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Padarias – Casas de milagre que transformam o trigo em pão!

terça-feira, 14 de julho de 2020

A magia da panificação fermentaram as emoções no Caderno Z do último fim de semana festejando a data de 8 de julho – Dia do Panificador. Que bom saber que tem alguém que diz: “Eu tenho um  grande prazer em acordar às 3h30 da madrugada...”. Esse alguém é Werlen Barreto, gerente de produção da Superpão, que chega ao trabalho para “botar a mão na massa”, para servir o que há de melhor aos clientes. Além de ser o “ganha pão” de muita gente, quem ganha mais somos nós, os apreciadores de um pão francês quentinho ou de um belo pão doce. Sem contar as delícias nas vitrines sedutoras.

A magia da panificação fermentaram as emoções no Caderno Z do último fim de semana festejando a data de 8 de julho – Dia do Panificador. Que bom saber que tem alguém que diz: “Eu tenho um  grande prazer em acordar às 3h30 da madrugada...”. Esse alguém é Werlen Barreto, gerente de produção da Superpão, que chega ao trabalho para “botar a mão na massa”, para servir o que há de melhor aos clientes. Além de ser o “ganha pão” de muita gente, quem ganha mais somos nós, os apreciadores de um pão francês quentinho ou de um belo pão doce. Sem contar as delícias nas vitrines sedutoras. “Nem mesmo a pandemia é capaz de abalar uma padaria”. Não sei a autoria dessa frase, mas é um slogan de efeito, que traduz bem a nossa dependência dessas casas de milagre, transformando o trigo em alimento.

O pão tem a sua história. No Egito antigo, “um dia de trabalho valia três pães e dois vasos grandes de cerveja”. Outra curiosidade é que “o pão preto representava baixa posição social, enquanto o pão branco, alta posição social”. Hoje, os mais caros são os pães pretos pelo alto valor nutritivo. Houve um tempo em que os pães eram preparados por  mulheres. Contudo, os homens descobriram esse fascínio e empreenderam seus talentos na profissão de padeiro. O setor conta com o apoio do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Nova Friburgo e da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) que promovem ações para “um ambiente de negócio mais favorável e sustentável”. Como bem disse o presidente do Sindanf, Paulo Rodrigues: “Juntos e unidos podemos muito mais”.  A união sempre faz a força!

Em “Há 50 anos”, dr. Dermeval Barbosa Moreira anunciava o lançamento do Hospital São Lucas. A notícia repercutiu “intensa e favoravelmente na opinião pública friburguense...”. Realmente, era de se esperar pelo grande acontecimento, que se tornou um marco e, passado meio século, é uma referência hospitalar em nossa cidade ao longo de sua história. Está muito bem honrada a memória do inesquecível dr. Dermeval.

O Senai avalia a possibilidade de retomar as aulas da educação profissional. Contudo, o esquema de retorno é como uma enciclopédia de cuidados jamais imaginada. Desde a observação sanitária que cada aluno deverá seguir aos espaços de utilização para convívio, tudo será criteriosamente estabelecido. Até “as torneiras com distância menor que dois metros deverão ser inutilizadas”. Tudo muito bem pensado. Vale a pena conferir.

Não há setor que não esteja sensível com a pandemia do coronavírus. Escolas particulares, “educação em crise”, comércio, indústrias, saúde, eventos, tudo está girando meio às avessas no momento. O Estado do Rio de Janeiro que “perdeu mais de 500 mil empregos em quatro anos”, também está no meio da bola de neve. Em se tratando de economia, a recuperação virá, certamente, mas, aos poucos. O Ministério da Ciência e Tecnologia desenvolverá um estudo sobre os impactos sociais da pandemia com foco nos profissionais de saúde e grupos vulneráveis: idosos, motoristas de aplicativos, entregadores em domicílio e profissionais do meio artístico.

O Estatuto da Criança e do Adolescente completou 30 anos nesta segunda-feira, 13. As celebrações este ano ficam por conta de uma campanha sobre direitos da infância e da juventude lançada pelo projeto Crescer sem Violência. A mobilização será apresentada no formato digital. Os templos religiosos estão liberados para atividades presenciais. Contudo, algumas representações preferem esperar por “um cenário mais seguro”, como bem destaca o pastor luterano, Gerson Acker: “Seguindo recomendações da igreja, a flexibilização não significa que a Covid-19 tenha cura...”.  Parabéns!

Com 41 mortos por Covid-19 e 722 casos confirmados da doença, a bandeira amarela continua hasteada em Nova Friburgo. Eu sou um grão de areia olhando para a imensidão desse mar de insegurança. Eu sou aquele cão sentado, na charge de Silvério, que se espanta com alguém sem máscara, sem entender o comportamento desleixado de alguns transeuntes. Em Massimo, Auguste Rodin vem nos confortar, pois “nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente.”. A máscara é a joia do momento!

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1° aninho bem longe

terça-feira, 14 de julho de 2020

Amanhã, 15, mais que nunca o coração da minha querida irmã Márcia Eliete Dias Ivan, estará dividido entre o Brasil e a Austrália, assim como ocorre também com seu filho André, a nora Thaís, a netinha Mirela e demais familiares.

É que seu neto, o piloto aí da foto, Noah Dias Murray, que aparece ao lado da irmã Bella e dos pais Lília e Paul completará seu 1° aninho de vida e tanto daqui para lá quanto de lá para cá, nem precisa mencionar o quanto é imensa as saudades de todos.

Amanhã, 15, mais que nunca o coração da minha querida irmã Márcia Eliete Dias Ivan, estará dividido entre o Brasil e a Austrália, assim como ocorre também com seu filho André, a nora Thaís, a netinha Mirela e demais familiares.

É que seu neto, o piloto aí da foto, Noah Dias Murray, que aparece ao lado da irmã Bella e dos pais Lília e Paul completará seu 1° aninho de vida e tanto daqui para lá quanto de lá para cá, nem precisa mencionar o quanto é imensa as saudades de todos.

