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Ao cheiro e ao gosto do café

terça-feira, 08 de outubro de 2024

A vida é cheia de coincidências. Por que não será entre colunistas de jornal? Faz uns dias que senti uma emoção prazerosa ao fazer o café da manhã. Na maioria das vezes o faço de modo automático, quase de olhos fechados. Mas naquela manhã ensolarada, escutando os passarinhos e os cachorros da vizinhança a latir, senti uma sensação diferente. Parece que preparava algo para uma visita nobre e de cerimônia. Este alguém era eu. Talvez porque estivesse me sentido majestosa diante daquele dia, não mais do que uma data comum carregada de simplicidade.

A vida é cheia de coincidências. Por que não será entre colunistas de jornal? Faz uns dias que senti uma emoção prazerosa ao fazer o café da manhã. Na maioria das vezes o faço de modo automático, quase de olhos fechados. Mas naquela manhã ensolarada, escutando os passarinhos e os cachorros da vizinhança a latir, senti uma sensação diferente. Parece que preparava algo para uma visita nobre e de cerimônia. Este alguém era eu. Talvez porque estivesse me sentido majestosa diante daquele dia, não mais do que uma data comum carregada de simplicidade.

Depois que coloquei o café no filtro e medi a quantidade de água numa chaleira de ágata branca que uso exclusivamente para esta finalidade, comecei a derramar um filete de água sobre o pó e a mexer com uma pequena espátula de madeira que, também, apenas a uso no preparo do café. O cheiro forte do café foi adentrando em mim como um convidado de honra. A cada inspiração, o aroma entranhava nas minhas células que despertavam de uma noite de sono. Naqueles instantes, tudo parou; o mundo era apenas eu fazendo o café da manhã. A felicidade, então, com um jeito alegre, foi se chegando a cada mexida que dava no coador de café, fazendo com que a vontade de cantar se aproximasse improvisada. Uma fome atrevida se movimentou no meu estômago, querendo degustar aquele café com torradas e queijo fresco.

Para minha surpresa, antes de iniciar a construção deste texto, li a coluna “Escrevivendo” do meu amigo e colunista deste jornal, Robério José Canto, em que abordou o café da manhã sob outro ponto de vista. Logo pensei ser uma persistência repetir o tema. Assim, tomada de dúvidas, passei uma mensagem ao Robério e trocamos ideias a respeito. Mas ele, como sempre, me estimulou a escrevê-la. Então decidi ir em frente. Aprendi, nos tempos de universidade, que todos os temas possuem inúmeros pontos de vista a serem explorados. Eu vou explorar a ideia do prazer em fazê-lo e degustá-lo como um culto ou um ritual. Como um momento nobre que não tem hora nem lugar.

Fazer o café é o mesmo que preparar um brinde à vida. Sempre fumegante, é um modo de nos aquecer em todos os sentidos. Há momentos em que a gente precisa, quando sozinhos, saldar o instante e, quando acompanhados, compartilhá-lo. Já ouvi dizer que o melhor da festa é a preparação. Com o café acontece o mesmo, desde a escolha do pó. Ora pois sim, são tantas as qualidades a serem observadas que vão desde a pureza do pó e a credibilidade do fabricante, até a data de fabricação e embalagem preservada.

O café é um bom companheiro e um ótimo ouvinte daquele que sente necessidade de refletir sobre os fatos da vida. Ah, meu amigo leitor, já pensou nas situações que podem ser resolvidas ao cheiro e ao gosto do café? Além de ser um momento propício para trocar ideias e debater uma questão mais delicada. Melhor ainda é continuar uma conversa degustando o café, sentindo o seu gosto único tomar conta da boca, tornando aquele momento inesquecível. Como também o sabor do café pode amenizar os ânimos e ser um bom motivo para pausar o trabalho.

Robério gosta de tomar café com os amigos à tarde. O assunto literário sempre vem se enroscando nas conversas, desde livros, autores e situações vivenciadas. Assunto é que nunca falta, um vai puxando o outro sem deixar a hora passar. Aí, o café sempre confirma a proposição: a literatura faz amigos.

Gosto de escrever de manhã, tomando café. Parece que a rotina matinal me faz nascer ideias e facilita a fluidez narrativa. Tenho a impressão de que o café convida os personagens a sentarem ao meu lado e a se mostrarem. Faz com que os temas dancem com a fumaça que sai da xícara. É um momento cheio de magia.

Que tal, amigo leitor, vamos, num desses entardeceres, tomar café com broa de milho?

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Ônibus urbanos tem passagens majoradas

sábado, 05 de outubro de 2024

Edição de 5 e 6 de outubro de 1974

 

Manchetes 

Ônibus urbanos tem passagens majoradas - Além de autorizar o aumento no valor das passagens de ônibus em Friburgo, o prefeito Amâncio Azevedo enviou à Câmara Municipal uma mensagem pedindo a criação de uma taxa de utilização da rodoviária urbana. O valor será arrecadado pela firma Quevedo Ltda.

Edição de 5 e 6 de outubro de 1974

 

Manchetes 

Ônibus urbanos tem passagens majoradas - Além de autorizar o aumento no valor das passagens de ônibus em Friburgo, o prefeito Amâncio Azevedo enviou à Câmara Municipal uma mensagem pedindo a criação de uma taxa de utilização da rodoviária urbana. O valor será arrecadado pela firma Quevedo Ltda.

