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Lumiar e São Pedro da Serra, uma história para contar

quinta-feira, 09 de julho de 2020

Alto do Macaé, região às margens do Rio Macaé. Foi para essa localidade que colonos suíços e alemães se dirigiram abandonando as glebas de terra que lhes haviam sido doadas pelo rei Dom João VI, na fundação da colônia no município de Nova Friburgo. Como as glebas recebidas por esses colonos eram impróprias para a agricultura foram autorizados pelo diretor da colônia a tomarem posse de terras em outras regiões.

Alto do Macaé, região às margens do Rio Macaé. Foi para essa localidade que colonos suíços e alemães se dirigiram abandonando as glebas de terra que lhes haviam sido doadas pelo rei Dom João VI, na fundação da colônia no município de Nova Friburgo. Como as glebas recebidas por esses colonos eram impróprias para a agricultura foram autorizados pelo diretor da colônia a tomarem posse de terras em outras regiões.

Na realidade, a permissão para deixarem o distrito colonial partiu de Dom Pedro I, na tentativa de revitalizar o projeto de seu pai Dom João VI, que autorizou a vinda de colonos suíços para o Brasil. Já estava instalado nessa região do Alto Macaé desde o ano 1823, o francês Felipe de Roure. Adquiriu uma fazenda que denominou de Lumiar, nome de uma vila próxima de Lisboa onde nasceu a sua esposa Michaella d'Abreu. Por ser a principal fazenda da região deu nome ao distrito de Nova Friburgo.

Essa região tem uma importância política de tal ordem que em outubro de 1889, bem próximo a proclamação da República, recebe o predicado de segundo distrito com o nome de Lumiar. Já São Pedro da Serra recebe esse nome em homenagem a Dom Pedro I que havia autorizado à posse de terras devolutas na região.

No final do século 19, o segundo distrito possuía diversas bandas de música como a Sociedade Musical Euterpe Lumiarense, Sociedade Musical Quinze de Novembro e a Banda de Senhoras, formada quase exclusivamente por mulheres descendentes de famílias suíças. Em 28 de novembro de 1893, o coronel Carlos Maria Marchon, chamado pela imprensa de “Mandão de aldeia” doa um terreno de sua propriedade para ser erguida uma capela cujo orago seria São Sebastião. Essa capela era inicialmente de pau-a-pique, um tipo de construção muito comum no Brasil. Uma nova capela foi edificada no mesmo terreno e a obra concluída no ano de 1901, graças ao empenho de toda a comunidade da Paróquia de São Sebastião de Lumiar.

Uma igreja foi construída bem próxima na década de 1980, mas manteve-se a antiga capela em suas instalações. Já na igreja de São Pedro da Serra, existe na fachada a referência de que é o mais antigo templo de Nova Friburgo. A capela era coberta de tabuinhas no estilo suíço tendo sido inaugurada em 22 de janeiro de 1865. Na realidade, a capela mais antiga é a de São João Batista, na sede da vila. Seu templo era inicialmente em um dos cômodos na casa de vivenda da Fazenda do Morro Queimado. Era onde ocorriam os cultos religiosos.

Nas terras do Alto Macaé foi para onde se dirigiram os colonos suíços Ouverney. A família possui uma particularidade. Durante décadas foram realizados casamentos somente entre primos. Era comum essa prática no passado, mas os Ouverney foram os que mantiveram essa tradição de casamentos dentro de seu núcleo familiar até há alguns anos. Além de café que se plantava tanto em Lumiar quanto em São Pedro essa localidade era conhecida como Inhames, em razão das inúmeras plantações desse legume na região.

O Rio Macaé propicia o surgimento de muitas cachoeiras em razão de seus declives. No passado, essa queda favorecia a instalação de moinhos e monjolos auxiliando os produtores rurais em suas roças. Nos dias atuais é explorado para a prática do esporte de canoagem. São Pedro da Serra, que dista apenas cinco quilômetros de Lumiar, se emancipa desse distrito. Além do centro é composto dos povoados de Benfica, Sibéria, Bocaina dos Blaudts, Bocaina dos Mafort, Tapera, Vargem Alta, Colonial 61, Ribeirão do Capitão e Cachoeira. Uma das festas mais tradicionais no mês de julho é a festa da Vila Mozer onde são feitas deliciosas broas de milho com legumes crus, uma tradição muito antiga na localidade. Os Mozer são igualmente descendentes de colonos suíços.

Já o distrito de Lumiar possui as localidades de Rio Bonito, Cabeceiras de Rio Bonito, Galdinópolis, Macaé de Cima, Santiago de Lumiar, Ribeirão das Voltas, Boa Esperança, Toca da Onça e o centro. A atividade agrícola tanto de Lumiar como de São Pedro da Serra nos dias de hoje está bastante reduzida e restrita em razão da região ser Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima. Em contrapartida, muitos de seus moradores usufruem da vocação turística desses dois distritos que possuem uma imensa população flutuante nos fins de semana e durante o verão. A gastronomia, o artesanato e a prestação de serviços são fontes de renda para inúmeros moradores locais.

