Blogs

Menos é mais

sexta-feira, 06 de junho de 2025

Outro dia me vi parada no meio do corredor de casa, celular numa mão, um copo d’água na outra, sem saber ao certo o que tinha ido buscar. O corpo ali, presente. A cabeça, lotada. A alma, inquieta. Um apito de notificação, um aviso de reunião, uma mensagem que ainda não respondi, um conteúdo que talvez eu devesse ver. Tudo isso em segundos.

Outro dia me vi parada no meio do corredor de casa, celular numa mão, um copo d’água na outra, sem saber ao certo o que tinha ido buscar. O corpo ali, presente. A cabeça, lotada. A alma, inquieta. Um apito de notificação, um aviso de reunião, uma mensagem que ainda não respondi, um conteúdo que talvez eu devesse ver. Tudo isso em segundos.

É como se vivêssemos dentro de uma sala cheia de vozes, telas, alertas e exigências. Uma verdadeira enxurrada de informações nos atravessa o tempo todo – e, curiosamente, não é raro terminarmos o dia, exaustos, desinformados e com a incômoda sensação de que estamos sempre devendo algo.

O volume de dados que consumimos diariamente é maior do que qualquer geração antes da nossa ousaria imaginar. Estamos a um toque de saber o que acontece no outro lado do mundo, mas muitas vezes não conseguimos escutar nem a nós mesmos.

Eis o desafio: não saber silenciar o ruído externo ao mesmo tempo em que a voz interior não consegue ser ouvida. E quando a mente não descansa, o corpo cobra. Com ansiedade. Insônia. Falta de foco. Impaciência. E, tantas vezes, com um desânimo que não sabemos nomear.

Eu mesma me vi tantas vezes tentando acompanhar tudo: as notícias, as atualizações de trabalho, os grupos de família, as lembranças mostradas pelo google no meu smartphone, os memes, os vídeos inspiradores, os estudos, os textos — e, ao fim, só queria poder não ver mais nada. Me dei conta de que não precisamos saber de tudo, o tempo todo. Precisamos, sim, cuidar do que chega até nós. Fazer uma espécie de curadoria afetiva daquilo que consumimos.

Pode parecer banal, mas criar pequenos momentos de silêncio, de pausa e até de tédio, tem sido, para mim, um ato de resistência. Um respirar mais fundo. Um dizer “não” para o excesso e “sim” para a presença.

Tem horas que desligar o celular é o maior ato de autocuidado. E, quando possível, desligar também as cobranças invisíveis, as urgências que não são nossas, os ruídos que não dizem respeito ao que importa de verdade.

A vida pede atenção. Mas não aquela atenção difusa, que se espalha em mil abas abertas na cabeça. Pede presença. Daquela que nos devolve o tempo, a calma e o olhar demorado para o que realmente vale a pena.

Se puder, hoje, feche um pouco os olhos. Ouça o que há por dentro. Desligue o que te distrai. Às vezes, o que nos salva é exatamente o que conseguimos deixar de lado.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O caos vem, e a justiça também

quinta-feira, 05 de junho de 2025

A humanidade está sofrendo. O sofrimento aumenta. A Organização Mundial da Saúde prevê que a depressão será a primeira doença do mundo em 2030. A angústia cresce de forma individual e entre as nações, com guerras, corrupção, violência, regimes ditatoriais. Mesmo as novas drogas psiquiátricas não dão conta de curar as pessoas. Mídias sociais seguem com postagem de fotos e frases produzidas que mascaram a realidade do sofrimento. Caminhamos para o caos.

A humanidade está sofrendo. O sofrimento aumenta. A Organização Mundial da Saúde prevê que a depressão será a primeira doença do mundo em 2030. A angústia cresce de forma individual e entre as nações, com guerras, corrupção, violência, regimes ditatoriais. Mesmo as novas drogas psiquiátricas não dão conta de curar as pessoas. Mídias sociais seguem com postagem de fotos e frases produzidas que mascaram a realidade do sofrimento. Caminhamos para o caos.

Segundo o ranking World Happiness Report (Relatório de Felicidade Mundial), associado à Organização das Nações Unidas, a Finlândia, no norte da Europa,  é outra vez considerada o país com melhor índice de felicidade no planeta. Isso se deve a vários fatores, tais como: bom sistema de bem-estar social com cuidados de saúde e educação de qualidade acessível a todos, sistema de proteção social que oferece seguro-desemprego, auxílio à maternidade/paternidade e subsídios habitacionais. A Finlândia tem um dos menores índices de desigualdade social do mundo, proporcionando às pessoas oportunidades justas. A população tem bom nível de confiança na sociedade e no governo, que se destaca pela transparência e baixo nível de corrupção. Os finlandeses têm muito contato com a natureza em florestas, lagos, espaços verdes, atividades ao ar livre e lazer gratuito, bibliotecas comunitárias. Sua cultura valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, em vez de se concentrar só em ganhos financeiros. A população da Finlândia é de cerca de 5 milhões 608 mil habitantes, sendo 94% composta de protestantes, e destes, 72% são membros da Igreja Evangélica Luterana.

O conceito de felicidade para os finlandeses é diferente de outros países, já que eles valorizam mais a paz, a simplicidade e o contato com a natureza, em vez de só sucesso financeiro. Esse conceito pode variar de cultura para cultura e pode ser diferente mesmo em pessoas numa mesma cultura. Para um a felicidade é estar conectada com a família, enquanto que para outro da mesma cultura e até da mesma família, a felicidade é ver sua empresa crescendo economicamente. Na cultura finlandesa o mais importante não é aumentar a renda, mas se sentir seguro de ter uma renda suficiente para custear suas necessidades. Os finlandeses têm até um provérbio que diz: “Quando você sabe o que é suficiente, você fica feliz.”

