Blogs

Crise de pânico e inconsciente

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

A compreensão mais profunda dos conflitos conscientes e inconscientes pode ajudar a diminuir as recaídas desde que a pessoa aprenda que conflitos são estes ligados às crises de pânico e desenvolva habilidade para administrar tais conflitos.

Nossa mente tem uma área inconsciente. No inconsciente estão gravados pensamentos, fantasias, sentimentos, experiências do passado. Nem sempre temos acesso ao que está em nosso inconsciente. Não temos capacidade de descobrir o que está ali, fora do alcance de nossa consciência, quando desejamos.

Conflitos emocionais que estão no inconsciente não são esclarecidos facilmente na hora que queremos. Uma das funções principais da psicoterapia de base analítica ou chamada “psicoterapia psicodinâmica” é ajudar a pessoa para que o que está na área inconsciente de sua mente, venha para a área consciente e, assim, ela possa compreender a origem dos conflitos que produzem ansiedade excessiva podendo levar às crises de pânico.

Quando temos sentimentos difíceis ou “perigosos” de lidar com eles de forma consciente, nossa mente joga tudo para de baixo do tapete, para o inconsciente. Por exemplo, uma pessoa teve um pai agressivo na infância, sentia raiva dele, tinha vontade de agredi-lo, o sentimento de raiva e o desejo de agredi-lo sendo considerados como perigosos para a manutenção do relacionamento com ele, foram deslocados para o inconsciente. Mas eles não ficaram lá quietinhos. Surgiu uma tensão mental porque eles querem vir para a consciência, mas a mente pode dizer “não”, e tentar manter tudo escondido de si mesmo. Esta tensão entre o material mental que quer vir para fora, para o consciente, e a defesa que quer mantê-lo dentro do inconsciente, produz a ansiedade. E o excesso de ansiedade pode se manifestar de modos diferentes. Um deles é através da crise de pânico.

Cientistas do comportamento admitem que há indivíduos mais susceptíveis a terem crises de pânico pela predisposição para a ansiedade associada a um temperamento medroso. Por causa desta ansiedade, algumas crianças com esta predisposição tendem a desenvolver uma dependência medrosa com outras pessoas. Nestas crianças o sentimento de que os pais estarão presentes o tempo todo provê para elas um senso de segurança. Mas sem este sentimento, a ansiedade aumenta e favorece o pânico.

É humilhante para a pessoa que se sente dependente de alguém para obter segurança. Afinal, ela se sente incapaz. Se o pai e a mãe estão indisponíveis para a criança seja pela rejeição, negligência ou por outras situações que impedem a presença constante deles, é possível que a criança sinta raiva do pai, da mãe, mas ela precisa esconder esta raiva porque depende dos pais para viver. O medo é ligado ao fato de que se ela expressar a raiva para o pai ou mãe, o que acontecerá? Será rejeitada, abandonada, levará uma surra? Diante desta dúvida e medo, o que ela pode fazer com esta raiva “perigosa”? Reprimir, jogar para o inconsciente, sendo algo meio automático, não pensado.

Então, surge um ciclo vicioso: a criança se sente insegura, ansiosa, sente que não vive sem estar com o pai ou mãe perto, se eles não estão disponíveis ela fica com medo e com raiva, tem medo da raiva porque pode ser rejeitada se a expressar, joga a raiva para o inconsciente, a raiva represada quer sair, a consciência moral não deixa sair, surge ansiedade, e pode vir o pânico mesmo muitos anos depois da infância, décadas adiante, quando a pessoa, agora adulta, pode viver uma situação na qual ela se sente, de novo, sozinha, dependente, insegura, sem uma figura de apoio perto, e vem a crise de pânico.

Qual a solução? Entre outras coisas, desenvolver autoconfiança, aprender a diminuir o forte apego que pode ter com algumas pessoas, perdoar pessoas do passado, perdoar a si mesmo, aguentar alguma ansiedade sem ficar concentrado nela e sem ficar “vigiando” sinais no corpo, vencer o medo de ser dominado pela raiva e expressá-la com equilíbrio.

 

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Constrangimento

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Para pensar:

“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico.”

Pierre Bourdieu

Para refletir:

“Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.”

Zygmunt Bauman

Constrangimento

Para pensar:

“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico.”

Pierre Bourdieu

Para refletir:

“Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.”

Zygmunt Bauman

Constrangimento

Ontem, 11, a coluna registrou a realização de uma reunião, na tarde de segunda-feira, 10, presidida pelo procurador do Trabalho Jefferson Rodrigues e pela promotora de Justiça Cláudia Condack, com participação dos membros da Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação (CTAA), além de representações da Procuradoria-Geral do Município, da Controladoria e do Grupo de Trabalho do TAC, para tratar das inconsistências observadas no lançamento das notas, e consequentemente na classificação, do processo seletivo para os quadros da UPA de Conselheiro Paulino.

Força do hábito?

Pois bem, a ata desta reunião se encerra com o requerimento, por parte dos Ministérios Públicos, de parecer - no prazo de 15 dias - a respeito de recente e controversa indicação para cargo de direção na unidade, amplamente divulgada em redes sociais, “considerando os termos do TAC e as vedações alusivas ao nepotismo”.

Não foi difícil a coluna apurar que a indicação em questão partiu da esfera mais alta do poder Executivo municipal, em total desconexão com os tempos que vivemos.

Aí há que se perguntar: era necessário passar por (mais) esse tipo de embaraço?

Orgulho contínuo

O valente IPRJ (Instituto Politécnico do Rio de Janeiro), precioso braço da Uerj em Nova Friburgo, recebeu recentemente a notícia da manutenção da nota 6 - numa escala que vai até 7 - nos cursos de mestrado e doutorado em modelagem computacional.

A avaliação confirma a excelência dos cursos ministrados por aqui, merecidamente situados entre os melhores do Brasil em suas áreas de conhecimento.

À toda comunidade acadêmica do IPRJ fica aqui o reconhecimento e a gratidão pelos ótimos serviços prestados.

Pode isso?

A coluna recebeu fotos de um comunicado emitido em nome da Escola Municipal Juscelino Kubistchek de Oliveira, no qual informa-se que a partir de 2020 a unidade passa a funcionar no novo prédio, e também passa a adotar o uso do uniforme escolar.

