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O samba

sábado, 19 de novembro de 2022

Obra de arte que o negro esculpiu, ritmo oficial da marca Brasil, tem seu berço na casa de Ciata. Dos batuques vindos da África, do ritmo marcado pelos corpos escravizados, mas revolucionários em manter suas tradições, ritos, espiritualidades – identidade. 

Obra de arte que o negro esculpiu, ritmo oficial da marca Brasil, tem seu berço na casa de Ciata. Dos batuques vindos da África, do ritmo marcado pelos corpos escravizados, mas revolucionários em manter suas tradições, ritos, espiritualidades – identidade. 

O samba liberta. Das senzalas, da proibição a marginalização. Resistência de um povo ainda em construção. O samba clama nas rodas pela tal liberdade que ainda não veio e nas avenidas de tantos carnavais segue a cantar por reparação histórica, contra o preconceito, abaixo a discriminação. E o preto repete seu direito: escravizada a minha cor, mas minha alma jamais.

Será difícil entender que o sangue é vermelho para todas as cores? Sambamos na mesma roda e carregamos a mesma ancestralidade. Mas a crueldade da história, de muitos que vieram antes de nós, exige desagravo contínuo até se atingir igualdade. 

O samba segue a lamentar, segue a panfletar, segue a enfrentar e chamar para repetirmos versos em novos e velhos refrões: nos amarmos mais, nos cuidarmos mais uns dos outros... Desaprender o racismo estrutural, sem esquecer o passado para evitar repeti-lo. Convocar a história para compreender a âncora que não nos deixa seguir para futuros mais bonitos. 

Dos tambores de além-mar, dos atabaques da terra dos Baobás, cavaco, viola, até palmas das mãos. Pano branco estendido na mesa, no meio das praças, becos, vielas, fundos de quintal. Vozes e instrumentos que entoam consagração ao amor, à vida, à saudade, ao que é mortal e imortal. Em cada canto, relembrar os “Papagaios” que existem em cada cidade e se perpetuam em “Filhas de Bamba”. 

Nas quadras, se emocionar com os baluartes — hoje Velha Guarda — protagonistas de tantos desfiles e enredos. Das Tias “Celices”, Terezas, das donas “Glórias”, das baianas pretas da Unidos da Saudade e de todas as escolas de samba de todos os lugares.          

Toque do atabaque, que no axé dos orixás, faz quem vem de longe voltar cá. Reverencia Oxossi, Xangô, Yansã. No Império das Negas, rainha é Iemanjá. Tolerância religiosa é pouco. Fé não é algo apenas a se tolerar. É para respeitar! O Brasil é mais africano do que laico, mas à disputa de poder, a narrativa branca europeia esquece as raízes pretas e indígenas desse país de samba, carnaval e terreiros de matriz africana.     

Samba entoado pelas torcidas nos estádios para celebrar “negros maravilhosos” com seus dribles, gols e maestrias que orgulham nossos times. Relembrar os Camisas Negras, que no país das desigualdades, enfrentaram as regras de preconceito e abriram alas para Pelé, Everaldo. Para Natal, Cabrita, Paulo Banana.

Faz um samba aí, daqueles dos bons. Para tocar na roda que se faz todos os domingos no Córrego Dantas. Para sambar às segundas no icônico Samba do Trabalhador do Renascença. Para apresentar à Leci nas esquinas de Sampa. Para voltar à Bahia, onde tudo começou. Para embalar o ensaio da Portela, desfilar na Vilage ou no Imperador. Para tocar com garfo no copo americano no Bar do Bizu, ou se embriagar no América a performance dos Desafetos do Colírio. Chama o Gibi para o churrasco e faz mais um samba lá. Para Kaisso brincar na Grande Rio, campeã com Exu. Faz um samba aí, porque o samba é preto, é branco, é humano, raiz dos sonhos de quem ainda acredita que da “unidade vai nascer a novidade”. Axé.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O samba

sábado, 19 de novembro de 2022
Foto de capa
(Foto: Freepik)

Obra de arte que o negro esculpiu, ritmo oficial da marca Brasil, tem seu berço na casa de Ciata. Dos batuques vindos da África, do ritmo marcado pelos corpos escravizados, mas revolucionários em manter suas tradições, ritos, espiritualidades – identidade. 

Obra de arte que o negro esculpiu, ritmo oficial da marca Brasil, tem seu berço na casa de Ciata. Dos batuques vindos da África, do ritmo marcado pelos corpos escravizados, mas revolucionários em manter suas tradições, ritos, espiritualidades – identidade. 

O samba liberta. Das senzalas, da proibição a marginalização. Resistência de um povo ainda em construção. O samba clama nas rodas pela tal liberdade que ainda não veio e nas avenidas de tantos carnavais segue a cantar por reparação histórica, contra o preconceito, abaixo a discriminação. E o preto repete seu direito: escravizada a minha cor, mas minha alma jamais.