Polícia de Friburgo prende ladrões - Os policiais Paulo Crespo, Luís Carlos e Ariel, detiveram o casal José Carlos Rodrigues, solteiro, de 27 anos, e Maria Teresinha Medeiros, 40 anos, moradora de Duque de Caxias, quando se preparavam para aplicar o Conto do Paco, que é caracterizado por um maço, aparentemente de dinheiro, mas feito de folhas de jornais e envolto por uma cédula de dinheiro verdadeira. O casal foi detido e levado para a carceragem do bairro Vila Amélia. Outro flagrante aconteceu no bairro Olaria, envolvendo Paulo Cezar Mattos, 20 anos, e residente no Morro da Pedra, e J.P.C, de 14 anos. A menor foi encaminhada ao Juizado de Menores e Paulo Cezar está na Vila Amélia.

Justiça exalta Padilha - O desembargador Plínio Pinto Coelho, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, enalteceu a administração do governador Raymundo Padilha, na inauguração das novas instalações do Fórum de São Gonçalo, acentuando que, com atos,leais, deu nova força e vigor à magistratura fluminense. Afirmou também que "a disseminação de fóruns, em diversos municípios fluminenses e atos praticados pelo governador deram aos juízes melhores condições de trabalho.

Assessoria negra - O prefeito Amâncio Mário de Azevedo, tudo nos leva à crer, parece que, dentre os inúmeros assessores, tem um "assistente negro", isto é, aquele "assessor" que o induz à impopularidade, que o conduz à medida que só prejudicam o povo. Este povo que já é muito sacrificado em nossa cidade. Este "assessor", pode muito bem ser comparado à Rasputin, um Rasputin provinciano, que influi, motiva, sugere e, afinal, decide o que deve fazer o nosso pequeno szar do Palácio Barão de Nova Friburgo.

Feira de Arte neste fim de semana: Foi inaugurada a IV Feira de Artes de Nova Friburgo com apresentação do Grupo Artes do Sesc, conhecidos como Gas. O Gas leva ao Centro de Artes sua peça intitulada "Fim de um novo começo", sob a direção do conhecido homem de teatro Luiz Carlos Guaraldi. O espetáculo "Fim de um novo começo", participou do 8⁰ Festival de Teatro Amador do Estado do Rio de Janeiro, ocorrido em Campos recentemente, trazendo para Friburgo o prêmio de melhor ator daquele festival.

 

Pílulas 

     O Prefeito desta “mui querida e sofrida” cidade de Nova Friburgo acaba de contrair empréstimo de 700 milhões de cruzeiros antigos para aquisição de dois trayllers. O prefeito irá inaugurar um restaurante para o funcionalismo municipal no dia consagrado aos funcionários públicos.

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Valéria Vilaça (7); Alcinho Alves dos Reis e Valter Azevedo (8); Renato Knust (9); Salek Salles, Ruy Coelho da Rocha, Heródoto Filho e Amil Namen(10); Jofre Chaloube (11); Geraldo Magela (12); Ary Ventura, Maria Nazareth Amélio e Luiz Gustavo (12).

  • Estagiária sob a supervisão de Henrique Amorim

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Nosso representante

sexta-feira, 04 de outubro de 2024

Atleta de trail running, Daniel Abreu participa da maior prova do mundo

Dentre tantos talentos que Nova Friburgo apresenta, Daniel Abreu é daqueles que superam todos os limites possíveis. Técnicos, físicos e de espaço. Com a sua capacidade, representa o município e o país na “Copa do Mundo” do seu esporte: o trail running. Com 40 anos de idade, o designer e atleta amador pratica a modalidade há oito anos, e desde então alimentava o sonho de encarar a mística volta ao redor do maciço do Mont-Blanc.

Atleta de trail running, Daniel Abreu participa da maior prova do mundo

Dentre tantos talentos que Nova Friburgo apresenta, Daniel Abreu é daqueles que superam todos os limites possíveis. Técnicos, físicos e de espaço. Com a sua capacidade, representa o município e o país na “Copa do Mundo” do seu esporte: o trail running. Com 40 anos de idade, o designer e atleta amador pratica a modalidade há oito anos, e desde então alimentava o sonho de encarar a mística volta ao redor do maciço do Mont-Blanc.

“Antes de encarar esse desafio completei diversas provas de 20 a 100 quilômetros no Brasil e exterior. Todo o meu treinamento foi feito em Nova Friburgo, explorando principalmente as regiões de Três Picos e do Caledônia. Eu treino com o Pedro Mussi, da Agille, uma consultoria esportiva que organiza os meus treinamentos. Apesar da grande diferença de terreno, montanhas e estilo de vida dos atletas da Europa e de outros países mais desenvolvidos, acredito que é possível treinar e praticar o esporte com um nível cada vez melhor mesmo vivendo no Brasil”, conta Daniel.

Com a rotina de treinamentos, força de vontade e talento, o atleta se tornou o primeiro friburguense a participar e concluir o UTMB, a mais importante do trail running, um dos esportes que mais cresce no Brasil atualmente. Daniel Abreu foi 11º brasileiro, entre 36, a terminar a prova de 176 km, com o tempo de 37 horas e 14 minutos.