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    O francês Felipe de Roure adquiriu uma fazenda que denominou de Lumiar

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    O monjolo ainda é utilizado na Vila Mozer (Foto: Acervo pessoal)

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    Para o Alto Macaé se dirigiram os suíços Ouverney (Foto: Acervo pessoal)

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O papel da fé na diminuição da ansiedade

quinta-feira, 09 de julho de 2020

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

A médica pesquisadora Marilyn Baetz, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, declarou: "Quanto maior a frequência ao culto, menores as chances de depressão, distúrbios de pânico e mania". Can J Psychiatry 51: 654-61. A importância da religião foi um preditor de melhora no transtorno do pânico após um ano. Com o tempo, a melhoria observada para a prática da religião foi muito importante. (Bowen, R. et ai., 2006).

Em uma revisão sistemática de 850 estudos científicos, a maioria deles bem conduzidos concluiu que níveis mais altos de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem-estar psicológico, satisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e menos depressão, pensamentos e comportamentos suicidas, abuso de drogas e álcool. (Moreira-Almeida, A., Neto, F., Koenig, HG, 2006. Religiosidade e saúde mental: uma revisão. Rev Bras Psiquiatr.28: 242-50.).

A fé pode desempenhar um papel benéfico na cura de dores e conflitos emocionais. Se você lê inglês, veja o artigo “Cura e fé” no site da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos em www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. Várias intervenções espirituais ajudam a resolver a ansiedade e a criar confiança. Isso inclui o uso diário dos dois primeiros passos dos Alcoólicos Anônimos (AA) e o pensamento: "Não tenho poder sobre minhas ansiedades, desconfiança, raiva ou minha tendência a controlar e quero entregá-las a Deus".

Além disso, uma meditação diária sobre Deus como protetor pode diminuir a ansiedade na juventude. Os dois primeiros dos 12 passos dos AA são: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool [ou outro problema em sua vida] – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas. Viemos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.”

Nas famílias com forte fé, os pais que são espirituais também relatam sobre o benefício de orar com crianças ansiosas na hora de dormir, ensinando-as a entregar todos os seus medos ao Deus Criador. Além disso, eles treinam seus filhos a terem uma atitude mental de confiança em Deus quando os seus medos, ansiedade ou insegurança surgem.

A psicologia positiva (Martin Seligman) ou o papel das virtudes como esperança, gratidão, bondade, perdão, no tratamento de distúrbios da infância é uma área mais nova no campo da saúde mental. No entanto, o crescimento das virtudes tem sido visto historicamente na civilização ocidental como sendo essencial para o desenvolvimento de uma personalidade saudável.

Os jovens com transtornos de ansiedade precisam ser protegidos da raiva excessiva que prejudica a confiança, e protegidos também de críticas ou abusos injustificados que prejudicam o desenvolvimento da confiança nos dons e habilidades de alguém. A paternidade responsável envolve a compreensão das necessidades dos filhos para praticarem um relacionamento de apego próximo, consolador e seguro com o pai e a mãe, irmãos e colegas.

Os jovens precisam aprender como se recuperar de dores emocionais e trabalhar para crescer em confiança com aqueles que são, de fato, dignos de confiança. Eles também precisam aprender a perdoar aqueles que prejudicaram sua confiança, para que não se tornem prisioneiros emocionais de seu passado. 

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Dignidade

quarta-feira, 08 de julho de 2020

Para pensar:
"Armamentista arranja tiroteio como hipocondríaco arranja doença. Quem procura sempre acha."
Alexandre Campos

Para refletir:
“Busque respeito, não atenção. Ele dura mais.”
Ziad Abdelnour

Dignidade

A coluna sempre se alegra quando tem oportunidade de fazer elogios à administração municipal, e hoje é uma dessas ocasiões.

Para pensar:
"Armamentista arranja tiroteio como hipocondríaco arranja doença. Quem procura sempre acha."
Alexandre Campos

Para refletir:
“Busque respeito, não atenção. Ele dura mais.”
Ziad Abdelnour

Dignidade

A coluna sempre se alegra quando tem oportunidade de fazer elogios à administração municipal, e hoje é uma dessas ocasiões.

Dias atrás a prefeitura concedeu o título de posse a 44 famílias que há muitos anos viviam de maneira precária num conjunto habitacional na Granja Spinelli originalmente destinado às vítimas das chuvas de 2007.

De acordo com o governo, a ação é o desfecho de uma longa negociação junto à Caixa Econômica Federal que permitiu a regularização fundiária das casas populares no bairro.

Finalmente

A prefeitura lembra ainda que, “além da posse legal, a regularização fundiária permitirá que os moradores, que vivem em condições de alta vulnerabilidade socioeconômica, passem a ter direito a benefícios como saneamento básico e aos serviços de água e energia elétrica. Detalhes técnicos quanto a metragem das unidades e frações ideais também foram anexados à documentação”.

A coluna acompanha há muitos anos o drama desta comunidade, e fica muito satisfeita por finalmente ter oportunidade de publicar tais informações.

Para perder a fé

A forma inconsequente como tanta gente tem se comportado após o início da flexibilização, aqui ou em alguns municípios próximos a nós, tem representado um duro desafio à conservação da fé na capacidade coletiva de se comportar de maneira sensata, sustentável e altruísta.

É surpreendente (e desanimador) observar que ainda precisamos de leis e fiscalização para assegurar comportamentos óbvios, contra os quais restam apenas posturas negacionistas e alienadas.

Vendo tudo isso, fica fácil entender a quem tantos de nossos políticos representam.

Adolescência

Desdém em relação ao uso de máscaras e a protocolos básicos, ironias maldosas para com quem entende que proteger pessoas queridas passa por proteger a si mesmo, e a mais absoluta falta de respeito e gratidão para com profissionais expostos a riscos, ou diretamente atingidos economicamente pelas medidas de isolamento.