Será difícil entender que o sangue é vermelho para todas as cores? Sambamos na mesma roda e carregamos a mesma ancestralidade. Mas a crueldade da história, de muitos que vieram antes de nós, exige desagravo contínuo até se atingir igualdade. 

O samba segue a lamentar, segue a panfletar, segue a enfrentar e chamar para repetirmos versos em novos e velhos refrões: nos amarmos mais, nos cuidarmos mais uns dos outros... Desaprender o racismo estrutural, sem esquecer o passado para evitar repeti-lo. Convocar a história para compreender a âncora que não nos deixa seguir para futuros mais bonitos. 

Dos tambores de além-mar, dos atabaques da terra dos Baobás, cavaco, viola, até palmas das mãos. Pano branco estendido na mesa, no meio das praças, becos, vielas, fundos de quintal. Vozes e instrumentos que entoam consagração ao amor, à vida, à saudade, ao que é mortal e imortal. Em cada canto, relembrar os “Papagaios” que existem em cada cidade e se perpetuam em “Filhas de Bamba”. 

Nas quadras, se emocionar com os baluartes — hoje Velha Guarda — protagonistas de tantos desfiles e enredos. Das Tias “Celices”, Terezas, das donas “Glórias”, das baianas pretas da Unidos da Saudade e de todas as escolas de samba de todos os lugares.          

Toque do atabaque, que no axé dos orixás, faz quem vem de longe voltar cá. Reverencia Oxossi, Xangô, Yansã. No Império das Negas, rainha é Iemanjá. Tolerância religiosa é pouco. Fé não é algo apenas a se tolerar. É para respeitar! O Brasil é mais africano do que laico, mas à disputa de poder, a narrativa branca europeia esquece as raízes pretas e indígenas desse país de samba, carnaval e terreiros de matriz africana.     

Samba entoado pelas torcidas nos estádios para celebrar “negros maravilhosos” com seus dribles, gols e maestrias que orgulham nossos times. Relembrar os Camisas Negras, que no país das desigualdades, enfrentaram as regras de preconceito e abriram alas para Pelé, Everaldo. Para Natal, Cabrita, Paulo Banana.

Faz um samba aí, daqueles dos bons. Para tocar na roda que se faz todos os domingos no Córrego Dantas. Para sambar às segundas no icônico Samba do Trabalhador do Renascença. Para apresentar à Leci nas esquinas de Sampa. Para voltar à Bahia, onde tudo começou. Para embalar o ensaio da Portela, desfilar na Vilage ou no Imperador. Para tocar com garfo no copo americano no Bar do Bizu, ou se embriagar no América a performance dos Desafetos do Colírio. Chama o Gibi para o churrasco e faz mais um samba lá. Para Kaisso brincar na Grande Rio, campeã com Exu. Faz um samba aí, porque o samba é preto, é branco, é humano, raiz dos sonhos de quem ainda acredita que da “unidade vai nascer a novidade”. Axé.

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13º salário: já se planejou?

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Se você ainda não recebeu seu 13º salário, está prestes a receber. De acordo com a lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu a gratificação de Natal para os trabalhadores, os funcionários de empresas regidos pela CLT, a Consolidação das Leis Trabalhistas, têm direito a  um salário extra como bonificação anual. Claro, desde sempre, proporcional ao período trabalhado naquele ano.

Se você ainda não recebeu seu 13º salário, está prestes a receber. De acordo com a lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu a gratificação de Natal para os trabalhadores, os funcionários de empresas regidos pela CLT, a Consolidação das Leis Trabalhistas, têm direito a  um salário extra como bonificação anual. Claro, desde sempre, proporcional ao período trabalhado naquele ano.

Entretanto, desde 12 de agosto de 1965, com a lei 4.749, a gratificação começou a ter regras mais bem definidas sobre o pagamento do benefício; promovendo, então, maior previsibilidade e segurança ao planejamento financeiro do trabalhador. Nessa lei, ficou instituída a data limite do dia 20 de dezembro de cada ano para o pagamento integral do 13º salário; exigindo, por outro lado, como consta no artigo 2º da lei tratada neste mesmo parágrafo, que “entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior”. Em outras palavras, você tem até o dia 30 de novembro para receber a primeira parcela do seu 13º salário.

O que foi considerado durante muito tempo como gratificação (um presente ao trabalhador), hoje é compreendido como remuneração devida; portanto, obrigatória e nunca revogada. A lógica é simples: considerando-se quatro semanas por mês, a conta não bate quando se sabe que, ao longo de um ano, temos 52 semanas. Portanto, 13 pagamentos salariais ao longo do ano. Como medida de redução de desigualdade social, países ao redor do mundo como Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e Espanha chegam a ter o 14º salário.

Então, o que fazer com o 13º salário?