 

O UTMB

O UTMB é uma corrida de montanha (trail running), considerada a mais importante e famosa do mundo. Por ter um percurso que cruza França, Itália e Suíça, fazendo uma volta completa em torno do Maciço do Mont-Blanc, a prova se tornou objeto de desejo de todos os praticantes deste esporte pelo mundo, e é considerada a Copa do Mundo do Trail Running.

O evento acontece em Chamonix, França, e reúne os melhores atletas do mundo deste esporte em uma semana intensa de atividades. São mais de 10 mil atletas divididos em oito competições, com distâncias que variam de 15km a 300km. E apesar de ser um sonho para todos os praticantes de trail running, estar na linha de largada do evento não é tarefa fácil. Tão longo quanto o percurso, o caminho até lá envolve coleta de pontos e índices em outras provas ao longo do ano. Fora a boa dose de sorte, uma vez que a quantidade de atletas interessados é bem superior à quantidade de vagas disponíveis. Sendo assim, a organização precisa sortear quem poderá participar a cada ano. 

No ano passado o grupo UTMB trouxe uma de suas provas classificatórias para o Brasil, em Paraty. Quem participa deste evento coleta as chamadas “running stones” do UTMB, para que seja possível tentar se inscrever para o evento que acontece em Chamonix. A edição de 2024 foi a 21ª edição do evento: a primeira aconteceu em 2003 e apenas 68 atletas concluíram o percurso.

A distância mais famosa e desejada do UTMB são os 176km, um percurso desafiador com 10 mil metros de ganho de altimetria e um trajeto repleto de trilhas e montanhas que cruzam a França, Itália e Suíça. Os atletas possuem um tempo limite de 46h30 para concluir a prova, e ainda precisam passar pelos chamados pontos de corte ao longo da prova, dentro de um tempo pré-estabelecido, ou são eliminados.

Na distância de 176km do UTMB 2024, 2.761 atletas estavam alinhados para a largada e apenas 1.760 conseguiram finalizar a prova. Dos chamados DNF (sigla em inglês para DidNotFinish), 1001 atletas desistiram ou foram desclassificados.

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    Daniel esteve entre os melhores brasileiros na maior prova do mundo de trail running (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Caminho até a participação no UTMB envolve coleta de pontos, índices em outras provas e um pouco de sorte (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Evento acontece em Chamonix, na França, e cruza um to-tal de três países (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Fases e Fases

sexta-feira, 04 de outubro de 2024

            Há dias de luta e dias de glória, diz a frase. Sim, desconheço glórias infinitas que não precedam os momentos de batalhas, desafios e superação. Há pequenas e grandes vitórias a serem celebradas no meio do caminho. E a cada dia, lutas diferentes somadas às cotidianas.

            Até mesmo motivos para comemorar e para arregaçar as mangas e seguir em frente se alternam, se somam, se confundem. Essa dinâmica me leva a crer que sim, todo dia é dia de luta, alguns dias, regados a algumas glórias. Assim tem sido. Às vezes, com mais motivos para sorrir.

            Há dias de luta e dias de glória, diz a frase. Sim, desconheço glórias infinitas que não precedam os momentos de batalhas, desafios e superação. Há pequenas e grandes vitórias a serem celebradas no meio do caminho. E a cada dia, lutas diferentes somadas às cotidianas.

            Até mesmo motivos para comemorar e para arregaçar as mangas e seguir em frente se alternam, se somam, se confundem. Essa dinâmica me leva a crer que sim, todo dia é dia de luta, alguns dias, regados a algumas glórias. Assim tem sido. Às vezes, com mais motivos para sorrir.

            Fato é que se a própria vida é um grande ciclo nessa existência, que dirá dessas fases pelas quais a gente passa no dia a dia. São fases, sejam elas boas ou ruins. Ando desejando fases boas. Pra mim, pra você, pra sociedade como um todo. Para os próximos anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, desejo boas notícias. De todos os lados.

Quero que venha um bom momento. Coletivamente falando. Que recebamos boas novas. Um refresco. Um alívio. Que algo de bom aconteça. Que as capas de jornais e revistas , os sites e tudo mais ostentem novidades que agreguem, façam crescer e te arranque sorrisos. Que aquela velha expectativa por algum resultado, ceda espaço para um desfecho positivo.

            Queremos chuvas de notícias boas, de estatísticas que correspondam com a realidade e que a verdade dos fatos seja latente. Que tais fatos sejam bons. Que nos deparemos com gráficos que denotem queda dos índices de violência, da fome, do desemprego. E que essas informações sejam o real reflexo das vidas das pessoas.

            Seria ótimo precisarmos cada vez menos de algum canal para fugirmos de uma realidade que nos desconecte com o que está acontecendo, que não cheguemos aos limites do que é suportável e que cá onde estamos possamos nos deparar com a divulgação de bons e construtivos feitos. Mais oportunidades. Mais arte. Mais abundância. Mais amor. Melhor acesso às estruturas do serviço de saúde, viagens mais tranquilas pelas estradas, mais paz e liberdade verdadeira no ir e vir.