É triste constatar que a pandemia irá passar, mas tudo o que ela revelou a respeito de nós mesmos ainda há de nos assombrar por muitos e muitos anos.

Para recuperar a fé

Felizmente, contudo, ainda há muita gente boa em ação, e é preciso lhes dar atenção.

Paralelamente às correntes de solidariedade, a integração entre a comunidade científica e as necessidades da sociedade têm estabelecido pontes que, se mantidas para o futuro, podem resultar em grandes benefícios para ambos os lados.

Mais detalhes

Dias atrás, por exemplo, a coluna registrou que um projeto de parceria entre os campi friburguenses de UFF e Uerj voltado a produzir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e odonto-médico-hospitalares no enfrentamento da Covid-19 teve proposta aprovada em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Agora temos mais alguns detalhes a esse respeito.

Aplicação

Com a liberação dos recursos, a iniciativa prevê a construção de um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação voltado à indústria têxtil de Nova Friburgo.

De acordo com os responsáveis, a rede de parceiros envolvidos no projeto deve expandir a produção de face shields, instalar um laboratório para qualificação de EPIs, aprimorar respiradores e ainda desenvolver ferramenta computacional de análise big data de dados imunológicos no tratamento da Covid-19, para conhecer melhor como o vírus interage com a célula hospedeira.

Parceria

O projeto é fruto de parceria entre o Instituto de Saúde Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense (ISNF/UFF) e o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj), com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Rio Grande (UFRG).

Ao todo, estão envolvidos 23 profissionais das mais diversas áreas do conhecimento.

Aspas

Segundo Ivan Napoleão Bastos, professor do IPRJ/Uerj e coordenador do comitê gestor, o projeto deve contribuir para sanar carências do Estado durante a pandemia.

“O orçamento é de R$ 1.362.046,76 e tem prazo de execução de 24 meses. Depois que a Faperj liberar os recursos, essa rede poderá oferecer à indústria têxtil do município a qualificação tecnológica para a produção de EPIs, como máscaras, toucas, capotes e macacões, além da expansão de produção de face shield, a instalação de laboratórios, a criação de respiradores e de ferramentas computacionais para enfrentar a Covid-19”.

Enfrentamento

Ivan esclarece ainda que todos os face shields produzidos serão destinados aos profissionais ligados diretamente ao enfrentamento da Covid-19, de maneira inteiramente gratuita.

“A produção de EPIs – em articulação com a indústria de moda e metal-mecânica e parceria com o Senai, Stam, Hak, Suspiro Íntimo e Persona 3D – tem o objetivo de expandir o projeto Face Shield NF, que já produziu quase 40 mil unidades que foram distribuídas gratuitamente a profissionais de saúde”, explica o professor.

Respiradores

Com relação aos respiradores, Bastos ressalta que o projeto deve baratear o custo de produção.

“Os ventiladores disponíveis no mercado são, em geral, muito caros e necessitam de um ambiente hospitalar para a sua operação. Nosso projeto prevê o desenvolvimento de equipamentos de baixo custo, de fácil operação e de grande confiabilidade, para o atendimento de pacientes com dificuldades respiratórias acometidos pela Covid-19”, afirma.

Sob todos os aspectos, portanto, são notícias excelentes que sublinham a importância da presença acadêmica que temos em nossa cidade.

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A praga dos gafanhotos

quarta-feira, 08 de julho de 2020

No meio daquela multidão em disparada, gafanhotos e gafanhotas conseguem se entender

No meio daquela multidão em disparada, gafanhotos e gafanhotas conseguem se entender

Segundo lemos no livro do Êxodo, o faraó Ramsés II era um sujeito cabeça dura, e a teimosia dele, recusando-se a libertar os judeus, obrigou o Senhor a despejar dez pragas sobre o Egito. Uma das desgraças que desabaram sobre os egípcios foi a nuvem de gafanhotos. Esses bichinhos andam --- ou melhor, voam --- sempre em estado de fome desesperada, de tal modo que podem acabar com uma lavoura enquanto o diabo pisca o olho. E, como sabem os que já estiveram na presença do Dito Cujo, ele, quando pisca o olho, é apenas por um triz, que o diabo não pode perder tempo e permitir que um pecador lhe escape.

Pois o Brasil, que não tem nenhuma culpa pela ranzinzice de nenhum faraó, nem dos de lá nem dos de cá, se viu ameaçado por um bando que, calculam as autoridades, reunia cerca de vinte milhões de esfomeados, zunindo como uma flecha em direção à Pátria Amada. Depois de passar pelo Uruguai e pelo Paraguai, estavam pastando na Argentina. No entanto, essa tríplice visita não foi suficiente para matar a fome da bicharada, ou talvez eles pretendessem vir ao Brasil apenas para saborear sobremesa, o que significaria devorar todas as lavouras que encontrassem pelo caminho.

Um aspecto intrigante do assunto é que os gafanhotos têm vida média de três meses, ou seja, vão morrendo aos montões durante a viagem. E como a população não diminui? perguntará o leitor mais atento. Eis a explicação a que cheguei quando me fiz a mesma pergunta: eles se reproduzem em pleno voo. O que justifica outro espanto do leitor: como é que pode?  Sem ser especialista em gafanhotos, concluo que eles voam transando e transam voando. Por incrível que pareça, no meio daquela multidão em disparada, gafanhotos e gafanhotas conseguem se entender e gerar os herdeiros de sua fome milenar. Dada a velocidade com que viajam, essa deve ser a rapidinha mais rápida de todas.