Até aí tudo ok, mas o impresso acrescenta que o uniforme pode ser comprado numa loja específica, ao valor de R$ 10.

Espaço aberto

O Sinsenf questiona a medida, argumentando que a prefeitura tem por obrigação fornecer até dois uniformes por alunos, citando referências pinçadas na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 70 da Lei 9394/1996 e na Lei 8907/1994.

A coluna entende que o assunto pode não ser tão pontual quanto parece, e convida advogados a manifestarem seus entendimentos a esse respeito.

Arte engajada

As marchinhas de carnaval estão certamente entre as expressões artísticas mais representativas da alma brasileira, e a forma como mesmo protestos e críticas conseguem ser feitos de maneira criativa e bem-humorada, ainda que igualmente incisiva. 

O colunista é fã do gênero, e admirador de quem consegue unir tudo isso sem perder o ritmo e a melodia.

É um talento para poucos, sem dúvida alguma.

Cadê a ambulância?

O assunto, claro, não está sendo abordado gratuitamente, mas por que Rômulo Ferreira compôs uma marchinha bastante ácida e fácil de memorizar, em protesto à falta de ambulância e médicos em São Pedro da Serra e Lumiar.

A música já vem viralizando na região, mas a coluna enfatiza que essa é uma bandeira que precisa ser abraçada como prioridade por toda a cidade, e não apenas em relação ao 5º e ao 7º distritos, mas também no que diz respeito a todas as comunidades friburguenses situadas longe do principal centro urbano.

Precisa mudar

A coluna tem uma relação de diálogo bastante franca com a atual gestão da Saúde municipal, e faz aqui este apelo, deixando o espaço aberto para divulgar qualquer novidade consistente que possa ser levada a este grande contingente de friburguenses.

Não é admissível que vidas sejam perdidas em razão do CEP onde habitam, e a coluna tem certeza de que todos concordam quanto a isso.

Recursos perdidos?

Coincidentemente, a coluna também foi comunicada pela assessoria do deputado federal Glauber Braga que, de acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento da União (Siop), a Prefeitura de Nova Friburgo não entregou dentro do prazo do Governo Federal (até 31/12/2019), documentos necessários para a aplicação de emenda orçamentária no valor de R$ 1 milhão destinada pelo parlamentar para a construção de uma unidade de saúde que iria beneficiar Lumiar e São Pedro da Serra.

O sistema aponta que a verba foi perdida de forma irreversível, embora a coluna não se sinta totalmente confortável para cravar este tipo de informação.

Chiados custosos

Ainda de acordo com a assessoria de Glauber, que anexou grande volume de documentos às informações enviadas, o Governo Federal chegou a notificar oficialmente a prefeitura seis vezes sobre a necessidade da documentação.

A destinação desse recurso havia sido escolhida em uma das reuniões de Emendas Participativas realizada pelo deputado.

A propósito

Já que falamos em Glauber, a coluna registra também que nesta sexta-feira, 14, o parlamentar estará em Nova Friburgo para realizar uma roda de conversa, a partir das 17h, no Obelisco da Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Glauber prestará contas dessa emenda e de outras destinadas ao município, falará sobre pautas nacionais e responderá aos questionamentos de quem se fizer presente.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Confiança total

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Confiança total

Nova Friburgo já tem o primeiro estabelecimento com o modelo pague-quanto-quiser ou Pague o que quiser ou Pay What You Want (PWYW), na versão original, em inglês. A estratégia dá ao comprador a escolha do preço que ele deseja pagar pelos produtos ou serviços, o que inclui também a possibilidade de não pagar nada. Mais do que isso, a pessoa paga, se dá o troco, sem a figura da pessoa que cobra e confere.

Equilíbrio

Confiança total

Nova Friburgo já tem o primeiro estabelecimento com o modelo pague-quanto-quiser ou Pague o que quiser ou Pay What You Want (PWYW), na versão original, em inglês. A estratégia dá ao comprador a escolha do preço que ele deseja pagar pelos produtos ou serviços, o que inclui também a possibilidade de não pagar nada. Mais do que isso, a pessoa paga, se dá o troco, sem a figura da pessoa que cobra e confere.

Equilíbrio

Na capital, a prática é sucesso há uns três anos numa cafeteria, no Centro. Assim como lá, ainda que com menos tempo, os proprietários garantem que não estão tendo qualquer prejuízo. A maioria paga o valor de mercado. Há alguns que dão até a mais, enquanto uma minoria dá a menos o que equilibra o caixa. O 1º lugar da cidade a adotar a estratégia é uma cervejaria, em Lumiar – a Lumiarina.

Bons sambas

A safra de sambas desse carnaval é uma das melhores dos últimos tempos. Foi esse o sentimento que se confirmou no Pré-carnaval, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, com a apresentação das oito agremiações da cidade. Para quem não conhecia os sambas, uma surpresa agradável. Para quem conhecia, mas tinha o temor deles não agradarem, não houve decepções. Refrões fortes são sempre sinônimos de empolgação.  

Expectativa para a passarela

Fato é que um samba que funciona na quadra ou numa apresentação com palco, como as do último fim de semana, pode não funcionar na avenida, por uma série de razões. Samba grande, cansativo, com vocabulário de difícil entendimento ou encaixe. A minha aposta é que pelo menos quatro dos oito sambas friburguenses funcionarão muito bem no sábado e domingo de carnaval, próximos dias 22 e 23. A conferir.

Corrida contra o tempo

Nos barracões, correria para aprontar as alegorias e dar os retoques finais nas fantasias. As escolas acreditam estar dentro do cronograma, ainda que uma ou outra bem mais adiantadas. Fechamento de alas e definições dos componentes é uma tarefa burocrática extenuante. Há agremiações que já não tem mais fantasias disponíveis.

Quer desfilar?

Para quem quer desfilar, deve procurar urgentemente os responsáveis, especialmente, nas quatro escolas do Grupo Especial que se apresentam no domingo, 23. Participar de ensaios técnicos tem sido uma exigência cada vez maior, já que o não canto dos passistas pode roubar pontos preciosos de uma disputa que já é acirrada. Foi-se o tempo de pegar fantasia poucos minutos antes do desfile das grandes escolas, sinais da profissionalização do carnaval. 