Por outro lado, há problemas lá também, depressão e outros transtornos psiquiátricos. Em 2019, o índice na Finlândia foi de 15 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes, enquanto a média da União Europeia foi de 10 casos a cada 100 mil. Em 1990 houve 1.512 mortes por suicídio na Finlândia, e depois de um trabalho do governo, em 2020 caiu para 740 suicídios. Mas essa mudança não tem sido linear, às vezes sobe, depois abaixa, depois sobe de novo.

O projeto nacional de prevenção ao suicídio contribuiu para a queda da taxa de suicídio na Finlândia, o qual envolveu melhora no tratamento da depressão, detecção mais rápida e precoce do estado depressivo e implantação de tratamentos mais eficazes. Houve melhora no tratamento do abuso do álcool e de transtornos de personalidade. Uma limitação é que alguns pacientes não procuram ajuda e outros interrompem o tratamento. A diminuição dos suicídios na Finlândia tem relação direta com a queda do abuso do consumo de bebidas alcoólicas. Mas, apesar dos esforços do governo para reduzir a taxa de suicídio, infelizmente, dados recentes mostram que os jovens são um grupo particularmente vulnerável. A taxa de suicídio entre jovens de 14 a 25 anos aumenta, e o número de suicídios entre menores de 14 anos também aumentou no “país da felicidade”. 

O sofrimento aumenta no mundo. Ditaduras explícitas ou disfarçadas de democracia, violência social ligada à desestruturação familiar, desigualdade social cruel, consumismo, ideologia pré-moderna que prega que o que vale é o que você sente, secularismo, afastamento dos princípios do Criador do Universo que envolvem misericórdia, justiça, verdade, tudo isso está destruindo a civilização. Estamos no fim do fim antes que, como diz o credo católico, Deus venha julgar os vivos e os mortos, para, finalmente, acabar com a impiedade e estabelecer um mundo no qual habitará a justiça. Falta bem pouco.

_______

Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

www.youtube.com/claramentent

Tik-Tok @claramentent

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Com goleada

quinta-feira, 05 de junho de 2025

Sub-17 do Friburguense atropela o 7 de Abril e segue na briga

Uma vitória incontestável, pra manter a equipe na briga pela classificação para a próxima fase. O Friburguense voltou a campo no último domingo, 1º de junho, quando recebeu o 7 de Abril, no estádio Eduardo Guinle, por mais uma rodada do Campeonato Estadual da Série A2, categorias juvenil e infantil. O time Sub-17 deu show, e aplicou uma goleada de 5 a 1. Já a equipe Sub-15 fez jogo equilibrado, mas os visitantes levaram a melhor e venceram por 2 a 1.

Sub-17 do Friburguense atropela o 7 de Abril e segue na briga

Uma vitória incontestável, pra manter a equipe na briga pela classificação para a próxima fase. O Friburguense voltou a campo no último domingo, 1º de junho, quando recebeu o 7 de Abril, no estádio Eduardo Guinle, por mais uma rodada do Campeonato Estadual da Série A2, categorias juvenil e infantil. O time Sub-17 deu show, e aplicou uma goleada de 5 a 1. Já a equipe Sub-15 fez jogo equilibrado, mas os visitantes levaram a melhor e venceram por 2 a 1.

O próximo compromisso de ambas as equipes será no domingo, 08, contra o São Gonçalo, fora de casa. Com os resultados, o time Sub-15 acabou sendo derrotado pelo placar de 2 a 0, e agora ocupa a sétima colocação do grupo B, com nove pontos. São três vitórias e quatro derrotas na competição, com 12 gols marcados e 11 sofridos. Já a equipe Sub-17, com a vitória elástica, aparece na quinta posição da chave B, com 11 pontos ganhos, após as três vitórias, um empate e três derrotas. A equipe juvenil balançou as redes em 15 oportunidades, e foi vazada 11 vezes.

O grupo A conta com as equipes do Petrópolis, São Gonçalo, Pérolas Negras, Resende, Audax Rio, Cabofriense, São Cristóvão, Rio de Janeiro, 7 de Abril, Bonsucesso, Artsul e Nova Cidade. O Friburguense está na chave B, com Araruama, Duque de Caxias, América, Americano, Olaria, Campo Grande, Serra Macaense, Paduano, Barra Mansa e Niteroiense.

A sequência do Friburguense:

08/Jun, Dom - São Gonçalo x Friburguense, a definir

15/Jun, Dom - Friburguense x Bonsucesso, Eduardo Guinle

22/Jun, Dom - Petrópolis x Friburguense, a definir

29/Jun, Dom - Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle

06/Jul, Dom - Nova Cidade x Friburguense, Joaquim A. Flores

 

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A Escola de Voleibol Ataque Duplo viveu, no último fim de semana, um dia de confraternização e prática esportiva. O encontro, realizado no Friburguense Atlético Clube, reuniu todos os grupos de treino: as atletas do Adulto Máster e as equipes femininas e masculinas, das categorias Sub-15 e Sub-18.

“Foi uma verdadeira festa do esporte, marcada por alegria, amizade, superação e, acima de tudo, pelo espírito de equipe que tanto valorizamos. O brilho dos jogos ficou ainda mais especial com a presença carinhosa das famílias, que vibraram, apoiaram e emocionaram a todos”, resumem os professores Carlile e Maurício.

