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Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Parte 2

Parte 2

“Aos pobres que habitam as nossas cidades e fazem parte das nossas comunidades, recomendo que não percam esta certeza: Deus está atento a cada um de vós e está perto de vós. Ele não se esquece de vós, nem nunca o poderia fazer. Todos nós fazemos orações que parecem não ter resposta. Por vezes, pedimos para sermos libertados de uma miséria que nos faz sofrer e nos humilha, e Deus parece não ouvir a nossa invocação. Mas o silêncio de Deus não significa distração face ao nosso sofrimento; pelo contrário, contém uma palavra que pede para ser acolhida com confiança, abandonando-nos a Ele e à sua vontade. É ainda Ben-Sirá que o testemunha: “O juízo de Deus será em favor dos pobres” (cf. 21, 5).

Da pobreza, portanto, pode brotar o canto da mais genuína esperança. Lembremo-nos de que «quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. […] Esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 2).

Dia Mundial dos Pobres, celebrado pela Igreja Católica, no último dia 17, tornou-se um compromisso na agenda de cada comunidade eclesial. É uma oportunidade pastoral que não deve ser subestimada, porque desafia cada fiel a escutar a oração dos pobres, tomando consciência da sua presença e das suas necessidades. É uma ocasião propícia para realizar iniciativas que ajudem concretamente os pobres, e também para reconhecer e apoiar os numerosos voluntários que se dedicam com paixão aos mais necessitados. Devemos agradecer ao Senhor pelas pessoas que se disponibilizam para escutar e apoiar os mais pobres: sacerdotes, pessoas consagradas e leigos que, com o seu testemunho, são a voz da resposta de Deus às orações daqueles que a Ele recorrem. Portanto, o silêncio quebra-se sempre que se acolhe e abraça um irmão necessitado.

Os pobres têm ainda muito para ensinar, porque numa cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que sacrifica muitas vezes a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, tornando claro que o essencial da vida é outra coisa.

A oração, por conseguinte, encontra o certificado da sua autenticidade na caridade que se transforma em encontro e proximidade. Se a oração não se traduz em ações concretas, é vã; efetivamente, «a fé sem obras está morta» (Tg 2, 26). Contudo, a caridade sem oração corre o risco de se tornar uma filantropia que rapidamente se esgota. «Sem a oração quotidiana, vivida com fidelidade, o nosso fazer esvazia-se, perde a alma profunda, reduz-se a um simples ativismo» (Bento XVI, Catequese, 25 de abril de 2012). Devemos evitar esta tentação e estar sempre vigilantes com a força e a perseverança que nos vem do Espírito Santo, que é dador de vida.

Neste contexto, é bom recordar o testemunho que nos deixou Madre Teresa de Calcutá, uma mulher que deu a vida pelos pobres. Esta santa repetia continuamente que a oração era o lugar donde tirava força e fé para a sua missão de serviço aos últimos. Quando falou na Assembleia Geral da ONU, a 26 de outubro de 1985, mostrando a todos as contas do terço que trazia sempre na mão, disse: «Sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração e eu vou dá-lo a todos os pobres que encontro no meu caminho. Rezai vós também! Rezai, e sereis capazes de ver os pobres que tendes ao vosso lado. Talvez no mesmo andar da vossa casa. Talvez até nas vossas próprias casas há quem espera pelo vosso amor. Rezai, e abrir-se-ão os vossos olhos e encher-se-á de amor o vosso coração».

E como não recordar aqui, na cidade de Roma, São Bento José Labre (1748-1783), cujo corpo jaz e é venerado na igreja paroquial de Santa Maria ai Monti. Peregrino desde França até Roma, rejeitado em muitos mosteiros, viveu os seus últimos anos pobre entre os pobres, passando horas e horas em oração diante do Santíssimo Sacramento, com o terço, recitando o breviário, lendo o Novo Testamento e a Imitação de Cristo. Não tendo sequer um pequeno quarto para se alojar, dormia habitualmente num canto das ruínas do Coliseu, como “vagabundo de Deus”, fazendo da sua existência uma oração incessante que subia até Ele.

No caminho para o Ano Santo, exorto todos a fazerem-se peregrinos da esperança, dando sinais concretos de um futuro melhor. Não nos esqueçamos de guardar «os pequenos detalhes do amor» (Exort. ap. Gaudete et Exsultate, 145): parar, aproximar-se, dar um pouco de atenção, um sorriso, uma carícia, uma palavra de conforto... Estes gestos não podem ser improvisados; antes, exigem uma fidelidade quotidiana, muitas vezes escondida e silenciosa, mas fortalecida pela oração. Neste momento, em que o canto da esperança parece dar lugar ao ruído das armas, ao grito de tantos inocentes feridos e ao silêncio das inúmeras vítimas das guerras, dirijamos a Deus a nossa invocação de paz. Somos pobres de paz e, para a acolher como um dom precioso, estendemos as mãos, ao mesmo tempo que nos esforçamos por costurá-la no dia-a-dia.

