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-inducced Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965).

Outro grupo de pesquisadores estudou mais do que 70 homens jovens que tiveram um ou mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas isto não ocorreu. Verificou-se a presença de um Ritmo do Sétimo-Dia quanto à inchação local. (Pollman, L. and G. Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982).

Observou-se também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre este ritmo de sete dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação. (De Vecchi, A., F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978).

Este tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos, cachorros, ratos e outros organismos. Isto parece revelar que o Ritmo do Sétimo-Dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos. Alguns cronobiologistas crêem que este tipo de biorritmo – o do Sétimo-Dia – pode revelar que os organismos precisam de uma certa pausa como um estímulo para seguirem vivendo.

Durante a Revolução Francesa (1789-1799) cientistas seculares tentaram revolucionar a semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo anterior dos sete dias na semana. Simplesmente não funcionou!

Na Bíblia, em Gênesis capítulo 2 e versículos de 1 a 3 está escrito: Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.

Que paralelo fantástico entre as escrituras sagradas e a moderna ciência! Sabemos hoje que um dos componentes para redução do estresse é um descanso semanal, a ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27. Ele falava deste biorritmo há dois mil anos atrás. Fonte: Bernell Baldwin, Ph.D.,  foi professor de neurofisiologia e fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e articulista do The Journal of Health and Healing.

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Ciência aplicada

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Para pensar:
"Quando alguém defende os ausentes, ganha confiança dos presentes.”
Stephen Covey

Para refletir:
“É quando fugimos que estamos mais sujeitos a tropeçar.”
Casey Robinson

Ciência aplicada

Para pensar:
"Quando alguém defende os ausentes, ganha confiança dos presentes.”
Stephen Covey

Para refletir:
“É quando fugimos que estamos mais sujeitos a tropeçar.”
Casey Robinson

Ciência aplicada

Em meio a tudo que estamos vivendo, a contribuição da comunidade acadêmica friburguense para a estrutura de combate à pandemia de Covid-19, incluindo aí a recuperação e o aprimoramento dos ventiladores mecânicos (respiradores) disponíveis, foi provavelmente a melhor notícia que tivemos o prazer de registrar aqui ultimamente.

Pois bem, com satisfação a coluna pode trazer mais detalhes sobre o que vem sendo feito por aqui.

Operacionalidade

Com o objetivo evitar que um dos dois respiradores mecânicos portáteis (ou de transporte) ficasse inoperante por vários dias ao terminar a carga no seu cilindro de oxigênio de conexão não convencional, foi projetada e construída uma nova conexão mecânica.

Esta alteração torna possível acoplar o respirador Drager ao cilindro de oxigênio convencional, utilizado pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio e disponível no quartel da corporação em Nova Friburgo.

O aparelho, portanto, não ficará mais inoperante por esse motivo.

Inventividade

A nova conexão foi projetada, construída em aço inox e testada pelo torneiro mecânico Nilson da Rocha Rodrigues (SMC de Friburgo), pelo engenheiro Matheus Raposo (Persona 3D), pelo técnico de enfermagem Leslie Moura (Hospital Raul Sertã), pelo subtenente enfermeiro do Corpo de Bombeiros Gilberto Rodrigues Chermaut e pelo capitão bombeiro médico Thiago Vicente Canto, sob a orientação do professor Edgard Poiate Júnior (Uerj/UFF). 

Para a confecção da conexão foram utilizadas as instalações e equipamentos da oficina do Instituto Politécnico (IPRJ), sob a autorização do diretor, professor Ângelo Mondaini, e do vice-diretor, professor Lucas Pires.

Recuperação

Além da mangueira com a conexão também foram doadas ferramentas para a desmontagem/montagem das conexões ao cilindro de oxigênio.

Cinco ventiladores mecânicos que não estavam funcionando também foram postos em funcionamento: três no Raul Sertã, e dois na Maternidade.

Hospitais e instituições que façam uso deste tipo de equipamento e tenham interesse na conexão podem entrar em contato através da página https://faceshieldnovafrib.wixsite.com/faceshieldnovafrib.

EPIs

A equipe continua focada em outros desenvolvimentos aplicados às necessidades ao combate à Covid-19, e faz parte do projeto Face Shield Nova Friburgo, que não possui fins lucrativos e foi desenvolvido por docentes da UFF e Uerj de Nova Friburgo junto com a empresa Persona 3D, sob coordenação do professor Lucas Lima (Uerj).

Toda a produção dos protetores faciais será inteiramente doada para instituições de saúde a fim de suprir a carência de EPIs.