Parabéns a toda a família com um mundo de felicidades, sucessos e coisas boas para a vida do querido australianinho de Melbourne, Noah.

Parabéns, Zé Rezende!

Abraço de congratulações ao admirado empresário e figura das mais simpáticas em Nova Friburgo, José Antônio Rezende, que nesta segunda-feira, 13, passou o dia recebendo parabéns e demonstrações de carinho de familiares e amigos pela nova idade completada. Salve ele!

Quase Bodas de Ouro

Na última quinta-feira, 9, o querido casal Edemorino Raimundo Oliveira e Ângela Maria Lage Vieira Oliveira, ambos naturais de Angra dos Reis mas estabelecidos em Nova Friburgo desde 1974, chegou a uma marca bem significativa e de muita satisfação para familiares e amigos.

O querido e simpático casal completou 49 anos de feliz união matrimonial, contando com carinho do único filho, Daniel Lage, dos netos Lucas e João Gabriel, do bisneto Theo, demais familiares e os incontáveis amigos que o nosso querido Ed e a Ângela tão souberam conquistar.

Ao casal amigo que aparece aí à direita na foto junto aos familiares, nossos abraços de congratulações e votos de contínuas felicidades.

Sinal dos novos tempos

Esses tempos de pandemia, em que as iniciativas e criatividades acabaram se aflorando mais que nunca, certas conclusões ficam bem claras.

Antes, assistíamos a shows, eventos e transmissões esportivas em emissoras de televisão que investiam em super produções caríssimas, envolvendo aparatos e equipamentos altamente sofisticados e caros; agora as lives ganham espaço com transmissões de apresentações de artistas e até mesmo partidas de futebol, com o auxílio de equipamentos bem simples e quando não, aparelhos celulares. Tudo com enorme audiência pelas redes sociais. É o novo normal...

Bem vindo, José!

O lar do jovem casal Guilherme e Mariana está ainda mais enriquecido e com felicidades mil. Isso, porque para alegria de todos, incluindo naturalmente os avós, bisavós e todos os familiares, chegou o primeiro filho do casal, o galãzinho José. Ele nasceu no último dia 6 no Hospital São Lucas.

Parabéns e todas as felicidades do mundo para os pais Guilherme e Mariana, na foto com o baby no colo.

Fisioterapeuta 2.3

Devido a uma pequena falha quanto ao título da nota de congratulações na edição passada desta coluna, a querida e capacitada Alice Ventura não celebrou aniversário recentemente. Seu especial motivo de comemoração se deu pela conclusão do curso de fisioterapia na Universidade Estácio de Sá com a excelente pontuação de 9.2. Na verdade, seu aniversário foi no dia 23 de abril, quando ela completou 23 anos de idade.

Mas como nunca é demais, cumprimentar pessoas maravilhosas que realmente merecem tudo de bom, nosso renovados parabéns à querida Alice junto, que está aí na foto, recebendo carinhos a mais dos seus amados pais Marília e Marcelo.

  • Foto da galeria

    1° aninho bem longe (Menininho Noah Dias Murray)

  • Foto da galeria

    Quase Bodas de Ouro (CASAL ANGELA E EDEMORINO COM FAMILIARES)

  • Foto da galeria

    Bem vindo, José! (CASAL GUILHERME E MARIANA COM FILHO RECÉM NASCIDO, JOSÉ)

  • Foto da galeria

    Fisioterapeuta aos 2.3 (JOVEM ALICE VENTURA COM Mãe MARÍLIA E PAI MARCELO)

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Novo normal

terça-feira, 14 de julho de 2020

*Padre Aurecir Martins de Melo Júnior

Começamos uma fase de readaptação com as retomadas das atividades públicas que foram suspensas, total ou parcialmente, desde o início das medidas restritivas tomadas por motivo da pandemia causada pelo novo coronavírus.

*Padre Aurecir Martins de Melo Júnior

Começamos uma fase de readaptação com as retomadas das atividades públicas que foram suspensas, total ou parcialmente, desde o início das medidas restritivas tomadas por motivo da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Sem dúvida, é um momento de alívio e esperança, mas não podemos deixar de atentar para a responsabilidade que todos temos na construção de um mundo melhor. A busca do ser humano pela normalidade, expressa pelo conceito “novo normal”, fundamenta-se pela proposta de um novo padrão que possa garantir nossa sobrevivência.

Esta nova etapa deve ser pautada na responsabilidade de promover a dignidade e a vocação integral da pessoa no seio das instituições e dos modelos econômicos, a qualidade das suas condições de existência, o encontro e a solidariedade dos povos e das nações com especial atenção à chaga dos pobres que são tão frequentemente esquecidos pela sociedade (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 35).

A Doutrina Social da Igreja atenta que a origem da sociedade não se encontra num ‘contrato’ ou ‘pacto’ convencional, mas na própria natureza humana, e que as ideologias do contrato social se apoiam numa antropologia falsa, ou seja, numa visão equivocada da natureza humana (cf. Leão XIII, Libertas praestantissimum, 8).

Seguindo este ensinamento, é inevitável o questionamento sobre o que até o momento é normal para nossa sociedade. Será que é conveniente voltarmos à normalidade vivida pré-pandemia?

Já em 2016, o Papa Francisco adverte sobre a urgente necessidade de renovação da prática social. Esta não deve ser pensada somente a nível econômico, mas regulada pela busca do bem comum da humanidade, do direito de cada pessoa a uma parte dos recursos deste mundo e de ter as mesmas oportunidades para realizar as próprias potencialidades, potencialidades que em última análise se baseiam na dignidade de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança (cf. Discurso aos empresários participantes no Fortune-time Global Forum, 03 dez. 2020).