Em todas as circunstâncias, somos chamados a ser amigos dos pobres, seguindo os passos de Jesus, que foi o primeiro a solidarizar-se com os últimos. Que a Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, nos sustente neste caminho; ela que, aparecendo em Banneux, nos deixou uma mensagem a não esquecer: «Eu sou a Virgem dos pobres». A ela, a quem Deus olhou pela sua humilde pobreza e em quem realizou grandes coisas com a sua obediência, confiemos a nossa oração, convictos de que subirá até ao céu e será ouvida.” (Roma – São João de Latrão, na Memória de Santo António, Patrono dos pobres, 13 de junho de 2024. 

Fonte: Vatican.va

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O infinito universo dos sonhos

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Está na minha cabeceira o livro “O que dizem os sonhos: contos escolhidos, adaptados e recontados por Muriel Bloch”. É uma linda e interessante coletânea de sonhos contados desde remotos tempos e que se transformaram em contos. Todas as sociedades são criadoras de enredos, personagens e cenários que vêm tecendo a vida pelos quatro cantos do planeta.

Está na minha cabeceira o livro “O que dizem os sonhos: contos escolhidos, adaptados e recontados por Muriel Bloch”. É uma linda e interessante coletânea de sonhos contados desde remotos tempos e que se transformaram em contos. Todas as sociedades são criadoras de enredos, personagens e cenários que vêm tecendo a vida pelos quatro cantos do planeta.

Sim. O mundo é feito de histórias; reais, imaginadas, contadas oralmente ou escritas através de livros, revistas, inclusive em ambientes virtuais. Vivemos mergulhados em contextos narrados por nós, decorrentes dos fatos que vivemos e dos que escutamos de pessoas. Enfim, guardamos uma verdadeira biblioteca de narrativas que recriamos e recontamos a cada momento.  

As narrativas habitam nosso imaginário e se misturam. Sempre vivas, as memórias se movimentam em nossos pensamentos quando estamos despertos e dormindo. Nos sonhos elas ganham novos cenários, se repartem e nos surgem através de imagens definidas ou distorcidas, extraordinárias ou confusas. O sonho é uma experiência mental inconsciente carregada de significados, podendo expressar desejos reprimidos, experiências premonitórias ou ser um modo do cérebro equilibrar as forças adversas que sofre na experiência diária. Além do mais, podem nos levar aos antepassados, aos ancestrais, inclusive aos primórdios da civilização humana. Possuem conteúdos que podem ser interpretados, tornando-se reveladores de circunstâncias, lembranças e possibilidades nos modos de ser ou fazer.

O fato é que os seres animais criam sonhos. Ainda não se sabe se os vegetais possuem a capacidade de sonhar, mas quem sabe?

O fazer literário é uma atividade criada no imaginário e pode ter suas origens nos sonhos. Quantas vezes acordamos com ideias interessantes ou inéditas? Não é raro acontecer ao escritor acordar, vislumbrando a continuação da história que está produzindo. Diversas vezes, nas oficinas literárias que faço, troquei ideias a respeito do valor de ter um caderninho de anotações na cabeceira.

Um amigo da família, psiquiatra, certa vez me disse que quando temos algo a resolver, o melhor a fazer é dormir posto que podemos acordar com uma solução. É verdade!, durante o sonho a criatividade é ampliada haja vista que o cérebro possui atividade constante.

Ao sonhar o escritor passa pelo portal do imaginário e adentra o campo da inventividade plena, livre e sem limites, algumas vezes limitado pelo medo de criar, preconceitos ou padrões culturais mais impositivos.

Ao produzir literatura, a pessoa além de viver seus sonhos, vislumbra as possibilidades de realizá-los. Conforme Antônio Cícero sugeriu em “Guardar”, um dos mais belos poemas que já conheci, quem guarda seus sonhos, fala e escreve sobre eles, imagina e busca trilhar novos caminhos. Cultiva esperanças para um futuro diferente.  O escritor é um colecionador de sonhos e guarda-os em seus escritos, liberta-os dos cofres, deixa-os voar mundo afora.

“Sonhar um sonho impossível, sofrer a angústia implacável, pisar onde os bravos não ousam, reparar o mal irreparável, amar um amor casto à distância, enfrentar o inimigo invencível, tentar quando as forças se esvaem, alcançar a estrela inatingível: essa é a minha busca”.

Miguel de Cervantes, em Dom Quixote de La Mancha

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Nova conquista

sábado, 23 de novembro de 2024

Gilberto Frossard fatura duas modalidades do intermunicipal de kickboxing

Um dos lutadores de Nova Friburgo mais vezes campeão nos últimos anos, Gilberto Frossard Chermaut voltou a subir no lugar mais alto do pódio no final de semana passado. O atleta participou, no último domingo, dia 17 de novembro, do Campeonato Intermunicipal de Kickboxing, promovido na cidade do Rio de Janeiro. O campeonato foi organizado pela Federação Estadual de Kickboxing - FKBERJ e contou com mais de 600 inscrições.

Gilberto Frossard fatura duas modalidades do intermunicipal de kickboxing

Um dos lutadores de Nova Friburgo mais vezes campeão nos últimos anos, Gilberto Frossard Chermaut voltou a subir no lugar mais alto do pódio no final de semana passado. O atleta participou, no último domingo, dia 17 de novembro, do Campeonato Intermunicipal de Kickboxing, promovido na cidade do Rio de Janeiro. O campeonato foi organizado pela Federação Estadual de Kickboxing - FKBERJ e contou com mais de 600 inscrições.

