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ETFs – a estratégia para entrar na Bolsa de Valores

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de tomar boas escolhas para o seu dinheiro. De fato, são muitas opções e a falta de planejamento pode lhe proporcionar uma experiência negativa com o mercado. Contudo, é para facilitar o planejamento do investidor individual que existem os produtos de gestão passiva: você investe recursos financeiros e alguém se responsabiliza pela gestão dos ativos presentes na composição da carteira.

No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de tomar boas escolhas para o seu dinheiro. De fato, são muitas opções e a falta de planejamento pode lhe proporcionar uma experiência negativa com o mercado. Contudo, é para facilitar o planejamento do investidor individual que existem os produtos de gestão passiva: você investe recursos financeiros e alguém se responsabiliza pela gestão dos ativos presentes na composição da carteira. É o que acontece nos fundos de investimentos, mas você pode encontrar estes produtos diretamente na Bolsa de Valores e usá-los como porta de entrada para a renda variável. Estou falando, especificamente dos Exchange Traded Fund (ETF) e vou especificar os detalhes deste ativo.

No Brasil, temos apenas uma Bolsa de Valores (B3), mas ao redor do mundo existem diversas outras e cada uma delas tem seus índices de referência baseados em critérios específicos. Basicamente, esses critérios englobam determinadas ações de companhias que se enquadram nas características predefinidas e assim está pronta uma carteira de investimentos: diversificada entre si e com empresas enquadradas no que você acredita. Para exemplificar ainda mais, essas características podem ter a ver com governança, sustentabilidade, tamanho do patrimônio das empresas, distribuição de dividendos ou, até mesmo, empresas estrangeiras.

Aqui, listo alguns ETFs (com seus respectivos códigos de negociação) e caracterizá-los para você entender ainda mais sobre o assunto e ganhar autonomia para seus novos estudos a partir daqui. Lembrando, é claro, que nenhum destes se enquadra como recomendação; aqui, meu único objetivo é mostrá-los para você, leitor, sem me preocupar em passá-los por um crivo de análise aprofundada e qualidade dos ativos.

· BOVA11 - Busca refletir a performance, do Índice Bovespa (composto por cerca de 70 das maiores empresas do Brasil);

· ECOO11 - Busca refletir a performance do Índice Carbono Eficiente (composto por empresas com maior responsabilidade ambiental);

· GOVE11 - Busca refletir a performance do Índice Governança Corporativa Trade (composto por empresas com padrões de governança corporativa diferenciados);

· SMAL11 - Busca refletir a performance do Índice Small Cap (composto por empresas com menor capitalização na B3);

· IVVB11 - Busca refletir a performance do Índice S&P500 (composto pelas 500 maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos).

Investir nestes produtos é simples e, por isso, chega a ser considerado como a porta de entrada para novos investidores na Bolsa de Valores, mas lembre-se sempre de analisar se os investimentos são condizentes com as características buscadas por você e tem a ver com o seu perfil de investidor. Serão sempre estes pequenos detalhes o grande divisor entre boas e más experiências no mercado financeiro; portanto, atente-se a elas para fazer boas escolhas.

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Alerta máximo

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Para pensar:
"Preze cada momento e cada pessoa em sua vida, pois nunca se sabe quando será a última vez que você verá alguém.”
Autor desconhecido

Para refletir:
“Não existe melhor cura que a prevenção.”
Sandro Kretus

Alerta máximo

Já fazia tempo que a coluna não falava sobre a pandemia de Covid-19, não por ela ter abrandado, mas para não saturar ainda mais o assunto e acabar aprofundando o chamado “efeito blasé”, a insensibilidade da população a tudo que tenha relação com o tema.

O contexto atual, contudo, impõe que sejam divididas algumas informações importantes com a população, a fim de que redobrem os cuidados e evitem, de todas as maneiras possíveis, contrair a doença, sobretudo neste momento específico.

Pico

O mês de novembro não precisou nem chegar ao fim para bater todos os recordes relacionados a número de contágios e atendimentos em nossa cidade.

Em especial nos últimos dias, certamente como reflexo das campanhas eleitorais e das próprias eleições realizadas num momento em que grande parte da população havia perdido o medo da doença, o contingente de doentes explodiu.

No Hospital Raul Sertã, por exemplo, o número de internados, que geralmente flutuou entre cinco e nove na semana passada, chegou a 21 nesta terça-feira, dia 24.

Saturação

Nos hospitais particulares o cenário não é diferente.

Na Unimed o número de atendimento diários para Covid mais do que dobrou, e na cidade inteira a disponibilidade de leitos corre o risco de saturar.

Para piorar, o estoque de dietas enterais do Hospital Raul Sertã zerou no último sábado, 21, concretizando um quadro que não chegou a ocorrer em semanas anteriores em parte porque essa coluna alertou a Secretaria de Saúde em duas ocasiões distintas sobre a iminência do problema.

Uma situação dramática, que precisa de solução definitiva, e que representa mais um motivo e tanto para ninguém querer ficar doente neste momento. 

Momento delicado

Para o comércio, a explosão no número de casos não poderia ocorrer em momento pior.

Justo na semana da Black Friday, quando tantos empresários esperam amenizar os prejuízos acumulados ao longo do ano.

E, claro, é também um momento de risco sanitário, uma vez que as promoções habituais devem atrair grande número de pessoas a lojas e supermercados.

Situação muito delicada e perigosa que, mais uma vez, enfatiza a pertinência do investimento em e-commerce e serviços de entrega como caminho para preservar interesses econômicos sem sacrificar as demandas da saúde pública.

Por falar nisso...

E já que tocamos no assunto, a coluna levantou junto à empresa especializada Wx3 um breve comparativo de meses recentes com o mesmo período de 2019.

Em agosto, o volume de vendas foi aproximadamente o dobro do mesmo período no ano passado.

Em setembro e outubro o aumento foi próximo a 90%, e em novembro, antes que pudessem ser observados os efeitos do recente aumento no número de casos de Covid-19, o aumento era pouco superior a 20%.

