Blogs

Previsível

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Para pensar:
"Você não pode fazer nada a respeito do quão longa será sua vida, mas pode fazer sobre sua largura e sua profundidade.”
H.L. Mencken

Para refletir:
“A ave que se habitua com a paisagem rasteira, perde o gosto pela altura.”
Provérbio indiano

Previsível

Para pensar:
"Você não pode fazer nada a respeito do quão longa será sua vida, mas pode fazer sobre sua largura e sua profundidade.”
H.L. Mencken

Para refletir:
“A ave que se habitua com a paisagem rasteira, perde o gosto pela altura.”
Provérbio indiano

Previsível

Conforme alguns já anteviam, a Procuradoria-Geral do Município se recusou, na tarde de quarta-feira, 15, ao receber cópia do ofício 29/2020 da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento, mantendo sua postura de aproveitar toda e qualquer oportunidade de atrasar a apreciação das contas da Prefeitura de Nova Friburgo relativas a 2018.

Está no seu direito?

Sim, está.

É uma postura digna?

Bom, aí cabe a cada um avaliar.

Útil

Em meio a tudo que poderia ser dito sobre o atual comando da PGM, talvez o predicado mais negativo seja reconhecer que ela está alinhada e em perfeita harmonia com o atual governo municipal.

A pressão pela mudança de comando, por sinal, se deu exatamente em busca disso, como ademais também ocorreu na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

O tempo provou que o perfil valorizado pela atual administração é muito específico, a partir de uma interpretação bastante própria do termo “cargo de confiança”.

Descrédito (1)

Criticar tal postura, todavia, seria chover no molhado, não fosse por um exemplo bastante concreto e sintomático que nos foi dado por muitas vozes na quarta-feira, 15.

Veja o leitor que o grau de confiança na atual gestão municipal é tão frágil, que bastou um dia um pouco diferente para que começassem a circular boatos de que estaria em curso uma articulação para levantar fundos destinados ao comércio de votos ou sentenças.

E que, a partir de tal movimentação, o destino das contas poderia ser alterado, no plenário ou fora dele.

Descrédito (2)

Tal teoria - que carece de materialidade e a coluna evidentemente não chancela - não circulou fora dos muros da Prefeitura, mas dentro deles.

E não foi ecoada apenas por servidores insatisfeitos, mas também em médios escalões, onde, em teoria, informações privilegiadas deveriam circular.

A coluna evidentemente se posiciona contra toda e qualquer informação leviana e inverídica - e é disso que se trata, até se prove o contrário -, mas lamenta que o atual nível de descrédito do Palácio Barão de Nova Friburgo, e também de um bom punhado de vereadores, tenha sim muitas razões para ser justificado.

Desigualdade

O leitor sabe bem que a Prefeitura Municipal é, de longe, o maior empregador em Nova Friburgo.

Infelizmente, contudo, as condições oferecidas a grande parte desse funcionalismo estão longe de serem justas.

De fato, tem muita gente que se mata de trabalhar para receber, ao fim de cada mês, um salário mínimo, ou pouco mais que isso.

Pessoas que geralmente pagam aluguel, e levam uma vida muito, muito apertada.

Faz tempo

Sendo muito franco, essa é uma situação que diz mal, em maior ou menor grau, de todas as gestões recentes, e que se torna ainda mais aviltante quando se observa a diferença de tratamento reservada a indicações de natureza política, a partir de critérios raramente técnicos.

Em campanha todos dizem que isso vai mudar, mas na prática tudo se mantém, quando não se acentua.

Justiça

Todavia, não apenas pelo devido respeito a quem de fato carrega o piano da administração municipal, mas também pelo próprio impacto que a prefeitura desempenha - ou precisa desempenhar - na economia friburguense, sobretudo no contexto de retração econômica que temos pela frente, é crucial que a distribuição de valores dentro da folha de pagamento seja menos discrepante, e que isso mude sem demora.

Que tal?

Ao próximo prefeito, portanto, a coluna deixa aqui uma sugestão, que não traria qualquer impacto sobre o valor total da folha, mas certamente seria muito benéfica para melhorar a vida de servidores e ampliar a capacidade de consumo de nossa população: encerrar as gratificações, mesmo que temporariamente, e acrescentar a divisão proporcional do valor economizado aos vencimentos dos servidores de carreira, até que eles possam ser aumentados de forma definitiva.

Em especial entre os que ganham menos.

Não é mais tolerável que as GNs sejam utilizadas como moeda de troca.

Avanço (1)

Ainda a esse respeito, a coluna faz questão de registrar uma notícia positiva por parte do governo municipal, que acaba de sancionar e promulgar a lei municipal 4.742 que altera o vencimento base dos agentes comunitários de saúde e de endemias, em adequação ao disciplinado na lei federal 13.708/2018.

O rendimento das categorias, que era de R$ 1.100,33, passará a ser de R$ 1.400.

Avanço (2)

E mais: atendendo a cobrança da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento da Câmara Municipal, o Executivo concordou em realizar o pagamento de maneira retroativa a janeiro de 2019.