Entre esses participantes estava Gilberto Frossard, que saiu campeão nas duas modalidades de que participou: o k1 style faixa preta, até 81kg, modalidade realizada no ringue, considerada a mais completa do Kickboxing, e a Light contact universitário até 89kg, modalidade realizada no tatame. Desta forma, o lutador encerrou o ano com mais esses excelentes resultados, ampliando o seu retrospecto positivo das últimas temporadas.

 

Sem tolerância

Governo federal e CBF firmam parceria pelo Feminicídio Zero e Protocolo Não é Não

Pouco antes do último compromisso da Seleção Brasileira de Futebol, a Arena Fonte Nova, em Salvador, na Bahia, foi palco da assinatura da Carta Compromisso pelo “Feminicídio Zero” e do Acordo de Cooperação Técnica para a implementação do protocolo “Não é Não”, em arenas esportivas. A cerimônia acontece antes da partida entre Brasil e Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

O acordo foi assinado pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues Gomes. Segundo o Governo Federal, a parceria pretende garantir a segurança de meninas e mulheres em estádios, arenas e outros espaços em que estejam na condição de torcedoras, equipe técnica e atletas.

Além disso, entre as ações conjuntas estão o incentivo à inserção e permanência das mulheres no esporte, desde as categorias de base, preparando o Brasil para a Copa do Mundo de Futebol Feminino que será sediada em 2027.

A mobilização nacional permanente do Ministério das Mulheres, intitulada “Feminicídio Zero”, envolve diversos setores no compromisso de pôr fim à violência contra as mulheres, em especial aos feminicídios.

Entre os principais parceiros estão os clubes de futebol, visto que há um aumento de 23,7% nos registros de ameaça contra mulheres nos dias em que um dos times da cidade joga, segundo pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados foram levantados a partir das capitais Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

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    O momento da confirmação da vitória, mais uma na carreira do lutador (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Gilberto segue com a rotina de conquistas em níveis estadual, nacional e internacional (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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MDB obtém nada mais que 2% nas Eleições 1974 em Friburgo

sábado, 23 de novembro de 2024

Edição do dia 23 e 24 de novembro de 1974

 

Manchetes

Nada mais que 2% - O tufão emedebista que abalou as estruturas eleitorais de norte a sul e de leste a oeste do Brasil, em termos práticos, não chegou a Friburgo, nem abalou o nosso quadro eleitoral, isto com base nas eleições de 1972, quando o eemedebista Amâncio Azevedo derrotou Ariosto Bento de Mello por uma margem que comparada as eleições do último dia 15 foi alterada num escasso índice de 2% a favor do MDB.

Edição do dia 23 e 24 de novembro de 1974

 

Manchetes

Nada mais que 2% - O tufão emedebista que abalou as estruturas eleitorais de norte a sul e de leste a oeste do Brasil, em termos práticos, não chegou a Friburgo, nem abalou o nosso quadro eleitoral, isto com base nas eleições de 1972, quando o eemedebista Amâncio Azevedo derrotou Ariosto Bento de Mello por uma margem que comparada as eleições do último dia 15 foi alterada num escasso índice de 2% a favor do MDB.

Alencar Barroso: O grande vitorioso para deputado federal - Prevíamos no nosso último número que Alencar poderia ser a grande “zebra” desta eleição. Sua coragem em aceitar o lançamento de uma candidatura a deputado federal, na ocasião, de altos integrantes da direção do MDB, dela fugiram e assombrou a todos. Ridicularizado por muitos, boicotado pela cúpula emedebista, foi sabotado pelos próprios companheiros de bancada, lutando contra a tentativa de menosprezo de sua candidatura, Alencar acreditou em si próprio e parece ter conseguido o que parecia ser impossível: sua eleição para a Câmara Federal.

Waldir Costa: 17.773 votos para deputado estadual em Nova Friburgo - O médico Waldir Costa obteve, pela terceira vez consecutiva, um mandato à Assembleia Legislativa, recebendo o maior número de votos dados a um político local em toda a história do município. Sua vitória era esperada por todos, foi prevista por todos, foi prevista em nosso número passado.

Feliciano: Não ganhou, mas levou O ex-prefeito Feliciano Costa, um dos candidatos lançados pela Arena Nova Friburgo, recebeu expressiva votação e levando-se em conta a máquina avassaladora que se tornou o MDB, pode ser considerado como um vitorioso, pois seus 7.109 votos obtidos no nosso município, atestam uma vez mais, a sua liderança dentro do partido governista.

Renúncia não é aceita - Na Câmara Municipal, em sua primeira reunião, após as eleições, não foi aceita a renúncia do vereador João Carlos Cortes Teixeira. As bancadas do MDB e da Arena foram unânimes em elogiar o trabalho de José Carlos salientando sua inteligência, seu andar, sua veia política e seu futuro na municipalista “que não poderia se perder, num momento de irreflexão”.