É de se esperar que essa margem cresça nos próximos dias.

Na política

O meio político também tem sido afetado pela Covid.

O deputado federal Glauber Braga divulgou que está com sintomas da doença, e na Câmara Municipal a informação, na manhã desta quarta-feira, 25, era de que havia ao menos três pessoas infectadas.

Aliás

E já que falamos no Legislativo, a coluna não chegou a registrar, mas a pauta da Câmara Municipal foi trancada na semana passada em razão do término do prazo para apreciação do projeto de lei 856/2020, de autoria do Executivo Municipal, para abertura de crédito especial em valor pouco superior a R$ 2,7 milhões para a compra de 27 mil cestas básicas.

O vereador Marcinho Alves protocolou denúncia a esse respeito junto ao Ministério Público, na qual lista diversas situações que entendeu serem suspeitas, entre as quais a entrega ter começado a ocorrer antes do empenho dos recursos.

A coluna entende, todavia, que a pauta deve ser destrancada em breve, possivelmente já na sessão de hoje, 26.

Festival de corais

O amigo e mestre Eloir Perdigão informa que neste ano de 2020 não será possível a realização do Festival de Corais de Olaria, que ele próprio organiza todos os anos nas igrejas Nossa Senhora das Graças e São Roque.

A pandemia do novo coronavírus infelizmente impossibilitou os ensaios dos grupos.

“Este ano seria a 11ª edição do evento. Fica para o próximo ano, se Deus quiser.”

E ele há de querer.

A propósito...

E já que mencionamos Olaria, foi confirmada a informação de que a tradicional Universidade Católica de Petrópolis (UCP) vai ocupar as instalações do antigo Colégio Nossa Senhora das Graças como detalha reportagem na página 10 desta edição.

Inicialmente serão oferecidos cinco cursos de graduação na modalidade de ensino à distância (EAD): Pedagogia, Administração, História, Teologia e Filosofia (os mais recentes da instituição), mas essa lista deve aumentar nos próximos anos, a depender da procura.

Gigante

O tópico foge completamente à nossa jurisdição, mas a coluna não poderia deixar de lamentar a morte prematura de Diego Armando Maradona, gênio dos gramados que foi personagem central para o resgate da autoestima argentina após o trauma das Malvinas.

Por tudo o que significou e simbolizou, por todas as controvérsias que protagonizou, Maradona era umas das personalidades mais conhecidas no mundo todo, e agora é mais uma estrela a se apagar nesse doloroso ano de 2020.

O personagem e sua história, no entanto, são eternos.

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Bom Jardim reinaugura o Museu Fazenda

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A Secretaria Municipal de Turismo de Bom Jardim reinaugura no próximo dia 7 de dezembro o Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho. Inicialmente gostaria de destacar a relação histórica de Nova Friburgo com o município de Bom Jardim. Foi para a região onde hoje é Bom Jardim que colonos suíços e alemães se deslocaram em busca de terras quentes para o cultivo de café abandonando o distrito colonial do Morro Queimado. Já no final do século 19 o município de Nova Friburgo perdeu a importante freguesia cafeeira de São José do Ribeirão para Bom Jardim.

A Secretaria Municipal de Turismo de Bom Jardim reinaugura no próximo dia 7 de dezembro o Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho. Inicialmente gostaria de destacar a relação histórica de Nova Friburgo com o município de Bom Jardim. Foi para a região onde hoje é Bom Jardim que colonos suíços e alemães se deslocaram em busca de terras quentes para o cultivo de café abandonando o distrito colonial do Morro Queimado. Já no final do século 19 o município de Nova Friburgo perdeu a importante freguesia cafeeira de São José do Ribeirão para Bom Jardim. O mesmo ocorreu com o distrito de Amparo e Galiano das Neves Junior, o coronel Chonchon, possivelmente não ficou nada satisfeito com a anexação de sua propriedade, a Fazenda Cachoeira, ao município de Bom Jardim. Amparo foi reintegrado a Nova Friburgo em 1911 e explicaremos mais adiante quem conseguiu esta façanha.

De acordo com o pesquisador Clélio Erthal no livro “Bom Jardim”, Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho era neto do patriarca Mathias Corrêa da Rocha proprietário das fazendas Soledade e Santa Bárbara, umas das primeiras sesmarias nos sertões do Vale do Macacu. Ainda segundo Erthal, Rocha Sobrinho foi um dos mais notáveis e dinâmicos fazendeiros adquirindo o miolo da velha fazenda Bom Jardim cuja sede pertencera ao padre Vicente Ferreira Soares, igualmente um dos primeiros afazendados naqueles sertões.

Para melhor situar o leitor os sertões do Vale do Macacu adquiriu em 1814 o predicado de município de Cantagalo. Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho casou-se com a descendente de suíços Eugênia Cantídia Boechat com quem teve os filhos Péricles, Olga, Edith e Odete. Além de ser um importante produtor de café no Vale do Paraíba fluminense Rocha Sobrinho era um líder político local. Empreendedor trouxe a eletricidade para o município e montou uma moderna usina de beneficiamento de café ao lado de sua residência que hoje sedia o Galpão Cultural.

No ano de 1896, Rocha Sobrinho adquiriu a Companhia Engenho Central Rio Negro no município de Itaocara que passou a denominar de Engenho Central Laranjeiras. Era uma unidade de produção de açúcar que pertencia aos condes de Nova Friburgo e de São Clemente, ao segundo barão das Duas Barras, a Galdino Antônio do Valle pai do político Galdino do Vale Filho, entre outros sócios. Como os municípios eram anteriormente administrados pela Câmara Municipal, o coronel Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho elegeu em julho de 1922 o seu filho Péricles Corrêa da Rocha como o primeiro prefeito de Bom Jardim.

