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Fazenda São Clemente (Parte 1)

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

Centenário de aquisição pelo clã Monnerat

Originária de Portugal, da Freguesia de Ovelha do Marão, Santa Maria de Aboadela, a família Clemente Pinto tem como patriarca João Clemente Pinto (1723-1796). Entre os seus sete filhos, seu homônimo, João Clemente Pinto (1752-1819), emigra para o Brasil em data ainda desconhecida e se estabelece em 1803, na capitania de Minas Gerais. Exerce a função de alferes da Companhia de Ordenança do distrito da Capela de São Roque de Canastra, termo da Vila de São Bento de Tamanduá, hoje município de Itapecerica.

A exploração do ouro de aluvião nos córregos dos rios Grande e Negro no Vale do Paraíba fluminense, possivelmente foi o que motivou o alferes a se estabelecer nos sertões do Macacu, na capitania fluminense. João Clemente Pinto, casado com Teresa Joaquina da Silva Pinto obteve no ano de 1809, naqueles sertões, uma concessão de terras denominada de sesmaria doadas pelo vice-rei a homens de cabedais. Essa sesmaria estava localizada nas cabeceiras de um ribeirão no qual João Clemente Pinto batiza de Ribeirão de Nossa Senhora das Areas.

A obtenção da Carta de Ordem de Sesmaria se concretizou em 11 de maio de 1812 e dois anos depois, os sertões do Macacu receberam o predicado de município de São Pedro de Cantagalo. Outros membros da família Clemente Pinto igualmente emigraram para o Brasil. Tudo indica que o sobrinho de João Clemente, Antônio Clemente Pinto, futuro 1º barão com honras de grandeza de Nova Friburgo chegou ao Brasil no ano de 1807, com 12 anos de idade.

Em 1819, no entanto, João Clemente Pinto faleceu, sete anos depois de ter obtido a concessão de sesmaria. O filho do casal, Francisco Clemente Pinto (1803-1872), igualmente alferes, solicitou uma sesmaria nessa região em 1822, ano em que essa modalidade de aquisição de terras foi extinta no país. Os Clemente Pinto, entre 1809 e 1822 já eram proprietários de três sesmarias, pois Dona Teresa Joaquina da Silva Pinto havia igualmente solicitado esse benefício na mesma ocasião que o marido.

Os sesmeiros dessa região, depois de esgotado o ouro de aluvião migraram sua atividade econômica para a produção de alimentos como milho, feijão, cana-de-açúcar, fabricação de toucinho e criação de gado. Exportam os produtos de sua lavoura para o Rio de Janeiro, por meio de tropas de mulas. Paulatinamente, o café migra dos arredores do Rio de Janeiro para o Vale do Paraíba fluminense e as fazendas de Cantagalo se tornaram importantes unidades de produção contribuindo com significativa parcela na exportação para o exterior.

Francisco Clemente Pinto tornou-se um rico cafeicultor e proprietário de dez fazendas. Além da fazenda São Clemente era proprietário de Matta Porcos e Bella Vista, para citar apenas as mais importantes. Francisco Clemente Pinto recebeu o título de comendador da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa. Com o falecimento do comendador, a Fazenda São Clemente foi herdada pelo seu sobrinho homônimo.

Francisco Clemente Pinto nasceu em 11 de setembro de 1843 e fez os seus estudos de engenharia na Bélgica. Casou-se com Eulália Amélia de Oliveira Barcelos, que passou a chamar-se Eulália Clemente Pinto, com quem teve nove filhos. A Fazenda São Clemente, localizada em Boa Sorte, 5º distrito do município de Cantagalo tinha em seu apogeu uma área de 700 alqueires. No ano de 1883, há o registro de que possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos. Era uma das mais importantes unidades de produção de café do município de Cantagalo. Foi visitada pelo Barão Johann Jakob Von Tschudi, pelo imperador D. Pedro II, em 26 de fevereiro de 1876 e pelo dr. Luiz Monteiro Caminhoá.

No último quartel do século 19 teve início a decadência da produção de café no Vale do Paraíba fluminense. Alguns fatores concorreram para esse declínio como o esgotamento do solo, o surgimento de pragas nas lavouras, a abolição da escravidão e a crise do Encilhamento na República. Consequentemente alguns barões do café, ou seus descendentes, foram perdendo suas fazendas por dívida, em leilões.

A Fazenda São Clemente superou a crise produzindo café de boa qualidade, participando da Exposição Universal Colombiana de Chicago, realizada em 1893, tendo sido inclusive premiada. A Exposição de Chicago havia sido idealizada para celebrar o quatrocentésimo aniversário da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Entretanto, no ano de 1907, o engenheiro Francisco Clemente Pinto se viu obrigado a recorrer a um empréstimo hipotecário, junto ao Banque Belge de Prêts Fonciers, com sucursal na cidade do Rio de Janeiro. Como não conseguisse honrar com o pagamento do financiamento perdeu a fazenda para o banco, arrematada pelo coronel José Affonso Fontainha Sobrinho. Francisco Clemente Pinto faleceu em 1921.