Cerâmica perde Cr$ 5.600 - Deu queixa à Polícia Civil um dos proprietários da Cerâmica Vogt, Francisco Vogt, informando que havia sido assaltado em pleno centro da cidade em Cr$ 5.600, retirados momentos antes da agência do Banco do Brasil.

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Geraldo Pacheco Pereira e Maria Freitas Mazzei (25); Paulo Folly (26); Sylvia Mendes, Ester Pecly Ventura e Adriana Elizabeth Ventura (27); Mariana Hottz de Azevedo e José Batista dos Santos (28); Débora Coutinho, Luiz Guilherme Azevedo e Mário Haiut (29); José Nanum e Vera Lutterbach (30). Dezembro – Johannes Weidawer, José Maria Coutinho e José de Almeida (1º).

 

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim

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Brilhando no Dadinho

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Nova Friburgo FC obtém resultados históricos no Futmesa

       Um final de semana que ficará marcado de forma positiva para o Dadinho de Nova Friburgo. Em terras mineiras, o atleta Jonas Kojala participou da 8ª etapa da tradicional Copa Eldorado, competição realizada na Arena Eldorado, em Juiz de Fora. O evento reúne os melhores jogadores mineiros e atletas de diversos outros estados.

Nova Friburgo FC obtém resultados históricos no Futmesa

       Um final de semana que ficará marcado de forma positiva para o Dadinho de Nova Friburgo. Em terras mineiras, o atleta Jonas Kojala participou da 8ª etapa da tradicional Copa Eldorado, competição realizada na Arena Eldorado, em Juiz de Fora. O evento reúne os melhores jogadores mineiros e atletas de diversos outros estados.

Com brilhante campanha, Kojala, do Nova Friburgo Futebol Clube, representou muito bem a camisa e a cidade, faturando o 2º lugar, com 21 pontos, no sistema de pontos corridos. Foram seis vitórias, três empates e duas derrotas.

Contudo, o destaque maior do último final de semana pertence ao atleta César Muniz, que levou o Nova Friburgo ao lugar mais alto do pódio, conquistando o título da Série Ouro do 2º Torneio Centro-Oeste de Futebol de Mesa, na modalidade Dadinho. A competição reuniu 25 atletas de oito estados do país, no Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, nos dias 16 e 17 de novembro. O 2º Torneio Centro-Oeste foi realizado pela Federação de Futebol de Mesa de Mato Grosso do Sul.

       "Os atletas fizeram um excelente torneio, com alto nível técnico e disputas em clima de harmonia e respeito. Quem ganha é o nosso esporte, que sai mais fortalecido e conhecido do grande público", disse o presidente da entidade, Hélder Rafael.

 

Valeu a campanha

Frizão perde para a Cabofriense e cai nas semifinais da A2 Sub-17

       Os meninos brilharam Campeonato Carioca da Série A2 na categoria Sub-17. A tão sonhada vaga na decisão do torneio ficou pelo caminho, mas não diminui o feito da equipe. Após empatar sem gols em Nova Friburgo, o Tricolor da Serra, comandado por Bidu, acabou sendo derrotado por 1 a 0 pela Cabfriense, em partida realizada nesta quarta-feira, 20, no CT Pedrinho Vicençote. O time de Cabo Frio vai disputar o título contra o América.

       A trajetória teve momentos marcantes, como as duas vitórias sobre o Serrano nas quartas de final, ambas por 3 a 1. Além de ter garantido o direito de brigar por um lugar na decisão, o Friburguense se garantiu na Copa Rio da categoria, em 2025, o que significa calendário completo para os meninos das categorias sub 15 e 17. A competição será promovida de março a julho, enfrentando novamente os times grandes do Estado do Rio de Janeiro.

       Durante a temporada 2024, o Frizão voltou a reforçar o seu trabalho de base. O clube retomou a participação em campeonatos importantes de nível nacional, e os frutos já estão sendo colhidos. Os times Sub-15 e Sub-17 disputaram o Carioca da Série A2, e outras categorias também tiveram compromissos importantes. Boa parte do elenco profissional deste ano, inclusive, teve passagem pela base tricolor.

 

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    César Muniz conquista importante título, o Torneio Centro-Oeste de Futebol de Mesa (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Kojala foi destaque durante a disputa da Copa Eldorado, trazendo a medalha de prata (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Frizão foi até as semifinais, mas não conseguiu alcançar o objetivo de jogar a decisão (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Desacelera

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

       O conceito de "tempo" se transformou em uma moeda preciosa, e o relógio, um tirano implacável. As agendas lotadas, a busca incessante por produtividade e a constante sensação de estar correndo contra o tempo tornaram-se características quase onipresentes do nosso cotidiano. A ideia de desacelerar, por mais simples que pareça, passou a ser vista como um luxo – ou, em muitos casos, uma utopia distante.

       O conceito de "tempo" se transformou em uma moeda preciosa, e o relógio, um tirano implacável. As agendas lotadas, a busca incessante por produtividade e a constante sensação de estar correndo contra o tempo tornaram-se características quase onipresentes do nosso cotidiano. A ideia de desacelerar, por mais simples que pareça, passou a ser vista como um luxo – ou, em muitos casos, uma utopia distante.

