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Faixa Amarela

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Em meio a uma reunião, pautas completas, conversas a todo vapor e eis que um abismo se abre na mente que parece vazia de tudo e cheia de nada. Acontece. Um encontro muito esperado, tantos sentimentos por dizer, muita coisa a partilhar, e eis que as palavras somem e os pensamentos embaralham, como resultado, um nada a dizer. Acontece. Uma aula a ser dada, pontos relevantes a ser enfatizados, tudo preparado. E eis que na hora, não se lembra de nada. Dá "um branco". Um lapso. Acontece. Faz parte da vida.

Em meio a uma reunião, pautas completas, conversas a todo vapor e eis que um abismo se abre na mente que parece vazia de tudo e cheia de nada. Acontece. Um encontro muito esperado, tantos sentimentos por dizer, muita coisa a partilhar, e eis que as palavras somem e os pensamentos embaralham, como resultado, um nada a dizer. Acontece. Uma aula a ser dada, pontos relevantes a ser enfatizados, tudo preparado. E eis que na hora, não se lembra de nada. Dá "um branco". Um lapso. Acontece. Faz parte da vida.

Passando pelo corredor do ônibus, a mochila esbarra na bolsa de outro passageiro, aquela situação constrangedora. Cai a carteira, derruba o celular, se ajeita, respira e segue viagem. Quem nunca passou por isso? O garçom, equilibrando a bandeja do restaurante, copos, pratos, talheres, garrafas, se descuida e deixa cair tudo no chão. Acontece. Aquele furo dado, pessoas confundidas, abraço no amigo errado, a frase fora de hora, o papel entregue por engano. Coisas assim, tão cotidianas e às vezes embaraçosas, acontecem o tempo todo. Por mais desagradáveis que sejam e algumas vezes poderiam ter sido evitadas, acontecem.

Comigo não é rara a vivência de embaraços desse tipo. Mas ultimamente, algo que vem sobressaindo em situações assim é a reação desproporcional de muitas pessoas a esses acontecimentos do dia a dia. Que somos seres reativos, sabemos. No entanto, há reações que a olhos nus parecem exageradas. Como se a barra de equilíbrio mudasse de lado. Um esbarrão sem querer no meio de uma rua cheia de gente pode resultar em gritos descompensados. Xingamentos. Uma brincadeira fora de hora pode ser estopim para o fim de uma "amizade". Um pisar em falso pode render uma agressão.

Penso que às vezes falta leveza. Complacência. Há um peso nos semblantes, ira nos olhares. Impaciência no ar.  Espíritos armados, prontos para uma resistência a qualquer movimento tido por fora da curva. Frases atravessadas, impregnadas de raiva. Uma hora vem uma reação destemperada. Um grito. Às vezes, até um tiro. Infelizmente. Coisas cotidianas têm se transformado em ameaças à paz e ao bom convívio. É como se cada um de nós estivesse por trás de uma faixa amarela, da qual não se pode aproximar sob pena de se atritar com quem por ela se protege.

A autopreservação é necessária. Mas parece que nos esquecemos de decodificar os limites da tolerância, do respeito e da boa convivência. Pode parecer exagero, mas creio que devemos estar atentos às coisas simples desse cotidiano que se apresenta cheio de nuances e pessoas imperfeitas convivendo nesse mistério da vida, compartilhando um lugar comum no Planeta Terra, com missões nem sempre claras. Separar o joio do trigo. Entender que essa gente estabanada, sem jeito, que deixa o objeto cair, que troca nomes sem querer, que tem lapsos de memória em uma reunião, pode ser apenas gente que corre o tempo todo, que convive com uma sobrecarga de afazeres ou simplesmente anda cambaleando por aí.

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Liberdade de expressão x moralidade pública

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O limite da arte e da censura estatal

O debate sobre o projeto de lei apresentado pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que visa proibir artistas de promoverem apologia ao crime organizado e ao uso de drogas em eventos financiados com dinheiro público, levanta questões importantes sobre liberdade de expressão, moralidade administrativa e o papel do Estado na cultura.

O limite da arte e da censura estatal

O debate sobre o projeto de lei apresentado pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que visa proibir artistas de promoverem apologia ao crime organizado e ao uso de drogas em eventos financiados com dinheiro público, levanta questões importantes sobre liberdade de expressão, moralidade administrativa e o papel do Estado na cultura.

A proposta do deputado busca alterar a lei para estabelecer restrições claras nas contratações de shows, exigindo que contratos e editais incluam cláusulas que impeçam manifestações artísticas que incentivem ao crime ou ao consumo de drogas em suas composições.

Aplicação de penalidade para descumprimento por parte do artista ou da sua equipe inclui uma multa de 100% do valor do contrato e a declaração de inidoneidade do artista ou produtor para futuras contratações com o poder público, o que pode trazer dificuldades na carreira do músico.

Embora a intenção seja evitar que recursos públicos financiem mensagens que contradigam as políticas de segurança do país, a medida também gera preocupações sobre possíveis riscos à liberdade de expressão. Até que ponto o Estado pode definir o que é ou não uma apologia ao crime?

Quem determinará os limites da arte e da música dentro desse contexto? Existe um consenso claro sobre o que constitui "apologia ao crime" ou essa definição pode ser utilizada de forma arbitrária para censurar artistas incômodos? O projeto é polêmico e demanda discussões.