Kartódromo    

O sonho de que Nova Friburgo tenha uma pista de corrida de kart segue firme pelos entusiastas da prática automobilística. Atualmente, os friburguenses se deslocam até a pista localizada no município de Guapimirim, considerada umas das melhores do Estado do Rio e, que por isso mesmo, atrai pilotos de várias cidades do Rio e até de Minas.

Campeonato local em Guapi

O campeonato friburguense de kart já conta com 46 pilotos. Isso mesmo, 46 esportistas que, pelo menos uma vez por mês, se deslocam quase 90 quilômetros para competir. O sucesso é tanto, que a associação friburguense dividiu a disputa em três divisões com dez etapas que se iniciam no próximo dia 17 e vão até dezembro. Com mais de 100 pilotos cadastrados, o número de competidores ainda deve aumentar.      

2 a 2 insistente

O resultado da partida do Friburguense em casa se repetiu fora. O novo empate de 2 a 2 com o América foi um resultado que acabou não sendo horrível, mas que prejudicou os dois que assistem agora à liderança do Americano com sete pontos. No entanto, ambos ainda enfrentam o Americano, o que quer dizer que tanto o Friburguense como o América ainda dependem apenas de si próprios para assegurar a vaga na seletiva do ano que vem.

Disputa em aberto

Todos os quatro concorrentes ainda estão vivos na disputa. Certo que o único que, independentemente dos resultados da próxima rodada, se mantém na briga na rodada final é o Americano. Último adversário do Tricolor da Serra, fora de casa. 

Vencer

Antes de pensar lá, o Friburguense tem que pensar cá. No que pode ser o último jogo em casa neste semestre, o Nova Iguaçu é o adversário. Em caso de vitória, o Frisão chega com muitas possibilidades na última rodada. O time campista faz as duas últimas partidas em casa. Caso o Americano também vença o América, a disputa ficaria restrita aos dois numa verdadeira final.

Cenários possíveis

O Americano teria a vantagem do empate. Caso o Friburguense vença e Americano e América empatem, o tricolor assumiria a liderança, dependendo dos critérios de desempate. No entanto, não poderia jogar apenas pelo empate, dependendo do resultado do América diante do Nova Iguaçu. Enfim, a conta mágica é vencer o Nova Iguaçu e fazer cálculos depois. Qualquer outro resultado que não a vitória praticamente elimina o Friburguense. Simples assim: é vencer e ponto.     

Palavreando

“É nesses instantes de saudade imensa que penso que não devo pensar, como se ao deixar de pensar pudesse parar de sentir”.

Foto da galeria
Gansos ou cisnes? O lago do Parque São Clemente tem patos, gansos e cisnes. Todas essas aves são consideradas da mesma família que se completa com os marrecos, dadas as suas semelhanças. Aparentemente, sem ser profundamente conhecedor do tema, esses me parecem gansos africanos. Alguém aí, confirma ou me corrige?
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Amor de carnaval

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Clotilde,

 Aqui quem lhe manda estas mal traçadas linhas é a tua irmã Finoca. Estou te escrevendo para você sossegar papai e mamãe, acho que eles ficaram uma fera porque eu saí de casa no sábado de carnaval com a nossa tia Josefa e até hoje não voltei. Coitada da tia, já velhinha, e deixei ela no meio do povo e sumi, nem sei se a velhota conseguiu achar o caminho de casa de novo.

Clotilde,

 Aqui quem lhe manda estas mal traçadas linhas é a tua irmã Finoca. Estou te escrevendo para você sossegar papai e mamãe, acho que eles ficaram uma fera porque eu saí de casa no sábado de carnaval com a nossa tia Josefa e até hoje não voltei. Coitada da tia, já velhinha, e deixei ela no meio do povo e sumi, nem sei se a velhota conseguiu achar o caminho de casa de novo.

Eu sei que você vai me entender, Clotilde. Um dia você também saiu de casa pra comprar pão e voltou dez meses depois, trazendo um embrulho nos braços. A mãe chorou, o pai gritou. Mas o embrulho tinha um menininho e o menininho levava o nome do avô e já vinha com a camisa do Flamengo, que é a paixão do nosso velho, e você acabou perdoada. É verdade que eles queriam saber quem era o pai da criança e você nunca que chegava à conclusão, uma hora era do presidente do Bloco Carnavalesco Tamos Aí, outra hora era do Tonico Quitandeiro e depois podia ser que fosse do teu ex-namorado Alberico. Se você não põe na menina o nome da avó e a camisa da Vilage do Samba, escola que ela adora tanto, nem sei se te safavas dessa segunda trapalhada.

O que me aconteceu, só quem passou por isso sabe o que é. Eu ali calmamente, donzelamente, vendo o Bloco dos Bichos, sem pensar em nenhuma maldade, de repente veio o boi e começou a fazer umas gracinhas pra mim. No começo eu até dei o desprezo, mas o danado era tão simpático, me disse umas coisas tão engraçadas bem pertinho do ouvido, me tremi toda! Nunca tinha visto um boi tão jeitoso! Quando dei por mim, ia caminhando com as rédeas na mão, subindo o morro, já de madrugada. Eu ia voltar, nem ia até o fim da viagem, te juro. Mas você sabe como o boi anda devagar, ainda mais esse, que é cheio de histórias. Depois, boi tem sede, paramos pra tomar umas cachaças; boi sente fome e ruminamos um pastel aqui, um quibe ali. Até parar atrás de uma árvore ele parou, que até boi de Carnaval tem dessas necessidades.

Pois é, mana, você já entendeu: fui na conversa do boi. Quando acordei, já era de manhã e por isso e por outros motivos que você sabe, não pude voltar para casa. Me lembro que a gente vinha subindo o morro, Vitalino (é esse o nome do boi) deixou de lado o Carnaval, atacou de Roberto Carlos pra cima de mim, até em língua estrangeira cantou. Tinha tanta estrela no céu, maninha! Pelo menos eu andei vendo estrelas. Há quem diga que não, que até choveu naquela noite. Sei mesmo é que acordei no barraco, a carcaça do boi de um lado, o dito cujo do outro, dormindo feito boi na sombra, o sol se rindo lá no céu.