Verdade que, para os cientistas, as dez pragas narradas na Bíblia têm explicações nada miraculosas. Erupções de vulcões, aquecimento climático, seca e a presença do homem, o mais devorador de todos os bichos, causaram um desequilíbrio ecológico que explicaria o que o povo de então considerou um castigo dos céus.

Qualquer que tenha sido a causa, o certo é que o Egito passou naquela época por um grande aperto, uma verdadeira praga. Mas também o Brasil tem sofrido pragas terríveis, e algumas delas até chegam aos mais altos cargos da República. Nossos gafanhotos só devoram cédulas, preferencialmente das verdinhas. Comem também a moeda nacional, mas logo conseguem plantá-las no terreno fértil de bancos estrangeiros e de paraísos fiscais e depois colhem dólares à mancheia.

Gafanhoto por gafanhoto, talvez os nossos sejam mais vorazes do que seus antepassados bíblicos.

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Friburgo dá início à flexibilização

quarta-feira, 08 de julho de 2020

Que a população já não aguentava mais ficar em casa não é novidade para ninguém; que os três meses com comércio, restaurantes, outros estabelecimentos não essenciais e indústrias fechadas, restrição nos horários dos ônibus municipais e suspensão dos interestaduais representaram um baque na economia do município, ninguém tem dúvidas.

Que a população já não aguentava mais ficar em casa não é novidade para ninguém; que os três meses com comércio, restaurantes, outros estabelecimentos não essenciais e indústrias fechadas, restrição nos horários dos ônibus municipais e suspensão dos interestaduais representaram um baque na economia do município, ninguém tem dúvidas. A taxa de desemprego aumentou e os casos de fechamento de lojas, renegociação nos contratos de aluguéis e inadimplência de muitos foi mais um adicional nesse caos que transtornou a nossa vida desde fevereiro desse ano, com a chegada da gripe chinesa.  Sem falar nos estudantes de todos os níveis cujo ano letivo ficou comprometido e, apesar das aulas via internet, as autoridades responsáveis pelo ensino não sabem como reorganizar a vida dos alunos. A coisa ficou tão séria que os psiquiatras e psicólogos não têm espaço nas suas agendas.

Mas, desde a última sexta feira, 3, o prefeito de Nova Friburgo conseguiu, por via judicial, iniciar a flexibilização gradual da economia, com a reabertura dos serviços considerados não essenciais e a retomada gradativa das atividades normais da cidade. Isso vai obedecer a uma escala de cores relativas à ocupação dos leitos de UTI, dos quatro hospitais (Raul Sertã, Unimed, São Lucas e Serrano) que compõem a rede de saúde do município. Assim bandeira vermelha significa a taxa média de ocupação acima de 70% dos leitos de UTI disponíveis; laranja, entre 60% e 70%; amarela, entre 50% e 59% e verde, taxa abaixo de 50%.

De acordo com as informações de Leonardo Braz Penna, secretário municipal de Governo, Friburgo está hoje, 8, na bandeira amarela e essa cor vai nortear a vida da cidade até a próxima sexta feira, 10.  Nessa data será feita uma reavaliação e estabelecidas novas normas com validade a partir da próxima segunda-feira, 13. O decreto diz que, caso o município entre na bandeira vermelha de novo, apenas as atividades essenciais estarão autorizadas a funcionar.

O comércio e prestadores de serviços em geral já funcionam desde a última sexta-feira, 3, obedecendo a seguinte escala: bandeira laranja – funcionamento das 12h às 18h, de segunda a sexta-feira, com o acesso dos clientes de forma controlada e com o atendimento na proporção de um cliente para cada funcionário, observando as medidas sanitárias (uso de máscara, disponibilização de álcool em gel nos estabelecimentos além do distanciamento de um metro e meio entre os clientes). Na bandeira amarela – das 12h às 18h, de segunda a sábado, com o acesso dos clientes de forma controlada e com o atendimento na proporção de um cliente para cada funcionário, observando as medidas sanitárias. Na bandeira verde - funcionamento pleno, observadas as regras sanitárias vigentes.

Já as atividades de restaurantes, bares, lanchonetes e congêneres também estão autorizadas a funcionar na bandeira laranja, com até 50% da capacidade máxima de ocupação com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as mesas. Na bandeira amarela, a capacidade máxima autorizada sobe para 70%. Já na bandeira verde, os estabelecimentos podem funcionar com 100% da capacidade, observando as medidas sanitárias.

Estão incluídos no novo decreto estacionamentos e estabelecimentos especializados na lavagem de veículos assim como barbearias, salões de beleza, estética e congêneres, os quais deverão, obrigatoriamente, prestar serviço na forma de agendamento, sendo vedada a espera de clientes no interior do estabelecimento. Com relação aos shoppings o funcionamento foi retomado na última segunda-feira, 6, das 12h às 20h, mas os frequentadores só podem ter acesso às lojas e à praça de alimentação quando o município estiver com as bandeiras amarela ou verde. Já as indústrias respeitarão o seguinte organograma: bandeira vermelha, funcionamento com até 50% da mão de obra, no caso da laranja até 65%; na amarela pode chegar a 80% e na verde capacidade plena.