Acompanhamos com sentimento de descaso atitudes de governos que buscam formas para sair da crise e retomar a normalidade enquanto bilhões de pessoas estão confinadas. A pandemia descortinou e evidenciou muitos problemas sociais que o país já estava vivendo. Junto com a precariedade da saúde pública e privada estão o descaso com a educação, a falta de saneamento básico em muitas regiões do país e a esmagadora cultura de corrupção.  

Infelizmente, além dos sofrimentos inerentes à atual situação, une-se a equivocada e interessada prática política de nossas lideranças pela busca de poder e influência global em meio a esta crise desafiadora, na qual sofrem agudamente os mais necessitados (cf. Papa Francisco, Via Crucis, 2020)

Pacotes de emendas necessárias para suprir a crise gerada pelo novo coronavírus deparam-se com outros tantos prometidos para solucionar problemas sociais aos quais a população brasileira parece ter se acostumado.

O número excessivo de mortes revelou o que há muito tempo a parcela mais pobre de nossa sociedade já havia sentido na carne: o descaso com a saúde pública, refletido em hospitais sucateados, sem remédio, sem aparelhos, sem humanidade.

É urgente que este vale de lágrimas pelo qual estamos passando nos faça querer um novo normal. Um normal de mais comprometimento com a dor alheia, de mais fraternidade, solidariedade e consciência de nossa responsabilidade na construção de um futuro melhor, de esperança, respeito e dignidade.

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação.
Esta coluna é publicada neste espaço às terças-feiras, a cada semana com a mensagem
de um membro do clero da Diocese de Nova Friburgo.

Foto da galeria
Padre Aurecir Martins de Melo Junior
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O retorno, nas palavras de Pessoa

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Este é o tempo em que as ideias correm soltas, o que nos possibilita buscar diferentes caminhos; a mente não se aquieta, vai com rapidez do real ao imaginário, saudável postura ante à pandemia que tanto nos recolhe e preocupa.

Querendo escrever sobre o momento em que vislumbramos o retorno à vida coletiva e produtiva, encontrei nas palavras de Fernando Pessoa expressões que explicam o que estamos vivenciando com lógica estonteante. Ah, o nosso eterno poeta, tão genial e sempre atual. Através dele podemos compreender melhor o mundo em qualquer época história. Ele é atemporal.

Este é o tempo em que as ideias correm soltas, o que nos possibilita buscar diferentes caminhos; a mente não se aquieta, vai com rapidez do real ao imaginário, saudável postura ante à pandemia que tanto nos recolhe e preocupa.

Querendo escrever sobre o momento em que vislumbramos o retorno à vida coletiva e produtiva, encontrei nas palavras de Fernando Pessoa expressões que explicam o que estamos vivenciando com lógica estonteante. Ah, o nosso eterno poeta, tão genial e sempre atual. Através dele podemos compreender melhor o mundo em qualquer época história. Ele é atemporal.

Gosto de lidar com palavras, para melhor dizer, brincar. Em um devaneio literário, vou ter a ousadia de escrever esta coluna, fazendo das palavras do poeta, as minhas. Ah, como seus versos guardam sábias expressões! Confesso que jamais conseguirei criá-las com tamanha maestria. Seria até enganador de minha parte se afirmasse o contrário.

 

***

 

Este tempo é o futuro do passado em que sentimos, com enorme nitidez, como a vida é breve e a alma é vasta. Sabendo que é possível morrer do nada, experimentamos os dias pela metade e, no vagar das horas, ficamos à deriva, ressuscitando lembranças tantas, reencarnando no passado, reencontrando vilões, heróis e nós mesmos com espada em punho. Reerguendo-nos. Fazendo-nos.

Tentamos desvendar os mistérios que nos guardam, verdadeiros universos perdidos na memória. São eles que guiam nossos destinos do nascer ao envelhecer. Ficamos, nesta pandemia, pois, em estado de vigília. No ventre.  Aguardando o honrado retorno que trará nossa força inteira, como benção. O amanhecer silencioso, então, poderá murmurar, num canto jovem e puro, o recomeçar. Será um novo mergulho no oceano imenso do tempo, quando a história de todos será refeita com suor, carne e terra. Seremos mestres?

Suavemente, deixaremos a sombra eterna do hoje, o passado do amanhã. Não vai ser possível nos defender de coisa alguma; posto que o agora tornar-se-á fumaça de uma chama sofrida.

Toda a história tem suas glórias. 2020 terá nome, fama e guardará a alma inteira dos povos como retrato eterno de um enigma, que ganhou e perdeu gênios, que guardou sonhos intactos, que velou dias solitários e solidários. 2020 terá rosto sério e entranhas carregadas de regras cuidadoras de vidas, retratadas com tristezas e esperanças. 2020 não será inútil, nem um ano dourado, mas um tempo de cumprimento do dever.

Os tempos seguintes serão iluminados pelo querer, nunca indiferente aoo estar ao lado de outras vidas que caminharão sob o silêncio dos céus, sempre fiéis às palavras ditas. Tudo mais será com Deus.

 

***

 

Poemas pesquisados na obra O Eu Profundo e os Outros Eus, Nova Fronteira, 2006.

 

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Transferência de votos

sábado, 11 de julho de 2020

Para pensar:
"Nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente."
Auguste Rodin

Para refletir:
“Não se pode chamar realmente de língua ao idioma que não possui escritor.”
Pietro Bembo

Transferência de votos

Para pensar:
"Nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente."
Auguste Rodin

Para refletir:
“Não se pode chamar realmente de língua ao idioma que não possui escritor.”
Pietro Bembo

Transferência de votos

A coluna tem convidado os leitores a reflexões a respeito da responsabilidade inerente ao ato de votar, sobretudo num cenário tão pulverizado e nivelado por baixo quanto o que temos atualmente, no qual os esforços viciados de sempre parecem perigosamente próximos de conseguir alcançar o patamar necessário à eleição de um prefeito.