            Adoraria que você e eu estivéssemos prestes a ingressarmos em uma boa nova fase, que recebêssemos mais notícias sobre cura, inclusão, emprego, amor, tolerância, compaixão, prosperidade, respeito e arte.  Quem sabe? Eu acredito.

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Dupla prata

sexta-feira, 04 de outubro de 2024

AFFM / Friburguense conquista medalhas no Estadual de Futmesa

        Duas vezes no pódio, conquistando duas medalhas de prata que possuem um enorme valor. Esse foi o saldo da participação dos botonistas da AFFM/Friburguense na 3ª Etapa do Campeonato Estadual Individual de Pastilha 2024, realizada no último sábado, dia 28, em São Januário, na sede do futebol de mesa do Vasco da Gama. Estiveram presentes 32 atletas representando 10 clubes: Friburguense, Grajaú, Botafogo, Light, Fluminense, São Cristóvão, Flamengo, Humaitá e Olaria, além do clube anfitrião.

AFFM / Friburguense conquista medalhas no Estadual de Futmesa

        Duas vezes no pódio, conquistando duas medalhas de prata que possuem um enorme valor. Esse foi o saldo da participação dos botonistas da AFFM/Friburguense na 3ª Etapa do Campeonato Estadual Individual de Pastilha 2024, realizada no último sábado, dia 28, em São Januário, na sede do futebol de mesa do Vasco da Gama. Estiveram presentes 32 atletas representando 10 clubes: Friburguense, Grajaú, Botafogo, Light, Fluminense, São Cristóvão, Flamengo, Humaitá e Olaria, além do clube anfitrião.

        Os atletas inscritos foram divididos em seis grupos na primeira fase, classificando os dois primeiros de cada e os quatro melhores terceiros para a segunda fase da Série Ouro, com os demais indo para a Série Prata. Nas semifinais da Ouro, Campito (Friburguense) venceu Marcus (Botafogo) por 5 x 2, e Quartarone (Fluminense) venceu Igor (Vasco) por 8 x 6. Na final, Quartarone venceu Campito por 6 x 2 e ficou com o título, enquanto Igor assegurou o terceiro lugar vencendo Marcus por 5 X 4. Na final da Série Prata, Carlos André (Friburguense) venceu Nine (Olaria) por 1 X 0.

        Destaques para a presença de atletas de diversas outras regras, como Dadinho, 12 Toques, 1 Toque e Internacionais, e para o campeão Quartarone, atleta de grande destaque no Dadinho, tendo levado o título em sua primeira participação no Estadual Individual da Pastilha. A próxima etapa da Pastilha será no dia 26 de outubro.

 

Desafio em casa

Friburguense recebe o Serrano neste sábado pela Série B1

        Depois de conquistar uma vitória heróica fora de casa, superando duas expulsões e com o goleiro Matheus defendendo uma penalidade, o Friburguense vai tentar a sua primeira vitória jogando em casa nesta Série B1. O Tricolor da Serra recebe o Serrano neste sábado, 5, às 15h, no Eduardo Guinle. Os ingressos são vendidos nas bilheterias do estádio, a preços que variam entre R$ 10 e R$ 30.

Agora na terceira colocação da Taça Corcovado, com um ponto a menos que o líder Artsul, o time comandado por Gerson Andreotti tem chances, inclusive, de assumir a liderança nesta rodada. Para o clássico, o técnico do Frizão não terá Renatinho e Igor Gomes, expulsos contra o Paduano, mas poderá ter novamente Caio Monteiro e Victor Hugo à disposição. A dupla ainda passa por uma avaliação no treino desta sexta-feira, 4, antes da definição sobre relacioná-los ou não para a partida.

 

Tabela do Frizão

Friburguense 0x1 Pérolas Negras, Eduardo Guinle

Paduano 0x1 Friburguense, Antônio de Medeiros

05/out, sáb, 15h: Friburguense x Serrano, Eduardo Guinle

12/out, sáb,15h: São Cristóvão x Friburguense, Ronaldo Nazário

26/out, sáb, 15h: Friburguense x Artsul, Eduardo Guinle

02/nov, sáb, 15h - Belford Roxo x Friburguense, Nélio Gomes

06/nov, qua, 15h: Friburguense x São Gonçalo, Eduardo Guinle

09/nov, sáb, 15h: Nova Cidade x Friburguense, Joaquim Flores

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    Campito chegou até a decisão, e ficou com o segundo lugar na Série Ouro (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Friburguense também ficou com o vice-campeonato na Série Prata, com Carlos André (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Médico sofre?

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Uma das razões para esta tragédia no meio médico é a depressão ou outras desordens mentais não tratadas devidamente, incluindo o alcoolismo, abuso de outras drogas, facilidade de acesso a métodos letais, e outros fatores. Em vários países de 15% a 30% dos estudantes de medicina e médicos residentes apresentam sintomas depressivos.

As formas mais comuns de suicídio em médicos são por doses exageradas de medicação letal e armas de fogo. (Fonte: http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview). Médicos em geral relutam em procurar ajuda para seus sofrimentos, especialmente diante de desordens mentais. Um estudo com cirurgiões mostrou que ainda que um em 16 médicos tivessem tido ideias suicidas nos últimos 12 meses, somente 26% havia procurado ajuda psiquiátrica ou psicológica.