O médico e político Galdino do Valle Filho possuía estreitos laços e aliança política com os Corrêa da Rocha e esta amizade se estendeu às gerações seguintes. O articulista Nelson Kemp em artigo publicado em A VOZ DA SERRA na edição de 20 de agosto de 1961 informou que o deputado estadual Galdino do Valle Filho foi quem apresentou o projeto de lei solicitando a transferência do distrito de Amparo de Bom Jardim para Nova Friburgo. Teriam os Corrêa da Rocha facilitado essa reintegração? Possivelmente sim em razão da aliança política e de laços pessoais de Galdino com esta família.

Apoiadores do governo de Washington Luiz, Galdino e Péricles tiveram os seus direitos políticos cassados na Revolução de 1930. O primeiro se exilou em Portugal e o segundo em Laranjais, distrito de Itaocara, e passou a administrar o Engenho Central Laranjeiras. Centralizando a compra de cana-de-açúcar entre os lavradores do noroeste fluminense o engenho teve o seu maquinário modernizado e diversificado os seus produtos. Além de açúcar passou a produzir éter e álcool farmacêutico.

O Engenho Central Laranjeiras na gestão Péricles Corrêa da Rocha chegou a ter 1.500 trabalhadores. Com o desenvolvimento de Laranjais imigraram para este atual distrito de Cantagalo famílias libanesas a exemplo dos Elias, Sarruf, Nacif e Nagib. Péricles Corrêa da Rocha administrou o engenho durante mais de 20 anos no período de 1930 a 1956, colocando-o entre os maiores do país. Ao retornar para Bom Jardim instalou a fábrica de caramelos Busi aproveitando o açúcar que fabricava. Como não teve filhos o seu sobrinho Álvaro Luiz Corrêa Graça o sucede na administração do Engenho Central Laranjeiras, que encerrou suas atividades em 1972.

Muitos dos operários do engenho foram trabalhar nas fábricas de Nova Friburgo e principalmente na fábrica de ferragens Haga. Esta metalúrgica cooptou para a seção de fundição muitos ex-funcionários do engenho habituados a trabalhar com altos fornos na produção de açúcar. Me parece que na Era Vargas os Corrêa da Rocha foram eclipsados pela ascensão econômica e política dos Erthal e dos Monnerat que constituíram alianças matrimoniais para consolidar sua hegemonia política em Bom Jardim. Este município é o único da região serrana que manteve o cultivo de café e quiçá é o maior produtor desta commoditie no estado fluminense exportando tanto para o mercado interno como externo. Toda esta produção pertence a uma única família, os Erthal, descendentes de colonos alemães que chegaram a Nova Friburgo em 1824. Os imigrantes italianos Carrielo se estabeleceram em Bom Jardim onde habita a maior parte da família.

De acordo com o secretário municipal de Turismo de Bom Jardim, Jackson Vogas de Aguiar, a reinauguração do museu pretende dar novo significado ao espaço de memória e igualmente servir como atrativo turístico movimentando a economia local. Foram produzidos novos ambientes de exposição do ciclo do café, contemplando a história política local. A Secretaria de Turismo além da reformulação do museu vai entregar a comunidade e pesquisadores um acervo histórico online com o inventário da cultura e religiosidade do município.

No Museu Fazenda Luís Corrêa da Rocha Sobrinho se encontra uma parte da história de Nova Friburgo e por isso vale a pena a visita dos friburguenses e das escolas com agendamento pelo telefone (22) 2566 2236.

  • Foto da galeria

    Fachada do Museu Fazenda Luiz Corrêa da Rocha Sobrino

  • Foto da galeria

    Interior do Museu Fazenda com acervo do ciclo do café

  • Foto da galeria

    Momento de descontração dos Corrrêa da Rocha

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Pandemia maluca

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento.

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento. Com um sorriso simpático ele se despediu, entrou no carro e partiu.

Aí começou e continuou a ansiedade. Meus pensamentos estavam à mil. Pensava comigo mesmo: Preciso pensar que estas sacolas de supermercado podem estar contaminadas. Eu havia separado um local específico para colocar qualquer compra que chegasse para ali fazer o processo de higienização. Que coisa chata! Que realidade desagradável!

Meus pensamentos continuaram acelerados pensando em mil coisas. Tirei as coisas das sacolas, e fui higienizando produto por produto. Coloquei frutas e verduras numa vasilha com água misturada com água sanitária. Precisava abrir a torneira da pia da cozinha, mas pensava: Não posso me esquecer que toquei naquelas compras, e assim preciso higienizar minhas mãos para não correr o risco de contaminar a torneira. Não podia me esquecer também da maçaneta da porta da cozinha. De dentro e de fora da porta!

A loucura continuou. Agora preciso limpar o balcão onde havia colocado as compras. Depois, pensei, preciso limpar minhas mãos novamente, afinal tinha tocado no balcão. Não! Não precisava, porque havia lavado as mãos com sabão. Sim, precisava, porque havia tocado nas sacolas para jogá-las no lixo. Então, vou lavar novamente as mãos.

Agora preciso deixar as frutas, verduras e legumes de molho um tempo suficiente para matar o danado do vírus que poderia estar ali. Onde está este cara? Na sola do sapato? Na sacola do mercado? Na embalagem do biscoito? Na casca da maçã? No troco que o caixa da padaria me deu? Na maçaneta do meu carro? No volante? Que maluquice!

Minha ansiedade e medo diminuíram após uns três meses de início da pandemia. Comecei a sair, ainda vigilante, ou seja, sem relaxar, para comprar algo, com máscara, mantendo distância das pessoas, coisa nem sempre possível num supermercado. Usando álcool em gel na entrada da loja, na saída, ao sentar no banco do meu carro. Seria bom se o álcool em gel limpasse uma mente ansiosa e a corrupção de líderes da nação, não é?