E, a esse respeito, tanto a discreta visita do governador Wilson Witzel a Nova Friburgo na quinta-feira, 9, quanto a prisão de Edmar Santos, ex-secretário estadual de Saúde, no dia seguinte, nos fornecem um gancho que simplesmente não podemos desperdiçar.

Conveniência

O leitor provavelmente não precisa fazer muito esforço para se lembrar de políticos locais se esforçando por associar a própria imagem ao governo estadual, inclusive recentemente, quando teve início a construção do hospital de campanha.

Agora, no entanto, com processo de impeachment em andamento, e com inúmeras denúncias a respeito de possíveis irregularidades milionárias na gestão da Saúde, cada um fica no seu quadrado.

Vale tudo

Ao longo dos anos cobrindo política este colunista já testemunhou algumas gravações de propaganda eleitoral para a tevê, e pode assegurar aos leitores que muitos caciques por aí não têm qualquer pudor em gravar vídeos de apoio a completos desconhecidos, não apenas tratando-os como velhos amigos, mas inclusive fazendo promessas absolutamente levianas em seus nomes.

É ingenuidade demais acreditar em tudo o que se vê ou escuta, ainda mais quando a apelação é tão explícita.

Caronistas

Do mesmo modo, não são poucos os oportunistas sem brilho próprio que ficam o tempo todo monitorando o fluxo de votos para em seguida manifestarem apoio a qualquer coisa que tenha apelo popular, dizendo o que a maioria quer ouvir, sem necessariamente acreditar naquilo que é dito.

As eleições estaduais, em 2018, foram grande exemplo disso.

Alguns dos maiores adversários políticos do presidente da República na atualidade pegaram carona em sua popularidade naquela altura, e foram eleitos dessa maneira.

Quem ganha

As lições de tais episódios são bastante claras.

Um personagem até então desconhecido tornou-se governador do Rio de Janeiro simplesmente porque muitos se esqueceram que estavam votando em Wilson Witzel, e não em Jair Bolsonaro.

E hoje, quem fez isso é quem mais critica o Palácio Guanabara.

Desconfiem, portanto, de quem tentar demais colar imagem e transferir votos.

Porque esse jogo tem beneficiários muito claros.

Detalhando

Falamos brevemente acima a respeito da prisão do ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, e agora cabe detalhar um pouco mais.

O ex-secretário foi preso na manhã de sexta-feira, 10, em sua casa.

O mandado de prisão foi cumprido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil, em um desdobramento da Operação Mercadores do Caos.

Arresto

A Justiça determinou também o arresto de bens e valores de Edmar Santos até o valor de R$ 36.922.920, que, de acordo com o MP, é equivalente aos recursos públicos do Estado desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos durante a pandemia do novo coronavírus.

Outro lado

O secretário municipal de Educação, Marcelo Verly, enviou resposta aos comentários publicados recentemente a respeito da distribuição de cestas básicas a família de alunos da rede pública municipal de ensino.

Aspas

“Inobstante a complexa operação logística que envolve fazer chegar kits da agricultura familiar a milhares de alunos e famílias produzidos pelos excelentes produtores rurais de Nova Friburgo, os quais, diuturnamente, trabalham para que tenhamos alimento à mesa, bem como a natural perecibilidade dos itens que os compõem, temos recebido inúmeros relatos, vídeos e fotos atestando a qualidade do trabalho realizado. Problemas pontuais foram imediatamente detectados e medidas corretivas (como troca da abóbora por cenoura, melhor acondicionamento do tomate e maior distribuição no tempo das entregas às unidades educacionais) foram adotadas, com excelentes resultados.”

Segue

“Nossos agradecimentos ao setor de Nutrição da Secretaria Municipal de Educação, às nossas gestoras e servidores de unidades educacionais, aos produtores rurais que vêm se dedicando a tão importante tarefa e, em especial, às famílias que têm apresentado seus relatos agradecendo pela iniciativa desenvolvida.”

O secretário também compartilhou um link contendo imagens que fundamentam os relatos, mas o endereço é grande demais para que possa ser reproduzido neste espaço.

Na mosca

A charge do genial Silvério mais uma vez acertou na mosca em nossa capa deste fim de semana, ao chamar atenção para a importância da utilização de máscaras de barreira, e naturalmente da adoção de qualquer comportamento que possa aumentar o nível de proteção individual nesses tempos de pandemia.

De fato, por alguma razão que escapa à lógica, a flexibilização da quarentena vem se refletindo em considerável redução na utilização das máscaras, como se os níveis de ameaça tivessem diminuído, e não aumentado.

Consciência

Enfim, trata-se algo tão evidente, e pedimos desculpas a quem compreende isso naturalmente, mas infelizmente Brecht acertou na mosca ao apontar que vivemos tempos nos quais é preciso defender o óbvio.

Vamos lá, gente.

As consequências, tanto para a Saúde quanto para a Economia, têm sido pesadas demais...

Fala, leitor!

Dias atrás a coluna sugeriu a criação de um fundo para a aquisição de pequena parte da produção municipal de alimentos para distribuição entre famílias mais necessitadas, a partir de levantamentos feitos pela Secretaria de Assistência Social.

Pois bem, Ocimar Teixeira escreveu para informar que “há lei que permite isso. É o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA Institucional). É um recurso público que ajudará as duas pontas mais necessitadas: Os agricultores familiares com sua pequena produção e as famílias que estão em situação de insegurança alimentar. É dinheiro circulando na economia do município.”