  • Eliminar e evitar contrair dívidas é o primeiro grande passo para alcançar o equilíbrio financeiro. Por isso, de antemão, o primeiro destino do dinheiro deve ser para arcar com as dívidas ativas, seja quitando ou apenas amortizando-as.
  • Ponto importante a ser esclarecido, dificilmente algum produto de investimento trará rentabilidade maior que as taxas de juros (consulte o CET – Custo Efetivo Total da operação) no mercado de crédito, portanto, faça suas contas: descubra qual é a sua dívida mais cara e comece por esta a quitação de suas dívidas.
  • Agora, caso você não possua dívidas ou já conseguiu quitá-las e sobrou algum dinheiro, a segunda alocação planejada dos recursos do 13º vai para os seus gastos futuros. O final de ano sempre vem com alguns custos sazonais, como o Natal e viagens por exemplo; então, já que não tem mais dívidas, aproveite! Mas lembre-se, assim como o final do ano, o início do ano também tem seus custos: material escolar, matrículas, IPTU e IPVA são exemplos de gastos que podem comprometer suas finanças pessoais.

Como já foi dito acima, o 13º já não é mais considerado nenhum tipo de bonificação. É lei e, portanto, parte do seu salário anual; precisa – e deve – fazer parte do seu orçamento. Use-o com sabedoria, estratégia e planejamento para um ano mais leve e cheio de saúde financeira. O ano de 2022 já está na reta final e, se você ainda não começou, já está na hora de pegar lápis e papel para desenhar o esboço do que você espera para o seu ano novo. Quem sabe o 13º não seja a oportunidade de alinhar suas expectativas de futuro para alcançar tão sonhados objetivos.

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Castelo de areia

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

José deu um “bom dia” a Maria. José cumprimentou Maria que respondeu gentilmente. José paquerou descaradamente Maria que correspondeu às investidas. José e Maria estão tendo um caso. José e Maria estão traindo seus cônjuges e desgraçando suas famílias. José se separa da esposa por culpa de Maria que não respeitou o casamento de José. A família de ambos sofre com a tragédia. A culpa , além de Maria que não se deu aos respeito, é do governo que não prestigia nem defende a instituição familiar. Aliás, “ninguém mais respeita a família.” Solução? Sepultar ambos moralmente.

José deu um “bom dia” a Maria. José cumprimentou Maria que respondeu gentilmente. José paquerou descaradamente Maria que correspondeu às investidas. José e Maria estão tendo um caso. José e Maria estão traindo seus cônjuges e desgraçando suas famílias. José se separa da esposa por culpa de Maria que não respeitou o casamento de José. A família de ambos sofre com a tragédia. A culpa , além de Maria que não se deu aos respeito, é do governo que não prestigia nem defende a instituição familiar. Aliás, “ninguém mais respeita a família.” Solução? Sepultar ambos moralmente. José e Maria, que apenas foram educados e corteses ao cumprimentarem-se com um “ bom dia” foram julgados e crucificados pela sociedade. A verdade dos fatos? Apenas que José deu um “bom dia” a Maria. Nada mais. Todo resto? Imaginação, irresponsabilidade, mentiras e fofoca. Consequências? Inestimáveis.

E assim nossa sociedade habitua-se a criar fatos, inventar situações, alterar realidades, propagar inverdades, perpetrar (pseudo) verdades e assim, prejudicar a vida alheia. Ampliando o espectro, a boataria infundada complica inclusive a vida social e quiçá muda o destino de uma nação. Ilações. Algumas sem pé nem cabeça.

É preciso estar atento, se resguardar. Gosto muito de uma frase de Clarice Lispector que diz “ ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se.” É um mecanismo e tanto. Há muita gente insana profetizando todas as circunstâncias, criando ideais de vida sobre notícias falsas, crendo em tudo o que dizem, em tudo o que leem (nas redes sociais – a grande “fonte da sabedoria” dos tempos modernos), quando não fomentam a própria imaginação com ideias criativas e cobertas de divagações. Vivemos tempos de “certezas absolutas” cujas bases são tão frágeis quanto duvidosas. Castelo de areia, sabe?

O momento é oportuno para relembrarmos a parábola das três peneiras atribuída a Sócrates, filósofo que, segundo consta, vislumbrava três pilares sobre os quais alicerçava sua vida: verdade, bondade e necessidade. Sugiro a reflexão...

“Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade, não.
Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.”

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Arte de rua luta por espaço

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

As calçadas se transformam em ateliês. As superfícies de concreto viram uma tela. Os muros de contenção que nos trazem tristes lembranças de uma tragédia, agora nos prendem a atenção com arte. O preto e branco do nosso dia-a-dia dá lugar a cores aos espaços que passavam desapercebidos e se encheram de vida.

As calçadas se transformam em ateliês. As superfícies de concreto viram uma tela. Os muros de contenção que nos trazem tristes lembranças de uma tragédia, agora nos prendem a atenção com arte. O preto e branco do nosso dia-a-dia dá lugar a cores aos espaços que passavam desapercebidos e se encheram de vida.

A arte urbana (arte de rua; street art,), para quem não conhece, representa um conjunto de movimentos culturais que acontece nas ruas das grandes cidades do mundo. Muitas vezes ocorre de forma discreta, mas cria uma fusão entre a arte, o discurso crítico do cotidiano social e a paisagem urbana caótica.