Parcerias

O produto desenvolvido pelo projeto é composto por três itens: a viseira, o visor e um elástico posterior. Eles são produzidos de maneira colaborativa entre diferentes parceiros e respeitando um processo rigoroso de fabricação.

O Grupo Stam e a Thulerflex produzem as viseiras por processo de injeção; o FabLab do Senai Nova Friburgo faz o corte a laser dos visores (PET); a HAK produz, doou, e atualmente vende a preço de custo o elástico posterior; e a Suspiro Íntimo realiza o corte industrial do elástico posterior.

A coluna parabeniza todos os envolvidos pelo belo trabalho realizado.

Bom debate

Da mesma forma como repudia manifestações que expõem seus participantes a aglomerações evitáveis, ou que abrem mão de argumentos, como era o caso do buzinaço que andou sendo organizado por aqui, a coluna valoriza opiniões bem fundamentadas e o estabelecimento de um debate respeitoso, independentemente de concordar ou não com as ideias expostas.

Por isso demos voz às propostas de flexibilização entregues recentemente ao prefeito Renato Bravo, e por isso demos voz às manifestações contrárias à flexibilização, enviadas pelo Fórum Sindical de Nova Friburgo.


Outra opinião

Juntamente a estes materiais, a coluna recebeu também um artigo escrito e enviado por Hugo Moreno, que não foi registrado na coluna de ontem, 26, unicamente por falta de espaço.

“Pela vida humana, resistir é preciso. (...) A curva de casos está em franca ascensão. De acordo com a OMS, a América do Sul é o epicentro da pandemia, e o Brasil, o país mais afetado. O Rio de Janeiro, das unidades da federação mais atingidas. Em estudo do mapa epidemiológico do estado, depreende-se que o vírus alastra-se pelo interior, de modo que quanto mais perto da capital, maior o risco de avanço e, conseguintemente, mais vulnerável fica a população.”

Aspas (1)

“A pandemia em Nova Friburgo descortina números assustadores. Dentre os infectados, 40% são profissionais de saúde. As unidades de terapia intensiva (UTIs) estão no limite de ocupação, com destaque para os hospitais da rede suplementar. Há relatos de atendimento de infectados pela Covid-19 em enfermarias do hospital municipal. A morbidade aproxima-se de 10%, muito acima da média internacional. (...) Além de perniciosa, a atitude [de relaxar o isolamento] emite um perigosíssimo sinal de normalidade em meio ao caos que se retumba.”

Aspas (2)

“O relaxamento do isolamento social dota-se de circunstância agravante diante da constatação da experiência de Teresópolis. A cidade vizinha aventou a retomada e, em seguida, diante da disparada do contágio, foi forçada a retroceder. Atualmente, encontra-se em rígido isolamento, com rodízio de acesso de pessoas às ruas. O Governo de Nova Friburgo não se deu ao trabalho de apresentar à população um plano consistente de enfrentamento da crise pandêmico-sanitária. Não tiveram a decência de desenvolver efetivo programa de transferência de renda, possibilitando o reforço ao auxílio emergencial.”

Aspas (3)

“O caso dos vereadores merece destaque especial. (...) Por si só, os apontamentos são inexequíveis, se para sair à rua ou funcionar, pessoa ou agente econômico ou social tiver de observar um calendário com mais de 20 questões. Vereadores, poupem as suas energias para cumprirem as funções legislativas, quais sejam fiscalizar e acompanhar a atuação do Poder Executivo. Cobrem do prefeito enfrentamento efetivo da pandemia; cobrem dele operações de combate a aglomerações e funcionamento irregular de lojas e afins; disponham-se a colaborar com ações humanitárias de socorro à parcela mais vulnerável da população. (...) Levem em suas biografias a vida, e não a morte de um sem número de friburguenses. Pelo isolamento social rígido, com políticas que garantam renda aos trabalhadores e mecanismos de crédito para salvar as micro e pequenas empresas!”

Prestação de contas (1)

Foi marcada para esta sexta-feira, 29, audiência pública virtual para a prestação de contas na Câmara Municipal.

Membros do corpo técnico da prefeitura irão apresentar as informações relativas ao primeiro quadrimestre do exercício de 2020, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu artigo nono.

Prestação de contas (2)

Os relatórios apresentados perante os parlamentares irão avaliar o cumprimento das metas fiscais para o período.

A audiência contará ainda com membros dos setores da Controladoria e da Contabilidade da Prefeitura de Nova Friburgo.

O evento tem início previsto para às 15h e poderá ser acompanhado via TV Câmara e também no YouTube.

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Perda de arrecadação

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Nova Friburgo deve perder pouco mais de R$ 28 milhões de arrecadação com ICMS – o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, neste ano. A estimativa é da Secretaria estadual de Fazenda de acordo com que a própria estimou na previsão orçamentária anual, feita em 2019.