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Dr. Dermeval anuncia o lançamento do Hospital São Lucas

sábado, 11 de julho de 2020

Edição de 11 e 12 de julho de 1970

Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 11 e 12 de julho de 1970

Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • Friburgo atende à convocação do médico Dermeval Barbosa Moreira - Repercutiu intensa e favoravelmente na opinião pública friburguense, a entrevista concedida pelo médico Dermeval Barbosa Moreira, que anunciou o lançamento de uma empresa hospitalar cuja unidade se denominará Hospital São Lucas e será construído em terrenos localizados no bairro Duas Pedras. Diversas opiniões foram favoráveis à ideia planejada pelo corpo médico da Casa de Saúde São Lucas, responsável pela nova empresa. Friburguenses ouvidos, unanimemente declararam que o pronunciamento do dr. Dermeval Barbosa Moreira “foi oportuníssimo”, afirmando alguns que o antigo médico “analisou o problema com muita eficiência, situando devidamente as deficiências da assistência hospitalar de Nova Friburgo”. Um representante dos comerciários locais disse que o novo hospital irá merecer o apoio integral de todas as classes friburguenses, tendo em vista que o empreendimento dotará Friburgo de uma unidade hospitalar padrão, colocando o município na liderança da assistência médica, além de beneficiar populações de cidades circunvizinhas.
  • Raymundo Padilha escolhido pelo presidente Médici para suceder Geremias de Mattos Fontes no Governo do Estado do Rio - O vai e vem da vida - Em certa época, não muito longínqua, se disséssemos que Raymundo Padilha ainda viria a ser governador de Estado o Rio, ninguém acreditaria. Era um período em que pertencer a Ação Integralista de Plínio Salgado significava crime inominável, punido com ameaças policialescas e um mundo de artifícios praticados em nome da preservação da ordem. Quase no mesmo tempo, a figura de Padilha se afigura aos olhos da maioria dos pracinhas, como símbolo de um fascismo contra o qual bravamente lutaram, inclusive na Itália para afastar da face da terra. E vieram então muitas campanhas contra o homem agora escolhido para administrar o Estado. 
    Aos 72 anos de idade, Padilha realiza o sonho político acalentado há muito tempo: o de poder governar o Estado do Rio, terra que adotou como sua já que não nasceu aqui. Homem de talento e cultura, financista renomado, alto funcionário do Banco do Brasil aposentado, deputado em várias legislaturas, na última Presidente da Comissão de Relações Exteriores e na presente líder do Governo, Padilha tem uma folha de serviços honrosa para um político, coisa que ele o é até a medula, tendo iniciado suas atividades no setor por via da Ação Integralista que nunca deixou ser uma agremiação nitidamente política buscando a posse de um governo, que nunca teve, mas que bem perseguiu.
    Em toda esta história de escolher o futuro governador, o nosso Estado do Rio, tanto político, como administrativo ou socialmente ou mesmo empresarialmente falando, esteve totalmente equidistante. Mesmo com todos os méritos que apontamos, vale dizer que Padilha jamais seria governador do nosso Estado pelo voto popular, com o funcionamento normal da democracia. Falta-lhe alta dose de comunicação com as massas. Talvez pelo seu temperamento fechado e de quem não sentiu ainda e realmente a poeira do asfalto. Daquele que não abraçou ainda o homem das ruas, com calos nas mãos, falando em gíria.
  • Alistamento eleitoral - A Justiça Eleitoral, que vem observando o calendário preparatório das próximas eleições, divulgou que o prazo para alistamento de eleitores que poderão votar no pleito de novembro terminará no dia 6 de agosto, quando os contingentes de visitantes deverão estar perfeitamente definidos em todo o país. 
  • Um milhão e meio de eleitores votam no Estado do Rio - Atingiu a um milhão, quinhentos mil e trezentos e sessenta e sete, no Estado do Rio, o número de eleitores inscritos até 30 de junho, data em que se encerra o prazo para esse fim, estando dessa forma, fixada a representação fluminense.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Izabel Novelli (14); Thereza Cristina Soares (15); Zuleika Alves Lopes e Bernardo Braune (16); Marina Perestello Braune, Lygia de Freitas, Aristides Machado e Rosemarie Kunzel (17); Paulo Fernando Costa (18); Marcos Haiut (19); Roberto Ventura El-Jaick (20).

 

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Edição de 11 e 12 de julho de 1970
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Pressuposto

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Para pensar:
"Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos."
John Locke

Para refletir:
“Mais vale ser estapeado com a verdade do que beijado com uma mentira.”
Provérbio russo

Pressuposto

Para pensar:
"Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos."
John Locke

Para refletir:
“Mais vale ser estapeado com a verdade do que beijado com uma mentira.”
Provérbio russo

Pressuposto

Para que possa funcionar de maneira satisfatória, o sistema democrático pressupõe que o eleitor, antes de se encaminhar para a urna, tenha buscado se informar minimamente a respeito do histórico e das propostas de cada candidato, estando pronto para fazer sua escolha sobre bases reais.

Tal pressuposto, no entanto, é quase como que um nó górdio quando se trata de conservar a fé no atual sistema, e em última análise em qualquer um que venha a ser elaborado.

Perturbador

Afinal, se acreditamos que o eleitor efetivamente busca se informar, e ainda assim elege para a política tantas pessoas que mereciam estar presas, então só nos resta aceitar que existe mesmo identificação entre eleitor e eleito, e o que vemos pelos plenários da vida não seria muito mais que um microcosmo daquilo que existe aqui fora.

Certamente uma leitura perturbadora da realidade.

Dilema

Por outro lado, se aceitamos que apesar de toda a indústria das notícias falsas ainda existem meios confiáveis para que o eleitor seja capaz de reconhecer cada árvore através de seus frutos, e admitimos que o que falta verdadeiramente é interesse por acompanhar a realidade em busca de evidências, num momento em que as redes sociais oferecem uma prateleira repleta de narrativas sedutoras (e falsas, mas quem se importa?) prontinhas para confirmar cada uma das “certezas” que cada um carrega a partir de simpatias e antipatias pessoais, então o desânimo não poderá ser muito menor. 