É quase que instatâneo que muitas pessoas assemelhem a arte de rua ao grafite, que são os grandes murais pintados em pontes, prédios e encostas de concreto. Contudo, o que muita gente desconhece é que diversas linguagens fazerm parte dessa cultura que a cada dia cresce por todo mundo.

Seja através das rodas de rima, os grupos de dança de hip hop, os cantores de rap, as estátuas humanas, os malabaristas, os cartunistas, a poesia nas praças ou através da produção de música, esse nicho artístico se diversifica e cada dia mais nos atinge sem que, muitas vezes, sequer percebamos.

Em sua origem, a produção da arte urbana está estritamente ligada às minorias, à luta pelo racismo e ao combate às desigualdades sociais através de projetos que foram criados pelas minorias numa tentativa de terem as suas vozes ouvidas. É o que explica Douglas Santos, diretor do grupo Laborative, empresa de dança da cidade:

”Hoje, o conceito se ressignifica e atinge a sociedade como um todo, mas sem perder a essência da sua origem de luta. Sempre costumo dizer que o grafite passa uma mensagem crítica sem ter algo escrito, o rap dá o seu recado através de rima e a dança é uma mistura dos dois. Mas essencialmente melhor do que todos separados, são todos juntos ocupando os mesmos espaços.”

Engana-se quem acredita que produzir arte urbana é facil. Além de muito talento envolvido, muitas das exposições de arte fora das galerias e dos museus ainda sofrem com as barreiras daqueles que a consideram ilegal, vandala ou marginal. Há quem equivocadamente à atribua ao consumo de drogas ilícitas. Para muitos, nem é encarada como profissão e sim como ”bico”.

 O diferente por vezes choca e gera resistência da sociedade. O samba, um dos maiores movimentos culturais do Brasil, começou nos entornos das cidades, perseguido e classificada por muitos como arte de ”malandro”. E hoje, sediamos o maior carnaval do mundo, com milhares de turistas e geração de empregos. Ironia, não?

Romper as barreiras do preconceito é sempre uma tarefa árdua. Na nossa cidade há um interessante projeto que leva explicações, oficinas, intervenções culturais à escolas e comunidades de nossa cidade, chamado Icau, é o que explica João Pedro Marotti, produtor cultural, que desabafa: ”O projeto foi criado pelo Victor Fischer para romper as barreiras do preconceito e é feito através de um coletivo de artístas, contando com oficinas de beat-box, dança, dj’s e até a produção de murais de grafite nas escolas. Realizamos esse projeto sem nenhum incentivo financeiro público ou privado, por entendermos a necessidade da arte urbana serem expostas e rompendo os preconceitos.”

Eduardo Kobra é outro artísta que trouxe sua linguagem para as novas esferas do planeta e ficou extremamente famoso por seus murais expostos em grandes centros mundiais. O seu mural na zona portuária do Rio de Janeiro, entrou para os livros do recordes como o maior mural do mundo e encanta à todos pela beleza e pela mudança visual no local.

Fato é que todos os anos perdemos dezenas de artistas talentosíssimos, rumando aos grandes centros, devido a falta de incentivo à projetos culturais, de valorização e manuntenção de núcleos de arte, como é o caso do Teatro Municipal. Estamos perdendo grandes potenciais artísticos e acima de tudo nos tornando uma mera exportadora de talentos.

A conquista do espaço público, a coragem para protestar, a poesia em meio ao caos e a democratização da arte fazem parte da luta da arte urbana. Todas essas características aliadas ao potencial em contruirmos nossa cidade mais reflexiva, feliz, colorida e bela são fundamentais para nos destacarmos ”Além das Montanhas”.

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Que tipo de educação você quer para si e seus filhos?

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O Dicionário Aurélio diz que educação é o “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.”

O Dicionário Aurélio diz que educação é o “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.”

Uma visão cristã bíblica da educação mostra que ela deve fornecer ao estudante informações e práticas que conduza à mais alta capacidade possível para sermos úteis e realizar um bom trabalho que auxilie a humanidade como um todo. Porém, a educação cristã não visa apenas o bom preparo para essa vida. Ela também não tem como finalidade última e exclusiva passar informações acadêmicas, mas principalmente ajudar na formação de um bom caráter.

A grosso modo existem dois modelos básicos genéricos de educação, pelo menos no mundo ocidental. O sistema educacional, vamos chamá-lo de capitalista, materialista, de direita ou de esquerda, é centralizador, exalta o ser humano, suas ideias e suas maneiras, estuda muito humanidades, localizado em cidades, almeja um diploma, a meta é ter trabalho para ganhar dinheiro a fim de obter riquezas materiais e viver consumindo, prepara a mente para competição, ensina o estudante para que possa entrar no sistema capitalista de vida (sua felicidade depende do quanto você tem), ensina obediência aos achados da ciência ou liberdade dentro dos padrões mundanos, educa para a pessoa ter controle da própria vontade e vida conforme o eu, ensina a ter uma vida complexa, artificial, estressante, agitada, competitiva, não compartilhando, e com a visão de que essa vida é um fim em si mesma.