É importante frisar que o uso de máscaras é obrigatório e que as normas de distanciamento deverão ser mantidas, assim como as medidas de higienização com a presença de álcool em gel em todos os estabelecimentos. Nos bares e restaurantes o não uso da máscara só será permitido quando o cliente estiver comendo ou bebendo (se existisse uma máscara com fecho éclair na altura da boca seria bem vinda).

É preciso que nós todos tenhamos consciência de que a vida pós-flexibilização não será a mesma de antes do início da pandemia, pois o respeito às normas estabelecidas será fundamental para que tudo se normalize. Eventos com grande frequência de público como shows, desfiles de modas ou exposições levarão, ainda, algum tempo para serem liberados. Naquelas cidades onde a população foi com muita sede ao pote, os níveis de contaminação aumentaram e tiveram de voltar à bandeira vermelha.

Em Friburgo tudo vai depender de nossa adesão e colaboração, portanto, mãos a obra, no entanto, evite sair de casa sem necessidade.

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O santo desiludido

quarta-feira, 08 de julho de 2020

Inclinara-se a palestra, no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz: “Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus. Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito. Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio do mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer.

Inclinara-se a palestra, no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz: “Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus. Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito. Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio do mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer. Fascinado pela alheia consideração, o crente, estagnado na adoração sem trabalho, supunha dever situar toda gente em seu modo de ser, com a respeitável desculpa de conquistar o paraíso.”

Se um homem ativo e de boa-fé lhe trazia à apreciação algum plano de serviço comercial, ponderava, escandalizado: “É um erro. Apague a sede de lucro que lhe ferve nas veias. Isto é ambição criminosa. Venha orar e esquecer a cobiça.”

Se esse ou aquele jovem lhe rogava opinião sobre o casamento, clamava, aflito: “É disparate. A carne está submetendo o seu espírito. Isto é luxúria. Venha orar e consumir o pecado.”

Quando um ou outro companheiro lhe implorava conselho acerca de algum elevado encargo, na administração pública, exclamava, compungido: “É um desastre. Afaste-se da paixão pelo poder. Isto é vaidade e orgulho. Venha orar e vencer os maus pensamentos.”

Surgindo pessoa de bons propósitos, reclamando-lhe a opinião quanto a alguma festa de fraternidade em projeto, objetava, irritadiço: “É uma calamidade. O júbilo do povo é desregramento. Fuja à desordem. Venha orar subtraindo-se à tentação.”

E assim, cada consulente, em vista da imensa autoridade que o santo desfrutava, se entristecia de maneira irremediável e passava a partilhar-lhe os ócios na soledade, em absoluta paralisia da alma.

O tempo, todavia, que todo transforma, trouxe ao preguiçoso adorador a morte do corpo físico. Todos os seguidores dele o julgaram arrebatado ao céu e ele mesmo acreditou que, do sepulcro, seguiria direto ao paraíso. Com inexcedível assombro, porém, foi conduzido por forças das trevas a um terrível purgatório de assassinos. Em pranto desesperado indagou, à vista de semelhante e inesperada aflição, dos motivos que lhe haviam sitiado o espírito em tão pavoroso e infernal torvelinho, sendo esclarecido que, se não fora homicida vulgar na Terra, era ali identificado como matador da coragem e da esperança em centenas de irmãos em humanidade.

Silenciou Jesus, mas João, muito admirado, considerou: “Mestre, jamais poderia supor que a devoção excessiva conduzisse alguém a infortúnio tão grande!

O Cristo, porém, respondeu, imperturbável: “Plantemos a crença e a confiança entre os homens, entendendo, entretanto, que cada criatura tem o caminho que lhe é próprio. A fé sem obras é uma lâmpada apagada. Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos maiores pecados diante do poderoso e compassivo Senhor.”

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
luminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Educação

terça-feira, 07 de julho de 2020

Para pensar:

“A música exige que primeiro se olhe dentro de si e depois expresse o que é elaborado na partitura e na performance.”

Ennio Morricone

Para refletir:

“No amor como na arte, constância é tudo. Não sei se há amor à primeira vista ou intuição sobrenatural. Eu sei que há persistência, consistência, seriedade, duração.”

Ennio Morricone

Educação

Para pensar:

“A música exige que primeiro se olhe dentro de si e depois expresse o que é elaborado na partitura e na performance.”

Ennio Morricone

Para refletir:

“No amor como na arte, constância é tudo. Não sei se há amor à primeira vista ou intuição sobrenatural. Eu sei que há persistência, consistência, seriedade, duração.”

Ennio Morricone

Educação

Em meio a um volume excepcionalmente grande de notícias, algumas informações importantes acabam ficando para trás, mas nem por isso podem deixar de ser registradas.

A rede municipal de Educação andou rendendo algumas dessas ultimamente.

Útil e agradável

A prefeitura acatou requerimento do Conselho Municipal de Educação (CME), das comunidades escolares, da sociedade civil, dos sindicatos Sinpro e Sepe, e desde o último dia 30 de junho, os alunos da rede municipal de ensino de Nova Friburgo começaram a receber os kits da agricultura familiar.

Ao todo, mais de 17 mil kits estão sendo montados nas escolas e creches para que sejam repassados aos pais/responsáveis pelos alunos, em meio a um complexo trabalho de logística.

Dinâmica

Graças à chamada pública 001/2020 para aquisição de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar, realizada em janeiro, foi possível adquirir, com verba específica do Governo Federal, toneladas de alimentos que serão distribuídos até a próxima semana, chegando às 120 unidades, entre escolas e creches, e movimentando a economia local por meio das associações de produtores que participaram do processo.

