Botafogo mostra sua força e vence o Paris Saint Germain

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Poderia escrever, hoje, sobre vários assuntos como, por exemplo, o falecimento, na terça 17, da minha professora da Comunicação Social e grande amiga, Cristina Gurjão, a quem devo a minha formação jornalística ou ainda da minha viagem de uma semana, num cruzeiro, pelos rios Negro e Solimões, mas esses assuntos ficarão para as próximas colunas. Hoje, minha veia alvinegra me fez optar pela vitória maiúscula do Botafogo, quinta- -feira, 19, onde jogadores como Marlon Freitas, Igor Jesus, Savarino, Alex Telles, Gregore e Allan foram os expoentes de um time vencedor, na vitória sobre o Paris Saint Germain. De um lado o campeão da Libertadores da América 2024, do outro o campeão da Champions League 2024, 2025.

Como é de hábito nessa comprometida mídia brasileira, jornalistas esportivos de vários veículos televisivos, do alto de uma empáfia ridícula, apregoavam aos quatro ventos que o problema não era discutir a derrota do Botafogo, mas sim qual seria o placar. Torciam, inclusive, por uma goleada, para mais uma vez denegrirem o plantel alvinegro. Apregoavam que o campeão europeu era infinitamente superior ao brasileiro e que este não teria a mínima chance de vitória. Expunham, a olhos vistos, o velho complexo de cachorro vira lata, tão apregoado pelo genial jornalista Nelson Rodrigues. Aquele complexo que nos faz sempre pensar sermos inferiores aos europeus. O resultado mostrou que o time francês não soube sair do nó tático que Renato Paiva, técnico do Fogão, armou para anular as principais jogadas do adversário. Apesar da maior posse de bola, pouco ameaçou o gol do alvinegro carioca.

Não guardei nomes, pois não me interesso por esses homens da mídia que não sabem fazer outra coisa, a não ser denegrir o futebol brasileiro, no geral e engrandecerem, apenas, Flamengo e Palmeiras, como os únicos dignos representantes do futebol tupiniquim. Mas, foi ridículo desprezarem o Botafogo, atual campeão brasileiro e das Américas, com um futebol que deixou para trás, rubro-negros e alviverdes, no ano passado. Aliás, esses jornalistas, muitos deles sem diploma, denigrem a classe, pois o nível nunca foi tão baixo.

Por uma questão de gestão, afinal o Fogão, atualmente, é uma SAF que junta o lado esportivo com o financeiro e, portanto, tem de ter um time à altura para colher vitórias e campeonatos, mas, também, gerar lucros para o investidor. E esse lucro, na maioria das vezes, advém da venda de jogadores que se destacam. Claro que para o torcedor, a manutenção do plantel, por duas ou três temporadas, é o que interessa já que se tem a expectativa de ganhar vários campeonatos. Vide o Palmeiras que apesar de não ser uma SAF, é bancado por uma instituição financeira de porte. Isso faz com que o time colecione uma gama de campeonatos ganhos, nos últimos cinco anos.

Assim, o Botafogo foi campeão de dois campeonatos de peso, mas viu nove de seus jogadores, entre reservas e titulares, serem vendidos, ao final da temporada. Apesar da espinha dorsal do time vencedor ser mantida, perdas como as de Luís Henrique, Almada e Júnior Santos foram sentidas. Novos jogadores foram adquiridos, mas nem sempre os substitutos estão à altura dos que partiram ou levam tempo a se entrosarem, principalmente quando jogam na Europa, América Latina ou Ásia, onde o tipo de jogo é diferente do brasileiro.

No entanto, passados os três primeiros meses de reconstrução do plantel botafoguense, o recado começou a ser dado em campo, com o time classificado para as etapas seguintes das copas do Brasil, da Libertadores da América e ocupando, no momento, o sexto lugar do Brasileirão 2025. Mas aqui, diga-se de passagem, jogou apenas treze das trinta e oito rodadas previstas. Com a subida de produção do elenco alvinegro, com os que chegaram começando a mostrar serviço, acredito que até o final do primeiro turno, estaremos entre os quatro primeiros, sendo de novo real pretendente ao bicampeonato.

A vitória sobre o Paris Saint Germain foi maiúscula, mostrando que o Botafogo continua a ser um time que tem postura tática com alternativas de jogo segundo o adversário, mostra competitividade e, acima de tudo, espírito de luta que não deixa ninguém se acomodar em campo. Tem uma estratégia a ser cumprida e a faz com objetividade. A vitória de quinta-feira sobre um time europeu numa competição de cunho internacional é a primeira em treze anos de um time brasileiro, pois a última foi a do Corinthians, em 2012, quando venceu o Chelsea da Inglaterra e sagrou-se campeão do mundo, na versão anterior dessa competição.

Os atuais representantes brasileiros, na primeira copa mundial de clubes, promovida pela Fifa, estão bem tendo o Botafogo como líder do grupo B, o Palmeiras está na liderança do grupo A, o Flamengo lidera o grupo D e o Fluminense está na primeira colocação do grupo F.  Diga-se de passagem, que o alvinegro do Rio é o único, entre os brasileiros, a ter de enfrentar dois times europeus. No jogo final da fase de classificação, contra o Atlético de Madri, bastaria um empate para ser o primeiro do grupo.

Com a derrota por um a zero, frente ao Atlético de Madri, na segunda-feira, 23, o Botafogo vai enfrentar o Palmeiras, sábado que vem, pelas oitavas de final. O Palmeiras, ao empatar com o Internacional de Miami, conseguiu a primeira colocação no seu grupo. Quanto ao Flamengo e Fluminense, não tenho como destacar, pois não terei tempo hábil para esperar os resultados.

Publicidade
TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.