Por outro lado, o sistema educacional cristão bíblico exalta o Deus Criador e Suas obras, estuda fisiologia entre outras disciplinas para favorecer a adoção de um bom estilo de vida quanto à saúde, localizado em meio à Natureza, não obrigatório diploma dependendo da área que a pessoa quer servir, muitos se tornam missionários (com uma missão de base cristã), buscam ter o básico para viver vida simples e confortável, prepara o corpo-mente-espírito para servir a humanidade buscando aliviar os sofrimentos das pessoas, ensina obediência à vontade de Deus como expressa na Bíblia, educa para a entrega da vontade e da vida a Deus, ensina uma vida simples, saudável, serena, sem competição, compartilhando, e entende que o fim dessa vida não é aqui, e, assim, oferece preparação para a eternidade.

As universidades Harvard e Yale foram fundadas por protestantes reformadores e por anos eram reconhecidas como escolas para formação de missionários cristãos. John Harvard foi um pastor congregacional calvinista inglês um dos primeiros benfeitores da Universidade Harvard. Posteriormente estas universidades foram securalizadas por professores que vieram de Oxford, Cambridge e outras universidades da Europa os quais introduziram princípios da educação secular em torno do ano 1824.

Você pode pensar: “Então não devo crescer nos estudos, não devo almejar atingir altos níveis de conhecimento?” Devemos estudar o máximo que pudermos para servir melhor à humanidade, mas com o pensamento de que essa vida não é um fim em si mesma. Estamos num caminho como peregrinos.

Fritjof Capra, professor de física quântica da Universidade de Berkeley, na Califórnia, nos Estados Unidos, escreveu: “Acredito que a visão de mundo sugerida pela física moderna seja incompatível com a nossa sociedade atual, a qual não reflete o harmonioso estado de inter-relacionamento que observamos na natureza. Para se alcançar tal estado de equilíbrio dinâmico, será necessária uma estrutura social e econômica radicalmente diferente: uma revolução cultural na verdadeira acepção da palavra. 

A sobrevivência de toda a nossa civilização pode depender de sermos ou não capazes de realizar tal mudança.” (F. Capra, “O Ponto de Mutação”, p. 14 e 15). E ele recomendava há anos atrás o consumo simples, consciência ecológica, preocupação com crescimento interior sem obsessão pelo crescimento econômico e tecnológico. (ver página 404 do mesmo livro). Estes são alguns princípios da educação cristã.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Comunicar o Reino de Deus!

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Bendito seja o nome do Senhor hoje e sempre, em todos os momentos e passos de nossas vidas

Comunicar o Reino é sempre estar primeiro em comunhão com o Senhor, o Deus da vida e do amor, beber de Sua graça e deixar-se iluminar por Ele que nos capacita para a missão. Este Seu Plano ultrapassa qualquer horizonte de ilusão, desequilíbrio e injustiça deste mundo. Ao contrário, é a semeadura da fraternidade, da justiça, da solidariedade e da paz nesta realidade terrestre, unindo todos os irmãos na verdade e na caridade.

Bendito seja o nome do Senhor hoje e sempre, em todos os momentos e passos de nossas vidas

Comunicar o Reino é sempre estar primeiro em comunhão com o Senhor, o Deus da vida e do amor, beber de Sua graça e deixar-se iluminar por Ele que nos capacita para a missão. Este Seu Plano ultrapassa qualquer horizonte de ilusão, desequilíbrio e injustiça deste mundo. Ao contrário, é a semeadura da fraternidade, da justiça, da solidariedade e da paz nesta realidade terrestre, unindo todos os irmãos na verdade e na caridade.

A comunicação pastoral sempre foi um valiosíssimo meio usado pela Igreja para estender a todos os povos, a todas as pessoas a Boa Nova de Jesus Cristo - a misericórdia redentora do Pai, no sacrifício da cruz do Filho, gesto maior de doação de amor para nos resgatar, elevar, curar, na salvação-libertação do pecado, da maldade e de todo egoísmo destruidor, no transbordamento de Sua fortaleza e sabedoria no Espírito Santo, na unção da Comunidade Eclesial.

Foi o que o Papa Francisco pediu na Plenária do Dicastério de Comunicação do Vaticano, no último dia 12: uma comunicação humana que transmita os valores cristãos, não puramente técnica. Que haja por detrás da competência técnica um coração humano que seja sensível ao retorno do que foi comunicado, a realidade do outro.

Neste sentido, o Pontífice celebrou no último domingo, 13, o Dia Mundial dos Pobres que ele mesmo instituiu para ressaltar a importância de se resgatar a dignidade destes irmãos, amando-os verdadeiramente, com gestos concretos, na luta pacífica pela justiça do Reino, incentivando várias iniciativas pelo mundo de solidariedade, amor fraterno e desenvolvimento de ações criativas para erradicar a pobreza e a miséria.