Sinto que estamos sendo mais exigidos do que nunca. A tecnologia nos conecta instantaneamente, mas também nos mantém em um estado constante de alerta. O telefone, que deveria ser uma ferramenta de comunicação, virou um dispositivo multifuncional que exige respostas rápidas, que nos lembra de compromissos, de e-mails não lidos e de notificações de todas as redes sociais. Nossa mente às vezes parece uma agenda lotada desorganizada tentando encontrar espaço e energia para a execução de tudo. Acontece com vocês?

O excesso de informações nos invade a cada minuto, enquanto tentamos, sem sucesso, acompanhar as expectativas que nos são impostas, seja no trabalho, nas relações sociais ou até mesmo nas redes digitais. Mas o que está por trás dessa correria? E como ela tem afetado nossa saúde mental e física? O impacto é profundo e vai muito além do cansaço físico que sentimos no final do dia.

A busca por resultados imediatos e a sensação de que sempre precisamos fazer mais têm gerado, para muitos, um ciclo de ansiedade e estresse. Quase não há espaço para a contemplação, para a pausa ou, pior ainda, para o descanso genuíno... a não ser que nos conscientizemos e priorizemos nosso precioso tempo para essas coisas que igualmente importam.

O efeito da pressa em nosso corpo e mente, podem ser nocivos. A sensação de estresse crônico, alimentado pela correria e pela sobrecarga de tarefas, podem ter efeitos devastadores. A pressão por cumprir prazos e alcançar metas também tem um reflexo direto nas relações pessoais. Quando estamos o tempo todo correndo de um compromisso para o outro, há pouco espaço para estar presente de fato para os outros. O "tempo de qualidade" que tanto se preza hoje em dia, na prática, vira um conceito abstrato, e o que deveria ser um momento de conexão se torna apenas mais um item a ser cumprido na lista.

Além disso, a correria contribui para o isolamento. Muitas vezes, o excesso de tarefas nos afasta de nossas redes de apoio, porque sentimos que não temos "tempo" para nos encontrar com amigos, fazer uma atividade social ou simplesmente relaxar. A tecnologia, que em teoria deveria aproximar as pessoas, pode se tornar um fator de distanciamento, à medida que nos tornamos mais focados na tela do que nos outros ao nosso redor.

A boa notícia é que é possível dar um passo atrás e reverter esse quadro. O primeiro passo é reconhecer que o tempo é, de fato, o nosso recurso precioso, e, por isso, precisamos aprender a geri-lo de maneira mais consciente e equilibrada. Em vez de se deixar levar pela pressão de ser constantemente produtivo, podemos adotar a prática que nos convida a desacelerar e a focar no que realmente importa: o agora.

É possível, inclusive, encontrar prazer na monotarefa e na simples experiência de estar presente – seja no trabalho, em uma refeição, em uma conversa ou mesmo em um momento de lazer. O tempo, quando administrado de maneira mais consciente, não se torna um inimigo, mas um aliado. Ao desacelerarmos, não apenas aumentamos nossa produtividade, mas também recuperamos a capacidade de viver de maneira plena.

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Aceitar suas limitações produz alívio

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

“A auto-importância é nosso maior inimigo. Pense sobre isso – o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos atos e delitos de nossos semelhantes. Nossa auto-importância requer que gastemos a maior parte de nossa vida ofendidos por alguém.” (Carlos Castaneda, Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”).

“A auto-importância é nosso maior inimigo. Pense sobre isso – o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos atos e delitos de nossos semelhantes. Nossa auto-importância requer que gastemos a maior parte de nossa vida ofendidos por alguém.” (Carlos Castaneda, Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”).

Você se sente ofendido por alguém hoje? Está guardando algum ressentimento por comentários ou descuidos desagradáveis que fizeram com sua pessoa? Você se sente tenso ou desconfortável pela maneira como foi tratado por alguém? Pode ser que você se sinta justificado ao se sentir magoado e acredita que sua reação está correta. Pode surgir dentro de sua pessoa um sentimento de que “estou certo e a outra pessoa está errada”.

O autor Castaneda explica que mesmo que você se sinta justificado ao ter o sentimento de mágoa, não importa, manter o ressentimento pode encher você de orgulho e desperdiçar sua energia. Sendo até agora uma pessoa muito sensível, isso geralmente pode produzir uma postura de autojustificação a qual conduz para longe, por exemplo, de um despertar espiritual importante para sua serenidade. Com isso sua força diminui.

No texto da meditação “Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”, Carlos comenta sobre quão melhor é abandonar a retidão no sentido de exigência rígida, cruel e perfeccionista, abandonar a grandiosidade ou orgulho e aceitar as imperfeições dos outros. E, claro, aceitar suas imperfeições também. Lembrando que aceitar é diferente de concordar. Aceitar tem que ver com parar de negar uma realidade, admiti-la embora não concorde com ela.