Parcerias

Os kits estão sendo montados na véspera da entrega e os diretores organizaram, junto aos pais, a forma de retirada, seguindo os protocolos de segurança, utilizando máscaras de barreira e tendo à disposição os protetores faciais feitos em acetato, doados pelo projeto FaceShield, uma parceria estabelecida entre a Uerj e a UFF, com as empresas do setor metal mecânico da cidade, do Fab Lab do Senai, intermediada pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, ainda durante a gestão do atual secretário municipal de Educação, Marcelo Verly.

Composição

Os conjuntos individuais são compostos pela combinação de oito dos seguintes produtos: abóbora, abobrinha, alface, batata doce, beterraba, brócolis, cenoura, couve, couve-flor, espinafre, inhame, repolho, tomate, banana, tangerina ponkan e leite em pó.

Por se tratarem de produtos perecíveis, os diretores foram orientados a verificar os kits e solicitar aos pais que fizessem o mesmo ao receber os alimentos.

Questionamentos

Houve, contudo, questionamentos em relação à forma como se deu a retomada de “atividades presenciais internas nas escolas municipais, com participação de funcionários e funcionárias de apoio”.

No entendimento do Sepe, a existência de “relatos de escolas solicitando que o material de higiene, como álcool e máscaras, sejam levados pelo trabalhador, pois a escola não os irá disponibilizar a todos” seria indício de procedimentos um tanto apressados.

Sugestão

Aproveitando o gancho fornecido pelos kits, fica aqui uma sugestão para os grupos que pretendem concorrer a cargos eletivos nas próximas eleições.

Que tal a elaboração de um fundo - temporário, que seja - voltado a adquirir parcela pequena da produção municipal de alimentos e os distribuir entre a parcela mais necessitada de nossa população, a partir de levantamentos e orientações realizados pela própria Secretaria de Assistência Social?

A se pensar

O valor naturalmente não precisaria ser elevado, mas certamente qualquer ação neste sentido seria importante para a economia e, acima de tudo, para assegurar que ninguém passe fome em nossa cidade, ao longo deste período de grave crise financeira.

Difícil imaginar pauta que possa ser mais importante.

Apoio

O vereador Wellington Moreira elaborou recentemente uma indicação legislativa que a coluna faz questão de registrar e apoiar.

“A adoção de medidas de isolamento traz inúmeros questionamentos a respeito dos efeitos que elas podem ter sobre diversos aspectos das vidas das pessoas, inclusive no âmbito psicológico. Estudo realizado com o objetivo de compreender o impacto psicológico que a quarentena provoca foi publicado na prestigiosa revista científica The Lancet, em fevereiro deste ano. Trata-se de uma revisão sobre o assunto, que incluiu estudos relacionados a surtos ou epidemias de Sars, Ebola e H1N1, além de outros, publicados entre 2004 e 2019.” 

Segue

“A maioria desses estudos apontou a ocorrência de efeitos psicológicos negativos, como estresse pós-traumático, depressão, melancolia, abuso de substância, confusão mental e irritabilidade. Segundo esses estudos, os principais fatores desencadeantes dos efeitos psicológicos dessas medidas restritivas são: o próprio estado de quarentena, que implica na modificação da rotina e limitação da mobilidade; a duração prolongada da quarentena; o medo de infecções; frustração; tédio; suprimentos inadequados; informação limitada; perdas financeiras; e estigma.

Assistência psicológica

“Com as justificativas supracitadas este projeto pretende conferir proteção às pessoas submetidas a medidas de isolamento e quarentena, mediante a prestação de assistência psicológica remota. O próprio Conselho Federal de Psicologia (CFP) já regulamentou o atendimento psicológico on-line, por meio da resolução 11, de 11 de maio de 2018.”

Redação

Em essência, a redação “Estabelece o direito de todo cidadão friburguense receber tratamento gratuito e também assistência psicológica remota, a ser provida em acordo com as normas editadas pelo Conselho Federal de Psicologia”.

Raras são as vezes em que uma indicação legislativa é aprovada, mas fica aí o registro para conhecimento dos leitores.

Riscos (1)

A perspectiva de que o próximo prefeito possa ser eleito com 23 mil votos, ou até menos, agrega alguns fatores de risco às próximas eleições.

O peso proporcional de cada voto comprado, por exemplo, torna-se muito maior - e sempre há dinheiro de sobra para quem se lança a esse tipo de comércio.

A interferência econômica, geralmente mais influente na composição do plenário, pode desta vez se mostrar também decisiva para o Executivo.

Riscos (2)

Da mesma forma, os chamados “tetos”, geralmente estabelecidos pelos índices de rejeição, passam a não influenciar tanto assim, quando tudo indica que bastará o apoio de pouco mais de 10% da população para eleger o próximo prefeito.

Tanto um motivo quanto outro certamente expõem todos nós a um momento bastante delicado, politicamente falando…

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Salve 2 de julho, Dia do Hospital e Dia do Bombeiro! Uma data que é todo dia...

terça-feira, 07 de julho de 2020

O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe o tema “Hospitais - Onde dor, fé, esperança e cura andam juntas” e, mais do nunca, essas casas de saúde estão em evidência pela enorme demanda provocada pelos casos de Covid-19. A professora Janaína Botelho nos conta a história do Raul Sertã e é interessante observar os nomes de seus beneméritos, alguns nomeando ruas onde passamos diariamente. O médico João Hélio Rocha, estimado pediatra, conta um pouco de suas experiências no Hospital Santo Antônio, quando se mudou para Nova Friburgo em 1963.