Certo dia, também lá pelo terceiro ou quarto mês da pandemia, meus netinhos vieram me visitar com a mãe, minha filha, e meu genro. Eu morria de saudades deles. Senti uma ambivalência. Que bom que eles vieram, e que preocupante eles terem vindo! Meu netinho mais novo, de 3 anos de idade, em certo momento correu para mim, para me abraçar, e eu corri dele com medo da contaminação, minha e dele. Ele chorou, foi para o colo da mãe que o acolheu e meu coração ficou partido. Vírus maldito que parte nosso coração e não só infecta nossos pulmões!

A ansiedade diminuiu mais, o medo de contaminação reduziu muito. Troquei uma ideias com colegas médicos. E recomecei a abraçar meus netinhos, todos com máscara ainda, mas, ufa!, um alívio, para mim e para eles. Afinal, estamos todos num mesmo barco. Somos frágeis. Não temos vida em nós mesmos de modo que possamos, como disse Jesus: “Tenho poder para dar a minha vida, e poder para tornar a tomá-la.” (João 10:18).

Ricos, pobres, pretos, brancos, religiosos, não-religiosos, todos estamos na mesma situação de fragilidade quanto à este vírus e tantas outras coisas. Vírus este que invadiu o planeta porque pessoas se contaminaram ao comerem animais proibidos por Deus como alimento, como descrito em Levíticos capítulo 11 na Bíblia, não sendo coisa só para judeus do Antigo Testamento. As leis de saúde descritas ali quanto à alimentação são para sempre. O exclusivo para os judeus eram as leis cerimoniais. Não o Decálogo (Êxodo 20), não as Leis da Saúde (Levítico 11).

Não se iludam. A pandemia do vírus corona pode passar, mas virão outras situações dolorosas para a humanidade. Isto não é pessimismo, é realismo. Um mundo onde a corrupção, a mentira (fake news), a fraude, o materialismo domina, não é democrático, não é justo, não evolui para o bem e não durará para sempre. O mal sempre destrói o mal. Mas hoje você pode escolher o bem e praticá-lo. Isto pode fazer diferença para um grupo de pessoas, mesmo que pequeno, sob sua influência. Pode diminuir sua ansiedade, culpa, medo de ser descoberto. E você poderá abraçar as pessoas com paz no coração. E com máscara. Ainda.

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Trocando as bolas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Para pensar:

"Quando somos incapazes de encontrar tranquilidade em nós mesmos, é inútil procurar noutros lugares.”

François de La Rochefoucauld

Para refletir:

“Uma das formas mais sinceras de respeito é verdadeiramente escutar o que uma pessoa tem a dizer.”

Autor desconhecido

Trocando as bolas

Quem tem mais de 40 anos provavelmente irá se lembrar de uma clássica comédia dos anos 80, que no Brasil ganhou o nome de “Trocando as bolas”, e que durante anos integrou aquele famoso rol de filmes habituais da Sessão da Tarde.

Essencialmente, a trama brinca com a eterna discussão a respeito do quanto o ambiente e as condições ofertadas afetam (alguns diriam que determinam) o comportamento e a postura de cada um, na medida em que dois milionários excêntricos fazem uma aposta a respeito dos comportamentos que seriam observados caso um cidadão em situação de rua e um executivo de sucesso tivessem suas vidas trocadas do dia para a noite.

Novos papéis

Na política friburguense, ao longo dos próximos anos, veremos algo mais ou menos nessa linha.

Políticos que até aqui sempre foram fiscalizadores, sempre cobraram, serão agora fiscalizados e cobrados.

E outros, que sempre navegaram nas águas tranquilas do assistencialismo, que sempre fizeram dos próprios gabinetes verdadeiros balcões de favores e negócios, que sempre adotaram o discurso populista de que “criticar é mais fácil do que fazer”, agora tentarão ser convincentes enquanto encenam um papel que jamais quiseram interpretar.

Reducionismo

O meio político costuma utilizar muito a metáfora segundo a qual a bancada de oposição seria a pedra e a bancada de governo seria a vidraça.

O colunista, contudo, não se sente confortável com essa ilustração, pois ela dá a entender que a oposição sempre irá criticar, que isso “faz parte do jogo político”, como se tudo não passasse de um teatro às avessas, onde são os atores que riem da plateia.

Não, não é bem assim.

Realidade local

A questão é que, entre erros e acertos, ao menos em mandatos recentes, Nova Friburgo esteve muito mais bem servida de quadros políticos na oposição do que na situação.

Um reflexo, é claro, de gestões municipais abaixo da crítica, que dependeram fortemente de costuras e loteamentos de poder para que pudessem contar com apoio no plenário, e, por isso mesmo, se cercaram de vereadores afeitos a esse tipo de visão menor a respeito do que significa exercer um mandato.

E as urnas têm deixado bem claro que a população compreendeu isso.

Ameaçados

Ocorre, caros amigos, que caráter não é o tipo de virtude que se pode comprar em farmácias.

Quem não chegou ao plenário em razão da confiança popular, mas dos favores e empregos que conseguiu, só pode mesmo ver a política como “um jogo”.

E, nesse jogo, uma gestão que esteja fechada a práticas de apropriação da coisa pública só pode ser tratada como uma ameaça por quem pendurou mais de 50 pessoas no cabide municipal ao longo dos últimos anos.

Desse tipo de gente, não dá para esperar uma oposição legítima ou qualificada.

Jogando contra

De fato, várias declarações já têm sido dadas nesse sentido, longe dos microfones.

Já teve gente dizendo que irá elaborar indicações legislativas “defendendo” medidas de apelo populista que todos sabem que não cabem no orçamento, já teve gente dizendo que vai bombardear o governo com requerimentos de informação na esperança de que algum deles não seja respondido no prazo e isso possa suscitar complicações de natureza jurídica ao próximo governo.

Vacina

Numa visão mais ampla, tudo parte de um plano que pretende reduzir a popularidade e a confiança popular para, caso a chance apareça, apresentar um pedido de impeachment do governo que nem ao menos começou.

Acreditem, essa palavra já andou sendo usada.

A coluna avisa antes, para que os leitores já tenham os necessários anticorpos quando o espetáculo começar.