Quando, então, abandonamos nossa autojustificação, quando aceitamos que erramos, que não somos perfeitos, que não somos deuses e, portanto, temos importantes limitações que o poder econômico ou outro poder humano não resolve, quando aceitamos também as limitações dos outros e paramos de esperar deles a perfeição, nos tornamos melhores pessoas, nossa força e energia podem, então, serem focadas em alcançar metas mais significativas e valorosas na vida.

Interessante que no livro de Eclesiastes no Antigo Testamento, na Bíblia, escrito pelo Rei de Israel, Salomão, tem um versículo que diz assim: “"Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" Eclesiastes 7:16.

Pegue leve com as pessoas e consigo mesmo. Isso diminui a ansiedade. É possível fazer isso e ao mesmo tempo ser responsável, produtivo, assertivo. Abandone ressentimentos porque deixá-los de lado favorece sua saúde mental e até sua saúde física. Aceite suas limitações, pois isso diminui o estresse e produz alívio.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Pela paz

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Ministério do Esporte lança campanha para combater a violência nos estádios

Durante a partida entre Bahia e São Paulo, no dia 05 deste mês, o setor Sudoeste da Arena Fonte Nova apresentou uma cena marcante: 384 cadeiras vazias cobertas com camisas de diversos times brasileiros. As 'cadeiras vazias' fizeram alusão às consequências muitas vezes irreparáveis da violência: pessoas deixam de ir aos estádios por medo, times precisam jogar de portões fechados como punição e há a ausência permanente das vítimas fatais.

Ministério do Esporte lança campanha para combater a violência nos estádios

Durante a partida entre Bahia e São Paulo, no dia 05 deste mês, o setor Sudoeste da Arena Fonte Nova apresentou uma cena marcante: 384 cadeiras vazias cobertas com camisas de diversos times brasileiros. As 'cadeiras vazias' fizeram alusão às consequências muitas vezes irreparáveis da violência: pessoas deixam de ir aos estádios por medo, times precisam jogar de portões fechados como punição e há a ausência permanente das vítimas fatais.

A campanha ainda reflete não somente sobre as violências extremas, que ceifam vidas e arruínam famílias, mas também sobre outras formas graves, como racismo, homofobia, xenofobia, agressões contra a mulher e intolerância religiosa. Todos esses atos levam as pessoas a se afastarem dos estádios e até mesmo a se desencantarem para sempre com o futebol, que é um dos maiores pilares da identidade cultural do país.

A ação faz parte do lançamento da campanha Cadeiras Vazias e do Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol, iniciativas do Governo Federal por meio do Ministério do Esporte, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg) e os principais clubes do futebol brasileiro, que têm como objetivo promover a paz nos estádios, e criar um ambiente seguro na adoção de comportamentos positivos e na denúncia de atos de violência.

O número de cadeiras simbolizou o total de vítimas fatais de violência no futebol entre 1993 e 2023, conforme levantamento do jornalista esportivo Rodrigo Vessoni.    “Essa campanha é um marco importante no combate à violência nos estádios. Nosso trabalho é para que o futebol, e o esporte no geral, seja um espaço de união, não de violência. Queremos que a paz ocupe os estádios e que crianças, jovens, adultos, idosos, famílias, todos possam torcer juntos, com segurança. A mudança de cultura é construída no dia a dia, com diálogo e ações que mostrem o impacto real da violência. Nosso objetivo é que o futebol seja um ambiente seguro para todos e que o amor pelo esporte sempre supere qualquer rivalidade”, afirma o ministro do Esporte, André Fufuca.

Durante o evento, jogadores dos dois clubes e torcedores foram engajados em atividades de conscientização, promovendo uma mensagem clara de que todos – sociedade civil, autoridades e instituições esportivas – têm um papel fundamental na construção de um ambiente pacífico no futebol.

“É com muita satisfação que a Anatorg recebe o convite para participar da campanha Cadeiras Vazias, do Ministério do Esporte. Desde 2014, quando foi fundada, nossa entidade vem trabalhando para estreitar o diálogo entre as torcidas organizadas de todo o Brasil, autoridades e representantes governamentais. A campanha Cadeiras Vazias traz uma reflexão sobre a violência inserida na sociedade e no esporte. O trabalho em conjunto é fundamental para somarmos esforços e começarmos a reverter essa triste realidade. Dessa forma, políticas públicas têm que ser implementadas para conseguirmos alcançar esses torcedores e a sociedade em geral”, opina Luiz Cláudio do Carmo do Espírito Santo, presidente do Conselho Administrativo da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg).

“A expectativa é que todos os envolvidos – clubes, federações, torcedores e autoridades – assumam uma postura ativa e comprometida na prevenção da violência. O combate à violência nos estádios é uma prioridade do Ministério do Esporte e do Governo Federal, mas é também responsabilidade compartilhada, e cada um deve fazer a sua parte para proteger o verdadeiro espírito do futebol. Além de medidas para conscientização e promoção da paz, acredito que punições justas e rigorosas para atos de violência vão ajudar a criar ambientes cada vez mais acolhedores”, completa André Fufuca.