Superestimado

Nova Friburgo deve perder pouco mais de R$ 28 milhões de arrecadação com ICMS – o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, neste ano. A estimativa é da Secretaria estadual de Fazenda de acordo com que a própria estimou na previsão orçamentária anual, feita em 2019.

Superestimado

Vale ressaltar, no entanto, que a perda pode ser menor, uma vez que tem sido praxe superestimar o orçamento que é na verdade uma previsão que raramente se consolida. O que gerou o apelido por muitos de mera peça de ficção. Também não deixa de ser correto afirmar que não haverá perdas, por conta da queda no consumo e consequentemente na arrecadação sobre circulação de mercadorias.

30% de perda em média

Na Região Serrana como um todo, a nova previsão no cenário de pandemia aponta para uma diferença de R$ 260 milhões entre o estimado no fim do ano passado e agora no cenário de isolamento social. O município de Petrópolis é quem tem a maior queda (R$ 88 milhões), seguido de Nova Friburgo e Teresópolis, os três maiores municípios. Em média, a perda em todos os municípios chega a 30%.

Ajuda federal

Valor que não será completamente reposto pela ajuda federal aos municípios e estados. Segundo o projeto final, Nova Friburgo receberá R$ 17,7 milhões. A ideia inicial da ajuda federal era repor exatamente essas perdas com as arrecadações dos tributos, entre os quais ICMS, ISS e IPTU, os dois últimos impostos municipais. O ICMS tem forte impacto na parcela que fica com as prefeituras.

2015 de novo ou pior

Segundo a Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Alerj, no fim de 2019, de acordo com o Orçamento para 2020, seriam repassados, este ano, aos municípios do Rio de Janeiro, R$ 9,6 bilhões. Mas, após a revisão, o número ficou em R$ 6,7 bilhões. A crise é comparada a de 2015, mas com cenário pior, por conta de atingir a todo o planeta.

Medo da Covid-19

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta que 89% dos profissionais de saúde têm medo de contrair a Covid-19. A pesquisa que é nacional, não deve ter números muito diferentes em Nova Friburgo. Basta ver os dados epidemiológicos oficiais, em que de acordo com o último boletim (antes do fechamento desta coluna) apontava que dos 190 casos confirmados, 63 são profissionais de saúde.

30% de infectados

Desde que iniciaram a divulgação dos casos confirmados de profissionais de saúde, a proporção tem se mantido na casa de 30% de profissionais de saúde infectados para os demais. Na linha de frente, são os mais vulneráveis a contrair a doença. Outro fator importante que não se pode desconsiderar é que os profissionais de saúde têm possibilidade contínua de exames, escapando da estatística de subnotificação.

Receios

Ainda segundo a pesquisa, realizada entre 15 de abril e 1º de maio, de maneira não presencial, apenas 15% dos profissionais se sentem preparados para o enfrentamento à pandemia. Os agentes de saúde se consideram os mais vulneráveis. A percepção aqui não é muito diferente, ainda que não tenha comprovação estatística de pesquisa.

Palavreando

“Sou farelo luminoso que escapa pela loucura de ser humano. Sou verdades ditas mesmo quando não pronunciadas. Sou poeira futura que se constrói no presente. Somos todos tão parecidos afinal”.

 

 

  • Foto da galeria

    Com o sucesso das máscaras de times de futebol, inclusive do Friburguense, agora é a vez das escolas de samba. Uma confecção de Nova Friburgo iniciou a confecção das máscaras de barreira das quatro escolas de samba locais. A máscara do Alunão ainda não foi lançada, mas está prometida para os próximos dias.

  • Foto da galeria

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O melhor dos mundos

quarta-feira, 27 de maio de 2020

O mundo nunca foi melhor nem pior, foi sempre o mesmo, porque habitado pelo mesmo homem

O mundo nunca foi melhor nem pior, foi sempre o mesmo, porque habitado pelo mesmo homem

O iluminista francês Voltaire disse certa vez que “O mundo é um caos de trevas e horrores”, mas teve também momentos de menos pessimismo, como quando afirmou que “Há mais bem do que mal no mundo”. Deve haver um grão de verdade em ambas as opiniões, pois os fatos diariamente comprovam que, se este não é o mundo dos nossos sonhos, também não é o dos nossos pesadelos.  O certo é que melhoraria muito se chegássemos a compreender o quanto estamos ligados uns aos outros e a todas as coisas do Universo.