“A Escola de Voleibol Ataque Duplo expressa sua mais sincera gratidão aos pais, pela confiança e parceria, e aos nossos atletas, que, com empenho e paixão, fizeram deste dia um momento memorável. Nosso agradecimento também vai para os patrocinadores: DUDA, Fazenda Vida e Estilo Livre e ao presidente do Friburguense, Elberth Heringer, cujo apoio é fundamental para que possamos seguir promovendo o esporte e formando cidadãos através do voleibol”, completam.

Foto da galeria
Frizão consegue mais uma boa vitória atuando em casa, na categoria Sub-17 (Divulgação Vinicius Gastin)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Do muro das lamentações ao hospital das desilusões

quinta-feira, 05 de junho de 2025

O prefeito de Nova Friburgo foi para as redes sociais divulgar que irá atravessar o oceano para ir até Israel — sim, Israel, o país que está vivendo sob constante tensão geopolítica e em guerra aberta — buscar soluções para a segurança pública e inovação na cidade de Nova Friburgo.

O prefeito de Nova Friburgo foi para as redes sociais divulgar que irá atravessar o oceano para ir até Israel — sim, Israel, o país que está vivendo sob constante tensão geopolítica e em guerra aberta — buscar soluções para a segurança pública e inovação na cidade de Nova Friburgo.

Enquanto isso, por aqui, a cidade vive sua própria guerra: uma guerra silenciosa, cotidiana, contra a falta de estrutura, de humanidade e de gestão. Uma guerra que mata três friburguenses por dia dentro do Hospital Municipal Raul Sertã. Só que, diferente de Israel, por aqui o inimigo não é um exército. É o descaso.

Terra prometida

A viagem do prefeito à Terra Santa seria cômica, se não fosse trágica. O prefeito aparece sorridente nas redes sociais, anunciando sua ida em missão oficial representando Nova Friburgo, como se isso fosse um excelente marco diplomático. No entanto, estamos atravessando uma das maiores crises da saúde da cidade sem atitudes imediatas.

Qual o sentido de buscar soluções para segurança pública em outro continente quando não conseguimos garantir que uma pessoa saia viva de um hospital municipal? Segurança pública começa por salvar vidas — e o prefeito está literalmente ignorando as que estão sendo perdidas debaixo do seu nariz.

Como denunciado pelo vereador Marcos Marins, em audiência pública, a conta é cruel: a taxa de mortalidade dos internados no Raul Sertã em 2024 foi de 14,18%. Um a cada sete morre durante a internação. Três por dia. Isso é três vezes a média nacional do SUS.

Terra de promessas

Para uma questão de dimensão, o número de mortes por ano dentro do Hospital Municipal Raul Sertã corresponde a números superiores a tragédias naturais que chocaram todo o país, inclusive a catástrofe climática de 2011. Nos últimos quatro anos, as denúncias foram muitas.

Em outubro de 2023, parte do forro da recepção do Centro de Tratamento de Urgência do Hospital Raul Sertã desabou durante uma forte chuva. A Defesa Civil identificou que o incidente foi causado pelo acúmulo de água no telhado, devido à capacidade insuficiente das calhas para escoar a água. O episódio evidencia a precariedade da infraestrutura do hospital.

Além disso, em março de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Baragnose, que investigou fraudes em licitações relacionadas ao fornecimento de refeições no HMRS. As investigações apontaram para a existência de um esquema criminoso envolvendo servidores públicos e empresários, que teriam forjado justificativas para dispensar licitações e favorecer determinadas empresas. O caso resultou no bloqueio de quase R$ 12 milhões de envolvidos, incluindo ex-prefeitos e ex-secretários de saúde.

Ainda, em abril de 2024, uma fiscalização realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro constatou diversas irregularidades no HMRS, como infiltrações nas paredes, mobiliário precário, falta de água potável, climatizadores e locais adequados para acomodar pacientes e acompanhantes.

Por fim, e não menos importante, foi identificado que o hospital não possui liberação das instalações pelo Corpo de Bombeiros e carece de uma brigada contra incêndios. O relatório também apontou a ausência de um plano diretor para reformas estruturais e melhorias nos serviços prestados.

Cidade das lamentações

Em vez de ajoelhar-se diante do Muro das Lamentações, o prefeito deveria andar pelos corredores do hospital e ouvir as verdadeiras lamentações: de mães esperando por atendimento, de idosos esquecidos em macas improvisadas, de médicos exaustos, de famílias destruídas pela falta do básico.

Israel enfrenta bombardeios, Nova Friburgo lida com um massacre invisível, diário e tão devastador quanto qualquer míssil. Só que aqui, não há sirene de alerta. Só o silêncio constrangedor de quem finge que está tudo bem.

A comparação é dura, mas necessária. Em Israel, há sistema de defesa, investimentos maciços em segurança. Em Nova Friburgo, há abandono institucional, filas para atendimento emergencial, estruturas caindo aos pedaços. Em Israel, há refúgios antiaéreos. Aqui, não temos sequer um lugar digno para tratar pneumonia.

A viagem não só é inútil — é ofensiva. É uma ofensa às famílias enlutadas. É uma ofensa aos servidores da saúde que viram mártires da negligência. É uma ofensa à inteligência do cidadão. E mais que tudo: é um símbolo do quão distantes estão as prioridades do governo em relação ao que realmente importa.