O alcance ainda é pequeno, o aumento ainda é restrito, e a motivação da iniciativa foi externa.

Mas, ainda assim, é uma notícia positiva e que merece registro.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Pausa

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Há momentos na vida em que pausas se fazem mais que necessárias, por uma série de motivos. Talvez seja mais interessante projetá-las com estratégia, inteligência e planejamento, compreendendo sua importância. Não sei se as pessoas conseguem. O que vejo com bastante frequência é a pausa forçada. Aquela imposta pela vida, pelas circunstâncias, por fatores externos. Ou mesmo quando o corpo grita, a saúde é prejudicada, as forças se esvaem e aí, não resta outro caminho, senão sentir na pele os sinais e ... parar.

Há momentos na vida em que pausas se fazem mais que necessárias, por uma série de motivos. Talvez seja mais interessante projetá-las com estratégia, inteligência e planejamento, compreendendo sua importância. Não sei se as pessoas conseguem. O que vejo com bastante frequência é a pausa forçada. Aquela imposta pela vida, pelas circunstâncias, por fatores externos. Ou mesmo quando o corpo grita, a saúde é prejudicada, as forças se esvaem e aí, não resta outro caminho, senão sentir na pele os sinais e ... parar.

Recebemos cotidianamente uma avalanche motivacional para seguirmos sempre em frente, haja o que houver, venha o que vier. E por mais que realmente seguir em frente por vezes seja o caminho mais recomendável, percebo que não raras vezes precisamos é de uma pausa efetiva para respirarmos, para nos reconectarmos, para reunirmos forças, renovarmos o repertório, oxigenarmos a mente e darmos consolo ao corpo, muitas vezes tratado com tanta displicência ao longo dos dias de rotina pesada.

Nosso templo precisa de cuidados. E ouso dizer que precisamos priorizá-lo, elevá-lo ao patamar do topo, vertermos nossa atenção, nossas ações, em prol dele, sem o qual simplesmente não temos como seguir adiante. Isso envolve todos os cuidados com nossa saúde física, mental, espiritual... envolve ser presente, respirar com atenção, ler bons livros, pensar em coisas boas, sonhar com um futuro bom, exercitar o corpo, trabalhar com gratidão, amar e ser amado, cuidar das relações e tudo aquilo que é intangível, primordial e que faz a vida ter sentido.

Essa pausa a que me refiro não é o ficar estático. É o respeito ao tempo de florir-se, de não atropelar a si próprio em nome dessa correria desvairada que impõe barulho em nossas vidas. É o saber respeitar limites, dar descanso ao corpo e refrescar a mente de maus pensamentos, de demandas, além da conta e telas coloridas. É o dispersar-se menos com o que não interessa e deixar a mente fluir.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Consciência de consumo

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Os tempos são difíceis, a recessão é uma realidade e o consumo desajustado pode causar sérios danos futuros. A falta de planejamento é o maior problema tecnicamente solucionável no meio financeiro e é lhe auxiliar neste ponto, o objetivo da coluna de hoje. Contudo, vale ressaltar brevemente a relevância do fator psicológico do consumo; quando maus hábitos fazem parte da rotina de consumo, este é um ponto importante a ser considerado.

Os tempos são difíceis, a recessão é uma realidade e o consumo desajustado pode causar sérios danos futuros. A falta de planejamento é o maior problema tecnicamente solucionável no meio financeiro e é lhe auxiliar neste ponto, o objetivo da coluna de hoje. Contudo, vale ressaltar brevemente a relevância do fator psicológico do consumo; quando maus hábitos fazem parte da rotina de consumo, este é um ponto importante a ser considerado.

A profunda – e incrivelmente rápida – crise de 2020 tem deixado rastros marcantes na economia real: o desemprego segue crescendo, alguns projetos de lei cogitam possíveis recontratações (acordadas) com reajuste salarial e, ainda assim, o consumo tem aumentado – principalmente no setor do varejo. Veja, o consumo não é nem de longe um problema primário para a economia; pelo contrário, é importante no processo de superação de crises e uma das formas de tornar isso possível é o controle inflacionário promovido pelo consumo regular – ou incentivado. Todavia, quando o consumidor não tem dinheiro para assumir compromissos os problemas começam a aparecer. Primeiramente dentro de casa, com a crise no orçamento doméstico, e posteriormente com o impacto no mercado de crédito.