Faz sentido?

Afinal, cabe questionar: faz algum sentido que um vereador espere se tornar oposição para apresentar indicações legislativas, quando no passado recente teve portas abertas para lutar por tais ideias com muito mais efetividade?

Faz sentido que alguém que indicou uma centena de nomeados, fazendo, na prática, que todos nós pagássemos mensalmente (e muito caro) pelo seu capital eleitoral, venha agora falar em economicidade?

Faz algum sentido que um vereador que esteve anos no epicentro do governo comece o próximo mandato cheio de dúvidas sobre o contexto administrativo inicial?

Esperança seletiva

A comédia à qual nos referimos no início da coluna também ilustra bem essa situação.

Antes da narrativa abraçar uma segunda reviravolta, o ambicioso executivo efetivamente chega ao fundo do poço moral quando sua desgraça parece não ter limites.

Por outro lado, o morador de rua alçado a negociador na Bolsa de Valores se revela talentoso e à altura dos desafios quando a vida lhe oferece uma chance.

Voltando ao nosso contexto, se não dá para esperar uma oposição qualificada por parte de quem jamais se importou de fato com o interesse coletivo, ao menos dá para ter alguma esperança de que bons fiscalizadores se esforcem por entregar o tipo de gestão que sempre cobraram de governantes que lhes antecederam.

Tomara que sim.

Desanimador

Em meio a tudo isso seguem borbulhantes as costuras voltadas à eleição do próximo presidente da Câmara de Vereadores, num cenário francamente desanimador.

Cargos, cargos, e mais cargos. Aparentemente, tem gente que não consegue ver nada além disso.

E o que dizer de políticos que já não gozam da confiança popular e que terão grande dificuldade para que consigam voltar ao plenário municipal, atuando como caciques, como se controlassem vereadores recém-eleitos?

A população definitivamente precisa dar mais atenção a quem elege no Legislativo...

Vigilância (1)

De sua parte, a coluna entendeu perfeitamente o recado das urnas, e dará total visibilidade a qualquer manobra que tenha por finalidade impedir a mudança na forma de governar que foi exigida pela população.

Estaremos aqui para cobrar coerência dos novos governantes, e criticar no que for necessário.

Nessa tarefa, fiscalizadores éticos e verdadeiros, terão aqui um eco para suas demandas.

Vigilância (2)

Mas, da mesma forma, seguiremos vigilantes para que o novo governo erre ou acerte pelas próprias pernas, e não em função de armadilhas e sabotagens promovidas por quem depende do sofrimento alheio para se perpetuar na política.

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A atual pandemia pode modificar o humor das pessoas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Ontem mesmo, recebi uma dessas comunicações, em que uma geneticista da Universidade de São Paulo chamava a atenção para o perigo das vacinas que usam modificações do DNA (código genético) do vírus, modificando sua estrutura e propiciando ao organismo humano a fabricar anticorpos para proteção contra uma possível infecção. Esse relato dizia que havia o risco do aparecimento de doenças autoimunes nos vacinados, assim como a possibilidade de surgirem tumores malignos (câncer), por alterações no código genético das células humanas.

Além do próprio desmentido da Universidade de São Paulo sobre a matéria, a própria Lupa, uma agência de fact-checking brasileira emitiu o seguinte comunicado: “Vacinas sobre plataformas de DNA ou RNA não alteram o código genético de células humanas. Na verdade, essa técnica consiste em inserir uma parte dos genes de um determinado patógeno em plasmídeos, molécula de ácido nucléico presente em bactérias. Esses plasmídeos, então, são injetados no corpo humano e entram nas células, onde passam a reproduzir partes do agente causador da doença. Isso produz uma resposta imunológica do organismo. Ou seja: o código genético que é modificado é o de uma molécula de uma bactéria, não o de um ser humano”.

Na realidade, essa técnica de produção de vacinas é recente e não se tem notícia de nenhuma que tenha sido aprovada ainda, para uso em humanos. As vacinas atuais usam o próprio vírus ou bactéria em versão atenuada ou inativada, mas que são capazes de ativar o sistema imunológico humano. Com isso enfatiza-se a responsabilidade da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao analisar os dados da terceira fase de testes, em andamento no Brasil, seja a Coronavac, seja a de Oxford. É importante, também, enfatizar que o tempo de testagem desses medicamentos é muito curto, pois a maioria das vacinas existentes, no mundo, levaram quatro ou mais anos até terem seu uso disseminado sem restrições. Mas, o mundo tem pressa em voltar à normalidade.

Ao que parece, a vacina, na realidade será a única forma válida de proteção da humanidade contra o coronavírus, pois da mesma maneira que o HIV, não existe um tratamento específico que consiga eliminá-lo. Quando muito se atenua os sintomas ou interrompe-se o seu ciclo, mas ele está lá, pronto a causar estragos, quando da suspensão da medicação. Daí a pressa para que se descubra uma imunização eficaz e capaz de aliviar a pressão sobre a população mundial. Mas, a pressa, na maioria das vezes, é inimiga da perfeição.

A grande realidade é que ninguém aguenta mais ficar em casa, restrito a saídas ocasionais e mesmo assim para compras necessárias ou resolver problemas inadiáveis. O fim da vida em sociedade, do convívio com os amigos, de viagens ou passeios para tornar a rotina menos penível. É claro que se as pessoas fossem mais comedidas, o isolamento social poderia ser mais suave, mas basta passar todas as noites pela Rua Monte Líbano, aqui em Friburgo, para vermos como esse comedimento é jogado às traças. Ainda mais num povo como o nosso, em que o calor humano faz parte do dia a dia do brasileiro.

E, é esse mesmo isolamento, com restrições às coisas que me são importantes, que começam a afetar meu psiquismo e começam a me deixar nesse estado de ansiedade.