Estamos em guerra, sim. Mas é contra o colapso da saúde, da dignidade, da empatia. E o prefeito não está no front — está fazendo turismo institucional, gastando verba pública para buscar “ideias” que não servem à nossa realidade. Em vez de importar soluções de um país em conflito, por que não resolver primeiro o nosso próprio campo de batalha?

Nova Friburgo não precisa de discurso internacional. Precisa de gestão local. Precisa de quem bote a mão na massa, não nas redes sociais. O povo não quer intercâmbio político com países de guerra. Quer sobrevivência em países em paz. E o mínimo que se espera de um líder em tempos de crise é presença.

O Muro das Lamentações é um lugar sagrado. O Raul Sertã, hoje, é um lugar profano. Sagrado deveria ser o direito à vida. Mas, em Nova Friburgo, esse direito está sendo enterrado diariamente — e o responsável por enfrentá-lo prefere pedir bênçãos do outro lado do mundo, enquanto aqui só restam orações.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Histórico

quarta-feira, 04 de junho de 2025

Maratona do Rio esgota inscrições e bate recorde com 60 mil corredores

A Maratona do Rio 2025 será histórica: o evento reunirá 60 mil corredores, estabelecendo um novo recorde de público e consolidando sua posição como a maior corrida de rua, da América Latina. As inscrições foram esgotadas com dois meses de antecedência, reafirmando a força e o apelo da prova entre atletas de todo o Brasil.

Maratona do Rio esgota inscrições e bate recorde com 60 mil corredores

A Maratona do Rio 2025 será histórica: o evento reunirá 60 mil corredores, estabelecendo um novo recorde de público e consolidando sua posição como a maior corrida de rua, da América Latina. As inscrições foram esgotadas com dois meses de antecedência, reafirmando a força e o apelo da prova entre atletas de todo o Brasil.

O crescimento do evento é acompanhado de números que mostram a consolidação da Maratona do Rio como fenômeno esportivo e cultural. A participação feminina segue em destaque: mulheres representam 52% do total de inscritos, sendo maioria nas distâncias 5K, 10K e 21K. O índice representa um crescimento de 12% nos últimos quatro anos, reflexo do engajamento crescente das mulheres no universo das corridas.

Outro dado que reforça a abrangência do evento é que 85% dos participantes são de fora do município do Rio de Janeiro. Assim como em 2024, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os estados com maior número de inscritos na Maratona do Rio em 2025.

"Chegar a 60 mil corredores é mais do que um marco - é a prova de que a Maratona do Rio ultrapassou as barreiras do esporte para se tornar um evento que movimenta, emociona e conecta o Brasil. Entender profundamente a nossa comunidade tem sido essencial nesse processo. Por exemplo, nossas pesquisas mostraram que a maioria dos corredores permanece na cidade por até cinco dias. Com base nisso, decidimos mover os 10K para a sexta-feira, o que possibilitou o crescimento tanto dessa prova quanto dos 42K — que antes aconteciam no mesmo dia. Esse movimento nos permitiu consolidar o formato de quatro dias de evento, estimulando que os próprios corredores montassem seus desafios pessoais. A cada edição, construímos um legado que mistura superação, experiência e pertencimento. Ver atletas de todos os cantos do país escolhendo o Rio como destino nos mostra que ainda temos muito a conquistar. O céu é o limite", afirma Pedro Pereira, Head de Produto da Maratona do Rio.

Todas as provas estão com capacidade máxima preenchida. A faixa etária predominante entre os corredores está entre 30 e 39 anos, perfil que combina experiência, busca por superação e grande conexão com o lifestyle da corrida.

A Maratona do Rio acontecerá de 18 a 22 de junho, durante o feriado de Corpus Christi, e transformará a cidade em um verdadeiro espetáculo esportivo, cultural e turístico, com shows, ativações, gastronomia e outras atrações.

Foto da galeria
Maratona do Rio terá recorde histórico de participantes na edição deste ano (Foto: Albert Andrade / Maratona do Rio)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A batalha dos lençóis

quarta-feira, 04 de junho de 2025

Ou então perguntar aos sul-coreanos se não querem comprar brasileiros e brasileiras

Ou então perguntar aos sul-coreanos se não querem comprar brasileiros e brasileiras

A notícia é grave: a Coreia do Sul, um dos países mais ricos do mundo, pode acabar. Isso mesmo: deixar de existir, sumir do mapa. E a razão não é nenhuma guerra, epidemia, tsunami ou coisa do gênero. Você dirá que isso não passa de notícia falsa (mais conhecida como fake News), ou encheção de linguiça de cronista sem assunto. Mas se impérios acabam, por que não um país, e ainda mais um país cujo território não é nenhuma Amazônia? Se o Brasil fosse um dedo, a Coreia do Sul seria um pedacinho de cutícula.

Se lembra do Império Romano, ou estava tiktokando no celular durante essa aula de História? Eu até já estudei isso, mas foi no tempo do quadro negro e do puxão de orelha, e não guardei grandes coisas. “Varreu-se-me da memória”, como dizia o personagem de uma antiga novela de televisão. Vagamente me lembro de que as botas dos soldados romanos marcharam sobre meio mundo, durante quase cinco séculos. Até com Jesus eles acharam de implicar. Pior do que as botas eram as lanças e as espadas, que costumavam cutucar quem não fosse patrício e estivesse pela frente. E, no fim das contas, o grande império partiu-se em tantos pedaços que sobrou um pedacinho até pra nós, brasileiros.