Caso Oruam

A discussão se intensifica quando analisamos o caso do rapper Oruam, cuja polêmica no festival Lollapalooza 2024 impulsionou um projeto semelhante na Câmara Municipal de São Paulo. Oruam, filho do traficante Marcinho VP, usou uma camisa com o rosto do seu pai e a inscrição “Liberdade”.

Nesse sentido, na Câmara de São Paulo, houve proposição de lei pela proibição de shows e eventos abertos ao público infantojuvenil que contenham expressões de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. A conexão entre a vida pessoal do artista e seu trabalho musical tem sido explorada para justificar essas iniciativas legislativas.

No entanto, a polêmica também expõe um dilema recorrente: a criminalização do discurso na música. Gêneros como rap e funk, assim como nos EUA e no Brasil, historicamente expressam a realidade das periferias e das comunidades marginalizadas, e muitas vezes retratam a violência e o crime não como incentivo, mas como uma denúncia social.

Outros gêneros musicais já estiveram na mira

Não seria a primeira vez que uma música entraria na mira da censura. Canções históricas como "Lança Perfume", de Rita Lee, trazem referências ao uso de substâncias, mas fazem parte da identidade cultural brasileira sem que isso tenha sido interpretado como uma real apologia ao consumo de drogas.

Em 1980, a canção foi classificada como "imprópria" por Laura Bastos, técnica da Divisão de Censura em Diversões Públicas, que enxergou nas frases de conotação sexual e de incentivo às drogas, que, conforme a técnica, feria os bons costumes. Logo, assinalou Bastos: "Opino pela não liberação da mesma."

Da mesma forma, clássicos como "Malandragem", de Cazuza e Frejat, e "Eu quero é botar meu bloco na rua", de Sérgio Sampaio, retratam figuras marginais e seus contextos sem incentivar o crime. A canção “Ela quer morar comigo na Lua”, de 1982, da banda Blitz, foi censurada pelo uso da palavra “bundão”, que foi considerada inadequada numa época em que se preservava os “bons costumes”.

Artistas que já se apresentaram em Nova Friburgo, como o grupo Capital Inicial, com a música “Quatro vezes você”, ou Gabriel o Pensador, em canções como “Cachimbo da Paz” e “Retrato de um playboy”, utilizam suas letras para fazer críticas sociais urbanas. No entanto, por mencionarem drogas, essas músicas poderiam enfrentar restrições sob a nova legislação. Diante disso, onde exatamente está o limite entre a denúncia social e a apologia?

O embate entre regulação estatal e liberdade artística não é novo. Casos semelhantes já ocorreram em outros países, como nos Estados Unidos, onde rappers foram perseguidos por letras que falavam sobre a brutalidade policial e a desigualdade social. No Brasil, medidas restritivas como essa podem abrir precedentes perigosos para a censura, ainda que sob a justificativa de proteger valores morais e legais.

Uso do dinheiro público e dos shows

É sempre válido discutir a responsabilidade dos artistas ao abordar temas sensíveis, especialmente quando financiados com recursos públicos especialmente diante de crianças, adolescentes. A cultura tem um papel essencial na sociedade, tanto como forma de expressão quanto como espaço de questionamento e reflexão.

Contudo, a tentativa generalizada de barrar determinados conteúdos com base em interpretações subjetivas pode comprometer a riqueza do debate público e da produção artística no país. Mas a solução não parece estar num projeto de lei que dá margem para múltiplas intepretações e um seletivismo artístico e político.

No fim das contas, o verdadeiro desafio está em encontrar um equilíbrio entre preservar a liberdade de expressão e garantir que o dinheiro público seja usado com responsabilidade. A arte, em toda a sua diversidade, tem sido um espelho da sociedade — por mais desconfortável que isso possa ser em alguns momentos.

Precisamos, portanto, de uma conversa mais ampla, onde o respeito pelas diversas formas de expressão se una ao compromisso com o bem-estar social, sem abrir mão do direito de todos a manifestar suas ideias. Somente assim, poderemos fortalecer uma cultura que seja verdadeiramente plural e enriquecedora para as futuras gerações.

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Efeito cerebral de longo prazo em usuários de Cannabis

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O site de notícias médicas, Medscape, publicou um artigo sobre efeito da maconha (Cannabis) a longo prazo, editado por Felipe Floresti, em 3 de fevereiro de 2025. Vamos dar uma olhada nas informações dele.

O uso de maconha aumentou globalmente, mas seus efeitos na função cerebral não são totalmente conhecidos. A legalização da produção e da venda de Cannabis para uso recreativo e médico tem sido associada a um aumento na potência dos produtos canabinoides, nas taxas de uso e na prevalência do transtorno do seu uso.

O site de notícias médicas, Medscape, publicou um artigo sobre efeito da maconha (Cannabis) a longo prazo, editado por Felipe Floresti, em 3 de fevereiro de 2025. Vamos dar uma olhada nas informações dele.

O uso de maconha aumentou globalmente, mas seus efeitos na função cerebral não são totalmente conhecidos. A legalização da produção e da venda de Cannabis para uso recreativo e médico tem sido associada a um aumento na potência dos produtos canabinoides, nas taxas de uso e na prevalência do transtorno do seu uso.

A maior facilidade de adquirir essa droga e, portanto, o aumento do seu consumo, parece ter relação com índices mais altos de acidentes de trânsito, além do fato de que seu uso frequente está associado a maior risco de síndrome de hiperemese (náuseas, vômitos, dor abdominal e ânsia de vômito) e mais doença cardiovascular.