O próprio Papa tem realizado várias obras de caridade social no Vaticano, em Roma, como ambulatórios, assistência médica, de higiene, de acolhida em albergues, de formação profissional, de evangelização e promoção humana, além de todas as contribuições da Igreja com a Cáritas e outros órgãos ligados ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e outros organismos eclesiais, com fundos que apoiam e ajudam as necessidades de populações de vários países.

Muito significativo que este domingo do Cristo Pobre anteceda o domingo de Cristo Rei, que será celebrado neste dia 20, dimensionando que tipo de Reino Cristo veio instaurar: Reino de Amor fraterno, de humildade que serve o próximo, de justiça e paz. Não um reino humano de pompas ou luxo, de tronos e afirmação de superioridade, de privilégios e sofisticações, de soberba e vaidades. Este é o reino dos homens pecadores.

O Rei Jesus só teve e aceitou uma coroa, a de espinhos. Só teve um trono, a cruz sobre a qual libertou todos nós de nosso próprio egoísmo. Só teve um cetro, o seu cajado de Bom Pastor que percorreu todas as estradas e recantos da miséria humana para resgatar as ovelhas mais doentes e mais perdidas. Sua carruagem? Um jumentinho emprestado para entrar em Jerusalém, quando não andava a pé com os seus discípulos. Seu templo suntuoso e refinado? Uma sala de jantar também emprestada para celebrar com os apóstolos a Ceia Pascal, antes de abraçar a Paixão, quando se doou na Eucaristia, para nos alimentar espiritualmente, fortalecendo-nos como sua Igreja, mantendo sua presença entre nós para sempre. Sua corte capacitada e honrada? A multidão de Lázaros, coxos, cegos, paralíticos, doentes, marginalizados, prostituídos, pecadores públicos, perdidos, abandonados, profundamente amados por Ele, sem nenhum distanciamento ou formalidade. 

Portanto, celebrar o Cristo Rei é celebrar o Cristo Pobre, despojado de si mesmo, na espiritualidade da caridade, da humildade, da missão que Ele nos deu como Igreja de amar os irmãos do mesmo jeito: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34). "São os doentes que precisam de médico" (Mc 2,17). "Não há maior amor do que dar a vida pelo irmão" (Jo 15,13).

"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus" (Mt 5,3). Ou seja, a espiritualidade missionária da kénosis (esvaziamento de si) para servir e do ágape (amor gratuito, doação) para resgatar e elevar os irmãos, especialmente os mais necessitados. Vivamos esta bela e rica missão!

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo

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Botafogo termina 2022 com boa presença

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Com o encerramento da 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, edição 2022, chega ao final a temporada do futebol nacional, este ano terminando em meados de novembro, em função da Copa do Mundo que começa no próximo domingo, 20. Foi uma temporada movimentada, com a volta da torcida aos campos de futebol e que consagrou dois times de grande apelo popular, de um lado o Flamengo que se tornou campeão do maior torneio sul americano, a taça Libertadores da América e da Taça Brasil.

Com o encerramento da 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, edição 2022, chega ao final a temporada do futebol nacional, este ano terminando em meados de novembro, em função da Copa do Mundo que começa no próximo domingo, 20. Foi uma temporada movimentada, com a volta da torcida aos campos de futebol e que consagrou dois times de grande apelo popular, de um lado o Flamengo que se tornou campeão do maior torneio sul americano, a taça Libertadores da América e da Taça Brasil.

Do outro lado o Palmeiras, campeão do estado de São Paulo e do Brasileirão, maior torneio de futebol do país. É preciso ressaltar que o nível do futebol aqui jogado melhorou muito em relação aos anos anteriores e tivemos bons jogos para assistir, diminuindo a lacuna que se formou entre a performance de nossos times e aquela do futebol europeu, infelizmente, hoje, num patamar acima do nosso.

Mas, não poderia deixar de falar aqui, no desempenho do meu Botafogo, que apesar de ter passado por uma grande mudança estrutural, conseguiu garantir um torneio internacional, a Sul-americana de 2023 e ter chegado muito próximo da Libertadores da América. A derrota, ontem, por 3 a 0 frente ao Atlético Paranaense sepultou as pretensões do alvinegro da estrela solitária.

Quando o ano de 2022 começou, o Botafogo vinha da conquista do campeonato da série B de 2021 e, para variar, as perspectivas não eram nada boas, pois a estrutura era a mesma de sempre. Final de temporada o time se desmanchava, os que tinham se destacado no ano anterior iam embora, tinha-se que garimpar jogadores de baixo custo e nem sempre de nível compatível com um grande clube. A chegada de John Textor, executivo americano que comprou 90% do futebol do Fogão, com a criação da SAF (Sociedade Anônima Futebol), marcou um divisor de águas. É claro que as coisas seriam difíceis no início, pois isso significava uma mudança radical na condução da atividade fim do clube, que é o futebol.