        Voltemos ao país asiático, que anda (ou melhor, não anda) aí pela casa dos 50 milhões de habitantes. O problema é que lá a cada ano só nasce 0,72 criança por casal. O ideal para que uma população não entre em decréscimo é de dois filhos, para compensar os que vão para a outra vida (contra a vontade, mas vão). Quer dizer, são necessários pelo menos dois casais bem dispostos para produzir um bebê sul-coreano. De tal modo os homens e mulheres de lá andam desanimados em colaborar para a sobrevivência do seu povo que o governo se vê na obrigação de se meter na cama alheia. Programas de incentivo a encontros amorosos, mensagens animadoras, incentivos fiscais. O governo tem feito o que pode. O resto depende de os cidadãos e cidadãs se decidirem a entrar nessa guerra de salvação nacional, ir com coragem para a batalha dos lençóis. E, vamos falar a verdade, nem é tanto sacrifício.  

Coisa semelhante aconteceu na Alemanha. E ficou tão grave que um ministro foi à televisão conclamar o pessoal a que se animasse a ter mais filhos. E concluiu sua fala com essa sábia recomendação: “E agora, desliguem a televisão e vão para o quarto cumprir seu dever patriótico”. Acho que o Brasil não está precisando de conselhos desse tipo. Talvez seja até o caso de recomendar o contrário: “Calma pessoal!” E desde já sugiro o slogan para a campanha: “Por amor ao país, amem um pouco menos”. Ou então perguntar aos sul-coreanos se não querem comprar brasileiros e brasileiras. Negócio de ocasião! Como bem sabem os economistas, quando há excesso de oferta, o preço cai. E nós estamos com gente sobrando, principalmente depois que Trump mandou de volta para casa os que ele achou que eram demais nos Estados Unidos.

O perigo é acontecer o oposto. Quer dizer, a chegada dos brasileiros provocar uma explosão demográfica e que dentro de poucos anos haja tanto sul-coreano com cara de sul-americano que não caibam nos 100.000 km2 daquele país. É, pensando bem, é melhor deixar que eles resolvam seus problemas sem nossa valiosa ajuda. Não vamos nos meter nos lençóis alheios.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Câncer da Tireóide

quarta-feira, 04 de junho de 2025

A Tireóide é um órgão situado na base do pescoço, constituída por dois lobos (o direito e o esquerdo), ligados pelo istmo, com um formato de uma borboleta. É uma glândula endócrina que secreta dois hormônios ricos em iodo, a tetraiodotironina (T4) e a triiodotironina (T3) e um terceiro chamado de calcitonina, importante na regulação da taxa do cálcio sanguínea.

A Tireóide é um órgão situado na base do pescoço, constituída por dois lobos (o direito e o esquerdo), ligados pelo istmo, com um formato de uma borboleta. É uma glândula endócrina que secreta dois hormônios ricos em iodo, a tetraiodotironina (T4) e a triiodotironina (T3) e um terceiro chamado de calcitonina, importante na regulação da taxa do cálcio sanguínea.

Uma das primeiras citações sobre a glândula Tireóide data de cinco mil anos atrás, na China; foi também de um imperador chinês, em torno de 2800 a.C., a utilização da palavra bócio, que vem a ser um aumento do volume tireoidiano. Mais ou menos por volta de 1600 a.C. surge o tratamento desses bócios com algas e esponjas marinhas, ministradas por médicos chineses; tal tratamento tinha sucesso em função do alto teor de iodo dessas espécies.

Apesar de raro, o aparecimento do câncer da tireóide vem aumentando no mundo inteiro e isso se deve em grande parte às ferramentas de diagnóstico à disposição dos endocrinologistas, principalmente a punção biópsia com agulha, muito útil quando realizada em nódulos suspeitos. No Brasil, a incidência é semelhante aos demais países do mundo, em torno de 8,7 casos em cada 100.000 pessoas.

Podemos classificar esses tumores em três categorias: A) Diferenciados, também chamados de papilíferos ou foliculares, de acordo com o tipo celular presente. Respondem por oitenta por cento dos casos, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens, na proporção de três para um; B) Não diferenciados ou anaplásicos, na realidade os mais malignos e de mal prognóstico. São mais comuns a partir da sexta década da vida, a taxa de incidência é de cerca de sete por cento e o risco de metástases é muito grande; C) Medulares que se desenvolvem a partir das células C, secretoras de calcitonina, sendo esse hormônio um marcador da doença. Seu aparecimento também está em torno de sete por cento e o prognóstico também é bom, desde que diagnosticado a tempo e sem acometimento de gânglios linfáticos do pescoço. A grosso modo, temos uma sobrevivência global de noventa e cinco por cento nos carcinomas papilíferos, setenta e sete por cento nos foliculares e de oitenta e cinco por cento nos medulares sem gânglios, em dez anos.

De maneira geral a presença de um nódulo ou vários, muitas vezes percebido pela simples palpação da região anterior do pescoço, leva o paciente ao médico ou esse, num exame de rotina percebe a presença de um “caroço” que deve ser investigado. A ausência de sintomas é uma característica dessa doença, a não ser que exista junto um hipotireoidismo (baixo funcionamento da tireóide) ou um hipertireoidismo (produção aumentada dos hormônios tireoidianos) concomitantes. No caso do anaplásico, se o crescimento for muito rápido, pode causar compressão das estruturas do pescoço causando falta de ar, dificuldade em engolir, tosse, sangramento, etc. Esses cânceres não têm uma causa precisa e somente o medular, pode ter uma hereditariedade comprovada, em função de uma mutação genética.