Portanto, planeje-se, o consumo inconsciente pode causar danos enormes em tempos como os atuais. E o principal deles é diretamente no seu bolso. Ficam aqui, então, algumas dicas de como estabelecer o consumo saudável no seu cotidiano:
• Compare e estude os preços: saiba o que precisa comprar e comece a ter seu planejamento bem definido; assim você terá tempo para pesquisar preços e, acredite, você vai se surpreender com possibilidade de boas economias.
• Compre o que for comprar: a sua convicção, como consumidor, é o que vai ditar a relação entre o vendedor e você. Caso não queira comprar algo fora do planejado, não compre. Cuidado com as técnicas de vendas.
• Fique atento na internet: lojas virtuais devem receber cuidados especiais, atente-se sempre à veracidade e confiabilidade dos sites; as compras na internet envolvem uma série de riscos que podem ser evitados com conhecimento e um pouco de bom senso. Procure saber se a loja virtual é verídica; desconfie de preços extremamente fora dos valores de mercado; cuidado com a divulgação indevida de seus dados pessoais; e confira o valor do frete.
• Antes de parcelar, faça as contas: parcelamentos parecem ser uma “mão na roda”, mas sem o devido planejamento e estudo do seu orçamento, podem ser a semente do caos nas suas finanças. Lembre-se, no próximo mês virão novos consumos e você não merece viver para pagar boletos.

Educação Financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos, é a rotina de todos que usam dinheiro como ferramenta de aquisição.

Por que comprar o que não é necessário? Pagar juros depois ou poupar antes? Vale a pena pesquisar preços? Só você tem o controle de como gastar seu dinheiro e alocar suas finanças pessoais. Por isso, tome boas decisões. Pense nisso!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Bate papo

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Para pensar:
"O mesmo sol que derrete a manteiga, endurece o barro.”
Provérbio indiano

Para refletir:
“Nunca ande por trilhas, pois assim só irá até onde outros já foram.”
Graham Bell

Bate papo

Se ontem, 15, a coluna abriu espaço para questões de utilidade (e responsabilidade) pública, hoje ela convida os amigos para uma conversa informal sobre alguns temas e comportamentos que demandam serenidade de nossa parte.

Sempre atual

Para pensar:
"O mesmo sol que derrete a manteiga, endurece o barro.”
Provérbio indiano

Para refletir:
“Nunca ande por trilhas, pois assim só irá até onde outros já foram.”
Graham Bell

Bate papo

Se ontem, 15, a coluna abriu espaço para questões de utilidade (e responsabilidade) pública, hoje ela convida os amigos para uma conversa informal sobre alguns temas e comportamentos que demandam serenidade de nossa parte.

Sempre atual

O colunista sempre teve especial interesse pelo período histórico que compreende as origens (tantas vezes distorcidas) da Primeira Guerra Mundial e segue até o fim da pandemia de gripe de 1918.

Felizmente existem alguns livros excelentes dedicados a narrar vários dos episódios ocorridos neste intervalo, que de várias maneiras ajudaram a desenhar as bases do mundo como hoje o conhecemos.

Podemos recomendar alguns deles.

Sugestões

Quem quiser entender de fato o contexto do assassinato de Francisco Ferdinando, e a forma como o atentado teve sua narrativa alterada ao longo das décadas ao sabor dos propósitos mais variados - a começar pela própria declaração de guerra à Sérvia -, faria bem ao ler “O Gatilho”, do jornalista inglês Tim Butcher.

Por sua vez, o livro “Gripe”, de Gina Kolata, é leitura obrigatória para quem quiser saber mais sobre a terrível gripe erroneamente conhecida como “espanhola”, sobre a história das pandemias, e sobre o fascinante esforço da humanidade por recuperar o material genético do vírus de 1918, tantas décadas após o surto.

Bom investimento

A primeira destas sugestões infelizmente não foi publicada no Brasil, mas pode ser encontrada na internet, inclusive em português de Portugal. Já o segundo livro foi publicado por aqui, e não deve ser difícil de ser encontrado por um leitor interessado.

Naturalmente não se tratam de leituras fáceis, mas ambos recompensam fartamente o esforço do leitor por atravessar uma ou outra contextualização eventualmente demorada.

E antes que os amigos concluam que enlouquecemos de vez, permitam-nos reproduzir pequenos trechos do 1º capítulo de “Gripe”.

Aspas

“Os médicos do Exército tentaram de tudo para deter a epidemia. Inoculavam as tropas com vacinas feitas a partir das secreções dos corpos de pacientes ou da bactéria que eles achavam que causasse a doença. (...) No hospital Walter Reed, os soldados mascavam tabaco todo dia, acreditando que com isso afastariam a gripe. (...) O médico contou que as vacinas eram apenas uma ‘sopa’ feita de sangue e muco dos pacientes da gripe, filtrada para eliminar as células maiores e os detritos. Quando era injetada, o braço ficava horrivelmente dolorido. ‘ E todos pensavam que ela realmente fazia efeito’.”

Mudou muito?

Lendo estas linhas 102 anos depois, tudo soa muito atrasado, não?

Porém, se é fato que a comunidade científica aprendeu muito desde então, é igualmente verdade que a natureza humana permanece a mesma, e segue sujeita aos efeitos do medo, da desconfiança, das seduções propagandistas, e continua reagindo da mesma maneira num ambiente de extrema polarização.

Em 2020, como em 1918, não são poucas as pessoas buscando atalhos para o fim da pandemia, ou acreditando que a cura já existe e nos é escondida em razão de interesses inconfessáveis.