Mudou a comissão técnica com a chegada de Luís Castro, técnico português, e de sua equipe, também formada de portugueses. Primeiro choque, pois era a implantação de uma mentalidade e de um trabalho pouco comuns por aqui. A primeira experiência que tivemos, foi a do Flamengo de Jesus e sua comissão. Havia necessidade da contratação de jogadores de bom nível, o que foi facilitado com a abertura internacional de contratações de jogadores de janeiro a abril. Agora havia dinheiro do investidor, mas o tempo era curto pois o campeonato do Rio de Janeiro estava por se iniciar, assim como a Taça Brasil e o Brasileirão, em função da Copa do Mundo em novembro.

Infelizmente, contratou-se mal e os resultados no campo foram desanimadores, com um péssimo Carioca e uma eliminação precoce na Taça do Brasil. Além do mais, o técnico e sua comissão custaram a se enquadrar no ritmo do futebol brasileiro, acostumados que estavam com a Europa. O início do Brasileirão também foi desanimador, com posições muito próximas às da zona de rebaixamento durante várias rodadas.

Com a abertura da segunda janela de contratações, de 18 de junho a 15 de agosto as coisas começaram a melhorar. Jogadores como Marçal, Jefinho, Lucas Fernandes, Eduardo, Adrielson, Cuesta e outros mudaram o perfil do time, somado à compreensão do técnico sobre o futebol aqui jogado e uma maior adaptação dos jogadores ao método de trabalho implantado. Os resultados começaram a aparecer, o fantasma da segundona, finalmente, espantado e sonhos maiores passaram a serem vistos no horizonte. Diga-se de passagem, que o trabalho de Luís Castro foi muito bom, pois afinal ele teve a árdua missão de montar três times, em plena competição. E, o que é mais importante, conseguiu dar um padrão de jogo ao Botafogo, na reta final da competição.

Começamos a última rodada em oitavo lugar e se não fosse a derrota para o Atlético Paranaense teríamos alcançado a Libertadores da América. Terminamos o campeonato em 11º lugar, pois fomos suplantados pelo América Mineiro, no saldo de gols.

O atual elenco é bom, mas será melhorado com as contratações que virão agora em janeiro e a nação alvinegra tem certeza de que 2023 será um ano bem melhor, pois a base já está pronta e todos começarão juntos os treinamentos. Nesse ano foram muitos jogadores chegando de diferentes centros, em níveis diferentes de preparo físico, o que dificultou, em muito, o trabalho de Luís Castro e sua comissão. Mas, o mais gratificante foi ver nossa torcida voltar a encher o estádio Nilton Santos e a incentivar o time do início ao fim.

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Delícia BBB, domingo

terça-feira, 15 de novembro de 2022

O próximo domingo, 20, será dia de almoço ao melhor estilo BBB - Bom, Barato e Beneficente, na Igreja de Santo Antonio e Cristo Ressuscitado, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino. A iniciativa tem a  frente a eficiência e dedicação do padre Celso Henrique.

O próximo domingo, 20, será dia de almoço ao melhor estilo BBB - Bom, Barato e Beneficente, na Igreja de Santo Antonio e Cristo Ressuscitado, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino. A iniciativa tem a  frente a eficiência e dedicação do padre Celso Henrique.

Toda a renda apurada com o almoço comunitário será em benefício das obras físicas e sociais da igreja. O cardápio será arroz, feijão, farofa, salada e filé de frango, com os convites (para almoçar no salão da igreja ou retirar quentinhas) custam R$ 15. Quem não comprou antecipadamente, pode adquirir os tickets após a missa do domingo, às 10h.

Vivas para dra. Anny

Nesta segunda-feira, 14, quem passou o dia recebendo várias manifestações de carinhos e congratulações por completar mais um ano de idade, foi a querida dra. Anny de Mattos Barroso Maciel (foto), friburguense radicada há mais de duas décadas em São Paulo como uma das mais conceituadas médicas.

Para a super Anny, esta coluna se une ao marido da aniversariante,  Guilherme, as filhas do casal, Júlia e Manuella, a mãe Marly, a irmã Érika, demais familiares e muitos amigos também de Nova Friburgo, onde foi no passado uma das exemplares alunas do Colégio Anchieta, para enviar os parabéns com votos de saúde, paz, amor, alegrias, felicidades e sucessos.

Tabelas já eram

Os novos tempos digitais, que têm imposto especialmente nos segmentos impressos mudanças bem perceptíveis, acaba de proporcionar mais uma.

Às vésperas de começar nova Copa do Mundo, praticamente sumiram do plano físico, as tabelas do mundial de seleções, como era comum serem distribuídas por todos os cantos, empresas e até algumas instituições, informando as datas, confrontos, horários e estádios dos jogos.