Os que sofrem profunda tristeza, sentem uma pressão grande para sempre se aparentarem saudáveis, sofrem a angústia de que precisam estar bem para mostrar habilidade em curar outros. É comum familiares de médicos que cometeram suicídio dizerem que não percebiam ou pensavam que eles tinham sofrimento. Daí, o suicídio de pessoas que não falavam nada de seus sofrimentos ser uma surpresa para todos.

Na mente depressiva existem fortes sentimentos de desvalor e desesperança que podem chegar ao ponto da pessoa achar que a saída é fugir da realidade pela morte para acabar com a dor. Médicos em sofrimento mental têm dificuldade em falar disto para outro colega por acharem arriscado, vergonhoso, e que se tornariam vulneráveis numa profissão que todos os têm como super heróis que curam tudo e todos. Não curamos tudo e todos. Adoecemos e morremos. Não somos deuses.

Muitos médicos diante de problemas familiares adiam a procura de ajuda evitando conflitos. Estes problemas conjugais, familiares, separação, divórcio, junto com outros conflitos, contribuem para a depressão e podem facilitar o pensamento suicida caso não sejam abordados, falados, analisados com aconselhamento.

Em Medicina há constantes mudanças devido a novos achados científicos, existe a pressão dos pacientes e familiares deles, pessoas com doenças complicadas e terminais, plantões cansativos, planos de saúde pagando mal ao médico, falta de equipamentos e material médico em unidades de saúde do governo necessários para um tratamento adequado dos pacientes, telefonemas e mensagens por e-mail e celular que pacientes e seus parentes fazem constantemente ao médico pedindo mais orientação, consultas de emergência em qualquer hora e dia, tudo isso gera muito estresse na vida do médico, podendo causar burnout (esgotamento), depressão, e sensação de não ter saída.

O médico precisa de ajuda também. E isto pode se dar por ele mesmo colocar limites para excesso de trabalho e para pacientes e/ou familiares abusivos, abrir seu coração com alguém preparado para ajudar, desenvolver a espiritualidade, mudar conceitos de felicidade que o mundo conecta com a riqueza material, e entender que ele não é um deus, por isso tem limites, dores, angústia e tristeza, como todo ser humano. (http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview#a2)

Também ajuda a aliviar e gratificar o trabalho do médico quando um paciente manifesta gratidão pelo trabalho dele. E isto é tão fácil fazer, não é? Bastam algumas poucas palavras sinceras.

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www.doutorcesar.com

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Oportunidade

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Copas Sesc de Futsal e de Vôlei de Praia recebem inscrições de equipes

        O Sesc RJ está com inscrições abertas para a 11ª Copa Sesc de Futsal (masculino), que vai reunir equipes formadas por trabalhadores de empresas do setor de comércio de bens, serviços e turismo do estado. Nova Friburgo também está inserida nessas disputas. Também estão abertas as inscrições para 2ª Copa Sesc de Vôlei de Praia (feminino). Os interessados em participar das disputas deverão se inscrever diretamente nas unidades.

Copas Sesc de Futsal e de Vôlei de Praia recebem inscrições de equipes

        O Sesc RJ está com inscrições abertas para a 11ª Copa Sesc de Futsal (masculino), que vai reunir equipes formadas por trabalhadores de empresas do setor de comércio de bens, serviços e turismo do estado. Nova Friburgo também está inserida nessas disputas. Também estão abertas as inscrições para 2ª Copa Sesc de Vôlei de Praia (feminino). Os interessados em participar das disputas deverão se inscrever diretamente nas unidades.

        Na modalidade de futsal, podem participar trabalhadores, estagiários e jovens aprendizes maiores de 18 anos. As inscrições são feitas mediante o preenchimento dos formulários e da apresentação de documentos da empresa e dos atletas. As disputas vão começar com as etapas regionais, que vão acontecer, ainda neste mês de setembro e outubro, nas unidades do Sesc-Nogueira (Petrópolis), Ramos (Rio), São João do Meriti, Niterói, São Gonçalo, Três Rios, Teresópolis e Nova Friburgo.

        As equipes classificadas garantem vaga para as finais, que vão ocorrer em Nova Friburgo, entre os dias 8 e 10 de novembro. O Sesc RJ vai arcar com custos de viagem, estadia e alimentação dos atletas para as duas grandes decisões.

        Na Copa Sesc de Vôlei de Praia, as participantes poderão se inscrever de forma independente, ou seja, qualquer comerciária poderá competir, representando as unidades do Sesc RJ em uma etapa única que será realizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, nos dias 29 de novembro e 01 de dezembro. A competição inclui hospedagem no Hotel Sesc Copacabana, onde as participantes poderão desfrutar de todos os serviços e acomodações do hotel.

        A Copa Sesc é a maior competição esportiva entre as empresas do comércio, bens, serviço e turismo e comerciários de todo o estado do Rio de Janeiro. O regulamento com todas as informações está disponível no site www.sescrio.org.br.

        “Essa é uma prática de atividade saudável que busca a integração entre as equipes, a melhora do condicionamento físico, manutenção da cultura esportiva e uma ferramenta para estreitar os laços entre o Sesc RJ, seus parceiros e os comerciários”, afirma a entidade.