Num livro admirável, “Terra dos Homens”, Saint-Exupèry repete a fala de seu amigo Prevot, que tinha estado perdido no deserto e sem forças para andar: “Se eu fosse sozinho no mundo, eu me deitaria”. Mas a convicção de que sua fraqueza enfraqueceria todos os homens fazia-o continuar andando. A lição de Prevot é que, quando renunciamos à luta, não é apenas por nós próprios que nos rendemos, é também pelos outros, pelos que nos esperam, pelos que esperam de nós, pelos que virão depois de nós.

Outro herói de “Terra dos Homens”, Guilloumet, tendo caído nos Andes com o seu avião, andou cinco dias e quatro noites na neve. “Os Andes, no inverno, não devolvem os homens”, diziam. E era verdade. Mas Guilloumet sobreviveu, foi mais forte do que suas próprias forças porque, conforme confessou mais tarde, não lutava por si, mas pelos que o esperavam: “O que fiz, palavra que nenhum bicho, só um homem era capaz de fazer”, dizia ele com justificado orgulho.

É graças a homens assim que este mundo não é apenas “um caos de trevas e horrores”. Hitler, por exemplo, planejou um mundo bem pior e quase chegou a pô-lo em prática. Há, sim, muita tristeza por todo canto. Muitos morrem nas guerras, outros morrem numa luta igualmente triste, que é a necessidade de matar a fome todos os dias, sem ter com que fazê-lo. Homens que vagam pela cidade durante o dia e dormem à noite em camas de jornais. Crianças abandonadas, velhos sob as marquises. Os bêbados nos botequins, os presos nas suas celas, os loucos nos hospícios, para onde foram mandados pelo crime de ver distorcido um mundo que, mesmo sem a ajuda da loucura, já é bastante torto.

Mas resta a esperança. O otimismo ingênuo é até ridículo nestes tempos de sombras e trovoadas, em que o inimigo é invisível e implacável. Descrer de tudo, porém, negar a luz da vela porque tudo o mais está apagado, seria o maior dos equívocos. A desesperança sim tornaria a vida “um caos de trevas e horrores." A luz da vela, talvez por ser tão fraca, sobreviverá aos ventos e tempestades, se as enormes centrais elétricas e nucleares desabarem. O cavalo de Átila queimou a grama por onde passou, mas a grama, teimosa, voltou a nascer naquele chão estorricado.

 Olhando para trás, vemos que o mundo nunca foi melhor nem pior, foi sempre o mesmo, porque habitado pelo mesmo homem. Mas sempre houve alguns que mantiveram a fé na humanidade e no futuro e por causa disso rezaram, escreveram, morreram. Lutaram, enfim, para deixar o mundo melhor do que o haviam encontrado. Foram poucos, talvez, mas um grão de trigo bem plantado pode desencadear uma energia que mil plantações de joio não chegam a ter.

Como hoje é um dia de muitas citações, retorno a Voltaire:

“Todas as grandezas do mundo não valem um bom amigo”.

“O mais competente não discute, domina sua ciência e cala-se”.

“O trabalho poupa-nos de três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade”.

“´É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente”.

“Todo homem é culpado do bem que não fez”.

E para finalizar, esta, do escritor norte-americano Richard Bach: “Eis aqui um teste para verificar se a sua missão na terra foi cumprida: se você está vivo, não foi”.

 (E não deixem de ler “Terra dos Homens).

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Ainda sobre a hidroxicloroquina

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Em função de críticas recebidas, ao médico e jornalista que sou, sobre o artigo que publiquei aqui na quarta-feira passada, 20, intitulado “A polêmica sobre usar ou não a cloroquina”, transcrevo abaixo o artigo escrito pelo médico Alfredo Guarischi (membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro – Cremerj; colaborador do Proqualis-ICICT-Fiocruz-MS; organizador do Congresso Safety e do Gerhus), conceituadíssimo na cidade do Rio de Janeiro.

Em função de críticas recebidas, ao médico e jornalista que sou, sobre o artigo que publiquei aqui na quarta-feira passada, 20, intitulado “A polêmica sobre usar ou não a cloroquina”, transcrevo abaixo o artigo escrito pelo médico Alfredo Guarischi (membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro – Cremerj; colaborador do Proqualis-ICICT-Fiocruz-MS; organizador do Congresso Safety e do Gerhus), conceituadíssimo na cidade do Rio de Janeiro. Publicado em (https://cbc.org.br/o-que-nao-foi-publicado-na-the-lancet/) veio em boa hora por causa da referência feita à revista The Lancet, esta semana no jornal da Rede Record.

O que não foi publicado na The Lancet

A cloroquina (CQ) foi sintetizada em 1934, e a hidroxicloroquina (HCQ), em 1950, medicamentos empregados por décadas para tratar malária, lúpus e artrite reumatoide. Seu uso em outras patologias ainda desperta debates acadêmicos nem sempre saudáveis.