Esperança

À esperança, resta acreditar que para muitos ainda falte oportunidade de acompanhar com maior proximidade o que os eleitos fazem a partir dos mandatos que lhes são confiados, não em período eleitoral, mas no cotidiano, naquelas sessões distantes dos holofotes ou no sacrifício pessoal dedicado a fiscalizações.

Nesse sentido, o vídeo da sessão desta quinta-feira, 9, parece bastante elucidativo a respeito das diferenças de atuações existentes em nosso plenário.

Sobretudo no terço final da gravação, que pode ser vista no YouTube.

Quem tiver oportunidade, faria bem em conferir.

Em tempo...

A coluna enfatiza que dará visibilidade a qualquer ato abusivo que venha a ser cometido contra servidor, quer seja na Câmara, quer seja em qualquer repartição do poder municipal.

E, aos leitores, fica aqui uma pergunta provocativa: que tipo de político precisa pagar para ser defendido e elogiado?

Orgulhos

A vergonha que encontramos na política contrasta com o orgulho proporcionado pelo trabalho de excelência tantas vezes desempenhado por friburguenses espalhados pelo mundo.

Uma das fontes desse orgulho é a biomédica Elza Helena Andrade Barbosa Durham.

Mestre em Biofísica pela UFRJ e doutora em Bioinformática pela USP, Elza atua com Propriedade Intelectual (PI) desde 2007, acumulando atuações em escritórios de grande porte e também como gestora de PI em indústrias farmacêuticas nacionais e multinacionais.

Oportunidade

A ex-aluna do Colégio Nossa Senhora das Dores é recorrentemente convidada a palestrar em conferências nacionais e internacionais, e em 2018 ganhou o prêmio de Melhor Departamento de PI da América Latina pela Leaders League.

Agente da Propriedade Industrial desde 2011 e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, ela foi convidada pela Associação Paulista de Propriedade Intelectual a tomar parte em uma live a respeito da gestão da propriedade intelectual na área da Saúde, a ser realizada na próxima terça-feira, 14, a partir das 17h no instagram @aspi.org.br.

Para quem quiser aprender um pouco sobre o tema, ou simplesmente matar as saudades desta menina que deixou muitos amigos por aqui, eis aí uma boa oportunidade.

Dilma

Por razões as mais diversas, as redes sociais repercutiram muito - e de forma amplamente negativa - a proposta do vereador Norival de agraciar a ex-presidente Dilma Rousseff com o título de cidadã friburguense.

Há, de fato, quem aposte que mais uma vez o plenário terminará por negar a homenagem, justamente em razão desta repercussão.

Em ano eleitoral, tudo é possível.

Teatro

Aos olhos deste colunista, todo este episódio parece fortemente carregado de tons farsescos.

Desde o momento e a pertinência da homenagem, à própria maneira como alguns ensaiam fazer da rejeição um degrau para o populismo barato, tudo soa artificial, oportunista e alienado em relação às demandas do desafiador contexto em que vivemos.

Quando foi que deixamos de tratar política como coisa séria, hein?

Witzel

O governador Wilson Witzel fez, nesta quinta-feira, 9, uma visita relâmpago a Nova Friburgo.

Acompanhado do secretário estadual de Agricultura, Marcelo Queiroz, ele se reuniu com agricultores no distrito de Campo do Coelho para a entrega de cheques simbólicos a produtores rurais beneficiados pelo Agrofundo, somando valores próximos a R$ 200 mil.

O programa, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, concede financiamentos com dois anos de carência e juros de 2% ao ano.

Detalhes

O encontro aconteceu na sede da Associação dos Produtores Agroindustriais do Estado do Rio de Janeiro (AproRio) e incluiu ainda a entrega de certificação do Ministério da Agricultura ao Estado do Rio, que, a partir de agora, integra o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, bem como a entrega simbólica de cestas básicas adquiridas diretamente de produtores rurais e que estão sendo doadas para cerca de quatro mil famílias (oito mil cestas) em situação de vulnerabilidade social.

A doação foi viabilizada por meio de parceria realizada entre a Fundação Banco do Brasil e a Emater-Rio.

Eles sabem...

Ainda a esse respeito, parece sintomático que a vinda do governador tenha sido divulgada com tão pouca antecedência, e tenha se dado de forma tão discreta.

Teatralizações à parte, comportamentos recentes nas três esferas de governo dão a entender que todo político tem alguma noção a respeito da própria popularidade...

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Viagem diferente

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Chegou o mês de julho. Para muitas pessoas, era um mês esperado, com alguns dias de férias e oportunidade de descansar, dar uma breve pausa, quem sabe até fazer uma viagem. Não à toa os pacotes turísticos para esta época do ano sempre foram muito procurados.

Chegou o mês de julho. Para muitas pessoas, era um mês esperado, com alguns dias de férias e oportunidade de descansar, dar uma breve pausa, quem sabe até fazer uma viagem. Não à toa os pacotes turísticos para esta época do ano sempre foram muito procurados.

O mês de julho, para aqueles que podiam, sempre combinou muito bem com viagens, sem importar o destino. As crianças, com suas pausas clássicas de férias muitas vezes ditavam o ritmo de mudanças por alguns dias nas rotinas dos pais. Crianças em casa, sempre pareceu ser sinônimo de necessidade de reinvenção dos pais. Uma situação bastante típica. Os adoradores da estação do inverno também costumavam se deleitar esse mês ... festivais de inverno, passeios por lugares frios, busca por cantinhos aconchegantes de preferência com lareira, fondue e araucárias. Os que curtem neve e tinham possibilidades financeiras, lotavam os pontos turísticos e estações de esqui na América do Sul.

O cenário costumava ser bastante convidativo, claro, para aqueles que tinham essas possibilidades. Mas e agora? O ano de 2020 nos apresenta uma proposta diferente. Proposta essa não formulada por ninguém, sem roteiro, sem destino, sem planejamento, sem data para acabar. Em meio ao caos da pandemia, incertezas, perdas, doença, medo, dificuldades financeiras, isolamento, a viagem de meio de ano será bastante diferente para muita gente.