 

Reta final

Com chances de classificação, Frizão soma pontos nos estaduais sub 15 e 17

        Em busca da próxima fase da Série A2 do Campeonato Carioca nas categorias Sub-15 e Sub-17, o Friburguense somou pontos importantes no último final de semana, jogando no estádio Eduardo Guinle.

O Tricolor da Serra recebeu o Artsul, no Eduardo Guinle, e somou um empate e uma vitória. No Sub-17, não só venceu como aplicou uma goleada pelo placar de 8 a 0. Já no Sub-15, o jogo – bastante movimentado - terminou empatado por 3 a 3.

        Com os resultados, o Friburguense segue na briga pela classificação para a próxima fase em ambas as categorias, ocupando atualmente a sétima posição no Sub-17 e a 12º no Sub-15. Os dois times voltam a campo no próximo dia 13, quando viajam para enfrentar o Petrópolis.

        Os 20 times participantes foram divididos em dois grupos, sendo que as equipes de uma chave enfrentam as da outra. Porém, a classificação é realizada por cômputo geral, do 1º ao 20º colocado. Ao término das 10 (dez) rodadas, a equipe melhor colocada em pontos ganhos é declarada Campeão da Taça Santos Dumont. Os oito primeiros colocados avançam para as quartas de final.

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    Copa Sesc de Futsal terá a final disputada em Nova Friburgo este ano (Divulgação/Sesc)

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    Tricolor segue firme na briga pela classificação em ambas as categorias (Foto: Arquivo Pessoal)

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Nova Friburgo perde sua identidade de futuro

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Vivo num tempo de saudades. Estranhamente, saudades de tempo que sequer tive a oportunidade de viver. Nascido em 1997, sorrio com lágrimas nos olhos das histórias que os mais velhos sempre me contavam do tempo que a nossa querida e amada Nova Friburgo viveu.

Lembro de quando criança, que eu morava na “cidade dos parapentes”. Estes coloriam os céus da nossa cidade em manobras leves pela gélida e gostosa brisa do inverno friburguense. No entanto, os parapentes sumiram. Assim como tantas outras coisas que faziam parte da minha infância.

Vivo num tempo de saudades. Estranhamente, saudades de tempo que sequer tive a oportunidade de viver. Nascido em 1997, sorrio com lágrimas nos olhos das histórias que os mais velhos sempre me contavam do tempo que a nossa querida e amada Nova Friburgo viveu.

Lembro de quando criança, que eu morava na “cidade dos parapentes”. Estes coloriam os céus da nossa cidade em manobras leves pela gélida e gostosa brisa do inverno friburguense. No entanto, os parapentes sumiram. Assim como tantas outras coisas que faziam parte da minha infância.

As grandes fábricas, do dia para a noite, fecharam as portas e levaram consigo a lembrança do primeiro dia de emprego de tantos jovens da época. Nova Friburgo também perdeu grande parte da renda circulante. A cidade aos poucos foi tomando rumos que pareciam imprevisíveis para uma cidade tão cheia de oportunidades.

Os mais saudosos moradores desta linda cidade, envolta das mais belas montanhas do Estado do Rio de Janeiro certamente concordarão: “Nova Friburgo, apesar do seu charme, de sua tranquilidade e de suas belezas naturais, já foi um lugar melhor para vivermos. E em especial, para os nossos jovens começarem a vida”.

 

Falta perspectiva para a juventude

Vivemos uma época de ouro em nossa cidade nos anos 70 e 80. Artistas eram vistos caminhando pela Alberto Braune. Atores, cantores, diretores de novelas e jogadores de futebol famosos construíram sítios, casas, família e aconchego no frescor de nossas montanhas.

Apesar do Brasil viver seus momentos mais difíceis, os jovens da época tinham em nossa cidade o seu primeiro emprego sem que precisassem fazer muito esforço. Seja nas Rendas Arp, Fábrica Ypu, Sinimbu, as empresas de metal mecânico, e as confecções que davam o seu ponta pé inicial.

Nossa cidade era regada a perspectivas de muitos empregos e de crescimento profissional, aliado a tranquilidade e a beleza natural. Nordestinos, sulistas e cariocas, deixaram de lado tudo o que tinham e para cá vieram. Muitos enxergaram em Nova Friburgo, um lugar para se estabelecer e prosperar.

No entanto, nos perdemos em perspectivas de futuro. Onde outrora era um cenário de oportunidades para os jovens sonhadores de todo o Brasil, tornou-se um cenário de êxodo e de falta de possibilidades de crescimento. Nova Friburgo deixou de construir um planejamento para o futuro e agora vê o seu futuro se construir em outros lugares.

A nossa juventude percebeu que as montanhas do Caledônia eram apenas uma fronteira física que nos impedia a vista do além. E por meio da RJ-116, os jovens aventureiros, com uma mochila nas costas e uma passagem só de ida estão sumindo e nunca mais voltando.

Mesmo que possuamos um vasto polo universitário nacional, não conseguimos prender a nossa própria juventude pela falta de oportunidade e de perspectiva de dias melhores. E o Friburguense, que cresceu andando pela Alberto Braune e sonhando com um lugar melhor, agora vive em outro lugar, com novas oportunidades.