Parentes de algumas das vítimas fatais estiveram presentes no estádio da Fonte Nova para participar do ato simbólico pela paz. Desde o dia 07 de novembro, a sustentação da campanha Cadeiras Vazias é impulsionada nas redes sociais com diversos conteúdos a serem compartilhados por atletas, ex-atletas, clubes, torcidas organizadas, influenciadores e outras personalidades.      Usando as hashtags #OcupaçãoPelaPaz e #PazNoFutebol, as publicações exibirão peças da campanha, minidocumentários com depoimentos carregados de emoção e saudade de familiares de vítimas, informações sobre o panorama da violência no futebol e medidas propostas pelo Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol.

Foto da galeria
Símbolo da campanha reúne as cores dos mais diversos times de futebol do Brasil (Imagem: Divulgação)
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Francisco Wanderley Luiz, o homem bomba tupiniquim

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

      O catarinense de Rio do Sul transformou-se no homem bomba tupiniquim ao explodir um carro próximo ao Congresso Nacional e ao imolar-se em frente ao prédio do STF, na quarta-feira passada, 13 de novembro. Segundo informações divulgadas pela imprensa, seu objetivo era matar Alexandre de Moraes, mas não conseguindo adentrar no STF, acionou os explosivos preso ao seu corpo, em frente ao prédio. Com esse ato, conseguiu chamar a atenção sobre si e a lançar mais confusão no já conturbado cenário político nacional.

      O catarinense de Rio do Sul transformou-se no homem bomba tupiniquim ao explodir um carro próximo ao Congresso Nacional e ao imolar-se em frente ao prédio do STF, na quarta-feira passada, 13 de novembro. Segundo informações divulgadas pela imprensa, seu objetivo era matar Alexandre de Moraes, mas não conseguindo adentrar no STF, acionou os explosivos preso ao seu corpo, em frente ao prédio. Com esse ato, conseguiu chamar a atenção sobre si e a lançar mais confusão no já conturbado cenário político nacional. Já existem uns mais malucos do que ele, querendo ligar esse ato desvairado ao fatídico 8 de janeiro. Talvez, o único elo de ligação entre esses dois episódios seja a insatisfação com o atual governo. O primeiro um ato coletivo, o segundo um ato isolado. Agora atentado com fogos de artifício para mim é pirotecnia.

      Nada mais do que isso, apesar de que não vai demorar muito, vão tentar incriminar Jair Bolsonaro como apoiador de tamanha insensatez. Esquecem que os homens bomba islâmicos, cometem esse tipo de atentado em nome de uma causa, ao menos para eles, que é o de afastar o “perigo sionista” e, como causam estragos, atraem a atenção da comunidade internacional. No caso de Francisco era o de externar sua insatisfação com a conduta de Alexandre de Moraes como membro do STF. Tudo bem que esse sentimento é um lugar comum a muitos brasileiros, mas a morte do homem bomba é um ato isolado que logo cairá no esquecimento. O comentário que mais se ouvirá é o de que, felizmente não feriu ou matou ninguém.

      O Brasil não tem esse hábito do protesto violento causando tragédias com muitos mortos ou feridos. Aqui, felizmente, não se mata em nome de Alá, e, na maioria das vezes os movimentos são pacíficos exceto quando invadidos por pessoas com segundas intenções. Tanto é assim que a segurança das instituições nacionais é pequena em relação à importância delas. Restringe-se à presença de no máximo dois policiais ou militares dependendo de ser um órgão civil ou militar e nada mais. Mesmo no palácio do planalto, temos sempre dois soldados da guarda de honra, postados a sua entrada e nada mais. Apesar do ocorrido em 8 de janeiro, uma baderna generalizada, a situação não mudou, pois acredita-se muito na passividade do brasileiro.

      Claro está, que no mundo de hoje, com o aumento da violência, essa proteção deveria ser mais efetiva, mesmo em se tratando de terras brasileiras. O clima de insegurança que se instalou no Rio de Janeiro, com tiroteios diários entre milicianos e traficantes são a prova disso. E a população se sente refém dessa situação.

      No caso específico de Francisco Wanderley seu ato é isolado, fruto talvez de ficar transtornado pelo bombardeio incessante da mídia sobre a conduta de Alexandre de Moraes, levando-o a odiá-lo e querer resolver essa situação, no seu modo de pensar, por conta própria. Mas, nada mais do que isso. Querer ligar esse episódio ao 8 de janeiro, alegar a existência de um complô antidemocrático e outras sandices mais é querer duvidar da capacidade do povo brasileiro. Fora a mídia folclórica desse país, comenta-se muito pouco sobre o homem bomba tupiniquim.

      Creio que um estudo mais aprofundado sobre a sua personalidade e sua conduta, num passado recente, pode trazer maiores informações sobre o porquê desse ato isolado e desvairado. O resto é pura perda de tempo. 

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Mensagem do Papa: Dia Mundial dos Pobres

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Celebramos no último domingo o VIII Dia Mundial dos Pobres instituído pelo Papa Francisco. Segue sua mensagem.

Celebramos no último domingo o VIII Dia Mundial dos Pobres instituído pelo Papa Francisco. Segue sua mensagem.