Com as novas perspectivas impostas pelo vírus, muitos roteiros foram repensados, e inúmeros destinos voltaram-se para os interiores dos lares e das pessoas. O tempo também foi relativizado. O estado de espírito do viajante empolgado, também foi impactado pela pandemia. Talvez os pais precisem reinventar o lúdico dessas férias de julho com os elementos reais e factíveis, que estão em suas próprias mãos.

Aliás, muita coisa está precisando ser reinventada e ressignificada neste ano atípico e complexo. Não sabemos os rumos de tudo isso ao certo e a incógnita tem sido um elemento diferencial neste processo de nos voltarmos para dentro, de administrarmos as mais variadas emoções, desta vez com nuances inéditas, de fitarmos de forma tão próxima com a efemeridade da vida, com os recursos escassos, com a limitação de nossa liberdade e o que temos feito com tudo que nos era proporcionado e possibilitado até então. Que viagem difícil essa. Sem malas reais, mas com uma bagagem sem tamanho para carregar.

Não deixemos de viajar. Desta vez, para o âmago de nossos anseios, para o autoconhecimento, em busca da sabedoria profunda sobre quem seremos e para onde iremos quando tudo isso acabar. Se acabar...

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Economia em crise e bolsas em alta: isso faz sentido?

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Enquanto começo este texto, às 11h da manhã desta quinta-feira, 9, o Ibovespa está cotado em 99.579,27 pontos; já acumulam-se 56% de rentabilidade desde o fundo no auge das turbulências provocadas pelos impactos econômicos e sociais decorrentes do novo Covid-19. Em menos de quatro meses, o índice somou mais de 30 mil pontos de valorização. Ainda não é o suficiente para atingir patamares recordes alcançados em janeiro deste ano, pois na profunda queda – em apenas um mês – os gráficos mostravam mais de 50 mil pontos de desvalorização.

Enquanto começo este texto, às 11h da manhã desta quinta-feira, 9, o Ibovespa está cotado em 99.579,27 pontos; já acumulam-se 56% de rentabilidade desde o fundo no auge das turbulências provocadas pelos impactos econômicos e sociais decorrentes do novo Covid-19. Em menos de quatro meses, o índice somou mais de 30 mil pontos de valorização. Ainda não é o suficiente para atingir patamares recordes alcançados em janeiro deste ano, pois na profunda queda – em apenas um mês – os gráficos mostravam mais de 50 mil pontos de desvalorização.

Por outro lado, as expectativas para 2020 não são as melhores; a economia real passa por momentos difíceis e a recessão já é realidade. O Boletim Focus (relatório periódico elaborado e divulgado pelo Banco Central do Brasil) na última segunda-feira, 6, projetou retração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Por outro lado, o mesmo relatório já estima expansão de 3,50% para 2021. Ademais, o mercado de trabalho sente diretamente esses impactos da recessão e a taxa de desocupação – ainda em alta – representava 12,4% no fechamento da segunda semana de junho.

Parece haver uma desconexão entre o mercado de ações e a economia real, não é mesmo? Pode parecer estranho, mas, de fato, o mercado de bolsa costuma ser um indicador antecedente: alcançamos o fundo de mercado e as maiores quedas da história da bolsa antes mesmo de o isolamento social se dissipar em território brasileiro e agora o mercado opera em alta mesmo durante o auge (será?) da crise na economia real, já projetando dias melhores em breve. Isso faz parte dos ciclos econômicos.

Agora, pode, sim, ser muito estranha, a velocidade com que tudo está acontecendo. Ciclos econômicos costumam levar certo tempo para absorver todos os processos de retração da economia, e o que em outras crises durou anos agora está sendo superado em semanas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Nasdaq Composite (índice de ações listadas na Bolsa de Valores da Nasdaq) já voltou a quebrar novos recordes e superou “patamares pré Covid-19”.

Então, o que motivou tanto otimismo do mercado?

Antes de mais nada, o primeiro ponto a ser questionado – e aí não há como haver uma resposta definitiva – é se tal otimismo pode ser, de fato, justificável ou deve ser considerado como exacerbado. Para isso, é importante entender como ocorreu essa recuperação das bolsas ao redor do mundo e como os próprios governos e bancos centrais atuaram para garantir o funcionamento do sistema financeiro. Basicamente, o governo precisava injetar liquidez – e, com isso, volume – nas negociações e, para isso, usaram algumas ferramentas disponíveis no mercado de negociações em bolsa; criaram suas proteções, caso a operação não desse certo, para adquirir ativos de classe especulativa (considerados como não investimento).

Com isso, compraram dividas de grandes empresas e possibilitaram sua rápida recuperação. Parece que o livre mercado também não se sustenta sem o Estado, não é mesmo? Fica o questionamento para intrigar seus pensamentos, leitor.

Por outro lado, alguns relatórios de resultado – principalmente os do setor varejista – justificam parte do otimismo pelo mercado. Contudo, vale ressaltar, mercados em alta são (sempre) aguardados por correções no caminho. Apesar de ninguém saber ao certo quando ocorrerá, vale a pena estar atento aos próximos movimentos de baixa; não serão comparáveis a grandes correções em tempos de crise, mas podem possibilitar bons momentos para a montagem de suas posições.

Finalizo esta coluna com uma dica: fique sempre atento aos mercados de alta, pois as correções fazem parte dos movimentos.

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Cestas básicas

quinta-feira, 09 de julho de 2020

Para pensar:
"Na verdade, qual idealização é capaz de se manter, qual sonho pode persistir indefinidamente, quando confrontado com a precariedade natural dos seres e a monótona cantilena da eterna repetição das coisas?"
Gilles Lipovetsky

Para refletir:
“Toda a lei que oprime um discurso está insuficientemente fundamentada.”
Roland Barthes

Cestas básicas

Em linhas gerais, a notícia é evidentemente positiva.