Roupa do rei

Dar crédito a tais teorias, contudo, implica aceitar a mais absoluta incompetência ou a total conivência de diversas pessoas próximas, que conhecemos há muito tempo, e cujo esforço por aprender os caminhos da biologia pudemos testemunhar.

Tais devaneios, a despeito dos conhecidos atos criminosos já cometidos pela indústria farmacêutica, só poderiam ser levados a sério num ambiente tão intoxicado quanto o que nos cerca atualmente.

De fato, qualquer análise isenta terá de reconhecer que, apesar dos pesados interesses infiltrados, o saldo da farmacologia ao longo dos tempos é extremamente positivo.

Atalhos

Certo, e por que falar sobre tudo isso agora?

Bom, porque a nossa Câmara Municipal tem apresentado algumas sugestões relacionadas ao combate à Covid-19, e entre elas está uma indicação legislativa que pressupõe a existência de um coquetel padrão para o tratamento da Covid-19.

Gente, a medicina aprendeu muito nos últimos seis meses, e está evidenciado que o vírus e os tratamentos experimentados até aqui exercem efeitos individualizados e distintos, em meio a muitas variáveis que ainda não foram devidamente isoladas.

Não existem atalhos.

Achismos

Há que se confiar no julgamento de quem estudou para isso e está na linha de frente, aprendendo na prática o comportamento daquilo que estamos enfrentando.

São muitos os registros históricos de problemas causados pelo ignorar de protocolos (leiam sobre a campanha de vacinação dos Estados Unidos em 1976, por exemplo), sob a justificativa de que não podemos esperar até que a ciência reconheça resultados conclusivos.

Achismos e politizações, nessa altura do campeonato, atrapalham muito mais do que ajudam.

Nossa parte

Se, em vez de seguirmos na busca por atalhos ou por indícios que “confirmem” aquilo em que estamos decididos a acreditar, estivéssemos comprometidos com os comportamentos que sabemos serem eficientes, certamente vidas e empregos estariam sendo economizados em larga escala.

Façamos, portanto, a nossa parte.

E deixemos que a ciência faça a dela.

Nas alturas

E já que estamos falando sobre a pandemia do novo coronavírus, a conceituada Prospect Magazine elaborou uma lista com o que considerou ser os 50 pensadores mundiais mais destacados na “era da Covid-19”.

A lista inclui gente do quilate do cultuado sociólogo e filósofo Jürgen Habermas, de 91 anos de idade, e também a friburguense Ilona Szabó de Carvalho, cujo trabalho é muito mais reconhecido pela comunidade internacional do que entre nós.

Em tempo...

A triagem para a eleição dos top 10 nesta lista está sendo feita por votação popular, na página da revista na internet.

Se alguém quiser participar, é só se manifestar por lá…

Reciclar

O leitor Fernando Teixeira, sempre preocupado com a questão ambiental, busca apoio da coluna para pedir pelo retorno das caçambas de lixo reciclável em nossa cidade.

A coluna registra a demanda, assumindo o compromisso de dar espaço à divulgação do retorno, caso venha a ser atendido pela concessionária responsável por esse serviço.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Fazenda São Clemente (Parte 1)

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

A exploração do ouro de aluvião nos córregos dos rios Grande e Negro no Vale do Paraíba fluminense, possivelmente foi o que motivou o alferes a se estabelecer nos sertões do Macacu, na capitania fluminense. João Clemente Pinto, casado com Teresa Joaquina da Silva Pinto obteve no ano de 1809, naqueles sertões, uma concessão de terras denominada de sesmaria doadas pelo vice-rei a homens de cabedais. Essa sesmaria estava localizada nas cabeceiras de um ribeirão no qual João Clemente Pinto batiza de Ribeirão de Nossa Senhora das Areas.

A obtenção da Carta de Ordem de Sesmaria se concretizou em 11 de maio de 1812 e dois anos depois, os sertões do Macacu receberam o predicado de município de São Pedro de Cantagalo. Outros membros da família Clemente Pinto igualmente emigraram para o Brasil. Tudo indica que o sobrinho de João Clemente, Antônio Clemente Pinto, futuro 1º barão com honras de grandeza de Nova Friburgo chegou ao Brasil no ano de 1807, com 12 anos de idade.

Em 1819, no entanto, João Clemente Pinto faleceu, sete anos depois de ter obtido a concessão de sesmaria. O filho do casal, Francisco Clemente Pinto (1803-1872), igualmente alferes, solicitou uma sesmaria nessa região em 1822, ano em que essa modalidade de aquisição de terras foi extinta no país. Os Clemente Pinto, entre 1809 e 1822 já eram proprietários de três sesmarias, pois Dona Teresa Joaquina da Silva Pinto havia igualmente solicitado esse benefício na mesma ocasião que o marido.

Os sesmeiros dessa região, depois de esgotado o ouro de aluvião migraram sua atividade econômica para a produção de alimentos como milho, feijão, cana-de-açúcar, fabricação de toucinho e criação de gado. Exportam os produtos de sua lavoura para o Rio de Janeiro, por meio de tropas de mulas. Paulatinamente, o café migra dos arredores do Rio de Janeiro para o Vale do Paraíba fluminense e as fazendas de Cantagalo se tornaram importantes unidades de produção contribuindo com significativa parcela na exportação para o exterior.