A presença de um nódulo leva à realização de uma ultrassonografia da tireóide e se ele for hipoecóico (pouco denso) impõe a biópsia com agulha. Mas, as características do nódulo também são importantes, pois, a consistência, o tamanho e o tipo de irrigação sanguínea, podem acusar a presença de uma malignidade em nódulos isoecóicos (densidade normal) ou hiperecóicos (densidade aumentada), o que é mais raro. Quanto à cintilografia com iodo radioativo, muito difundida até o início da década de oitenta, é menos utilizada nos dias de hoje.

Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento de escolha é a extirpação total da glândula, muitas vezes com retirada dos gânglios do pescoço. Se houver metástase à distância, usa-se a dose terapêutica com iodo radioativo, visando à destruição dessas células tireoidianas. A quimioterapia e a radioterapia são tratamentos extremos, principalmente nos carcinomas anaplásicos e nas metástases volumosas.

O uso de hormonioterapia substitutiva se impõe por duas razões: pelo fato de não haver mais produção de hormônio tireoidiano em função da extirpação da glândula e para prevenir o aparecimento de metástases. Faz-se necessária também uma visita periódica ao especialista para exames de manutenção e acompanhamento.

Se for para ter um câncer, que ele seja da tireoide, desde que o anaplásico seja excluído. O diagnóstico precoce e um acompanhamento bem conduzido são a garantia da preservação de uma boa qualidade de vida. Mas, lembre-se, se você apalpar a região anterior do seu pescoço e notar a presença de um “caroço”, não importa o tamanho, procure um ENDOCRINOLOGISTA, pois ele é o profissional mais indicado para investigar tal anomalia. Já vi, quando exercia a medicina, pacientes serem tireoidectomizados, sem necessidade, porque a primeira consulta e o seguimento do caso foi feito por um cirurgião. Num deles, o exame anátomo patológico da peça cirúrgica, mostrou tratar-se de um nódulo simples. O paciente se viu condenado a tomar hormônio tireoidiano, desnecessariamente, por toda a vida.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O homem e a natureza

terça-feira, 03 de junho de 2025

Ao passar na Genipapo Livraria, conversei com a livreira, Maria Fernanda, sobre ecologia, e ela me indicou o livro “Maneiras de Ser: Animais, plantas, máquinas: a busca por uma inteligência planetária”, escrito pelo jornalista inglês James Bridle. O tema imediatamente me interessou porque somos partes integrantes da natureza, tanto quanto uma árvore, uma pedra e um tigre.

Ao passar na Genipapo Livraria, conversei com a livreira, Maria Fernanda, sobre ecologia, e ela me indicou o livro “Maneiras de Ser: Animais, plantas, máquinas: a busca por uma inteligência planetária”, escrito pelo jornalista inglês James Bridle. O tema imediatamente me interessou porque somos partes integrantes da natureza, tanto quanto uma árvore, uma pedra e um tigre.

Já no primeiro parágrafo fiquei tocada com a frase: (...) “aqui está se desenrolando um dos maiores conflitos da nossa era – entre a agência humana e a inteligência das máquinas, entre a ilusão da superioridade humana e a sobrevivência do planeta.” Talvez eu nem precise comentá-la posto que é bem explícita e nos induz a questionar: aonde a inteligência está nos levando? A mesma inteligência que criou as vacinas, a cirurgia, a engenharia genética, o telescópio espacial, é responsável pelo desenvolvimento da inteligência humana e produção das artificiais, que poderão fugir ao nosso controle, nos trazer consequências impensáveis e causar tantos desajustes. A racionalidade humana não pode esquecer de que há uma interconexão entre tudo o que existe neste planeta. O Efeito Borboleta é uma metáfora que exemplifica o caos decorrente das relações entre a causa e o efeito da desordem dos fatos e seus subsequentes e infinitos desdobramentos. Estamos mergulhados em resultados e impactos decorrentes dos esforços para dominar a natureza e usá-la para nosso favor, o que tem favorecido a qualidade de vida. Contudo, ao mesmo tempo, colocado em risco a nossa segurança, bem-estar e sobrevivência.  

Vamos tentar usar um exemplo para entender as conexões e correlações de ações tomadas aleatoriamente. Numa partida de futebol, André chutou uma bola, que correu para uma movimentada estrada. Naquele exato momento, um carro que passava freou e desviou da bola. Então, o motorista do caminhão que vinha atrás se assustou e perdeu o controle do veículo, que tombou. A carga líquida e concentrada de produtos químicos se espalhou pelo local e escorreu até um riacho. Com a água contaminada, a fauna e a flora foram afetadas, bem como criações de tilápias que utilizavam da água do riacho. Sem peixes para comercializar, os criadores tiveram perdas econômicas, o que repercutiu na vida financeira dos empregados e no comércio da localidade.

Agora, me vêm à lembrança programas de televisão sobre a construção de casas por arquitetos talentosos, que mostram com orgulho as grandes janelas projetadas e seus vidros imensos. Lindo de ver e desejar. Entretanto ninguém pensa na quantidade incontável de passarinhos que morrem ao bater nos vidros. Nos filhotes que ficam aguardando pelos pais nos ninhos. Os pássaros são grandes semeadores da natureza, sendo responsáveis pela manutenção das matas. As construções precisam protegê-los e não os sacrificar.