Fonte: Pesquisa de Marcelo Monnerat. Continua na próxima quinta-feira.

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    A Fazenda São Clemente possuía 750.000 pés de café e a força de trabalho de 177 escravos ( Acervo pessoal)

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    A família Clemente Pinto é originária de Santa Maria de Aboadela, em Portugal ( Acervo pessoal)

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    Casa sede da Fazenda São Clemente, em Cantagalo (Acervo pessoal)

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Aceitar nossa impotência nos liberta

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Muitas vezes podemos sofrer consequências de maus tratos dos outros e depois, anos mais tarde, quando aquelas pessoas que nos fizeram sofrer não estão mais por perto, ou estão mas não mais nos perturbam, apresentamos sintomas. Estes sintomas foram construídos porque eram defesas que havíamos construído para lidar com aqueles maus tratos feitos contra nós. Mas o tempo passou, a pessoa foi embora, morreu, ou está perto ainda, mudada para melhor ou não, e as defesas agora nos aprisionam.

Isto é mais ou menos como você fraturar um osso da perna, o médico coloca gesso, você precisa usar um apoiador para andar, e depois que o gesso é retirado e você recupera aquele membro com fisioterapia, você ainda quer usar o apoiador. Ele não é mais necessário, como algumas defesas psicológicas que usamos no passado, mas insistimos em usá-las. Assim ficamos presos com limitação da liberdade de ação desnecessariamente.

Uma das prisões neste caso pode ser o ressentimento, a mágoa de quem nos tratou mal. Então, para a liberdade em nós, será necessário exercer o perdão que pode ficar menos difícil de dar se procurarmos compreender o por que aquela pessoa agia daquela maneira. Quem sabe ela copiava a maneira como foi tratada quando criança. Talvez reagia com medo. Talvez era presa pelo vício em algo. A compaixão e o perdão, portanto, poderão ser aplicados para com ela dentro de nosso coração, o que nos aliviará.

Veja este depoimento fantástico: “Em criança, cresci esperando que meus pais alcoólicos me dessem o amor de que eu precisava. Quando saí de casa, transferi essa expectativa para o meu namorado alcoólico. Vivia para o seu amor e esperava que ele mudasse seu comportamento que estava me ferindo. Enquanto me apeguei à esperança de que ele iria me amar da maneira que eu queria ser amada, me tornei prisioneira do alcoolismo. Depois de frequentar o Al-Anon [grupo de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos www.al-anon.org.br] por algum tempo, comecei a compreender o quanto da minha vida tinha sido gasto esperando que os outros mudassem para que eu pudesse ser feliz. Eu tinha perdido muito tempo tentando mudar as coisas que não podia controlar. Quando finalmente aceitei que não podia controlar a maneira de beber do meu namorado, fiquei livre. Também percebi minha impotência perante os meus familiares. Senti alguma tristeza junto com esse despertar espiritual, mas o Al-Anon me manteve ocupada aprendendo sobre alcoolismo como doença e seguindo em frente com os passos. Eu me perguntava por que deveria tentar combater o alcoolismo, então decidi admitir que o alcoolismo é mais poderoso do que eu. Agora estou livre para descobrir a pessoa dentro de mim que é animada, divertida, amorosa e digna de amor. Hoje estou aprendendo a me dar o amor incondicional e a aceitação que sempre quis receber das pessoas que não os tinham para dar. A única pessoa que pode me amar do jeito que quero ser amada sou eu mesma.”

(Fonte: Esperança para Hoje, p.361, 2018, Grupos Familiares Al-Anon do Brasil.) 

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Utilidade pública

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

Para pensar:
"É mais fácil enganar pessoas do que convencê-las de que foram enganadas”.
Mark Twain

Para refletir:
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Utilidade pública

A coluna abre espaço para alguns comunicados que entende serem pertinentes, envolvendo responsabilidades que precisam ser compartilhadas entre toda a sociedade.

Hemocentro

Como já dissemos algumas vezes por aqui, o impacto da pandemia de Covid-19 sobre a rotina de coleta de sangue foi grande, não apenas em Nova Friburgo mas no mundo inteiro.

Compreensivelmente, diversos doadores preferiram se manter distantes do ambiente hospitalar, e como a demanda não cessa o resultado é dramático.

Parece oportuno, portanto, frisar mais uma vez que o ambiente da coleta em Nova Friburgo é isolado e independente, e que toda e qualquer doação será de enorme importância neste momento.

Insuficiente

No último sábado, 11, passado, inclusive, foi realizada uma coleta extra com o objetivo de reforçar o estoque.

Das 23 pessoas que compareceram, 20 efetivamente doaram.

A participação, contudo, foi aquém do esperado, e a necessidade de novas doações é grande.

O hemocentro funciona na Rua General Osório, 324, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 11h30.

Como doar

O doador deve ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais), pesar mais de 50 quilos e portar documento de identidade original, com foto.