Papai e mamãe também não foi assim, Clotilde? A tia Josefa me contou uma vez: foi depois de um ensaio. Papai era sambista da gema, de sair em comissão de frente. Pois, olha, acho até que você já sabe, dizem que mamãe enrabichou por ele que foi uma coisa, virou até letra de música que ele fez: “Meu peito é chão de avenida/ Onde teus encantos desfilam/ campeã no carnaval de minha vida”. Não é lindo? Tia Josefa, num dia de raiva, me atirou na cara: “Tu não é gente, ô praga, tu é o samba que passou da conta, o ensaio que não parou a tempo”.

Pode dizer pra eles, Clotilde: assim que passar a lua de mel eu apareço, sou até capaz de ficar, porque Vitalino anda desempregado. A gente tem vivido com o dinheiro do bloco, nem sei na hora de prestar contas como vai ser. Vitalino ri e diz que no Bloco dos Bichos também dá zebra. Ele é pescador, mas Friburgo não tem onde se pescar, aí ele fica desocupado, esperando as autoridades tomarem uma atitude, que também não é certo uma cidade como essa, que tem até teleférico, não possuir um só rio que dê peixe, um pescador não podendo ter seu sustento garantido. É o que ele tem me explicado com toda a paciência: não trabalha por falta de condições ambientais, ecológicas e outras palavras difíceis que ele sabe. Mas vagabundo não é, tanto que sempre foi pescador, num lugar onde nunca houve o que pescar. É ou não é uma barra?

Não tendo o que fazer, Vitalino fica em casa, imagine fazendo o quê! Diz que precisa de um bezerrinho pra sair com ele ano que vem, vê só, Clotilde! Eu começo rindo, mas dali a pouco a maluquice vira uma coisa tão certa e justa que eu acabo concordando em trabalhar para o aumento do Bloco dos Bichos.

Clotilde, irmãzinha querida, vou terminar por aqui porque já ouço o meu boi que vem chegando, na ponta do assobio um samba cheio de alegria e vontade de amar. Ai, Clotilde, não sei o que você vai pensar de mim, mas sou obrigada a confessar: o mugido desse boi me avacalha.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Palavras da vida eterna

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

“Tu tens as palavras da vida eterna.”  Simão Pedro (João, 6:68)

Rodeiam­-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.

Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.

Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.

Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.

Sugestões de variadas origens. Preleções valiosas.

Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento. Palavras faladas... palavras escritas...

“Tu tens as palavras da vida eterna.”  Simão Pedro (João, 6:68)

Rodeiam­-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.

Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.

Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.

Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.

Sugestões de variadas origens. Preleções valiosas.

Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento. Palavras faladas... palavras escritas...

Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.

Guarda teu coração à escuta. Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.

Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.

Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.

Exortam­-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as suas leis.

Referem-­se ao planeta como sendo nosso lar e à humanidade como sendo a nossa família.

Revelam no amor o laço que nos une a todos.

Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.

Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-­nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.

"Palavras, palavras, palavras..." 

Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o divino amigo das criaturas.

Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações
Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quartas-feiras, 14h; quintas-feira, 20h e domingos, 17h.
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Avenida Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Tabuleiro eleitoral

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Para pensar:
“O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.”
Érico Veríssimo

Para refletir:
“O silêncio é um amigo que nunca trai.”
Confúcio

Tabuleiro eleitoral

Algumas tendências bem identificadas de nosso cenário eleitoral começaram a ganhar maior concretude nos últimos dias.

Para pensar:
“O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.”
Érico Veríssimo

Para refletir:
“O silêncio é um amigo que nunca trai.”
Confúcio

Tabuleiro eleitoral

Algumas tendências bem identificadas de nosso cenário eleitoral começaram a ganhar maior concretude nos últimos dias.

Conforme a coluna havia antecipado há alguns meses, o grupo que trabalhou pela eleição do deputado federal Luiz Lima, e que hoje vive a expectativa de poder se transferir do PSL para o Aliança pelo Brasil, confirmou a pré-candidatura da delegada Danielle de Barros à cadeira número 1 da Prefeitura de Nova Friburgo.

Tabuleiro eleitoral (2)

Ao mesmo tempo, a coluna pode atestar que outro grupo político também está bastante consolidado, em torno de personagens como Alexandre Cruz, Roosevelt Concy, Juvenal Condack, Rogério Cabral, Marcio Damazio, Comte Bittencourt, José Rezende e Júlio Cordeiro, com a expectativa de algumas novas adesões nas próximas semanas.

Neste grupo, contudo, ainda não há definição de nomes para compor a chapa, embora a coluna possa confirmar que apenas Alexandre, Roosevelt e Juvenal colocaram os respectivos nomes à disposição.

O pré-candidato a prefeito quase certamente sairá deste trio.

Retificação

Desde a manhã de segunda-feira, 10, a coluna teve contato com uma série de depoimentos apontando inconsistências nas notas e na classificação divulgadas para o processo seletivo realizado pela Viva Rio, com vistas ao preenchimento dos quadros de pessoalda UPA de Conselheiro Paulino.

Tão logo retornou de um compromisso em Brasília o procurador do Trabalho Jefferson Rodrigues tomou ciência da situação e reuniu-se com o município para tratar do tema.

A coluna reproduz abaixo o comunicado divulgado pela prefeitura após o encontro.

Aspas (1)

“Após algumas inconsistências no resultado preliminar do processo seletivo da UPA, a Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação (CTAA) se reuniu pela manhã, nesta data, juntamente com o representante da Procuradoria e representante do MP e constatou algumas divergências.”

Aspas (2)

“Assim, na parte da tarde a CTAA, o subprocurador administrativo e a controladora comparecerem ao MPT e juntamente com os MP Estadual e MPT foram levantados vários pontos a serem observados pela OS Viva Rio antes da publicação do resultado final, em especial ‘(...) que não se divulgue o resultado final, sem as devidas correções dos equívocos pontuais, e assim, sem prejuízo de impulsionar atividades para a contratação dos profissionais cuja categoria não há questionamento, franqueie-se, após o resultado preliminar, mais 24 horas para a interposição de recurso, objetivando-se evitar a judicialização de todo o processo seletivo e/ou seu atraso’."