Segundo Bridle, há uma cisão entre o humano e o não humano. A ilusão de superioridade através da tecnologia se contrapõe a uma parceria saudável entre o homem e suas necessidades com a natureza. É importante ressaltar que a inteligência da natureza tem simplicidade, pureza e espontaneidade. Sem tecnologias, logísticas e redes de comunicação, os animais são capazes de se proteger. Como uma lagarta pode viver por meses, sobrevivendo aos incontáveis desafios que o ambiente lhe apresenta?

O homem ainda tem muito o que aprender com a natureza e com a dignidade com que os animais enfrentam as dificuldades diárias, como os ursos polares. Mas ainda não conseguiram se defender do homem...

E, agora, me digam, o que a natureza precisa aprender com os homens?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Papa Leão XIV: caminhar com as famílias e ajudá-las a encontrar a fé

terça-feira, 03 de junho de 2025

Numa mensagem enviada a um seminário promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Leão XIV convida as pessoas a se tornarem “pescadores de famílias” a fim de oferecer-lhes um encontro com a ternura de Deus: a graça do matrimônio deve ser testemunhada àqueles que escolhem a convivência, lembrando-lhes que a vida cristã é uma experiência de encontro e não apenas um conjunto rigoroso de preceitos a serem respeitados. (Mariangela Jaguraba - Vatican News)

Numa mensagem enviada a um seminário promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Leão XIV convida as pessoas a se tornarem “pescadores de famílias” a fim de oferecer-lhes um encontro com a ternura de Deus: a graça do matrimônio deve ser testemunhada àqueles que escolhem a convivência, lembrando-lhes que a vida cristã é uma experiência de encontro e não apenas um conjunto rigoroso de preceitos a serem respeitados. (Mariangela Jaguraba - Vatican News)

O Papa Leão XIV enviou uma mensagem aos participantes do seminário intitulado "Evangelizar com as famílias de hoje e de amanhã. Desafios eclesiológicos e pastorais", que teve início, nesta segunda-feira, 2, na sede do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, organizador do evento, situada no bairro Trastevere, em Roma. O encontro prossegue até esta terça-feira, 3.

Um evento promovido logo após o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos em que um grupo de especialistas reflete sobre um tema que "expressa bem a preocupação maternal da Igreja com as famílias cristãs presentes em todo o mundo: membros vivos do Corpo Místico de Cristo e o primeiro núcleo eclesial ao qual o Senhor confia a transmissão da fé e do Evangelho, especialmente às novas gerações" escreve o Papa. "A profunda questão do infinito, inscrita no coração de cada homem, confere aos pais e mães de família a tarefa de conscientizar seus filhos sobre a Paternidade de Deus", ressalta Leão XIV, "segundo o que escreveu Santo Agostinho" nas Confissões: “Assim como em Ti temos a fonte da vida, assim também na Tua luz veremos a luz”.

Busca pela espiritualidade

De acordo com o Papa, "o nosso tempo é marcado por uma crescente busca pela espiritualidade, especialmente entre os jovens, que desejam relações autênticas e mestres de vida. Por isso, é importante que a comunidade cristã saiba lançar um olhar distante, tornando-se guardiã, diante dos desafios do mundo, do anseio de fé que habita o coração de cada um".

Segundo Leão XIV, "é particularmente urgente, neste esforço, dedicar especial atenção às famílias que, por vários motivos, estão espiritualmente mais distantes: aquelas que não se sentem envolvidas, que dizem não estar interessadas, ou que se sentem excluídas dos percursos comuns, mas que, no entanto, gostariam de ser de alguma forma parte de uma comunidade, na qual crescer e com a qual caminhar". "Quantas pessoas, hoje, ignoram o convite para encontrar Deus", ressalta.

Modelos ilusórios de vida

"Infelizmente, diante dessa necessidade, uma “privatização” cada vez mais difundida da fé impede, muitas vezes, esses irmãos e irmãs de conhecer a riqueza e os dons da Igreja, lugar de graça, fraternidade e amor", escreve ainda o Papa, ressaltando que "muitos acabam se apoiando em falsos apoios que, não suportando o peso de suas necessidades mais profundas, os fazem deslizar novamente, distanciando-os de Deus e fazendo-os naufragar num mar de solicitações mundanas".

Entre eles, encontram-se pais e mães, crianças, jovens e adolescentes, por vezes alienados por modelos ilusórios de vida, onde não há espaço para a fé, para cuja difusão contribui, em grande medida, o uso distorcido de meios potencialmente bons em si mesmos, como as redes sociais, mas nocivos quando transformados em veículos de mensagens enganosas.

Segundo o Papa, "o que move a Igreja em seu esforço pastoral e missionário é o desejo de ir 'pescar' esta humanidade para salvá-la das águas do mal e da morte através do encontro com Cristo".

Compreender a beleza da vocação ao amor

A seguir, o Pontífice ressalta que os jovens que hoje "escolhem a convivência em vez do matrimônio cristão", talvez "precisem de alguém que lhes mostre de maneira concreta e compreensível, sobretudo com o exemplo de vida, o que é o dom da graça sacramental e qual a força que dela provém". Alguém "que os ajude a compreender “a beleza e a grandeza da vocação ao amor e ao serviço da vida” que Deus concede aos esposos".

Leão XIV recorda que "muitos pais, na educação dos filhos na fé, precisam de comunidades que os apoiem na criação de condições para que possam encontrar Jesus (lugares onde se realiza a comunhão de amor que encontra a sua fonte última no próprio Deus)". "A fé é, primeiramente, uma resposta a um olhar de amor, e o maior erro que podemos cometer como cristãos é, nas palavras de Santo Agostinho, “pretender que a graça de Cristo consista no seu exemplo e não no dom da sua pessoa".