Em 22 de maio, Mehra e colaboradores publicaram na revista The Lancet um estudo com mais de 98 mil pacientes com Covid-19 hospitalizados. O desfecho clinico de 96.032 pacientes foi analisado.

Sua conclusão principal foi que os 14 mil pacientes tratados com HCQ ou CQ, quando usadas isoladamente ou associadas a um antibiótico macrolídeo (Azitromicina), redundou na diminuição da sobrevida hospitalar, aumento de arritmias cardíacas, tempo de internação no CTI e uso de ventilador mecânico. O grupo controle, não randomizado, foi de 81mil pacientes que não receberam o tratamento experimental.

Ora bolas, diante de uma conclusão tão enfática, por que comentar o artigo que foi manchete até da grande imprensa, que chegou a publicar que é hora de deixar essas drogas descansarem? Respondo: porque faltaram importantes informações no artigo.

Um grupo de 852 pacientes, por terem feito uso da medicação experimental por mais de 48 horas antes da admissão hospitalar, não teve o desfecho de seu quadro analisado. Esse grupo representou 38% do total dos pacientes excluídos. Se estivessem na análise, aumentaria em 17% o número total de pacientes tratados experimentalmente. Será que o uso por um tempo maior antes da internação teria impacto no desfecho clínico? Por que não publicaram, até em separado, o resultado desse grupo?

No dia seguinte da publicação on-line, escrevi um e-mail para o autor principal, dr. Mehra, solicitando sua ajuda para entender melhor o artigo. Em menos de duas horas, recebi sua resposta: “Ótimas perguntas, mas difíceis de responder, pois esse banco de dados é principalmente relacionado a hospitalização. Desejo-lhe tudo de bom”. Essa observação mostra seu respeito às dúvidas científicas e como está no artigo publicado, os autores reconhecem a necessidade de “confirmação urgente dos ensaios clínicos randomizados”.

Está correto. Sua publicação tem falhas metodológicas, apesar do uso de diversas ferramentas estatísticas para mitigar os problemas relacionados a estudos retrospectivos. Não sabemos a real diferença e qualidade do tratamento médico empregado nos 617 hospitais escolhidos, em seis diferentes continentes, assim como a uniformidade da coleta dos dados. Dados clínicos obtidos de prontuários eletrônicos e com codificações distintas sofrem distorções, mesmo com a utilização de sofisticados filtros estatísticos.

Outro ponto preocupante é que a dose das drogas experimentais (para essa nova doença) utilizada não foi uniforme, e, em média, foi 50% maior do que a utilizada no tratamento das doenças para as quais já estão cientificamente aprovadas.

The Lancet, fundada em 1823, faz parte do seleto grupo de revistas médicas nas quais somente artigos revistos e aprovados por um corpo editorial de especialistas são publicados. Apesar disso tudo erram.

A revista inglesa, referência mundial, demorou 12 anos para reconhecer como fraudulento o estudo publicado que ligava a vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) com o aparecimento do autismo. Somente em fevereiro de 2010 afirmou que “agora está claro que vários elementos do artigo publicado em 1998 eram incorretos”. Mas o desastre contra a ciência já estava feito. O movimento mundial antivacina cresceu, resultando no ressurgimento de doenças.

Há muitas questões em relação ao tratamento na fase inicial dessa nova e ainda desconhecida doença, que só serão respondidas com estudos científicos. Não sabemos qual o real impacto de medicamentos administrados em sua fase inicial, como o do uso de antivirais caríssimos, que já permitiram lucros enormes aos detentores de suas patentes nas bolsas de valores, ou de fármacos antigos e baratos (HCQ e alguns vermífugos).

Apesar da qualidade profissional dos seus autores e da The Lancet, esse artigo é mais um que deva ser interpretado com ressalvas. Pode estar correto, mas os dados publicados não corroboram a conclusão.

Seria interessante saber como os dados de todos os 96.032 pacientes, hospitalizados no período de 20 de dezembro de 2019 até 14 de abril de 2020, puderam ser revistos e aprovados pelo corpo editorial de especialistas externos e serem publicados em 22 de maio de 2020.

A ciência precisa de metodologia para não falhar; os pesquisadores e as revistas médicas não deveriam ter pressa. Com isso o lucro social seria maior.

 

Foto da galeria
Cuidados para evitar a gripe publicados na imprensa há pouco mais de um século
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O servo inconstante

quarta-feira, 27 de maio de 2020

À frente de todos os presentes, o mestre narrou com simplicidade:

— Certo homem encontrou a luz da revelação divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os anjos do céu.