Francisco Clemente Pinto tornou-se um rico cafeicultor e proprietário de dez fazendas. Além da fazenda São Clemente era proprietário de Matta Porcos e Bella Vista, para citar apenas as mais importantes. Francisco Clemente Pinto recebeu o título de comendador da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa. Com o falecimento do comendador, a Fazenda São Clemente foi herdada pelo seu sobrinho homônimo.

Francisco Clemente Pinto nasceu em 11 de setembro de 1843 e fez os seus estudos de engenharia na Bélgica. Casou-se com Eulália Amélia de Oliveira Barcelos, que passou a chamar-se Eulália Clemente Pinto, com quem teve nove filhos. A Fazenda São Clemente, localizada em Boa Sorte, 5º distrito do município de Cantagalo tinha em seu apogeu uma área de 700 alqueires. No ano de 1883, há o registro de que possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos. Era uma das mais importantes unidades de produção de café do município de Cantagalo. Foi visitada pelo Barão Johann Jakob Von Tschudi, pelo imperador D. Pedro II, em 26 de fevereiro de 1876 e pelo dr. Luiz Monteiro Caminhoá.

No último quartel do século 19 teve início a decadência da produção de café no Vale do Paraíba fluminense. Alguns fatores concorreram para esse declínio como o esgotamento do solo, o surgimento de pragas nas lavouras, a abolição da escravidão e a crise do Encilhamento na República. Consequentemente alguns barões do café, ou seus descendentes, foram perdendo suas fazendas por dívida, em leilões.

A Fazenda São Clemente superou a crise produzindo café de boa qualidade, participando da Exposição Universal Colombiana de Chicago, realizada em 1893, tendo sido inclusive premiada. A Exposição de Chicago havia sido idealizada para celebrar o quatrocentésimo aniversário da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Entretanto, no ano de 1907, o engenheiro Francisco Clemente Pinto se viu obrigado a recorrer a um empréstimo hipotecário, junto ao Banque Belge de Prêts Fonciers, com sucursal na cidade do Rio de Janeiro. Como não conseguisse honrar com o pagamento do financiamento perdeu a fazenda para o banco, arrematada pelo coronel José Affonso Fontainha Sobrinho. Francisco Clemente Pinto faleceu em 1921.

Fonte: Pesquisa de Marcelo Monnerat. Continua na próxima quinta-feira.

  • Foto da galeria

    A Fazenda São Clemente possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos ( Acervo pessoal)

  • Foto da galeria

    A família Clemente Pinto é originária de Santa Maria de Aboadela, em Portugal ( Acervo pessoal)

  • Foto da galeria

    Casa sede da Fazenda São Clemente, em Cantagalo (Acervo pessoal)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aceitar nossa impotência nos liberta

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Muitas vezes podemos sofrer consequências de maus tratos dos outros e depois, anos mais tarde, quando aquelas pessoas que nos fizeram sofrer não estão mais por perto, ou estão mas não mais nos perturbam, apresentamos sintomas. Estes sintomas foram construídos porque eram defesas que havíamos construído para lidar com aqueles maus tratos feitos contra nós. Mas o tempo passou, a pessoa foi embora, morreu, ou está perto ainda, mudada para melhor ou não, e as defesas agora nos aprisionam.

Isto é mais ou menos como você fraturar um osso da perna, o médico coloca gesso, você precisa usar um apoiador para andar, e depois que o gesso é retirado e você recupera aquele membro com fisioterapia, você ainda quer usar o apoiador. Ele não é mais necessário, como algumas defesas psicológicas que usamos no passado, mas insistimos em usá-las. Assim ficamos presos com limitação da liberdade de ação desnecessariamente.

Uma das prisões neste caso pode ser o ressentimento, a mágoa de quem nos tratou mal. Então, para a liberdade em nós, será necessário exercer o perdão que pode ficar menos difícil de dar se procurarmos compreender o por que aquela pessoa agia daquela maneira. Quem sabe ela copiava a maneira como foi tratada quando criança. Talvez reagia com medo. Talvez era presa pelo vício em algo. A compaixão e o perdão, portanto, poderão ser aplicados para com ela dentro de nosso coração, o que nos aliviará.