Estudos científicos revelam que dentre os efeitos maléficos da maconha a curto prazo incluem a redução do desempenho cognitivo, embora essas reduções possam não persistir após 72 horas de abstinência.

Pesquisadores analisaram dados de 1.003 adultos jovens (idade média 28,7 anos; 46,9% homens) com imagens de ressonância magnética, toxicologia urinária e dados sobre uso de Cannabis do Projeto Conectoma Humano, coletados entre agosto de 2012 e 2015. Os participantes foram classificados como usuários intensos (88), moderados (179) ou não usuários (736) de Cannabis.

A ativação cerebral foi avaliada durante sete tarefas distintas administradas durante a sessão de ressonância magnética funcional, incluindo memória de trabalho, recompensa, emoção, linguagem, função motora, avaliação relacional e teoria da mente. Um modelo de regressão de efeitos mistos lineares foi utilizado para examinar a associação entre o histórico de uso de Cannabis ao longo da vida e o uso recente, com o valor médio de ativação cerebral em cada tarefa.

Conclusões da pesquisa: o uso intenso de Cannabis ao longo da vida foi significativamente associado a menor ativação na tarefa de memória de trabalho com efeitos mais pronunciados em certas regiões cerebrais. A associação entre uso intenso de Cannabis e menor ativação cerebral nessa tarefa permaneceu significativa mesmo após a exclusão de indivíduos com uso recente da droga.

O uso recente de Cannabis foi associado a um desempenho mais baixo e menor ativação cerebral nas tarefas de memória de trabalho e motora, embora essas associações não permaneceram significativas após a correção para taxa de descoberta falsa.

Os achados na pesquisa sugerem que o uso de Cannabis está associado a resultados negativos pelo seu uso intenso ao longo da vida e à memória de trabalho em jovens adultos saudáveis, consequências que podem ser duradouras.

O estudo foi liderado por Joshua Gowin, PhD, do Departamento de Radiologia da do Anschutz Medical Campus da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Foi publicado online em 28 de janeiro na JAMA Network Open. Este foi um estudo transversal não controlado, portanto as associações observadas entre Cannabis e desfechos da função cerebral não devem ser consideradas causais. Os participantes eram adultos jovens, então esses achados podem não ser generalizáveis para outras faixas etárias. Faltaram dados para se determinar quando ocorreu o uso mais recente ou para quantificar a concentração de metabólitos de THC.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

www.youtube.com/claramentent

Tik-Tok @claramentent

 

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Os contemplados

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Programa Bolsa Atleta Municipal beneficia 50 atletas e paratletas de Nova Friburgo

Conforme noticiou A VOZ DA SERRA na edição desta quarta-feira, 12, cinquenta atletas e paratletas de Nova Friburgo serão contemplados com o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta 2024/2025. A lista com os nomes foi publicada pela Prefeitura de Nova Friburgo, por meio da Secretaria de Esportes e Lazer, no Diário Oficial Eletrônico do Município de segunda-feira, dia 10.

Programa Bolsa Atleta Municipal beneficia 50 atletas e paratletas de Nova Friburgo

Conforme noticiou A VOZ DA SERRA na edição desta quarta-feira, 12, cinquenta atletas e paratletas de Nova Friburgo serão contemplados com o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta 2024/2025. A lista com os nomes foi publicada pela Prefeitura de Nova Friburgo, por meio da Secretaria de Esportes e Lazer, no Diário Oficial Eletrônico do Município de segunda-feira, dia 10.

Os classificados para as concessões nos níveis internacional, nacional e estadual estão aptos a receber o benefício destinado ao fomento do esporte. Os classificados no programa estão distribuídos em três categorias, dependendo do nível competitivo, com valores anuais diferenciados.

O principal desses níveis, o Internacional, reserva bolsas no valor de R$ 6.000,00 a Larissa Helena da Conceição dos Santos, Helena Barroso Schueler dos Santos, Arthur Martins de Oliveira Naranjo e Rodrigo Rodrigues da Silva. Outros 16 são contemplados com bolsas de nível nacional, no valor de R$ 4.800,00, enquanto 30 irão embolsar a quantia de R$ 3.600,00.

Nesta lista de beneficiados há desportistas das mais variadas modalidades, predominando as artes marciais — Helena Barroso é um exemplo, bem como Denver Amaral e Kayque Estevam Xavier, ambos do jiu-jitsu, e Gilberto Frossard, multicampeão no kickboxing. Mas há também espaço para o kettlebell, modalidade onde os contemplados Marcelo Spinelli e Suellen Nunes brilham, não só em competições, como também na promoção da saúde e do bem estar de seus alunos.

Outro esporte com atletas beneficiados é o crossfit, no qual Luciana Canella e Bernardo Torquato, por exemplo, levam o nome de Nova Friburgo para algumas das principais competições do país. Também há espaço para o Futebol de Mesa, com o talentoso Vinicius Esteves, e para aqueles que se destacam com a bike nas pistas, a exemplo de Izaias Teixeira e Bruno Baeta. Todos esses contemplados participarão de uma cerimônia de entrega de certificados no dia 19 de março, no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura.

O programa Bolsa Atleta foi instituído em julho de 2023. Os atletas e paratletas foram selecionados a partir de uma avaliação sobre alguns critérios específicos, feita por uma Comissão Julgadora, formada por membros do Conselho Municipal de Esportes.