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Sem limites

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Para pensar:
"Não se preocupe quando não for reconhecido, mas se esforce para ser digno de reconhecimento.”
Abraham Lincoln

Para refletir:
“Temos de ir à procura das pessoas, porque elas podem ter fome de pão ou de amizade.”
Madre Teresa de Calcutá

Sem limites

A gente cobre política diariamente, mas nunca deixa de se surpreender com as coisas que vê.

Em nossa edição passada falamos sobre a corrida eleitoral pelo comando do Legislativo, e sobre o empenho de alguns para fazer da Câmara Municipal um instrumento de chantagem e sabotagem ao prefeito eleito.

Mas a continuidade da apuração revela que os planos são mais amplos do que haviam parecido no primeiro momento.

Legislativo inchado

Passou despercebido, por exemplo, que o presidente da Câmara também pode, por suas próprias atribuições, responder pela nomeação de grande quantidade de servidores em seu ambiente administrativo, e naturalmente isso já está sendo utilizado como moeda de troca por quem pretende angariar votos entre os vereadores, muitos dos quais devendo empregos a quem trabalhou por suas respectivas eleições.

É nisso que dá eleger vereador em troca de favores pessoais, mas quem se submete a isso não se importa, não é mesmo?

Consciência

Aliás, se quisermos ser justos, não dá para culpar apenas o eleitor que ainda vê nas eleições uma oportunidade de faturar uns trocados, sem se dar conta de que se vender votos fosse bom negócio, político algum ia querer comprar.

Também já passou da hora de bons candidatos começarem a escolher as nominatas que irão integrar com um pouco mais de compromisso com a sociedade.

Afinal, fazer parte de uma nominata de cartas marcadas para a eleição de chantagistas serve apenas para direcionar votos confiados de maneira consciente a um terceiro que não é digno de recebê-los.

Do que nos livramos

E o que dizer sobre o candidato a prefeito que vem tomando parte nas reuniões de composição da próxima mesa diretora falando em nome dos vereadores eleitos pela coligação que o apoiou, como se tivesse total controle sobre eles?

Um comportamento de apropriação de poder muito mais coerente com os vídeos que foram divulgados durante a campanha e sempre tratados como “fora de contexto”, do que com a campanha em si.

Serve bem para ilustrar o tipo de risco que a cidade correu nessa última eleição.

E, claro, é no mínimo desrespeitoso para com a imagem de quem acabou de ser eleito.

Primeiro teste

O fato é que esta corrida eleitoral se apresenta como primeiro teste ao que se pode esperar da nova geração de vereadores.

Está nas mãos deles decidir se estão dispostos a comprometer a própria isenção e a governabilidade em razão de benefícios próprios, ou se vão renovar de fato o plenário e dar o devido respeito à confiança popular que os elegeu como representantes.

Se vão se submeter aos interesses de caciques, ou vão agir pelas próprias cabeças.

Que escolham com sabedoria, pois têm poder de decisão e uma longa carreira pela frente.

Parece justo?

Um amigo chama a atenção da coluna para uma situação para lá de bizarra.

O resultado final de nossas eleições indica que temos suplente para o plenário que não recebeu nenhum voto(!), nem mesmo o próprio, ao passo que temos candidato que recebeu mais de 930 votos e nem suplente é.

A intenção do legislador pode ter sido boa ao estabelecer a eleição proporcional, mas, em meio a tantos partidos sem qualquer fumaça ideológica, parece que os interesses de caciques estão se impondo demais à vontade popular nas eleições proporcionais, não concordam?

Reconhecimento

E já que falamos sobre justiça, parece necessário dedicar algumas palavras ao vereador Professor Pierre, que, ao longo do mandato que está se encerrando foi, sem sombra de dúvida, um dos mais atuantes vereadores do Brasil.

Este colunista é testemunha do quanto ele sacrificou sua vida particular ao longo dos últimos anos, incapaz de flexibilizar um comprometimento com a cidade e os interesses coletivos que lhe roubou muitas horas de sono e de convívio familiar.

Mesmo durante o período eleitoral, boa parte de seu tempo foi investido na conclusão de uma peça fiscalizatória de enorme escopo, que ainda há de ter profundas repercussões sobre a administração pública friburguense.

Produção

Ao longo dos últimos quatro anos seu gabinete produziu mais de três mil páginas entre relatorias de natureza legislativa e fiscalizatória, que incluem o novo Regimento Interno, a nova Lei Orgânica Municipal, e as diversas operações legislativas que reuniram denúncias muito bem fundamentadas sobre a gestão municipal.

O tipo de material que, caso contasse com a mesma atenção dedicada pelo Judiciário às esferas estadual e federal, já teria rendido consequências de alcance difícil de estimar.

Referência

De fato, este seu último mandato se consolida como referência do tipo de relevância que cada vereador pode alcançar, se estiver realmente disposto a trabalhar, sem cair nas armadilhas da popularidade fácil ou do tráfico de influências.

Que possa servir de exemplo ao sangue novo que chega para oxigenar o plenário a partir de 2021.

Revelador

Publicar este tipo de reconhecimento a personagem tão odiado no submundo de nossa política sempre rende ataques apaixonados e desqualificados em redes sociais.

Mas isso não é ruim não.

Ao contrário, é revelador.

Porque basta ver o tipo de gente que rosna a cada elogio feito a políticos sérios, para compreender o naipe das pessoas que tantas vezes viram seus planos frustrados através de sua atuação.

Apoio

Ao longo da semana passada a coluna recebeu centenas de mensagens de apoio.

Certamente mais de 300 e todas foram lidas com atenção.

Só nos resta agradecer a todos os que escreveram, todos os que frequentam este espaço, todos os que não negociam votos e, em meio a tanto veneno despejado em redes sociais, tanta mentira, tanta polarização e simplificações, ainda tentam ser razoáveis, justos e serenos.

Fundamental

Esse apoio é fundamental, como é fundamental que essas vozes sejam ouvidas, pois é muito fácil estabelecer o silêncio quando alguém fala sozinho.

E é muito fácil entender que tem gente querendo calar este espaço e este jornal.