“Quando se busca algo em outros lugares e regiões é porque onde se está não se tem a possibilidade de crescimento e desenvolvimento como se espera na busca da realização dos ideais e da plena realização das metas pessoais para a vida. Os jovens acabam sendo tolidos dos seus sonhos e metas no rumo da vida, porque a comunidade local não investe na oferta de capacitação pessoal do indivíduo e com isso restringe a inserção no mercado de trabalho as pessoas mais abastadas e que têm o respaldo da família, possibilitando assim o investimento pessoal em cursos seletos,” explica o músico de 62 anos, João Marcos de Sousa Soares.

Será que realmente estamos ouvindo com atenção as demandas dos nossos jovens ou estamos apenas achando normal que o ponto turístico mais bem quisto pela juventude seja a Rodoviária Sul com uma passagem apenas de ida?

Me indigna ver como Petrópolis cresceu tanto nos últimos anos, enquanto Nova Friburgo, apesar de gastos exorbitantes, ficou estagnada. A serra de São José dos Pinhais-PR, com seus 250 mil habitantes, se transformou no terceiro maior polo automotivo do Brasil. Já Bento Gonçalves-SC, uma cidade com apenas 120 mil habitantes, tem mais fábricas do que a nossa.

É muito importante que caminhemos ao lado do nosso interesse por todas as ações a serem desenvolvidas para o futuro. Para muitos, conscientemente ou não, busca-se deixar heranças dessas ações para as próximas gerações. E é preciso pensar fora da caixinha nesses próximos quatro anos, seja quem for eleito, para pensar em um legado para a cidade.

Há textos que fogem de mim. São mais exaltados. Percorrem caminhos que eu sequer previ. Tornam-se atrevidos, arredios, ganhando vida própria. Contudo, o texto nasce à semelhança do autor, tornando-se seu espelho, repleto de verdade. Surge no papel vindo das profundezas dos sentimentos. Aqui está uma coluna, feita em nome de todos os jovens.

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No topo

quarta-feira, 02 de outubro de 2024

Técnica friburguense, Natane Vicente conquista Taça Unifoot Diamante Pró

        Ela saiu de Nova Friburgo para brilhar no universo do futebol feminino. Inicialmente como jogadora e, há alguns anos, como treinadora, Natane Vicente acumula conquistas, boas histórias e títulos em sua carreira. O último deles foi conquistado na última semana, mais uma vez dirigindo a equipe do Projeto Karanba.

Técnica friburguense, Natane Vicente conquista Taça Unifoot Diamante Pró

        Ela saiu de Nova Friburgo para brilhar no universo do futebol feminino. Inicialmente como jogadora e, há alguns anos, como treinadora, Natane Vicente acumula conquistas, boas histórias e títulos em sua carreira. O último deles foi conquistado na última semana, mais uma vez dirigindo a equipe do Projeto Karanba.

        A Taça Unifoot Diamante Pró é uma competição de fomento ao futebol de mulheres, realizada no Rio de Janeiro. Na edição deste ano, contou com a participação de cinco equipes: Karanba, América, Búzios, Maricá e 7 de Abril. A equipe comandada por Natane teve a melhor campanha, com sete vitórias e um empate. Foram 22 pontos somados entre os 24 possíveis.

        Os resultados credenciaram o Karanba a chegar à final, onde a equipe bateu o América, nos pênaltis, pelo placar de 5x4, levantando a taça de forma invicta. Essa foi a terceira vez que o Projeto chegou à final, após bater na trave nas outras duas oportunidades, perdendo para Flamengo e Botafogo.

        “Na final, tivemos oportunidade de ganhar no tempo normal, mas é assim mesmo, e foi com emoção. Perdemos o primeiro pênalti, mas conseguimos nos recuperar com nossa goleira Karine pegando dois pênaltis. E assim nos consagramos campeãs. Um dos meus auxiliares é a Leda Maria, ex-jogadora da seleção brasileira, uma das pioneiras do futebol de mulheres”, conta Natane.

        O Projeto Karanba é um instituto social norueguês, que atende 525 crianças e adolescentes, buscando a transformação social através do futebol. O Karanba ajuda jovens carentes, vindos de comunidades, a atingir desenvolvimento pessoal e educacional, oferecendo estrutura e os recursos necessários. O foco é a preparação para a vida adulta, através do aumento de esforços diários para a construção de pessoas íntegras para o futuro. Em 2022, a equipe esteve na Noruega para jogar o maior torneio juvenil do mundo, a Norway Cup, terminando na terceira colocação.

        Já a friburguense Natane Vicente, em sua carreira como jogadora, acumula passagens por Bahia, Volta Redonda e Duque de Caxias, clube pelo qual disputou o Estadual e o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 2017. Ela também disputou a Taça das Favelas, por equipes de diferentes comunidades. Formada em Educação Física, Natane atualmente é professora e treinadora no Projeto Karanba, no Rio de Janeiro.