 

Relação dos contemplados

 

Bolsas de Nível Internacional:

  • Larissa Helena da Conceição dos Santos
  • Helena Barroso Schueler dos Santos
  • Arthur Martins de Oliveira Naranjo
  • Rodrigo Rodrigues da Silva


Bolsas de Nível Nacional:

  • Jessica dos Santos Reis
  • Marnie da Rocha Fortes
  • Luciana Ieker Canella
  • Suellen Nunes Carreiro
  • Pedro Henrique Dugin Monnerat de Azevedo
  • Bernardo Torquato Costa
  • Bruno Mertz Baeta Neves
  • Denver Santos Amaral
  • Marcelo Spinelli Soares Carvalho
  • Matheus Campos Faustino
  • Lucas Gripp Silveira
  • Joao Lucas Araujo de Souza
  • Tiago da Silva
  • Felipe de Moura Tavares Jaccoud
  • Hiury Alves Rocha
  • Luiz Antonio Nepomuceno Silva Junior

 

Bolsas de Nível Regional:

  • Jasminy Junger Leandro
  • Maria Eduarda Bellinger
  • Laiza Larentes Silva
  • Livia Comini Neves
  • Kethllen Rodrigues de Souza
  • Nicole Rodrigues Chelis
  • Victória da Silva Affonso
  • Anna Luiza Fernandes Leal
  • Izaias de Oliveira Teixeira
  • Italo de Lima Fernandes
  • Gilberto Frossard Chermaut
  • Lucas da Silva Ramos
  • Kayque Estevam Xavier
  • Lucas Moraes da Rosa
  • Brayan Martins Resende
  • Ryan Viana Schuindt da Silva Costa
  • Bruno Ismerio Borher
  • João Felipe Queiroz Guedes da Rocha
  • Bernardo Cypriano Rodrigues
  • Igor Carneiro Bittencourt Viana
  • Matheus Jardim Ramos
  • Davi Perrone Muniz Braga
  • Thomas de Souza Schumacker
  • Vinicius Abreu Esteves
  • Matheus Silva de Paiva
  • Kauay Texeira Cardoso
  • Gabriel Debossan de Oliveira
  • Wanderson Breder
  • Rafael Otavio Teixeira
  • Francisco Gabriel Melo Barbosa
  • Foto da galeria

    Menina prodígio, Helena Barroso é uma das contempladas com o Nível Internacional (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

  • Foto da galeria

    O Bolsa Atleta deste ano irá beneficiar um total de 50 atletas e paratletas de Nova Friburgo (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Cambucazeiro, esse ilustre desconhecido

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Apesar de ser árvore símbolo de um município do norte fluminense, fazer parte de uma cantiga popular e produzir um fruto muito apreciado, o cambucá é desconhecido da maioria dos brasileiros. Na lista das espécies em extinção, esta árvore nativa da Mata atlântica tem propriedades alimentícias, poderes medicinais, pode ser industrializada e servir de reflorestamento para recuperação ambiental. Aliás, foi em função disso que resolvi reproduzir um artigo que escrevi aqui em A VOZ DA SERRA, ainda nos tempos da faculdade de Comunicação Social.

Apesar de ser árvore símbolo de um município do norte fluminense, fazer parte de uma cantiga popular e produzir um fruto muito apreciado, o cambucá é desconhecido da maioria dos brasileiros. Na lista das espécies em extinção, esta árvore nativa da Mata atlântica tem propriedades alimentícias, poderes medicinais, pode ser industrializada e servir de reflorestamento para recuperação ambiental. Aliás, foi em função disso que resolvi reproduzir um artigo que escrevi aqui em A VOZ DA SERRA, ainda nos tempos da faculdade de Comunicação Social. Me veio à memória, ao ver aquele local onde se vendem arvores da Mata Atlântica, sempre que passamos pela estrada de acesso a Lumiar. Será que eles têm ou podem obter mudas do Cambucazeiro?

O Plinia edulis (antiga Marlieira edulis), da família da Myrtaceae, é uma árvore frondosa de rara beleza e floração branca, tem frutos amarelados e pode ser encontrada desde Santa Catarina até o Rio de Janeiro. Da mesma espécie da jabuticabeira - tanto flor como fruto nascem colados ao tronco ou nos galhos, o contraste das suas cores lhe garante valor ornamental, diferente da parenta mais conhecida.

Seu fruto, medindo entre dois e meio e quatro centímetros de diâmetro, muito saboroso quando maduro é, porém, desconhecido da maioria da população. No entanto, eles são apreciados por muitos pássaros, o que aumenta seu valor, em função da contribuição à alimentação da fauna local.

Considerada uma raridade da Mata Atlântica, sua presença, hoje, está restrita a poucos quintais domésticos. Aqueles que o conhecem e apreciam seus frutos, como Eduardo Souza, colunista de “O Guarujá”, de Ubatuba-SP, dizem “ainda sentir a boca se encher de água”, quando menciona o cambucá. Para Eduardo, isso o remete aos tempos de infância, quando com estilingue nas mãos, se embrenhava nas matas para arrancar a estilingadas os frutos da árvore. Regina Thurler, ex-funcionária do INSS de Nova Friburgo, lembra-se de uma cantiga dos tempos de infância que dizia mais ou menos assim: “Laranja madura; melão; cambucá; pimenta de cheiro; mingau de cará.”