 

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

O Caderno Z do último fim de semana festejou a data de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e nos brindou com a presença de Maiara Felício, eleita vereadora, a candidata mais votada no recente pleito municipal. Em seus depoimentos na entrevista com Thiago Lima, Maiara relata que não se vê como “protagonista”, mas, sim, como “um canal para que a voz de todo mundo ecoe pela cidade”.

O Caderno Z do último fim de semana festejou a data de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e nos brindou com a presença de Maiara Felício, eleita vereadora, a candidata mais votada no recente pleito municipal. Em seus depoimentos na entrevista com Thiago Lima, Maiara relata que não se vê como “protagonista”, mas, sim, como “um canal para que a voz de todo mundo ecoe pela cidade”. Com experiência inegável em lutas sociais, Maiara é a idealizadora do “Império das Negas”, projeto criado em 2015, voltado para atividades e serviços sociais, como um “representativo da pessoa preta” na “Suíça Brasileira”.    

Depois de enfatizar várias questões sociais, a vereadora eleita ressaltou que tem consciência de que muito trabalho a espera, mas prefere que suas atitudes respondam sobre quem é Maiara Felício. O Caderno Z também trouxe temas relacionados ao Dia da Consciência Negra e vale destacar que a riqueza da cultura afro-brasileira edificou o Brasil em todos os sentidos como, por exemplo, na dança, na música, na capoeira, na culinária, nas religiões de origem africana e muito mais. O vocabulário brasileiro se enriqueceu de palavras vindas do “quimbundo”, entre elas, bagunça, cafuné, batucar, fungar, fuzuê, moleque, moqueca, gangorra e outras mais. Que fuzuê bacana, pessoal!

Ao contrário dessas palavras simpáticas, ocorre, numa atitude impensada, que outras expressões hoje são avaliadas na contramão da nossa consciência negra, como o uso do termo “denegrir”, utilizado para se referir a uma ofensa ou humilhação. Traduzindo no verdadeiro sentido, equivale a “tornar negro”. Alguém já pensou nisso? O “criado-mudo” é aquele móvel de cabeceira, inspirado nos escravos que ficavam ao lado da cama segurando objetos para os seus senhores. Outra expressão inconsequente – “Não sou tua nega” - muito comum em brigas de casais. Essas e outras informações estão na reportagem publicada no primeiro caderno com a autoria de Guilherme Alt, a quem felicito pelo alerta. O jornal também trouxe as queridas Eliane e Ilma Santos, dedicadas e conhecedoras das lutas dos negros no Brasil.

A pandemia continua em evidência, com os casos de contaminados e o número de mortos aumentando. As recomendações são as mesmas e parece não haver ação mais eficaz, além de usar máscara, álcool em gel e evitar aglomerações. Quando vejo alguém sem máscara, minha vontade é perguntar a razão de a pessoa não seguir a orientação.

O Rotary Clube Nova Friburgo festejou seus 70 anos de fundação com a presença de apenas 20 convidados em sua sede e os demais por meio de plataformas virtuais. A colunista aqui participou virtualmente e presenciou momentos de enlevo. Saudosas lembranças se juntaram ao sentimento presente de cada vez mais cumprir a missão humanitária da instituição. Parceiro da União Brasileira de Trovadores, as trovas se destacaram com trabalho desenvolvido pela Secretaria de Educação. Sucesso total!

Na coluna “Massimo” esteve presente o Marquês de Maricá, que viveu até 1848,  e a frase do ilustre filósofo, escritor, professor e político, é uma reflexão para o momento: “Em política, remédios brandos frequentemente agravam os males e os tornam incuráveis”. A coluna também traz as expectativas sobre a escolha do próximo presidente da Câmara Municipal. A interrogação paira no ar, mas há indícios de que deverá ser um vereador “experiente e ético” e com outras qualidades, evidentemente. Aguardemos!

Concluídas as eleições, agora é hora de colocar a mão na massa do bolo governamental para a nova gestão. A receita já está em preparo e o prefeito eleito, Johnny Maycon, não brinca em serviço. Contudo, nada de antecipar nomes. Mas, como para quem sabe ler um pingo é letra, já se sabe que na Secretaria de Educação será indicada uma mulher e olhem as pistas: “É uma pessoa inteligente, super competente, experiente que conhece pessoalmente as 121 unidades educacionais friburguenses”. Quem será? Fica difícil dar um palpite, pois há muitas mulheres altamente capacitadas para tal missão. Minha mãe dizia: o futuro guarda uma esperança. Vamos esperar e torcer para o sucesso de todas as indicações, pois, consequentemente, será o sucesso de Nova Friburgo.  

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Parabéns virtual

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Parabéns virtual

No próximo sábado, 28, o queridíssimo homem das montanhas, friburguense coroado e de admirado talento musical, o cantor, compositor e pianista Benito di Paula vai completar 79 anos.

Como nestes últimos tempos, ele juntamente com seu filho Rodrigo Velloso tem realizado concorridas lives pelo Instagram, uma edição especial está prevista para o sábado pelo YouTube. E neste caso, o Benito, ao invés de receber presentes estará ofertando essa apresentação em clima de parabéns aos seus fãs e amigos. Imperdível!

Parabéns virtual

No próximo sábado, 28, o queridíssimo homem das montanhas, friburguense coroado e de admirado talento musical, o cantor, compositor e pianista Benito di Paula vai completar 79 anos.

Como nestes últimos tempos, ele juntamente com seu filho Rodrigo Velloso tem realizado concorridas lives pelo Instagram, uma edição especial está prevista para o sábado pelo YouTube. E neste caso, o Benito, ao invés de receber presentes estará ofertando essa apresentação em clima de parabéns aos seus fãs e amigos. Imperdível!

Na foto, Rodrigo com o pai Benito di Paula, que apesar de sua costumeira touca que usa em casa, deixa à mostra os cabelos brancos. Benito, inclusive, agora adotou novo visual: cortou aos longos cabelos e retirou o cavanhaque, características que por muitos anos marcaram sua imagem artística.