Veja este depoimento fantástico: “Em criança, cresci esperando que meus pais alcoólicos me dessem o amor de que eu precisava. Quando saí de casa, transferi essa expectativa para o meu namorado alcoólico. Vivia para o seu amor e esperava que ele mudasse seu comportamento que estava me ferindo. Enquanto me apeguei à esperança de que ele iria me amar da maneira que eu queria ser amada, me tornei prisioneira do alcoolismo. Depois de frequentar o Al-Anon [grupo de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos www.al-anon.org.br] por algum tempo, comecei a compreender o quanto da minha vida tinha sido gasto esperando que os outros mudassem para que eu pudesse ser feliz. Eu tinha perdido muito tempo tentando mudar as coisas que não podia controlar. Quando finalmente aceitei que não podia controlar a maneira de beber do meu namorado, fiquei livre. Também percebi minha impotência perante os meus familiares. Senti alguma tristeza junto com esse despertar espiritual, mas o Al-Anon me manteve ocupada aprendendo sobre alcoolismo como doença e seguindo em frente com os passos. Eu me perguntava por que deveria tentar combater o alcoolismo, então decidi admitir que o alcoolismo é mais poderoso do que eu. Agora estou livre para descobrir a pessoa dentro de mim que é animada, divertida, amorosa e digna de amor. Hoje estou aprendendo a me dar o amor incondicional e a aceitação que sempre quis receber das pessoas que não os tinham para dar. A única pessoa que pode me amar do jeito que quero ser amada sou eu mesma.”

(Fonte: Esperança para Hoje, p.361, 2018, Grupos Familiares Al-Anon do Brasil.) 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Utilidade pública

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

A coluna abre espaço para alguns comunicados que entende serem pertinentes, envolvendo responsabilidades que precisam ser compartilhadas entre toda a sociedade.

Hemocentro

Como já dissemos algumas vezes por aqui, o impacto da pandemia de Covid-19 sobre a rotina de coleta de sangue foi grande, não apenas em Nova Friburgo mas no mundo inteiro.

Compreensivelmente, diversos doadores preferiram se manter distantes do ambiente hospitalar, e como a demanda não cessa o resultado é dramático.

Parece oportuno, portanto, frisar mais uma vez que o ambiente da coleta em Nova Friburgo é isolado e independente, e que toda e qualquer doação será de enorme importância neste momento.

Insuficiente

No último sábado, 11, passado, inclusive, foi realizada uma coleta extra com o objetivo de reforçar o estoque.

Das 23 pessoas que compareceram, 20 efetivamente doaram.

A participação, contudo, foi aquém do esperado, e a necessidade de novas doações é grande.

O hemocentro funciona na Rua General Osório, 324, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 11h30.

Como doar

O doador deve ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais), pesar mais de 50 quilos e portar documento de identidade original, com foto.

Doadores podem marcar dia e horário para atendimento pelo telefone 2523-8084.

Vale lembrar, por fim, que todo o material utilizado para a coleta é descartável.

Dívida animal

A querida Emilene Imbroinise fez uma postagem na última segunda-feira, 13, cujo conteúdo a coluna toma a liberdade de reproduzir.

“Hoje, dia 13 de julho, faz um mês que a nossa querida protetora de animais Valéria Lima faleceu. Estamos trabalhando incessantemente para conseguirmos um local apropriado para todos os seus cães. Ainda temos cães no abrigo e em lares temporários aguardando adoção. Pedimos novamente a ajuda de toda a população na divulgação dos cachorros que ainda estão precisando de um lar. Enquanto tiver cachorro da Valéria sem ter para onde ir, não vamos parar de trabalhar. Ninguém larga a pata de ninguém.”

Segue

“Esses bichinhos que Valéria carinhosamente chamava de crianças estão órfãos de sua mãezinha e agora precisam ganhar uma nova casa, um cantinho quentinho com água e comida para viverem em segurança. Valéria deu a vida por esses animais. Deixou de fazer uma importante cirurgia para não se afastar dois dias do abrigo. Trabalhou até a última gota de suas forças, saiu do abrigo praticamente carregada. Vamos honrar todo o esforço da Valéria divulgando seus cães que ainda precisam ser doados. Todos juntos nessa corrente do bem! Contato pelo WhatsApp: Janaína (22) 9 9943 1912.”

Destrancou

A coluna tem algumas atualizações importantes relacionadas ao Legislativo Municipal.

De imediato, cabe registrar que a pauta foi destrancada pelo período de cinco sessões, como prazo inicial para que as tramitações previstas sigam seu curso e as contas de 2018 da Prefeitura de Nova Friburgo possam finalmente ser avaliadas.

A contagem se inicia nesta quinta-feira, 16, e tudo indica que o período será marcado por sessões bastante densas, com muitas matérias importantes para serem deliberadas.

Sem recesso

Inclusive por isso, e também pelo compromisso de que a apreciação das contas aconteça o quanto antes, o plenário concordou por unanimidade em não fazer o habitual recesso de meio de ano em 2020.

Diante de todas as peculiaridades deste ano, dos atrasos que se impuseram e dos prazos para que algumas questões sejam votadas, o mês de julho será devidamente aproveitado.

Perspectivas

O que a coluna diz a partir daqui já não são fatos, mas avaliações a partir daquilo que, neste momento, se apresenta como tendência.

Diante do que precisa ser cumprido formalmente, parece razoável estimar que as contas - salvo alguma nova tentativa de atrasar os procedimentos por parte do Executivo - sejam apreciadas em algum momento nos primeiros dez dias de agosto.

E, naturalmente, se isso vier a se cumprir, é provável que a pauta da Câmara volte a ser trancada momentaneamente, ainda em razão do julgamento das contas.