Doadores podem marcar dia e horário para atendimento pelo telefone 2523-8084.

Vale lembrar, por fim, que todo o material utilizado para a coleta é descartável.

Dívida animal

A querida Emilene Imbroinise fez uma postagem na última segunda-feira, 13, cujo conteúdo a coluna toma a liberdade de reproduzir.

“Hoje, dia 13 de julho, faz um mês que a nossa querida protetora de animais Valéria Lima faleceu. Estamos trabalhando incessantemente para conseguirmos um local apropriado para todos os seus cães. Ainda temos cães no abrigo e em lares temporários aguardando adoção. Pedimos novamente a ajuda de toda a população na divulgação dos cachorros que ainda estão precisando de um lar. Enquanto tiver cachorro da Valéria sem ter para onde ir, não vamos parar de trabalhar. Ninguém larga a pata de ninguém.”

Segue

“Esses bichinhos que Valéria carinhosamente chamava de crianças estão órfãos de sua mãezinha e agora precisam ganhar uma nova casa, um cantinho quentinho com água e comida para viverem em segurança. Valéria deu a vida por esses animais. Deixou de fazer uma importante cirurgia para não se afastar dois dias do abrigo. Trabalhou até a última gota de suas forças, saiu do abrigo praticamente carregada. Vamos honrar todo o esforço da Valéria divulgando seus cães que ainda precisam ser doados. Todos juntos nessa corrente do bem! Contato pelo WhatsApp: Janaína (22) 9 9943 1912.”

Destrancou

A coluna tem algumas atualizações importantes relacionadas ao Legislativo Municipal.

De imediato, cabe registrar que a pauta foi destrancada pelo período de cinco sessões, como prazo inicial para que as tramitações previstas sigam seu curso e as contas de 2018 da Prefeitura de Nova Friburgo possam finalmente ser avaliadas.

A contagem se inicia nesta quinta-feira, 16, e tudo indica que o período será marcado por sessões bastante densas, com muitas matérias importantes para serem deliberadas.

Sem recesso

Inclusive por isso, e também pelo compromisso de que a apreciação das contas aconteça o quanto antes, o plenário concordou por unanimidade em não fazer o habitual recesso de meio de ano em 2020.

Diante de todas as peculiaridades deste ano, dos atrasos que se impuseram e dos prazos para que algumas questões sejam votadas, o mês de julho será devidamente aproveitado.

Perspectivas

O que a coluna diz a partir daqui já não são fatos, mas avaliações a partir daquilo que, neste momento, se apresenta como tendência.

Diante do que precisa ser cumprido formalmente, parece razoável estimar que as contas - salvo alguma nova tentativa de atrasar os procedimentos por parte do Executivo - sejam apreciadas em algum momento nos primeiros dez dias de agosto.

E, naturalmente, se isso vier a se cumprir, é provável que a pauta da Câmara volte a ser trancada momentaneamente, ainda em razão do julgamento das contas.

Resta esperar para ver se tais previsões se confirmam.

Inesquecíveis

Informações oficiais nos indicam que, até o momento em que estas linhas eram escritas, 45 pessoas haviam sucumbido à Covid-19 em território friburguense.

Em meio a tantas atualizações corremos o risco de perder a dimensão do real significado destes números, e toda a dor que eles concentram.

E este marco, em especial, chama a atenção da coluna por representar aproximadamente 10% do total de mortes registradas entre friburguenses quando da tragédia climática de 2011.

Conhecemos a dor

O paralelo entre as duas mortandades tem a curiosa propriedade de relembrar o quanto foi doloroso o que vivemos nove anos atrás, e também de enfatizar o tamanho do problema que temos no momento atual.

Com uma diferença essencial: atualmente, podemos fazer algo a respeito.

Em memória de todos os amigos e familiares inesquecíveis que se foram, a coluna apela a leitores que certamente conhecem a dor da perda para que sigamos firmes em nosso esforço coletivo em favor da proteção, da saúde e da vida.

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Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras

quarta-feira, 15 de julho de 2020

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

Antes de mais nada existe um ditado que diz: “Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras”. Na história recente do país tivemos vários ministros polivalentes, escolhidos para pastas que nada tinham a ver com suas formações. Delfim Neto, economista, foi além de ministro da Fazenda, de 1967 a 1974,  embaixador do Brasil na França entre 1974 e 1978, ministro da Agricultura em 1979 e do Planejamento, de 1979 a 1985. José Serra, também economista, com Fernando Henrique Cardoso ocupou a pasta do Planejamento, Orçamento e Gestão e, também, a da Saúde. Foi  ministro das Relações Exteriores do Brasil, no governo Michel Temer. Portanto, o general Pazuello ser ministro da Saúde do atual governo não deve provocar maiores chiliques. O importante é saber indicar seus assessores, que sendo competentes, tornarão a gestão tão profícua como se um especialista fosse.