Ela é uma arvore com muitas utilidades, cem gramas do fruto do cambucá contêm 66 calorias distribuídas em 15g de carboidratos; 1,7g de proteínas; e 0,8g de lipídeos. Na sua composição ainda encontramos 21g de cálcio; 22g de fósforo; e 0.3g de ferro. A fruta pode ser consumida nos regimes alimentares por quem tem colesterol elevado e pela população diabética, dentro da dieta habitual.

 Além de suas propriedades alimentícias, o cambucazeiro também faz parte da flora medicinal brasileira. Segundo o dr. J. Monteiro da Silva, suas folhas, sob a forma de infusão, são muito úteis no tratamento das bronquites, no combate à tosse e, sobretudo, na coqueluche, uma doença que tanto atormenta nossas crianças. Elas servem também para aqueles que necessitam melhorar as defesas orgânicas. 

Com uma altura que varia de cinco a dez metros, a madeira do cambucá tem valor comercial, sendo utilizada na fabricação de cabos de ferramentas e de alguns instrumentos de uso na agricultura. Pode ser aproveitada também na construção civil e mesmo na fabricação de móveis.

Numa tentativa de preservação da espécie, a partir da lei municipal 605/2003, o cambucazeiro foi transformado em árvore símbolo do município vizinho de Cantagalo. Os ecologistas locais estão investindo na sua cultura, através de uma parceria entre a Sociedade Ecológica Cantagalense (Secan) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para a produção de mudas, no horto florestal da cidade. Desse modo, esperam reviver o Parque Municipal de Cambucás que infelizmente conta hoje com apenas uma única representante.

Essa ilustre desconhecida tem apenas um senão: leva muito tempo para se tornar adulta e dar frutos. Com dois anos de idade, atinge um metro e meio, menos da metade da sua altura quando adulta.

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Histórias alheias

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Tudo depende de como se conta

Com todo respeito aos autores (que já não podem me contestar), contarei hoje três histórias que não são de minha autoria, como fica declarado desde o título. Eu as conheci lendo algum livro ou revista, ouvindo alguém contar ou juntando pedaços de filmes a que assisti. Talvez esquecendo um pouco, ou inventando outro tanto. Mas, na essência, são assim mesmo.

Tudo depende de como se conta

Com todo respeito aos autores (que já não podem me contestar), contarei hoje três histórias que não são de minha autoria, como fica declarado desde o título. Eu as conheci lendo algum livro ou revista, ouvindo alguém contar ou juntando pedaços de filmes a que assisti. Talvez esquecendo um pouco, ou inventando outro tanto. Mas, na essência, são assim mesmo.

A primeira é do escritor W. Somerset Maughan e serve de epígrafe ao livro “Encontro em Samarra”, de John O´Hara. Vamos a ela. Um rico mercador manda seu empregado à feira. Chegando lá, o homem esbarra em uma mulher. Quando ela se vira, ele reconhece que tem diante de si a Morte em pessoa. Apavorado, volta correndo e pede ao seu patrão que lhe dê um cavalo para que ele possa fugir para Samarra, onde a Morte não o encontrará. E parte em disparada.

O mercador vai então à feira e, encontrando a Indesejada das Gentes, lhe pergunta por que ela havia assustado o pobre criado. Resposta da Morte: “Eu não quis assustá-lo, apenas fiquei surpresa de encontrá-lo aqui, pois tenho um encontro com ele hoje à noite em Samarra”.

Moral da história: dela ninguém escapa.

Segunda história. Uma pesquisadora americana estava investigando sua árvore genealógica quando se deparou com um criminoso entre seus antepassados. No velho oeste, o homem tinha sido ladrão de gado e assaltante de trem. Preso, passou alguns anos na cadeia, mas, quando libertado, voltou ao mundo do crime. Novamente capturado, balançou na forca em praça pública, sob gritos e aplausos da população aliviada.

A pesquisadora, sabendo que um senador era do mesmo ramo da família, mandou perguntar se ele tinha alguma informação sobre aquele parente. Ela teve a prudência de não informá-lo sobre o que já tinha descoberto. O ilustre homem público respondeu que se tratava de alguém que havia se dedicado aos negócios ferroviários e de criação de gado. Mudando de atividade, durante algum tempo estivera trabalhando num órgão do governo. Encerrado aquele período, voltou às atividades anteriores, só as deixando por ocasião de sua morte, aliás assistida por grande número de pessoas, que lotaram o centro da cidade para dele se despedir.

Moral da história: tudo depende de como se conta.

Para terminar. Durante a Guerra Civil americana, foi inaugurado em Getttysburg um cemitério em memória dos mortos na batalha sangrenta e decisiva ali travada contra os Confederados. Encarregado das providências, o governador da Pensilvânia pediu a um advogado famoso que fizesse o discurso. Depois de muita demora, o discurso ficou pronto, e só então, duas semanas antes da data marcada, se lembraram de convidar o Presidente Lincoln.

O discurso do advogado durou duas horas e caiu no merecido esquecimento. Lincoln falou por dois minutos, e suas palavras ficaram para a História. O discurso terminou com a frase célebre e nunca suficientemente repetida: “Que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da terra”.

Moral da história: não importa o quanto se fala, e sim o quê e como se fala.

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Na briga

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Rio e Niterói representam o Brasil na candidatura para sediar Pan de 2031

       A Assembleia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovou a candidatura conjunta das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói para sediar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2031.

Rio e Niterói representam o Brasil na candidatura para sediar Pan de 2031

       A Assembleia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovou a candidatura conjunta das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói para sediar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2031.