Tal orientação foi imediatamente notificada pela CTAA à OS, via email.

Mais que mil palavras

Diz o ditado popular que uma imagem pode valer mais do que mil palavras, e hoje a coluna tem o privilégio de dividir uma dessas composições com os leitores, graças ao talento e à sensibilidade do amigo Henrique Pinheiro.

Pacote-reeleição

Em certos gabinetes friburguenses o conjunto de obras anunciadas a partir dos R$ 26 milhões originalmente levantados com a finalidade de adquirir o imóvel da fábrica Ypu vinha sendo tratado como o “pacote-reeleição”.

Noutras palavras, o Palácio Barão de Nova Friburgo via - e talvez ainda veja - nessas iniciativas uma importante reserva de popularidade, sempre bem-vinda em ano eleitoral.

Uma dessas intervenções diz respeito à Estação Livre, que está em vias de ser reaberta ao público, agora com nova roupagem.

Perigo

Curiosamente, no entanto, a coluna andou recebendo várias mensagens por parte de pais de crianças pequenas, preocupados com o lamentável estado do parquinho infantil, bem ao lado da antiga rodoviária urbana.

“O parquinho está em péssimo estado”, afirmou uma mãe. “A areia onde as crianças brincam está constantemente cheia de cocô de cachorro, o brinquedo que deveria girar está torto e travado, tem balanço faltando pedaço e o que é pior: o complexo da casinha e do escorregador está com uma das tábuas faltando. Um grande perigo para as inúmeras crianças pequenas que brincam ali.”

Três erros

A partir de tais relatos o colunista pediu uma imagem a Henrique Pinheiro, e o resultado acabou sendo aproveitado por outras editorias do jornal.

A coluna, todavia, não ficou de mãos vazias.

Ao contrário, fomos brindados com esta composição que nos lembra a importância do fotojornalismo, e poderia ser chamada de jogo dos três erros: pertinho da obra milionária e de interesse eleitoral estão o poste sem vidro ou lâmpada, a lixeira faltante e o banco em que faltam algumas ripas.

Retrato doloroso

A imagem representa um retrato doloroso de nossa cidade no momento atual, não apenas ao sintetizar distorções e incongruências na elaboração de prioridades e no direcionamento de recursos públicos, mas também ao expor a ação predatória e autofágica de quem depreda, de quem pilha, de quem não tem senso de coletividade, educação, respeito, ou o menor temor que seja de que possa vir a responder por seus atos.

Nova Friburgo, infelizmente, é tudo isso, e também um monte de gente que anda cansada de esperar.

Luz e som

Ruim para os olhos, pior para os ouvidos.

O amigo Osmar Castro - outro fotógrafo de mão cheia - informou ao colunista que chegou ao ponto de mudar de endereço por não suportar mais o barulho feito por motocicletas com o escapamento aberto.

Como ele, diversos outros leitores voltaram a reclamar deste problema, que chegou a ser atenuado meses atrás a partir de grande mobilização social.

Agressividade

Já outra leitora narrou episódio ocorrido em Olaria durante o mais recente fim de semana, no qual seis motoboys se encontraram casualmente num sinal de trânsito, e celebraram o encontro acelerando fortemente as respectivas motos, e também com um buzinaço.

Diante da reclamação - que nenhum deles chegou a ouvir um sétimo motociclista, que estava chegando à cena, respondeu com palavras que a coluna não poderia publicar.

Sem recuo

Evidentemente a coluna não está generalizando, nem muito menos reduzindo a importância do trabalho realizado por essas pessoas - que na maioria das vezes, diga-se, portam-se com muita educação no trato com as pessoas que estão atendendo.

Da mesma forma, é notório que o problema do barulho não se restringe a motos de utilização profissional.

Dito tudo isso, no entanto, parece claro que a fiscalização precisa ser constante, bem como a disposição do consumidor para levar adiante boicotes a empresas que não respeitem a determinação do respeito ao silêncio.

Foto da galeria
Três erros (Foto: Henrique Pinheiro)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Quem lê A VOZ DA SERRA tem melhor visão de mundo!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O Caderno Z nos fez uma surpresa e vamos festejar os 16 anos de nascimento do Facebook, a rede social mais famosa do mundo, com mais de dois bilhões de usuários. De acordo com a intenção de seu criador, Mark Elliot Zuckerberg, “o objetivo é conectar pessoas e ajudar a criar um mundo mais transparente”. Sem perder o trocadilho, além de transparente, é “traz parente”, pois muita gente já reencontrou familiares distantes por intermédio do Facebook. O perfil de Elliot é algo interessante. Alguém poderia dizer que ele nasceu “virado para a lua”.

O Caderno Z nos fez uma surpresa e vamos festejar os 16 anos de nascimento do Facebook, a rede social mais famosa do mundo, com mais de dois bilhões de usuários. De acordo com a intenção de seu criador, Mark Elliot Zuckerberg, “o objetivo é conectar pessoas e ajudar a criar um mundo mais transparente”. Sem perder o trocadilho, além de transparente, é “traz parente”, pois muita gente já reencontrou familiares distantes por intermédio do Facebook. O perfil de Elliot é algo interessante. Alguém poderia dizer que ele nasceu “virado para a lua”. Contudo, parece que as coisas para ele não caíram do céu, já que se tornou um poliglota, fluente em francês, hebraico, latim, grego e mandarim.

Com toda a fortuna que tem, no auge dos seus 36 anos, Elliot demonstra ser uma pessoa consciente, reconhecendo o “fracasso” em “evitar que a plataforma fosse usada para fins negativos, para fake news...” e outras mazelas. Podemos isentá-lo de culpas, porque tem sido assim na história da espécie humana, ou seja, violar a utilidade das invenções. Basta lembrar Santos Dumont e os aviões. O Brasil também produz gênios, como Michel Krieger, nascido em São Paulo, em 1986, que aos 18 anos mudou-se para a Califórnia a fim de estudar Ciência da Computação e faz parte da criação do Instagram, uma rede de compartilhamento de fotos e vídeos, interagindo os seus usuários.