Aliás, diga-se de passagem, duas coisas: a primeira, que médicos não são, em princípio, bons administradores, a não ser aqueles que se especializam em administração e gestão. Claro que há exceções. Segundo, o primeiro mandato de Luís Inácio teve o seu mérito, não pelos conhecimentos do presidente, mas pelas escolhas que fez, dos componentes do primeiro escalão.

Foi perfeita a resposta dada pelo atual ministro da Defesa: “O Ministério da Defesa informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares.... O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem–estar de todos os brasileiros.... A mobilização desta pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.

A Operação Covid-19, criada em 19 de março de 2020, estabeleceu dez comandos conjuntos espalhados por todo o Brasil, além do Comando Aeroespacial (Comae). Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos 20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação.

É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal  equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo.... Este ano, em face à pandemia causada pelo novo coronavírus, os Ministérios da Defesa e da Saúde, em ação conjunta, intensificaram a assistência à saúde prestada a indígenas em diversas localidades carentes e isoladas do país.

As mais de 200 missões em aldeias indígenas somente na Amazônia Ocidental, realizam atendimentos de saúde, promovem cuidados básicos de saúde e orientam sobre a prevenção de doenças, sempre respeitando os aspectos socioculturais, condizentes com a realidade de cada etnia.” 

Gilmar Mendes é conhecido por declarações polêmicas e acintosas o que nos dá direito também de questionar a composição do STF. No atual, apenas dois ocupantes são juízes togados, sendo os demais advogados, o que para mim é uma aberração, pois em se tratando da suprema corte, ela deveria abrigar apenas juízes concursados, advindos de um concurso sabidamente rigoroso. Poderíamos, portanto, seguir a mesma linha de raciocínio de Gilmar Mendes, afirmando que o STF, promulga sentenças ou habeas corpus estapafúrdios, pois seus membros não têm o conhecimento nem o traquejo de um magistrado. Muitas das vezes, seus atos são muito mais políticos do que jurídicos, o que é condenável.

A bem da verdade, se houvesse um exame psiquiátrico na admissão dos membros do STF, seguramente, Gilmar Mendes seria reprovado.  As suas declarações que geraram todo esse desconforto seriam, também, passíveis de enquadramento no processo de Alexandre de Moraes, pois não passam de fake-news.

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Os descobridores do homem

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: “Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao trono do eterno.

Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: “Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao trono do eterno. E, porque vários arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o céu, determinou a divina sabedoria que fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura”.

Jesus continuou: “Para isso, os anjos educadores, a serviço do altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados — e a necessidade, o dinheiro, o poder e a cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis”.

A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.

Chegou, então, a vez do dinheiro. Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.

Vitorioso na segunda prova, veio o poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade. O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da providência celestial e usou o poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.

 Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela cólera. De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se de um servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora a expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.

 O devoto não resistiu. Intensa onda sanguínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras. Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranquilidade, quando, porém, a cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.

Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação. Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou: “Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao céu, determina o pai amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras. A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caem, desastradamente, pelas insinuações do poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.”

O mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Novela

terça-feira, 14 de julho de 2020

Para pensar:
"Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito."
William Blake

Para refletir:
“Quando refletirmos sobre a nossa conduta atravessamos os portais da ignorância.”
Leandro Isnard Cardoso Machado

Novela

Para pensar:
"Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito."
William Blake

Para refletir:
“Quando refletirmos sobre a nossa conduta atravessamos os portais da ignorância.”
Leandro Isnard Cardoso Machado

Novela

A coluna do último fim de semana tinha sido enviada havia apenas alguns minutos quando chegou a informação de que a liminar que paralisava os procedimentos para a avaliação das contas da prefeitura relativas ao exercício de 2018 havia sido derrubada.

Era esperado, evidentemente, mas ninguém jamais pode se antecipar aos fatos.

Uma matéria rapidamente foi elaborada para aquela edição, mas talvez possamos agora enfatizar ou acrescentar alguns detalhes nessa história.

Robustez

A coluna pode acrescentar, por exemplo, que depois que a Procuradoria da Câmara Municipal entrou com recurso no Rio de Janeiro, a defesa do prefeito Renato Bravo, apesar dele não ter sido intimado a se manifestar, entrou com uma petição a fim de tentar afastar os argumentos do Legislativo.

E mesmo assim o desembargador derrubou a liminar, dando um sinal de que, como a coluna havia antecipado, tais argumentos eram robustos.

Estranheza

A decisão também é explícita ao manifestar sua estranheza em relação à inclusão do Estado como réu, que alguns acreditam ter servido para justificar a busca por uma juíza plantonista no Rio de Janeiro, quando a Justiça por aqui estava plenamente funcional.

“Começo destacando que não compreendi a inclusão do Estado no polo passivo desta ação e que tenho sérias dúvidas sobre sua legitimidade, o que deixo de toda forma de apreciar pelo momento da cognição e também porque sobre o ponto não se estabeleceu ainda o devido contraditório.”

