A VOZ DA SERRA caminha para os seus 80 anos com a leveza de uma juventude plena

Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

       O mês de novembro, que já está na beira de sua última semana, tem datas marcantes e entre elas, o Dia da Consciência Negra, festejado na semana passada. Feriado nacional é o dia mais brasileiro, que contempla um legado histórico na formação de nosso Brasil e que segue firmando legados e mais legados para as gerações do futuro.    O Caderno Z, senhor das pautas enriquecedoras, nos trouxe um especial com Liz Tamane dando realce para a contribuição da cultura afro-brasileira na formação da identidade nacional. “Música, dança, culinária, língua, espiritualidade e arte brasileira têm influência direta da africanidade”.        A literatura está bem representada na edição, desde Machado de Assis a Conceição Evaristo, passando por Itamar Vieira Junior, Djamila Ribeiro, Jeferson Tenório e Cidinha da Silva. Ler esses autores é trazer a sensibilidade afro para a alma.

       Em “Retrocessos e Avanços, conjecturas”, meu querido amigo, o professor José Tadeu Costa, disserta, de forma brilhante, sobre o que tem sido a luta pelo reconhecimento da participação do povo afro em solo brasileiro; desde a chegada, como escravizados até os dias atuais, quando “o funk, street dance, hip hop e breakdance vingam a velha guarda. Entram sem bater na porta... e vão pelo mundo afora...”.  Quando “nem a elite brasileira resiste ao balanço e charme desses estilos...”. Contudo, avanço mesmo será, como diz o professor Tadeu, quando “se discutir maneiras de passar o ensino de História e Cultura Afro Brasileira para os nossos alunos”.

       Lembrando que já existe a Lei 10. 639, de 2003, que tornou “obrigatório” o ensino afro nas escolas. Porém, como ressalta o professor: “21 anos de uma lei que não consegue emplacar, colar”. Só falta “encontrar o caminho”.

       Nosso orgulho é termos essa influência direta, pois o Brasil seria desprovido de sua brasilidade caso fosse o contrário. De onde veio essa força, essa magia, essa cor inebriante desses cinquenta tons de negro? Veio de lá da África, atravessando os mares e se não fosse essa travessia talvez fossemos um povo apagado, descolorido e carente até de calor humano. Somos assim, sortudos, porque herdamos essa mistura das peles e isso é coisa de pele, de amor, de igualdade e cumplicidades. O passado deixou muito a desejar, foi insuficiente nas ciências humanas, mas o presente está consciente de suas atribuições com as questões sociais. E há de chegar um futuro, bem próximo, em que todas as perdas sejam compensadas pela verdadeira valorização da influência africana. E que esse reconhecimento seja levado a efeito de forma natural, responsável e irrestrita.

       Saímos do “Z” com a alma fortalecida. E mais fortes ficamos com a boa notícia de que a Fundação D. João VI entrou para o Cadastro Fluminense de Museus. O certificado foi entregue pela superintendente de Museus da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Lucienne Figueiredo, quando de sua visita durante os festejos de 15 anos da Fundação, no dia 8 de novembro.

       O presidente da instituição Luiz Fernando Folly e sua equipe foram elogiados pelo trabalho comprometido “para a continuidade e consolidação do museu”. Luiz Fernando citou a inesquecível historiadora da casa, Lilian Barretto, que sonhava em ver o espaço transformado em museu. É o sonho antigo que “enfim, está ganhando forma”. Mil vezes, parabéns! Na verdade, “o sonho de Lilian” é o sonho de todos nós que amamos e reconhecemos o valor da Fundação.

       E o mês de novembro ainda tem uma data muito especial nesta quarta-feira, 27, quando se comemora o aniversário de nossa diretora de A VOZ DA SERRA, Adriana Ventura. Filha e neta de peixes, ela segue o legado deixado pelo avô Américo e por seu pai, o eterno Laercio Rangel Ventura. Corajosa, empreendedora que não mede esforços para manter a nossa Voz sempre a voz da credibilidade em nossa cidade e região. Aliás, na era digital, onde quer que se leia é sempre a Voz confiável de Nova Friburgo para o mundo. Elogios, adjetivos e votos de sucesso são insuficientes para festejarmos essa mulher empresária, empoderada que, ao mesmo tempo, é mãe, avó, amiga de todos e defensora das causas nobres que possam contribuir para o bem comum. Parabéns, amiga!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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