O Caderno Z do último fim de semana nos trouxe o tema “Hospitais - Onde dor, fé, esperança e cura andam juntas” e, mais do nunca, essas casas de saúde estão em evidência pela enorme demanda provocada pelos casos de Covid-19. A professora Janaína Botelho nos conta a história do Raul Sertã e é interessante observar os nomes de seus beneméritos, alguns nomeando ruas onde passamos diariamente. O médico João Hélio Rocha, estimado pediatra, conta um pouco de suas experiências no Hospital Santo Antônio, quando se mudou para Nova Friburgo em 1963. Em seus relatos nota-se o empenho das ações que promoveram a expansão para que chegássemos a ter um hospital com a abrangência do Raul Sertã.

Sobre a precariedade do antigo Santo Antônio, dr. João Hélio nos conta ainda: “Os profissionais de saúde que ali atuavam só davam conta do atendimento à população graças ao seu desempenho”. Aliás, este empenho tem sido a tônica de toda a atuação dos profissionais da saúde e, graças a tanto esforço, as deficiências do sistema público no Brasil são, muitas vezes, superadas. A grande luta de hoje é “Vencer a Covid-19” e, juntos, pacientes e equipes, desejam, ardentemente, erguer a bandeira da vitória.

Deixamos o Caderno Z na certeza de que esta edição é mais uma para guardarmos com carinho para que possamos refletir sobre a importância dos profissionais de saúde. São eles que salvam nossas vidas. Quando se fala em salvamento, também rendemos homenagem ao Dia do Bombeiro – 2 de julho, os heróis que nos protegem, nossos anjos de todas as horas. Guilherme Alt conversou com o comandante do 6º GBM, tenente-coronel Thiago Alecrim que faz um alerta sobre o perigo das queimadas. Ele explica que, entre outros malefícios, a poluição do ar provoca doenças respiratórias, o que precisa ser evitado na atual crise da pandemia do coronavírus. Salve o Bombeiro Herói!

Ao novo presidente do Roqueano Social Clube, Carlos Alberto Muzzi, desejamos muito sucesso em sua gestão. Vinicius Gastin conversou com o ex-presidente Heraldo Klein que destacou algumas obras de melhorias no clube e as expectativas para o “pós pandemia”, no sentido de manter o quadro associativo, mas entende que o fator primordial da  “nova era” será reforçado pelas atividades da parte social e esportiva do clube.

A Diocese de Nova Friburgo já tem novo bispo. Dom Luiz Antônio Lopes Ricci nasceu em Bauru, em São Paulo e dá gosto ler sua biografia. Não dá para reproduzir aqui todas as suas capacitações, mas,  seu currículo é de uma abrangência admirável. Pela sua “personalidade alegre, humilde e criteriosa” temos certeza de que ele fará grande amizade com os friburguenses. Boas-vindas ao nosso bispo, que é também escritor!

“Juju Chuchu” é o novo livro de Thales Amaral, lançado virtualmente. Com apenas 23 anos de idade, o jovem escritor já tem obras de sucesso e, com Juju, ele traz para as crianças a descoberta de que uma palavra pode ter mais de um significado. Que beleza! Maravilha também é a coluna “Sociais” trazendo as aniversariantes Cora Ventura e  Rosângela Cassano. E mil vivas para  as Bodas de Rubi de Jorginho e Margo. Parabéns!

Ana Borges conversou com a professora Kelly Cristine Oliveira Cunha sobre a flexibilização do ano letivo. Em seus depoimentos, a professora ressalta: “É muito importante considerar que, em qualquer dos contextos citados, a escola terá um público debilitado de diversas maneiras – equipes administrativas, pedagogos, professores e alunos. Todos levarão consigo a vivência de uma pandemia, com os números que o Brasil vem produzindo. O cuidado com o ser humano deverá ser o maior dos critérios...”.

A flexibilização ganha a manchete do jornal e a “retomada começa com ruas cheias”. A “bandeira amarela” está hasteada. Linhas de ônibus, bares, restaurantes e comércio em geral podem funcionar, com moderação. Parece que além de álcool em gel, máscaras, água e sabão, os transeuntes precisarão de uma fita métrica para medir o distanciamento de um metro e meio. Haverá espaço e fiscalização para tanta liberdade? A flexibilização não é uma festa para brindes e badalações. A sorte está lançada!

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Alice chegou lá!

terça-feira, 07 de julho de 2020

Alice chegou lá!

A querida família Ventura acaba de contabilizar com muita alegria, uma satisfação especial. A dedicada Alice Ventura, filha de Marcelo e Marília acaba de encerrar o curso de fisioterapia pela Universidade Estácio de Sá com a excelente média de 9.2.

Alice chegou lá!

A querida família Ventura acaba de contabilizar com muita alegria, uma satisfação especial. A dedicada Alice Ventura, filha de Marcelo e Marília acaba de encerrar o curso de fisioterapia pela Universidade Estácio de Sá com a excelente média de 9.2.

Na foto, um flagrante da enorme felicidade do pai Marcelo, Clara, Marcelo Filho, Bernardo (namorado de Alice), Maurício e a própria formanda. Muito contentes também estão os avós paternos Toni e Faninha, assim como a avó materna Margareth. Parabéns e votos de grande sucesso profissional à rubro-negra Alice Ventura.