As redes sociais não surgiram do nada e muito menos as suas denominações. O próprio Facebook assim é chamado por sua origem como “The Face Book” – o livro de rostos. Seja lá qual for a rede, o importante é se comunicar. Eu, que peguei a novidade do Orkut em 2004, observo as transformações e me pergunto – o que virá ainda mais útil para descartar o WhatsApp? Vamos nessa onda de interação, atravessando os mares e as marés, pois como lembra Wanderson Nogueira: “As fronteiras devem ser apenas linhas imaginárias para o estudo da geografia”. Viva a alegria da comunicação!

Atravessar fronteiras é bom, mas e a nossa convivência na ciclovia compartilhada? A invasão de espaços, creio que seja pela faixa pintada na cor vermelha, pois quem não quer ter a sensação de pisar no “tapete vermelho”? Brincadeiras de lado, para ficar mais seguro para todos, só falta uma campainha nas bicicletas. Vamos tentar? Com Guilherme Alt acompanhamos a situação de precário funcionamento da saúde na cidade, com deficiências no Raul Sertã, Maternidade e UPA. Que tudo se resolva para o bem de todos.

Uma boa iniciativa foi a colocação do sinal de trânsito na Rua Sete de Setembro. No local havia uma faixa, onde os motoristas sensíveis davam vez aos pedestres. Agora, com a sinalização, é a vez de os pedestres respeitarem os motoristas. Outra boa nova é o anúncio sobre as obras na Estrada Serramar, que deverão ser concluídas em meados de maio deste ano. Conforme ressaltou o presidente do DER, Uruan Cintra de Andrade  – “O desenvolvimento do Estado do Rio também passa pela melhoria das nossas estradas”.

 “O Pré-carnaval agita a Praça Dermeval...”. As folias de Momo, aos poucos, tomam conta da cidade. Eu fico observando a foto de Henrique Pinheiro, com a montagem do palco para eventos. Isso é lindo e maravilhoso. Mas eu penso: não poderia ser o palco montado do outro lado da praça, para não encobrir a Catedral de São João Batista? Um patrimônio cultural e religioso de 150 anos deveria ficar livre para ser contemplado, cultuado e fotografado. Sugestão: o palco não poderia ser montado do outro lado da praça, de costas para o banco Santander? A pergunta vou deixar no ar para que as autoridades ou os agentes de direito revejam o espaço para a montagem de palco.

Uma cidade funciona bem com a observação de seus transeuntes atentos e quem ama Nova Friburgo e circula por suas ruas, a pé, tem chance de contribuir de forma positiva e construtiva, com boas ideias ou nobres ações. Afinal, a cidadania requer pessoas envolvidas não somente com seus direitos, mas, acima de tudo, com os seus deveres, visando o bem comum. Em Massimo, o pensador Sir Hob nos ajuda a refletir: “Não se deve fazer da irresponsabilidade uma arte”. Linda semana para todos nós!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aniversário e exposição

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Aniversário e exposição

Marilda Lima Berbert e Denise Berbert Zangirolami, mãe e filha, embora nem pareça devido a jovialidade e o charme de ambas aqui aparecem por distintas razões.

A Marilda é esposa do gente boa Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, e comemorou no último domingo, 9, seus 80 anos bem vividos, para alegria toda especial de seus familiares e amigos.

Aniversário e exposição

Marilda Lima Berbert e Denise Berbert Zangirolami, mãe e filha, embora nem pareça devido a jovialidade e o charme de ambas aqui aparecem por distintas razões.

A Marilda é esposa do gente boa Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, e comemorou no último domingo, 9, seus 80 anos bem vividos, para alegria toda especial de seus familiares e amigos.

Já a talentosa professora e artista plástica, Denise, promoverá no próximo sábado, 15, a partir das 17h, no espaço Vogue Gallery Brasil, que fica na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, no Rio, uma vernissage de seus mais novos e lindíssimos trabalhos.

Parabéns a mãe pela nova idade e a filha por mais esta exposição, que, sem dúvida será mais um sucesso.

Água de cheiro do Guandu

 O conhecido compositor e cantor friburguense Valcir Ferreira, realmente não para de criar e claro, não desperdiça ano a ano os animados embalos do carnaval.

Agora e em parceria com Wilson Bizar, outro admirável talento friburguense, Valcir acaba de compor divertida marchinha carnavalesca intitulada Água de Cheiro, que é uma sátira ao comprometimento da qualidade da água do Rio Gandu que tem feito os moradores do Rio de Janeiro sofrerem com o mau cheiro e o odor do precioso líquido.

Apoio que prossegue

Conforme esta coluna já destacou, a simpática e talentosa Catherine Beltrão dá prosseguimento a campanha do crow fund que objetiva angariar recursos para ajuda-la no lançamento do seu próximo livro “Poesias desnudas. A obra possui ilustrações de quadros da pintora Edith Blin, numa seleção especial da série Nus.

Para quem desejar ajudar se engajando nesta campanha de apoio, é bem simples, basta acessar o link https://www.kickante.com.br/campanhas/poesias-desnudas

Denver é dez

O lutador e professor Denver Amaral, que há mais de duas décadas faz sucesso no jiu-jitsu em Nova Friburgo e região, está empreendendo de algum tempo para cá outras atividades e realizações bem especiais, dignas de aplausos.

 A partir de sua academia DAJJ, no bairro Olaria, Denver tem desenvolvido o projeto social Arte em Movimento, oferecendo assim oportunidades para que muitas crianças, boa parte de famílias carentes, possam se desenvolver nesta modalidade esportiva. Com isso, meninos e meninas de Olaria, além de outros 20 do bairro Tingly e 15 do distrito de Amparo, começam a fazer bonito com as atividades nas manhãs das terças e tardes das quartas e sextas-feiras.

Parque Maria Teresa

No dia 8 do mês que vem, das 8h às 11h em sua sede, a Associação de Moradores do Parque Residencial Parque Maria Teresa estará realizando eleição com vistas a escolha do seu novo presidente e diretoria para o biênio 2020/2021.

 A expectativa, é que surja alguma nova chapa concorrente ou que o simpático Emílio Alonso continue a frente daquela associação por mais uma gestão administrativa.