Típico

Todo o episódio serviu para reforçar ainda mais a sensação de que cada passo tomado pela defesa do prefeito se deu a partir de motivações menos nobres, uma vez que as justificativas declaráveis não se sustentam diante de análises isentas e aprofundadas.

E tudo isso, por sua vez, apenas reforça o entendimento de que faltam argumentos técnicos capazes de desconstruir os entendimentos manifestados pelo TCE-RJ e pelo Ministério Público Especial.

Barato

Cá entre nós, qualquer que seja o desfecho desta novela ele desde já parece extremamente brando (e inicial) para tudo o que Nova Friburgo viu acontecer ao longo dos últimos três anos e meio.

Bandeiras

Dias atrás a Defensoria Pública manifestou seu entendimento de que a definição das  bandeiras que regulam o grau de flexibilização da quarentena deveria se dar a partir de critérios mais amplos do que a taxa de ocupação dos leitos de CTI reservados para o tratamento da Covid-19.

E, levando em consideração o tanto de variáveis que entram nessa leitura, a coluna só pode manifestar sua concordância a esse respeito.

Embargo

A gente sabe, por exemplo, que a simplificação dos dados entre CTI e enfermaria não corresponde exatamente à realidade, embora existam boas razões de natureza prática para que a divulgação se dê desta maneira.

Em respeito a tais razões - que estão alinhadas ao interesse coletivo, e quando não houver mais embargo a gente conta por aqui - a coluna não irá aprofundar o cenário por enquanto.

O fato é que há detalhes importantes a serem levados em conta aí.

Aprimoramentos

Além disso, os dados também são eventualmente contaminados pelos atendimentos fora do domicílio, tanto por parte de moradores de outras cidades que estejam se tratando por aqui, quanto de moradores de Nova Friburgo que estejam em tratamento fora.

Ainda que fosse necessário buscar referências iniciais para dar início ao debate, nada deve impedir que os métodos sejam aprimorados com vistas a tornar o processo de ajuste e calibragem mais eficiente com o passar do tempo.

De novo?

Vem cá a turma perdeu de vez a vergonha com relação à prática do nepotismo aqui em nossa cidade?

O TAC firmado com o MPT não vale mais de nada não?

Depois do embaraço com a primeira tentativa, vão continuar se expondo dessa forma?

Será que ninguém aprendeu nada?

Pequenez

É sério que até o fim do mandato vão continuar tratando sempre os mesmos indicados políticos como sumidades destinadas a cargos de gestão nas mais diversas áreas, em absoluto deboche ao esforço e à capacitação dos servidores de carreira?

Atitudes assim, mais do que qualquer discursinho teatral, mostram o que os envolvidos realmente pensam a respeito do serviço público.

Para muitos, infelizmente, ainda é tudo uma questão de fatiar o bolo, do modo mais discreto possível.

Triste

A semana começa com o relato de um crime bárbaro cometido em Conselheiro Paulino neste domingo, 12.

Tão triste.

A todos os leitores a coluna deseja uma semana de paz, paciência e saúde.

Cuidem-se bem.

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Padarias – Casas de milagre que transformam o trigo em pão!

terça-feira, 14 de julho de 2020

A magia da panificação fermentaram as emoções no Caderno Z do último fim de semana festejando a data de 8 de julho – Dia do Panificador. Que bom saber que tem alguém que diz: “Eu tenho um  grande prazer em acordar às 3h30 da madrugada...”. Esse alguém é Werlen Barreto, gerente de produção da Superpão, que chega ao trabalho para “botar a mão na massa”, para servir o que há de melhor aos clientes. Além de ser o “ganha pão” de muita gente, quem ganha mais somos nós, os apreciadores de um pão francês quentinho ou de um belo pão doce. Sem contar as delícias nas vitrines sedutoras.

A magia da panificação fermentaram as emoções no Caderno Z do último fim de semana festejando a data de 8 de julho – Dia do Panificador. Que bom saber que tem alguém que diz: “Eu tenho um  grande prazer em acordar às 3h30 da madrugada...”. Esse alguém é Werlen Barreto, gerente de produção da Superpão, que chega ao trabalho para “botar a mão na massa”, para servir o que há de melhor aos clientes. Além de ser o “ganha pão” de muita gente, quem ganha mais somos nós, os apreciadores de um pão francês quentinho ou de um belo pão doce. Sem contar as delícias nas vitrines sedutoras. “Nem mesmo a pandemia é capaz de abalar uma padaria”. Não sei a autoria dessa frase, mas é um slogan de efeito, que traduz bem a nossa dependência dessas casas de milagre, transformando o trigo em alimento.

O pão tem a sua história. No Egito antigo, “um dia de trabalho valia três pães e dois vasos grandes de cerveja”. Outra curiosidade é que “o pão preto representava baixa posição social, enquanto o pão branco, alta posição social”. Hoje, os mais caros são os pães pretos pelo alto valor nutritivo. Houve um tempo em que os pães eram preparados por  mulheres. Contudo, os homens descobriram esse fascínio e empreenderam seus talentos na profissão de padeiro. O setor conta com o apoio do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Nova Friburgo e da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) que promovem ações para “um ambiente de negócio mais favorável e sustentável”. Como bem disse o presidente do Sindanf, Paulo Rodrigues: “Juntos e unidos podemos muito mais”.  A união sempre faz a força!