Observatório Covid-19

A jovem friburguense Tatiana Carestiato da Silva, filha do conhecido Assis, da Atlas, e que é uma das examinadoras do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e seus colegas de trabalho Alexandre Lopes Lourenço, Cristina d’Urso de Souza Mendes Santos, Cristiane Fernandes Gorgulho, Irene Von der Weid Oliveira Andrade, Leticia Galeazzi Ferraz, Núbia Gabriela Benício Chedid, lançaram recentemente importante página na internet denominada Observatório de Tecnologias Relacionadas ao Covid-19.

Este time, se dedica a rastrear diariamente cerca de mil publicações mundiais sobre Covid-19 e assim, selecionam as notícias mais relevantes que são publicadas de forma resumida na página, objetivando deste modo divulgar as tecnologias que possam ser de utilidade para ações globais e locais. Essas atividades são ainda capazes de contribuir para solução deste problema, afim de que os atores do Sistema de Inovação tenham ferramentas para desempenharem suas funções.

Quem desejar conferir ou se informar mais, é só acessar este link:

https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/patentes/tecnologias-para-covid-19

Velho, mais ainda útil

 Neste tempo de afastamentos físicos e sem algumas funções profissionais em atividade poderem ser desenvolvidas normalmente como antes, muitas pessoas - possivelmente como este colunista, não poderiam imaginar que o bom e velho telegrama pudesse voltar a ter a importância que possuiu no passado.

 É que muitos advogados, sem poder protocolizar alguns de seus expedientes judiciais frente a certos órgãos ou concessionárias, têm feito uso do telegrama, uma vez que assim oficializam comprovadamente suas necessidades na medida em que ficaram inseparavelmente atrelados os teores dos assuntos e seus oficiais recebimentos.

Vivas para a Adinéia

No último dia 2, quem somou mais um ano de vida foi a querida Adinéia Silva Cordeiro.

Em razão disso, parabenizamos a aniversariante que recebeu as congratulações do marido, o nosso estimado Roosevelt Carvalho Cordeiro, assim como demais familiares. Felicidades e os votos sinceros de tudo de bom à querida Adinéia.

Pico desaparecido

No início da pandemia, ouvimos tantas autoridades e a imprensa falarem tanto no pico de casos de coronavírus, que tal período do pico de contaminados viria a acontecer na semana seguinte, mas passado um período, todos acabaram abandonando esta expressão.

Tomara que todos se lembrem ou concordem com isso e que naturalmente o tal pico não venha ocorrer para nos queimar a língua.

Parabéns, Vagner!

Ainda em tempo de satisfação, compartilhada por amigos e familiares, nosso grande abraço de congratulações ao prezado Wagner Pereira, na foto ao lado da esposa Lucenilda.

No último dia 2, o Vagner completou mais um aniversário. A ele, os votos de felicidades. Salve ele!

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Enquanto a vida acontece, o autor cisca grãos de gergelim

segunda-feira, 06 de julho de 2020

Ao ler alguns textos literários na semana passada, indicados pelo Clube de Leitura Vivências, como as poesias de Catherine Beltrão, contidas em seu livro, Poesias  Desnudas, editora In Média Res, 2020, e os contos de Marcelo Moutinho, reunidos no livro Ruas de Dentro, editora Record, 2020, tive uma impressão interessante: a vida não começa, nem termina com a literatura. A literatura decorre de um momento pinçado na dinâmica do acontecer, como a chuva que chega e vai, rega o solo e toca as vidas. Tocando-as, escuta suas vozes e sente seus gestos.

Ao ler alguns textos literários na semana passada, indicados pelo Clube de Leitura Vivências, como as poesias de Catherine Beltrão, contidas em seu livro, Poesias  Desnudas, editora In Média Res, 2020, e os contos de Marcelo Moutinho, reunidos no livro Ruas de Dentro, editora Record, 2020, tive uma impressão interessante: a vida não começa, nem termina com a literatura. A literatura decorre de um momento pinçado na dinâmica do acontecer, como a chuva que chega e vai, rega o solo e toca as vidas. Tocando-as, escuta suas vozes e sente seus gestos.

Então, pensei, com os olhos fixos na janela, que a produção literária apenas sobrevoa os rumos do acontecer, subordinado ao destino, tão determinante, que decide o rumo das decisões. A literatura é não é mais do que uma exclamação ao vento.

O imaginário é a instância criativa que atiça a produção das artes que falam do mesmo assunto através de pontos de vista distintos. Na verdade, o ser humano é inquieto e precisa extravasar seus sentimentos e percepções; a visão da realidade numa lhe basta. Quer ir além. Por isso, ele escreve, escultura, pinta, canta ou dança. É um ser de expressão.

Então, concluí que ele vai ciscando os grãos de gergelim feitos de nutrientes nobres que encontra pela frente. Até o andar rotineiro pelas calçadas pode evocar motivos para o artista se expressar. Provavelmente, o escritor gosta de silêncios e faz das palavras que escreve a sua voz; a sua prosa, a sua poesia.

Certa vez, fui assistir o resultado de um concurso de poesia. A vencedora, para meu espanto, foi a que tinha apenas uma palavra escrita: fim. Há anos tento compreender os critérios que fizeram a comissão examinadora decidir, dentre tantas, pela poesia de uma só palavra como vencedora. Agora, escrevendo a crônica, uma ideia conclusiva, de simplicidade estonteante, explode em mim. O fim está em tudo. Ou seja, temos que compreender que a vida continua quando as coisas acabam, inclusive quando findamos.

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