        O ministro do Esporte, André Fufuca, participou da reunião ao lado dos prefeitos Eduardo Paes e Rodrigo Neves. A possível escolha dos dois municípios também pode trazer consequências positivas para Nova Friburgo e todo o interior do Estado, uma vez que os olhos de todo o mundo, poderão, mais uma vez, se voltarem para o Brasil.

Após a aprovação pelo COB, Fufuca destacou o impacto positivo que uma competição desse porte pode trazer para o país. “Agora iremos trabalhar para garantir um legado. Acredito que os benefícios dos Jogos não ficarão restritos ao alto rendimento, mas também ao esporte de base, alcançando comunidades, periferias, distritos e povoados. O esporte, aliado à educação, é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade”, afirmou o ministro.

        A região já recebeu grandes eventos esportivos, como os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2007, as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. “Temos um Pan-Americano pronto, assim como temos uma Copa do Mundo Feminina pronta. As estruturas e a logística estão 90% executadas. O governo federal estará ao lado para realizarmos os melhores Jogos da história”, acrescentou Fufuca.

        A cidade do Rio de Janeiro ainda sediará em 2025, o Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, com o apoio do Ministério do Esporte (MEsp).

        Os prefeitos Rodrigo Neves e Eduardo Paes também enfatizaram a importância do legado esportivo e os trabalhos que serão realizados caso as cidades sejam escolhidas. “O legado esportivo será extraordinário. Temos condições de, nos próximos seis anos, trabalhar para construí-lo”, disse Neves.

        “Reiteramos o compromisso de, caso sejamos bem-sucedidos e conquistemos a oportunidade de sediar os Jogos, priorizar os atletas, o esporte e a evolução do esporte brasileiro. Além disso, deixaremos um legado duradouro para as cidades e estaremos ao lado do comitê organizador”, completou Paes.

        Nos próximos passos, Rio e Niterói enviarão um relatório detalhado à Panam Sports, explicando como as modalidades serão divididas entre as cidades. Até abril, a entidade analisará a proposta e poderá aprová-la ou solicitar ajustes. A escolha da cidade-sede está prevista para agosto.

“O COB mostrou a maturidade do movimento olímpico brasileiro nesta quarta-feira. Ficamos muito felizes em ter uma candidatura brasileira pleiteando a realização dos Jogos Pan-Americanos, com duas cidades irmãs, Rio de Janeiro e Niterói. Desejo muita sorte e trabalho duro às equipes das cidades candidatas e tenho certeza de que, por aqui, no movimento olímpico, nos manteremos cada vez mais atentos para contribuir permanentemente com a evolução do esporte no Brasil”, pontuou o presidente do COB, Marco La Porta.

Para o MEsp, a realização dos Jogos Pan-Americanos e Parapanamericanos em solo brasileiro será uma oportunidade a mais para a nossa torcida ver de perto a qualidade do desempenho alcançado pelos nossos atletas, que certamente conquistarão vitórias e quebrarão recordes, reafirmando a condição brasileira de potência esportiva mundial.

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O ministro do Esporte, André Fufuca, participou de evento com as demais autoridades (Foto: Mariana Raphael/MEsp)
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A qualidade literária

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Estava revendo textos que venho arquivando ao longo dos anos, uma coletânea elaborada por estudiosos em várias áreas das Ciências Humanas, resumos de palestras a que assisti e anotações decorrentes de reflexões pessoais. Folheando uma pasta e outra, me deparei com um tema que atrai minha atenção: a qualidade literária.

Estava revendo textos que venho arquivando ao longo dos anos, uma coletânea elaborada por estudiosos em várias áreas das Ciências Humanas, resumos de palestras a que assisti e anotações decorrentes de reflexões pessoais. Folheando uma pasta e outra, me deparei com um tema que atrai minha atenção: a qualidade literária.

Já participei de seminários que apresentavam o tema sobre diversos pontos de vista. Possivelmente essa questão tem recebido atenção de escritores, educadores, psicoterapeutas e outros profissionais porque, hoje, textos mal elaborados são veiculados e lidos por crianças e jovens. O que me preocupa posto que a literatura tem força para influenciar o leitor.

Faço questão de ressaltar que o livro é um produto de consumo que pode ser adquirido como qualquer outro, como um perfume ou um sapato. Pode ser comprado em sites, livrarias, nas estantes dos supermercados, bancas de jornais e em feiras literárias. Está submetido às leis da oferta e da procura do mercado consumidor e sujeito às competições sedutoras do marketing, que nunca perde!

A qualidade literária é um conceito subjetivo, individual e coletivo, uma vez que sua avaliação precisa considerar a dinâmica cultural que se estabelece em cada tempo e lugar. Seu julgamento não pode desconsiderar o respeito aos fatos da língua, em nosso caso, à Língua Portuguesa, a beleza e criatividade no emprego das palavras, bem como à originalidade do tema.

A obra literária de qualidade tem potencial para aprimorar a existência humana na medida em que o texto trata de questões relevantes à vida com sensibilidade, o que a torna relevante à formação do cidadão crítico, à compreensão do outro, ao entendimento dos povos e à apreensão dos valores culturais.

A obra literária de qualidade resulta de uma produção textual pensada, isto é, que considera a hierarquia temática, sintática e gramatical a quem se destina. Um texto para ser absorvido por crianças de oito anos emprega uma linguagem compatível com a faixa etária do leitor. Entretanto, um livro infantojuvenil de qualidade, como o “O Pequeno Príncipe”, pode ser lido por pessoas de qualquer idade.