Resta esperar para ver se tais previsões se confirmam.

Inesquecíveis

Informações oficiais nos indicam que, até o momento em que estas linhas eram escritas, 45 pessoas haviam sucumbido à Covid-19 em território friburguense.

Em meio a tantas atualizações corremos o risco de perder a dimensão do real significado destes números, e toda a dor que eles concentram.

E este marco, em especial, chama a atenção da coluna por representar aproximadamente 10% do total de mortes registradas entre friburguenses quando da tragédia climática de 2011.

Conhecemos a dor

O paralelo entre as duas mortandades tem a curiosa propriedade de relembrar o quanto foi doloroso o que vivemos nove anos atrás, e também de enfatizar o tamanho do problema que temos no momento atual.

Com uma diferença essencial: atualmente, podemos fazer algo a respeito.

Em memória de todos os amigos e familiares inesquecíveis que se foram, a coluna apela a leitores que certamente conhecem a dor da perda para que sigamos firmes em nosso esforço coletivo em favor da proteção, da saúde e da vida.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras

quarta-feira, 15 de julho de 2020

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

Antes de mais nada existe um ditado que diz: “Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras”. Na história recente do país tivemos vários ministros polivalentes, escolhidos para pastas que nada tinham a ver com suas formações. Delfim Neto, economista, foi além de ministro da Fazenda, de 1967 a 1974,  embaixador do Brasil na França entre 1974 e 1978, ministro da Agricultura em 1979 e do Planejamento, de 1979 a 1985. José Serra, também economista, com Fernando Henrique Cardoso ocupou a pasta do Planejamento, Orçamento e Gestão e, também, a da Saúde. Foi  ministro das Relações Exteriores do Brasil, no governo Michel Temer. Portanto, o general Pazuello ser ministro da Saúde do atual governo não deve provocar maiores chiliques. O importante é saber indicar seus assessores, que sendo competentes, tornarão a gestão tão profícua como se um especialista fosse.

Aliás, diga-se de passagem, duas coisas: a primeira, que médicos não são, em princípio, bons administradores, a não ser aqueles que se especializam em administração e gestão. Claro que há exceções. Segundo, o primeiro mandato de Luís Inácio teve o seu mérito, não pelos conhecimentos do presidente, mas pelas escolhas que fez, dos componentes do primeiro escalão.

Foi perfeita a resposta dada pelo atual ministro da Defesa: “O Ministério da Defesa informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares.... O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem–estar de todos os brasileiros.... A mobilização desta pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.

A Operação Covid-19, criada em 19 de março de 2020, estabeleceu dez comandos conjuntos espalhados por todo o Brasil, além do Comando Aeroespacial (Comae). Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos 20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação.

É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal  equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo.... Este ano, em face à pandemia causada pelo novo coronavírus, os Ministérios da Defesa e da Saúde, em ação conjunta, intensificaram a assistência à saúde prestada a indígenas em diversas localidades carentes e isoladas do país.

As mais de 200 missões em aldeias indígenas somente na Amazônia Ocidental, realizam atendimentos de saúde, promovem cuidados básicos de saúde e orientam sobre a prevenção de doenças, sempre respeitando os aspectos socioculturais, condizentes com a realidade de cada etnia.” 

Gilmar Mendes é conhecido por declarações polêmicas e acintosas o que nos dá direito também de questionar a composição do STF. No atual, apenas dois ocupantes são juízes togados, sendo os demais advogados, o que para mim é uma aberração, pois em se tratando da suprema corte, ela deveria abrigar apenas juízes concursados, advindos de um concurso sabidamente rigoroso. Poderíamos, portanto, seguir a mesma linha de raciocínio de Gilmar Mendes, afirmando que o STF, promulga sentenças ou habeas corpus estapafúrdios, pois seus membros não têm o conhecimento nem o traquejo de um magistrado. Muitas das vezes, seus atos são muito mais políticos do que jurídicos, o que é condenável.

A bem da verdade, se houvesse um exame psiquiátrico na admissão dos membros do STF, seguramente, Gilmar Mendes seria reprovado.  As suas declarações que geraram todo esse desconforto seriam, também, passíveis de enquadramento no processo de Alexandre de Moraes, pois não passam de fake-news.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Os descobridores do homem

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: “Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao trono do eterno.

Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: “Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao trono do eterno. E, porque vários arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o céu, determinou a divina sabedoria que fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura”.

Jesus continuou: “Para isso, os anjos educadores, a serviço do altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados — e a necessidade, o dinheiro, o poder e a cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis”.

A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.

Chegou, então, a vez do dinheiro. Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.

Vitorioso na segunda prova, veio o poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade. O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da providência celestial e usou o poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.

 Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela cólera. De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se de um servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora a expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.

 O devoto não resistiu. Intensa onda sanguínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras. Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranquilidade, quando, porém, a cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.

Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação. Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou: “Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao céu, determina o pai amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras. A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caem, desastradamente, pelas insinuações do poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.”

O mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Novela

terça-feira, 14 de julho de 2020

Para pensar:
"Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito."
William Blake

Para refletir:
“Quando refletirmos sobre a nossa conduta atravessamos os portais da ignorância.”
Leandro Isnard Cardoso Machado

Novela

Para pensar:
"Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito."
William Blake

Para refletir:
“Quando refletirmos sobre a nossa conduta atravessamos os portais da ignorância.”
Leandro Isnard Cardoso Machado

Novela

A coluna do último fim de semana tinha sido enviada havia apenas alguns minutos quando chegou a informação de que a liminar que paralisava os procedimentos para a avaliação das contas da prefeitura relativas ao exercício de 2018 havia sido derrubada.

Era esperado, evidentemente, mas ninguém jamais pode se antecipar aos fatos.

Uma matéria rapidamente foi elaborada para aquela edição, mas talvez possamos agora enfatizar ou acrescentar alguns detalhes nessa história.

Robustez

A coluna pode acrescentar, por exemplo, que depois que a Procuradoria da Câmara Municipal entrou com recurso no Rio de Janeiro, a defesa do prefeito Renato Bravo, apesar dele não ter sido intimado a se manifestar, entrou com uma petição a fim de tentar afastar os argumentos do Legislativo.

E mesmo assim o desembargador derrubou a liminar, dando um sinal de que, como a coluna havia antecipado, tais argumentos eram robustos.

Estranheza

A decisão também é explícita ao manifestar sua estranheza em relação à inclusão do Estado como réu, que alguns acreditam ter servido para justificar a busca por uma juíza plantonista no Rio de Janeiro, quando a Justiça por aqui estava plenamente funcional.

“Começo destacando que não compreendi a inclusão do Estado no polo passivo desta ação e que tenho sérias dúvidas sobre sua legitimidade, o que deixo de toda forma de apreciar pelo momento da cognição e também porque sobre o ponto não se estabeleceu ainda o devido contraditório.”

Típico

Todo o episódio serviu para reforçar ainda mais a sensação de que cada passo tomado pela defesa do prefeito se deu a partir de motivações menos nobres, uma vez que as justificativas declaráveis não se sustentam diante de análises isentas e aprofundadas.

E tudo isso, por sua vez, apenas reforça o entendimento de que faltam argumentos técnicos capazes de desconstruir os entendimentos manifestados pelo TCE-RJ e pelo Ministério Público Especial.

Barato

Cá entre nós, qualquer que seja o desfecho desta novela ele desde já parece extremamente brando (e inicial) para tudo o que Nova Friburgo viu acontecer ao longo dos últimos três anos e meio.

Bandeiras

Dias atrás a Defensoria Pública manifestou seu entendimento de que a definição das  bandeiras que regulam o grau de flexibilização da quarentena deveria se dar a partir de critérios mais amplos do que a taxa de ocupação dos leitos de CTI reservados para o tratamento da Covid-19.

E, levando em consideração o tanto de variáveis que entram nessa leitura, a coluna só pode manifestar sua concordância a esse respeito.

Embargo

A gente sabe, por exemplo, que a simplificação dos dados entre CTI e enfermaria não corresponde exatamente à realidade, embora existam boas razões de natureza prática para que a divulgação se dê desta maneira.

Em respeito a tais razões - que estão alinhadas ao interesse coletivo, e quando não houver mais embargo a gente conta por aqui - a coluna não irá aprofundar o cenário por enquanto.

O fato é que há detalhes importantes a serem levados em conta aí.

Aprimoramentos

Além disso, os dados também são eventualmente contaminados pelos atendimentos fora do domicílio, tanto por parte de moradores de outras cidades que estejam se tratando por aqui, quanto de moradores de Nova Friburgo que estejam em tratamento fora.

Ainda que fosse necessário buscar referências iniciais para dar início ao debate, nada deve impedir que os métodos sejam aprimorados com vistas a tornar o processo de ajuste e calibragem mais eficiente com o passar do tempo.

De novo?

Vem cá a turma perdeu de vez a vergonha com relação à prática do nepotismo aqui em nossa cidade?

O TAC firmado com o MPT não vale mais de nada não?

Depois do embaraço com a primeira tentativa, vão continuar se expondo dessa forma?

Será que ninguém aprendeu nada?

Pequenez

É sério que até o fim do mandato vão continuar tratando sempre os mesmos indicados políticos como sumidades destinadas a cargos de gestão nas mais diversas áreas, em absoluto deboche ao esforço e à capacitação dos servidores de carreira?

Atitudes assim, mais do que qualquer discursinho teatral, mostram o que os envolvidos realmente pensam a respeito do serviço público.

Para muitos, infelizmente, ainda é tudo uma questão de fatiar o bolo, do modo mais discreto possível.

Triste

A semana começa com o relato de um crime bárbaro cometido em Conselheiro Paulino neste domingo, 12.

Tão triste.

A todos os leitores a coluna deseja uma semana de paz, paciência e saúde.

Cuidem-se bem.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.