 

Boa novidade

Programa Semear: Rio recebe núcleo esportivo para pessoas com deficiência

        O Rio de Janeiro vai implementar o primeiro núcleo de atendimento do Programa Semear, criado pelo governo federal para democratizar o acesso ao esporte de pessoas com deficiência. Uma parceria entre o Ministério do Esporte e o Instituto Benjamin Constant (IBC), com investimento anual de R$ 220 mil, vai permitir a criação do espaço para o programa. Ao todo, serão atendidos aproximadamente 60 crianças e jovens, de seis a 18 anos incompletos.

        Os alunos terão acesso gratuito a profissionais especializados, uniformes, além de materiais e equipamentos esportivos e pedagógicos voltados para as modalidades de goalball, natação e judô. E 50% das vagas do programa serão destinadas a meninas e mulheres.

        De acordo com o Ministério do Esporte, a prática esportiva do Semear vai ajudar a identificar novos talentos no paradesporto, além de apoiar o desenvolvimento integral da pessoa com deficiência.

        O Instituto Benjamin Constant, selecionado para o início das atividades, fica no bairro da Urca, na capital fluminense, e é referência nacional na educação e capacitação profissional de pessoas cegas, com baixa visão e surdocegas, com oferta de atividades há 170 anos.

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    Treinadora friburguense, Natane Vicente conquista mais uma taça na carreira (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Vitória nas penalidades deu o título ao Projeto Karanba, após dois anos batendo na trave (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Projeto norueguês, com a friburguense à frente, prepara jovens e crianças carentes para a vida (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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A sabedoria do pente e da tesoura

quarta-feira, 02 de outubro de 2024

Estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo

Estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo

Eu tive ótimos professores, mas também aprendi muito com os barbeiros a quem confiei minha cabeça e emprestei meus ouvidos. Ouvidos às vezes sonolentos, admito, mas nem por isso menos interessados na sabedoria que vinha junto com a tesoura e o pente. Um humorista irônico disse que é uma pena que todos os homens capazes de bem governar a nação estejam trabalhando como barbeiro ou taxista. Limito-me a falar dos primeiros, desde já excluindo o atual. A bem da justiça, afirmo que este, diferentemente dos anteriores, contenta-se em me cortar o cabelo, sem querer fazer de mim um sábio, ou mesmo um cidadão bem informado. Também porque, estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo.

Por outro lado, dizer “navalha” é um anacronismo. Os barbeiros modernos abandonaram o histórico instrumento da profissão e agora usam uma prosaica lâmina gilete para raspar a cara do freguês. Também é notável a transformação dos salões. Antes austeros, com cara de barbearia, transformaram-se em ambientes multiuso, com cafeteria, balcão e, se duvidar, uísque e queijos importados.  Ainda não vi nenhum com mesa de bilhar, mas não duvido que exista. E não mais usam a vulgar palavra portuguesa que por séculos denominou seus estabelecimentos, agora os batizam de “barber shop”, que lhes parece coisa bem mais refinada.

Um desses profissionais muito me enriqueceu com seus amplos conhecimentos sobre medicina, futebol e administração pública, que eram suas especialidades, embora os assuntos que dominava com igual profundidade fossem muito além disso. Verdade que já me esqueci de quase tudo que ele me ensinou ao longo dos anos em que fui seu freguês, ou cliente, que é uma maneira mais elegante de dizer a mesma coisa. Atualmente, nem as quitandas dos bairros têm mais fregueses, foram todos promovidos a clientes. Mas se esquecimento houve, a culpa é da pouca memória do aluno, não da muita competência do professor.

Na medicina, conhecia e avaliava cada um dos profissionais da nossa cidade. A urologia não tinha segredo para ele, embora usasse termos pouco científicos para falar do assunto, sobretudo quando abordava o temido exame de próstata. Indicou-me vários tratamentos, vaticinando problemas cardíacos que poderiam vir a me atacar, sendo a preocupação que então me atacou o único problema cardíaco que tive até hoje (Deo gratias!). Conhecia muito de ortopedia, cuja etimologia ─ “ciência do pé correto” ─ ensinava com ar professoral. Nessa matéria, tinha conhecimentos empíricos, uma vez que já atuara como técnico de futebol, condição em que socorrera muito craque com a canela ou o dedão atingidos pelo chute ou pisada do adversário.

Lamentava a pouca inteligência dos técnicos brasileiros, explicando como tinha conduzido seus pupilos com severidade e companheirismo, como escalaria os grandes times nacionais, como faria a seleção canarinho voltar aos seus tempos de glória. E, se lhe faltavam títulos, era porque nunca as diretorias lhe davam os atletas de que precisava para armar equipes imbatíveis. “Craque e perna de pau eu conhecia só de olhar o sujeito adentrar o gramado!”

Por fim, resta lamentarmos que ele nunca tenha exercido um cargo público, nem mesmo se candidatado. “Eu nunca quis me envolver com essa gente”, e “essa gente” tinha aí o pior significado possível, cada um que imagine o que ele queria dizer. Mas, fosse ele prefeito, de imediato acabaria com a corrupção (não sei se os corruptos concordariam). Administração austera, ágil, eficiente. Adeus ruas esburacadas, adeus escolas sem merenda, adeus trânsito engarrafado, adeus fila nos hospitais.

Enfim, tendo em vista como andam as coisas no Brasil e no mundo, talvez seja mesmo a hora de entregarmos o poder aos barbeiros e aos motoristas de táxi. Pior do que está, não fica.

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