Tanto suplicou essa bênção ao pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.

À frente de todos os presentes, o mestre narrou com simplicidade:

— Certo homem encontrou a luz da revelação divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os anjos do céu.

Tanto suplicou essa bênção ao pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.

Por intermédio de vários amigos, orientados pelo poder divino, o candidato, que demonstrava acentuada tendência pela escultura, foi conduzido a colaborar com antigo mestre, em mármore valioso. No entanto, a breve tempo, demitiu-se, alegando a impossibilidade de submeter-se a um homem ríspido e intratável; transferiu-se, desse modo, para uma oficina consagrada à confecção de utilidades de madeira, sob as diretrizes de velho escultor. Abandonou-o também, sem delongas, asseverando que lhe não era possível suportá-lo.

Em seguida, empregou-se sob as determinações de conhecido operário especializado em construção de colunas em estilo grego. Não tardou, entretanto, a deixá-lo, declarando não lhe tolerar as exigências. Logo após, entregou-se ao trabalho, sob as ordens de experimentado escultor de ornamentações em arcos festivos, mas, finda uma semana, fugiu aos compromissos assumidos, afirmando haver encontrado um chefe por demais violento e irritadiço. Depois, colocou-se sob a orientação de um fabricante de arcas preciosas, de quem se afastou, em poucos dias, a pretexto de se tratar de criatura desalmada e cruel.

E, assim, de tarefa em tarefa, de oficina em oficina, o aspirante ao céu dizia, invariavelmente, que lhe não era possível incorporar as próprias energias à experiência terrestre, por encontrar, em toda parte, o erro, a maldade e a perseguição nos que o dirigiam, até que a morte veio buscá-lo à presença dos anjos do Senhor.

Com surpresa, porém, não os encontrou tão sorridentes quanto aguardava. Um deles avançou, triste, e indagou:

 — Amigo, por que não te preparaste ante os imperativos do céu?

O interpelado que identificava a própria inferioridade, nas sombras em que se envolvia, clamou em pranto que só havia encontrado exigência e dureza nos condutores da luta humana.

 O mensageiro, no entanto, observou, com amargura:

 — O Pai chamou-te a servir em teu próprio proveito e, não, a julgar. Cada homem dará conta de si mesmo a Deus. Ninguém escapará à justiça divina que se pronuncia no momento preciso. Como pudeste esquecer tão simples verdade, dentro da vida? O malho bate a bigorna, o ferreiro conduz o malho, o comerciante examina a obra do ferreiro, o povo dá opinião sobre o negociante, e o Senhor, no conjunto, analisa e julga a todos. Se fugiste a pequenos serviços do mundo, sob a alegação de que os outros eram incapazes e indignos da direção, como poderás entender o ministério celestial?

E o trabalhador inconstante passou às consequências de sua queda impensada.

Jesus fez uma pausa e concluiu:

— Quem estiver sob o domínio de pessoas enérgicas e endurecidas na disciplina, excelentes resultados conseguirá recolher se souber e puder aproveitar-lhes a aspereza, inspirando-se na madeira bruta ao contacto da plaina benfeitora. Abençoada seja a mão que educa e corrige, mas bem-aventurado seja aquele que se deixa aperfeiçoar ao seu toque de renovação e aprimoramento, porque os mestres do mundo sempre reclamam a lição de outros mestres, mas a obra do bem, quando realizada para todos, permanece eternamente.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

 

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Injustiça

terça-feira, 26 de maio de 2020

Para pensar:
"Muitas pessoas são dotadas de razão, muito poucas de bom senso.”
Gustave Le Bon

Para refletir:
“Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe deparam.”
Francis Bacon

Injustiça

Para pensar:
"Muitas pessoas são dotadas de razão, muito poucas de bom senso.”
Gustave Le Bon

Para refletir:
“Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe deparam.”
Francis Bacon

Injustiça

Após a publicação, na edição do último fim de semana, das 32 propostas reunidas por vereadores a partir do diálogo com profissionais liberais e empreendedores do município, o colunista começou a ver e receber diversas manifestações bastante depreciativas em relação aos parlamentares citados.

Tais manifestações defendem a intensificação do isolamento, e a coluna entende que dar espaço a todas as vozes enriquece o debate e isso é o que mais precisamos.

Todavia, muitas injustiças também têm sido cometidas, e é importante falar sobre elas.

Precisão

Desde o início da crise provocada pela Covid-19 a coluna tem mantido o entendimento de que o melhor caminho para atravessar tempos tão difíceis é estabelecendo diálogo franco e constante entre as partes, a fim de que, com base em dados confiáveis e atualizados, autoridades em saúde pública possam indicar (ou reajustar) os limites daquilo que pode (ou não pode) ser feito em favor da economia.