Em “Há 50 anos”, dr. Dermeval Barbosa Moreira anunciava o lançamento do Hospital São Lucas. A notícia repercutiu “intensa e favoravelmente na opinião pública friburguense...”. Realmente, era de se esperar pelo grande acontecimento, que se tornou um marco e, passado meio século, é uma referência hospitalar em nossa cidade ao longo de sua história. Está muito bem honrada a memória do inesquecível dr. Dermeval.

O Senai avalia a possibilidade de retomar as aulas da educação profissional. Contudo, o esquema de retorno é como uma enciclopédia de cuidados jamais imaginada. Desde a observação sanitária que cada aluno deverá seguir aos espaços de utilização para convívio, tudo será criteriosamente estabelecido. Até “as torneiras com distância menor que dois metros deverão ser inutilizadas”. Tudo muito bem pensado. Vale a pena conferir.

Não há setor que não esteja sensível com a pandemia do coronavírus. Escolas particulares, “educação em crise”, comércio, indústrias, saúde, eventos, tudo está girando meio às avessas no momento. O Estado do Rio de Janeiro que “perdeu mais de 500 mil empregos em quatro anos”, também está no meio da bola de neve. Em se tratando de economia, a recuperação virá, certamente, mas, aos poucos. O Ministério da Ciência e Tecnologia desenvolverá um estudo sobre os impactos sociais da pandemia com foco nos profissionais de saúde e grupos vulneráveis: idosos, motoristas de aplicativos, entregadores em domicílio e profissionais do meio artístico.

O Estatuto da Criança e do Adolescente completou 30 anos nesta segunda-feira, 13. As celebrações este ano ficam por conta de uma campanha sobre direitos da infância e da juventude lançada pelo projeto Crescer sem Violência. A mobilização será apresentada no formato digital. Os templos religiosos estão liberados para atividades presenciais. Contudo, algumas representações preferem esperar por “um cenário mais seguro”, como bem destaca o pastor luterano, Gerson Acker: “Seguindo recomendações da igreja, a flexibilização não significa que a Covid-19 tenha cura...”.  Parabéns!

Com 41 mortos por Covid-19 e 722 casos confirmados da doença, a bandeira amarela continua hasteada em Nova Friburgo. Eu sou um grão de areia olhando para a imensidão desse mar de insegurança. Eu sou aquele cão sentado, na charge de Silvério, que se espanta com alguém sem máscara, sem entender o comportamento desleixado de alguns transeuntes. Em Massimo, Auguste Rodin vem nos confortar, pois “nada é perda de tempo se você usar a experiência sabiamente.”. A máscara é a joia do momento!

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1° aninho bem longe

terça-feira, 14 de julho de 2020

Amanhã, 15, mais que nunca o coração da minha querida irmã Márcia Eliete Dias Ivan, estará dividido entre o Brasil e a Austrália, assim como ocorre também com seu filho André, a nora Thaís, a netinha Mirela e demais familiares.

É que seu neto, o piloto aí da foto, Noah Dias Murray, que aparece ao lado da irmã Bella e dos pais Lília e Paul completará seu 1° aninho de vida e tanto daqui para lá quanto de lá para cá, nem precisa mencionar o quanto é imensa as saudades de todos.

Amanhã, 15, mais que nunca o coração da minha querida irmã Márcia Eliete Dias Ivan, estará dividido entre o Brasil e a Austrália, assim como ocorre também com seu filho André, a nora Thaís, a netinha Mirela e demais familiares.

É que seu neto, o piloto aí da foto, Noah Dias Murray, que aparece ao lado da irmã Bella e dos pais Lília e Paul completará seu 1° aninho de vida e tanto daqui para lá quanto de lá para cá, nem precisa mencionar o quanto é imensa as saudades de todos.

Parabéns a toda a família com um mundo de felicidades, sucessos e coisas boas para a vida do querido australianinho de Melbourne, Noah.

Parabéns, Zé Rezende!

Abraço de congratulações ao admirado empresário e figura das mais simpáticas em Nova Friburgo, José Antônio Rezende, que nesta segunda-feira, 13, passou o dia recebendo parabéns e demonstrações de carinho de familiares e amigos pela nova idade completada. Salve ele!

Quase Bodas de Ouro

Na última quinta-feira, 9, o querido casal Edemorino Raimundo Oliveira e Ângela Maria Lage Vieira Oliveira, ambos naturais de Angra dos Reis mas estabelecidos em Nova Friburgo desde 1974, chegou a uma marca bem significativa e de muita satisfação para familiares e amigos.

O querido e simpático casal completou 49 anos de feliz união matrimonial, contando com carinho do único filho, Daniel Lage, dos netos Lucas e João Gabriel, do bisneto Theo, demais familiares e os incontáveis amigos que o nosso querido Ed e a Ângela tão souberam conquistar.