Para pensar:
"Na verdade, qual idealização é capaz de se manter, qual sonho pode persistir indefinidamente, quando confrontado com a precariedade natural dos seres e a monótona cantilena da eterna repetição das coisas?"
Gilles Lipovetsky

Para refletir:
“Toda a lei que oprime um discurso está insuficientemente fundamentada.”
Roland Barthes

Cestas básicas

Em linhas gerais, a notícia é evidentemente positiva.

“Desde o dia 19 de maio, quando a Prefeitura de Nova Friburgo deu início à distribuição de cestas básicas às famílias friburguenses inscritas no Cadastro Único para Benefícios do Governo Federal (CadÚnico) e às famílias dos alunos matriculados na rede municipal de ensino, já foram entregues 24.662 kits durante as duas etapas de distribuição promovidas pelo Governo Municipal.”

Segue

“As duas compras (de cestas básicas e kits de limpeza) foram feitas através do Fundo Municipal de Assistência Social, portanto, com verba própria do município. No caso das cestas básicas, a compra custou R$ 3.408.750 e os itens estão sendo fornecidos pela empresa Ermar Alimentos, do Rio. Já os kits de limpeza custaram R$ 359.100 e estão sendo fornecidos pela empresa Golden Rio Comercial, de Itaboraí.”

Indícios

O vereador Wellington Moreira, no entanto, já protocolou três representações junto ao Ministério Público a fim de dividir informações que apurou em processos de fiscalização e entendeu serem pertinentes a esse respeito.

No mais recente dos documentos, o parlamentar argumenta que em razão de “indícios de irregularidades nas contratações emergenciais, faz-se necessária a investigação por parte dos órgãos competentes quanto à compra, conteúdo e distribuição das cestas básicas para suprir a ausência da merenda escolar durante o isolamento social”.

Incompletas

Em essência, o vereador chama a atenção para relatos dando conta da ausência de itens na cesta.

“A principal irregularidade grave relatada pelas famílias é a ausência ou diminuição da quantidade de itens que compunham a segunda cesta recebida. A maior parte das denúncias recai na ausência dos itens de limpeza, principalmente água sanitária e detergente, que constam da lista de compra original das cestas. Muitas denúncias recebidas relatam a diferença de tamanho e peso entre a primeira e a segunda cesta recebidas”.

Procedência

Da mesma forma, a peça chama atenção para alguns detalhes relacionados à procedência das cestas.

“É bom lembrar que o proprietário da empresa contratada (Ermar Alimentos) já esteve envolvido em desvios de merenda escolar no Estado do Rio de Janeiro que somam cifras superiores a R$ 300 milhões”, e que ele e mais quatro membros da mesma família “foram detidos na Operação Inópia, desdobramento da Lava-Jato responsável por investigar o desvio de dinheiro destinado à merenda escolar no Estado do Rio de Janeiro”.

Critérios

Também houve questionamentos a respeito dos critérios de distribuição, mas a própria prefeitura admite que “ainda não foi possível apurar a quantidade de cestas que foram entregues aos inscritos no CadÚnico e às famílias de alunos da rede municipal de ensino, já que muitas que possuem filhos matriculados na rede também estão inscritos no programa e recebem através dele”.

Qualidade

Por fim o documento reproduz relatos e fotos questionando a qualidade de alguns dos insumos distribuídos.

“Em um número significativo das cestas básicas compradas pela prefeitura, foram distribuídas com feijão brocado, arroz mofado e produtos próximo aos vencimentos na data do recebimento.”

Fala, leitor!

O leitor Jorge Libânio Schuindt enviou mensagem justamente a respeito deste assunto.

“Na edição do último dia 7 o Massimo menciona a cesta de frutas e legumes entregue às famílias dos alunos da rede municipal. A intenção é boa tal qual o ditado. De boas intenções o inferno está cheio. Procure uma foto da cesta e tire a conclusão. Nada contra a coluna, que admiro e leio sempre.”

Vacinação (1)

A VOZ DA SERRA já publicou reportagem dedicada ao tema, mas a coluna entende ser importante enfatizar que já foi publicada (e, portanto, encontra-se em vigor) a lei municipal 4.740, de autoria do vereador Cascão do Povo, que dispõe sobre a obrigatoriedade de apresentação da carteira de vacinação atualizada no ato da matrícula escolar em Nova Friburgo.

Vacinação (2)

A justificativa da legislação lembra que algumas doenças que já haviam sido erradicadas no país foram observadas novamente, e que uma das razões para o reaparecimento dessas doenças é a dificuldade enfrentada pelas autoridades para cumprir a meta de vacinação.

Importa registrar que a lei não gera impossibilidade de matrícula, mas sim a recomendação para sua regularização sob pena de encaminhamento para o Conselho Tutelar.

Inusitado

Nova Friburgo, como ademais inúmeras cidades brasileiras, possui um questionável histórico de concessões de títulos de cidadania a autoridades pouco ou nada vinculadas ao município.

De fato, já houve casos de pessoas que jamais pisaram por aqui (nem mesmo na cerimônia de entrega) e ainda assim foram agraciadas com a cidadania, em evidente desrespeito ao significado da honraria.

Justifica?

Pois bem, muitos tiveram a mesma impressão quando viram, na ordem do dia da sessão de hoje, 9, de nossa Câmara Municipal, a indicação feita pelo vereador Norival (PT) para que a ex-presidente Dilma Rousseff receba o título de cidadã friburguense.

A coluna não pode deixar de lembrar, todavia, que Dilma visitou a cidade em duas oportunidades enquanto ocupava a presidência, e, sobretudo, que sua mãe nasceu justamente aqui em Nova Friburgo.

Resta conferir se ela voltará à cidade mais uma vez, agora para receber o título de cidadã.

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