“Caros irmãos e irmãs! A oração do pobre eleva-se até Deus (cf. Sir 21, 5). No ano dedicado à oração, em vista do Jubileu Ordinário de 2025, esta expressão da sabedoria bíblica é ainda mais oportuna a fim de nos preparar para o VIII Dia Mundial dos Pobres, celebrado no último domingo, 17. A esperança cristã inclui também a certeza de que a nossa oração chega à presença de Deus; não uma oração qualquer, mas a oração do pobre. Reflitamos sobre esta Palavra e “leiamo-la” nos rostos e nas histórias dos pobres que encontramos no nosso dia-a-dia, para que a oração se torne um modo de comunhão com eles e de partilha do seu sofrimento.

livro de Ben-Sirá, ao qual nos referimos, não é muito conhecido e merece ser descoberto pela riqueza dos temas que aborda, sobretudo quando se refere à relação do homem com Deus e com o mundo. O seu autor, Ben-Sirá, é um mestre, um escriba de Jerusalém que, provavelmente, escreve no século II a.C. Radicado na tradição de Israel, é um homem sábio, que ensina sobre vários domínios da vida humana: desde o trabalho à família, desde a vida em sociedade à educação dos jovens; presta atenção às questões relacionadas com a fé em Deus e a observância da Lei. Aborda os problemas nada fáceis da liberdade, do mal e da justiça divina, que hoje são de grande atualidade também para nós. Inspirado pelo Espírito Santo, Ben-Sirá pretende transmitir a todos o caminho a seguir para uma vida sábia e digna de ser vivida diante de Deus e dos irmãos.

Um dos temas a que este autor sagrado dedica mais espaço é a oração, e fá-lo com grande ardor, porque dá voz à sua própria experiência pessoal. Efetivamente, nenhum texto sobre a oração poderia ser eficaz e fecundo se não partisse de quem se encontra diariamente na presença de Deus e escuta a sua Palavra. Ben-Sirá declara que, desde a sua juventude, procurou a sabedoria: «Quando eu era ainda jovem, antes de ter viajado, busquei abertamente a sabedoria na oração» (Sir 51, 13).

No seu caminho, descobre uma das realidades fundamentais da revelação, ou seja, o facto de os pobres terem um lugar privilegiado no coração de Deus, a tal ponto que, perante o seu sofrimento, Deus se “impacienta” enquanto não lhes faz justiça: «A oração do humilde penetrará as nuvens, e não se consolará, enquanto ela não chegar até Deus. Ele não se afastará, enquanto o Altíssimo não olhar, não fizer justiça aos justos e restabelecer a equidade. O Senhor não tardará nem terá paciência com os opressores» (Sir 35, 17-19). Deus, porque é um Pai atento e carinhoso para com todos, conhece os sofrimentos dos seus filhos. Como Pai, preocupa-se com aqueles que mais precisam dele: os pobres, os marginalizados, os que sofrem, os esquecidos... Ninguém está excluído do seu coração, uma vez que, diante d’Ele, todos somos pobres e necessitados. Somos todos mendigos, pois sem Deus não seríamos nada. Nem sequer teríamos vida se Deus não no-la tivesse dado. E, no entanto, quantas vezes vivemos como se fôssemos os donos da vida ou como se tivéssemos de a conquistar! A mentalidade mundana pede que sejamos alguém, que nos tornemos famosos independentemente de tudo e de todos, quebrando as regras sociais para alcançar a riqueza. Que triste ilusão! A felicidade não se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros.

A violência causada pelas guerras mostra claramente quanta arrogância move aqueles que se consideram poderosos aos olhos dos homens, enquanto aos olhos de Deus são miseráveis. Quantos novos pobres produz esta má política das armas, quantas vítimas inocentes! Contudo, não podemos recuar. Os discípulos do Senhor sabem que cada um destes “pequeninos” traz gravado em si o rosto do Filho de Deus, e que a nossa solidariedade e o sinal da caridade cristã devem chegar até eles. «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 187).

Neste ano dedicado à oração, precisamos de fazer nossa a oração dos pobres e rezar com eles. É um desafio que temos de aceitar e uma ação pastoral que precisa de ser alimentada. Com efeito, «a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária» (ibid., 200).

Tudo isto requer um coração humilde, que tenha a coragem de se tornar mendigo. Um coração pronto a reconhecer-se pobre e necessitado. Existe, efetivamente, uma correspondência entre pobreza, humildade e confiança. O verdadeiro pobre é o humilde, como afirmava o santo bispo Agostinho: «O pobre não tem de que se orgulhar, o rico tem o orgulho para combater. Portanto, escuta-me: sê um verdadeiro pobre, sê virtuoso, sê humilde» (Discursos, 14, 4). O homem humilde não tem nada de que se vangloriar nem nada a reclamar, sabe que não pode contar consigo próprio, mas acredita firmemente que pode recorrer ao amor misericordioso de Deus, diante do qual se encontra como o filho pródigo que regressa a casa arrependido para receber o abraço do pai (cf. Lc 15, 11-24). O pobre, sem nada em que se apoiar, recebe a força de Deus e coloca n’Ele toda a sua confiança. Com efeito, a humildade gera a confiança de que Deus nunca nos abandonará e não nos deixará sem resposta.

Continua na próxima semana

Fonte: Vatican.va

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