Ao casal amigo que aparece aí à direita na foto junto aos familiares, nossos abraços de congratulações e votos de contínuas felicidades.

Sinal dos novos tempos

Esses tempos de pandemia, em que as iniciativas e criatividades acabaram se aflorando mais que nunca, certas conclusões ficam bem claras.

Antes, assistíamos a shows, eventos e transmissões esportivas em emissoras de televisão que investiam em super produções caríssimas, envolvendo aparatos e equipamentos altamente sofisticados e caros; agora as lives ganham espaço com transmissões de apresentações de artistas e até mesmo partidas de futebol, com o auxílio de equipamentos bem simples e quando não, aparelhos celulares. Tudo com enorme audiência pelas redes sociais. É o novo normal...

Bem vindo, José!

O lar do jovem casal Guilherme e Mariana está ainda mais enriquecido e com felicidades mil. Isso, porque para alegria de todos, incluindo naturalmente os avós, bisavós e todos os familiares, chegou o primeiro filho do casal, o galãzinho José. Ele nasceu no último dia 6 no Hospital São Lucas.

Parabéns e todas as felicidades do mundo para os pais Guilherme e Mariana, na foto com o baby no colo.

Fisioterapeuta 2.3

Devido a uma pequena falha quanto ao título da nota de congratulações na edição passada desta coluna, a querida e capacitada Alice Ventura não celebrou aniversário recentemente. Seu especial motivo de comemoração se deu pela conclusão do curso de fisioterapia na Universidade Estácio de Sá com a excelente pontuação de 9.2. Na verdade, seu aniversário foi no dia 23 de abril, quando ela completou 23 anos de idade.

Mas como nunca é demais, cumprimentar pessoas maravilhosas que realmente merecem tudo de bom, nosso renovados parabéns à querida Alice junto, que está aí na foto, recebendo carinhos a mais dos seus amados pais Marília e Marcelo.

  • Foto da galeria

    1° aninho bem longe (Menininho Noah Dias Murray)

  • Foto da galeria

    Quase Bodas de Ouro (CASAL ANGELA E EDEMORINO COM FAMILIARES)

  • Foto da galeria

    Bem vindo, José! (CASAL GUILHERME E MARIANA COM FILHO RECÉM NASCIDO, JOSÉ)

  • Foto da galeria

    Fisioterapeuta aos 2.3 (JOVEM ALICE VENTURA COM Mãe MARÍLIA E PAI MARCELO)

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Novo normal

terça-feira, 14 de julho de 2020

*Padre Aurecir Martins de Melo Júnior

Começamos uma fase de readaptação com as retomadas das atividades públicas que foram suspensas, total ou parcialmente, desde o início das medidas restritivas tomadas por motivo da pandemia causada pelo novo coronavírus.

*Padre Aurecir Martins de Melo Júnior

Começamos uma fase de readaptação com as retomadas das atividades públicas que foram suspensas, total ou parcialmente, desde o início das medidas restritivas tomadas por motivo da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Sem dúvida, é um momento de alívio e esperança, mas não podemos deixar de atentar para a responsabilidade que todos temos na construção de um mundo melhor. A busca do ser humano pela normalidade, expressa pelo conceito “novo normal”, fundamenta-se pela proposta de um novo padrão que possa garantir nossa sobrevivência.

Esta nova etapa deve ser pautada na responsabilidade de promover a dignidade e a vocação integral da pessoa no seio das instituições e dos modelos econômicos, a qualidade das suas condições de existência, o encontro e a solidariedade dos povos e das nações com especial atenção à chaga dos pobres que são tão frequentemente esquecidos pela sociedade (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 35).

A Doutrina Social da Igreja atenta que a origem da sociedade não se encontra num ‘contrato’ ou ‘pacto’ convencional, mas na própria natureza humana, e que as ideologias do contrato social se apoiam numa antropologia falsa, ou seja, numa visão equivocada da natureza humana (cf. Leão XIII, Libertas praestantissimum, 8).

Seguindo este ensinamento, é inevitável o questionamento sobre o que até o momento é normal para nossa sociedade. Será que é conveniente voltarmos à normalidade vivida pré-pandemia?

Já em 2016, o Papa Francisco adverte sobre a urgente necessidade de renovação da prática social. Esta não deve ser pensada somente a nível econômico, mas regulada pela busca do bem comum da humanidade, do direito de cada pessoa a uma parte dos recursos deste mundo e de ter as mesmas oportunidades para realizar as próprias potencialidades, potencialidades que em última análise se baseiam na dignidade de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança (cf. Discurso aos empresários participantes no Fortune-time Global Forum, 03 dez. 2020).