Dia Mundial do Diabetes

O Rotary Clube Suspiro promove nesta quarta-feira, 16, às 19h30, em sua sede, para seus membros e também dos demais clubes da cidade, assim como para quem desejar comparecer, importante palestra com a médica endocrinologista Rafaela Leitão Siqueira Gomes (foto) sobre os cuidados e a prevenção ao diabetes, cujo dia mundial foi celebrado nesta segunda-feira, 14.   Rafaela também é voluntária na Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo, a Adinf.

Jantar chegando

Conforme nota desta coluna na última edição, será na próxima sexta-feira, 18, no Hotel Dominguez Plaza a partir das 19h30, o imperdível jantar deste mês da Adhonep, a Associação de Homens de Negócios no Evangelho Pleno, Capítulo 025 de Nova Friburgo.

O preletor convidado da noite e que apresentará sua tocante história de vida, será Christino de Albuquerque Storck, ex-executivo do setor de aço broker e agente de transações imobiliárias, de Campos dos Goytacazes.

Os interessados em participar devem se apressar em assegurar seu convite, mantendo contato com dr. Jorge pelo cel-zap 9999-9077 ou com Rosana cel-zap 99821-4503.

Posse no Sindvest

Desde já, antecipamos as felicitações ao novo presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuários de Nova Friburgo, o empresário Gustavo Marques Moraes e à toda nova diretoria da entidade, cuja posse acontecerá nesta quarta-feira, 16, cujo mandato administrativo no triênio 2022-2025.

Com nova idade

Outra antecipação de cumprimentos que fazemos com carinho é para o admirado Oskar Albim Betran, que no Dia de Zumbi do Palmares, próximo domingo 20, estará completando seus 84 anos de idade. Parabéns e felicidades!

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Esperando a Copa do Mundo

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Este país tão grande e tão perdido em sua própria grandeza

Este país tão grande e tão perdido em sua própria grandeza

Tem gente que gosta de futebol, tem gente que odeia. O escritor argentino Jorge Luís Borges, tido como um dos grandes da literatura mundial, disse numa entrevista considerar o futebol um “esporte estúpido”. Sobre a Copa do Mundo em seu país, classificou o evento como “uma calamidade” que “felizmente vai passar” e aproveitou para fazer uma palestra justamente na hora da abertura da competição (auditório lotado). Já Nélson Rodrigues, desde “Vestido de Noiva,” considerado o mais importante dramaturgo brasileiro, era tricolor apaixonado e considerava que “o escrete é a pátria de chuteiras” (naquela época a seleção era chamada de escrete e não disputava partidas, desfilava em campo, diante dos adversários). O “Anjo Pornográfico”, como o chamou Ruy Castro, era, além de teatrólogo, contista, romancista e cronista. Ou seja, se tem intelectual que abomina, tem intelectual que adora esse esporte.

Agora que se aproxima a Copa do Mundo, são poucas as pessoas que conseguem (ou fingem conseguir) ficar alheias ao que vai acontecer no Catar e pouco ligar se vamos ser campeões ou se vamos ser eliminados ainda nas oitavas de final, e logo pela Argentina. E até ouvi um cidadão declarar com orgulho (sem saber que estava parodiando Karl Marx) que torce contra o Brasil porque considera o futebol o ópio do povo... porque os jogadores ganham muito dinheiro... porque não podemos mesmo ser melhores em nada... etc.

 Ora, somos alienados em muitas coisas e pouco ou nada nos revoltamos contra a miséria, a fome, a injustiça e a roubalheira. Desunidos em tantas coisas, o futebol é uma das poucas que ainda nos unem e reúnem. E se o futebol assim nos agrega e congrega, quem sabe não chegará o dia em que, a partir dele, nos tornaremos patrióticos em relação a tudo mais que diga respeito a este país tão grande e tão perdido em sua própria grandeza, país que foi assim cantado no exílio por Vinícius: “Não te direi o nome, pátria minha / Teu nome é pátria amada, é patriazinha”.

Eu sou dos que gostam de futebol, do jeito que considero que vale a pena gostar. Ou seja, torcer sem exagero, se emocionar sem choradeira, comemorar sem perder a compostura e a civilidade. Não xingo a mãe do juiz, nem mesmo quando acho que ele está errado e considero uma total imbecilidade discutir ou brigar por causa de futebol. Torço pelos times do Rio contra os de outros estados, pelas equipes brasileiras contra as de outros países e pela Seleção Canarinho em qualquer circunstância.  No mais, fico contente quando meu time ganha e não fico triste quando ele perde. Mais fair play do que isso não é possível.

Durante quatro copas seguidas, usei uma camisa com a inscrição “Brasil rumo ao hexa”. A camisa desbotou e o Brasil não ganhou. Agora que a joguei fora, por inútil e azarada, pode ser que a vitória venha. Os cronistas esportivos acham que há boas chances. De qualquer forma, estando a seleção em campo, estarei eu na frente da televisão, ansioso para gritar (moderadamente): “É campeão! É hexa! É pátria amada, é patriazinha!

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