Vivas em dose dupla

No último domingo, 22, dois queridos amigos desta coluna e empresários conceituados trocaram de idade com celebração restrita aos familiares. Somaram mais um ano de vida, Gesseir Soeiro Daflon, que sedestaca no ramo de parafusos e ferragens, e Waldemir Veloso, o conhecido homem das batatinhas.

À querida dupla, parabéns com votos de muitas felicidades, mais sucessos e tudo de bom como bem merecem.

Gritos das urnas

Aqueles que tinham dúvidas, quando por inúmeras cidades afora se propalavam se esse ou aquele, como aqui, seria o pior prefeito da história, a urnas responderam em alto e bom som.

Raríssimos foram os executivos que conseguiram seguir em seus cargos a partir de 2021. A maioria acabou ficando em humilhantes colocações, tendo direito ainda como rebarba, aquele velho e implacável dissabor: pior do que não se eleger é não se reeleger.

Aniversário do Pingo

Nesta quarta-feira, 25, o dia será do admirado Cézar Romero Spinelli Ribeiro de Miranda (foto), o sempre querido Pingo, completar mais um ano de vida, para satisfação especial da esposa Kátia, da filha Isabela, demais familiares e uma legião de amigos, entre os quais com muita honra nos incluímos.

Parabéns e felicidades ao grande Pingo!

Disputas rasteiras

A competição pela preferência do eleitorado na campanha deste segundo turno no Rio de Janeiro – que acontecerá no próximo domingo, 29, está terrível de assistir.

Impressiona o baixo nível das inserções de Eduardo Paes e Marcelo Crivella no horário de propaganda eleitoral gratuita veiculado nas emissoras de rádio e TV da  capital fluminense.

Ambos adotaram o ataque com um rosário de críticas ao adversário, sem contar o festival de acusações mútuas. Sobram críticas e faltam propostas. Infelizmente.

Por mais visão!

A conhecida e sempre reluzente Marly Pinel, a partir desta semana deixará as badalações um pouco de lado, mas por um motivo justo. Hoje, 24, ela será submetida a uma cirurgia oftalmológica. A sempre brilhante Marly, os votos de total êxito no procedimento médico e já já ela estará de volta.

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A carne mais barata do mercado

terça-feira, 24 de novembro de 2020

A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Esta música composta por Seu Jorge, Marcelo Yuca e Wilson Capellette, que ganhou espaço na Música Popular Brasileira na voz de Elza Soares, enaltece as qualidades, por muitos ignorada, da população negra na construção deste país. Mas, ao mesmo tempo, denuncia feridas abertas da sociedade brasileira: a desvalorização, o descaso, a falta de respeito, a segregação, o preconceito...

A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Esta música composta por Seu Jorge, Marcelo Yuca e Wilson Capellette, que ganhou espaço na Música Popular Brasileira na voz de Elza Soares, enaltece as qualidades, por muitos ignorada, da população negra na construção deste país. Mas, ao mesmo tempo, denuncia feridas abertas da sociedade brasileira: a desvalorização, o descaso, a falta de respeito, a segregação, o preconceito...

Em uma entrevista, Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo, referencial das pastorais sociais do Maranhão e presidente da Comissão Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao falar da luta pela dignidade e a resistência do povo negro, destacou a importância de, como irmãos, ouvir a voz de Deus, juntar nossas forças e assumir sua causa junto ao seu povo. 

Precisamos unir as nossas forças e dizer não a todo tipo de opressão e de negação da vida. Celebrar o dia da consciência negra (último 20 de novembro) é renovar o compromisso na luta em defesa da vida tendo como base a abertura para o diálogo, compreensão do diferente, compromisso com a justiça e empenho em defesa da vida” (Dom José Valdeci Santos Mendes, 20 nov. 2020).

Infelizmente o racismo está tão entranhado em nossa história, que se tornou estrutural. Por este motivo, muitos defendem que ele não existe mais em nosso meio. Contudo, muitas vezes somos bombardeados por relatos de pessoas que sentem na carne a dor do preconceito por terem sua pele preta.

O recente relato da morte por espancamento de um homem negro de 40 anos em uma famosa rede de supermercados no Rio Grande do Sul chocou a todos. Mas este foi somente mais um caso dentre tantos outros que sofreram e sofrem a prática de violência e abusividade programada contra pessoas negras.

Está em nossas mãos o poder de mudar esta triste realidade e execrar todo e qualquer ato discriminatório. No Concílio Vaticano II, o Magistério ressaltou o valor da fraternidade universal e a reprovação de toda a discriminação racial ou religiosa, e afirmou categoricamente que “A Igreja reprova, por isso, como contrária ao espírito de Cristo, toda e qualquer discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor, condição ou religião” (Nostra aetate, 5).

Todo cristão deve se empenhar no âmbito social-político-cultural afim de garantir o direito de todos a uma cultura humana e civil, adequada à pessoa humana (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 557; Gaudium et Spes, 60).

A doutrina da Igreja ainda nos ensina que no sacrifício de Cristo na cruz, manifestação máxima de seu amor, todas as barreiras de divisão e discórdia foram derrubadas (cf. Ef 1,8-10). Isto implica a todos que carregam a égide de cristão e que queiram viver esta nova vida em Cristo devem abraçar como meta de toda a sua existência instrumentos de paz e fraternidade, evitando que as diferenças raciais e culturais sejam motivo de divisão entre os homens (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja. 431).

Somos chamados, como família humana, a recuperar a nossa própria unidade e a reconhecer a riqueza presente em nossas diferenças tendo como meta a “unidade total em Cristo” (cf. Pio XII, Discurso aos Juristas Católicos, 6 dez. 1953).

Termino esta reflexão com duas afirmações: no Brasil existe racismo e todas as carnes têm o mesmo valor, pois custaram um alto preço: a morte de Cristo na cruz.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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