Novela

terça-feira, 14 de julho de 2020

Para pensar:
"Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito."
William Blake

Para refletir:
“Quando refletirmos sobre a nossa conduta atravessamos os portais da ignorância.”
Leandro Isnard Cardoso Machado

Novela

A coluna do último fim de semana tinha sido enviada havia apenas alguns minutos quando chegou a informação de que a liminar que paralisava os procedimentos para a avaliação das contas da prefeitura relativas ao exercício de 2018 havia sido derrubada.

Era esperado, evidentemente, mas ninguém jamais pode se antecipar aos fatos.

Uma matéria rapidamente foi elaborada para aquela edição, mas talvez possamos agora enfatizar ou acrescentar alguns detalhes nessa história.

Robustez

A coluna pode acrescentar, por exemplo, que depois que a Procuradoria da Câmara Municipal entrou com recurso no Rio de Janeiro, a defesa do prefeito Renato Bravo, apesar dele não ter sido intimado a se manifestar, entrou com uma petição a fim de tentar afastar os argumentos do Legislativo.

E mesmo assim o desembargador derrubou a liminar, dando um sinal de que, como a coluna havia antecipado, tais argumentos eram robustos.

Estranheza

A decisão também é explícita ao manifestar sua estranheza em relação à inclusão do Estado como réu, que alguns acreditam ter servido para justificar a busca por uma juíza plantonista no Rio de Janeiro, quando a Justiça por aqui estava plenamente funcional.

“Começo destacando que não compreendi a inclusão do Estado no polo passivo desta ação e que tenho sérias dúvidas sobre sua legitimidade, o que deixo de toda forma de apreciar pelo momento da cognição e também porque sobre o ponto não se estabeleceu ainda o devido contraditório.”

Típico

Todo o episódio serviu para reforçar ainda mais a sensação de que cada passo tomado pela defesa do prefeito se deu a partir de motivações menos nobres, uma vez que as justificativas declaráveis não se sustentam diante de análises isentas e aprofundadas.

E tudo isso, por sua vez, apenas reforça o entendimento de que faltam argumentos técnicos capazes de desconstruir os entendimentos manifestados pelo TCE-RJ e pelo Ministério Público Especial.

Barato

Cá entre nós, qualquer que seja o desfecho desta novela ele desde já parece extremamente brando (e inicial) para tudo o que Nova Friburgo viu acontecer ao longo dos últimos três anos e meio.

Bandeiras

Dias atrás a Defensoria Pública manifestou seu entendimento de que a definição das  bandeiras que regulam o grau de flexibilização da quarentena deveria se dar a partir de critérios mais amplos do que a taxa de ocupação dos leitos de CTI reservados para o tratamento da Covid-19.

E, levando em consideração o tanto de variáveis que entram nessa leitura, a coluna só pode manifestar sua concordância a esse respeito.

Embargo

A gente sabe, por exemplo, que a simplificação dos dados entre CTI e enfermaria não corresponde exatamente à realidade, embora existam boas razões de natureza prática para que a divulgação se dê desta maneira.

Em respeito a tais razões - que estão alinhadas ao interesse coletivo, e quando não houver mais embargo a gente conta por aqui - a coluna não irá aprofundar o cenário por enquanto.

O fato é que há detalhes importantes a serem levados em conta aí.

Aprimoramentos

Além disso, os dados também são eventualmente contaminados pelos atendimentos fora do domicílio, tanto por parte de moradores de outras cidades que estejam se tratando por aqui, quanto de moradores de Nova Friburgo que estejam em tratamento fora.

Ainda que fosse necessário buscar referências iniciais para dar início ao debate, nada deve impedir que os métodos sejam aprimorados com vistas a tornar o processo de ajuste e calibragem mais eficiente com o passar do tempo.

De novo?

Vem cá a turma perdeu de vez a vergonha com relação à prática do nepotismo aqui em nossa cidade?

O TAC firmado com o MPT não vale mais de nada não?

Depois do embaraço com a primeira tentativa, vão continuar se expondo dessa forma?

Será que ninguém aprendeu nada?

Pequenez

É sério que até o fim do mandato vão continuar tratando sempre os mesmos indicados políticos como sumidades destinadas a cargos de gestão nas mais diversas áreas, em absoluto deboche ao esforço e à capacitação dos servidores de carreira?

Atitudes assim, mais do que qualquer discursinho teatral, mostram o que os envolvidos realmente pensam a respeito do serviço público.

Para muitos, infelizmente, ainda é tudo uma questão de fatiar o bolo, do modo mais discreto possível.

Triste

A semana começa com o relato de um crime bárbaro cometido em Conselheiro Paulino neste domingo, 12.

Tão triste.

A todos os leitores a coluna deseja uma semana de paz, paciência e saúde.

Cuidem-se bem.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.