Acompanhamos com sentimento de descaso atitudes de governos que buscam formas para sair da crise e retomar a normalidade enquanto bilhões de pessoas estão confinadas. A pandemia descortinou e evidenciou muitos problemas sociais que o país já estava vivendo. Junto com a precariedade da saúde pública e privada estão o descaso com a educação, a falta de saneamento básico em muitas regiões do país e a esmagadora cultura de corrupção.  

Infelizmente, além dos sofrimentos inerentes à atual situação, une-se a equivocada e interessada prática política de nossas lideranças pela busca de poder e influência global em meio a esta crise desafiadora, na qual sofrem agudamente os mais necessitados (cf. Papa Francisco, Via Crucis, 2020)

Pacotes de emendas necessárias para suprir a crise gerada pelo novo coronavírus deparam-se com outros tantos prometidos para solucionar problemas sociais aos quais a população brasileira parece ter se acostumado.

O número excessivo de mortes revelou o que há muito tempo a parcela mais pobre de nossa sociedade já havia sentido na carne: o descaso com a saúde pública, refletido em hospitais sucateados, sem remédio, sem aparelhos, sem humanidade.

É urgente que este vale de lágrimas pelo qual estamos passando nos faça querer um novo normal. Um normal de mais comprometimento com a dor alheia, de mais fraternidade, solidariedade e consciência de nossa responsabilidade na construção de um futuro melhor, de esperança, respeito e dignidade.

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação.
Esta coluna é publicada neste espaço às terças-feiras, a cada semana com a mensagem
de um membro do clero da Diocese de Nova Friburgo.

Foto da galeria
Padre Aurecir Martins de Melo Junior
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O retorno, nas palavras de Pessoa

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Este é o tempo em que as ideias correm soltas, o que nos possibilita buscar diferentes caminhos; a mente não se aquieta, vai com rapidez do real ao imaginário, saudável postura ante à pandemia que tanto nos recolhe e preocupa.

Querendo escrever sobre o momento em que vislumbramos o retorno à vida coletiva e produtiva, encontrei nas palavras de Fernando Pessoa expressões que explicam o que estamos vivenciando com lógica estonteante. Ah, o nosso eterno poeta, tão genial e sempre atual. Através dele podemos compreender melhor o mundo em qualquer época história. Ele é atemporal.

Este é o tempo em que as ideias correm soltas, o que nos possibilita buscar diferentes caminhos; a mente não se aquieta, vai com rapidez do real ao imaginário, saudável postura ante à pandemia que tanto nos recolhe e preocupa.

Querendo escrever sobre o momento em que vislumbramos o retorno à vida coletiva e produtiva, encontrei nas palavras de Fernando Pessoa expressões que explicam o que estamos vivenciando com lógica estonteante. Ah, o nosso eterno poeta, tão genial e sempre atual. Através dele podemos compreender melhor o mundo em qualquer época história. Ele é atemporal.

Gosto de lidar com palavras, para melhor dizer, brincar. Em um devaneio literário, vou ter a ousadia de escrever esta coluna, fazendo das palavras do poeta, as minhas. Ah, como seus versos guardam sábias expressões! Confesso que jamais conseguirei criá-las com tamanha maestria. Seria até enganador de minha parte se afirmasse o contrário.

 

***

 

Este tempo é o futuro do passado em que sentimos, com enorme nitidez, como a vida é breve e a alma é vasta. Sabendo que é possível morrer do nada, experimentamos os dias pela metade e, no vagar das horas, ficamos à deriva, ressuscitando lembranças tantas, reencarnando no passado, reencontrando vilões, heróis e nós mesmos com espada em punho. Reerguendo-nos. Fazendo-nos.

Tentamos desvendar os mistérios que nos guardam, verdadeiros universos perdidos na memória. São eles que guiam nossos destinos do nascer ao envelhecer. Ficamos, nesta pandemia, pois, em estado de vigília. No ventre.  Aguardando o honrado retorno que trará nossa força inteira, como benção. O amanhecer silencioso, então, poderá murmurar, num canto jovem e puro, o recomeçar. Será um novo mergulho no oceano imenso do tempo, quando a história de todos será refeita com suor, carne e terra. Seremos mestres?

Suavemente, deixaremos a sombra eterna do hoje, o passado do amanhã. Não vai ser possível nos defender de coisa alguma; posto que o agora tornar-se-á fumaça de uma chama sofrida.

Toda a história tem suas glórias. 2020 terá nome, fama e guardará a alma inteira dos povos como retrato eterno de um enigma, que ganhou e perdeu gênios, que guardou sonhos intactos, que velou dias solitários e solidários. 2020 terá rosto sério e entranhas carregadas de regras cuidadoras de vidas, retratadas com tristezas e esperanças. 2020 não será inútil, nem um ano dourado, mas um tempo de cumprimento do dever.

Os tempos seguintes serão iluminados pelo querer, nunca indiferente aoo estar ao lado de outras vidas que caminharão sob o silêncio dos céus, sempre fiéis às palavras ditas. Tudo mais será com Deus.

 

***

 

Poemas pesquisados na obra O Eu Profundo e os Outros Eus, Nova Fronteira, 2006.

 

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