Cadeiras de rodas

Continua em ritmo muito quente e cada vez mais animado, os preparativos para o desfile deste ano do Bloco da Jurema que promete sacudir a passarela do samba da Avenida Alberto Braune a partir das 20h da terça-feira gorda, próximo dia 25.

 Na imponente e aplaudidíssima comissão de frente, como mostra o registro fotográfico do ano passado, serão apresentadas desta vez 23 cadeiras de rodas, fruto de arrecadação de milhares daqueles lacres das latinhas de bebidas. Vamos que vamos, Jurema!

  • Foto da galeria

    Aniversário e exposição : Marilda Lima Berbert e Denise Berbert Zangirolami

  • Foto da galeria

    Apoio que prossegue: Capa do livro

  • Foto da galeria

    Denver é dez: lutador e professor

  • Foto da galeria

    Cadeiras de rodas

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A elegância literária existe pela incompletude da obra

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Vou dar continuidade ao tema anterior em que abordei a elegância literária com as palavras de Freud. “No sentido moderado em que é admitida como possível, a felicidade constitui um problema da economia libidinal do indivíduo. Não há, aqui, um conselho válido para todos; cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz.”

Vou dar continuidade ao tema anterior em que abordei a elegância literária com as palavras de Freud. “No sentido moderado em que é admitida como possível, a felicidade constitui um problema da economia libidinal do indivíduo. Não há, aqui, um conselho válido para todos; cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz.”

Freud se utiliza da palavra indivíduo para se referir a nós. A qualquer um de nós, para ser mais exata. E não somos mais do que isso. E, por isso mesmo, o cuidado com a energia que ilumina a busca pela felicidade, que é a causa do fazer inebriante do indivíduo em todos os momentos dos seus dias, precisa ser utilizada com esmero. Com amor, para melhor dizer.  A caracterização do ser humano, enquanto ser possuidor de identidade própria, nos amplia a percepção da experiência pessoal pelos meandros das circunstâncias quotidianas em busca do que é perfumado, belo e prazeroso. Como a sensação de felicidade é tão etérea, como abstrata e particular, as realizações se tornam múltiplas, e a criatividade é uma estratégia inteligente para a conquista de bens maiores. Com a força imperiosa do desejo, a rapidez do fazer pode colocar em risco a grandiosidade das construções humanas, tornando a elegância não mais do que um sonho impossível.

O apressado não se delicia com a arte. Se descuidado ao fazê-la, não pretende oferecê-la ao outro para que este, ao vê-la, encontre momentos enriquecidos pela sensação de felicidade e de completude. A arte tem a capacidade de proporcionar satisfação, além de tocar o mundo para enriquecê-lo, quiçá modificá-lo. E aí está a elegância literária, que se faz presente em cada palavra. A palavra possui força sensorial através da sua sonoridade peculiar. Além do mais, as palavras ficam nos indivíduos. Em suas almas. Em seus pensamentos. Possuem força de expressão e interferência. É tão forte o seu poder, que é capaz de contribuir para a construção do processo de identidade individual. Social inclusive. Cada palavra tem utilidade ou utilidades individuais e culturais. Não há civilização que não seja verbalizada.

A pessoa elegante tem uma palavra que a caracteriza, da mesma forma a arte. Com que palavra se caracteriza um livro? Uma crônica, um conto? As obras literárias são individualmente caracterizadas e são determinadas pelas palavras que constroem as ideias que as compõem. As obras literárias de valor possuem estética, na medida em que esclarecem a obscuridade dos fatos da vida, que pode ser explicada pela incompletude essencial dos seres. Sempre falta algo. Este vazio tem elegância, na medida em que é um hiato, uma falta que oferece múltiplas possibilidades. A perfeição é incrédula porque nada mais pode completá-la. Por sorte nossa, nada é pronto; tudo é inacabado. 

Ah, não se faz uma obra literária de um dia para noite. As palavras maltratadas colaboram para a pobreza do texto. Entretanto toda palavra possui riqueza de significados, e seu emprego abre caminhos diversos para a composição textual. Eu me arrisco afirmar que a palavra é como a conjunção adversativa, uma vez que possui força maior e só deve ser empregada na medida em que seja indispensável. Além do mais é carregada de condições.  

A elegância literária vai se exibindo sutilmente aos olhos do leitor que vai interpretando o texto a cada palavra lida e refletida. Nunca o escritor vai lapidar um texto até chegar a sua perfeição, nem tão pouco, o leitor vai ter diante dos olhos o mais primoroso texto. 

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Trânsito

sábado, 08 de fevereiro de 2020

Para pensar:
“Não se comprometa com o que, por irresponsabilidade, você não é capaz de cumprir.”
Andreza Filizzola

Para refletir:
“Não se deve fazer da irresponsabilidade uma arte.”
Sir Hob

Trânsito

A coluna deste fim de semana abre com a manifestação do engenheiro Antônio José de Araújo Fernandes, por ser representativa entre outras que têm chegado em grande volume a este colunista.

Fala, leitor!

Para pensar:
“Não se comprometa com o que, por irresponsabilidade, você não é capaz de cumprir.”
Andreza Filizzola

Para refletir:
“Não se deve fazer da irresponsabilidade uma arte.”
Sir Hob

Trânsito

A coluna deste fim de semana abre com a manifestação do engenheiro Antônio José de Araújo Fernandes, por ser representativa entre outras que têm chegado em grande volume a este colunista.

Fala, leitor!

“Desculpe-me a insistência, mas tenho notado, quase que diariamente os engarrafamentos formados na descida do bairro Braunes devido ao que já relatei anteriormente, ou seja, a inversão da mão de direção da Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga Rua São João). Repito: os carros que descem das Braunes perderam uma opção de ir para a Avenida Alberto Braune mais rapidamente, tendo que obrigatoriamente entrar na Rua Farinha Filho que, para piorar, tem sempre uns mal- educados fazendo fila dupla. Com tudo isso, a Rua Monsenhor José Antônio Teixeira está constantemente vazia e sem a utilização que realmente deveria ter.”