Quantas vezes, num passado talvez não tão distante, esquecemos esta verdade e apresentamos a vida cristã principalmente como um conjunto de preceitos a serem respeitados, substituindo a experiência maravilhosa do encontro com Jesus, Deus que se doa a nós, por uma religião moralista, pesada, pouco atraente e, de certa forma, inviável na concretude da vida quotidiana.

Tornando-se "pescadores de famílias"

Segundo o Papa, "neste contexto, cabe antes de tudo aos bispos, lançar a rede ao mar, tornando-se “pescadores de famílias”. Os leigos são chamados a se comprometerem nesta missão, tornando-se, junto com os ministros ordenados, “pescadores” de casais, de jovens, crianças, mulheres e homens de todas as idades e condições, para que todos possam encontrar Aquele que é o único que pode salvar. De fato, cada um de nós, no Batismo, é constituído Sacerdote, Rei e Profeta para os irmãos, e se torna “pedra viva” para a construção do edifício de Deus".

Leão XIV convida a entender como "caminhar com essas famílias e como ajudá-las a encontrar a fé, tornando-se “pescadores” de outras famílias", famílias "feridas de muitas maneiras", a "se abrir, quando necessário, a novos critérios de avaliação e a diferentes modos de agir, porque cada geração é diferente da outra e apresenta os seus desafios, sonhos e interrogações". "Mas, em meio a tantas mudanças, Jesus Cristo permanece “o mesmo ontem, hoje e sempre”. Portanto, se queremos ajudar as famílias a viverem caminhos alegres de comunhão e a serem sementes de fé umas para as outras, é necessário que, antes de tudo, cultivemos e renovemos a nossa identidade de fiéis", conclui o Papa.

Fonte: Vatican News

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Alvo escolhido

terça-feira, 03 de junho de 2025

À espera de nova luta, Edson Barboza elege rival favorito para possível retorno

        Um dos expoentes recentes do esporte de Nova Friburgo, Edson Barboza está recuperado da lesão sofrida no olho. Determinado a retornar ao octógono o quanto antes, e em alto nível, o friburguense não hesitou ao declarar o interesse em enfrentar Steve Garcia, norte-americano que vem embalado por cinco vitórias seguidas, sendo todas por nocaute entre primeiro e segundo round.

À espera de nova luta, Edson Barboza elege rival favorito para possível retorno

        Um dos expoentes recentes do esporte de Nova Friburgo, Edson Barboza está recuperado da lesão sofrida no olho. Determinado a retornar ao octógono o quanto antes, e em alto nível, o friburguense não hesitou ao declarar o interesse em enfrentar Steve Garcia, norte-americano que vem embalado por cinco vitórias seguidas, sendo todas por nocaute entre primeiro e segundo round.

“Eu quero lutar. Não me importo com quem o UFC sempre envia para mim. Como eu disse, eu quero a luta. Eu nunca escolho adversários. Estou pronto para lutar. Não importa o que o UFC me diga, estou pronto. Steve (Garcia) é um grande lutador. Ele está em uma sequência de cinco vitórias consecutivas. Ele é muito bom”, declarou Edson ao site MMA Junkie.

        Barboza projetou ainda o que um eventual confronto poderia apresentar aos fãs que assistirem. “Vai ser uma luta divertida. Todo mundo sabe que toda vez que eu entrar no octógono, vai ser uma grande guerra. Sempre que entro no octógono, estou pronto para a guerra. Acho que uma luta com Garcia, ou se o UFC mandar outra pessoa, eu estarei pronto”, concluiu.

        Aos 39 anos, Edson busca retornar ao caminho das vitórias após derrota sofrida para Lerone Murphy. Não mais pertencente ao top 15 dos penas (até 65,7kg), o lutador destaca que seu desejo sempre será se tornar campeão, independente da idade ou momento da carreira. O atleta de Nova Friburgo estava escalado para o evento de 22 de fevereiro deste ano, quando enfrentaria Steve Garcia, mas o duelo acabou cancelado.

        Em outra entrevista recente, Barboza, atualmente no peso pena (até 65,7 kg) questionou seus seguidores sobre qual categoria deve lutar a seguir e recebeu resposta inusitada de seu antigo rival, Paul Felder. “Trilogia?”, perguntou o veterano, que hoje atua como comentarista oficial do UFC.

        O primeiro encontro dos atletas ocorreu em 2015, quando o brasileiro levou a melhor e triunfou na decisão unânime dos juízes após confronto que levou público ao delírio no UFC on FOX 16. Na ocasião os atletas foram intitulados como protagonistas da ‘Luta da Noite’, em card capitaneado pela revanche entre TJ Dillashaw e Renan Barão.

        Quatro anos depois, Edson e Felder voltaram a se encontrar no octógono, desta vez quando ambos eram ranqueados na divisão dos leves (até 70,3kg.). Escalados para penúltima luta do UFC 242, os lutadores foram novamente para a papeleta dos juízes e que desta vez gerou grande polêmica após o norte-americano ter braço erguido em decisão dividida.

  • Foto da galeria

    Barboza vive expectativa por novo desafio (Foto: Divulgação UFC)

  • Foto da galeria

    Steve Garcia, enquanto aguarda Edson Barboza, segue com rotina de preparação e treinos (Foto: Arquivo pessoal)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.