O livro com qualidade literária além de ser uma proposta de leitura interessante, permanece vivo no tempo, como “Crime e castigo”, de Fiódor Dostoiévski, “A volta ao mundo em 80 dias”, de Júlio Verne, ou “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.

Bons livros fazem sonhar, descortinam horizontes ao apresentar novas possibilidades ao leitor. Além do mais são fontes de prazer e boas companhias para os momentos de descanso e quando pouco ou nada se tem a fazer.

A alma do livro está enraizada na significação que oferece ao leitor. Ao ler, ele se vê na narrativa, sente a emoção dos personagens, enriquece seu modo de perceber a vida.

Acima de tudo, o livro de qualidade literária permite a comunicação entre os povos em tempos e lugares distintos.

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Processo iniciado

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

CBF escolherá centros de treinamento para Copa Feminina; Nova Friburgo tentou em 2014

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) abriu processo para identificar centros de treinamento que possam receber as seleções participantes da Copa do Mundo Feminina, que será sediada, pelo Brasil, em 2027. O objetivo é reunir, ao menos, 50 opções em um catálogo virtual. Os locais escolhidos vão ser apresentados aos times pela Federação Internacional de Futebol (FIFA).

CBF escolherá centros de treinamento para Copa Feminina; Nova Friburgo tentou em 2014

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) abriu processo para identificar centros de treinamento que possam receber as seleções participantes da Copa do Mundo Feminina, que será sediada, pelo Brasil, em 2027. O objetivo é reunir, ao menos, 50 opções em um catálogo virtual. Os locais escolhidos vão ser apresentados aos times pela Federação Internacional de Futebol (FIFA).

Todas as cidades do território nacional podem participar do processo, desde que se encaixem no perfil exigido pela FIFA. Os requisitos mínimos são estruturas adequadas para treinamentos, hotéis de 4 ou 5 estrelas localizados próximos aos campos e distância máxima de 1 hora dos aeroportos, que devem comportar aeronaves com capacidade de transportar, no mínimo, 120 passageiros. As indicações recebidas passarão por análises técnicas e visitas de inspeção.

A escolha final da hospedagem vai ser feita pelas próprias seleções. De acordo com a CBF, os espaços devem ficar disponíveis para uso exclusivo dos times por aproximadamente 45 dias.

Nova Friburgo já pleiteou receber uma Seleção na Copa do Mundo de 2014, se candidatando para ser um dos Centros de Treinamento de Seleções (CTS). A Prefeitura chegou a participar do Seminário de CTS da Federação Internacional de Futebol (Fifa), sendo representada por Renato Satyro, então secretário municipal de Esportes e Lazer.

O evento, realizado em Vitória, no Espírito Santo, visou esclarecer aos candidatos os itens que seriam avaliados na escolha de um CT, sendo eles: aspectos técnicos, de segurança, turismo, negócios e acomodações das seleções de futebol. Uma equipe do Comitê Organizador da Copa chegou a visitar Nova Friburgo para avaliar as condições do complexo do Friburguense Atlético Clube, englobando o estádio Eduardo Guinle, academia e Ginásio Helena Deccache.

Os CTS foram utilizados para os treinos antes de a Copa começar, sendo realizada a aclimatação dos jogadores, isso nos 30 dias anteriores aos jogos. O local engloba campo, estádio e hotel, representados em Nova Friburgo pelo complexo esportivo do Friburguense e o Hotel Bucsky.

Apesar da boa avaliação, alguns fatores pesaram para que a cidade não fosse escolhida. Dentre eles, o fato de não possuir, ao menos, um aeroporto de pequeno porte e de não ter, na rede hoteleira, à época, um mesmo hotel com determinada quantidade de quartos disponíveis para abrigar uma delegação.

Foto da galeria
O Eduardo Guinle chegou a receber visita de comitiva, à época, mas as tratativas não avançaram (Foto: Divulgação)
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Papa: 2025 – Ano Jubilar da Esperança

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Sinais de esperança

Parte 5

Sinais de esperança

Parte 5

Capítulo 13 – Não poderão faltar sinais de esperança em relação aos migrantes, que deixam a sua terra à procura de uma vida melhor para si próprios e suas famílias. Que as suas expetativas não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos! Ao acolhimento, que no respeito pela sua dignidade abre os braços a cada um deles, junte-se a responsabilidade, de modo que a ninguém seja negado o direito de construir um futuro melhor. A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social.

Possa a comunidade cristã estar sempre pronta a defender os direitos dos mais débeis. Generosamente abra de par em par as portas do acolhimento, para que nunca falte a ninguém a esperança duma vida melhor. Ressoe nos corações a Palavra do Senhor que, na grande parábola do juízo final, disse: «Era estrangeiro e acolhestes-me», porque «sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 35.40).

14. Sinais de esperança merecem-nos os idosos, que muitas vezes experimentam a solidão e o sentimento de abandono. Valorizar o tesouro que eles são, a sua experiência de vida, a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar, é um empenho da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar em conjunto em prol da aliança entre as gerações.

Dirijo um pensamento particular aos avôs e às avós, que representam a transmissão da fé e da sabedoria de vida às gerações mais jovens. Sejam amparados pela gratidão dos filhos e pelo amor dos netos, que neles encontram as suas raízes, compreensão e estímulo.