Se possível, analisando caso a caso, para que todas as possibilidades de trabalho que não agreguem riscos sejam devidamente aproveitadas, sob condições controladas.

Bem entendido

Ninguém aqui está defendendo flexibilização ou intensificação de quarentena, inclusive porque essa é uma avaliação que cabe a especialistas em questões sanitárias.

O que a coluna defende - e pode assegurar que com os vereadores se passou o mesmo, com a isenção de quem os critica com frequência - é que se estabeleça o diálogo maduro, em busca da maior eficiência das ações.

Em resumo: que os profissionais da saúde avaliem propostas possíveis e indiquem o que pode ou não pode ser feito, e sob quais condições.

Sem maldade

Evidentemente é possível discordar e apresentar visões diferentes, com embasamento e respeito.

Mas é justo e verdadeiro reconhecer que nem a coluna nem os vereadores se posicionaram de maneira leviana ou contrária aos interesses da saúde pública, diferentemente do que algumas vozes se apressaram a acusar.

Concorde-se ou não com as propostas, o fato é que ninguém agiu de maneira mal-intencionada.

Isso simplesmente não é verdade.

Aspas

A postura dos vereadores fica muito clara quando se observam alguns trechos do documento, posteriores à lista de propostas.

“A despeito da demandada abertura, se controlada e gradativa, da atividade econômica, deve-se priorizar a vida e a saúde das pessoas, o que paralelamente também exige adequada estrutura de atendimento pelo Poder Executivo, sobretudo mediante os multimilionários repasses da União e do Estado ao município para o urgentíssimo processo de implemento de progressivos incrementos às ações de saúde no combate ao vírus pandêmico – com testes, ampliação de leitos clínicos e CTI devidamente equipados com respiradores, equipamentos de proteção individual nas condições de segurança, medicamentos, com destaque para os específicos no combate à Covid-19, como vitamina C, materiais médico-hospitalares, demais elementos e barreiras sanitárias, à luz das recomendações emanadas pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público.”

Segue

“Ademais, além do fortalecimento das ações já tomadas (...), o município (...) deverá apresentar, a princípio, as seguintes ações semanais: divulgação de dados atualizados de estoque dos elementos essenciais ao combate à Covid-19; apresentação atualizada de cronograma concernente às medidas tomadas, inclusive em relação aos processos administrativos de aquisições de elementos e de contratação de prestadores de serviços, com respectivos números, no enfrentamento à Covid-19. Dessa forma, o cumprimento das diretrizes desse documento é de suma importância para se determinar efetiva flexibilização. Afinal, além de se levar em conta a problemática que envolve a subnotificação de casos, há que se considerar um possível aumento de contaminações contabilizadas, sobretudo se não houver essencial envolvimento da população na prevenção e a fiscalização for ineficiente. Se isso ocorrer, já deverá estar desenvolvido pelo município um prévio plano de contingência, com equipe técnica, para dar suporte aos cidadãos.”

Signatários (1)

A coluna havia citado os vereadores Professor Pierre (relator), Zezinho do Caminhão (colaborador), Johnny Maycon e Isaque Demani (apoiadores).

Além deles, cabe enfatizar que o presidente do Legislativo, vereador Alexandre Cruz, tem se esforçado por realizar diversas reuniões e abrir canais de diálogo e trocas de informação entre todas as partes afetadas pela pandemia.

Signatários (2)

Igualmente importante observar que vários vereadores agregaram medidas preventivas e de apoio à saúde antes de assinarem o documento.

Entre esses a coluna pode destacar, por exemplo, o vereador Wellington Moreira, presidente da Comissão de Saúde, e o vereador Dr. Luis Fernando, que é médico, entre outros.

Além de todos os nomes já citados, também assinam o documento os vereadores Marcio Damazio, Jânio, Carlinhos do Kiko, Alcir Fonseca, Luiz Carlos Neves, Nami Nassif, Joelson do Pote, Cascão, Vanderléia e Naim Pedro.

Agente duplo

Antes, no entanto, de elaborar listas de nomes ou compartilhar mensagens rasas e aproveitadoras a esse respeito, o friburguense deve ter noção que tem ao menos um vereador que nos bastidores defende a flexibilização em termos bem menos cuidados do que aqueles vistos no documento entregue ao prefeito, mas diante da população faz discursos em favor do isolamento.

Para quem acompanha nossa política com atenção, é fácil identificar quem tem palavra e quem não tem.

Aliás, é bem possível que o agente duplo seja o primeiro a tentar tirar vantagens da situação.