Pontos críticos

Ao mesmo tempo, as mudanças recentes no tráfego da região têm gerado muita preocupação por parte de moradores e pais de alunos com relação às dificuldades que pedestres (em especial idosos e crianças) estão encontrando para atravessar a Rua Augusto Spinelli, sobretudo nos cruzamentos com as ruas Farinha Filho e Monsenhor Miranda.

Animador

É bem verdade que muitos motoristas e motociclistas têm mostrado surpreendente nível de consciência e maturidade, cedendo a vez e esperando com paciência, e por isso mesmo diversas situações de risco não terminaram em ocorrência.

Nesta quinta-feira, por exemplo, o colunista testemunhou o momento em que uma senhora atravessou a via sem olhar para o novo sentido, e possivelmente teria sido atropelada se o motorista que havia parado para sua travessia não tivesse alertado o outro que vinha no sentido oposto e ainda não a havia visto.

Consideração

Já faz tempo que a coluna vem pedindo atenção a estes pontos específicos, respaldada por grande quantidade de manifestações dos leitores.

O colunista sabe que muitos no governo não nutrem simpatia por este espaço, mas esse sentimento não deveria ser estendido aos leitores, que encontram aqui um canal de manifestação para suas necessidades ou demandas.

Muita gente está bastante apreensiva em relação à possibilidade de acidentes sérios nestes locais, e isso deveria ser levado em consideração pela prefeitura.

Outros problemas

A propósito, já que mencionamos a Rua Monsenhor José Antônio Teixeira, não são poucas as reclamações relacionadas ao excesso de barulho madrugada adentro, além de brigas eventuais e do cheiro de maconha que volta e meia entra pelas janelas das casas.

Seria interessante se a presença policial na área pudesse ser um pouco mais frequente, ao menos nas próximas semanas.

Até onde a coluna foi capaz de apurar, parece até mesmo já existir um abaixo-assinado em relação a essas circunstâncias.

Exames laboratoriais

A coluna tem abordado com frequência a situação dos exames laboratoriais em nossa rede pública municipal de saúde, que passou por dias muito difíceis recentemente.

Pois bem, no fim da tarde desta sexta-feira, 7, houve uma atualização importante a este respeito, que a coluna reproduz abaixo.

Inaptidão

“A Central de Regulação, Controle e Avaliação informa que o prestador de serviços de coleta e análise de exames laboratoriais Ato Medicina Diagnóstica Ltda, [no] presente momento não está apto a prestação dos serviços ao SUS Nova Friburgo, uma vez que não apresentaram a documentação necessária para o cadastramento do estabelecimento junto a SCNES – Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, estando o prazo para envio das informações do banco de dados do Município de Nova Friburgo expirado para a competência janeiro/2020, em 06/02/2020.”

Banco de dados

“O SCNES é a base cadastral para operacionalização dos sistemas de informações do Ministério da Saúde, tais como: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar, e-SUS Atenção Básica ao Sisreg. Assim sendo, sem as devidas informações na base de dados, os sistemas citados acima não são alimentados, impossibilitando a regulação e o faturamento dos serviços.”

Empenhos

“Considerando que já houve reserva e empenho de orçamento para a prestação dos serviços pelo prestador citado, e ante as circunstâncias mencionadas, os fiscais e gestores do contrato irão de imediato solicitar parecer da Procuradoria Geral do Município  sobre a possibilidade de redistribuição dos valores empenhados aos demais prestadores que se encontrem aptos, uma vez que a estimativa que subsidiou a distribuição dos valores entre os prestadores credenciados foi efetuada considerando a demanda por serviços no nosso município.”

Pertinência

Salientamos que por ora nenhum usuário ou prestador restou prejudicado ante tal circunstância, uma vez que toda a demanda foi absorvida pelos prestadores que se encontram aptos e efetivamente prestando os serviços. No entanto medidas merecem ser adotadas, a fim de evitar eventual e futura falta de recursos a cobrir as necessidades por serviços dos usuários do SUS de Nova Friburgo.

Retorno do leitor

Se a coluna não perdeu as contas, as demandas municipais deixam assim de ser divididas entre cinco laboratórios e passam a ser trabalhadas por quatro deles.

A coluna, claro, abre espaço para que os leitores possam dar algum retorno a respeito da prestação do serviço, ajudando a orientar esforços por parte da gestão municipal.

Ingenuidade?

Talvez seja ingenuidade esperar que alguém como o ex-vereador Aylter Maguila, que já manifestou na tribuna seu entendimento bastante peculiar a respeito das atribuições necessárias para que alguém ocupe um cargo de confiança, seja capaz de compreender o papel crucial desempenhado pela transparência e pela publicidade de atos oficiais para a experiência plena da democracia.

Hora de provar

Ainda assim, é de se esperar que qualquer pessoa compreenda as implicações de se divulgar informações falsas em grupos de WhatsApp, tanto mais quando elas não difamam apenas o jornal que se pretende atacar, mas atingem sobretudo a mesma prefeitura na qual exerce cargo por nomeação, e também a Câmara Municipal que tempos atrás o abrigou.

Se dá algum valor à própria credibilidade, o subsecretário deve agora comprovar os números que andou espalhando, bem como apontar qualquer irregularidade na prestação do serviço, sob pena de se comprovar publicamente indigno de confiança.

Responsabilidade

A coluna vai cobrar isso, e tanto a prefeitura quanto a Câmara Municipal, que foram igualmente expostas sem razão, deveriam fazer o mesmo.

O exercício da vida pública não é um teatro.

Cada um é responsável por assegurar a veracidade daquilo que diz.

Justiça

A coluna busca com todas as suas forças ser um espaço justo e construtivo, pautado pelo interesse coletivo, embora, sendo humana, também cometa erros.

Sem aprofundar ou entrar em detalhes desnecessários neste momento, o colunista entende ser importante dividir com os leitores que levou algumas apreensões ao conhecimento do Ministério Público Estadual, e não apenas foi recebido prontamente, como também com muita franqueza e transparência.

Respaldo

A relação de confiança ganhou umas camadas a mais, e é justo que os leitores compartilhem desta sensação.

É sempre muito reconfortante descobrir motivos a mais para confiar nas instituições, e saber que não estamos sozinhos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.