15. E sentidamente, invoco a esperança para os milhares de milhões de pobres, a quem muitas vezes falta o necessário para viver. Face à sucessão de renovadas vagas de empobrecimento, corre-se o risco de nos habituarmos e resignarmos. Mas não podemos desviar o olhar de situações tão dramáticas, que se veem já por todo o lado, e não apenas em certas zonas do mundo. Todos os dias encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, por vezes, podem ser nossas vizinhas de casa. Frequentemente, não têm uma habitação nem alimentação suficiente para o dia. Sofrem a exclusão e a indiferença de muitos.

É escandaloso que, num mundo dotado de enormes recursos destinados em grande parte para armas, os pobres sejam «a maioria (…), milhares de milhões de pessoas. Hoje são mencionados nos debates políticos e econômicos internacionais, mas com frequência parece que os seus problemas se coloquem como um apêndice, como uma questão que se acrescenta quase por obrigação ou perifericamente, quando não são considerados meros danos colaterais. Com efeito, na hora da implementação concreta, permanecem frequentemente no último lugar».  Não esqueçamos: os pobres são quase sempre vítimas, não os culpados.

16. Fazendo ecoar a palavra antiga dos profetas, o Jubileu lembra que os bens da terra se destinam a todos, e não a poucos privilegiados. É preciso que seja generoso quem possui riquezas, reconhecendo o rosto dos irmãos em necessidade. Penso de modo particular naqueles que carecem de água e alimentação: a fome é uma chaga escandalosa no corpo da nossa humanidade, e convida todos a um rebate de consciência. Renovo o apelo para que, «com o dinheiro usado em armas e noutras despesas militares, constituamos um Fundo global para acabar de vez com a fome e para o desenvolvimento dos países mais pobres, a fim de que os seus habitantes não recorram a soluções violentas ou enganadoras, nem precisem de abandonar os seus países à procura duma vida mais digna».

Outro convite premente, tendo em vista o Ano Jubilar, destina-se às nações mais ricas, para que reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las. Mais do que magnanimidade, é uma questão de justiça, agravada hoje por uma nova forma de desigualdade de que se vai tomando consciência: «Com efeito, há uma verdadeira “dívida ecológica”, particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efetuado historicamente por alguns países». 

Como ensina a Sagrada Escritura, a terra pertence a Deus e todos nós vivemos nela como «estrangeiros e hóspedes» ( Lv 25, 23). Se queremos verdadeiramente preparar no mundo a senda da paz, empenhemo-nos em remediar as causas remotas das injustiças, reformulemos as dívidas injustas e insolventes, saciemos os famintos.

17. Durante o próximo Jubileu, ocorrerá um aniversário muito significativo para todos os cristãos: completar-se-ão 1700 anos da celebração do primeiro grande Concílio ecumênico, o de Niceia. É bom lembrar que já em diversas ocasiões, desde os tempos apostólicos, os Pastores se reuniram em assembleia com a finalidade de tratar temáticas doutrinais e questões disciplinares. Nos primeiros séculos da fé, multiplicaram-se os Sínodos tanto no Oriente como no Ocidente cristão, mostrando como era importante guardar a unidade do Povo de Deus e o anúncio fiel do Evangelho. O Ano Jubilar poderá ser uma importante oportunidade para tornar concreto este modo sinodal, que hoje a comunidade cristã sente como expressão cada vez mais necessária para melhor corresponder à urgência da evangelização: todos os batizados, cada qual com o próprio carisma e ministério, se sintam corresponsáveis pela mesma a fim de que muitos sinais de esperança deem testemunho da presença de Deus no mundo.

O Concílio de Niceia teve a missão de preservar a unidade, então seriamente ameaçada pela negação da plena divindade de Jesus Cristo e da sua igualdade com o Pai. Estiveram presentes cerca de 300 bispos que, convocados sob impulso do imperador Constantino em 20 de maio de 325, se reuniram no palácio imperial. Depois de vários debates, todos, com a graça do Espírito, se reconheceram no Símbolo de fé que ainda hoje professamos na Celebração Eucarística dominical. Os padres conciliares quiseram iniciar aquele Símbolo empregando pela primeira vez a expressão «Nós cremos»,  testemunhando que, naquele «Nós», todas as Igrejas se encontravam em comunhão e todos os cristãos professavam a mesma fé.

O Concílio de Niceia é um marco miliário na história da Igreja. O aniversário da sua realização convida os cristãos a unirem-se no louvor e agradecimento à Santíssima Trindade e, em particular, a Jesus Cristo, o Filho de Deus, «consubstancial ao Pai», que nos revelou este mistério de amor. Mas Niceia constitui também um convite a todas as Igrejas e Comunidades eclesiais para avançarem rumo à unidade visível, não se cansando de procurar formas apropriadas para corresponder plenamente à oração de Jesus: «Que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste» ( Jo 17, 21).

No Concílio de Niceia, tratou-se também da data da Páscoa. A este respeito, ainda hoje existem posições diferentes, que impedem de celebrar, no mesmo dia, o evento fundante da fé. Por uma circunstância providencial, isso acontecerá precisamente neste 2025. Seja isto um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno duma data comum para a Páscoa. Vale a pena recordar que muitos desconhecem as diatribes do passado e não entendem como possam subsistir divisões a tal propósito.”

Fonte: Bula “Spes non Confundit”

Vaticano

Papa Francisco

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