Divergências

O Fórum Popular e Sindical de Nova Friburgo enviou manifestação conjunta em favor do isolamento, assinada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe); Sindicato dos Professores de Nova Friburgo (Sinpro); Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo; Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro - RJ; Coletivo Negro Lélia Gonzalez – Nova Friburgo; Coletivo Negro Minervino de Oliveira; Sindicato dos Trabalhadores Indústrias Metalúrgicas Mecânicas Materiais Elétricos de Nova Friburgo; Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo; Sindicato dos Hoteleiro e Similares de Nova Friburgo; Sindicato dos Têxteis de Nova Friburgo; Coletivo Estudantil Nós por Nós; Associação de Moradores e Amigos de Lumiar (AMA Lumiar); Rede de Mulheres de Nova Friburgo; Associação de Moradores e Amigos de São Pedro da Serra (Amasps); Tecle Mulher; Coletivo Mulheres da Serra; Coletivo 200 anos para quem?; União da Juventude Comunista de Nova Friburgo; Corrente Sindical Unidade Classista de Nova Friburgo; Sobrado Cultural Rural; Núcleo de Base PT Militante - NF; GT FormAção Lumiar; e a Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh).

Aspas (2)

“O Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo posiciona-se radicalmente contrário a esse movimento da Câmara. Além de se basear em regras frouxas e facilmente contornáveis como o simples uso de máscaras e respeito genérico à distância nos postos de trabalho, as propostas colocam em perigo evidente os grupos de risco que passarão a conviver com pessoas expostas ao vírus diariamente, além de afetar esses trabalhadores e trabalhadoras que, se infectados(as) em larga escala num mesmo espaço de tempo, poderão colapsar o sistema de saúde local, o qual conta apenas com o Hospital Municipal Raul Sertã e nenhum hospital de campanha até agora. Resumindo: correremos risco de vida muito maior se os vereadores levarem adiante esse descalabro.”

Aspas (3)

“Naturalmente, compreendemos que parte da demanda por abertura vem da própria população, assustada com os efeitos econômicos da crise sanitária, mas consideramos que a solução desse problema não passa por medidas que coloquem em perigo a vida da comunidade. Antes de considerar uma irresponsável abertura cujo debate será conduzido sem intervenção popular, requeremos que as autoridades públicas façam uso de sua representatividade e recursos do mandato para organizar o atendimento aos necessitados e pressionar, especialmente o Governo Federal, a cumprir com seu papel obrigatório: liberar definitivamente o auxílio emergencial e os recursos de ajuda às micro, pequenas e médias empresas, de forma a garantir minimamente as demandas mais urgentes de setores sociais fragilizados, muitos dos quais hoje enchem as ruas ou defendem o fim do isolamento por conta de suas necessidades. A superação da crise sanitária e econômica passa, obrigatoriamente, por maior efetividade nas políticas públicas em diversos níveis, e a nulidade do Governo Federal parece não cativar a coragem de muitos vereadores friburguenses que preferem expor o povo e silenciar na luta.”

Aspas (4)

“Reiteramos ainda que em Nova Friburgo, antes de qualquer suposto debate, há situações emergentes, literalmente de vida ou morte, que parecem não constituir prioridade ao poder público: grande quantidade de pessoas passando fome, sem cestas básicas e sem sequer terem ideia de quando serão atendidas; atrasos sequentes e ameaçadores no hospital de campanha há muito prometido; as já mencionadas ruas cheias que não encontram a fiscalização necessária; a taxa de mortalidade elevada, especialmente em meio aos profissionais de saúde que atuam em estrutura sucateada.”

Aspas (5)

“Aos vereadores caberia, antes, convocar uma audiência pública virtual com as representações sociais da cidade, com área técnica e trabalhadores do SUS de Nova Friburgo para que se pense, coletivamente, as alternativas de combate à pandemia.

Consideramos portanto que o poder público tem, de imediato, a responsabilidade de resguardar as vidas humanas e sua dignidade, somando esforços para garantir o isolamento, única medida eficaz, e as próprias condições de subsistência da população nesse período. Assim, e só assim, a pandemia será abreviada e algo perto da ‘normalidade’ poderá ser discutido.”

Respostas

Os amigos Girlan Guilland, Marcelo Machado, Rosemarie Künzel, Gilberto Éboli, Manoel Pinto Faria, Gerson do Táxi, e Gilberto da Banca, estes dois últimos lá da Rua General General Osório, reconheceram corretamente nosso querido Cão Sentado, eternizado em escultura de Felga de Moraes na Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Parabéns a todos!

Foto da galeria
Respostas (Foto: Regina Lo Bianco)
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